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Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – unifacs mr01 @biia_barreto 1. POTENCIAL DE REPOUSO (-70mV) - Célula nervosa se encontra em repouso, com potencial eletroquímico. 2. POTENCIAL GRADUAL - Recebe Estímulo iniciando o processo de despolarização. Célula nervosa recebe o estímulo e inicia a abertura dos canais de sódio para que haja entrada dessa substância, a favor do gradiente elétrico e do gradiente de concentração, para o meio intracelular. 3. POTENCIAL DE AÇÃO (-55mV)- O estímulo é capaz de fazer o potencial de membrana alcançar o limite de excitabilidade da célula, ocasionando a abertura dos canais de sódio voltagem-dependentes, que se abrem rapidamente, e dos canais de potássio voltagem- dependentes que possuem uma abertura mais lenta. 4. PERÍODO REFRATÁRIO ABSOLUTO (-10mV)- Os canais de sódio voltagem-dependentes estão em pleno funcionamento com entrada do íon sódio para o meio intracelular, impedindo que ocorra um novo potencial de ação durante o processo. Abertura gradual dos canais de potássio voltagem-dependentes (abertura lenta). 5. DESPOLARIZAÇÃO COMPLETA/INÍCIO DA REPOLARIZAÇÃO (+30mV). Célula encontra- se totalmente despolarizada devido a entrada dos íons sódio através dos canais voltagem-dependentes. Ocorre o fechamento dos canais de íons sódio voltagem- dependentes e abertura total dos canais de potássio voltagem-dependentes. 6. REPOLARIZAÇÃO (-10mV)- Saída de íons potássio para o meio extracelular através dos canais de potássio voltagem-dependentes. Fim do período refratário absoluto. 7. HIPERPOLARIZAÇÃO (-80mV) /PERÍODO REFRATÁRIO RELATIVO-. Devido a cinética lenta dos canais de potássio voltagem-dependentes, os canais demoram a fechar e a célula acaba hiperpolarizada. 8. BOMBA Na+/K+. Através da bomba de sódio e potássio, ocorrerá transporte ativo para que haja repolarização da célula para seu POTENCIAL DE REPOUSO. 9. POTENCIAL DE REPOUSO (-70mV) Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – unifacs mr01 @biia_barreto ASPECTOS FUNCIONAIS BÁSICOS DO SISTEMA NERVOSO O sistema nervoso pode ser dividido em duas partes. O sistema nervoso central (SNC) que consiste na medula espinhal e encéfalo. Já o sistema nervoso periférico (SNP) constituído por fibras, órgãos terminais gânglios nervosos. Este último composto por neurônios aferentes (sensitivos/dorsais) e neurônios eferentes (motores/ventrais). Neurônios receptores ou sensitivos (aferentes): são os que recebem estímulos sensoriais e conduzem o impulso nervoso ao sistema nervoso central. Neurônios motores ou efetuadores (eferentes): transmitem os impulsos motores (respostas ao estímulo). Neurônio aferente – receptor, sensitivo Neurônio eferente – efetuadores, motores, dorsais SINAPSES E NEUROTRANSMISSORES O fluxo da informação segue um padrão de reflexão básico: Estímulo -> Receptor sensorial (neurônio aferente) -> Sinal da entrada -> Centro integrador -> Sinal de saída (neurônio eferente) -> Efetor -> Resposta. Os receptores sensoriais espalhados pelo corpo monitoram continuamente as condições dos meios internos e externos, enviando informações ao longo dos neurônios sensoriais para o SNC, que é o centro integrador dos refluxos neurais. O SNC integrará as informações provenientes do SNP e determinará se uma resposta é necessária ou não. Os neurônios eferentes (motores/dorsais) se subdividem em somáticos, que controlam os músculos esqueléticos, e autônomos, que controlam os músculos lisos e estriados (cardíacos), as glândulas exócrinas, algumas glândulas endócrinas e alguns tipos de tecido adiposo. A divisão autônoma ainda se subdivide em ramos simpáticos, parassimpáticos e entéricos. É importante ressaltar que o SNC pode iniciar uma atividade sem um sinal sensorial de entrada e não precisa criar sempre um sinal de saída mensurável para as divisões eferentes (sonhos, pensamentos). Os neurônios possuem como estrutura básica: • Os dendritos, receptores de sinais de entrada • O corpo celular, responsável por elaborar a resposta • O axônio, que conduzirá as informações de saída e terminações axônicas responsáveis pelo envio de sinal. A forma, o número e o tamanho de axônios e dendritos variam de acordo com o tipo de neurônio. A região onde o terminal axonal encontra a sua célula- alvo é chamada de sinapse. O neurônio que transmite um sinal para a sinapse é chamado de pré-sináptico e o neurônio que recebe o sinal é chamado de pós- sináptico. O espaço estreito entre as duas células é a fenda sináptica. A grande maioria das sinapses são de natureza química, onde a célula pré-sináptica envia sinais químicos através de substâncias que se difundem na fenda podendo se perder pelos feixes, ser metabolizado e seus produtos absorvidos, ou se ligar aos receptores de membrana localizados na célula pós-sináptica. O SNC também possui sinapses elétricas, em que a célula pré- sináptica e a célula pós-sináptica estão conectadas através de junções comunicantes, permitindo a passagem de corrente elétrica de uma célula para a Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – unifacs mr01 @biia_barreto outra. A sinapse elétrica, além de bidirecional, é mais rápida do que a sinapse química. O número de substâncias identificadas como sinais neurócrinos é grande e cresce a cada dia. Sua composição química é variada e essas moléculas podem funcionar como neurotransmissores, neuromoduladores ou neuro-hormônios. Os neurotransmissores (ações mais rápidas) e neuromoduladores (ações mais lentas) atuam como sinais parácrinos (atingem um conjunto de células com grande concentração de hormônios sem comprometer outras células do corpo), já os neuro-hormônios são secretados no sangue (tecido conjuntivo) e distribuídos pelo organismo. Os receptores neurócrinos podem ser divididos entre receptores de canais, canais iônicos dependentes de ligantes chamados de ionotrópicos que realizam, por mediação, a resposta rápida, e receptores acoplados à proteína G (RPG), que medeiam uma resposta mais lenta, pois é necessária uma transdução do sinal mediada por um sistema de segundos mensageiros, chamados de metabotrópicos. A maioria dos neurotransmissores ligam-se a tipos específicos de receptores. Os neurotransmissores são liberados através de vesículas sinápticas. Sua síntese ocorre tanto no corpo celular e o resultado é empacotado em vesículas, juntamente às enzimas necessárias para o modificar, e armazenado na terminação axonal. A liberação das vesículas ocorre via exocitose, quando a despolarização de um potencial de ação alcança o terminal axonal, a mudança do potencial de membrana dá início a uma sequência de eventos. A membrana possui canais de íons cálcio dependentes de voltagem, a mudança do potencial de membrana resulta na abertura dos canais, como a concentração de íons cálcio é maior no meio extracelular, eles movem-se para dentro da célula, ligando-se a proteínas reguladoras e liberando a exocitose. A membrana da vesícula sináptica funde-se a membrana celular e os neurotransmissores difundem- se na fenda sináptica para se ligar aos receptores na membrana pós-sináptica. Quando os neurotransmissores se ligam aos seus receptores (esquema chave-fechadura) uma resposta é iniciada. ORGANIZAÇÃO BÁSICA DO SISTEMA NERVOSO NEURÔNIOS O corpo celular é o centro de controle, semelhante a organização típica celular com núcleo e organelas necessárias para direcionar a atividade celular. A posição do corpo celular varia nos diferentes tipos de neurônios. Os dendritos recebem os sinais de chegada, são processos finos e ramificados que recebem à informação proveniente da célula vizinha. A área de superfície do dendrito pode se estender ainda mais pela presença de espinhos dendríticos.Os Axônios conduzem os sinais de saída, eles variam em comprimento, conduzindo o sinal do centro integrador para as células alvo. Seu citoplasma é composto por várias fibras e filamentos, mas não possui ribossomos nem retículo endoplasmático, por essa razão qualquer proteína destinada ao axônio deve ser sintetizada no corpo celular. Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – unifacs mr01 @biia_barreto Classes de neurônios Baseado em suas funções, os neurônios encontrados no sistema nervoso humano podem ser divididos em três classes: neurônios sensoriais, neurônios motores e interneurônios. Neurônios sensoriais: obtém informação sobre o que está acontecendo dentro e fora do corpo e levam essa informação para o SNC para que seja processada. Por exemplo, se você tocar em uma superfície quente, os neurônios sensoriais com terminações nas pontas dos dedos irão transmitir a informação de que está muito quente para o seu SNC. Neurônios motores: recebem informação de outros neurônios para transmitir comandos aos músculos, órgão e glândulas. Ex. se você tocar em uma superfície quente, seus neurônios motores que inervam os músculos dos seus dedos farão com que o contato da mão com a superfície seja interrompido. Interneurônios: são encontrados somente no SNC, conectam um neurônio a outro. Eles recebem informação de outros neurônios (neurônios sensoriais ou interneurônios) e transmitem esta informação para outros neurônios (neurônios motores ou interneurônios). Por exemplo, se você pegasse um objeto quente, o sinal dos neurônios sensoriais nas pontas dos dedos viajaria até os interneurônios em sua medula espinhal. Alguns destes interneurônios enviariam sinais para os neurônios motores que controlam os músculos dos dedos (fazendo com que você soltasse o objeto), enquanto outros transmitiriam o sinal da medula espinhal até o cérebro, onde ele seria percebido como dor. Interneurônios são a mais numerosa classe de neurônios e estão envolvidos no processamento de informação, tanto em simples circuitos reflexos (como aqueles desencadeados por objetos quentes) quanto em circuitos cerebrais mais complexos. São combinações de interneurônios em seu cérebro que permitem a você concluir que coisas que parecem com brasas não são boas para pegar e, esperançosamente, eles retêm essa informação para referência futura. Redes neurais O funcionamento do sistema nervoso depende de grupos de neurônios que trabalham juntos. Neurônios individuais se conectam a outros neurônios para estimular ou inibir a sua atividade, formando circuitos que podem processar informações recebidas e fornecer uma resposta. Circuitos neuronais podem ser bem simples e compostos por apenas alguns neurônios ou eles podem envolver redes neuronais mais complexas. O reflexo patelar Os circuitos que sustentam as respostas de estiramento muscular são simples, como o reflexo patelar que ocorre quando alguém bate no tendão abaixo de seu joelho (o tendão patelar) com um martelo. Bater nesse tendão estica o músculo quadríceps da coxa, estimulando os neurônios sensoriais que o enervam a disparar. Axônios destes neurônios sensoriais estendem-se até a medula espinhal, onde conectam-se a neurônios motores que estabelecem conexões (inervam) com o quadríceps. Os neurônios sensoriais enviam um sinal excitatório para os neurônios motores, fazendo-os disparar também. Os neurônios motores, por sua vez, estimulam o quadríceps a se contrair, estirando o joelho. No reflexo patelar, os neurônios sensoriais de um músculo particular conectam-se diretamente aos neurônios motores que inervam o mesmo músculo, fazendo-o contrair após ter sido estirado. Os neurônios sensoriais do quadríceps também fazem parte de um circuito que causa o relaxamento do músculo isquiotibial, que antagoniza o quadríceps (oposição). Não faria sentido para os neurônios sensoriais do quadríceps ativar os neurônios motores do isquiotibial, porque isso provocaria a contração do isquiotibial, tornando mais difícil a contração do quadríceps. Em vez disso, os neurônios sensoriais do quadríceps conectam indiretamente com os neurônios motores do isquiotibial através de um interneurônio inibitório. A ativação do interneurônio causa a inibição dos neurônios motores que inervam o isquiotibial, fazendo o músculo isquiotibial relaxar. Os neurônios sensoriais do quadríceps não participam só deste arco reflexo. Além disso, eles também enviam mensagens ao cérebro possibilitando que você saiba que alguém bateu no seu tendão com um martelo. Embora o circuito da medula espinhal possa mediar comportamentos muito simples como o reflexo patelar, Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – unifacs mr01 @biia_barreto a capacidade de perceber os estímulos sensoriais conscientemente – juntamente com todas as funções superiores do sistema nervoso – depende das redes neuronais mais complexas presentes no cérebro. CÉLULAS DA GLIA Comunicam-se com os neurônios e oferecem importante suporte físico e químico. As Células de Schwann no SNP e os Oligodendrócitos no SNC mantém e isolam os axônios por meio da formação da mielina, uma substância composta por várias camadas concentradas de fosfolipídios de membrana. A mielina atua como isolante em torno dos axônios e acelera sua transmissão de sinais. As Células satélites formam a cápsula de suporte ao redor dos corpos celulares nos gânglios. Os Astrócitos são o tipo mais numeroso de célula glial, e as mais numerosas no cérebro. Existem vários tipos de astrócitos, com uma variedade de funções. Eles ajudam a regular o fluxo de sangue no cérebro, manter a composição do fluido que envolve os neurônios e regular a comunicação entre os neurônios em sinapse. Eles são altamente ramificados e desempenham vários papeis, como captura e liberação de substâncias químicas associadas as sinapses, abastecem os neurônios com substratos para produção de ATP (nutrição) e ajudam a manter a homeostasia do líquido extracelular do SNC capitando K+ e água. As Micróglias estão relacionadas com os macrófagos do sistema imune, na remoção de células danificadas e invasores. A última classe de células da glia, as Células ependimárias, são especializadas em criar uma camada epitelial com permeabilidade seletiva o qual separa os compartimentos líquidos do SNC. Elas recobrem os ventrículos do cérebro e o canal central da medula espinhal, possuem cílios que batem para promover a circulação do fluido cérebro-espinhal encontrado no interior dos ventrículos e do canal da medula espinhal.
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