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ANATOMIA DO CORAÇÃO

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INTRODUÇÃO 
 O coração, que é um pouco maior do que uma mão 
fechada, é uma bomba dupla, autoajustável, de 
sucção e pressão, cujas partes trabalham em 
conjunto para impulsionar o sangue para todos os 
locais do corpo. 
 O lado direito do coração (coração direito) recebe 
sangue pouco oxigenado (venoso) do corpo pelas 
VCS e VCI e o bombeia através do tronco e das 
artérias pulmonares para ser oxigenado nos 
pulmões. 
 O lado esquerdo do coração (coração esquerdo) 
recebe sangue bem oxigenado (arterial) dos pulmões 
através das veias pulmonares e o bombeia para a 
aorta, de onde é distribuído para o corpo. 
 O coração tem quatro câmaras: átrios direito e 
esquerdo e ventrículos direito e esquerdo. Os átrios 
são câmaras de recepção que bombeiam sangue para 
os ventrículos (as câmaras de ejeção). As ações 
sincrônicas das duas bombas atrioventriculares (AV) 
cardíacas (câmaras direita e esquerda) constituem o 
ciclo cardíaco. O ciclo começa com um período de 
alongamento e enchimento ventricular (diástole) e 
termina com um período de encurtamento e 
esvaziamento ventricular (sístole). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAMADAS DO CORAÇÃO 
 A parede de cada câmara cardíaca tem três camadas, 
da superficial para a profunda: 
 Endocárdio, uma fina camada interna (endotélio e 
tecido conectivo subendotelial) ou membrana de 
revestimento do coração que também cobre suas 
valvas. 
 Miocárdio, uma camada intermediária helicoidal e 
espessa, formada por músculo cardíaco. 
 Epicárdio, uma camada externa fina (mesotélio) 
formada pela lâmina visceral do pericárdio seroso. 
 
 As fibras musculares cardíacas estão fixadas ao 
esqueleto fibroso do coração. Essa é uma estrutura 
complexa de colágeno denso que forma quatro anéis 
fibrosos que circundam os óstios das valvas, um 
trígono fibroso direito e outro esquerdo (formados 
por conexões entre os anéis), e as partes 
membranáceas dos septos interatrial e 
interventricular. O esqueleto fibroso do coração: 
 Mantém os óstios das valvas AV e arteriais 
permeáveis e impede que sejam excessivamente 
distendidos por um aumento do volume de sangue 
bombeado através deles 
 Oferece fixação para as válvulas das valvas 
 Oferece fixação para o miocárdio, que, quando não 
espiralado, forma uma faixa miocárdica ventricular 
contínua originada principalmente no anel fibroso 
da valva do tronco pulmonar e inserida 
principalmente no anel fibroso da valva da aorta 
 Forma um “isolante” elétrico, separando os impulsos 
conduzidos mioentericamente dos átrios e 
ventrículos, de forma que a contração dessas 
câmaras seja independente, e circundando e dando 
passagem à parte inicial do feixe AV do complexo 
estimulante do coração. 
 
ÁPICE DO CORAÇÃO 
 É formado pela parte inferolateral do ventrículo 
esquerdo. 
 Situa-se posteriormente ao 5ª espaço intercostal 
esquerdo em adultos, em geral a aproximadamente 9 
cm (a largura de uma mão) do plano mediano. 
 Permanece imóvel durante todo o ciclo cardíaco. 
 É o local de intensidade máxima dos sons de 
fechamento da valva atrioventricular esquerda 
(mitral) (batimento apical); o ápice está situado sob 
o local onde os batimentos cardíacos podem ser 
auscultados na parede torácica. 
 
BASE DO CORAÇÃO 
 É a face posterior do coração (oposta ao ápice). 
 É formada principalmente pelo átrio esquerdo, com 
menor contribuição do átrio direito. 
 Está voltada posteriormente em direção aos corpos 
das vértebras T VI a T IX e está separada delas pelo 
pericárdio, seio oblíquo do pericárdico, esôfago e 
aorta 
 Estende-se superiormente até a bifurcação do tronco 
pulmonar e inferiormente até o sulco coronário 
 Recebe as veias pulmonares nos lados direito e 
esquerdo de sua porção atrial esquerda e as veias 
cavas superior e inferior nas extremidades superior 
e inferior de sua porção atrial direita. 
FACES DO CORAÇÃO 
 As quatro faces do coração são: 
 Face esternocostal (anterior), formada 
principalmente pelo ventrículo direito. 
 Face diafragmática (inferior), formada 
principalmente pelo ventrículo esquerdo e em parte 
pelo ventrículo direito; está relacionada 
principalmente ao centro tendíneo do diafragma 
 Face pulmonar direita, formada principalmente pelo 
átrio direito. 
 Face pulmonar esquerda, formada principalmente 
pelo ventrículo esquerdo; forma a impressão 
cardíaca do pulmão 
 
MARGENS DO CORAÇÃO 
 O coração parece trapezoide nas vistas anterior 
e posterior . As quatro margens do coração são: 
 Margem direita (ligeiramente convexa), formada 
pelo átrio direito e estendendo-se entre a VCS e a 
VCI. 
 Margem inferior (quase horizontal), formada 
principalmente pelo ventrículo direito e 
pequena parte pelo ventrículo esquerdo. 
 Margem esquerda (oblíqua, quase vertical), 
formada principalmente pelo ventrículo 
esquerdo e pequena parte pela aurícula 
esquerda. 
 Margem superior, formada pelos átrios e 
aurículas direita e esquerda em vista anterior; a 
parte ascendente da aorta e o tronco pulmonar 
emergem dessa margem e a VCS entra no seu lado 
direito. Posteriormente à aorta e ao tronco pulmonar 
e anteriormente à VCS, essa margem forma o limite 
inferior do seio transverso do pericárdio. 
 O tronco pulmonar, com aproximadamente 5 cm de 
comprimento e 3 cm de largura, é a continuação 
arterial do ventrículo direito e divide-se em artérias 
pulmonares direita e esquerda. O tronco e as artérias 
pulmonares conduzem o sangue pouco oxigenado 
para oxigenação nos pulmões . 
 
ÁTRIO DIREITO 
 O átrio direito forma a margem direita do coração e 
recebe sangue venoso da VCS, VCI e seio coronário. 
A aurícula direita, semelhante a uma orelha, é uma 
bolsa muscular cônica que se projeta do átrio direito 
como uma câmara adicional, aumenta a capacidade 
do átrio e se superpõe à parte ascendente da aorta. 
 O interior do átrio direito apresenta: 
 Uma parte posterior lisa, de paredes finas (o seio das 
veias cavas), onde se abrem as veias cavas (VCS e 
VCI) e o seio coronário, que trazem sangue pouco 
oxigenado para o coração. 
 Uma parede anterior muscular, rugosa, formada 
pelos músculos pectíneos. 
 Um óstio AV direito, através do qual o átrio direito 
transfere para o ventrículo direito o sangue pouco 
oxigenado que recebeu. As partes lisa e áspera da 
parede atrial são separadas externamente por um 
sulco vertical superficial, o sulco terminal, e 
internamente por uma crista vertical, a crista 
terminal. A VCS se abre na parte superior do átrio 
direito no nível da 3ª cartilagem costal direita. A VCI 
se abre na parte inferior do átrio direito quase 
alinhada com a VCS, no nível aproximado da 5ª 
cartilagem costal. 
 O óstio do seio coronário, um tronco venoso curto 
que recebe a maioria das veias cardíacas, situa-se 
entre o óstio AV direito e o óstio da VCI. O septo 
interatrial que separa os átrios tem uma depressão 
oval, do tamanho da impressão digital de um 
polegar, a fossa oval, que é um remanescente do 
forame oval e sua valva no feto. 
 A compreensão plena das características do átrio 
direito requer o conhecimento do desenvolvimento 
do coração. 
 
VENTRÍCULO DIREITO 
 O ventrículo direito forma a maior parte da face 
esternocostal do coração, uma pequena parte da face 
diafragmática e quase toda a margem inferior do 
coração . Superiormente, afila-se e forma um cone 
arterial (infundíbulo), que conduz ao tronco 
pulmonar. 
 No ventrículo direito existem elevações musculares 
irregulares (trabéculas cárneas) em sua face interna. 
Uma crista muscular espessa, a crista 
supraventricular, separa a parede muscular rugosa 
na parte de entrada da câmara da parede lisa do 
cone arterial, ou parte de saída. 
 A parte de entrada do ventrículo recebe sangue do 
átrio direito através do óstio AV direito (tricúspide), 
localizado posteriormente ao corpo do esterno no 
nível do 4ª e 5ª espaços intercostais. O óstio AV 
direito é circundado por um dos anéis fibrosos do 
esqueleto fibroso do coração. O anel fibroso mantémo calibre do óstio constante (suficientemente grande 
para permitir a passagem das pontas de três dedos), 
resistindo à dilatação que poderia resultar da 
passagem de sangue através dele com pressões 
variadas. 
 A valva atrioventricular direita (tricúspide) protege 
o óstio AV direito. As bases das válvulas estão 
fixadas ao anel fibroso ao redor do óstio. Como o 
anel fibroso mantém o calibre do óstio, as válvulas 
fixadas se tocam da mesma forma a cada batimento 
cardíaco. 
 As cordas tendíneas fixam-se às margens livres e às 
superfícies ventriculares das válvulas anterior, 
posterior e septal, de forma semelhante à fixação das 
cordas em um paraquedas. As cordas tendíneas 
originam-se dos ápices dos músculos papilares, que 
são projeções musculares cônicas com bases fixadas 
à parede ventricular. 
 Os músculos papilares começam a se contrair antes 
da contração do ventrículo direito, tensionando as 
cordas tendíneas e aproximando as válvulas. 
 Como as cordas estão fixadas a faces adjacentes de 
duas válvulas, elas evitam a separação das válvulas e 
sua inversão quando é aplicada tensão às cordas 
tendíneas e mantida durante toda a contração 
ventricular (sístole) — isto é, impede o prolapso 
(entrada no átrio direito) das válvulas da valva 
atrioventricular direita quando a pressão ventricular 
aumenta. Assim, a regurgitação (fluxo retrógrado) de 
sangue do ventrículo direito para o átrio direito 
durante a sístole ventricular é impedida pelas 
válvulas. 
 
 
 Três músculos papilares no ventrículo direito 
correspondem às válvulas da valva atrioventricular 
direita : 
 O músculo papilar anterior, o maior e mais 
proeminente dos três, origina-se da parede anterior 
do ventrículo direito; suas cordas tendíneas se fixam 
nas válvulas anterior e posterior da valva 
atrioventricular direita. 
 O músculo papilar posterior, menor do que o 
músculo anterior, pode ter várias partes; origina-se 
da parede inferior do ventrículo direito, e suas 
cordas tendíneas se fixam nas válvulas posterior e 
septal da valva atrioventricular direita. 
 O músculo papilar septal origina-se do septo 
interventricular, e suas cordas tendíneas se fixam às 
válvulas anterior e septal da valva atrioventricular 
direita. 
 O septo interventricular (SIV), composto pelas 
partes muscular e membranácea, é uma divisória 
oblíqua forte entre os ventrículos direito e esquerdo, 
formando parte das paredes de cada um. Em vista da 
pressão arterial muito maior no ventrículo esquerdo, 
a parte muscular do SIV, que constitui a maior parte 
do septo, tem a espessura igual ao restante da 
parede do ventrículo esquerdo (duas a três vezes 
mais espessa que a parede do ventrículo direito) e 
salienta-se para a cavidade do ventrículo direito. 
Superior e posteriormente, uma membrana fina, 
parte do esqueleto fibroso do coração, forma a parte 
membranácea do SIV, muito menor. 
 
 
 
 
 No lado direito, a válvula septal da valva 
atrioventricular direita está fixada ao meio dessa 
parte membranácea do esqueleto fibroso. Isso 
significa que, inferiormente à válvula, a membrana é 
um septo interventricular, mas superiormente à 
válvula, é um septo atrioventricular, que separa o 
átrio direito do ventrículo esquerdo. 
 A trabécula septomarginal (banda moderadora) é 
um feixe muscular curvo que atravessa o ventrículo 
direito da parte inferior do SIV até a base do 
músculo papilar anterior. Essa trabécula é 
importante porque conduz parte do ramo direito do 
fascículo AV, uma parte do complexo estimulante do 
coração até o músculo papilar anterior. Este “atalho” 
através da câmara parece reduzir o tempo de 
condução, permitindo a contração coordenada do 
músculo papilar anterior. 
 
ÁTRIO ESQUERDO 
 O átrio esquerdo forma a maior parte da base 
do coração. Os pares de veias pulmonares direita e 
esquerda, avalvulares, entram no átrio de paredes 
finas. As paredes dessa veia e de quatro de suas 
tributárias foram incorporadas à parede do átrio 
esquerdo, do mesmo modo que o seio venoso foi 
incorporado ao átrio direito. 
 A parte da parede derivada da veia pulmonar 
embrionária tem paredes lisas. A aurícula esquerda 
muscular, tubular, sua parede trabeculada com 
músculos pectíneos, forma a parte superior da 
margem esquerda do coração e cavalga a raiz do 
tronco pulmonar. Representa os remanescentes da 
parte esquerda do átrio primitivo. Uma depressão 
semilunar no septo interatrial indica o assoalho da 
fossa oval; a crista adjacente é a valva do forame 
oval. 
 O interior do átrio esquerdo apresenta: 
→ Uma parte maior com paredes lisas e uma 
aurícula muscular menor, contendo músculos 
pectíneos. 
→ Quatro veias pulmonares (duas superiores e 
duas inferiores) que entram em sua parede 
posterior lisa. 
→ Uma parede ligeiramente mais espessa do que a 
do átrio direito. 
 Um septo interatrial que se inclina posteriormente e 
para a direita Um óstio AV esquerdo através do qual 
o átrio esquerdo transfere o sangue oxigenado que 
recebe das veias pulmonares para o ventrículo 
esquerdo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VENTRÍCULO ESQUERDO 
 O ventrículo esquerdo forma o ápice do coração, 
quase toda sua face esquerda (pulmonar) e margem 
esquerda e a maior parte da face diafragmática. 
Como a pressão arterial é muito maior na circulação 
sistêmica do que na circulação pulmonar, o 
ventrículo esquerdo trabalha mais do que o 
ventrículo direito. O interior do ventrículo esquerdo 
apresenta: 
→ Paredes duas a três vezes mais espessas do que 
as paredes do ventrículo direito. 
→ Paredes cobertas principalmente por uma tela de 
trabéculas cárneas que são mais finas e mais 
numerosas do que as do ventrículo direito. 
→ Uma cavidade cônica mais longa do que a do 
ventrículo direito. 
→ Músculos papilares anteriores e posteriores 
maiores do que os do ventrículo direito. 
→ Uma parte de saída, superoanterior, não 
muscular, de parede lisa, o vestíbulo da aorta, 
levando ao óstio da aorta e à valva da aorta. 
→ Uma valva atrioventricular esquerda com duas 
válvulas que guarda o óstio AV esquerdo. Um 
óstio da aorta situado em sua parte 
posterossuperior direita e circundado por um 
anel fibroso ao qual estão fixadas as válvulas 
direita, posterior e esquerda da valva da aorta; a 
parte ascendente da aorta começa no óstio da 
aorta. 
 A valva atrioventricular esquerda (mitral) tem duas 
válvulas, anterior e posterior. O adjetivo mitral 
deriva da semelhança da valva com a mitra usada 
pelos bispos. A valva atrioventricular esquerda está 
localizada posteriormente ao esterno, no nível da 4ª 
cartilagem costal. 
 Cada uma de suas válvulas recebe cordas tendíneas 
de mais de um músculo papilar. Esses músculos e 
suas cordas sustentam a valva atrioventricular 
esquerda, permitindo que as válvulas resistam à 
pressão gerada durante contrações (bombeamento) 
do ventrículo esquerdo. 
 As cordas tendíneas tornam-se tensas logo antes e 
durante a sístole, impedindo que as válvulas sejam 
empurradas para o átrio esquerdo. Enquanto 
atravessa o ventrículo esquerdo, a corrente 
sanguínea sofre duas mudanças de trajeto 
perpendiculares que, juntas, resultam em mudança 
de direção de 180°. Essa inversão de fluxo ocorre ao 
redor da válvula anterior da valva atrioventricular 
esquerda 
VALVAS DO TRONCO PULMONAR E DA AORTA 
 As três válvulas semilunares da valva do tronco 
pulmonar (anterior, direita e esquerda), como as 
válvulas semilunares da valva da aorta (posterior, 
direita e esquerda), são côncavas quando vistas de 
cima. 
 As válvulas semilunares não têm cordas tendíneas 
para sustentá-las. Têm área menor do que as 
válvulas das valvas AV, e a força exercida sobre elas 
é menor que a metade da força exercida sobre as 
válvulas das valvas atrioventriculares direita e 
esquerda. As válvulas projetam-se para a artéria, 
mas são pressionadas em direção (e não contra) às 
suas paredes quando o sangue deixa o ventrículo. 
 Após o relaxamento do ventrículo (diástole), a 
retração elástica da parededo tronco pulmonar ou 
da aorta força o sangue de volta para o coração. No 
entanto, as válvulas fecham-se com um estalido, 
como um guarda-chuva apanhado pelo vento, 
quando há inversão do fluxo sanguíneo. Elas se 
aproximam para fechar por completo o óstio, 
sustentando umas às outras quando suas bases se 
tocam (encontram) e evitando o retorno de qualquer 
quantidade significativa de sangue para o ventrículo. 
 A margem de cada válvula é mais espessa na região 
de contato, formando a lúnula; o ápice da margem 
livre angulada é ainda mais espesso, formando o 
nódulo. Imediatamente superior a cada válvula 
semilunar, as paredes das origens do tronco 
pulmonar e da aorta são ligeiramente dilatadas, 
formando um seio. 
 Os seios da aorta e do tronco pulmonar são os 
espaços na origem do tronco pulmonar e da parte 
ascendente da aorta entre a parede dilatada do vaso 
e cada válvula semilunar. O sangue presente nos 
seios e a dilatação da parede impedem a adesão das 
válvulas à parede do vaso, o que poderia impedir o 
fechamento. 
 A abertura da artéria coronária direita é no seio da 
aorta direito, a abertura da artéria coronária 
esquerda é no seio da aorta esquerdo, e nenhuma 
artéria origina-se do seio da aorta posterior (não 
coronário). 
 
 
 
 
 
 
 
 
VASCULATURA DO CORAÇÃO 
 Os vasos sanguíneos do coração compreendem as 
artérias coronárias e veias cardíacas, que conduzem 
o sangue que entra e sai da maior parte do 
miocárdio. O endocárdio e parte do tecido 
subendocárdico imediatamente externo ao 
endocárdio recebem oxigênio e nutrientes por 
difusão ou por microvascularização diretamente das 
câmaras do coração. 
 Os vasos sanguíneos do coração, normalmente 
integrados ao tecido adiposo, atravessam a 
superfície do coração logo abaixo do epicárdio. Às 
vezes, partes dos vasos estão entranhadas no 
miocárdio. Os vasos sanguíneos do coração são 
afetados pela inervação simpática e parassimpática. 
 
IRRIGAÇÃO ARTERIAL DO CORAÇÃO 
 As artérias coronárias, os primeiros ramos da aorta, 
irrigam o miocárdio e o epicárdio. As artérias 
coronárias direita e esquerda originam-se dos seios 
da aorta correspondentes na região proximal da 
parte ascendente da aorta, imediatamente superior à 
valva da aorta, e seguem por lados opostos do tronco 
pulmonar. 
 As artérias coronárias suprem os átrios e os 
ventrículos; entretanto, os ramos atriais costumam 
ser pequenos e não são facilmente observados no 
coração de cadáver. A distribuição ventricular de 
cada artéria coronária não é bem delimitada. 
 A artéria coronária direita (ACD) origina-se do seio 
da aorta direito da parte ascendente da aorta e passa 
para o lado direito do tronco pulmonar, seguindo no 
sulco coronário. 
 Próximo de sua origem, a ACD geralmente emite um 
ramo do nó sinoatrial ascendente, que irriga o nó SA. 
A ACD então desce no sulco coronário e emite o 
ramo marginal direito, que irriga a margem direita 
do coração enquanto segue em direção ao ápice do 
coração, porém sem alcançá-lo. Após emitir esse 
ramo, a ACD vira para a esquerda e continua no 
sulco coronário até a face posterior do coração. Na 
face anterior da cruz do coração — a junção dos 
septos interatrial e interventricular entre as quatro 
câmaras cardíacas — a ACD dá origem ao ramo do 
nó atrioventricular, que irriga o nó AV. Os nós SA e 
AV são parte do complexo estimulante do coração. 
 O domínio do sistema arterial coronário é definido 
pela artéria que dá origem ao ramo interventricular 
(IV) posterior (artéria descendente posterior). O 
domínio da artéria coronária direita é mais comum; 
a artéria coronária direita dá origem ao grande ramo 
interventricular posterior, que desce no sulco IV 
posterior em direção ao ápice do coração. Esse ramo 
irriga áreas adjacentes de ambos os ventrículos e 
envia ramos interventriculares septais perfurantes 
para o septo IV . O ramo terminal (ventricular 
esquerdo) da ACD continua por uma curta distância 
no sulco coronário. Assim, no padrão mais comum 
de distribuição, a ACD supre a face diafragmática do 
coração. 
 Tipicamente, a ACD supre: 
→ O átrio direito 
→ A maior parte do ventrículo direito 
→ Parte do ventrículo esquerdo (a face 
diafragmática) 
→ Parte do septo IV, geralmente o terço 
posterior 
→ O nó SA (em cerca de 60% das pessoas) 
→ O nó AV . 
 A artéria coronária esquerda (ACE) origina-se do 
seio da aorta esquerdo da parte ascendente da aorta, 
passa entre a aurícula esquerda e o lado esquerdo do 
tronco pulmonar e segue no sulco coronário. Em 
cerca de 40% das pessoas, o ramo do nó SA origina-
se do ramo circunflexo da ACE e ascende na face 
posterior do átrio esquerdo até o nó SA. 
 Quando entra no sulco coronário, na extremidade 
superior do sulco IV anterior, a ACE divide-se em 
dois ramos, o ramo IV anterior (os médicos 
continuam a chamá-la de DAE, a abreviação de seu 
antigo nome — artéria “descendente anterior 
esquerda”) e o ramo circunflexo. 
 O ramo IV anterior segue ao longo do sulco IV até o 
ápice do coração. A seguir, faz a volta ao redor da 
margem inferior do coração e costuma fazer 
anastomose com o ramo IV posterior da artéria 
coronária direita. 
 O ramo IV anterior supre partes adjacentes de 
ambos os ventrículos e, através de ramos IV septais, 
os dois terços anteriores do SIV. Em muitas pessoas, 
o ramo IV anterior dá origem ao ramo lateral 
(artéria diagonal), que desce sobre a face anterior do 
coração. O ramo circunflexo da ACE, menor, 
acompanha o sulco coronário ao redor da margem 
esquerda do coração até a face posterior do coração. 
O ramo marginal esquerdo do ramo circunflexo 
acompanha a margem esquerda do coração e supre o 
ventrículo esquerdo. Na maioria das vezes, o ramo 
circunflexo da ACE termina no sulco coronário na 
face posterior do coração antes de chegar à crux 
cordis (cruz de Has), mas em aproximadamente um 
terço das pessoas, ele continua como um ramo que 
segue dentro do sulco IV posterior ou adjacente a 
ele. 
 Tipicamente, a ACE supre: 
→ O átrio esquerdo 
→ A maior parte do ventrículo esquerdo 
→ Parte do ventrículo direito 
→ A maior parte do SIV (geralmente seus dois 
terços anteriores), inclusive o feixe AV do 
complexo estimulante do coração, através de 
seus ramos IV septais perfurantes 
→ O nó SA (em cerca de 40% das pessoas). 
 Variações das artérias coronárias. As variações nos 
padrões de ramificação e distribuição das artérias 
coronárias são comuns. No padrão dominante 
direito, mais comum, presente em cerca de 67% das 
pessoas, a ACD e a ACE compartilham quase 
igualmente o suprimento sanguíneo do coração. Em 
cerca de 15% dos corações, a ACE é dominante 
porque o ramo IV posterior é um ramo da artéria 
circunflexa. 
 Há codominância em cerca de 18% das pessoas, nas 
quais os ramos das artérias coronárias direita e 
esquerda chegam à cruz do coração e dão origem a 
ramos que seguem no sulco IV posterior ou próximo 
dele. Algumas pessoas têm apenas uma artéria 
coronária. Em outras pessoas, o ramo circunflexo 
origina-se do seio da aorta direito. Cerca de 4% das 
pessoas têm uma artéria coronária acessória. 
 Circulação colateral coronariana. Os ramos das 
artérias coronárias geralmente são considerados 
artérias terminais funcionais (artérias que irrigam 
regiões do miocárdio que não têm anastomoses 
suficientes com outros grandes ramos para manter a 
viabilidade do tecido em caso de oclusão). 
Entretanto, há anastomoses entre ramos das artérias 
coronárias, subepicárdicos ou miocárdicos e entre 
essas artérias e os vasos extracardíacos como os 
vasos torácicos. Existem anastomoses entre as 
terminações das artérias coronárias direita e 
esquerda no sulco coronário e entre os ramos IV 
ao redor do ápice em cerca de 10% dos corações 
aparentemente normais. O potencial de 
desenvolvimento dessa circulação colateral é 
provável na maioria dos corações, se não em 
todos. 
 
DRENAGEM VENOSA 
 O coração é drenado principalmente por veias que 
se abrem no seio coronário e em partepor 
pequenas veias que drenam para o átrio direito. 
 O seio coronário, a principal veia do coração, é um 
canal venoso largo que segue da esquerda para a 
direita na parte posterior do sulco coronário. 
 O seio coronário recebe a veia cardíaca magna em 
sua extremidade esquerda e a veia interventricular 
posterior e veia cardíaca parva em sua 
extremidade direita. A veia posterior do ventrículo 
esquerdo e a veia marginal esquerda também se 
abrem no seio coronário. A veia cardíaca magna é a 
principal tributária do seio coronário. 
 Sua primeira parte, a veia interventricular anterior, 
começa perto do ápice do coração e ascende com o 
ramo IV anterior da ACE. No sulco coronário, vira-se 
para a esquerda, e sua segunda parte segue ao redor 
do lado esquerdo do coração com o ramo circunflexo 
da ACE para chegar ao seio coronário. 
 A veia cardíaca magna drena as áreas do coração 
supridas pela ACE. A veia IV posterior acompanha o 
ramo interventricular posterior (geralmente 
originado da ACD). Uma veia cardíaca parva 
acompanha o ramo marginal direito da ACD. Assim, 
essas duas veias drenam a maioria das áreas 
comumente supridas pela ACD. A veia oblíqua do 
átrio esquerdo (de Marshall) é um vaso pequeno, 
relativamente sem importância após o nascimento, 
que desce sobre a parede posterior do átrio 
esquerdo e funde-se à veia cardíaca magna para 
formar o seio coronário (definindo o início do seio). 
 A veia oblíqua é o remanescente da VCS esquerda 
embrionária, que geralmente sofre atrofia durante o 
período fetal, mas às vezes persiste em adultos, 
substituindo ou aumentando a VCS direita. Algumas 
veias cardíacas não drenam via seio coronário. 
Algumas pequenas veias anteriores do ventrículo 
direito começam sobre a face anterior do ventrículo 
direito, cruzam sobre o sulco coronário e, em geral, 
terminam diretamente no átrio direito; às vezes elas 
entram na veia cardíaca parva. 
 
 
 
 
 
 As veias cardíacas mínimas são pequenos vasos que 
começam nos leitos capilares do miocárdio e se 
abrem diretamente nas câmaras do coração, 
principalmente os átrios. Embora sejam 
denominadas veias, são comunicações avalvulares 
com os leitos capilares do miocárdio e podem 
conduzir sangue das câmaras cardíacas para o 
miocárdio 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
COMPLEXO ESTIMULANTE DO CORAÇÃO 
 Na sequência comum de eventos no ciclo cardíaco, o 
átrio e o ventrículo atuam juntos como uma bomba. 
O complexo estimulante do coração gera e transmite 
os impulsos que produzem as contrações 
coordenadas do ciclo cardíaco. O complexo 
estimulante consiste em tecido nodal, que inicia os 
batimentos cardíacos e coordena contrações das 
quatro câmaras, e fibras condutoras muito 
especializadas para conduzi-los rapidamente para as 
diferentes áreas do coração. 
 A seguir, os impulsos são propagados pelas células 
musculares estriadas cardíacas, de modo que haja 
contração simultânea das paredes das câmaras. 
 
 O nó sinotrial (SA) está localizado 
anterolateralmente, logo abaixo do epicárdio na 
junção da VCS com o átrio direito, perto da 
extremidade superior do sulco terminal. O nó SA — 
uma pequena reunião de tecido nodal, fibras 
musculares cardíacas especializadas e tecido 
conectivo fibroelástico associado — é o marca-
passo do coração. O nó SA inicia e controla os 
impulsos para as contrações cardíacas, emitindo 
um impulso aproximadamente 70 vezes por 
minuto, na maioria das pessoas, na maior parte 
das vezes. 
 O sinal de contração do nó SA propaga-se 
miogenicamente (através da musculatura) de 
ambos os átrios. O nó SA é suprido pela artéria do 
nó sinoatrial, que geralmente origina-se como um 
ramo atrial da ACD, mas muitas vezes origina-se 
da ACE. O nó SA é estimulado pela parte 
simpática da divisão autônoma do sistema 
nervoso para acelerar a frequência cardíaca e é 
inibido pela parte parassimpática para retornar 
ou aproximar-se de sua frequência basal. 
 O nó atrioventricular (AV) é um conjunto de tecido 
nodal menor que o nó SA. O nó AV está localizado na 
região posteroinferior do septo interatrial perto da 
abertura do seio coronário. O sinal gerado pelo nó 
SA atravessa as paredes do átrio direito, propagado 
pelo músculo cardíaco (condução miogênica), que 
transmite o sinal rapidamente do nó SA para o nó 
AV. O nó AV então distribui o sinal para os 
ventrículos através do fascículo AV. 
 A estimulação simpática acelera a condução, e a 
estimulação parassimpática a torna mais lenta. 
 O fascículo AV, a única ponte entre o miocárdio atrial 
e ventricular, segue do nó AV através do esqueleto 
fibroso do coração e ao longo da parte membranácea 
do SIV. Na junção das partes membranácea e 
muscular do SIV, o fascículo AV divide-se em ramos 
direito e esquerdo. Esses ramos prosseguem de cada 
lado do SIV muscular profundamente ao endocárdio 
e depois se ramificam em ramos subendocárdicos 
(fibras de Purkinje), que se estendem até as paredes 
dos respectivos ventrículos. 
 Os ramos subendocárdicos do ramo direito 
estimulam o músculo do SIV, o músculo papilar 
anterior através das trabéculas septomarginais 
(banda moderadora) e a parede do ventrículo 
direito. O ramo esquerdo divide-se perto de sua 
origem em aproximadamente seis tratos menores, 
que dão origem a ramos subendocárdicos que 
estimulam o SIV, os músculos papilares anteriores e 
posteriores, e a parede do ventrículo esquerdo. 
 O nó AV é suprido pela artéria do nó AV, o maior e 
geralmente o primeiro ramo IV septal da artéria IV 
posterior, um ramo da ACD em 80% das pessoas 
Assim, a irrigação arterial dos nós SA e AV 
geralmente provém da ACD. Entretanto, o fascículo 
AV atravessa o centro do SIV, cujos dois terços 
anteriores são supridos pelos ramos septais do ramo 
IV anterior da ACE. A geração e a condução de 
impulsos podem ser resumidas da seguinte forma: 
 O nó SA inicia um impulso que é rapidamente 
conduzido para as fibras musculares cardíacas nos 
átrios, causando sua contração . O impulso propaga-
se por condução miogênica, que transmite 
rapidamente o impulso do nó SA para o nó AV. 
 O sinal é distribuído do nó AV através do fascículo 
AV e seus ramos (os ramos direito e esquerdo), que 
seguem de cada lado do SIV e suprem os ramos 
subendocárdicos para os músculos papilares e as 
paredes dos ventrículos.

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