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Prática Vocal

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Indaial – 2020
Prática Vocal 
Profª Mariana Lopes Junqueira
Profª Tereza Cristina Benevenutti Lautério
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2020
Elaboração:
Profª Mariana Lopes Junqueira
Profª Tereza Cristina Benevenutti Lautério
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
J95p
 Junqueira, Mariana Lopes
 Prática vocal. / Mariana Lopes Junqueira; Tereza Cristina Benevenutti 
Lautério. – Indaial: UNIASSELVI, 2020.
 215 p.; il.
 ISBN 978-85-515-0458-1
1. Fisiologia da voz. - Brasil. I. Lautério, Tereza Cristina Benevenutti. 
II. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
CDD 780
III
aPresentação
Prezado acadêmico, seja bem-vindo à disciplina de Prática Vocal. A 
voz é o “instrumento” de trabalho do professor. Segundo Nemr et al. (2002), 
a voz é um dos aspectos mais importantes da comunicação. Assim, trabalhar 
com a voz possibilita revelar nossos sentimentos, nossas emoções, nosso 
estado afetivo, traços de nossa personalidade. Com relação à música, a voz 
é o mais natural de todos os instrumentos musicais. A voz também pode se 
configurar em um instrumento muito importante para o ensino de música na 
educação básica, uma vez que é acessível a quase todos. 
Por isso é muito importante conhecer a fisiologia da voz, os cuidados 
que precisamos ter com ela, assim como trabalhar com diferentes faixas 
etárias, pois em cada uma, a voz apresenta características diferentes. A 
disciplina de Prática Vocal têm como objetivos desenvolver conhecimentos 
sobre a técnica e saúde vocal, bem como conhecer aspectos básicos da prática 
vocal voltada para a educação musical nos mais variados contextos de 
atuação do professor. 
Ao falar sobre voz, é importante compreender o que ela é e como ela 
é produzida. No caso do educador musical, ainda é considerado importante 
entender que cada faixa etária e, assim, cada pessoa, possui diferentes 
características vocais, dependendo de sua anatomia. 
Este livro está organizado em três unidades. Na primeira unidade, 
conheceremos a fisiologia da voz; como ela é produzida; e as características 
da voz falada e cantada. Conversaremos também sobre os cuidados que 
temos que ter com a nossa voz, assim como manter uma higiene vocal.
Na segunda unidade, iremos refletir sobre as questões musicais da 
voz, dialogando sobre a técnica vocal, exercícios vocais, sobre a interpretação 
vocal e as características da voz infantil e da voz adulta.
Na terceira unidade, conversaremos sobre a prática vocal voltada para 
a educação musical, e o seu trabalho com crianças, adolescentes e adultos, 
assim como o trabalho vocal em espaços alternativos de ensino. Durante todo 
o livro, daremos sugestões de vídeos para ampliar o seu conhecimento sobre 
o assunto, assim como sugestões de exercícios. É importante que você assista 
os vídeos para complementar seus estudos e realize os exercícios sugeridos!
Bons Estudos!
Profª Mariana Lopes Junqueira
Profª Tereza Cristina Benevenutti Lautério
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
V
VI
VII
sumário
UNIDADE 1 – A VOZ – QUESTÕES FISIOLÓGICAS ................................................................... 1
TÓPICO 1 – FUNÇÃO VOCAL ........................................................................................................... 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3
2 APARELHO RESPIRATÓRIO ........................................................................................................... 4
 2.1 RESPIRAÇÃO .................................................................................................................................. 6
 2.2 EXERCÍCIOS DE RESPIRAÇÃO .................................................................................................. 8
3 APARELHO FONADOR .................................................................................................................... 10
4 APARELHO RESSONADOR ............................................................................................................ 17
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 20
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 21
TÓPICO 2 – CARACTERÍSTICAS VOCAIS .................................................................................... 23
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 23
2 VOZ FALADA ...................................................................................................................................... 23
3 VOZ CANTADA .................................................................................................................................. 27
 3.1 RESPIRAÇÃO E APOIO ................................................................................................................. 29
 3.2 CLASSIFICAÇÃO VOCAL ............................................................................................................. 33
 3.3 AFINAÇÃO ...................................................................................................................................... 36
 3.4 VIBRATO ........................................................................................................................................... 38
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 39
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 40
TÓPICO 3 – HIGIENE E SAÚDE VOCAL ......................................................................................... 43
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 43
2 PROFESSOR: UM PROFISSIONAL DA VOZ .............................................................................. 53
LEITURA COMPLEMENTAR ..............................................................................................................56
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 59
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 60
UNIDADE 2 – A VOZ – QUESTÕES MUSICAIS ............................................................................ 63
TÓPICO 1 – TÉCNICA VOCAL ........................................................................................................... 65
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 65
2 RESSONÂNCIA ................................................................................................................................... 66
3 ARTICULAÇÃO ................................................................................................................................... 73
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 80
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 81
TÓPICO 2 – INTERPRETAÇÃO VOCAL .......................................................................................... 83
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 83
2 EMISSÃO E PROJEÇÃO VOCAL .................................................................................................... 83
3 VOZ E INTERPRETAÇÃO ................................................................................................................. 85
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 91
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 92
VIII
TÓPICO 3 – CARACTERÍSTICAS VOCAIS .................................................................................... 95
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 95
2 VOZES INFANTIS ............................................................................................................................... 95
3 VOZES ADOLESCENTES ................................................................................................................. 98
4 VOZES ADULTAS ............................................................................................................................... 102
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 105
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 106
TÓPICO 4 – EXERCÍCIOS PARA TÉCNICA VOCAL .................................................................... 107
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 107
2 AQUECIMENTO E RELAXAMENTO CORPORAL .................................................................... 107
3 AQUECIMENTO E DESAQUECIMENTO VOCAL ..................................................................... 111
4 VOCALIZES .......................................................................................................................................... 113
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 122
RESUMO DO TÓPICO 4 ....................................................................................................................... 129
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 130
UNIDADE 3 – A PRÁTICA VOCAL VOLTADA PARA A EDUCAÇÃO MUSICAL ............... 131
TÓPICO 1 – O CANTO NA EDUCAÇÃO MUSICAL .................................................................... 133
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 133
2 TRABALHANDO COM A VOZ INFANTIL .................................................................................. 134
 2.1 EXERCÍCIOS .................................................................................................................................... 144
 2.2 REPERTÓRIO .................................................................................................................................. 148
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 163
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 164
TÓPICO 2 – TRABALHANDO COM A VOZ ADOLESCENTE ................................................... 167
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 167
2 EXERCÍCIOS ......................................................................................................................................... 168
3 REPERTÓRIO ....................................................................................................................................... 172
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 182
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 183
TÓPICO 3 – TRABALHANDO COM A VOZ ADULTA E IDOSA .............................................. 185
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 185
2 TRABALHANDO COM A VOZ ADULTA ..................................................................................... 185
2.1 EXERCÍCIOS E RESPIRAÇÃO ..................................................................................................... 186
3 TRABALHO VOCAL COM IDOSOS .............................................................................................. 194
 3.1 EXERCÍCIOS E REPERTÓRIO ...................................................................................................... 195
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 203
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 207
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 208
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................................ 209
1
UNIDADE 1
A VOZ – QUESTÕES FISIOLÓGICAS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
 A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• conhecer a fisiologia vocal;
• refletir sobre o trabalho correto de cada aparelho responsável pela emissão 
vocal;
• conscientizar-se sobre as características da voz falada e da voz cantada;
• conhecer os cuidados básicos para preservar a saúde vocal;
• refletir sobre os cuidados com a voz no cotidiano da profissão docente.
 Esta unidadeestá dividida em três tópicos. No decorrer da unidade 
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo 
apresentado.
TÓPICO 1 – FUNÇÃO VOCAL
TÓPICO 2 – CARACTERÍSTICAS VOCAIS
TÓPICO 3 – HIGIENE E SAÚDE VOCAL
Preparado para ampliar teus conhecimentos? Respire e vamos em 
frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverás 
melhor as informações.
CHAMADA
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
FUNÇÃO VOCAL
1 INTRODUÇÃO
Você já parou para pensar de que forma a sua voz é produzida? A 
produção e a emissão da voz são um trabalho complexo, nos quais vários músculos 
trabalham intensamente. A voz é uma ferramenta de comunicação e expressão, 
seja falada ou cantada. Fisiologicamente falando, “a voz é a utilização inteligente 
dos ruídos e sons musicais produzidos no interior da laringe com o impulso da 
expiração controlada, ampliados e timbrados nas cavidades de ressonância e 
modelados pelos articuladores no tempo, no meio e no estado pulsátil de cada 
pessoa” (COELHO, 1994, p. 13). Para as autoras, além da definição citada, a voz 
é também a expressão sonora da personalidade dos sujeitos, bem como o reflexo 
de seu estado psicológico. 
O professor, de modo geral, utiliza diariamente sua voz, como um 
instrumento de seu trabalho, e por vezes não faz o uso consciente da sua 
voz, o que pode causar danos a sua saúde vocal. Ao cursar a Licenciatura em 
Música, você poderá exercer a docência na educação básica, e em outros espaços 
educativos, como organizações não governamentais (ONGs), escolas livres de 
música, bandas, corais, entre outros (KANDLER; GUMS; SCHAMBECK, 2014). 
Ao realizar um trabalho com a voz, é importante conhecer e se conscientizar 
de como ela é produzida, bem como os cuidados que você precisa ter para 
preservá-la, assim como as características vocais das diferentes faixas etárias, 
para trabalhar adequadamente com cada uma. Portanto, o cuidado com a voz 
não deve ser apenas ao utilizá-la para cantar, mas também quando fazemos um 
uso prolongado dela ao falar.
A função vocal é um conjunto determinado pela interação entre os 
diferentes órgãos responsáveis pela emissão dos sons e órgãos respiratórios. A 
atividade muscular utilizada na emissão da voz, produz em nós uma série de 
sensações, as quais precisamos ter consciência para uma melhor emissão sonora. 
Essas sensações não são percebidas pelos ouvintes, mas são muito importantes 
para o cantor, uma vez que serão o resultado de um longo treinamento. Além 
de ter consciência e controle sobre esses músculos, o cantor também precisa 
desenvolver a percepção sonora, pois é por meio dela que ele vai ter consciência 
se está realizando o uso adequado da voz (DINVILLE, 1993). 
 
UNIDADE 1 | A VOZ – QUESTÕES FISIOLÓGICAS
4
Ao estudarmos um instrumento musical, aprendemos sobre os diversos 
cuidados que devemos ter com esse instrumento, assim como devemos praticá-lo 
para melhorar nosso desempenho. A voz como instrumento é o meio mais natural 
e antigo que possibilita a produção musical. Devemos cuidar desse instrumento, 
realizar exercícios para que possamos utilizá-la de maneira correta e eficiente, 
para não prejudicar nossa saúde vocal e dos nossos alunos. O instrumento vocal 
é separado em três partes: aparelho respiratório, aparelho fonador e aparelho 
ressonador. Estudaremos cada um deles, para que você conheça o funcionamento 
de cada um.
2 APARELHO RESPIRATÓRIO
A respiração é uma função vital que garante a troca do gás carbônico 
(CO2), que está no sangue, por oxigênio (O2), vindo do ambiente, é “um gesto 
inconsciente, instintivo, cujos movimentos são regulares, rítmicos, simétricos e 
sincrônicos” (DINVILLE, 1993, p. 51). Segundo Coelho (1994), a respiração é um 
ato espontâneo de caráter ativo-passivo realizado pelo movimento do músculo 
diafragma e dos músculos intercostais, este movimento tem sua origem no 
cérebro. Assim, o ato de respirar envolve o trabalho de muitos músculos e órgãos 
do nosso corpo. O aparelho respiratório é formado pelas vias aéreas e pulmões:
• Vias aéreas: narinas, fossas nasais, faringe, glote, laringe e traqueia.
• Pulmões: brônquios, bronquíolos e alvéolos (MARSOLA; BAÊ, 2000). 
No ato da respiração realizamos dois movimentos: a inspiração, 
caracterizada pela entrada de ar nos pulmões, e a expiração, que compreende a 
saída de ar dos pulmões. “As inspirações e expirações ocorrem a partir dos níveis 
de oxigênio no sangue e são naturalmente comandadas pelo sistema nervoso 
involuntário” (PACHECO; BAÊ, 2006. p. 17).
TÓPICO 1 | FUNÇÃO VOCAL
5
FIGURA 1 – APARELHO RESPIRATÓRIO
FONTE: <http://static.todamateria.com.br/upload/54/07/540759a3340e6-sistema-respiratorio.jpg>. 
Acesso em: 1º set. 2019.
Cada órgão do aparelho respiratório exerce uma função. No Quadro 1, 
conheceremos um pouco mais sobre cada órgão do aparelho respiratório.
QUADRO 1 – APARELHO RESPIRATÓRIO
Órgão Características
Narinas Têm como função aquecer, umedecer e filtrar o ar.
Traqueia Divide-se em bifurcações que dão origem aos brônquios.
Tórax Composto de 12 pares de costelas, que são fixas atrás da coluna vertebral.
Pulmões Localizam-se na caixa torácica e são os principais órgãos do aparelho respiratório. 
Os pulmões possuem consistência esponjosa e cor rosada, devido à grande 
quantidade de sangue que nele circula.
Brônquios Levam ar aos pulmões.
Alvéolos Realizam a troca de oxigênio pelo gás carbônico. O oxigênio vem do ar inspirado 
e o gás carbônico vem do sangue, que é devolvido para o ar. O ar entra e sai dos 
alvéolos pelo movimento realizado pelo tórax e diafragma.
FONTE: Adaptado de Marsola e Baê (2000)
UNIDADE 1 | A VOZ – QUESTÕES FISIOLÓGICAS
6
Os pulmões têm em média o peso de 700 gramas, e sua altura geralmente 
corresponde a 25 centímetros (DINVILLE, 1993).
NOTA
2.1 RESPIRAÇÃO 
A voz é o som produzido pelo ar que sai dos pulmões, passa pelas pregas 
vocais, comumente chamadas de cordas vocais, e é amplificado e modulado pelas 
cavidades de ressonância (face e tórax) e órgãos articuladores (palato, língua e 
maxilar). A passagem do ar faz com que nossas pregas vocais vibrem, assim, 
sem ar não há som. O ar pode ser considerado o combustível da nossa voz. Para 
uma boa emissão vocal, é muito importante aprendermos a respirar de maneira 
correta. Para tanto, é preciso que tenhamos consciência de como nosso sistema 
respiratório funciona, assim como é importante exercitarmos nossa respiração. 
Quando respiramos naturalmente há uma contração muscular ativa 
durante a inspiração e passiva durante a expiração, fazendo com que a entrada 
e saída do ar dos pulmões seja realizada com o auxílio da musculatura torácica 
superior. Existem três tipos de respiração consideradas naturais: a costal superior, 
a diafragmática abdominal e a costodiafragmático abdominal (PACHECO; BAÊ, 
2006). Você sabe quando cada um desses tipos de respiração é utilizado?
• A respiração costal superior é a que realizamos durante a atividade física, ela 
permite uma entrada mais rápida de ar e maior oxigenação. 
• A respiração diafragmática abdominal é a que utilizamos enquanto dormimos. 
• A respiração costodiafragmático abdominal é a ideal para utilizarmos enquanto 
falamos e cantamos (PACHECO; BAÊ, 2006). 
A respiração costodiafragmático abdominal fortalece os pulmões e oxigena 
o sangue, ativando, assim, os órgãos responsáveis por equilibrar estas funções 
(MARSOLA; BAÊ, 2000). O ar entra e sai dos alvéolos devido ao movimento 
conjunto do tórax e do diafragma. O diafragma é um músculo que separa a 
cavidade torácica da cavidade abdominal. Ele possui um centro tendíneo que 
lhe dá resistência, e que permite a movimentação da parte muscular que está ao 
redor desse centro, durante a inspiração e a expiração (PACHECO; BAÊ, 2006). 
 
TÓPICO 1 | FUNÇÃO VOCAL
7
FIGURA 2 – DIAFRAGMA
FONTE: <https://drauziovarella.uol.com.br/wp-content/uploads/2017/06/
diafragma2-e1497469202603.jpg>. Acesso em: 7 set. 2019.
Quando inspiramos, o cérebro emite um comando que faz com queo centro tendíneo do diafragma se contraia e abaixe, fazendo com que a parte 
muscular do diafragma comprima as vísceras e empurre a parede abdominal 
para a frente. Na expiração o diafragma é elevado, retornando à posição inicial 
(PACHECO; BAÊ, 2006). 
Além de auxiliar no processo de respiração e na sustentação do ar para a 
atividade do canto, outra função do diafragma é ajudar no processo de digestão 
dos alimentos. Os movimentos desse músculo, contração e força, também são 
importantes para: tosse, espirro, parto e no processo de defecação (WEISS, 1988).
FIGURA 3 – ATIVIDADE DO DIAFRAGMA DURANTE A RESPIRAÇÃO
FONTE: <https://www.sobiologia.com.br/figuras/Fisiologiaanimal/respiracao11.jpg>. Acesso em: 
9 set. 2019.
UNIDADE 1 | A VOZ – QUESTÕES FISIOLÓGICAS
8
Para observar a ação do diafragma no momento da respiração, assista ao 
vídeo “Funcionamento do diafragma”, disponível no link: https://www.youtube.com/
watch?v=T5gY6G64H54.
DICAS
Assim como abordamos anteriormente, a voz é um dos instrumentos de 
trabalho do professor, seja qual for sua formação. Para o professor de música, 
além disso, apresenta-se como um elemento para o desenvolvimento de trabalhos 
musicais na educação básica e em outros contextos de educação musical, como 
os corais. 
O Quadro 2 apresenta sinteticamente a função de cada órgão do aparelho 
respiratório, na sua função biológica e na sua função fonatória, ou seja, na 
produção sonora.
QUADRO 2 – FUNÇÕES DOS ÓRGÃOS DO APARELHO RESPIRATÓRIO
Órgão Função Biológica Função Fonatória
Cavidades 
Nasais.
Filtrar, aquecer e umidificar o ar. Vibração e amortização do som – 
ressonância nasal.
Faringe. Via de passagem do ar. Amplia os sons – caixa de ressonância.
Laringe. Via de passagem do ar. Vibrador – contém as pregas vocais.
Traqueia. Via de passagem do ar - defesa da 
via aérea.
Suporte para a vibração das pregas vocais.
Pulmões. Trocas gasosas e respiração vital. Fole e reservatório de ar para vibrar as 
pregas vocais.
Musculatura 
respiratória.
Desencadeia o processo 
respiratório.
Produção de pressão no ar que sai.
FONTE: <http://canone.com.br/attachments/article/252/a_fisiologia_da_voz.pdf>. Acesso em: 
14 set. 2019.
Sintetizando, além da função biológica e vital, o aparelho respiratório 
participa ativamente na função fonatória, atuando nas funções de produção e 
emissão sonora, como vibração e ressonância. 
2.2 EXERCÍCIOS DE RESPIRAÇÃO
Para que você possa ter mais consciência sobre a sua respiração, e ter 
mais controle sobre a sua expiração, é muito importante realizar exercícios de 
TÓPICO 1 | FUNÇÃO VOCAL
9
respiração. Ao realizar algum trabalho de educação musical que utiliza o canto, 
também é importante realizar os exercícios de respiração com os alunos. É 
importante que você mantenha uma constância nos exercícios, se possível realizá-
los diariamente, para que assim, você possa aprimorar a sua técnica de respiração 
e para trabalhar a sua musculatura respiratória. É importante também repetir os 
exercícios, e não fazer cada exercício apenas uma vez. Lembre-se de observar se 
os músculos estão trabalhando corretamente durante os exercícios. Assim como 
um atleta cuida do seu corpo para ter um bom desempenho, o profissional da 
voz (aqui, o professor) deve procurar exercitar e trabalhar sua voz, passando 
inicialmente por exercícios de respiração.
Vamos exercitar? Um lembrete: procure inspirar pelo nariz e expirar pela 
boca. É importante lembrar que ao inspirar pelo nariz, o ar é filtrado e umedecido, 
retirando assim, as impurezas presentes. Em alguns momentos, em especial, no canto, 
será necessário fazer a inspiração oro-nasal, pelo nariz e pela boca, considerando o 
tempo das frases musicais. 
Você pode realizar os exercícios em frente ao espelho. Assim, você pode observar os seus 
músculos trabalhando durante a respiração. Ao realizar os exercícios você pode sentir uma 
tontura, se isso acontecer com você, pare um pouco e, quando se sentir melhor, volte a 
realizar os exercícios. Com a prática você não vai mais sentir essas tonturas.
1. Inicialmente procure uma posição confortável, sentado, de pé ou mesmo deitado. Sinta 
sua respiração. Procure observar como o ar entra e sai de seu corpo. Quais músculos são 
ativados. Neste exercício, é importante que você inspire pelo nariz e expire pela boca. O 
exercício ajudará na consciência respiratória. Sinta o ar. Inspire como se estivesse sentindo 
um aroma, um cheiro agradável. 
2. Ande em uma velocidade tranquila pelo espaço, inspire em um passo e expire emitindo 
o som de “ssss” em dois passos. Conforme fizer os exercícios, vá aumentando os passos 
sempre expirando no dobro de passos, do que inspirou. Exemplo: Inspirar em 2 passos, 
expirar em 4 passos; inspirar em 3 passos e expirar em 6 passos. Cada vez que realizar o 
exercício tente aumentar o número de passos.
3. Expire todo o ar. Inspire (neste momento repare se você está abrindo as costelas e 
expandindo o abdômen; imagine que seus pulmões são dois balões e será necessário 
enchê-los), e expire emitindo o som de “sssssssss”, controlando o fluxo de saída do ar. 
Comece emitindo o som em torno de 10 segundos, depois vá ampliando, gradualmente, o 
tempo de emissão do som. 
4. Realize o mesmo exercício explicado anteriormente (exercício 3), mas agora emita o som 
de “fffffff” ao soltar o ar.
5. Realize o exercício 3, emitindo o som de “chchchchch” ao soltar o ar. Procure soltar o ar e 
controlar a musculatura, deixando as costelas abertas; soltando o ar aos poucos. 
6. Expire todo o ar. Inspire (repare nos seus movimentos), e expire emitindo o som de “s”, 
com sons curtos (em staccato, isto é, pequenos golpes realizados pela musculatura do 
diafragma).
7. Expire todo o ar. Inspire, e expire emitindo o som de “s”, com sons curtos e depois emita 
o som de “ssss” com um som contínuo. 
8. Expire todo o ar. Inspire e expire emitindo o som de vibração de língua e lábio. 
INTERESSA
NTE
UNIDADE 1 | A VOZ – QUESTÕES FISIOLÓGICAS
10
9. Para ampliar sua capacidade respiratória, inspire em 4 segundos, segure o ar por 4 
segundos e solte em 4 segundo. Aos poucos vá ampliando o tempo. 
Obs.: durante a realização dos exercícios de respiração, procure ingerir água, para hidratar 
o corpo e as mucosas do trato vocal.
Para o educador musical e para o cantor… O grande problema da angústia 
respiratória dos cantores não está na falta de ar, mas em sua utilização errada (COELHO, 
1994, p. 34).
NOTA
3 APARELHO FONADOR
O aparelho fonador é composto pela laringe, onde se encontram as pregas 
vocais, pelos pulmões, traqueia, órgãos articuladores e ressonadores. O aparelho 
fonador é o lugar “onde o ar se transforma em som” (MARSOLA; BAÊ, 2000). A 
voz é produzida por um som básico, gerado na laringe. A laringe está localizada 
na região anterior do pescoço e é formada por músculos e cartilagens. A laringe 
é responsável pela entrada e saída de ar do pulmão, pela proteção da via aérea 
enquanto engolimos (deglutimos) os alimentos, e pela produção do som. É um 
órgão que conecta a faringe com a traqueia, e está situada na linha mediana 
do pescoço, diante da quarta, quinta e sexta vértebra cervical (WEISS, 1988). A 
traqueia, por sua vez, é um tubo que dá continuação à laringe, passa pelo tórax e 
bifurca-se nos dois brônquios principais. 
 A laringe pode se movimentar, elevando-se, abaixando-se, deslocando-
se para frente e para trás. É um órgão muito versátil e pode realizar diversos 
“ajustes” que auxiliam na produção de diversos tons e intensidades vocais 
(PACHECO; BAÊ, 2006). A laringe possui cinco cartilagens principais que são: 
epiglote, tireoide, crinoide e o par de carotenoides. As cartilagens dão estrutura 
à laringe e apoio aos músculos intrínsecos e extrínsecos. A ação dos músculos 
extrínsecos e intrínsecos determinam os movimentos de abaixamento e elevação 
da laringe, assim como de abertura e fechamento das pregas vocais (PACHECO; 
BAÊ, 2006).
TÓPICO 1 | FUNÇÃO VOCAL
11
FIGURA 4 – ESTRUTURA DA LARINGE
FONTE: <https://static.todamateria.com.br/upload/57/21/5721f5a273865-laringe.jpg>.Acesso 
em: 7 set. 2019.
O ar é transformado em som ao passar pelas pregas vocais. Esse som, ainda 
não é o som da voz que ouvimos, ele é chamado de buzz laríngeo e o seu som se 
parece com o de um vibrador elétrico (BEHLAU; PONTES, 2001). Para o som se 
transformar naquilo que ouvimos, ele ainda precisa passar pelos outros órgãos 
responsáveis pela emissão da voz. Nós temos um par de pregas vocais, que estão 
localizados na laringe em forma de “V” e se encontram na posição horizontal. 
As pregas vocais abrem e fecham enquanto nós respiramos e durante a fonação. 
Os homens possuem pregas vocais maiores que as mulheres. A prega vocal 
maior e mais espessa, produz uma voz mais grave. A prega vocal menor e menos 
espessa, produz uma voz mais aguda. Por isso, a voz de cada pessoa é única, pois 
dependem das características anatômicas de cada um. Por exemplo, uma criança 
possui a voz mais aguda, em relação ao adulto, uma vez que suas pregas vocais 
são mais curtas. Quando a voz é emitida, as pregas vocais se aproximam, esse 
trabalho é feito pelos músculos intrínsecos, que são comandados pelo cérebro 
(PACHECO; BAÊ, 2006). 
UNIDADE 1 | A VOZ – QUESTÕES FISIOLÓGICAS
12
FIGURA 5 – PREGAS VOCAIS
Observe a Figura 5. No momento da inspiração as pregas vocais estão 
abertas. E no momento da fonação estão mais próximas. Se no momento da 
expiração não formos produzir nenhum som, as pregas vocais estarão afastadas, 
permitindo somente a saída do ar. 
FONTE: <https://static.mundoeducacao.bol.uol.com.br/mundoeducacao/conteudo/traqueia3.
jpg>. Acesso em: 7 set. 2019.
Você já se perguntou se uma pessoa muda possui pregas vocais? Essa é uma 
dúvida muito comum. Segundo Pacheco e Baê (2006):
a laringe tem função biológica e não biológica. Sua função biológica é possibilitar a entrada 
e a saída de ar do pulmão e também proteger a via aérea durante a deglutição, expulsando 
elementos estranhos através da tosse. Sua função não biológica é a fonação. Assim, o som 
é produzido, enquanto as funções biológicas não acontecem (PACHECO; BAÊ, 2006, p. 33). 
As pregas vocais que estão localizadas na laringe, então, apresentam funções biológicas e 
não biológicas, sendo parte do corpo humano.
INTERESSA
NTE
Os músculos intrínsecos, responsáveis pela movimentação das pregas 
vocais, são divididos em: 
• adutores: unem as pregas vocais durante a fonação e deglutição;
• abdutores: separam as pregas vocais durante a inspiração;
• tensores: alongam as pregas vocais (PACHECO; BAÊ, 2006). 
Nos músculos adutores, que são responsáveis por unir as pregas vocais, 
encontramos o músculo Tireoaritenóideo (TA). O TA se divide em duas partes: a 
TÓPICO 1 | FUNÇÃO VOCAL
13
externa e a interna. A parte interna desse músculo é chamada de corpo das pregas 
vocais, esse músculo é o responsável pelo fechamento das pregas vocais durante 
a fonação (PACHECO; BAÊ, 2006). 
FIGURA 6 – MÚSCULO TA
FONTE: <https://3.bp.blogspot.com/--96tnnRNPkU/VlYz9vDbpVI/AAAAAAAAL7U/MpfN9jNxwd4/
s400/laringe-intrinsecos-adutores.jpg>. Acesso em: 9 set. 2019.
O músculo Cricoaritenóideo Lateral (CAL) auxilia no fechamento da 
parte medial e posterior das pregas vocais, com o músculo Interaritenóideo (IA) 
(PACHECO; BAÊ, 2006).
FIGURA 7 – MÚSCULO CAL
FONTE: <https://static.wixstatic.com/
media/6d7400_43200834411240c28827260753c5fbbd~mv2.jpeg/v1/fill/w_333,h_297,al_c,lg_1,
q_90/6d7400_43200834411240c28827260753c5fbbd~mv2.webp>. Acesso em: 28 fev. 2019.
UNIDADE 1 | A VOZ – QUESTÕES FISIOLÓGICAS
14
O IA, quando contraído aproxima a parte posterior das pregas vocais. 
Para as pregas vocais se fecharem por completo, o TA, o IA e o CAL precisam 
entrar em funcionamento (PACHECO; BAÊ, 2006).
FIGURA 8 – MÚSCULO IA
FONTE: <https://massoterapiataichi.files.wordpress.com/2014/09/muscoli_della_laringe.jpg>. 
Acesso em: 16 set. 2019.
O músculo Cricotireóideo (CT), é um músculo tensor, que ao se contrair 
aproxima as cartilagens tireoide e crinoide, esse movimento tensiona e alonga 
as pregas vocais, permitindo a emissão de tons mais agudos (PACHECO, BAÊ, 
2006).
FIGURA 9 – MÚSCULO CT
FONTE: Adaptado de <https://image.slidesharecdn.com/aula-02-171218010449/95/
aula-02laringe-21-638.jpg?cb=1513559452>. Acesso em: 28 fev. 2019.
TÓPICO 1 | FUNÇÃO VOCAL
15
Para ver as pregas vocais, é necessário fazer um exame chamado 
estroboscopia. Você pode assistir o exame sendo realizado em cantores, para ver como as 
pregas vocais se movimentam. Esse vídeo está disponível em: https://www.youtube.com/
watch?v=odmeSd1UCrs. Outro vídeo que mostra o funcionamento das pregas vocais está 
disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=DwTjSTHl5QE.
DICAS
A produção do som ocorre pela modificação da corrente de ar que vem 
dos pulmões, passa pelas pregas vocais e pelos órgãos articuladores. Os órgãos 
responsáveis pela articulação são: mandíbula inferior, língua, palato mole (a parte 
final do céu da boca), lábios, alvéolos, dentes e palato duro (a parte inicial do céu 
da boca). Desse modo, quando os órgãos articuladores recebem o som da laringe 
(pregas vocais), levam-no para o aparelho ressonador (MARSOLA; BAÊ, 2000). 
Desses órgãos, os que realizam movimentos durante a articulação são: 
língua, mandíbula, lábios e palato mole. Já os órgãos articuladores passivos 
são: dentes, palato duro e alvéolos. As vogais e consoantes são produzidas pelo 
movimento desses órgãos (PACHECO; BAÊ, 2006). Você já percebeu como seus 
órgãos articuladores se movimentam conforme a emissão das vogais e consoantes? 
Você pode ir em frente ao espelho e emitir as vogais, e algumas consoantes como 
B, V, D, Z, L, N, M, S, para perceber como os órgãos trabalham na emissão de cada 
uma delas. 
UNIDADE 1 | A VOZ – QUESTÕES FISIOLÓGICAS
16
FIGURA 10 – APARELHO FONADOR
FONTE: <https://www.gta.ufrj.br/grad/09_1/impvocal/propdosinal.htm>. Acesso em: 
8 set. 2019.
Estudaremos na próxima unidade, mais profundamente, questões referentes 
aos movimentos articulatórios no momento da produção e emissão sonora.
ESTUDOS FU
TUROS
TÓPICO 1 | FUNÇÃO VOCAL
17
4 APARELHO RESSONADOR
O aparelho ressonador é o local onde se tira a qualidade do som, ele 
influencia na constituição do timbre, na sonoridade e na amplitude da voz. O 
timbre é uma das características do som. É o que distingue uma mesma frequência 
quando produzida por diferentes instrumentos ou vozes, ou seja, é a identidade 
dos sons. Sem o aparelho ressonador não seria possível ouvirmos a voz. O ar que 
faz as pregas vocais vibrarem, produz um som fundamental, que é amplificado 
e modulado pelo aparelho ressonador. O aparelho ressonador é formado pela:
• Caixa de ressonância inferior: faringe, traqueia, brônquios e pulmões. 
• Caixa de ressonância superior: cavidades bucais e cavidades da face 
(MARSOLA; BAÊ, 2000).
FIGURA 11 – RESSONÂNCIA SUPERIOR
FONTE: Pacheco e Baê (2000, p. 18)
Quando o som passa pelo nosso trato vocal (formado pela laringe, faringe, 
palato mole, palato duro, língua, mandíbula, dentes, lábios e cavidade nasal) ele 
é ampliado ou abafado. O trato vocal interfere na produção vocal, assim cada 
alteração influenciará na nossa voz. Isso também faz com que cada pessoa tenha 
uma voz única, pois cada um de nós possui caixas de ressonâncias diferentes 
(PACHECO; BAÊ, 2006). 
Quando estamos resfriados ou gripados, com sinusite ou rinite, nossa voz 
fica com um aspecto anasalado, isto ocorre porque nossa caixa de ressonância 
está com secreção, o que impede a livre circulação do ar entre os espaços ósseos. 
UNIDADE 1 | A VOZ – QUESTÕES FISIOLÓGICAS
18
Um exercício para trabalhar a ressonância dos seios faciais é o bocca chiusa. 
Este exercício consiste na produção de um som: hummmm; a boca deve estar fechada e 
com uma posição de bocejo e a língua relaxada e apoiada nos dentes inferiores.
DICAS
Acústica da Voz
A acústica é um ramo da física que estuda o som e suas propriedades. O som é definido, 
acusticamente, como uma onda que vibra e se propaga num meio elástico, por exemplo, 
o ar. O ar é feitode partículas ou moléculas, que se movem em resposta à energia que o 
movimenta. Se fizermos vibrar a corda de um violão o vai e vem que se repete recebe o 
nome de vibração. Essas vibrações põem as moléculas de ar em movimento, deslocando-
as e fazendo-as voltar ao lugar anterior. Esse vai e vem é representado na forma de ondas 
sonoras, que se propagam em todas as direções. As ondas sonoras, ao atingirem nossos 
ouvidos, colocam em movimento a membrana do tímpano. Esta movimentação do 
tímpano é transmitida ao cérebro por impulsos nervosos, possibilitando que os diferentes 
sons sejam identificados por nós. Portanto, o som é a sensação produzida no ouvido pela 
vibração de corpos elásticos.
FIGURA – FREQUÊNCIA DO SOM
NOTA
FONTE: <https://anasoares1.files.wordpress.com/2011/01/som_freq1.png?w=300&h=230>. 
Acesso em: 28 fev. 2020.
TÓPICO 1 | FUNÇÃO VOCAL
19
As propriedades do som são:
Altura – determinada pela frequência mais grave ou aguda. 
Duração – tempo de produção do som.
Intensidade – determinada pela amplitude das vibrações, dando ao som a propriedade de 
ser mais forte ou mais fraco.
Timbre – qualidade do som que permite reconhecer sua origem. Dependendo do som que 
ouvimos, podemos identificá-lo como sendo de um piano, de um violino ou de uma voz.
Outros aspectos importantes que fazem parte do som que escutamos são:
Frequência – corresponde ao número de vibrações por segundo do corpo elástico que está 
vibrando, sendo medida em hertz. 
Harmônicos – o som tem uma frequência principal denominada frequência fundamental. 
Essa frequência vem acompanhada de outras frequências ou sons secundários denominados 
harmônicos. 
FONTE: PACHECO, C.; BAÊ, T. Canto: equilíbrio entre corpo e som: princípios da 
fisiologia vocal. São Paulo: Irmãos Vitale S/A Indústria e Comércio, 2006.
20
 Neste tópico, você aprendeu que:
• A voz é um instrumento de trabalho para vários profissionais: professores, 
cantores, locutores, dentre outros.
• A voz humana é o nosso primeiro instrumento musical, e é importante 
conhecermos como ela é produzida, para que possamos produzir um som com 
mais qualidade, além de não prejudicarmos a nossa saúde.
• O aparelho respiratório é responsável pela respiração. O ar é o combustível da 
voz, sem ar não há som.
• O aparelho respiratório é formado pelas vias aéreas e pulmões.
• A respiração ideal, quando utilizamos a voz, é a costodiafragmático abdominal. 
• No aparelho fonador o ar é transformado em som, chamado de buzz laríngeo, 
mas esse som ainda não é o som que ouvimos. 
• Quanto maior e mais espessa as pregas vocais, mais grave será a voz produzida. 
Quanto menor e menos espessa as pregas vocais, mais aguda será a voz 
produzida.
• O sistema ressonador e os órgãos articuladores são os responsáveis, 
respectivamente, por amplificar e moldar o som. 
• O sistema ressonador é formado pela caixa de ressonância superior e a caixa de 
ressonância inferior.
• Os órgãos articuladores são: mandíbula inferior, língua, palato mole, lábios, 
alvéolos, dentes e palato duro. 
RESUMO DO TÓPICO 1
21
1 A emissão da voz é um sistema complexo, no qual vários órgãos trabalham 
em conjunto. Sobre a emissão da voz, classifique V para as alternativas 
verdadeiras e F para as alternativas falsas:
( ) O ar é transformado em som ao passar pelas pregas vocais. 
( ) As pregas vocais são imóveis, ou seja, elas não podem se movimentar.
( ) Quando o ar passa pelas pregas vocais, ele é transformado no som que 
ouvimos. 
( ) A alteração no trato vocal não interfere na produção da voz.
Assinale a sequência CORRETA:
a) ( ) V – V – V – F.
b) ( ) V – F – F – F.
c) ( ) F – F – V – V.
d) ( ) F – V – F – V.
2 Os órgãos que compõem o aparelho respiratório possuem funções biológicas, 
vitais e funções fonatórias, que auxiliam na produção sonora. Sobre este 
assunto, assinale a alternativa INCORRETA: 
a) ( ) As cavidades nasais têm como função biológica filtrar, aquecer e umidificar 
o ar que entra em nosso corpo. Já sua função fonatória, consiste em auxiliar 
na vibração e amplitude do som.
b) ( ) Os pulmões são responsáveis pelas trocas gasosas, sendo o órgão principal 
da respiração. Assim, na função fonatória são considerados o reservatório 
de ar para a produção sonora. 
c) ( ) A traqueia funciona como uma via de defesa do sistema respiratório, 
possibilitando somente a entrada de ar nos pulmões. Também é o órgão 
que dá suporte para a vibração das pregas vocais. 
d) ( ) A laringe tem como função biológica fazer com que as pregas vocais vibrem. 
Também é responsável pela produção de pressão no ar que é expirado.
3 Cada pessoa possui uma voz única, assim como a impressão digital é única, 
não existem duas pessoas com o mesmo timbre de voz. Disserte sobre o que 
faz cada pessoa ter uma voz única.
AUTOATIVIDADE
22
23
TÓPICO 2
CARACTERÍSTICAS VOCAIS
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
A voz é considerada um instrumento de comunicação, e por meio dela é 
possível transmitir informações e emoções. Vários profissionais utilizam a voz 
como instrumento de trabalho, como: atores, dubladores, locutores, repórteres, 
telefonistas, vendedores, professores, entre outros. 
A voz é uma expressão sonora absolutamente individual, podendo 
ser comparada a uma impressão digital. Cada voz é única e possui 
peculiaridades, de modo que as características vocais de uma pessoa 
se devem, em parte, as suas características anatômicas, como tamanho 
do trato vocal, dimensão das pregas, formação da estrutura da face etc. 
No entanto, a identidade vocal não se limita apenas às configurações 
anatômicas, já que a história pessoal, os relacionamentos interpessoais, 
a idade, as condições ambientais, a saúde física, a situação e o 
contexto de comunicação são fatores determinantes na constituição da 
identidade vocal de cada um (COSTA; ZANINI, 2016, p. 120). 
Assim, cada pessoa possui uma voz única, apresentando características 
que a definem e possibilitam o seu reconhecimento. O professor de música, por 
sua vez, além de utilizar a voz como os demais professores, pode empregá-la como 
um instrumento musical de possibilidades diversas em contextos de educação 
musical, sendo um recurso acessível ao fazer musical porque quase todos a levam 
consigo. 
Apesar de serem produzidas por um único aparelho fonador, voz cantada 
e voz falada apresentam características diversas. A seguir, serão apresentadas as 
especificidades da voz falada e da voz cantada.
2 VOZ FALADA
Já nascemos com a nossa voz, e ela se manifesta por meio do choro, riso e 
grito, ou seja, ela é um dos meios de interação mais poderosos que temos, assim 
como um meio de comunicação entre as pessoas (BEHLAU; PONTES, 2001). 
UNIDADE 1 | A VOZ – QUESTÕES FISIOLÓGICAS
24
Conforme as autoras:
Comunicamo-nos de múltiplas formas: pelo olhar, pelos gestos, pela 
expressão corporal, pela expressão facial e pela fala. A voz, porém, 
é responsável por uma porcentagem muito grande das informações 
contidas em uma mensagem que estamos veiculando e revela muita 
coisa sobre nós mesmos. A voz fala mais do que as palavras [...] 
(BEHLAU; PONTES, 2001, p. 1).
Na fala, a voz é espontânea e serve como instrumento de expressão e da 
comunicação. O foco principal do falante é o conteúdo de sua fala. Não se separa 
voz, da fala e da linguagem. Como mencionamos anteriormente, cada voz é única, 
mas nossa voz pode mudar de acordo com a situação que estamos passando, 
com a pessoa que estamos conversando, com o nosso estado físico e emocional. 
“Assim, nossa voz em casa é diferente da voz no trabalho; a voz com que nos 
dirigimos às crianças é diferente de quando conversamos com nosso cônjuge; e, 
quando estamos tristes ou felizes, nossa voz também demonstra esse sentimento” 
(BEHLAU; PONTES, 2001, p. 11). O fato de podermos mudar nossa voz demonstra 
o quanto todo o sistema que produz a voz é flexível, ao mesmo tempo em que 
temos um padrão básico vocal que nos identifica (BEHLAU; PONTES, 2001).
Um exemplo de como nossa voz representanossa personalidade e quem 
somos, é o fato que muitas pessoas não gostam de ouvir a gravação de sua própria 
voz, porque geralmente acham sua voz diferente e chata. Algumas pessoas não 
conseguem reconhecer a sua própria voz em uma gravação, mas conseguem 
reconhecer a voz de outras pessoas. Isso acontece porque nós escutamos a nós 
mesmos, de um modo diferente de como as outras pessoas nos escutam. A nossa 
própria voz chega até os nossos ouvidos por dois caminhos: pela via externa e pela 
via interna. A via externa é quando a voz sai dos nossos lábios e as ondas sonoras 
se propagam pelo ar, atingem nossos ouvidos, passando por alguns órgãos até 
chegar ao nosso cérebro. E a via interna, é quando as ondas sonoras põem o nosso 
corpo em vibração, levando o som diretamente para nossos ouvidos. Como nós 
ouvimos dessas duas formas, nossa voz se torna mais grave para nós. Já as outras 
pessoas nos ouvem apenas pela via externa, percebendo assim a nossa voz mais 
aguda (BEHLAU; PONTES, 2001). Você já parou para pensar como as outras 
pessoas escutam a sua voz? Você já ouviu a sua voz em uma gravação? Para saber 
como é a sua voz, ouça uma gravação dela. 
Apesar da nossa voz ser determinada pelas nossas características 
anatômicas, a nossa história, os nossos relacionamentos interpessoais e a 
forma como nos comunicamos com as outras pessoas também formam a nossa 
identidade vocal. Nesse sentido, nossa voz carrega uma série de informações que 
correspondem a três dimensões: a biológica, a psicológica e a socioeducacional.
• Dimensão biológica – revela nossos dados físicos básicos, como gênero, idade 
e condições de saúde.
• Dimensão psicológica – está relacionada às características básicas da 
personalidade e do estado emocional durante a emissão da voz.
TÓPICO 2 | CARACTERÍSTICAS VOCAIS
25
• Dimensão socioeducacional – revela sobre os grupos que pertencemos, tanto 
sociais quanto profissionais (BEHLAU, PONTES, 2001).
Quando falamos devemos ter alguns cuidados, para que possamos nos 
expressar melhor. Um desses cuidados é a velocidade em que falamos, se falamos 
muito rápido, as pessoas podem ter dificuldade em nos entender, mas também 
passamos a sensação de sermos uma pessoa ansiosa e que queremos falar rápido 
para terminar logo o assunto. Temos que cuidar com a velocidade que estamos 
falando, não podemos falar nem muito rápido, nem muito devagar. 
Cabe destacar que a respiração na voz falada se apresenta de forma natural 
e o ciclo completo depende do comprimento das frases e da emoção. A respiração 
será lenta e nasal nas pausas e mais rápida e bucal durante a fala, pouca expansão 
torácica e expiração passiva. O ciclo respiratório é o que mais se altera frente a 
emoção. Por isso, a voz carrega consigo várias expressões. 
Outro aspecto que devemos cuidar ao falar é a intensidade da nossa voz. 
A intensidade do som é o volume, ou seja, a força com qual o som é produzido 
(POUGY; VILELA, 2016). Quando falamos muito alto, pode parecer que estamos 
invadindo o espaço da outra pessoa, que não estou respeitando o meu interlocutor. 
Se falamos muito baixo, podemos parecer uma pessoa calma, mas podemos 
demonstrar também certa insegurança, o que pode fazer com que a pessoa que 
está nos ouvindo tenha dificuldade em entender o que estamos falando, assim 
como causar uma certa monotonia com a nossa fala. Devemos falar em um 
volume médio, e evitar o uso excessivo da voz em locais com muito barulho. No 
Quadro 3, você pode conferir como nossa voz pode interferir na interpretação de 
quem nos ouve.
QUADRO 3 – EXEMPLOS DE PARÂMETROS VOCAIS E SUAS ASSOCIAÇÕES PSICODINÂMICAS
Voz do falante Interpretação do ouvinte
Voz rouca. Cansaço, estresse, esgotamento.
Voz soprosa. Fraqueza, mas também sensualidade.
Voz comprimida. Caráter rígido, emissões contidas, esforço e necessidade 
de controle da situação.
Voz monótona. Indivíduo monótono, repetitivo, chato e desinteressante.
Voz trêmula. Sensibilidade, fragilidade, indecisão ou medo.
Voz infantilizada. Ingenuidade ou falta de maturidade emocional.
Voz nasal (fanhosa). Limitação intelectual e física, falta de energia e inabilidade 
social.
Voz grave. Indivíduo enérgico e autoritário.
Voz aguda. Indivíduo submisso, dependente, infantil ou frágil.
Conversa em tons agudos. Clima alegre.
Conversa em tons graves. Clima triste e melancólico.
UNIDADE 1 | A VOZ – QUESTÕES FISIOLÓGICAS
26
Pouca variação de tons na fala. Rigidez de caráter e controle das emoções.
Variação rica de tons na fala Alegria, satisfação e riqueza de sentimentos.
Intensidade elevada (falar alto). Franqueza, energia ou falta de educação.
Intensidade reduzida (falar baixo). Pouca experiência nas relações pessoais, timidez ou medo.
Articulação definida dos sons da 
fala.
Clareza de ideias, desejo de ser compreendido.
Articulação imprecisa dos sons da 
fala.
Dificuldade na organização mental ou desinteresse em 
comunicar-se.
Articulação exagerada dos sons da 
fala.
Sinal de narcisismo.
Velocidade lenta da fala. Falta de organização de ideias, lentidão de pensamento 
e atos.
Velocidade elevada da fala. Ansiedade, falta de tempo ou tensão.
Respiração calma e harmônica. Organismo equilibrado e mente calma.
Respiração profunda e ritmada. Pessoas ativas e enérgicas.
Ciclos respiratórios irregulares. Agitação e excitação.
FONTE: Behlau e Pontes (2001, p. 19-21)
Ao falarmos temos que cuidar também com a nossa articulação. Devemos 
articular bem as palavras para que as pessoas possam nos entender melhor. 
Quando falamos, devemos abrir a nossa boca, para que aumente a amplificação 
do som. Devemos também articular bem cada palavra. Você deve cuidar também, 
para não exagerar nessa articulação. Os articuladores têm a função de ajudar na 
formação dos fonemas e dirigir o som para o aparelho ressonador. Como vimos 
anteriormente, são articuladores: mandíbula inferior, língua, palato mole, lábios, 
dentes, palato duro (céu da boca) e as pregas vocais. Os articuladores serão 
tratados mais especificamente na próxima unidade. 
A postura é outro ponto que influencia na emissão da voz, por isso é 
importante que você preste atenção na sua postura, você deve manter uma 
postura ereta e não tensionar o seu corpo. Preste também atenção na sua cabeça, 
para que ela não fique abaixada, nem muito elevada. 
Quando utilizamos a voz como instrumento do nosso trabalho, é 
importante realizarmos períodos de descanso, para não forçarmos a nossa voz. 
Assim, devemos realizar pequenas pausas. Por exemplo, se ao falar estivermos 
interagindo com outras pessoas, devemos dar espaços para que elas possam falar, 
assim conseguimos descansar a nossa voz. A voz falada comumente prima pela 
emissão da mensagem, com grande demanda da articulação para a transmissão 
do conteúdo vocal. 
TÓPICO 2 | CARACTERÍSTICAS VOCAIS
27
3 VOZ CANTADA
A voz é o instrumento musical que une o texto à música (DINVILLE, 
1993). Dessa forma, ao cantarmos transmitimos emoções e sensações. Ao nos 
expressarmos durante o canto, refletimos também a nossa personalidade. Mais 
adiante, abordaremos a expressividade durante o canto. É importante termos a 
consciência de como nosso corpo trabalha para que a nossa voz seja produzida, 
que foi o tópico que abordamos anteriormente. Ao cantarmos, precisamos ter 
consciência de como cada parte do corpo trabalha, para podermos ampliar a nossa 
qualidade vocal. No ato de cantar, diferentemente do ato de falar, a respiração é 
treinada e varia de acordo com as frases musicais. 
Segundo Dinville (1993), na voz cantada, ao contrário da voz falada, 
a ênfase está muito mais na sua forma, em como emitir esta voz. O conteúdo 
do que se canta já é sabido, não é espontâneo, elaborado pelo cantor naquele 
momento. É estudado, é uma realização mental prévia do som que se quer obter. 
Há também diferenças de ritmo observadas na voz falada e na voz cantada. O 
ritmo caracteriza-se pelo movimento do som ordenado no tempo. No canto, o 
que determina o ritmo é a estrutura melódica, sendoque, às vezes, uma sílaba 
pode demorar mais que um compasso. Já na fala, o ritmo dependerá diretamente 
do sujeito falante ou, no caso do ator, das exigências interpretativas. 
No Quadro 4 você pode conferir as diferenças entre a voz falada e cantada 
no que diz respeito à fonação, ressonância e projeção de voz, qualidade vocal, 
articulação dos sons, pausas, velocidade e ritmo e postura:
QUADRO 4 – DIFERENÇAS ENTRE VOZ FALADA E VOZ CANTADA
Voz falada Voz cantada
Fonação
As pregas vocais fazem ciclos vibratórios 
com o quociente de abertura (O 
quociente de abertura é um parâmetro 
que mede a relação entre o tempo de 
abertura da glote pelo tempo total de 
um ciclo. Está relacionado à intensidade 
vocal, quanto maior a intensidade 
vocal, menor será o valor de quociente 
de abertura), levemente maior que 
o de fechamento (o quociente de 
fechamento é um parâmetro que mede 
a relação entre o tempo de fechamento 
da glote pelo tempo total de um ciclo).
As pregas vocais fazem ciclos 
vibratórios com o quociente 
de fechamento maior que o de 
abertura, o que gera um som 
acusticamente mais rico e com 
maior tempo de duração.
Produz-se uma série regular de 
harmônicos, vinte deles, em média, com 
intensidade decrescente em direção aos 
tons mais agudos.
Produz-se uma série rica, de 
mais de trinta harmônicos com 
maior intensidade.
A extensão de frequências em uso 
habitual é de 3 a 5 semitons, dependendo 
da língua que se fala e da entonação 
empregada.
A extensão de frequências no 
canto é ampla, ao redor de duas 
oitavas e meia.
UNIDADE 1 | A VOZ – QUESTÕES FISIOLÓGICAS
28
Ressonância 
e projeção de 
voz
A ressonância é geralmente média, em 
condições naturais do trato vocal, sem 
maior uso de uma ou outra cavidade, 
pois geralmente não há necessidade de 
grande projeção vocal, a não ser para 
gritar.
A ressonância é geralmente 
alta, dita “na máscara” (quando 
são utilizados os ressonadores 
faciais), o que indica que o foco 
ressonantal concentra-se na 
parte superior do trato vocal. 
Estes recursos são utilizados 
para se conseguir uma maior 
projeção vocal. 
Ressonância 
e projeção de 
voz
Quando a projeção vocal é necessária, 
para chamar alguém que está distante 
ou para dar um grito, geralmente, utiliza-
se uma inspiração profunda, aumenta-
se a abertura da boca e utilizam-se sons 
mais agudos e mais extensos.
Projeção vocal é uma 
necessidade constante no 
canto, que deve ser audível 
mesmo durante a emissão de 
sons pianíssimos; para tanto, a 
expiração é maior que a usada 
na fala, e a boca tende a ficar 
mais aberta.
A intensidade habitual situa-se ao redor 
de 64 dB (decibéis) para conversação, 
mantendo-se relativamente constante 
durante o discurso; a faixa de variações 
fica ao redor de 10dB.
A intensidade quase nunca 
é constante, com variações 
controladas e rápidas do 
pianíssimo ao fortíssimo, 
podendo variar de 45dB a 110dB.
Qualidade 
vocal (timbre 
da voz)
A qualidade vocal pode ser adaptada ou 
com pequenos desvios que identificam 
o falante, mas que não chegam a ser 
considerados sinais de disfonia, por 
exemplo, voz levemente rouca, soprosa 
ou nasal.
A qualidade vocal depende da 
natureza do canto, do estilo 
musical e do repertório.
A qualidade vocal é extremamente 
sensível, dependendo de quem seja o 
interlocutor, qual a natureza do discurso 
ou quais os aspectos emocionais 
da situação. Variações ocasionais, 
como presença de tremor ou palavras 
sussurradas, são aceitas como parte do 
conteúdo emocional do discurso.
A qualidade vocal é estável em 
função do treino dos cantores e 
sofre menos influência de fatores 
externos à realidade musical. 
Qualidade 
vocal (timbre 
da voz)
Os distúrbios na produção da voz falada 
são chamados de disfonias. 
Os distúrbios na produção da 
voz cantada denominam-se 
disodias, podendo ou não ser 
acompanhados de disfonia. 
Articulações 
dos sons
A articulação deve ser precisa para que 
as palavras sejam inteligíveis, uma vez 
que o principal objetivo é a transmissão 
da mensagem.
A mensagem a ser transmitida 
está além das palavras e, 
portanto, privilegiam-se os 
aspectos musicais, o que pode 
significar, em alguns casos, a não 
valorização da articulação de 
certos sons, que podem ser sub 
articulados.
TÓPICO 2 | CARACTERÍSTICAS VOCAIS
29
As vogais e as consoantes têm duração 
definida de acordo com a língua que se 
fala.
Na frase musical, as vogais são 
geralmente mais longas que 
as consoantes e servem de 
apoio para a manutenção da 
ressonância, qualidade musical e 
afinação.
Os movimentos articulatórios básicos 
são definidos pela língua utilizada, 
porém, o padrão de articulação 
sofre grande influência dos aspectos 
emocionais do falante e do discurso.
Os movimentos articulatórios 
básicos recebem influência dos 
aspectos tonais da música e da 
frase musical.
Pausas
As pausas sofrem influência direta das 
características de personalidade do 
falante, podendo ocorrer por hesitação 
de valor enfático ou, ainda, refletir 
interrupções naturais do discurso.
As pausas são pré-programadas 
e definidas pelo compositor e/
ou regente do coro, para que se 
cause apelo emocional durante a 
interpretação.
Velocidade e 
ritmo
A velocidade e o ritmo da emissão falada 
são pessoais e dependem de múltiplos 
fatores, tais como características 
da língua falada e regionalismo, 
personalidade, profissão, intenção 
emocional do discurso e fatores de 
controle neurológico do falante.
A velocidade e o ritmo da 
emissão cantada dependem do 
tipo de música, da harmonia, 
melodia e do andamento que o 
regente confere ao tema.
Alterações na velocidade e no ritmo da 
emissão geralmente ocorrem de forma 
inconsciente, mas podem ser reguladas 
de acordo com o objetivo emocional da 
emissão.
Alterações na velocidade 
e no ritmo da emissão são 
controladas, ensaiadas e pré-
programadas.
Postura
É variável, com mudanças constantes. 
A utilização da linguagem corporal é 
um complemento importante para 
transmitir a mensagem e tornar a 
comunicação mais atraente.
É menos variável, devendo-se 
sempre manter o tronco ereto, 
para facilitar o apoio respiratório 
e a estabilidade na produção da 
voz.
As mudanças habituais na postura 
corporal não interferem de modo 
significativo na produção da voz 
coloquial.
As mudanças na postura corporal 
podem interferir na qualidade 
vocal e, consequentemente, no 
desempenho profissional.
FONTE: Adaptado de Behlau e Rehder (2009)
3.1 RESPIRAÇÃO E APOIO
A respiração ideal para o canto é a costodiafragmático abdominal, que 
já vimos no Tópico 1. Nesse tipo de respiração, na inspiração você deve abrir as 
costelas e expandir o abdômen, para que assim, possa encher com o ar toda a 
estrutura dos pulmões. Nesse momento da inspiração, é muito importante que 
você observe se está levantando os ombros, pois se estiver, você realizará uma 
respiração mais torácica. Durante a expiração, as costelas permanecem abertas, 
UNIDADE 1 | A VOZ – QUESTÕES FISIOLÓGICAS
30
e o abdômen é contraído. É muito importante que, ao expirar, você contraia o 
abdômen na região abaixo do umbigo (quatro dedos abaixo do umbigo), porque 
se você contrair a região mais alta do abdômen pode causar uma tensão nas 
costelas. É importante frisar que ao contrair o abdômen, você não pode apertá-lo, 
para não tencioná-lo. 
Tente inspirar e expirar, utilizando a respiração costodiafragmática abdominal, 
para verificar se você está respirando corretamente, treine em frente ao espelho, e coloque 
as mãos sobre as costelas e sobre o abdômen para verificar se você está movimentando-os 
corretamente.
INTERESSA
NTE
Durante a fala e o canto é muito importante que você faça o apoio durante 
a respiração. O apoio é a capacidade de controlar a saída do ar, para não o gastar 
desnecessariamente. O apoio é muito importante, em especial, para o canto, 
pois permite uma boa projeção da voz, melhora a qualidade vocal e ajuda na 
sustentação das notas musicais. Vários órgãos trabalham para fazer a função de 
apoioenquanto cantamos. São eles: 
• A cinta abdominal: reto abdominal, oblíquo interno e externo e transverso do 
abdômen.
• A musculatura superior: diafragma e intercostais, internos e externos.
• A musculatura torácica inferior: quadrado lombar, oblíquos e ilíaco (PACHECO; 
BAÊ, 2006). 
Para a abertura das costelas, para que a base dos pulmões receba o ar, imagine 
que seus pulmões são dois balões.
DICAS
TÓPICO 2 | CARACTERÍSTICAS VOCAIS
31
FIGURA 12 – MÚSCULOS UTILIZADOS DURANTE O APOIO
FONTE: <http://4.bp.blogspot.com/-vyRJBLtPlGQ/UI-y5o5O5aI/AAAAAAAAADM/aYhkuAk5HA8/
s640/popo.jpg>. Acesso em: 7 set. 2019.
Ao cantar a sua inspiração deve ser normal, sem exageros. Já na expiração 
é importante saber controlar o sopro, economizando o ar, para utilizar somente o 
que a música necessita, assim como para inspirar nos momentos corretos da frase 
musical, para não interromper nenhuma frase. Por isso é importante praticarmos a 
respiração, para aprender a utilizar apenas o necessário (MARSOLA; BAÊ, 2000). 
O apoio durante a respiração, faz com que você solte o ar de maneira constante, e 
de acordo com a necessidade das frases e dos sons que serão emitidos. 
No apoio devemos realizar uma pressão suave e firme na musculatura 
pubiana (é a musculatura que fica quatro dedos abaixo do umbigo), essa contração 
gera uma pressão interna no abdômen que irá pressionar levemente o diafragma 
para cima. Algumas pessoas pressionam a musculatura pélvica e abdominal 
gradativamente para dentro, com a intenção de utilizar o apoio, mas além de 
pressionar essa musculatura para dentro, é importante conseguir mantê-la parada, 
ao executar alguns trechos musicais para se obter o apoio necessário (PACHECO; 
BAÊ, 2006). A respiração de apoio é um dinâmico e imutável relacionamento 
entre as forças que trazem o ar para dentro do seu corpo e aquelas que o fazem 
sair. É a relação dinâmica entre os músculos da inalação/inspiração e da exalação. 
Outro ponto importante para uma boa respiração é a postura. Uma boa 
postura na hora de cantar, auxilia na respiração. Uma boa postura para cantar, é 
manter o corpo relaxado, mas firme, é importante não tensionar o corpo, manter as 
costas retas e a cabeça alinhada. Se estiver sentado, o ideal é sentar mais na ponta 
UNIDADE 1 | A VOZ – QUESTÕES FISIOLÓGICAS
32
da cadeira, e manter o corpo relaxado, as costas retas e a cabeça alinhada. Os pés 
devem ficar apoiados no chão. Durante a respiração, a capacidade pulmonar pode 
variar de acordo com cada pessoa. A posição na qual nos encontramos também 
influencia na respiração, quando estamos em pé a capacidade pulmonar é mais 
profunda, e quando estamos sentados ela perde um pouco de sua capacidade 
(DINVILLE, 1993). 
Como sentir a respiração de apoio? Coloque-se em uma boa postura, 
inspire e expire lentamente. Inspire novamente e solte fazendo um leve chiado; aumente 
gradativamente o som do chiado. Procure observar o que você sente na região abdominal 
quando produz o pequeno chiado, e quando o som vai aumentando. Essa é a sensação da 
respiração de apoio.
INTERESSA
NTE
A respiração no ato de cantar apresenta quatro estágios: (1) inspiração 
(inalação); (2) instalação (sustentação); (3) expiração controlada (realização do 
som vocal enquanto exala) e (4) descanso ou recuperação. 
QUADRO 5 – ESTÁGIOS DA RESPIRAÇÃO DURANTE O CANTO
Estágios da respiração Descrição do estágio
(1) Inalação / inspiração Deve ser mais rápida que a inspiração natural. Mais ar é tomado 
e a respiração para os pulmões é mais profunda. Ao inalar, você 
deve sentir o ar mover-se dentro do seu corpo, descendo para 
os pulmões e se espalhando pela parte central do seu tronco. 
A inalação deve ser fácil, sem barulho e não de forma forçada. 
Uma boa inalação tem o mínimo de ruído. 
(2) Instalação / Sustentação Não é realizada na respiração natural, pois não se faz necessária, 
mas no canto é muito importante que a respiração seja 
sustentada. O propósito desse momento de sustentação é 
ajustar ou graduar o ar exalado que vai ser usado no som vocal. 
Quando é realizada corretamente, a sustentação possibilitará 
começar o som sem esforço significativo. A sustentação deve 
ser elaborada e praticada pelo cantor, através dos exercícios de 
respiração, até que se torne espontânea. 
(3) Expiração controlada No canto é o momento no qual o som vocal é produzido. A 
respiração precisa ser conservada (mantida), e depois solta de 
uma forma bem lenta, de acordo com a música executada. 
Assim como a sustentação, a expiração controlada deve ser 
exercitada pelo cantor.
TÓPICO 2 | CARACTERÍSTICAS VOCAIS
33
(4) Descanso/Recuperação É o breve momento ao final de cada respiração quando todos 
os músculos se associam a um relaxamento. O período de 
recuperação na respiração natural é bem mais longo que no 
momento do canto, pois a música pede um retorno imediato 
à ação.
FONTE: Adaptado de McKinney (1983)
Os quatro estágios da respiração para o canto, de acordo com McKinney 
(1983), devem ser praticados de forma pensada e lenta, até que todo o processo 
esteja bem seguro e espontâneo. 
Quando cantamos, diferente do que abordamos na voz falada, há uma 
diferença na duração dos sons das notas que emitimos, e cantamos notas mais 
agudas. Alcançamos notas mais agudas por meio de exercícios específicos e 
trabalhando o apoio durante a respiração. Repare que todos os órgãos que 
abordamos anteriormente, trabalham em conjunto para uma boa qualidade vocal. 
O Quadro 6 sintetiza algumas diferenças no ato da respiração na voz falada e na 
voz cantada. Observe:
QUADRO 6 – DIFERENÇAS ENTRE VOZ FALADA E VOZ CANTADA NO QUE SE REFERE A 
RESPIRAÇÃO
Voz falada Voz cantada
● A respiração é natural.
● A respiração completa (entrada e saída 
de ar) varia de acordo com a emoção e 
com comprimento da fala.
● A saída do ar é um processo passivo.
● O objetivo da voz falada é a transmissão 
da mensagem, portanto a articulação deve 
ser precisa, mantendo a identidade dos 
sons.
● A respiração é treinada.
● A respiração completa (entrada e saída de ar) 
será pré-programada de acordo com as frases 
musicais.
● O controle da saída do ar (expiração) será ativo, 
mantendo a caixa torácica ativa.
● A mensagem a ser transmitida no canto está 
além das palavras, privilegiando também os 
aspectos musicais: ritmo, altura. 
FONTE: Adaptado de Fagundes (2004)
3.2 CLASSIFICAÇÃO VOCAL
A voz humana possui uma classificação. A classificação se refere à voz 
cantada, considerando as bases anatômicas, morfológicas e acústicas de cada 
pessoa. O sistema classificatório mais adotado é o SATB (Soprano, Alto/Contralto, 
Tenor e Baixo), sendo: soprano (mulher) e tenor (homem), vozes agudas e 
contralto (mulher) e baixo (homem), vozes graves. Ainda é possível considerar 
vozes intermediárias, ou médias: mezzo-soprano (mulher) e barítono (homem). 
Confira a classificação das vozes no Quadro 7:
UNIDADE 1 | A VOZ – QUESTÕES FISIOLÓGICAS
34
QUADRO 7 – CLASSIFICAÇÃO VOCAL
Vozes Características
Vozes femininas Soprano Aguda
Mezzo-soprano Intermediária
Contralto Grave
Vozes masculinas Tenor Aguda
Barítono Intermediária
Baixo Grave
FONTE: As autoras
O ideal é que um professor de canto, com amplo conhecimento para 
observar todas as características de um cantor, possa realizar essa classificação. 
A voz é classificada por alguns fatores como: extensão vocal, tessitura, timbre, a 
estrutura corporal e as características anatômicas. A extensão vocal é o limite de 
sons emitidos por uma pessoa, do mais grave ao mais agudo, mesmo os além dos 
limites naturais da tessitura. A tessitura é o conjunto de notas que você canta com 
facilidade, ou seja, as notas que consegue cantar de forma tranquila e cômoda, da 
mais grave até a mais aguda. Em geral, a tessitura abrange 10 notas. O timbre, por 
sua vez, é a personalidade de cada voz. 
A voz possui características individuais e, portanto, deve ser 
classificada de acordo com os padrões que a determinam. Entre as 
variáveis, encontram-se o fatorbiológico inerente ao sexo, masculino e 
feminino, e o fator da idade como cruciais no momento da classificação 
vocal. A literatura aponta outros critérios que devem ser considerados, 
como as características anatômicas da laringe, a estrutura corporal, os 
aspectos funcionais (ZIMMER; CIELO; FERREIRA, 2012, p. 1). 
A seguir, você pode observar a extensão vocal de cada voz, conforme 
Dinville (1993), lembrando que a extensão vocal é o limite de sons emitidos por 
uma pessoa, mesmo que essas notas ultrapassem a sua tessitura vocal.
FIGURA 13 – CLASSIFICAÇÃO VOCAL
Soprano
TÓPICO 2 | CARACTERÍSTICAS VOCAIS
35
Mezzo-soprano
Contralto
Tenor
Barítono
Baixo
FONTE: Adaptado de Dinville (1993)
Para compreender auditivamente as características de cada extensão vocal, 
ouça atentamente os vídeos, disponíveis nos links a seguir. 
Voz soprano: https://www.youtube.com/watch?v=9T16YttOcRU.
Voz contralto: https://www.youtube.com/watch?v=YPO1iaetL2I. 
Voz tenor: https://www.youtube.com/watch?v=qVfG8q9HsF8. 
Voz baixo: https://www.youtube.com/watch?v=hHQlMtN6R1A.
DICAS
UNIDADE 1 | A VOZ – QUESTÕES FISIOLÓGICAS
36
Uma extensão vocal pouco encontrada são os contratenores. Os contratenores 
são homens adultos com voz falada de tenor ou barítono/baixo, que geralmente usam uma 
técnica vocal de falsete para cantar partes de contralto (alto) ou soprano (CRUZ; GAMA; 
HANAYAMA, 2004). Para uma melhor contextualização, assista ao vídeo “Vivaldi: il Giustino, 
"Vedro con mio diletto" par Jakub Józef Orliński”, disponível em: https://www.youtube.com/
watch?v=yF4YXv6ZIuE.
INTERESSA
NTE
3.3 AFINAÇÃO
Como tratado, o professor de música utiliza em suas aulas a voz falada, 
como os demais professores, e a voz cantada como um recurso pedagógico 
no processo de educação musical. Assim, o professor/educador musical deve 
preocupar-se com sua afinação. Você sabe o que é afinação? Diz-se que uma 
pessoa é afinada quando atinge as alturas sonoras propostas de maneira correta. 
Segundo Marsola e Baê (2000, p. 47) afinar “é atingir a mesma frequência que 
foi tocada ou ouvida na melodia original a ser cantada”. O som é uma vibração 
que possui uma determinada frequência (quantidade de vibrações por segundo). 
Cada nota musical possui uma frequência. Assim, nós cantamos afinados, 
quando cantamos com a mesma frequência em que a nota foi tocada na melodia 
original que devemos cantar (MARSOLA; BAÊ, 2000). Segundo Dinville (1993), 
a afinação é regulada por movimentos extremamente delicados, pelo domínio de 
um conjunto de sensações às quais é preciso ficar muito atento. 
Tafuri (2000) considera que a afinação é uma questão cultural que adquire 
sentido e importância diferente aos contextos culturais e, por isso, não podemos 
absolutilizá-la. Contudo, para nossa cultura é um elemento determinante, 
sobretudo, pelos aspectos sociais como cantar em uma festa de aniversário – 
cantar em grupo, e imprescindível na atividade musical em sala de aula.
 
Para termos uma boa afinação, é muito importante termos uma boa 
audição. Alguns fatores interferem na afinação: Marsola e Baê (2000) apontam 
que a falta de percepção auditiva é um deles e que todos devem aprender a ouvir. 
Quem canta, ao ouvir um som, deve conseguir compará-lo e diferenciá-lo dos 
demais, por exemplo: sons graves, médios e agudos; sons fortes ou fracos, sons 
mais longos ou mais curtos, até distinguir intervalos das notas musicais. Por isso, 
a audição está atrelada à afinação: porque quando o nosso ouvido capta o som, 
outros estímulos transmitem a informação para os centros cerebrais, que guarda 
o som na nossa memória. Quando emitimos o som, novos estímulos partem do 
nosso cérebro para os centros nervosos dos músculos respiratórios, laríngeos, 
TÓPICO 2 | CARACTERÍSTICAS VOCAIS
37
bucais, entre outros necessários para emitir o som. Assim, ouvimos, guardamos o 
som na memória, para depois emiti-lo. A falta da percepção sonora, pode afetar a 
afinação (MARSOLA; BAÊ, 2000).
A falta de atenção, a respiração incorreta, a falta de apoio na respiração, o 
nervosismo, podem interferir na afinação. Algumas pessoas são conhecidas como 
tone deaf, essas pessoas podem cantar a música em outro tom sem perceber. O tone 
deaf, não é a pessoa desafinada, pois a pessoa desafinada percebe quando erra a 
nota, já o tone deaf não consegue reconhecer a frequência, assim não consegue 
perceber seu erro, mesmo que uma outra pessoa fale que ele está errado. Existe 
também a pessoa que tem o ouvido absoluto, que é a pessoa capaz de reconhecer 
a frequência das notas tocadas imediatamente, tanto as notas isoladas quanto na 
harmonia (MARSOLA; BAÊ, 2000).
Para melhorarmos a nossa afinação, é fundamental realizarmos exercícios 
de técnica vocal e de percepção auditiva constantemente, e não apenas na 
hora que iremos cantar, mais adiante abordaremos alguns desses exercícios. 
Os exercícios de respiração são muito importantes para mantermos uma boa 
afinação. O nervosismo também pode influenciar na nossa afinação, quando 
estamos inseguros e nervosos podemos desafinar. A tonalidade que escolhemos 
para cantar a música também influencia na afinação, podemos estar desafinando 
porque estamos cantando em uma tonalidade que não é adequada para a nossa 
voz. Por isso, é importante conhecer sua tessitura vocal, isto é, conhecer o conjunto 
de sons que você consegue emitir com mais facilidade. Se esse for o caso, devemos 
transportar a tonalidade da música, para uma tonalidade mais adequada à nossa 
extensão vocal.
Uma dica para você conseguir melhorar a sua afinação, é que você grave 
enquanto estiver cantando, e depois ouça para identificar se em algum ponto da música 
você está desafinando. Você pode treinar essa parte específica, e depois gravar novamente 
para ouvir se a sua afinação melhorou.
DICAS
O link a seguir apresenta o áudio de uma canção indígena do povo Paiter 
Surui que vive no estado de Rondônia. Procure observar a forma de cantar e a afinação, 
que difere da afinação ocidental, observadas em nosso repertório. Disponível no link http://
www.cantosdafloresta.com.br/audios/meko-perewabe/.
DICAS
UNIDADE 1 | A VOZ – QUESTÕES FISIOLÓGICAS
38
Na próxima unidade trataremos sobre os vocalizes, exercícios que dentre 
outras funções como o aquecimento e a preparação vocal, trabalham a afinação 
dos cantores.
3.4 VIBRATO
Conforme Pacheco e Baê (2006, p. 69), “o vibrato é descrito como pequenas 
variações de frequência e intensidade que ocorrem de forma rápida e irregular 
durante o canto”. O vibrato é um ornamento utilizado tanto no canto popular, 
quanto no canto erudito. As autoras classificam o vibrato em dois tipos, o vibrato 
de amplitude e o vibrato de frequência. 
O vibrato de amplitude é controlado pela movimentação da musculatura 
abdominal. Nele os músculos abdominais são contraídos, produzindo pulsações 
rítmicas na pressão aérea, que atuam sobre a musculatura intrínseca da laringe 
(PACHECO; BAÊ, 2006). Nesse tipo de vibrato é mantida a mesma nota musical, 
mas há uma mudança na intensidade da nota.
O vibrato de frequência, é realizado por contrações do músculo 
cricotireóideo (CT), situado na laringe. Deve-se ter cuidado para não tensionar 
a musculatura, uma vez que isso pode interromper a emissão do vibrato 
(PACHECO; BAÊ, 2006). Esse tipo de vibrato geralmente oscila a frequência da 
nota em um semitom descendente.
Você deve utilizar o vibrato no canto, de acordo com seu gosto musical, 
mas você deve ter o cuidado de observar se não está exagerando no uso de 
vibratos, e se o vibrato condiz com o estilo da música. O vibrato, também deve 
ser estudado e treinado, para ser emitido com mais naturalidade e controle.
Uma das formas de treinar o vibrato de sequência, é cantar uma nota 
musical emitindo a vogal “a” e alternar essa nota em um semitom descendente. Utilize um 
instrumento musical para auxiliar você, enquanto canta. Por exemplo, cante a nota Dó, 
emitindo a vogal “a” e alterne cantando a nota Si, retornando para a nota Dó sucessivamente.

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