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Victoria Karoline Libório Cardoso Imunidad� adaptativ� Características gerais ● É específica, com células especializadas, e possui memória imunológica. ● Possui expansão clonal, ou seja, suas células têm o poder de se proliferarem após entrarem em contato com o antígeno Principais células da imunidade adaptativa e citocinas ● Linfócitos B - estimulam a fagocitose, ativam o sistema complemento e participam da memória imunológica ao produzirem anticorpos. ● Linfócitos T : ○ TCD4 - ativam outras células, como os linfócitos B produtores de anticorpos e os macrófagos ○ TCD8 - erradicam infecções por microorganismos intracelulares, destruindo as células infectadas. ○ dependência: ■ dependem de ativação pelas células apresentadoras de antígenos (APCs), mas até lá são chamadas de “naives”. ■ combatem infecções em qualquer parte do corpo, por causa de sua ativação pelas células dendríticas. ■ comunicação com várias células (macrófagos, células dendríticas, células B) por receptores especializados ○ passos da ativação: ■ células dendríticas - ativação da célula T virgem por expansão clonal e diferenciação em células T efetoras. ● são APCs especializadas, devido estarem estrategicamente localizadas; possuem receptores de captura, migram para órgãos linfáticos e, quando maduras, expressa muito MHC e co-estimuladores. ■ macrófagos - ativação das células T efetoras (imunidade celular). ■ linfócitos B - ativação das células T efetoras e produção de anticorpos (imunidade humoral). ● APCs - células apresentadoras de antígeno ○ Célula dendrítica ○ macrófago ○ linfócitos B ● Citocinas ○ São proteínas produzidas pelas células da imunidade inata e adaptativa que auxiliam, regulam e ativam o processo de inflamatório. ○ São produzidas a partir da ativação celular pós infecção. ○ Possuem atividade autócrina, parácrina e endócrina quanto as suas vias de sinalização. MHC de classe I e II: ● são receptores que atuam principalmente na ativação das células TCD8 e TCD4 ● MHC de classe I - presente em todas as células nucleadas e auxilia no combate à vírus e à patógenos intracelulares ○ nesse caso, o antígeno se localiza no citosol, onde sofre ação dos proteossomos que degradam a proteína dos invasores em peptídeos ○ em seguida, o transportador TAP leva esses peptídeos para o retículo endoplasmático, onde está localizado o receptor de MHC de classe I ○ assim, esse peptídeo se acopla ao receptor formando um complexo que é secretado pelo complexo de golgi e migra para a membrana plasmática ○ por fim, este complexo ativa as células TCD8 (citotóxicas) que matam as células infectadas por vírus e patógenos intracelulares ● MHC de classe II - presentes nas APC´ e nas células B, seus antígenos apresentam-se em vesículas, pois são produtos de fagocitoses ○ nesse caso, o retículo endoplasmático secreta uma vesícula contendo o receptor de MHC de classe II, que se une à vesícula com o antígeno, formando um complexo. ○ em seguida, esse complexo migra para a membrana e ativa as células TCD4 que, por meio de citocinas, ativam as células B para que produzam anticorpos. Sistemas de ativação da imunidade adaptativa ● Captura e apresentação dos antígenos: 1 - os microorganismos são capturados e digeridos, a partir de vesículas com enzimas digestivas. 2 - apresentação dos peptídeos da digestão dos microorganismos, a partir dos MHC de classe I e II 3 - a informação é então transferida para os gânglios e órgãos linfáticos 4 - assim, as células apresentadoras de antígenos apresentam os peptídeos aos linfócitos TCD4 e TCD8 ● Reconhecimento dos antígeno pelos linfócitos: ○ linfócitos específicos são convocados de acordo com o antígeno ○ as moléculas de MHC de classe I e II e as moléculas co-estimuladoras fazem o reconhecimento do peptídeo antigênico os linfócitos T e B se proliferam e se diferenciam Desenvolvimento de linfócitos ● Passam por um evento de seleção para eliminação de células instáveis e potencialmente perigosas. ● Rearranjo sequencial e ordenado dos genes dos receptores de antígenos e expressão de proteínas receptoras de antígenos. ● Existem alguns passo a passo para a seleção e maturação dos linfócitos B e T. 1. escolha de células indiferenciadas com expressão de receptores de superfície 2. reconhecimento de antígenos: ❖ processo de teste de reconhecimento de antígenos do próprio corpo, que deve dar negativo (ou fracamente positivo), pois isso pode levar a uma doença autoimune - seleção positiva ❖ caso a célula reconheça os antígenos do próprio corpo, significa uma seleção negativa, o que causa a apoptose celular. ➢ nesse caso ainda há a possibilidade de trocar os receptores de superfície da célula, para que ela pare de reconhecer os antígenos do próprio corpo - cadeia VDJ 3. maturação de células B e T: ❖ linfócitos B: ➢ os passos anteriores de reconhecimento de antígenos ocorre na medula óssea/órgãos linfóides primários. ➢ esses linfócitos partem então para os órgãos linfóides secundários/periféricos (principalmente baço), por vênulas endoteliais, ocorrendo uma maturação dos clones e geração de subgrupos de linfóides. ➢ após a ligação aos antígenos há a secreção de anticorpos. ➢ ativação de células B - transformação em plasmócito (célula de memória) - secreção de anticorpos. ➢ por fim, a expansão clonal ativam os linfócitos B (que ficam nos folículos) e produzem anticorpos. ❖ linfócitos T: ➢ os passos de reconhecimento dos antígenos ocorre na medula e após isso as células são direcionadas ao timo, por meio das vênulas. ➢ no timo: a célula pode ser uma TCD8 ou TCD4; isso depende da afinidade por MHC de classe I ou II. ■ reconhecimento MHC classe I - TCD8 citotóxico ■ reconhecimento MHC classe II - TCD4 auxiliar ■ caso a célula não tenha afinidade ao MHC ela sofre apoptose. ➢ após essa ativação essas células são enviadas para os órgãos linfóides periféricos, pelas vênulas ou pelos vasos linfáticos. ➢ nos órgãos periféricos elas se encontram com as APCs, que ativarão essas células T. ■ TCD4 - reativação e resposta do sistema imune, ou seja, auxílio ao sistema imune. ■ TCD8 - função citotóxica, ela mata células infectadas por vírus. ➢ após a expansão clonal, elas ativam os linfócitos B (que ficam nos folículos). ■ os linfócitos T vão até o local da infecção, matam as células infectadas e reativam macrófagos ■ após eliminação dos patógenos, 90% das células T sofrem apoptose e os outros 10% viram células de memória. Ativação de linfócitos T ● além da sensibilização por MHC há uma co-estimulação ● passos: 1. linfócito apresenta MHC para uma APC 2. célula T libera co-receptores (principalmente CD28) ○ 90% das CD4 liberam CD28 e 50% das CD8 liberam CD28 3. em resposta, a APC libera uma “chave” para esse receptor, nesse caso a proteína B7. 4. a liberação do MHC com o co-receptor libera citocinas e ajuda na ativação de mais linfócitos T. ● por que isso acontece? ○ porque, caso haja uma apresentação de antígeno próprio, se não houver inflamação que gere citocinas e estimule a presença dos co-receptores, o processo não prosseguirá e não ativará mais células T ○ é mais um mecanismo de proteção ● licenciamento CD40 - TNF ○ nesse processo de co-receptores, as APCs expressam a CD40 e induzem a expressão de CD40L (ligante) nas células T ○ então, o CD40 se liga ao CD40L, o que leva a expressão de B7 e secreção de citocinas ○ a APC em questão é ativada e estimula a proliferação e estimulação das células T ● bloqueio dos co-estimuladores ○ no caso, principalmente de doenças autoimunes é necessário que se bloqueie esse mecanismo, pois pode haver inflamação e caso se apresente os antígenos próprios o processo é desencadeado ○ fármacos então fazem um bloqueio desses co-estimuladores ● exemplos de co-estimuladores ○ CD69 - estimula a saída de células T dos linfócitos, ou seja, controla a saída dos linfócitos T de acordo com a maturação deles ○ CD25 - permite a resposta a IL-2 que promove o crescimento - proliferação ○ CD40L - ajudamacrófagos e células B - ativação ○ CTLA-4 - controle da resposta - ativação de células T reguladoras ● sensibilização ○ por antígenos intracelulares com consequente liberação de citocinas, que recrutam células específicas. ■ principal citocina: IL2 - atua como fator de crescimento para linfócitos ativados promovendo expansão clonal Ativação de linfócitos B ● são sensibilizados por antígenos extracelulares, apresentados por APCs ● diferenciação desses linfócitos em plasmócitos secretores de anticorpos ● realização de fagocitoses para a neutralização dos microorganismos. ● parte dessas células iniciam um processo de memória celular, assim em uma próxima infecção a resposta será mais rápida e específica Recombinação de receptores ● os genes que codificam os receptores de linfócitos B (lg) e de linfócitos T (TCR) sofrem rearranjo nas regiões dos segmentos gênicos variáveis, de diversidade e de junção. Vacina� Imunidade ativa - vacina, gera memória imunológica ● causa uma infecção leve com o próprio patógeno não modificado ● início = variolação: ○ pequena quantidade de material seco de uma pústula de varíola causaria uma infecção leve, seguida por uma proteção duradoura contra uma re-infecção ○ problema: cerca de 3% das pessoas contraiam infecções graves e iam à óbito ○ resultado final: processo a partir de uma infecção bovina, que fornecia a imunidade protetora aos humanos sem o risco da doença ● doenças sem vacinas efetivas: ○ malária, esquistossomose, verminose, tuberculose, diarreia, doenças respiratórias, HIV/AIDS e sarampo (só é efetiva com grande cobertura vacinal) ● desenvolvimento de vacinas: ○ estudos para uma compreensão molecular detalhada da patogenicidade microbiana ○ análise da resposta protetora do hospedeiro aos organismos patogênicos ○ compreensão da regulação do sistema imune ● alguns microrganismos requerem a presença de anticorpos preexistentes no momento da exposição à infecção ○ tétano e difteria - os anticorpos neutralizarão os efeitos de exotoxinas extremamente poderosas ○ poliomielite - precisa de anticorpos para ajudar no controle e na sinalização antes da ação dos linfócitos TCD8 ● as respostas imunes geralmente envolvem anticorpos dirigidos contra múltiplos epítopos (pedaços do patógeno/antígeno), mas apenas alguns desses anticorpos fornecem proteção ○ epítopos particulares de células T podem afetar a natureza da resposta ○ pode haver uma resposta inflamatória, mas com falhas na produção e anticorpos neutralizantes e, assim, causando uma patologia sem proteção ● características de uma vacina específica ○ segurança - não deve causar doença ou morte ○ proteção - deve proteger contra a doença resultante da exposição ao patógeno vivo ○ fornecer proteção prolongada - deve durar muitos anos ○ induzir anticorpos neutralizantes - inibem a infecção de células ○ induzir células T protetoras - alguns patógenos, principalmente os intracelulares, precisam de respostas imunes específicas, desencadeadas por células T ○ considerações práticas - baixo custo por dose, estabilidade biológica, fácil administração e poucos efeitos colaterais ○ fornecimento de uma imunidade grupal - redução do número de membros suscetíveis de uma população e redução da possibilidade de transmissão da infecção ● vacinas conjugadas ○ usam-se vários epítopos celulares para a formação de uma vacina, com o intuito de induzir uma resposta imunológica mais completa ■ exemplo: cápsula externa - (Neisseria meningitidis, Streptococcus pneumoniae e Haemophilus influenzae) defesa pela opsonização da capa polissacarídea pelo anticorpo, ou seja, a vacina estimulará a ação dos anticorpos contra as cápsulas polissacarídicas das bactérias ● os polissacarídeos capsulares podem ser usados diretamente como vacinas, entretanto, crianças menores de 2 anos não produzem boas respostas independentes de células T e não podem ser vacinadas efetivamente com as vacinas polissacarídicas ● adjuvantes (pedaços de antígenos) ○ muitos são constituintes estéreis da bactéria, particularmente das suas paredes celulares ■ adjuvante completo de Freud - água e óleo que contém micobactérias mortas ■ B. Pertussis morta ■ polissacarídeos bacterianos ■ proteínas bacterianas de choque térmico ■ dna bacteriano ○ a maioria dos adjuvantes causam uma inflamação pronunciada e não é adequada para o uso de vacinas em humanos (usados em vacinas animais) ○ acredita-se que a maioria dos adjuvantes atuam nas células apresentadoras de antígenos (APC´s) ● tipos de vacina ○ vivas atenuadas - a partir de patógenos vivos atenuados ■ muito potentes, pois induzem um maior número de mecanismos efetores relevantes, incluindo as células TCD8 citotóxicas ■ os vírus inativados não produzem proteínas no citosol, de modo que os peptídeos dos antígenos virais não podem ser apresentadas pelas moléculas de MHC de classe I e, assim, as células TCD8 não são geradas ■ em uso para: poliomielite, sarampo, caxumba, rubéola e varicela ■ pode ser produzido a partir da inibição da virulência do vírus ou pela deriva/desvio antigênico ● deriva antigênica - anticorpos neutralizantes contra a hemaglutinina bloqueiam a ligação com as células, então mutações alteram epítopos de hemaglutinina de modo que o anticorpo neutralizante não age mais ● desvio antigênico - segmentos de rna são trocados entre linhagens de vírus em um hospedeiro secundário, então nenhuma imunidade protetora cruzada ao vírus expressa uma nova hemaglutinina ■ como fazer: 1 - o vírus patogênico é isolado de um paciente e é produzido em cultura de células humanas 2 - o vírus cultivado é utilizado para infectar células de macacos 3 - o vírus adquire mutações e cresce em células de macaco 4 - por crescer bem em células de macaco, não cresce tão bem em células de humanos e então é utilizado como vacina ○ inativadas - a partir de patógenos mortos ■ é a vacina contra a gripe ■ baseia-se nas cepas prevalentes do vírus ■ é moderadamente efetiva, reduzindo a mortalidade em populações idosas e a morbidade em adultos saudáve ■ a vacina ideal contra a gripe seria um organismo vivo atenuado combinado a uma cepa de vírus prevalente ■ bactéria atenuada - ex: BCG ● mesmo processo do vírus atenuado ■ para: poliomielite e hepatite A ○ de subunidades - a partir de partes específicas do patógeno, proteínas ou polissacarídeos ■ peptídeos sintéticos: ● identificação de epítopos de células T que estimulam a imunidade protetora ● pode ocorrer por síntese sistemática de peptídeos sobrepostos de proteínas imunogênicas, com testes um de cada vez sobre a capacidade de estimular a imunidade protetora ● abordagem alternativa: imunogenética reversa, exemplo contra a malária ○ depende da associação entre os epítopos peptídicos de células T com as moléculas de MHC ● para: hepatite B, Haemophilus influenza tipo B, pneumococcal e meningococcal ○ de dna - a partir do dna do patógeno ■ usa-se o dna para o desenvolvimento de anticorpos e de células T citotóxicas 1 - gene clonado para a hemaglutinina da influenza em um plasmídeo 2 - gene clonado injetado no tecido muscular 3 - camundongos injetados com o vírus da influenza 4 - medida da situação viral ● vias de vacinação ○ injeção ■ problemas: dolorosas, caras e não é a via mais eficaz, já que não imita a via usual ○ oral ● direcionamento da resposta ○ direção para as células apresentadoras de antígeno ■ técnica: revestimento do antígeno com manose, para aumentar a captura pelos receptores de manose das APC´s ○ impedir a proteólise do antígeno - essa preservação da estrutura é importante, um dos motivos de ser administradas por injeção (em vez da via oral, que expõe a vacina à digestão no intestino) Imunidade passiva - soro, anticorpos neutralizantes, não gera memória imunológica
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