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A FLEXIBILIZAÇÃO DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO NO HUMOR EM FACE DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA (COMPLETO) (1)

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A FLEXIBILIZAÇÃO DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO NO HUMOR EM 
FACE DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA 
 
LA FLEXIBILIZACIÓN DE LA LIBERTAD DE EXPRESIÓN EN HUMOR 
FRENTE A LA DIGNIDAD DE LA PERSONA HUMANA 
 
ADRIANO DA SILVA MARIANO1 
RESUMO 
O artigo presente aborda a flexibilização do direito de livre manifestação 
artística, com foco no humor, em face aos princípios constitucionais da 
dignidade da pessoa humana e os direitos da personalidade, especificamente a 
honra e a imagem, explanando também reflexão acerca do tema com o embate 
religioso. Para que isto seja possível, será analisado historicamente a evolução 
da liberdade de expressão, sua trajetória até a atual Constituição de 1988 e 
como a liberdade de expressão é tratada neste novo cenário. Neste mesmo 
foco, será destrinchado quais são as condutas não protegidas pelo Código. Por 
seguinte, um breve estudo sobre a ADI 4451 que dará margem para tratar do 
conflito religioso como humor, onde será feita uma reflexão e as possíveis 
óticas de visualização deste conflito. Por fim, estaremos no âmbito do princípio 
da dignidade da pessoa humana e os direitos de personalidade, adentrando 
nas colisões de direitos fundamentais e a solução dada pelo ordenamento 
nestas situações, com base no estudo de Robert Alexy e a regra da 
proporcionalidade, encerrando com análises de casos onde entram a colisão 
entre liberdade artística e o princípio da dignidade da pessoa humana. 
Palavras-chave: 
Flexibilização. Manifestação artística. Dignidade da pessoa humana. Humor. 
Proporcionalidade. 
 
RESUMEN 
El presente artículo aborda la flexibilidad del derecho a la libre expresión 
artística, con un enfoque en el humor, frente a los principios constitucionales de 
la dignidad de la persona humana y los derechos de la personalidad, 
específicamente el honor y la imagen, y también explica la reflexión sobre el 
tema con el choque religioso. Para que esto sea posible, se analizará 
históricamente la evolución de la libertad de expresión, su trayectoria hasta la 
Constitución actual de 1988 y cómo se trata la libertad de expresión en este 
nuevo escenario. En este mismo enfoque, se identificarán las conductas no 
 
1 Adriano da Silva Mariano. Discente do Curso de Direito do Centro Universitário de João Pessoa 
(UNIPÊ). E-mail: adr-adriano@live.com @; Orientador/a: Martsung Formiga Cavalcante R. de Alencar. 
E-mail: alencaradvocacia@gmail.com 
 
 
2 
 
 
protegidas por el Código. Luego, un breve estudio sobre ADI 4451 que dará 
margen para tratar el conflicto religioso como humor, donde se hará una 
reflexión y la posible óptica de visualizar este conflicto. Finalmente, estaremos 
dentro del alcance del principio de dignidad humana y derechos de 
personalidad, entrando en colisiones de derechos fundamentales y la solución 
dada por el ordenamiento en estas situaciones, basado en el estudio de Robert 
Alexy y la regla de proporcionalidad, terminando con análisis de casos donde 
entra la colisión entre la libertad artística y el principio de la dignidad humana. 
 
Palabras clave: 
Flexibilización Expresión artística. Dignidad de la persona humana. Humor. 
Proporcionalidad. 
INTRODUÇÃO 
Expressar-se de forma livre, de acordo a defender suas ideias políticas, 
seus próprios pensamentos a respeito de determinado assunto, criações 
musicais e literárias, notícias ou informações, podendo manifestar-se 
publicamente, sem a censura do governo ou possíveis retaliações de demais 
membros da sociedade é um reflexo de uma sociedade avançada e 
intectualmente madura. 
A liberdade de expressão se configura como um dos direitos mais fortes 
garantido pela Declaração Universal dos Direitos Humanos, logicamente 
assegurado constitucionalmente no seu art. 5º e posteriormente no art. 220, 
manifestando claramente o interesse do constituinte averiguar leis que 
protejam e possibilitem o debate livre de opiniões, sem que haja censura prévia 
acerca do tema debatido. 
A liberdade artística é responsável por liberar toda criatividade humana, 
incorre neste mesmo seguimento as produções artísticas humorísticas, que 
tem um espaço muito expressivo no mundo atual e a cada dia em constante 
expansão e conceito, visualizando que o humor é muito comum e está presente 
em muitas cearas da sociedade, tanto na vida pública quanto a pessoal de 
casa membro. 
Via de regra, com tamanha grandeza e expressão, não seria distante 
pensar que poderia se apresentar polêmicas e debates acerca de tal assunto, 
gerando uma profunda reflexão em qualquer entidade da sociedade, refiro-me 
a órgãos jurídicos, entidades religiosas, operadores de direito, com o intuito de 
debater a doutrina e os costumes da sociedade e chegar uma conclusão do 
que é considerado razoável. 
Através deste artigo, pretendo especificamente tratar da temática voltada 
para as manifestações humorísticas, com o intuito de analisar a limitação de tal 
em confronto com o princípio da dignidade da pessoa humana, visar os 
institutos legais da imagem e honra e buscar resposta para a indagação: É 
possível que haja uma limitação no direito fundamental da liberdade de 
expressão assegurado na constituição em sua face humorística, sem que haja 
uma censura negativa, para assegurar o princípio da dignidade da pessoa 
humana? 
Dessa forma, para construção deste Artigo Científico, utilizarei o método 
dedutivo e a técnica de pesquisa indireta, será analisado as doutrinas, 
jurisprudências, legislação acerca do assunto, para que se verifique as devidas 
3 
 
 
soluções acerca dos conflitos de direitos fundamentais e a flexibilização do 
direito de manifestação humorística. 
No primeiro capitulo se busca tratar acerca da evolução histórica do 
direito de expressão nas constituições, permeando toda a época e como de 
forma crescente foram acontecendo as modificações, até chegar presente 
Constituição Brasileira, de forma que será mostrado todo tratamento dado ao 
tema, e encerrando com a informação de quais comportamentos não são 
protegidos pela constituição. 
No capitulo segundo será analisado uma importante ADI, que trata de 
uma modificação feita em um artigo específico do humor nas eleições, 
detalhando a opinião dos magistrados sobre o procedimento até a sua decisão 
e fazendo ponte para uma reflexão acerca da liberdade do humor ante a 
religião. Propondo balancear as várias visões acerca do assunto para que se 
chegue a uma conclusão moral acerca do caso exposto. 
Por seguinte, no terceiro capitulo será mostrado o elo entre o princípio 
da dignidade da pessoa humana e os direitos da personalidade, traçando toda 
a sua importância e características pessoais. Informando as suas diferenças, 
especificamente entre a imagem e a honra, seu amparo jurídico e como ocorre 
o suporte dado entre ambos de forma a se completarem e se interligarem. 
Por fim, o quarto capítulo tratará de forma detalhada como ocorre a 
solução para as colisões de princípios. Para isso, será conceituado as regras e 
princípios e como se diferencia o tratamento de ambas, mostrando que há 
diferenciação na sua solução. Dessa forma, entraremos na técnica usada para 
colisões e se encerra mostrando casos práticos de possíveis limitações do 
direito de expressão frente o princípio da dignidade da pessoa humana. 
2. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO 
2.1 A TRAJETÓRIA DO DIREITO DE EXPRESSÃO ATÉ A CONSTITUIÇÃO 
DE 1988 
É notório verificar que a constituição trata a liberdade de expressão 
como direito fundamental, e garante seu livre exercício sem qualquer tipo de 
censura. 
Mas para que isso seja verificado, é necessário que se faça uma análise 
das modificações que ocorreram ao longo do tempo para que cheguemos ao 
panorama atual do tema então proposto. 
No momento quando ainda se era colônia de Portugal, a liberdade de 
expressão era vista como liberdade de imprensa, sofrera restrições por parte 
do governo português, sendo vedado produções de conteúdo. 
Segundo Corrêa (2001, p.17), no ano de 1808, a família imperial trouxe 
importantes mudanças para a colônia, porém sua chegada foi marcada pela 
total proibição da imprensa. Embora que, no mesmo ano surgiu a primeira 
mídia impressa que marcou a história nacional, denominada “Gazeta do Rio de 
janeiro”, onde mesmo estando sujeita a diversas limitações, havendo 
publicações apenas que passassem pelo crivo da censura prévia. 
4 
 
 
Os primeiros passos da liberdade de expressão vieram através da 
Constituição Política da monarquia Portuguesa de 18222, que em seu art. 7º 
estabelecia que: 
A livre comunicação dos pensamentos é um dos mais 
preciosos direitos do Homem. Todo o Português pode 
conseguintemente, sem dependência de censura prévia, 
manifestar as suas opiniões em qualquer matéria (...). 
Após a independência, a Constituição política do Império do Brasil, de 
18243, no art. 179, manteve a liberdade de imprensa, mantendo a mesma linha 
de pensamento, mas incluindo que deveriam responder pelos abusos 
cometidos no exercício do direito. 
Para que essa norma estivesse em prática, foi promulgada uma lei em 
1830, que tinha o intuito de responsabilizar os abusos cometidos pelo exercício 
do direito de imprensa. Podemos até ressaltar que as “Calumnias, injurias, e 
zombarias” contra o império e contra Deus eram punidos.4 
Nas décadas seguintes, foram criadas leis cujo foco era os crimes 
cometidos pela liberdade de imprensa, além de incluir no ordenamento 
brasileiro o direito de resposta. Assim se referia o conteúdo da Carta 
constitucional de 19345, no art. 113: 
[...] 9) Em qualquer assunto é livre a manifestação do 
pensamento, sem dependência de censura, salvo quanto a 
espetáculos e diversões públicas, respondendo cada um 
pelos abusos que cometer, nos casos e pela forma que a lei 
determinar. Não é permitido anonimato. É segurado o direito 
de resposta. A publicação de livros e periódicos independe de 
licença do Poder Público. Não será, porém, tolerada 
propaganda, de guerra ou de processos violentos, para 
subverter a ordem política ou social. 
Após esse período, debaixo de um governo autoritário, sob direção de 
Getúlio Vargas, alegando luta contra o perigo comunista, foi criado o DIP 
(Departamento de Imprensa), que foi o responsável pela censura. Diante desse 
quadro, a Constituição de 19376 citava: 
[...] com o fim de garantir a paz, a ordem e a segurança 
pública, a censura prévia da imprensa, do teatro, do 
 
2 PORTUGAL. Constituição Política da Monarquia Portuguesa de 1822. Disponível em < 
https://www.parlamento.pt/Parlamento/Documents/CRP-1822.pdf>. Acesso em 08 de Abril de 2020. 
3 BRASIL. Constituição Política do Império do Brazil de 25 de março de 1824. Disponível em 
<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao24.htm>. Acesso em 08 de Abril de 
2020. 
4 BRASIL. Lei de 20 de setembro de 1830. Disponível em < 
https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei_sn/1824-1899/lei-37987-20-setembro-1830-565654-
publicacaooriginal-89402-pl.html>. Acesso em 08/04/2020 
5 BRASIL. Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil. 16 de julho de 1934. Disponível em 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao34.htm>. Acesso em 08 de Abril de 
2020. 
6 BRASIL. Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil de 11 de novembro de 1937. 
Disponível em < https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Constituicao37.htm>. Acesso em 08 
de Abril de 2020. 
5 
 
 
cinematógrafo, da radiodifusão, facultando à autoridade 
competente proibir a circulação, a difusão ou a representação; 
E houve continuação da repressão, onde por lei especial não era 
permitido ao jornal recusar-se a fazer comunicações do governo, proibindo o 
anonimato e tendo como punições a prisão e perda dos bens a quem 
ultrapassasse o limite definido pelo governo. 
2.2 A CONSTITUIÇÃO DE 1988 E A LIBERDADE DE EXPRESSÃO 
O Brasil já estava numa ótica diferenciada e renovada, devido ao 
período vivido pelo país, verificando-se uma proteção maior a liberdade de 
expressão. 
Neste contexto, o art. 5º, inc. IX, título II, da Constituição Federal, coloca 
a liberdade de expressão juntamente com os outros direitos e garantias 
fundamentais, assegurando que “é livre a expressão da atividade intelectual, 
artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou 
licença”. (BRASIL, 1988) 
De forma bem mais específica, a Constituição tratou nos seus arts. 220 
e 221 sobre a comunicação social, instruindo que os tipos de manifestação não 
poderão sofrer restrição, sendo vedado qualquer censura e nenhuma lei pode 
constituir embaraço à plena liberdade de informação jornalística. Abrangendo a 
competência da lei federal em regular os espetáculos públicos e defender a 
família das atrações que possam ser nocivos a saúde. No artigo 221 tratou-se 
dos princípios a serem seguidos pelas emissoras de rádio e televisão. 
Mendes, Coelho e Branco ressaltam que “a liberdade de expressão é um 
dos mais relevantes e preciosos direitos fundamentais, correspondendo a uma 
das mais antigas reivindicações dos homens de todos os tempos” 7 
2.3 COMPORTAMENTOS NÃO PROTEGIDOS PELA LIBERDADE DE 
EXPRESSÃO 
Não se poderia deixar de comentar acerca das condutas que não são 
tuteladas por esse direito, por extravasarem do conceito de liberdade 
excessiva. Mesmo não citadas na constituição de maneira análoga podemos 
verificar que se enquadra no mesmo eixo da discussão. 
 Estão elas elencadas no Código Penal (Lei 2848/40)8 na Parte Especial, 
capítulo V, título I, sobre os crimes contra a honra, também aquele disposto no 
art. 147 do mesmo Código, de maneira resumida podemos citá-las como: 
Calúnia (Art. 138), Difamação (Art. 139), Injúria (Art. 140), Ameaça (Art. 147). 
O posicionamento contrário a essas condutas se deve pelo fato de que 
foge a ideia do foco principal por trás da liberdade de expressão. 
Em resumo, o intuito de manchar a honra de outrem não é bem tutelado 
pela constituição, por se tratar de bem juridicamente protegido, cuja a afronta 
decorre em injúria. 
 
7 MENDES, Gilmar Ferreira; COELHO, Inocêncio Mártires; BRANCO Paulo Gustavo Gonet; Curso de 
Direito Constitucional. 4. ed. rev. e atua. São Paulo: Saraiva, 2009 p. 402 
8 BRASIL. Código Penal de 7 de dezembro de 1940. Disponível 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848compilado.htm> em Acesso em 09 de Abril de 
2020. 
6 
 
 
Nesta mesma visão, a produção humorística sobre qualquer meio de 
utilização, está protegido no âmbito intelectual e artístico. Dessa forma é ilícito 
se o artista incorrer nos tipos penais acima citados, não podendo alegar que 
determinado pronunciamento se travava de “apenas uma piada, uma 
brincadeira” ou “faz parte do entretenimento”, pois o mesmo sofrerá as 
consequências. 
Em Minas gerais, na cidade de Ibirité, um homem de 24 anos foi preso 
em flagrante após anunciar em um site de vendas (OLX) um bebê recém-
nascido (a exposição continha fotos do bebê). Ao ser questionado alegou para 
as autoridades policiais que tudo era apenas uma “brincadeira”. “Todavia, 
admitindo que tenha sido brincadeira, ainda assim esse ato está 
consubstanciado no Estatuto da Criança e do Adolescente, na parte da 
previsão de crimes, nos artigos 232 e 238: expor uma criança a 
constrangimento, a uma situação vexatória [referindo-se ao artigo 232, cuja 
pena varia de seis meses a dois anos de detenção]. E o artigo 238, que traz 
uma pena de reclusão de mais de quatro anos, tem a ver com ofertar menor, 
que está sob sua guarda, mediante paga ou recompensa”, afirmou a 
delegada.9 
Pelo fato da ofensa à dignidade da criança envolvida, não poderia haver 
outro desfecho senão a punição devida pelo ato cometido. 
3. AÇÃO DIRETA DE INSCONSTITUCIONALIDADE 4451 (A ADI DO 
HUMOR) 
Não há como prosseguir no assunto sem citar a devida Ação Direita de 
Inconstitucionalidade 445110 proposta pela Associação Brasileirade Emissoras 
de Rádio e Televisão, cujo objetivo era impugnação dos incisos II e III do art. 
45 da Lei 9.504/1997 que vedavam sátiras contra candidatos. 
Como visto o STF declarou a inconstitucionalidade dos dispositivos. Ao 
dar seu voto o relator Carlos Ayres de Brito declarou que “O que era livre se 
tornou pleno”. 
Para o ministro, a norma questionada censura o humor. "Tanto 
programas de humor, como o humor em qualquer programa, ainda que não 
seja programa específico de humor, mesmo em noticiários", afirmou o 
ministro.11 
Segundo Dias Toffoli, “não caber ao Estado, por qualquer dos seus 
órgãos, definir previamente o que pode ou o que não pode ser dito por 
indivíduos e jornalistas”. 
 
9 BRAGON, Rayder; Homem é preso em MG após ‘brincar’ de colocar bebê ‘a venda’ na internet’, UOL. 
Belo Horizonte, 29 de março de 2016. Disponível em <https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-
noticias/2016/03/29/homem-e-preso-em-mg-apos-brincar-de-colocar-bebe-a-venda-na-internet.htm>. 
Acesso em 09 de Abril de 2020 
10 BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Acórdão na Ação direta de inconstitucionalidade 4451/DF. 
Relator: ZAVASKI, Teori. Publicado no DJ de 02 de setembro de 2010. Disponível em 
<http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/noticiaNoticiaStf/anexo/VOTOHUMORISTASX.pdf> . Acesso em 9 
de Abril de 2020. 
11 STF confirma suspensão de dispositivos da Lei Eleitoral sobre o humor; Notícias STF. Disponível em 
< http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=160528>. Acesso em 14 de abril 
de 2020. 
7 
 
 
As ministras Cármen Lúcia Antunes Rocha e Ellen Gracie e os ministros 
Gilmar Mendes, Celso de Mello e Cezar Peluso acompanharam o voto do 
relator. 
O ministro ainda informa que a lei 12.034 de 200912 trouxe mudanças a 
lei eleitoral, pois a mesma conceitua “trucagem e montagem”. 
Ela acaba trazendo mudanças no conteúdo da lei de 1997 e arguição de 
descumprimento de Preceito Fundamental n.º 130, que decide em não dar 
recepção a Lei 5.250 (Lei de Imprensa) pela CF de 1998. Essas novidades 
deram ensejo a urgência em suspender a eficácia da lei citada. 
Em resumo, o Supremo Tribunal Federal optou por permitir, a 
manifestação dos discursos humorísticos através de charges, ideias, 
verificando uma certa tendência de conferir uma tutela privilegiada para as 
liberdades de expressão e manifestação. 
3.1 A QUESTÃO DA EVOLUÇÃO DA SOCIEDADE SOBRE HUMOR E A 
RELIGIÃO 
Uma sátira com conteúdo provocativo pode ser capaz de provocar uma 
discussão poderosa em mídias sociais e gerar grandes repercussões, o que 
nem sempre é negativo, mas deve se dar de forma razoável e respeitosa. Em 
certos momentos, parece necessário colocar alguns limites ao discurso 
humorístico. 
Neste tópico vamos tratar de valores íntimos, de lógica, de reflexão, não 
apenas de aplicação de norma em seu sentido estrito. Levando uma reflexão 
acerca de pensamentos vão além do que está escrito de forma enfática no 
Código Brasileiro, sem o objetivo de defender a religião como objeto da 
sociedade, mas a forma como lidam com ela. 
Em 7 de janeiro de 2015, a redação do jornal satírico francês, Charlie 
Hebdo sofreu um atentado terrorista, que seria uma resposta a caricaturas de 
Maomé que foram consideradas desrespeitosas pela comunidade mulçumana. 
Uma cartunista foi obrigada a deixar os atiradores entrarem e os mesmos 
foram específicos ao perguntar os nomes das pessoas responsáveis antes de 
matá-las. Os autores do ataque portavam rifles e gritavam: “Vingamos o 
profeta”. O resultado do atentado foi a morte de 12 pessoas e 11 feridas.13 
No dia 24 de dezembro de 2019, a produtora responsável pela criação 
do programa humorístico Porta dos Fundos foi alvo de ataque, no Humaitá, na 
Zona Sul do Rio de Janeiro. Dois coquetéis molotov foram jogados na fachada 
do imóvel, causando danos no quintal e na recepção do estabelecimento. O 
incidente foi feito após a produtora ter reproduzido um especial de natal 
retratando Jesus tendo experiências homossexuais após passar 40 dias no 
deserto.14 
 
12 BRASIL. Lei 12.034 de 29 de setembro de 2009. Lei da Minirreforma Eleitoral. Disponível em < 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12034.htm>. Acesso em 14 de abril de 
2020. 
13 DO G1. Ataque em sede do jornal Charlie Hebdo em Paris deixa mortos. G1. São Paulo, 7 de janeiro de 
2015. Disponível em <http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/01/tiroteio-deixa-vitimas-em-paris.html>. 
Acesso em 14 de abril de 2020 
14 GUIMARÃES, Arthur; MARTINS, Marco Antônio. Produtora do Porta dos Fundos é alvo de ataque 
no Rio. G1 e TV GLOBO. Rio de Janeiro, 24 de dezembro de 2019. Disponível em < 
https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2019/12/24/produtora-do-porta-dos-fundos-e-alvo-de-
ataque-no-rio.ghtml>. Acesso em 23 de Abril de 2020 
8 
 
 
A religião nos últimos tempos pôs em evidência a discursão sobre 
liberdade de expressão. 
A liberdade religiosa está prevista no seu art. 5º, inc. VI, proporcionando 
o livre exercício dos cultos religiosos e a proteção aos locais de culto.15 
A religião é um dos pilares mais importantes para a população brasileira, 
se verificado com os dados coletos pelo IBGE em 2010, 86,8% da população 
se declara cristã entre católicos e evangélicos (INSTITUTO BRASILEIRO DE 
GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. 2010. Gráfico 37). Na mesma direção incorre o 
Brasil como o segundo país com maior número de cristãos em escala mundial. 
Com o fim de deixar a reflexão completa, vamos ao desfecho da 
situação Porta dos Fundos: a Associação Católica Centro do Bom de Fé arguiu 
ação contra a produtora solicitando a suspensão do especial de natal, não 
sendo acatado em primeira instância, em alegação a juíza Adriana Jara Moura, da 
16ª Vara Cível, afirmou que o filme não viola o direito da liberdade de crença de forma 
a justificar a censura pretendida. Na segunda instância foi acatada em decisão 
liminar, pelo desembargador Benedicto Abicair, da 6ª Câmara Cível do Tribunal de 
Justiça do Rio de Janeiro, visando acalmar os ânimos e afirmando que a suspensão 
é mais adequada e benéfica para a sociedade brasileira, de maioria cristã. Já no 
STF o ministro Dias Toffoli, concedeu liminar autorizando a exibição do 
"Especial de Natal Porta dos Fundos” em suas alegações afirma que uma 
sátira humorística não tenha o condão de abalar valores da fé cristã. 
O homem, por questões de conveniência e oportunidade busca conviver 
em coletivo, mas para que esta convivência seja pacifica, benéfica e produtiva 
torna-se necessário o estabelecimento de regras e padrões de conduta. 
Desde os tempos mais remotos, o direito já existia de forma 
natural. Com essa informação verifica-se que as leis tem o propósito principal 
de pôr ordem ou quando necessário impor limites. Quando há conflitos e 
lesões, elas são suscitadas para que naquela desordem haja harmonia 
novamente. 
A lei precisa e deve acompanhar os passos da evolução da sociedade 
no que tange a qualquer assunto específico. É necessário que ela vise o futuro, 
mas acompanhe o presente. O mundo moderno sem sombra de dúvidas é mais 
evoluído e aberto ao novo, mas existem conceitos antigos enraizados que 
necessitam de uma delicadeza ao se tratar do mesmo. 
Para fortalecer esse pensamento, podemos relembrar os anos 80, 
quando o grupo Os Trapalhões estava em evidência, os mais comuns tipos de 
trocadilhos eram acerca da etnia do personagem identificado como Mussum, 
um personagem negro. As falas do grupo nesta década eram tidas como 
inocentes, sem cunho ofensivo. A barreira piada/etnia foi erguida por causa da 
mudança psicossocial da sociedade. 
Foi citado dois acontecimentos que teve como consequência o extremo, 
mas existem inúmeros exemplos no mundo que poderíamos usar para dar 
força e sustentar que a religião (de forma geral) necessita de um suporte 
 
15 Art. 5º Todos são iguais perantea lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros 
e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à 
segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
VI - e inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos 
religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; 
 
9 
 
 
jurídico acerca da liberdade de expressão, há consequências severas, nos 
casos citados, morte e vandalismo. 
Analisando as duas decisões, o juiz de segunda instância, por sua fala, 
pensou em apaziguar a desordem que foi causada com a publicação, assim, 
cumpriu o objetivo natural da criação da lei, gerar equilíbrio e cessar o caos. O 
da terceira instância, pensou na censura da liberdade de expressão, assim, 
cumpriu o objetivo da proteção da lei nua e crua. Proponho colocar em uma 
balança o propósito da criação da lei nos casos citados. Seria sensato escolher 
decidir e abolir a gigante movimentação negativa e violenta da sociedade ou 
manter o pretexto da lei e gerar caos? 
É necessário retirar o véu da religiosidade e da firmeza das 
interpretações das leis e se observar os fatos (dois deles foram descritos) para 
se ter resposta. 
A liberdade de expressão sendo um princípio fundamental para a 
democracia, precisa estar harmonizada com os outros princípios da mesma 
grandeza. Não se pode silenciá-la para que evite seus discursos relevantes, 
porém não se pode admitir o exagero do seu uso para proferir discurso ferindo 
um sentimento profundo da comunidade gerando poucos risos e muito caos. 
4. CONSIDERAÇÕES ACERCA DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA E 
DIREITOS DA PERSONALIDADE 
Atualmente com o princípio da dignidade da pessoa humana tendo 
relevância constitucional e sendo considerado direito fundamental, acaba 
englobando os direitos da personalidade. 
Dentro das garantias fundamentais está o direito a indenização por dano 
material, moral ou à imagem, uma proteção constitucional aos direitos da 
personalidade patrimoniais e extrapatrimoniais. Esta cláusula geral de tutela da 
personalidade decorre diretamente do princípio de respeito à dignidade 
humana. Sendo esse o elo que os vincula. 
Podemos resumir o avanço dos direitos da personalidade com as 
palavras de Maria Helena Diniz onde afirma que: 
“após a Segunda Guerra Mundial, diante das agressões 
causadas pelos governos totalitários à dignidade humana, 
tomou-se consciência da importância dos direitos da 
personalidade para o mundo jurídico, resguardando-os na 
Assembléia Geral da ONU de 1948, na Convenção Européia 
de 1950 e no Pacto Internacional das Nações Unidas (Diniz, 
Maria Helena. Curso..., vol I, p. 118). 
Foi a partir da Declaração Universal dos Direitos Humanos que os 
direitos da personalidade tiveram evidência. 
Ainda com a palavra de Maria Helena Diniz, se conceitua direitos da 
personalidade como: “São direitos subjetivos da pessoa de defender o que 
lhe é próprio, ou seja, a sua integridade física; a sua integridade intelectual 
(liberdade de pensamentos, autoria científica, artística e literária) e sua 
integridade moral (honra, recato, segredo pessoal, profissional e doméstico, 
imagem, identidade pessoal, familiar e social)”.16 
 
16 DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro. Teoria geral do Direito Civil. 24. Ed. São Paulo: 
Saraiva, 2008. v. 1, p. 142. 
10 
 
 
Adriano Cubis relata acerca da importância que os direitos de 
personalidade representam. Nas próprias palavras do autor, “existem certos 
direitos sem os quais a personalidade restaria uma susceptibilidade 
completamente irrealizada, privada de todo o valor concreto: direitos sem os 
quais todos os outros direitos subjetivos perderiam todo o interesse para o 
indivíduo, o que equivale a dizer que, se eles não existissem, a pessoa não 
existiria como tal’’.17 
Acera da dignidade da pessoa humana Mendes, Coelho e Branco, dizem 
que deve ser entendida como princípio sob uma concepção metafísica que 
encara o ser humano como ser inserido no todo da existência humana, dotado 
de singularidade, intencionalidade, liberdade, inovação e transcendência, 
abandonando-se qualquer caráter de ser humano apenas como “peça de um 
gigantesco mecanismo”.18 
Dessa forma, o direito geral de personalidade encontra, no direito 
brasileiro, reconhecimento no princípio da dignidade da pessoa humana 
encontrado no art. 1º, III da Constituição Federal e com mais especificidade, 
no art. 12 do Código Civil que traça uma tutela geral aos direitos de 
personalidade e também encontra amparo de forma mais específica (no que 
concerne a honra) no Código Penal, outro já citado anteriormente. 
Podemos concluir que a dignidade da pessoa humana é a base do 
ordenamento e assumindo contornos diversos para garantir a efetivação dos 
direitos fundamentais. E para garantir a veracidade dessa informação o 
enunciado n. 274 da IV Jornada de Direito Civil do Conselho de Justiça Federal 
informa: 
274 – Art. 11. Os direitos da personalidade, regulados de maneira não 
exaustiva pelo Código Civil, são expressões da cláusula geral de tutela da 
pessoa humana, contida no art. 1º, III, da Constituição (princípio da dignidade 
da pessoa humana). 
4.1 HONRA E IMAGEM 
A honra é um dos mais significativos direitos da personalidade. Presente 
desde o nascimento do indivíduo, até depois de sua morte, levada muito em 
consideração, pois até a ofensa a honra dos mortos pode atingir seus 
familiares. 
Ela é dividida entre os aspectos objetivos e subjetivos. O primeiro é 
referente a reputação da pessoa, o bom nome e a fama que representa na 
sociedade, a ideia de que a sociedade tem daquela pessoa. O segundo é 
referente ao sentimento íntimo de estima ou consciência da própria dignidade, 
ou seja, o que a pessoa pensa de si mesma. 
A honra é compreendida pelas qualidades que caracterizam a dignidade 
da pessoa, o respeito dos concidadãos, o bom nome, a reputação e a 
dignidade. 
Consiste então no direito de não ser ultrajado, injuriado, molestado ou 
lesado na sua dignidade ou consideração social. Adriano de Cupis relata que “a 
pessoa tem o direito de preservar a própria dignidade, mesmo fictícia, até 
 
17 CUPIS, Adriano de. Os direitos da personalidade. Lisboa: Morais, 1961 p. 17-18. 
18 MENDES, Gilmar Ferreira; COELHO, Inocêncio Mártires; BRANCO Paulo Gustavo Gonet; Curso de 
Direito Constitucional. 4. ed. rev. e atua. São Paulo: Saraiva, 2009 p. 172. 
11 
 
 
contra ataques da verdade, pois aquilo que é contrário à dignidade da pessoa 
deve permanecer um segredo dela própria”.19 
Quando ocorre lesão a honra, há um sentimento de diminuição, 
humilhação e constrangimento, podendo o indivíduo sofrer perdas financeiras e 
moral, pois a sociedade aplica a ele uma postura negativa. Por isso, Bittar 
assegura: “a opinião pública é muito sensível a notícias negativas, ou 
desagradáveis, sobre as pessoas, cuidando o sistema jurídico de preservar o 
valor em tela, de um lado, para satisfação pessoal do interessado, mas, 
especialmente, para possibilitar-lhe a progressão natural e integral, em todos 
os setores da vida na sociedade (social, econômico, profissional, político).”20 
A imagem é a “expressão exterior sensível da individualidade humana”, 
sua representação se dá pela pintura, escultura, fotografia, filme e etc. A 
imagem deduz a “essência da individualidade humana”. 
Sua importância é enorme, pois protege a projeção de sua 
personalidade moral e física diante da sociedade, e esse conjunto de 
características irão identificá-los no meio social. 
Ela é considerada bem inviolável, com o intuito da defesa da figura 
humana e impedimento de utilização indevida sem consentimento. 
Com a previsão constitucional é adotado de forma mais completa outras 
ideias referentes ao direito à imagem: a imagem-retrato e a imagem-atributo, 
ambos similaresa honra, porém independentes. De acordo com esse 
pensamento Luiz Alberto David Araújo diz: “Dessa maneira, podemos afirmar 
que existem duas imagens no texto constitucional: a primeira, a imagem - 
retrato, decorrente da expressão física do indivíduo; a segunda, a imagem - 
atributo, como o conjunto de característicos apresentados socialmente por 
determinado indivíduo”.21 
Com isso podemos ter uma visão ampla da diferenciação entre ambos e 
da interligação com o princípio da dignidade da pessoa humana. Chegando à 
conclusão de como ambos de vinculam e são necessários. 
5. A COLISÃO DOS PRINCÍPIOS LIBERDADE DE EXPRESSÃO E 
DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA 
5.1. CONFLITO DE REGRAS E CONFLITOS DE PRINCÍPIOS 
A aplicação da ponderação aplicado nas regras é diferente na aplicação 
nas colisões de princípios. 
Antes de partir para a regra de solução de colisões, é viável que 
venhamos saber a diferenciação dos conflitos de regra e conflitos de princípios 
e ver que a técnica da subsunção não é adequada para solução de colisões, 
sendo apenas para casos que envolvam direitos infraconstitucionais (regras). 
Basicamente, Alexy informa que os princípios são normas, “mandamento 
de otimização” que ordenam que algo seja feito na maior medida possível, 
dentro das possibilidades jurídicas e que dependerão das possibilidades fáticas 
 
19 CUPIS, Adriano de apud AFONSO DA SILVA, op. cit., p. 205 
20 BITTAR, Carlos Alberto. Os direitos da personalidade. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995, p. 
126 
21 ARAÚJO, Luiz Alberto David. A proteção constitucional da própria imagem. Belo Horizonte: Del Rey, 
1997, p. 31 
12 
 
 
e jurídicas para gerar o resultado ulterior.22 Indicando que, se o princípio for 
aplicado em determinado caso, não significa que ele deverá ser aplicado em 
todos os casos posteriores, ou seja, ele não é uma solução definitiva. Pois, o 
que determina a solução de fato é o caso concreto. (ALEXY: 2002, p. 99). 
Já as regras, são normas que devem ser cumpridas ou não, elas 
possuem uma limitação, tem o imperativo de que o seu cumprimento deve ser 
exato com o que é exigido e uma vez aplicada o resultado é definitivo. A 
determinação vai vigorar em todos os casos de aplicação das regras. Só não 
ocorrerá no caso de a regra ser invalidada. (ALEXY: 2002, p. 99). 
Quando houver um conflito existente entre as regras, haverá dois 
destinos: a criação de uma cláusula de exceção (que a fará perder o seu 
caráter definitivo, mas permitirá que continue sendo válida) ou uma declaração 
de invalidade (pois são resolvidos de acordo com os critérios básicos como a 
hierarquia ou especialidade). Há aqui uma decisão acerca da validade. 
Contrário à isto, quando há conflito entre os princípios, um deles deverá 
apenas ceder, não haverá invalidação ou clausula de exceção. Um prevalece 
sobre o outro. Já que os princípios em conflito possuem o mesmo nível 
hierárquico, observará a sua importância, a força e qual terá peso maior no 
caso concreto, ou seja, haverá ponderação. 
Em termos técnicos, as regras são solucionadas pela subsunção e os 
princípios pela ponderação. 
Alexy se baseou na dicotomia entre princípios e regras de Ronald 
Dworkin, declarando que as regras são aplicadas no tudo ou nada, ocorrendo 
que “dados os fatos que uma regra estipula, então ou a regra é válida, e neste 
caso a resposta que ela fornece deve ser aceita, ou não é válida, e neste caso 
em nada contribui para a decisão” (DWORKIN: 2002, p.39). Dessa forma, 
quando uma regra é considerada válida, sua aplicação deve ser feita de 
imediato. 
Defendendo o que anteriormente foi citado, que a colisão 
entre princípios não pode ser de acordo com o “tudo ou 
nada” como nas regras, pois não haverá declaração de 
invalidade de um princípio perante outro e a eliminação do 
ordenamento.23 
A aplicação dos princípios deve ser feita de maneira mais complexa, 
pois verifica-se que os princípios orientam a direção e as razões a serem 
seguidas pelo intérprete, mas não informam a solução definitiva, sendo 
necessário traçar uma interpretação particular acerca de cada detalhe do caso 
a ser solucionado. 
Há críticas de outros doutrinadores referente a teoria adotada por Robert 
Alexy, mas neste artigo não vai abranger as possíveis visões não tratadas pelo 
autor. 
5.2 A PONDERAÇÃO COMO SOLUÇÃO PARA COLISÕES DE PRINCÍPIOS 
 
22 ALEXY, Robert; Teoria dos Direitos Fundamentais. Tradução: Virgílio Afonso da Silva. São Paulo: 
Malheiros, 2008 p. 90 
23 ALEXY, Robert; Teoria dos Direitos Fundamentais. Tradução: Virgílio Afonso da Silva. São Paulo: 
Malheiros, 2008 p. 96 
13 
 
 
A Técnica tem o nome de ponderação.24 
Barroso entendeu que o sistema jurídico remeteu ao juiz (intérprete) 
parte da competência do legislador, para situações cuja a ações sejam de 
direito fundamental, e que ele além de verificaria se os fatos se encaixavam ou 
não na norma, deveria averiguar os elementos objetivos e subjetivos para gerar 
a sentença adequada.25 
Quando um princípio põe limite ao comprimento do outro, deve-se 
observar o caso concreto, indicando quais são as condições para que um 
princípio seja aplicado no lugar do outro. 
Nesta situação, o autor informa que existe um princípio mais amplo, 
chamado princípio da proporcionalidade, que é composto por três princípios 
parciais: o princípio da adequação, da necessidade e a ponderação. 
No princípio da adequação são excluídos a utilização de meios que 
visam realizar determinado princípio, mas que de alguma forma acabe 
prejudicando o outro. 
O princípio da necessidade, há de se escolher entre dois meios para que 
sejam usados para realização de um princípio, sendo escolhido aquele que 
menos intervenha no outro princípio. 
Por último, tem-se o princípio da ponderação, que tem por objetivo pesar 
as vantagens e prejuízos de se tomar uma decisão. 
A ponderação é descrevida pelo autor da forma seguinte: “quanto mais 
alto é o grau do não cumprimento ou prejuízo de um princípio, tanto maior deve 
ser a importância do cumprimento do outro”.26 
A ponderação é feita de três passos. Primeiramente, a comprovação do 
grau de não prejuízo de um princípio. Analisando todos os elementos 
fundamentais das colisões, para que não haja distorções na ponderação. É 
indispensável a identificação de todos os elementos fundamentais e 
argumentos que compõe as colisões, para que a ponderação ocorra sem 
distorções.27 
O passo dois é feito a comprovação da importância do cumprimento do 
princípio. Aqui vai ocorrer de fato a ponderação, examinado os fatos do caso 
concreto e as consequências nos elementos normativos. 
No terceiro e último passo, é feito a comprovação de que o cumprimento 
do princípio é importante a tal ponto de justificar o não cumprimento do outro. 
Sendo necessário formulação de regras de preferência entre os princípios 
analisados. Esse é o passo mais complexo, pois aqui se encontra a justificação 
do porque a solução escolhida deve prevalecer. 
 
24 ALEXY, Robert; Teoria dos Direitos Fundamentais. Tradução: Virgílio Afonso da Silva. São Paulo: 
Malheiros, 2008 p. 97 
25 BARROSO, Luís Roberto; Colisão entre liberdade de expressão e direitos da personalidade. Critérios 
de ponderação. Interpretação constitucionalmente adequada do Código Civil e da Lei de Imprensa. 
Revista de Direito Privado, volume 18, 2004; Revista dos Tribunais. p. 3 
26 ALEXY, Robert; Teoria dos Direitos Fundamentais. Tradução: Virgílio Afonso da Silva. São Paulo: 
Malheiros, 2008 p. 136 
27 ALEXY, Robert. Colisão de direitos fundamentais e realização de direitos fundamentais no estado de 
direito democrático, Revista de Direito Administrativo n 217, 1999 p. 69 
14 
 
 
O Código de Processo Civil28 adota esse estilo de ponderação, quando 
em seu regulamento dos elementos essenciais de uma sentença determina 
que: 
Art. 489. São elementos essenciaisda sentença: 
[...] VI - deixar de seguir enunciado de súmula, 
jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem 
demonstrar a existência de distinção no caso em 
julgamento ou a superação do entendimento. 
§ 2º No caso de colisão entre normas, o juiz deve 
justificar o objeto e os critérios gerais da ponderação 
efetuada, enunciando as razões que autorizam a 
interferência na norma afastada e as premissas fáticas 
que fundamentam a conclusão. 
Ante a toda explicação acerca de tudo que foi falado, partiremos para 
exposição de casos práticos em que em que a liberdade de expressão, com 
base no humor, entrou e colisão com a dignidade da pessoa humana. 
5.3 A JURISPRUDÊNCIA BRASILEIRA E A LIMITAÇÃO DA LIBERDADE DE 
EXPRESSÃO COM FOCO O HUMOR 
5.3.1 Ação de Aguinaldo da silva contra Rede Bandeirantes e Wellington Muniz 
O escritor e roteirista Aguinaldo silva ajuizou ação de indenização por 
danos morais contra a Rede Bandeirantes, o humorista Wellington de Moura 
Muniz e dois produtores do programa “Pânico na Band”, após ser feito um 
quadro no programa chamado “Agnaldo Senta” que ultrapassou o limite de 
ironias e deboches a respeito de seu comportamento. O programa sempre 
apresentava matérias humorísticas envolvendo sempre conteúdos sexuais e 
homossexuais vulgares, colocando o roteirista em situação de 
constrangimento. 
Os citados recorreram da decisão em primeira instância, mas a 17ª 
câmara Cível do TJ/RJ manteve decisão. 
O embargo de declaração resumiu-se a detalhar cada passo que foi 
tratado neste artigo, informando que o conteúdo apresentado não pode ser 
tratado como paródia, sátira, caricatura ou qualquer outra justificativa 
amparada no exercício da liberdade de expressão e manifestação, declarando 
a Constituição defende o direito à liberdade de imprensa, mas que não era 
absoluto, devendo agir de forma proporciona, sem abusividade e em 
consonância com os demais direitos, não podendo ser usada para atingir a 
honra de quem quer que seja. 
Ainda fortaleceu a decisão ao dizer que o autor embargado não tinha 
uma vida pública frente as lentes, sempre mantendo a sua privacidade, apenas 
pessoas íntimas tinham acesso a sua forma de agir, não cabia ao programa 
 
28 BRASIL. Código de Processo Civil. Lei n. 13.105 de 16 de março de 2015. Disponível em < 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm>. Acesso em 01 de Maio de 
2020. 
15 
 
 
ridicularizá-lo com trejeitos afeminados, com linguajar chulo e banal.29 O 
desembargador Elton Leme destacou em seu voto o seguinte pronunciamento: 
“Configurado, portanto, o abuso no exercício da liberdade 
de imprensa, ultrapassando a razoabilidade e 
proporcionalidade em sua conduta, indubitavelmente 
ofensiva à imagem e à honra do autor, restando 
desrespeitados os direitos de personalidade do autor, a 
ensejar reparação por danos morais não só pela emissora 
de televisão, mas também pelo ator humorista e 
apresentador do programa, no caso, o primeiro réu.” 
Vemos aqui a flexibilização do direito de liberdade de expressão no 
humor. 
A medida é adequada, pois foi analisado o caso concreto e verificou-se 
que pesava mais a violação do que a continuidade da matéria, pois a dignidade 
do requerente foi afetada em grande medida, afetando a forma como o mesmo 
seria visto perante a sociedade. Feito isso acabando com a violação da honra e 
da imagem e ainda com a proibição de citar ou fazer piada com o autor da ação 
sem a sua autorização, com a consequência de multa se isso vier a ocorrer. 
A decisão também é necessária pois foi o meio menos oneroso para a 
parte sucumbente e que propôs mais equidade para as duas partes, como 
tratado, o princípio foi mantido da maior maneira possível, um dos princípios foi 
cedido e não houve invalidação do direito do sucumbente, pois o mesmo pode 
continuar a fazer matérias com conteúdos humorísticos. 
5.3.2 Ação de Maria do Rosário contra Danilo Gentili 
Danilo Gentili foi condenado a seis meses e vinte e oito dias de 
detenção. Como a pena foi curta, ele respondeu ao processo em regime 
semiaberto. Por ela poder ser convertida em penas alternativas ou em regime 
aberto. Isto ocorreu pelas práticas de injúria contra a deputada Maria do 
Rosário (PT-RS). Danilo foi condenado por reflexo de um vídeo feito pelo 
mesmo em 2017 e publicado em redes sociais, o conteúdo do vídeo se tratava 
do mesmo rasgando o documento enviado pela Câmara dos Deputados e 
friccionando contra suas partes intimas com ameaças de enviá-lo de volta para 
Maria do Rosário. 
O documento continha uma tentativa de conciliação extrajudicial, onde 
pedia que fosse retirado publicações depreciativas sobre ela. Por causa da 
popularidade do humorista, ela alegou que acarretou muitas ameaças. 
A juíza Maria Isabel do Prado, da 5ª Vara Federal Criminal de São 
Paulo, entendeu que a gravação do vídeo em resposta a uma notificação 
extrajudicial recebida, o humorista ofendeu a dignidade da deputada, 
chamando-a de "puta". Deixando claro a postura do citado deixou 
"absolutamente clara a real intenção de injuriar", onde a filmagem feito em sua 
residência teve "caráter de resposta em retaliação contra a manifestação da 
 
29 BRASIL, Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Autos n. 0273870-72.2012.8.19.0001. Disponível 
em < https://www.migalhas.com.br/arquivos/2017/11/art20171116-05.pdf>. Acesso em 02 de maio de 
2020. 
 
16 
 
 
vítima" não podendo confundir-se com "peça humorística espontaneamente 
criada independente do intuito de injuriar".30 
Em sua defesa alegou que o conteúdo do vídeo era humor e crítica 
política, sem a intenção de ofender. 
No documento onde a decisão se encontra, detalha cada conduta feita 
por Danilo e emitindo juízos acerca dos fatos, dando a entender que não se 
tratava de conteúdo humorístico, mas de afronta. 
A postura do humorista expressada no vídeo pesou muito ao seu 
desfavor, pois a autora da ação buscou uma solução consensual entre as 
partes para resolução do conflito. Menos pesaroso seria para ambas as partes 
a aceitação da conciliação. Porém, Danilo tendo como premissa a liberdade de 
expressão e liberdade de manifestação artística, não ponderou que as suas 
atitudes não estariam protegidas por tal princípio. Pois como citado no artigo, a 
injúria não se encaixa na tutela da proteção constitucional. 
As palavras de ofensa foi o ponto principal na ponderação feita pela 
juíza. Pois a intenção de fazer graça ou críticas não é criminalizada, mas o 
intuito de ofender. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
O propósito principal do artigo foi analisar o princípio da liberdade de 
expressão quando este entra em colisão com o princípio da dignidade da 
pessoa humana e os demais institutos que o acompanham, para que se possa 
verificar a sua flexibilização numa situação de conflito. 
No primeiro capítulo foi feita uma análise histórica acerca das 
modificações feitas nas constituições ao longo dos anos acerca da liberdade de 
expressão e liberdade de imprensa, até que chegasse no ponto culminante no 
discursão que é a nossa atual Constituição Federal de 1988. 
No capítulo dois, foi detalhado o conteúdo da ADI 4451, conhecida como 
a “ADI do humor”, que foi de grande importância. O conteúdo se trata da 
modificação de um artigo que censura matérias humorísticas acerca do tema 
político. Após essa análise, entramos na área religiosa, possibilitando uma 
reflexão de dois casos envolvendo humor afetando a esfera da religião e que 
podem ser de importante valor para se chegar a uma conclusão íntima e 
pessoal. 
No terceiro capítulo foi abordado a caracterização da dignidade da 
pessoa humana e dos institutos das personalidades, de forma mais específica 
a honra e a imagem. Sendo de fundamental interesse essa conceitualização 
para o prosseguimento do artigo. 
No quarto capítulo se tratou da diferenciação dos conflitos entre regras e 
princípios, propondo qual regra seriaadequada para tratar cada um de maneira 
específica e o porquê as chamadas colisões são mais complexas e não podem 
ser resolvidas pela técnica da subsunção. 
Para chegar a essa conclusão, baseou-se na teoria de Alexy Robert, e 
suas visões aceca de tais conflitos e como se dá a solução para o principal 
conflito que é estudado. Podendo chegar a um panorama mais completo 
 
30 BRASIL, Tribunal de Justiça de Justiça de São Paulo. Disponível em 
<https://abrilveja.files.wordpress.com/2019/04/2019-04-10condenacaodanilogentili.pdf>. 
Acesso em 2 de maio de 2020. 
 
17 
 
 
acerca do assunto tratado. Atestando que esse modelo foi aceito pela doutrina 
brasileira e que muitas decisões foram pautadas através dessa técnica, que 
leva em consideração a análise concreta dos fatos. 
Com a técnica da ponderação, buscou-se explicitar como funciona na 
teoria, dando as orientações necessárias para que se chegue a um fim preciso, 
sem prejudicar de maneira completa o direito contraposto. 
Para que tivéssemos um fim completo, colocamos na prática mostrando 
os casos em que a jurisprudências brasileira passou a analisar essa técnica. 
Podendo a partir de então, verificar que quando em conflito com outros 
princípios de igual valor e peso, a liberdade de expressão não tem caráter 
absoluto. 
REFERÊNCIAS 
ALEXY, Robert. Teoría de los derechos fundamentales. Trad. Ernesto 
Garzón Valdés. Madrid: Centro de Estudios Políticos y Constitucionales, 2002. 
ALEXY, Robert. Teoria dos Direitos Fundamentais. Tradução: Virgílio Afonso 
da Silva. São Paulo: Malheiros, 2008. 
ARAÚJO, Luiz Alberto David. A proteção constitucional da própria imagem. 
Belo Horizonte: Del Rey, 1997. 
BITTAR, Carlos Alberto. Os direitos da personalidade. Rio de Janeiro: 
Forense Universitária, 1995, p. 126. 
BRAGON, Rayder; Homem é preso em MG após ‘brincar’ de colocar bebê 
‘a venda’ na internet, UOL. Belo Horizonte, 29 de março de 2016. Disponível 
em <https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2016/03/29/homem-e-
preso-em-mg-apos-brincar-de-colocar-bebe-a-venda-na-internet.htm>. Acesso 
em 09 de Abril de 2020. 
BRASIL. Código Penal de 7 de dezembro de 1940. Disponível em 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848compilado.htm>. 
Acesso em 09 de Abril de 2020. 
BRASIL. Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil de 11 de 
novembro de 1937. Disponível em < 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Constituicao37.htm>. Acesso 
em 08 de Abril de 2020. 
BRASIL. Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil 16 de 
julho de 1934. Disponível em 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao34.htm>. Acesso 
em 08 de Abril de 2020. 
BRASIL. Constituição Federal da República Federativa do Brasil. 
Disponível em 
<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso 
em 08 de Abril de 2020. 
18 
 
 
BRASIL. Constituição Política do Império do Brazil de 25 de março de 
1824. Disponível em 
<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao24.htm>. Acesso 
em 08 de Abril de 2020. 
BRASIL. Lei 12.034 de 29 de setembro de 2009. Lei da Minirreforma Eleitoral. 
Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-
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DO G1. Ataque em sede do jornal Charlie Hebdo em Paris deixa mortos. 
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19 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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M333f Mariano, Adriano da Silva. 
A flexibilização da liberdade de expressão no humor 
em face da dignidade da pessoa humana /Adriano da 
Silva Mariano. - João Pessoa, 2020. 
18f. 
Orientador (a): Prof . Martsung Formiga Cavalcante 
R. de Alencar 
Monografia (Curso de Direito) – 
Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ. 
1. Flexibilização. 2. Manifestação artística. 3. 
Proporcionalidade. I. Título. 
UNIPÊ / BC CDU - 
342.7

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