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Direito de Propriedade

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CARLOS EDUARDO DE ANDRADE MAIA 
Advogado, palestrante e parecerista; 
Professor de Dir. Civil, Prática Civil e Dir. do Consumidor em cursos 
preparatórios para a OAB e para Concursos Públicos; 
Professor de Dir. Civil em cursos de pós graduação lato sensu; 
Professor da ESA – Escola Superior da Advocacia - Núcleos; 
Professor de Direito Civil da FACCAMP; 
Coordenador do Curso de Especialização em Direito de Família e 
Sucessões do Complexo Andreucci; 
Coordenador dos Cursos de OAB do Complexo Andreucci; 
Coordenador da Comissão OAB vai à Faculdade – OAB/Tatuapé; 
Membro efetivo da comissão de Dir. de Família da OAB/SP; 
Membro efetivo da Comissão do Jovem Advogado da OAB/SP(2011/13); 
Membro efetivo do IBDFAM; 
Membro efetivo da Academia Brasileira de Direito Civil; 
Advogado do CREMESP nomeado para o biênio 2011/2013; 
Especialista em Direito Civil pela FMU; 
Doutorando em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidad del Museo 
Social Argentino (Buenos Aires); 
Coautor do livro Exame da OAB Unificado – 1ª Fase – Ed. Saraiva 
 Coautor do livro Passe em Concurso Público – Ministério Público 
Estadual e Federal – Questões Comentadas – Ed. Saraiva 
Coautor do livro Passe em Concurso Público – Ministério Público 
Estadual e Federal – Manual de Dicas – Ed. Saraiva 
MAIA 
DIREITO DE PROPRIEDADE 
§ Rol dos Direitos Reais previsto no CC (1.225,CC) 
§  - Propriedade - - - - - - - único sobre coisa PRÓPRIA 
§  - Superfície 
§  - Servidões 
§  - Usufruto 
§  - Uso 
§  - Habitação 
§  - Direito do promitente comprador 
§  - Penhor 
§  - Hipoteca 
§  - Anticrese 
§  - Concessão de uso especial para fins de moradia 
§  - Concessão de direito real de uso 
GOZO 
OU 
FRUIÇÃO 
AQUISITIVO 
GARANTIA 
EXERCÍVEIS SOBRE COISA ALHEIA 
DIREITO DE PROPRIEDADE 
§ Características dos Direitos Reais 
§  A palavra reais deriva de res, que significa COISA. 
§  Os direitos reais são, pois, direitos que incidem sobre coisas móveis 
ou imóveis dotadas de valor econômico e comercializáveis 
§  OPONIBILIDADE ERGA OMNES: o titular do direito real poderá 
insurgir-se contra qualquer pessoa que pretenda molestar o 
exercício de tal direito. 
§  O DIREITO DE SEQUELA OU JUS PERSEQUENDI: o direito real 
aderirá (impregnará) ao bem móvel ou imóvel e o “acompanhará” 
independentemente de para quem ou para onde vá, permitindo ao 
seu titular que o exerça irrestritamente. 
DIREITO DE PROPRIEDADE 
§ Características dos Direitos Reais 
§  quando o direito recair sobre bem móvel somente haverá seu 
aperfeiçoamento mediante a tradição. 
§  Artigo 1.226, CC- Os direitos reais sobre coisas móveis, quando 
constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com a 
TRADIÇÃO 
§  Se incidir sobre bem imóvel, para que se revista dos caracteres 
mencionados e, portanto, seja considerado direito real, será 
indispensável o registro no Cartório de Registro de Imóveis 
§  Artigo 1.227, CC- Os direitos reais sobre imóveis constituídos, ou 
transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com o REGISTRO no 
Cartório de Registro de Imóveis dos referidos títulos (arts. 1.245 a 1.247), 
salvo os casos expressos neste Código 
DIREITO DE PROPRIEDADE 
§ Fatores que compõem o Direito de Propriedade 
§  usar (jus utendi - usar o bem extraindo apenas o frutos 
indispensáveis à sobrevivência) 
§  gozar ou fruir (jus fruendi – extrair frutos) 
§  dispor (jus abutendi – alienar (latu sensu) a coisa ou 
gravá-la com ônus real) 
§  reivindicar ou reaver (rei vindicatio – reivindicar o bem de 
quem quer que o injustamente possua ou detenha) 
DIREITO DE PROPRIEDADE 
§ AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE IMÓVEL 
§  Originária: NÃO HÁ que se falar em TRANSMISSIBILIDADE, pois o adquirente fará 
jus ao domínio contra a vontade do antigo titular, sendo mister frisar que a 
propriedade, neste caso, será adquirida isenta dos vícios que eventualmente a 
maculavam. 
§  Derivada: haverá a TRANSMISSÃO do domínio de um titular para outro 
por meio do registro do título (imóveis) ou da tradição (móveis). Resulta 
de relação jurídica em que se evidencia a manifestação de vontade. 
§  Singular: ocorrerá quando o sujeito adquirir bem certo, individualizado, 
caso costumeiro em negócio inter vivos (compra e venda, dação em 
pagamento, etc.) e, excepcionalmente, possível em causa mortis (legado). 
§  Universal: a aquisição a título universal estabelece elo com o direito sucessório. O 
herdeiro receberá quinhão do patrimônio do morto, herdando direitos, deveres e 
obrigações. 
DIREITO DE PROPRIEDADE 
FORMAS ORIGINÁRIAS DE AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE IMÓVEL 
§ Usucapião: Por meio da usucapião, também chamada de prescrição 
aquisitiva, o sujeito que exercer sobre certo bem posse mansa, 
pacífica e ininterrupta por certo prazo, com animus domini (vontade 
de ser dono) e atendendo a outros específicos pormenores, adquirirá o 
domínio do bem. 
§ Acessões: A palavra acessão s ign i f ica aumento, 
acrescentamento. Decorre da lei e está atrelada à ideia de que 
tudo o que se incorporar a um imóvel por vontade humana 
(artificial) ou força natural pertencerá ao seu proprietário que, 
por via originária, adquirirá a propriedade do acréscimo. As 
acessões naturais aproveitam aos imóveis ribeirinhos. 
DIREITO DE PROPRIEDADE 
FORMAS ORIGINÁRIAS DE AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE IMÓVEL 
 
USUCAPIÃO 
§ EXTRAORDINÁRIA 
§ ORDINÁRIA 
§ CONSTITUCIONAL (OU ESPECIAL) 
§ RURAL 
§ URBANA 
§ USUCAPIÃO COLETIVA URBANA 
§ USUCAPIÃO NO DIREITO DE FAMÍLIA 
 
DIREITO DE PROPRIEDADE 
FORMAS ORIGINÁRIAS DE AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE IMÓVEL 
 
USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA (1.238, CC) 
§ Posse mansa, pacífica e ininterrupta 
§ 15 (quinze) anos 
§  Independentemente de justo título e boa-fé 
§ Prazo reduzível para 10 anos 
§ Fixar moradia habitual 
§ Realizar obras ou serviços produtivos 
DIREITO DE PROPRIEDADE 
FORMAS ORIGINÁRIAS DE AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE IMÓVEL 
 
USUCAPIÃO ORDINÁRIA (1.242, CC) 
§ Posse mansa, pacífica e ininterrupta 
§ 10 (dez) anos 
§  Indispensáveis o justo título e a boa-fé 
§ Prazo reduzível para 5 anos 
§ Aquisição onerosa 
§ Registro do título aquisitivo 
§ Cancelamento posterior 
§ Moradia ou investimentos 
DIREITO DE PROPRIEDADE 
FORMAS ORIGINÁRIAS DE AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE IMÓVEL 
 
USUCAPIÃO ESPECIAL URBANA (1.240, CC) 
§ 5 (cinco) anos 
§ Área urbana de até 250m² 
§  Independentemente de justo título e boa-fé 
§ Moradia ou investimentos 
§ Não ser proprietário de outro imóvel urbano ou rural em 
território Nacional 
DIREITO DE PROPRIEDADE 
FORMAS ORIGINÁRIAS DE AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE IMÓVEL 
 
USUCAPIÃO ESPECIAL RURAL (1.239, CC) 
§ 5 (cinco) anos 
§ Área rural de até 50ha (hectares) 
§  Independentemente de justo título e boa-fé 
§ Terra produtiva + moradia 
§ Não ser proprietário de outro imóvel urbano ou rural em 
território Nacional 
DIREITO DE PROPRIEDADE 
FORMAS ORIGINÁRIAS DE AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE IMÓVEL 
 
USUCAPIÃO COLETIVA URBANA (art. 10 da Lei 10.257/01 - Estatuto da 
Cidade) 
 
As áreas urbanas com MAIS de duzentos e cinquenta metros quadrados, 
ocupadas por população de baixa renda para sua moradia, por cinco 
anos, ininterruptamente e sem oposição, onde não for possível identificar 
os terrenos ocupados por cada possuidor, são susceptíveis de serem 
usucapidas coletivamente, desde que os possuidores não sejam 
proprietários de outro imóvel urbano ou rural. 
 
DIREITO DE PROPRIEDADE 
FORMAS ORIGINÁRIAS DE AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE IMÓVEL 
 
USUCAPIÃO NO DIREITO DE FAMÍLIA 
 
Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (DOIS) ANOS 
ininterruptamente e sem oposição, posse DIRETA, com 
exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² (duzentos e 
cinquenta metros quadrados) cuja propriedade DIVIDA com EX-
CÔNJUGE OU EX-COMPANHEIRO que ABANDONOU O LAR, 
utilizando-o para sua MORADIA OU DE SUA FAMÍLIA, adquirir-lhe-á 
o domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvelurbano ou rural. (Incluído pela Lei nº 12.424, de 16 de junho de 2011) 
DIREITO DE PROPRIEDADE 
FORMAS ORIGINÁRIAS DE AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE IMÓVEL 
 
ACESSÕES 
 
 
NATURAIS OU FÍSICAS 
•  Formação de ilhas 
•  Aluvião 
•  Avulsão 
•  Álveo abandonado 
INDUSTRIAIS OU 
ARTIFICIAIS 
 
•  Construções 
•  Plantações 
DIREITO DE PROPRIEDADE 
 
FORMAS DERIVADAS DE AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE IMÓVEL 
 
 
§ Registro do título aquisitivo 
§ Sucessão: De acordo com o princípio da saisine, 
aberta a sucessão, a herança transmite-se 
imediatamente aos herdeiros do morto. 
§  Artigo 1.784, CC- Aberta a sucessão, a herança 
transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e 
testamentários. 
DIREITO DE PROPRIEDADE 
FORMA DERIVADAS DE AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE IMÓVEL 
§  TÍTULOS registráveis (rol NÃO taxativo) 
ESCRITURA PÚBLICA 
•  Compra e venda 
•  Doação 
•  Dação em pagamento 
•  Permuta 
•  Inventário (com partilha) 
•  Separação ou divórcio (com partilha) 
INSTRUMENTO PARTICULAR 
ART. 108, CC – VALOR 
INFERIOR A 30 S.M. 
•  Compra e venda 
•  Doação 
•  Dação em pagamento 
•  Permuta 
SENTENÇA •  Ação de adjudicação compulsória 
CARTAS 
•  Arrematação 
•  Adjudicação 
DIREITO DE PROPRIEDADE 
§ AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE MÓVEL 
§  Obs. DENTRE OUTRAS 
§ Usucapião 
§  ORDINÁRIA 
§  posse mansa, ininterrupta e pacífica 
§  por TRÊS ANOS 
§  indispensável a prova da boa-fé e a existência do justo título 
§  EXTRAORDINÁRIA 
§  posse mansa, ininterrupta e pacífica 
§  por CINCO ANOS 
§  despiciendos, neste caso, a boa-fé e o justo título. 
DIREITO DE PROPRIEDADE 
§ AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE MÓVEL 
§  Obs. DENTRE OUTRAS 
§  Tradição: entrega da coisa 
§  A tradição pode ser REAL, SIMBÓLICA ou FICTA 
§  REAL: transmissão FÍSICA da coisa 
§  SIMBÓLICA: gesto menos significativo é praticado com o propósito de se 
cumprir obrigação maior (ex. entrega das chaves de um apartamento ao 
comprador) 
§  FICTA: subdivide-se: 
§  constituto possessório: ocorre, v.g., quando um sujeito, proprietário de 
um bem, aliena-o ao adquirente e, em vez de transmitir a ele a posse, 
mantém-se na condição de possuidor direto em razão de outra relação 
contratual (locação ou comodato, p.ex.) 
§  traditio brevi manus: o sujeito era possuidor direto por conta de relação 
jurídica anterior (locação ou comodato, p.ex.) e adquiriu a propriedade 
do bem, passando a ser, além de titular do domínio, possuidor pleno, 
tendo em vista a percepção da posse indireta. 
DIREITO DE PROPRIEDADE 
§ Questões polêmicas 
§  LEGITIMIDADE PASSIVA EM COBRANÇA DE CONDOMÍNIO 
Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a propriedade 
mediante o registro do título translativo no Registro de 
Imóveis. 
 
§ 1o  Enquanto não se registrar o título translativo, o 
alienante continua a ser havido como dono do imóvel. 
 
§ 2o  Enquanto não se promover, por meio de ação 
própria, a decretação de invalidade do registro, e o 
respectivo cancelamento, o adquirente continua a ser 
havido como dono do imóvel. 
 
DIREITO DE PROPRIEDADE 
§ Questões polêmicas 
§  LEGITIMIDADE PASSIVA EM COBRANÇA DE CONDOMÍNIO 
“AÇÃO DE COBRANÇA DE DESPESAS DE  CONDOMÍNIO. 
Unidade compromissada à venda em 05 de novembro de 1999. 
Cobrança de encargos gerados a partir do mês abril de 2007. 
Reconhecimento, por parte do condomínio, da transação do 
imóvel. Alteração do pólo passivo da ação para inclusão do 
compromissário vendedor. Responsabilidade pelo 
adimplemento das despesas que deve ser atribuída ao 
promitente comprador. Recurso provido. (TJSP – AP. 
0261737-70.2007.8.26.0100. Rel. Des. Dimas Rubens 
Fonseca. 27ª Câmara de Direito Privado. Julg.  21/09/2010)” 
 
DIREITO DE PROPRIEDADE 
§  Questões polêmicas 
§  LEGITIMIDADE PASSIVA EM COBRANÇA DE CONDOMÍNIO 
“ D E S P E S A S D E   C O N D O M Í N I O   - C O B R A N Ç A - 
COMPROMISSO  PARTICULAR DE COMPRA E VENDA SEM REGISTRO 
IMOBILIÁRIO - IRRELEVÂNCIA - CONJUNTO FÁTICO EVIDENCIANDO 
C I Ê N C I A D O   C O N D O M Í N I O   A C E R C A D A T R A N S A Ç Ã O 
ILEGITIMIDADE  PASSIVACONFIGURADA SENTENÇA REFORMADA - 
PROCESSO EXTINTO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO. O fato gerador da 
obrigação é a utilização dos serviços e fruição das coisas comuns, sendo 
responsável pelas despesas condominiais o titular do domínio OU o 
possuidor do imóvel que usufrui das benesses comuns. Havendo nos 
autos elementos que indicam a posse do imóvel pelos compromissários 
compradores e o inequívoco conhecimento da transação por parte 
do  condomínio , A RESPONSABILIDADE PELAS DESPESAS 
CONDOMINIAIS É DO OCUPANTE DO IMÓVEL, sendo irrelevante a falta 
de registro do compromisso de compra e venda. Ilegitimidade passiva dos 
apelantes antes reconhecida. Agravo retido improvido. Acolhimento da 
preliminar de ilegitimidade passiva. Extinção do processo com base no art. 
267, VI, do CPC. Prejudicado parcialmente o recurso do condomínio, sendo 
provida a parte não alcançada pela prejudicialidade. (TJSP – AP. 
9239057-83.2003.8.26.0000. Rel. Des. Cristina Zucchi. 10ª Câmara do extinto 
2º TAC. Julg.  14/04/2004)” 
 
DIREITO DE PROPRIEDADE 
§ Questões polêmicas 
§  LEGITIMIDADE PASSIVA EM COBRANÇA DE CONDOMÍNIO 
“DESPESAS DE  CONDOMÍNIO  - COBRANÇA - PROCESSO JULGADO 
EXTINTO SEM DECISÃO DE MÉRITO -  LEGITIMIDADE  DE PARTE 
N O VA M E N T E A P R E C I A D A E M S E G U N D A I N S T Â N C I A - 
COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA SEM REGISTRO - INEXISTÊNCIA 
D E P R O VA S D O C O N H E C I M E N T O D O   C O N D O M Í N I O   -
LEGITIMIDADE  PASSIVA  DE QUEM CONSTAR NO REGISTRO DE 
IMÓVEIS - COHAB - EXTINÇÃO AFASTADA - RECURSO PROVIDO. Sem o 
registro do  compromisso de compra e venda no Cartório de Imóveis e 
sem provas do conhecimento do  Condomínio da celebração 
do  compromisso  de compra e venda e/ou da posse do compromissário-
comprador, a ação de cobrança de despesas condominiais pode ser dirigida 
contra aquele em nome de quem está o imóvel registrado no Ofício 
Imobiliário. Irrelevância da titularidade da Companhia Metropolitana de 
Habitação de São Paulo - COHAB, compromissária- vendedora. Preliminar 
de ilegitimidade afastada. (TJSP – AP. 9211985-58.2002.8.26.0000. Rel. 
Des. Ferraz Felisardo. 3ª Câmara do Segundo Grupo (Extinto 2° TAC). 
Julg. 17/02/2004)” 
 
DIREITO DE PROPRIEDADE 
§ Questões polêmicas 
§  LEGITIMIDADE PASSIVA EM COBRANÇA DE CONDOMÍNIO 
“AGRAVO REGIMENTAL. DIREITO CIVIL. CONDOMÍNIO TAXAS 
CONDOMINIAIS. LEGITIMIDADE PASSIVA PROMITENTE 
COMPRADOR - DETENTOR DA POSSE DO IMÓVEL. SÚMULAS 
83 DO STJ. RECURSO IMPROVIDO. I. Na linha da orientação 
adotada por este Tribunal, a responsabilidade pelas despesas de 
condomínio ante a existência de promessa de compra e venda, 
pode recair TANTO SOBRE O PROMITENTE COMPRADOR 
QUANTO SOBRE O PROMISSÁRIO VENDEDOR, dependendo das 
circunstâncias de cada caso concreto. Sob esse prisma, pois, a 
questão relacionada à posse do imóvel, e não só a propriedade, 
é relevante para a aferição da responsabilidade por tais encargos. 
II. Agravo improvido. (AgRg no Ag 660.515/RJ, Rel. Ministro 
SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 26/08/2008, DJe 
23/09/2008) 
 
 
DIREITO DE PROPRIEDADE 
§ Questões polêmicas 
§  LEGITIMIDADE PASSIVA EM COBRANÇA DE CONDOMÍNIO 
“DESPESAS DE CONDOMÍNIO. LEGITIMIDADE DE PARTE 
PASSIVA. RESPONSABILIDADE ATRIBUÍDA, NO CASO, AOS 
PROMITENTES VENDEDORES, COM A RESSALVA DO DIREITO 
D E R E G R E S S O C O N T R A O S C O M P R O M I S S Á R I O S 
COMPRADORES. “CONTRATO DE GAVETA”. PECULIARIDADES 
DE FATO. – A responsabilidade pelas despesas de condomínio 
pode recair sobre aquele em cujo nome estiver registrado o 
bem imóvel, dependendo das circunstâncias de cada caso 
concreto. – Não-pagamento das taxas condominiais há anos e 
arrematação da unidade autônoma, em 1999, pela “Caixa 
Econômica Federal”. Permanência dos réus embargantes no pólo 
passivo da demanda, diante da possibilidade de inexistir quem 
venha a responder pelo débito existente. Recurso especial não 
conhecido. (REsp427.012/SP, Rel. Ministro BARROS MONTEIRO, 
QUARTA TURMA, julgado em 22/03/2005, DJ 30/05/2005, p. 
380) 
 
 
DIREITO DE PROPRIEDADE 
§ Questões polêmicas 
§  LEGITIMIDADE PASSIVA EM COBRANÇA DE CONDOMÍNIO 
“CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. CONDOMÍNIO. COBRANÇA DE 
TAXAS CONDOMINIAIS. LEGITIMIDADE PASSIVA. Somente 
quando já tenha recebido as chaves e passado a ter assim a 
disponibilidade da posse, do uso e do gozo da coisa, é que se 
reconhece legitimidade passiva ao promitente comprador de 
unidade autônoma quanto às obrigações respeitantes aos encargos 
condominiais, ainda que não tenha havido o registro do 
contrato de promessa de compra e venda. Sem que tenha 
ocorrido essa demonstração, não há como se reconhecer a 
ilegitimidade da pessoa em nome de quem a unidade autônoma 
esteja registrada no livro imobiliário. Precedentes. Recurso 
especial conhecido pelo dissídio, mas improvido. (REsp 660.229/
SP, Rel. Ministro CESAR ASFOR ROCHA, QUARTA TURMA, 
julgado em 21/10/2004, DJ 14/03/2005, p. 378)” 
 
 
DIREITO DE PROPRIEDADE 
§ Questões polêmicas 
§  LEGITIMIDADE PASSIVA EM COBRANÇA DE CONDOMÍNIO 
“CIVIL. QUOTAS DE CONDOMÍNIO. Responsabilidade do 
promitente comprador, se a ocupação, a esse título, da unidade 
imobiliária, é conhecida pelo condomínio, mesmo que a promessa 
de compra e venda não tenha sido registrada no Ofício Imobiliário. 
Recurso especial conhecido e provido. (REsp 422.915/SP, Rel. 
Ministro ARI PARGENDLER, TERCEIRA TURMA, julgado em 
27/08/2002, DJ 21/10/2002, p. 366) 
 
 
DIREITO DE PROPRIEDADE 
§ Questões polêmicas 
§  TRANSFERÊNCIA DA PROPRIEDADE DE VEÍCULOS 
“BEM MÓVEL (Veículo automotor) - AÇÃO DE EMBARGOS DE 
TERCEIRO - Na compra e venda de VEÍCULO a propriedade é 
adquirida com a MERA TRADIÇÃO do bem, ainda que não 
registrada a transferência na repartição de trânsito, e 
ainda que não pago o valor do preço - O embargante é 
verdadeiro proprietário do bem móvel descrito na inicial - 
Recurso provido.(TJSP – AP. 996075008. Rel. Des. Antonio 
Benedito Ribeiro Pinto. 25ª Câmara de Direito Privado. Julg. 
30/10/2008)” 
 
DIREITO DE PROPRIEDADE 
§  Questões polêmicas 
§  TRANSFERÊNCIA DA PROPRIEDADE DE VEÍCULOS 
“PROCESSUAL CIVIL. Pretensão ao reconhecimento da deserção do recurso. O autor 
apresentou demonstrativo dos rendimentos pagos pela Previdência Social. O 
documento levou o D. Magistrado a deferir o benefício. Cabia à ré demonstrar a 
suficiência de recursos para o pagamento das custas do processo, o que não ocorreu. 
Assim, diante da concessão da assistência judiciária gratuita, a deserção do recurso 
não pode ser reconhecida. Preliminar afastada. BEM MÓVEL. Ação de substituição de 
vontade julgada improcedente. Pedido do autor para que a sentença produza o mesmo 
efeito do contrato cumprido, condenando a ré a assinar o documento único de 
transferência do automóvel adquirido, viabilizando, assim, a transferência da 
propriedade do  veículo perante o Departamento de Trânsito. TRANSFERÊNCIA DE 
PROPRIEDADE QUE SE FAZ PELA TRADIÇÃO. Autor que, ao adquirir o veículo que 
o réu alienou a terceiro, sub-rogou-se no direito de exigir do proprietário originário a 
transferência da propriedade. Os efeitos do desfazimento do negócio anterior não 
podem alcançar o adquirente de boa-fé. Sentença que comporta reforma para que o 
pedido do autor seja julgado procedente, condenando o réu a emitir a referida 
declaração de vontade, sob pena de multa diária. Caso a obrigação não seja 
cumprida, a decisão, após o trânsito em julgado, produzirá todos os efeitos da 
declaração não emitida. Recurso provido para este fim. (TJSP – AP. 
0013027-46.2009.8.26.0451. Rel. Des. Antonio Benedito Ribeiro Pinto. 26ª Câmara 
de Direito Privado. Julg. 13/04/2011)” 
 
DIREITO DE PROPRIEDADE 
§ Questões polêmicas 
§  TRANSFERÊNCIA DA PROPRIEDADE DE VEÍCULOS 
“ACIDENTE DE TRÂNSITO - VEÍCULO ALIENADO EM DATA 
ANTERIOR AO ACIDENTE - RESPONSABILIDADE DO 
COMPRADOR - ILEGITIMIDADE PASSIVA RECONHECIDA - 
RECURSO IMPROVIDO. A transferência do domínio de bem 
móvel opera-se pela simples  tradição, traduzindo-se as 
providências junto à repartição de trânsito mero expediente 
administrativo que não interfere no negócio jurídico  (TJSP – 
AP. 9109604-30.2006.8.26.0000 . Rel. Des.  Renato Sartorelli. 
26ª Câmara do Terceiro Grupo. Julg. 23/04/2007)” 
 
DIREITO DE PROPRIEDADE 
§  Questões polêmicas 
§  TRANSFERÊNCIA DA PROPRIEDADE DE VEÍCULOS 
“AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. ACIDENTE DE VEÍCULOS. ALEGAÇÃO DE ILEGITIMIDADE ATIVA POR FALTA DE 
APRESENTAÇÃO DE DOCUMENTO INDISPENSÁVEL PARA A PROVA DA PROPRIEDADE. 
DESACOLHIMENTO. AGRAVO RETIDO IMPROVIDO. A PROPRIEDADE DOS BENS MOVEIS SE 
TRANSFERE MEDIANTE SIMPLES TRADIÇÃO, e com os veículos não é diferente O 
registro no Detran constitui ato posterior a  transmissão  do domínio, 
relacionado ao controle administrativo, dele não decorrendo a possibilidade de afirmação da 
titularidade Logo, a prova da propriedade pode ser feita pelos diversos meios e o certificado 
oficial não constitui documento indispensável. No caso, a legitimidade ativa restou evidenciada pela efetiva 
demonstração da propriedade produzida pelo conjunto probatório AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. ACIDENTE 
DE  VEÍCULOS. ALEGAÇÃO DE VÍCIO PROCESSUAL POR FALTA DE INTIMAÇÃO DA JUNTADA DE 
DOCUMENTO. DESACOLHIMENTO ANTE A AUSÊNCIA DE INTERESSE. RECURSO IMPROVIDO. O fato de os 
réus não terem sido intimados da juntada do certificado de propriedade do veículo não é suficiente para gerar 
nulidade processual, ante a ausência de interesse, dada a irrelevância do documento para demonstrar a 
legitimidade ativa, o que decorreu de outros elementos de prova RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃO DE 
INDENIZAÇÃO POR ACIDENTE DE  VEÍCULOS. ABALROAMENTO EM RODOVIA. CULPA DO MOTORISTA 
DO  VEÍCULO  DA RÉ, QUE TENTOU REALIZAR MANOBRA DE ULTRAPASSAGEM E NÃO CONSEGUIU 
RETOMAR O POSICIONAMENTO ADEQUADO DE TRAFEGO, AO PERCEBER A INOPORTUNIDADE DA 
INICIATIVA. CULPA CONFIGURADA, A DETERMINAR A RESPONSABILIDADE DOS RÉUS. RECURSO 
IMPROVIDO. O condutor do ônibus da ré tentou realizar ultrapassagem do caminhão, mas o fez em momento 
inoportuno, gerando a necessidade de retornar ao posicionamento anterior. Ao fazê-lo, acabou por atingir o 
caminhão, fazendo com que ele perdesse o controle. Tal conduta revela imprudência e imperícia do motorista 
do/ ônibus, justificando o reconhecimento do dever de reparação / RESPONSABILIDADE CIVIL. ACIDENTE 
DE VEÍCULOS. DANOS MATERIAIS. ADEQUADA FIXAÇÃO PELA SENTENÇA. RECURSOS IMPROVIDOS. Os 
elementos de prova não possibilitam alterar as conclusões da sentença, que bem fixou os valores atinentes aos 
danos havidos no caminhão e aos lucros cessantes AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. JULGAMENTO DE PARCIAL 
PROCEDÊNCIA. SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA. REPARTIÇÃO DOS ENCARGOS NECESSÁRIA. RECURSO DOS 
RÉUS PARCIALMENTE PROVIDO. A constatação de que o autor decaiu parcialmente do pedido justifica a 
repartição da responsabilidade pelas despesas processuais e a redução proporcional do valor da verba 
honorária (TJSP – AP 9057821-33.2005.8.26.0000. Rel. Des. Antonio Rigolini. 31ª Câmara d e Direito Privado. 
Julg. 16/03/2010)” 
DIREITO DE PROPRIEDADE 
§  Questões polêmicas 
§  TRANSFERÊNCIA DA PROPRIEDADE DE VEÍCULOS 
“EXECUÇÃO FISCAL. PENHORA SOBRE VEÍCULO ALIENADO. AUSÊNCIA 
DE REGISTRO DE TRANSFERÊNCIA PERANTE O DETRAN. ALEGAÇÃO DE 
AUSÊNCIA DE VALIDADE EM RELAÇÃO A TERCEIROS. VIOLAÇÃO A 
DISPOSITIVO DA LEI DE REGISTROS PÚBLICOS. AUSÊNCIA DE 
PREQUESTIONAMENTO. I - O Tribunal de origem afastou o registro no 
Detran como única prova de propriedade do veículo, nada aduzindo a 
respeito do art. 129, 7º, da Lei 6.015/73, tido como violado, que dispõe 
acerca da necessidade de registro da venda de veículos no cartório de 
Registro de Títulos e Documentos para validade contra terceiros. Incidência 
das súmulas 282 e 356 do STF. II - Ademais, já se decidiu nesta Corte 
que: "O fato de não ter sido realizada a transferência de 
propriedade do automóvel autuado junto ao DETRAN não obsta 
que a provada alienação se faça por outros meios"(REsp 599620/
RS, 1ª T., Min. Luiz Fux, DJ de 17.05.2004). Precedente: REsp nº 961.969/
RS, Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, DJe de 01/09/2008. III - Agravo 
Regimental improvido. (AgRg no REsp 1051456/BA, Rel. Ministro 
FRANCISCO FALCÃO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 21/10/2008, DJe 
10/11/2008) 
 
DIREITO DE PROPRIEDADE 
§ Questões polêmicas 
§  TRANSFERÊNCIA DA PROPRIEDADE DE VEÍCULOS 
“PENAL. APROPRIAÇÃO INDÉBITA. PROVA DA PROPRIEDADE E 
DA BOA-FÉ DA AQUISIÇÃO DE VEÍCULO. REGISTRO DE 
VEÍCULOS. INQUÉRITO POLICIAL. ARQUIVAMENTO. - A 
transcrição do registro do veículo no órgão público 
competente não consubstancia prova inequívoca da 
propriedade do bem, mas mero trâmite burocrático que nem 
sempre é efetivado no momento em que o contrato de compra e 
venda é efetivado, mediante a entrega do bem ao comprador de 
boa-fé, mediante simples tradição. - Apreendido veículo por 
autoridade policial tendo em vista notícia de crime de apropriação 
indébita, sua restituição é de rigor quando arquivado o inquérito. - 
Recurso ordinário provido. Segurança concedida. (RMS 8.836/SP, 
Rel. Ministro VICENTE LEAL, SEXTA TURMA, julgado em 
01/07/1998, DJ 08/09/1998, p. 121)” 
 
 
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