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Resumo Crimes Contra a Pessoa

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Estude Direito 
 
Crimes Contra a Pessoa e o Patrimônio 
DOS CRIMES CONTRA A VIDA 
 
Bem jurídico tutelado é a vida humana seja extrauterina (arts 121 a 123), seja intrauterina/nascituros 
(arts 124 a 127). 
 
HOMICÍCIO 
 
Homicídio simples: 
Art. 121. Matar alguém: 
Pena - reclusão, de seis a vinte anos. 
 
 Sujeito ativo ou passivo: qualquer pessoa física. 
*crime previsto na Lei de Segurança Nacional: tem como sujeito passivo os chefes dos poderes 
Executivo, Legislativo e Judiciário. 
 Doutrina majoritária: vida se inicia com o nascimento com vida (extrauterina). 
*crime impossível: matar cadáver. 
 Elemento subjetivo: DOLO – agente quer matar (dolo direto) ou assume o risco do resultado (dolo 
indireto) 
 Crime material – se consuma com a morte. 
 Pode ser praticado na forma comissiva (ação) ou omissiva (omissão) 
 Também pode ser praticado por meios psicológicos, não sendo obrigatório o uso de meios materiais 
 O homicídio simples, ainda que praticado por apenas uma pessoa, mas em atividade típica de 
grupo de extermínio, é crime hediondo. 
 
Homicídio privilegiado (caso de diminuição de pena): 
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o 
domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a 
pena de um sexto a um terço. 
 
 Relevante valor social: matar estuprador que está aterrorizando o bairro. 
 Relevante valor moral: matar por compaixão (eutanásia) 
 Domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima: caráter pessoal (não 
se comunica entre os agentes). 
 
Homicídio qualificado: todos são hediondos. 
§ 2° Se o homicídio é cometido: 
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe 
 crime mercenário $$ (exemplo de motivo torpe) repugnante/desprezível 
*Não há um consenso na jurisprudência se o mandante também responde pelo crime mercenário. 
 
II - por motivo fútil 
Motivo irrelevante e desproporcional a conduta praticada. 
≠ matar sem motivo (homicídio simples). 
 
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou 
cruel, ou de que possa resultar perigo comum 
*emprego de veneno: a vítima não pode saber. 
Estude Direito 
 
*tortura: o agente tem que querer matar mediante o emprego de tortura ≠ tortura qualificada pela 
morte. 
 
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou 
torne impossível a defesa do ofendido 
*As características da vítima (idade, deficiência) não caracteriza dificuldade de defesa, pois não é 
recurso empregado pelo agente para matar. 
 
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime 
*Outro crime: não pode ser latrocínio (crime contra o patrimônio) e nem contravenção penal (não é 
crime – espécie infração penal) 
 
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino (feminicídio) 
*Femicídio (vítima ser mulher – simples) ≠ Feminicídio (vítima ser mulher + §2º-A - qualificado) 
* Admite que transsexual seja vítima de feminicídio. 
 
§ 2º-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve 
I - violência doméstica e familiar; 
*namoro também. 
II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher. 
 
§ 7º A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado 
(causa de aumento de pena): 
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto (na gestação responde por aborto 
também); 
II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos, com deficiência ou 
portadora de doenças degenerativas que acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade física 
ou mental; 
III - na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da vítima; 
IV - em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas nos incisos I, II e III do caput 
do art. 22 da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. 
 
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, 
integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da 
função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente 
consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição (agentes de segurança pública e 
seus cônjuges, companheiros e parentes consanguíneos até terceiro grau - tio). 
 
*Forças armadas, PF,PRF,PFF, Polícia Civil ou Militar, CB, Guarda Municipal. 
*homicídio funcional: crime é exercido em razão da função. 
* Aposentado não se enquadra. 
* Não vale para filho adotado, o que contraria a CF/88, entretanto é aplicado já que a lei deve ser 
aplicada de forma estrita. 
 
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. 
 
 Homicídio híbrido: É possível homicídio qualificado-privilegiado, desde que a qualificadora seja 
de ordem objetiva (relativa aos meios utilizados), já que o privilégio é sempre de ordem subjetiva 
(relativa aos motivos do crime) 
→ feminicídio é qualificadora objetiva. 
→ não é crime hediondo – prepondera o privilegiado. 
Estude Direito 
 
 Quando há mais de uma qualificadora, será aplicada somente uma delas, sendo as demais levadas 
em conta na fixação da pena (circunstâncias judiciais). 
 
Homicídio culposo 
§ 3º Se o homicídio é culposo: 
Pena - detenção, de um a três anos. 
 
 Decorre da violação do dever objetivo de cuidado que se exterioriza através da negligência, da 
imperícia ou da imprudência. 
 Há expressa previsão legal das hipóteses de crime culposo. 
 Previsibilidade objetiva: o que se espera do homem médio. 
 Se o agente matou, mas não agiu com dolo ou culpa, não houve crime. 
 Não há compensação de culpas que ocorre quando a vítima colabora para a sua morte. 
 
Para os crimes de trânsito aplica o CTB – princípio da especialidade. 
*CTB prevê perdão judicial 
 
CTB Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor 
§ 3o Se o agente conduz veículo automotor sob a influência de álcool ou de qualquer outra 
substância psicoativa que determine dependência → qualificadora. 
 
§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências 
da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne 
desnecessária. 
Súmula 18 STJ: “A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da 
punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório” – reconhece um direito existente. 
 
 Perdão judicial: causa extintiva de punibilidade. Deve existir vínculo afetivo, sendo que há 
presunção no caso de parente. 
 
Causas de aumento de pena 
§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de 
inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato 
socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em 
flagrante. /Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado 
contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. 
§ 6º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por milícia privada, 
sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio. 
 
Infanticídio 
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após: 
Pena - detenção, de dois a seis anos. 
 
 Crime bipróprio: uma única formação – agente ativo = mãe e agente passivo = filho 
Homicídio doloso – tribunal do júri 
Homicídio culposo – vara criminal 
Latrocínio – vara criminal 
Estude Direito 
 
 Considera-se início do parto a dilatação do colo do útero ou incisões abdominais e fim do parto a 
eliminação total da placenta (dequitação), que gira em torno de 7 dias após o parto. 
 
Exige elementotemporal (durante ou logo após) + mãe estar sob influência do estado 
puerperal (transtorno psicológico temporário modificador da imputabilidade penal – 
diminuição de pena – é uma ficção jurídica, não uma doença mental) 
 
 É possível que um terceiro, que não esteja no estado puerperal, 
responda por infanticídio, desde que atue em concurso de pessoas 
com a mãe (os dois são sujeitos ativos). Essa possibilidade é 
garantida pelo art 30 do CP que diz como regra geral, havendo 
concurso de pessoas, não se comunicam as circunstâncias e as 
condições de caráter pessoal (cada um fica com a sua – estado 
puerperal), salvo quando elementares do crime (tira a condição e vê 
se isso impacta no crime). 
 
 Quando a mãe, em estado puerperal, quer matar o filho, mas acaba matando filho de terceiro, é 
classificado como erro sobre a pessoa (art 20, §3º - considera as condições da vítima que queria 
atingir) e ela continuará respondendo por infanticídio. 
 
 Mesmo sob influência do estado puerperal, se a mãe matar o filho de forma culposa, a mãe 
responderá por homicídio culposo (pode ser aplicado perdão judicial), já que o infanticídio só tem 
na modalidade dolosa. Há doutrina que entenda ser fato atípico. 
 
 
 
Aborto 
 
 Interrupção da gravidez (qualquer período da nidação até o início do parto), sendo crime a sua 
forma dolosa. 
* gravidez começa com a nidação. 
* pílula do dia seguinte atua na fecundação – não é aborto 
 
 Se o bebê nascido morre decorrente de um ato doloso praticado por um terceiro durante a gravidez, 
segue a teoria da atividade, em que o crime é do momento da conduta, dessa forma o terceiro 
responde por aborto. 
ANTES DO PARTO
•Mulher grávida - aborto
DURANTE O PARTO
• durante + estado puerperal -
infanticidio (demais casos = 
homicídio)
DEPOIS DO PARTO
•início puerpério (resguardo)
•logo depois + estado 
puerperal = infanticídio 
(demais casos = homicídio)
Infanticídio 
Terceiro coautor 
(execução conjunta com a 
mãe) 
Terceiro participe (instiga 
a mãe a matar) 
Mãe, em estado puerperal, 
participe - instigar o 
terceiro a matar 
Estude Direito 
 
*se nasceu decorrência da atitude dolosa do terceiro, mas não morreu – tentativa de aborto. 
 
 Espécies: 
1- Aborto criminoso 
Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento 
Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lhe provoque: 
Pena - detenção, de um a três anos. 
 
Crime de mão própria: não admite a coautoria, sendo o único sujeito ativo a gestante. 
*quem auxilia é participe. 
*quem executa o aborto responde pelo art 126. 
Ex: namorado leva a grávida para o médico executar o aborto. 
Namorado (participe art 124) >> gravida (autora art 124) e médico (autor art 126) 
Sujeito passivo: há divergência na doutrina se é o feto ou o Estado (pois o feto não tem 
personalidade jurídica) 
*gravidez de gêmeos, considerando o feto como sujeito passivo, resulta em 2 crimes praticados. 
Aborto provocado por terceiro 
Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante: 
 Pena - reclusão, de três a dez anos. 
Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos. 
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior (art 125), se a gestante não é maior de 
quatorze anos, ou é alienada ou débil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, 
grave ameaça ou violência 
 
Sujeito ativo = qualquer pessoa, menos a gestante. 
 
Forma qualificada 
Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, 
em consequência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão 
corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém 
a morte. 
 
Crime de lesão corporal qualificada pelo abordo – dolo no aborto e culpa na lesão corporal 
grave e/ou morte da gestante. 
* DUAS CONDUTAS DOLOSAS = responde por concurso de crimes = 
 ABORTO + LESÃO CORPORAL GRAVE OU HOMICÍDIO 
 
* LESÃO CORPORAL DOLOSA que resultou em aborto, mas o agente desconhecia o 
estado gravídico = 
 LESÃO CORPORAL 
 
Estude Direito 
 
Não é forma qualificada, mas sim causa de aumento de pena aplicado aos artigos 125 e 
126 (aborto praticado por terceiros). 
 
 
2- Aborto legal/permitido 
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: 
Aborto necessário (terapêutico) 
I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante (estado de necessidade especial); 
 
*Exclui a ilicitude 
*Não é preciso autorização da gestante 
* Se pessoa diferente do médico realizar o aborto para salvar a vida da gestante, não 
responderá por estar amparado pelo estado de necessidade genérico, quando houver perigo 
atual, sob pena de ser responsabilizado por aborto. 
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo 
atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou 
alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. 
 
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro 
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido 
de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de 
seu representante legal. 
 
*Exclusão de culpabilidade por inexigibilidade de 
conduta diversa. 
*Precisa de autorização da gestante 
*Não precisa de autorização judicial e nem de boletim 
de ocorrência judicial, sendo uma decisão médica. 
*Se a gestante estiver mentindo, somente ela 
responderá pelo erro do médico de realizar o aborto. 
*O médico é o único que poderá realizar, não podendo 
ser obrigado a realizar (questão subjetiva). 
*Mulher deve ser vítima do estupro ou, por analogia, 
de outros crimes sexuais que resultaram em gravidez. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Estupro 
conjunção carnal (sempre homem e 
mulher) ou por outro ato libidinoso 
O exame de corpo de delito não 
detecta o estupro, mas se houve 
conjunção carnal ou outro ato 
libidinoso. 
Esse exame é avaliado no todo, mas 
não pode afirmar a existência do 
estupro. 
É possível condenar alguém por 
estupro só pelo depoimento da 
vítima, ainda que o exame tenha 
dado negativo. 
Estude Direito 
 
Lesão Corporal 
 
Lesão corporal (lesão corporal de natureza leve – 
caráter residual – o que não se aplica aos parágrafos 1º 
e 2º) 
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de 
outrem: 
 Pena - detenção, de três meses a um ano. 
 
*Ofender a própria integridade corporal não é crime 
(princípio da alteridade – a conduta criminosa tem que 
atingir patrimônio jurídico de terceiros) 
 
 
Violência Doméstica (lesão leve com qualificadora, independe de gênero) 
§ 9º Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, 
ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações 
domésticas, de coabitação ou de hospitalidade: 
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. 
 
§ 10. Nos casos previstos nos §§ 1º a 3º deste artigo, se as circunstâncias são as indicadas no § 9º 
deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) 
Aplica a pena dos artigos 1ª a 3ª (lesão grave, gravíssima ou lesão corporal seguida de morte) 
+ 1/3, se a lesão não ao familiar não for leve (§9º). 
 
Ex: uma irmã agride gravemente a outra irmã grávida e, mesmo sem querer, resultou no abordo do 
feto – art 129, §2º, V c/c §10. 
 
 
1º Se resulta (lesão corporal de natureza grave): 
 
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais 
de trinta dias; 
*quaisquer atividades habituais lícitas, mesmo que 
imorais (prostituta), não só trabalho. 
*resultado da incapacidade pode ser doloso ou 
culposo 
 
 
II - perigo de vida; 
*resultado do perigo de vida é culposo – ex: coma, tétano, septénia (bactéria no sangue). 
*a qualificadora é sempre preterdoloso – dolo de lesionar e culposamente acontece outro resultado 
(perigo de vida) 
 
Lesãocorporal 
leve 
Vias de fato 
Crime Contravenção 
penal 
Dolo de agredir 
para lesionar 
Dolo de agredir 
sem lesionar 
Equimose – marca 
forte com duração 
maior 
Rubefação – 
vermelhidão 
temporária 
Tem exame de 
corpo de delito 
Não tem exame de 
corpo de delito 
A localização da lesão e as 
circunstâncias do crime irão sugerir o 
dolo do agente, seja de lesionar, seja 
de tentativa de homicídio. 
Ex: facada no braço x na garganta 
Estude Direito 
 
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; 
*resultado da debilidade pode ser doloso ou culposo 
 
IV - aceleração de parto 
 
Pena - reclusão, de um a cinco anos. 
 
§ 2° Se resulta (lesão corporal de natureza gravíssima): 
 
I - Incapacidade permanente para o trabalho; 
*Para o trabalho que ele desenvolvia. 
 
II - enfermidade incurável; 
*o resultado pode ser doloso ou culposo - ex: epilepsia 
 
III perda ou inutilização do membro, sentido ou função; 
*paraplégico 
 
IV - deformidade permanente; 
*Duradouro, não necessariamente para sempre (poderá fazer cirurgia, por ex) 
*vitriolarem – jogar ácido na face de alguém. 
 
V - aborto 
*lesão corporal qualificada pelo abordo – sempre preterdoloso – dolo na lesão e culpa no aborto 
– agente tem que saber da gravidez. 
*se a quiser causar o abordo é art 126 (aborto provocado por terceiros) 
*se não sabia da gravidez é lesão corporal leve 
 
Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
 
Lesão corporal culposa 
§ 6° Se a lesão é culposa: 
*não existe gradação (leve, grave, gravíssima), pois a ação e o resultado são culposos decorrentes 
de negligência, imperícia ou imprudência. 
 
Pena - detenção, de dois meses a um ano. 
 
Lesão corporal seguida de morte (dolo na lesão e culpa na morte – crime preterdoloso) 
§ 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, nem 
assumiu o risco de produzi-lo: 
Pena - reclusão, de quatro a doze anos. 
Ex: Marido bate na mulher e ocasiona a sua morte – art 129, §3º c/c §10º 
 
Ex: Dois sujeitos discutem na duna da areia. Quando o primeiro 
empurra o segundo, este cai no chão e bate a cabeça numa 
pedra, que estava escondida – 
LESÃO CORPORAL DOLOSA COM RESULTADO MORTE. 
Responde por lesão corporal leve, mas não responde pelo 
resultado morte, já que o dolo e a culpa são afastados. 
Dolo: não quis e nem assumiu o risco de procurar o resultado. 
Culpa: não era previsível haver uma pedra debaixo da duna. 
Membro: braços e pernas 
Sentidos: visão, audição, tato, olfato, 
paladar 
Função: bobitização (ablação – retirada 
do pênis – perda - gravíssima), mãos, 
órgãos genitais. 
*órgãos duplos – quando perde apenas 
um é debilidade (grave), mas se perde 
os dois é perda (gravíssimo) 
*perda do baço – lesão grave 
(debilidade) – fígado assume a função 
A responsabilidade penal é 
subjetiva – ainda que tenha 
causado o resultado, só 
responde se agir com dolo ou 
culpa. 
Estude Direito 
 
Homicídio culposo (culpa na morte) X Lesão corporal seguida de morte (crime preterdoloso – 
dolo na lesão e culpa na morte). 
 
DOS CRIMES CONTRA A HONRA 
 
Calúnia 
 
 Não basta acusar de crime, tem que lhe imputar um fato criminoso determinado falso. 
 Dolo direto – saber que não foi a pessoa e mesmo assim imputa. 
Ex: Fulano roubou um item daquela loja. 
 
Sujeito passivo: PF / grupo determinados. 
*PJ só pratica crime ambiental – somente nesse caso pode ser vítima do crime de calúnia. 
*Criança/adolescente podem ser vítimas do crime, pois se imputa um fato falso, que se encaixa 
como crime, apesar de serem inimputáveis. 
 
Sujeito ativo: qualquer pessoa 
 
 
Crime de falsa comunicação de crime – art 340: noticia um falso fato que implica em crime, sem 
imputar a ninguém específico. 
 
Denunciação caluniosa – art. 339: outro crime que imputa a alguém um fato falso criminoso, 
sabendo que é falso, mas notícia tal fato na delegacia para se instaurar procedimento investigativo 
– crime mais grave. 
 
 
Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. 
 
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga. 
 
§ 2º - É punível a calúnia contra os mortos. 
*morto não é vítima, mas os familiares. 
 
ASPECTO OBJETIVO ASPECTO SUBJETIVO 
Conceito que a sociedade tem do sujeito 
(reputação); 
 
A calúnia e a difamação atingem a honra 
objetiva; 
 
Se consome quando terceiros tomam 
conhecimento 
Conceito que se tem de si próprio; 
 
 
A injúria atinge a honra subjetiva; 
 
 
Se consome quando a vítima toma 
conhecimento. 
 São crimes formais – independem da vítima ficar ofendida ou de terceiros acreditarem; 
 São apenas dolosos (consciência + vontade); 
 Para se configurar exigem o especial fim de agir (proposito de atingir/agredir a honra); 
Animus jocandi (brincadeira) afasta o especial fim de agir – não tem crime. 
 Bem jurídico é a honra – disponível (pode se abrir mão desse direito). 
Estude Direito 
 
Exceção da verdade (REGRA): é um instrumento jurídico que o suposto autor do crime de calúnia 
(réu do processo) tem a fim de poder comprovar que era verdadeira a imputação feita por ele – 
*causa de exclusão da tipicidade (exclui o tipo penal). 
 
§ 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo: 
 
I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por 
sentença irrecorrível; 
 
II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 141 (Presidente da 
República); 
 
III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível. 
 
 
Difamação 
 
 Imputação de um fato concreto ofensivo (não criminoso) e atentatório a reputação da pessoa 
e poderá ser verdadeiro ou falso. 
*Contravenção penal não é crime – responde por difamação. 
 
Sujeito passivo: qualquer pessoa (PF ou PJ) – honra objetiva (conceito que a sociedade tem sobre 
a pessoa – sua reputação). 
*Morto: prevalece que não é punível, pois não há previsão legal. 
 
Sujeito ativo: qualquer pessoa 
 
 
Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. 
 
Parágrafo único - A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário 
público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções. (é a exceção – único caso) 
Ex: Funcionário chega todo dia embriagado no trabalho – possibilidade do particular entrar com 
exceção da verdade e provar ser verdadeiro os fatos alegados e não responderá pelo crime, se 
conseguir. 
*Se for relativa a questões diferentes ao exercício da função do sujeito (ex: corno, questões 
pessoais), não poderá ser aplicada a exceção da verdade. 
 
 
Injúria 
 
 Palavras soltas, vagas e imprecisas, sem imputação de um fato concreto. 
(atribuir qualidade negativa à alguém) 
 Honra no aspecto subjetivo – conceito que se tem de si próprio. 
 Se consuma quando o sujeito passivo tomar conhecimento, não terceiros e ocorre ainda que ele 
não se importe (crime formal). 
 Admite vários meios de execução (execução livre) – gestos, palavras, escrito, oral, violência, vias 
de fato, etc. 
Estude Direito 
 
Sujeito passivo: qualquer pessoa 
 
Sujeito ativo: qualquer pessoa 
 
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro: 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 
 
§ 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena: 
 
I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria; 
 
II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria. 
 
§ 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio 
empregado, se considerem aviltantes: (INJÚRIA REAL – QUALFICADORA) 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência. 
 
*Intensão de lesionar – responde por crime de lesão corporal≠ 
 Intensão de humilhar – responde por injúria + qualificadora da injúria real – se o uso da violência 
lesionar, responde também pela lesão corporal leve. 
*vias de fato não causa lesão. 
 
§ 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, 
cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou 
portadora de deficiência (INJÚRIA DISCRIMINATÓRIA OU POR 
PRECONCEITO – QUALFICADORA): 
Pena - reclusão de um a três anos e multa. 
*não é infração de menor potencial ofensivo, pois a pena ultrapassa 2 anos 
(vai preso). 
*preconceito contra a condição econômica – injúria do caput apenas. 
*STF: inclui homofobia e transfobia. 
 
CUIDADO! – LEI 7.716/89 (crimes de preconceito) 
Regra: IMPEDIR/ RECURSAR/ OBSTAR uma pessoa de fazer algo em razão de preconceito. 
*conduta preconceituosa mais grave. 
Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito 
de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. 
 
A confusão ocorre no Art. 20.: Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, 
cor, etnia, religião ou procedência nacional. 
Nos dois crimes, o sujeito pratica uma conduta discriminatória, mas existem diferenças nos bens 
jurídicos: 
 
CRIMES DE PRECONCEITO 
> Crime contra a dignidade da pessoa humana – conduta dirigida a todo um segmento de 
pessoas. 
 
> Crimes inafiançáveis e imprescritíveis, conforme a CF/88. 
CF/88 Art 5º XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena 
de reclusão, nos termos da lei. 
 
A CF/88 não impede 
a pessoa de ser 
preconceituosa, mas 
sim a exteriorização 
disso. 
Estude Direito 
 
 
INJÚRIA DISCRIMINATÓRIA 
> Crime contra a honra – conduta dirigida diretamente a uma pessoa determinada. 
 
> Há divergência se são crimes inafiançáveis e imprescritíveis, mas a 5ª turma do STJ entendeu 
que a lei 7.716/89 não exaure todos os crimes de racismo, existindo outras condutas 
discriminatórias em outras legislações. De acordo com a corte, o art 140, §3º se constitui de uma 
forma de racismo por extensão/equiparação, sendo então considerado inafiançável e 
imprescritível. 
A doutrina majoritária não concorda com esse posicionamento e não há posicionamento do STF. 
Dessa forma, se a prova perguntar se esse crime é inafiançável e imprescritível, segundo a CF/88 
e o Código Penal, a resposta é negativa, pois não há previsão legal. 
 
> Condição de pessoa idosa e deficiente: os crimes de preconceito não contemplam esses dois 
sujeitos. 
 
Lei 13.146/15 Art. 1º É instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto 
da Pessoa com Deficiência), destinada a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o 
exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua 
inclusão social e cidadania. 
 
DOS CRIMES: não revogou a injúria discriminatória – as hipóteses de incidência são diferentes. 
 
Art 4º § 1º Considera-se discriminação em razão da deficiência toda forma de distinção, restrição 
ou exclusão, por ação ou omissão, que tenha o propósito ou o efeito de prejudicar, impedir 
ou anular o reconhecimento ou o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais de 
pessoa com deficiência, incluindo a recusa de adaptações razoáveis e de fornecimento de 
tecnologias assistivas. 
*segregar/separar/impedir (estatuto da pcd) ≠ discriminação por ofensa (injúria discriminatória) 
 
Art. 88. Praticar, induzir ou incitar discriminação de pessoa em razão de sua deficiência: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. 
 
§ 1º Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) se a vítima encontrar-se sob cuidado e responsabilidade 
do agente. 
 
§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput deste artigo é cometido por intermédio de meios de 
comunicação social ou de publicação de qualquer natureza: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. 
 
§ 3º Na hipótese do § 2º deste artigo, o juiz poderá determinar, ouvido o Ministério Público ou a 
pedido deste, ainda antes do inquérito policial, sob pena de desobediência: 
 
I - recolhimento ou busca e apreensão dos exemplares do material discriminatório; 
 
II - interdição das respectivas mensagens ou páginas de informação na internet. 
 
§ 4º Na hipótese do § 2º deste artigo, constitui efeito da condenação, após o trânsito em julgado da 
decisão, a destruição do material apreendido. 
 
 
Estude Direito 
 
> Crime 
 
 
Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes 
é cometido: 
 
I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro; 
 
II - contra funcionário público, em razão de suas funções; 
 
III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação 
ou da injúria. 
 
IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência, exceto no caso de 
injúria. 
 
§ 1º - Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa, aplica-se a pena em 
dobro. 
 
Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível: 
 
I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador; 
 
II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo quando inequívoca a 
intenção de injuriar ou difamar; 
 
III - o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação ou informação que 
preste no cumprimento de dever do ofício. 
 
Parágrafo único - Nos casos dos ns. I e III, responde pela injúria ou pela difamação quem lhe dá 
publicidade. 
 
Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, 
fica isento de pena. 
 
Parágrafo único. Nos casos em que o querelado tenha praticado a calúnia ou a difamação 
utilizando-se de meios de comunicação, a retratação dar-se-á, se assim desejar o ofendido, pelos 
mesmos meios em que se praticou a ofensa. 
 
Art. 144 - Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difamação ou injúria, quem se 
julga ofendido pode pedir explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, 
não as dá satisfatórias, responde pela ofensa. 
 
Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo quando, 
no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal. 
 
Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do inciso I do 
caput do art. 141 deste Código, e mediante representação do ofendido, no caso do inciso II do 
mesmo artigo, bem como no caso do § 3o do art. 140 deste Código.

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