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HISTÓRIA DA PUBLICIDADE E PROPAGANDA AULA 6 Prof. Patrick Diener 2 CONVERSA INICIAL Olá, seja muito bem-vindo à última aula de História da Publicidade e Propaganda! Hoje, vamos investigar e conhecer algumas tendências da publicidade. A comunicação contemporânea passou por diversas transformações e inovações: ao acessarmos nossos tablets, smartphones, o youtube e uma rede social, lá estará a publicidade, onipresentemente. Inúmeros formatos são utilizados desde uma linha publieditorial até um website altamente imersivo como um jogo. A era da informação e a era da convergência transformaram completamente nossas vidas. Não temos mais o limite do território: segundo Pierre Levy (2003), a informação se desterritorializa. Novos hábitos e atitudes surgem da conectividade: em tempo real, compartilhamos vídeos, musicas, correntes, mensagens, ideias. Na era da publicidade digital, surgem tecnologias que nos geolocalizam – algo que combina rede social e localização geográfica. Ao mesmo tempo, nossos hábitos on-line e os dados gerados indicam a possibilidade de se acompanhar o histórico do usuário conforme suas experiências e preferências de navegação e agir em função disso. CONTEXTUALIZANDO O que vimos se intensificar entre final do século 20 e início do século 21 foi a hibridização dos meios de comunicação e suas linguagens. As agências hoje têm se especializado na comunicação e interação com seus consumidores. O Google surgiu em 1998, o UOL, em 1996, e a Wikipédia, em 2001. Destes, apenas a última não exibe publicidade. Atualmente, observa-se uma tendência que reforça o conceito de troca de informações e colaboração dos internautas com sites e serviços virtuais. Trata- se, pois, de uma associação de plataformas cuja ideia é que o ambiente on-line é, hoje, mais dinâmico e potencializa que os usuários colaborem para a organização de conteúdo. As pessoas começaram a criar coisas na Internet e a terem comportamentos característicos do mundo virtual, como adotar uma imagem de 3 perfil para aderir a uma causa, compartilhar frases e pensamentos sobre a atualidade, a conectar-se com pessoas de fora da sua teia de conhecidos, agregar-se em torno de imagens, gostos e afetos, brigar por personagens da ficção. "A propriedade intelectual é o petróleo do século 21", Mark Getty da GettyImages. TEMA 1 - PUBLICIDADE CONTEMPORÂNEA E NOVAS MÍDIAS Sabe-se que, sobretudo na metade dos anos 1990, as pessoas começaram a utilizar computadores em um ambiente de rede. Embora não fosse um fenômeno de escala global, foi a partir de 1994 que a world wide web foi liberada para o mundo, fez 20 anos em 2014. Por novas mídias, adotamos os conceitos de Lev Manovich (2002): arte digital, jogos de computador, animação, composição, telepresença, fotografia, cinema e televisão se reconfiguram em novas mídias nas quais uma vai transformando a outra. Segundo Manovich, algo inerente às novas mídias é a possibilidade de um computador ser uma ferramenta tanto de produção de mídias quanto de reprodução e armazenamento de mídias. E hoje isso envolve uma série de dispositivos que vão além do computador: um smartphone pode muito bem fazer um filme, tirar fotos, acessar as redes sociais e adentrar em fóruns de discussões on-line. Aliás, quantos filmes já foram produzidos que tinham o ponto de vista de uma tela de celular ou de uma câmera doméstica? Exemplos: a Bruxa de Blair [1999] que tinha o formato de pseudodocumentário; e o filme Cloverfield – o Monstro [2008], cujo argumento inicial é que as cenas foram obtidas a partir de um cartão de memória de uma câmera digital. Assim, chegamos ao século 21 lendo jornais em telas coloridas e táteis, assistindo a filmes dentro de um automóvel. 4 Figura 1 – BANNER DA IBM: A publicidade digital visando o prosumer – o consumidor proativo A publicidade contemporânea apresenta uma nova realidade ao consumidor, que hoje podemos chamar de consumidor prosumer – ou o consumidor proativo. São os usuários que consomem, mas também produzem conteúdo na internet, além de estarem interessados em participar do processo de construção de novos produtos das marcas que sejam fãs. Isso é fruto do compartilhamento cada vez mais presente de informações, que se tornam públicas por meio das redes sociais. Nesse contexto, planejar produtos, ações, estratégias e campanhas de sucesso exigem novas abordagens. O marketing e a publicidade on-line também mudaram, pois, agora, as empresas já não podem apenas se comunicar, elas devem interagir. A publicidade deixou de ser uma via de mão única, onde a empresa emite uma mensagem que o consumidor recebe. A Internet é feita de gente e a publicidade se tornou o relacionamento entre pessoas da empresa e pessoas que são seus consumidores. Estamos na era do Buzz marketing, onde, segundo Sicco Beerda, diretor de criação da EuroRSCG de Amsterdã, comenta: é um esforço de comunicação utilizando um evento de alto impacto e de curta duração – é a famosa propaganda de boca a boca no ambiente digital. Ou, ainda, o Buzz marketing “é orgânico, baseia-se no valor conversacional; deve-se às pessoas conhecidas; é estratégico e espalha-se dos geradores de tendências para os disseminadores de tendências” (SALZMAN, MATATHIA, O’ REILLY; 2003, p.15). É a era da cibercultura que, Segundo Lemos (2003), pode ser entendida como “a forma sociocultural que emerge da relação simbiótica entre a sociedade, a cultura e as novas tecnologias de base microeletrônica que surgiram com a convergência das telecomunicações com a informática na década de [19]70” 5 (LEMOS, 2003, p.11). O autor explica que a cibercultura vai se estruturar no que ele chama de as leis da cibercultura, que são: Liberação do polo da emissão: a cibercultura possibilita a emergência de discursos e vozes que anteriormente eram reprimidos devido à edição dos meios de comunicação de massa. Conectividade generalizada: homens e máquinas, homens e homens, máquinas e máquinas estão conectados, compartilhando informações de forma autônoma e independente, alterando-se a percepção de tempo e de espaço. Reconfiguração: o autor sugere que se evite a lógica da substituição e do aniquilamento. Na cibercultura, trata-se antes de reconfigurar práticas, modalidades midiáticas e espaços. Nesse contexto, a web vai ser entendida como ambiente que propicia novas práticas sociais na contemporaneidade e que, consequentemente, requer novas formas de se informar e de se consumir. Don Talpscott e Anthony Willians (2007) indicam que novas infraestruturas colaborativas de baixo custo (telefonia via internet, softwares de código aberto ou plataformas gerais de terceirização) permitem que milhares de indivíduos e pequenos produtores criem produtos, acessem mercados e encantem clientes de uma forma que somente as grandes empresas poderiam fazer antigamente. A mídia e o mundo do entretenimento é onde mais evidentemente se visualizam as mudanças na economia, com blogs e redes sociais de relacionamento desafiando as formas de se produzir, armazenar e distribuir informações e bens culturais em novas mídias (música, literatura, vídeos etc.). Anderson propôs ainda a ideia da cauda longa para explicar o advento do mercado de nicho: enquanto os hits do mercado de massa encontram-se em decadência, o mercado de nichos se expande. Não que os hits não existam mais, porém o que se observa é que cada vez se compra mais do que, historicamente, vende menos. Paralelamente, os hits vendem menos do que em épocas anteriores, devido: 1) à variedade do que se oferece; 2) à desigualdade (certas coisas apresentam atributos com mais intensidade do que outras); 3) aos efeitos de rede, como marketing viral e reputação, que tendem a ampliar as diferenças em qualidade. 6 . Figura 2 – SeriadoHouse of Cards, EUA, 2016. O personagem da ficção comentando a realidade brasileira: “assistindo à cobertura jornalística brasileira”. TEMA 2 - TRANSMÍDIA Para pensarmos a atualidade, precisamos atentar ao que Henry Jenkins vai chamar de cultura da convergência (2008). Você observou a postagem no Twitter do personagem Frank Underwood – do seriado House of Cards? Pois bem, aquela narrativa do Twitter complementa a narrativa do seriado do Netflix: A convergência não ocorre por meio de aparelhos, por mais sofisticados que venham a ser. A convergência ocorre dentro dos cérebros de consumidores individuais e em suas interações sociais com outros. Cada um de nós constrói a própria mitologia pessoal, a partir de pedaços e fragmentos de informações extraídos de fluxo midiático e transformados em recursos através dos quais compreendemos nossa vida cotidiana. (JENKINS, 2009, p. 30) O conceito de transmídia é entendido quando uma narrativa (um seriado por exemplo, ou um personagem) é transmitida por diversas mídias em conteúdos diferenciados, na qual uma mídia complementa a informação da outra. 7 Um bom exemplo é o BBB – Big Brother Brasil, onde, se as pessoas o assistem pela tevê aberta há um tipo de experiência distinta daquela que o assiste pelo pay-per-view. Segundo informa Dennis Altermann, do blog Midiatismo: “estes fenômenos potencializam e ampliam o alcance do público-alvo, já que a mensagem poderá ser acessada por diferentes meios de comunicação” (on-line). As narrativas transmidiáticas vão se fundamentar em outros princípios, onde podemos percorrer caminhos distintos nas mais diversas mídias com a possibilidade do surgimento de múltiplos finais e novas interpretações, por exemplo, quando a pessoa entreter-se com o game Avatar, sua experiência não é a mesma que assistir ao filme Avatar e, portanto, as experiências se complementam. Jenkins (2008) vai definir essas narrativas como transmedia storytelling ou narrativa transmidiática. Podemos entender ainda a transmídia como a proliferação de narrativas televisivas em diferentes meios (cinema, internet, TV, smartphones), diversas plataformas (TV aberta, a cabo, on-line) e diferentes formatos (seriado, minissérie, filme, show ao vivo), acompanhados pelo surgimento de fãs que assistem e buscar narrar suas experiências (Ver: Vassallo Lopes e Orozco Gómez, 2010, p .19). Contudo, cada um desses meios traz uma contribuição única á narrativa. É importante não se confundir a ideia de transmídia com a de crossmedia. A mídia cruzada é o uso de diversos veículos para enviar a mesma mensagem publicitária. A transmídia envolve narrativas diferentes, não apenas uma adaptação à linguagem estética de cada meio. Em um mundo em que o excesso de informações faz parte do nosso dia a dia, trata-se de um desafio à atividade publicitária e aos seus apelos constantes, prender a atenção dos espectadores. Ao experimentar diferentes histórias em diferentes plataformas, os consumidores muitas vezes podem adquirir uma experiência mais rica. Um exemplo a se pensar são os comerciais de automóveis e veículos. 8 No Big Brother Brasil, a Fiat é a montadora que patrocina o programa há anos. Em seus merchadisings no programa, muitas vezes vemos os participantes experimentarem os automóveis nas mais diversas situações, por exemplo, em uma corrida ou na prova do líder. Ao mesmo tempo, enquanto a Fiat faz a ação ao vivo na televisão, surge um link ou um QR code que nos dirige a um hotsite no qual é possível observar o automóvel anunciado interna ou externamente e, manipulando-se um aplicativo, é possível mudar a cor do carro ou configurá-lo. Fonte: http://globoplay.globo.com/v/4841669/ Diversos seriados estrangeiros e nacionais aplicam conceitos de transmídia: um deles foi o seriado Lost. No Brasil, o exemplo mais emblemático é um reality show veiculado pela Band, o Master Chef Brasil. Uma coisa é assistir ao programa pela televisão e outra experiência é acompanhá-lo Twitter ou pelo Facebook. Observe a hashtag do programa acompanhado da contagem de tweets na tele da televisão: Fonte: http://empauta.ufpel.edu.br/?p=4796 http://empauta.ufpel.edu.br/?p=4796 9 Leia a matéria sobre o Master Chef Brasil no blog da UFPEL: http://empauta.ufpel.edu.br/?p=4796 Mais uma vez, na esteira do que propôs André Lemos, as mídias se reconfiguram e, aos poucos, uma vai redesenhando a outra. Quem imaginaria, lá no passado recente, que pessoas que tiram fotos de comidas poderiam ter milhares de seguidores? Uma rede social como o Instagram mostra-nos que isso é um nicho interessante e com muitos fãs. Ao seguir determinado perfil gastronômico, é possível seguir um link com a receita e dicas, por exemplo, tornando a experiência daquele seguidor algo mais próximo possível do perfil que a pessoa segue. Assim, estabelecem-se novas afetividades em torno de marcas, empresas, produtos e organizações. Um exemplo exitoso de transmídia é o reality show American Idol, que teve mais de 15 edições: na medida em que a quantidade de aspirantes ao prêmio vai afunilando até digamos o top 12, os candidatos entram num patamar em que eles mesmos irão fazer merchandising dos mais diversos produtos; irão aparecer tomando Coca-Cola ou Pepsi, dirigindo o novo Ford Fiesta enquanto cantam um jingle especialmente composto para suas vozes. Enquanto os espectadores assistem, um link do programa os convida a visitarem um app de músicas, como o Shazam ou a iTunes Store. Ao mesmo tempo, as empresas de telefonia monitoram a localização de um voto, elaborando mapas sobre as votações que indicam onde tal candidato obteve mais votos. Fonte: https://techwhack.co/american-idol-to-offer-performances-on-apple-itunes/ http://empauta.ufpel.edu.br/?p=4796 https://techwhack.co/american-idol-to-offer-performances-on-apple-itunes/ 10 No que diz respeito a novos produtos comunicacionais e seus processos de consumo, temos, por exemplo, a franquia dos filmes do Star Wars: alguns irão consumir apenas os filmes, enquanto outra faixa etária travará contato com os personagens por meio de um videogame ou dos desenhos e animações que contam histórias paralelas à narrativa cinematográfica; outros, acessarão o youtube para entrar num canal exclusivo aos fãs, entre tantas outras coisas. A Riachuelo lançou uma coleção de roupas, além de artigos de cama, mesa e banho da franquia. Observe: Fonte: http://culture-se.com/noticias/1397/riachuelo-lanca-linha-de-produtos-da- franquia-star-wars Um exemplo de transmídia nacional foi a realização, pela rede Globo, de um projeto on-line sobre Machado de Assis. O projeto chamava-se “Mil Casmurros”: ao lançar a minissérie televisiva intitulada Capitu, a Globo também produziu um site em que as pessoas enviavam vídeos em que liam passagens do livro Dom Casmurro, passagens estas que estavam organizadas on-line de modo que se produziu uma leitura coletiva da obra em que os espectadores se tornaram partícipes da obra. http://culture-se.com/noticias/1397/riachuelo-lanca-linha-de-produtos-da-franquia-star-wars http://culture-se.com/noticias/1397/riachuelo-lanca-linha-de-produtos-da-franquia-star-wars 11 Fonte: http://www.chongas.com.br/2008/12/projeto-mil-casmurros/ Veja o vídeo do projeto “Mil Casmurros”: https://vimeo.com/14413613 Leia o artigo “A Proposta Transmídia na Televisão Aberta: As Novelas da Rede Globo”, de Sabrina Tomaz Batista, Carolina Tomaz Batista e Mirna Tonus. http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2012/resumos/R7-1347-1.pdf TEMA 3 - ANÚNCIOS NA INTERNET Os primeiros anúncios na internet ou eram banners ou eram enviados por e-mail, o que conhecemos hoje como a estratégia do e-mail marketing. Entretanto, na medida em que mais pessoas passaram a utilizar a world wide web (como era mais conhecida), os e-mails poderiam serdisparados à revelia das pessoas, o que ficou conhecido como spams. Diversas empresas foram criadas para desenvolver softwares e tecnologia para oferecer acesso às bases de dados a diversas listas de e-mails. Alguns podem ser encaminhados automaticamente, via autômatos. Um spam seria um e-mail enviado a um destinatário que não o solicitou, pode ser um e-mail enviado a partir de uma lista em que é necessário cancelar http://www.chongas.com.br/2008/12/projeto-mil-casmurros/ https://vimeo.com/14413613 http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2012/resumos/R7-1347-1.pdf 12 uma assinatura ou, ainda, grandes quantidades de um e-mail de uma mesma empresa. Trata-se, portanto, de um tipo de publicidade indesejada, mas muito utilizada. Sabe quando você para em um cruzamento ou quando entra em um estabelecimento comercial e alguém lhe entrega um folheto de ofertas, na maioria das vezes, sem você pedir? Pois assim são os spams, você não pede por eles, alguém lhe entrega inadvertidamente e, em raros casos, pedirão antes a sua permissão. Fonte: Mashable Diferentes fontes e diferentes datas: em novembro de 2012, o site mashable informava em um infográfico que são enviados 144 bilhões de spams por dia. Já o site eSecurity Planet informa uma média de 100 bilhões de e-mails spams em 2013. Veja o eSecurity Planet e o infográfico do mashable na sequência (ambos em inglês): http://mashable.com/2012/11/27/email-stats- infographic/#_eUxEBFAb8qN http://www.esecurityplanet.com/network-security/almost-100- billion-spam-e-mails-sent-daily-in-q1-2013.html Lembra nas aulas anteriores em que se comentou que a publicidade de elixires, remédios e xaropes era um sucesso na época da mídia impressa? Em nosso tempo, o assunto que aparece na liderança entre os spams estão os http://mashable.com/2012/11/27/email-stats-infographic/#_eUxEBFAb8qN http://mashable.com/2012/11/27/email-stats-infographic/#_eUxEBFAb8qN http://www.esecurityplanet.com/network-security/almost-100-billion-spam-e-mails-sent-daily-in-q1-2013.html http://www.esecurityplanet.com/network-security/almost-100-billion-spam-e-mails-sent-daily-in-q1-2013.html 13 produtos farmacêuticos. Segundo a Wikipédia inglesa, mais de 80% dos spams são sobre remédios. Por outro lado, quando autorizado pelas partes, o e-mail marketing é ainda a mais popular forma de comunicação para usuários particulares e empresas. Hoje são aproximadamente 3 bilhões de pessoas que estão conectadas à internet. Como vimos, os spams enviados por dia superam esses bilhões facilmente, o que seria humanamente impossível. Um dos formatos de anúncios mais tradicionais da web é o banner: um gráfico medido em pixels. Canesso (on-line) informa que geralmente os banners ficam dentro dos navegadores, na horizontal (landscape) ou vertical (skyscraper). Quem define a padronagem e os tamanhos dos banners é uma organização internacional denominada Internet Advertising Bureau ou a CASIE – Coalision for Advertising supported Information and Entertainment. (In: Canesso, idem). Você já viu esta escala aqui, está lembrado? Fonte: http://axialstrategy.com/brand-identity/standard-banner-sizes/ http://axialstrategy.com/brand-identity/standard-banner-sizes/ 14 Acesse o site da Internet Advertising Bureau (IAB). Segundo o IBOPE, no contexto brasileiro, a publicidade on-line e digital consome algo como 4% a 5% do investimento total (em 2015 foram aproximadamente 126 bilhões de reais). Os anúncios de banners podem ser classificados em três tipos, de acordo com Zeff e Aronson (In: Canesso): estáticos – de imagem fixa, fácil visualização e de rápida produção; animados (gifs1) – trazem a sensação de movimento, tendo mais impacto visual; interativos ou rich media – porque possibilita a apresentação de uma mensagem publicitária mais detalhada: podem haver sons, imagens, e interatividade como o banner. Segundo aponta Canesso, os banners em formato rich media aumentam o volume de respostas e são encontrados na maioria dos grandes portais brasileiros. Destaque-se que nem todos os banners irão aparecer emoldurando as páginas, existem outros recursos, como uma janela independente que ‘flutua’ sobre o navegador (browser) – seu nome mais conhecido é pop-up, a maioria dos navegadores atuais permitem que pop-ups sejam bloqueados da navegação. Os pop-ups são comercializados por dia ou faixa horária e custam um pouco mais. Outro formato bastante comum de publicidade na internet são os ad-ons, aquele que se baseia em motores de busca como o Google: o usuário digita alguma pesquisa ou palavra-chave e os anúncios irão aparecer de acordo com 1 O GIF é muito utilizado, principalmente para criar imagens animadas. Esta extensão já foi muito popular na internet e é uma das mais antigas - que já foi motivo de muitas brigas judiciais por conta de direitos autorais. Seu formato é 8-bit, o que significa que imagens em GIF possuem apenas 256 cores. http://www.iab.net/ 15 os hábitos de navegação que estejam armazenados no navegador ou na conta do usuário, por meio de cookies. Assim, não importa a página que o internauta visite, volta e meia anúncios relacionados às buscas realizadas na internet e também relacionadas aos hábitos de navegação irão pipocar por um tempo. É a era dos anúncios direcionados a satisfazer os nossos gostos. Ainda no que diz respeito aos motores de busca, outra forma de se anunciar são os links patrocinados, estes aparecem vinculados especificamente aos termos buscados ou, ainda, por analogias. Geralmente quando clicamos em um link patrocinado, o navegador é redirecionado para uma página web ou um hotsite, um site desenvolvido para promoção de marcas e vendas de produtos. Para saber mais sobre os investimentos totais em publicidade no Brasil, acesse uma compilação dos dados de 20142 em: https://www.kantaribopemedia.com/investimentos-publicitario-de-2014/ A seguir, veja um quadro de Canesso sobre os formatos mais utilizados na publicidade de anúncios da internet, com suas respectivas indicações. A publicidade e os anúncios digitais têm a vantagem de acertarem melhores segmentos do público, uma vez que, para melhores resultados e 2 Os dados do investimento publicitário brasileiro em 2015 ainda só foram disponibilizados em relação ao primeiro semestre. https://www.kantaribopemedia.com/investimentos-publicitario-de-2014/ 16 devido ao planejamento, os hábitos de navegação de cada usuário irão influenciar as mensagens que lhe serão veiculadas. Por esse motivo é perfeitamente possível que os resultados de uma mesma pesquisa no Google podem obter resultados diferenciados entre uma pessoa e outra. Hoje, a estratégia do product placement invadiu lugares distintos como o Instagram e o Snapshat. Outro fator importante é a mobilidade dos dispositivos: conseguimos ficar on-line em quase todos os lugares razoavelmente povoados. Por outro lado, segundo Ramalho, cada mídia tem sua métrica e sua forma de medir a audiência, mas as redes sociais saem na frente, pois é possível comparar visitantes, cliques, page views, entre tantas outras coisas subjetivas (2010, p. 114), quantitativas e qualitativas. TEMA 4 - ANÚNCIOS EM REDES SOCIAIS Segundo Raquel Recuero em Redes Sociais na internet (2009), as redes sociais são redes de softwares sociais, que nada mais é do que um conjunto de diversos softwares atuando diretamente mediante a interação pelo computador ou dispositivos móveis (tablets e smartphones). Pensar a publicidade num contexto de redes sociais é pensar em conteúdos gerados para usuários e pelos usuários. Novos canais de relacionamento se estabelecem entre as empresas e seus consumidores: um perfil de uma empresa no Facebook pode setransformar em um SAC – serviço de atendimento ao consumidor – mediante uma postagem ou uma dúvida que se apresente ali naquele canal. Diversas empresas têm investido quantias vultosas nesses canais de relacionamento que se instituem em redes, como o Twitter e o Facebook. Nesse sentido: Quaisquer mídias são inseparáveis das formas de socialização e cultura que são capazes de criar, de modo que o advento de cada novo meio de comunicação traz consigo um ciclo cultural que lhe é próprio e que fica impregnado de todas as contradições que caracterizam o modo de produção econômica em que tal ciclo cultural toma corpo. (SANTAELLA, 2003, p. 117) 17 As redes sociais funcionam da seguinte maneira: servem como plataforma de ferramentas onde os usuários podem se autodefinir através de um perfil, ou de uma página pessoal, na qual é possível interação com os demais usuários da plataforma. Essas informações se tornam públicas ao ponto de que outros usuários da mesma rede podem fazer comentários, conversar e ver uns aos outros. Ainda, as redes sociais orbitam em torno dos mais variados interesses, ou tribos: música, comida, futebol ou fotografia: mídias diversas importantes para as empresas e para o mercado da comunicação. Ao mesmo tempo, as redes sociais colocam pessoas desconhecidas em contato: o que já é uma novidade, pois nossas interações deixam de se estabelecer apenas olho no olho ou ao vivo. Podemos teleagir – agir a distância. Estabelecemos, a partir das redes sociais, novos contatos e novas redes, coisas que seriam impossíveis sem o deslocamento físico ou a presença física. Para a publicidade, as redes sociais não são apenas lugares de anúncio, são lugares de pesquisa: pesquisa de mercado e lugar da promoção e das vendas; o lugar da assistência dos consumidores e lugar do gerenciamento de relacionamento com clientes (CRM – costumer relationship management) e, ainda, lugar das relações públicas. É através das redes sociais que podemos saber um pouco da vida de um consumidor como também seus gostos, desejos e necessidades (ver: RAMALHO, 2010, p. 12-13). Tudo isso vai implicar em mudanças da nossa prática profissional. Fonte: http://mundozoom.net/publicidade-no-facebook-83-nunca-clicam.html http://mundozoom.net/publicidade-no-facebook-83-nunca-clicam.html 18 Para Ramalho (2010), trata-se da era do marketing conversacional – aquele em que a mídia é gerada pelo usuário, e na qual a empresa irá agir ou reagir a consumidores satisfeitos e insatisfeitos, sendo que mesmos estes podem ser mudados. Por último, Ramalho aponta que a maioria das pessoas é tolerante até sentir desconforto com um produto ou serviço (p. 19). Segundo Recuero (2009), as redes sociais são compostas por atores e pelas interações entre diversos deles. Nesse sentido, ao utilizarem uma plataforma de uma rede social para interagir, as pessoas estabelecem laços. Esses laços podem ser fortes ou fracos e relacionais ou associativos. Para o autor, laços fortes exigem uma interação mútua constante, já os fracos são geralmente efêmeros, durando apenas o calor do momento. TEMA 5 - MEMES E VIRAIS Por décadas a fio, a única forma de se manter na boca do povo era investir quantias elevadas de veiculação de anúncios em veículos de comunicação clássicos, como jornais e revistas, rádio e televisão. Ou, ainda, produzir inúmeros releases de imprensa sobre um produto e/ou serviço e esperar pacientemente que os veículos resolvessem fazer uma matéria ou reportagem sobre. Se antes medíamos o investimento publicitário pela ideia do retorno do investimento, hoje, outro conceito apareceu, o retorno do engajamento. Fonte: http://www.publicitariossc.com/2015/04/o-uso-dos-memes-na-linguagem- publicitaria/ http://www.publicitariossc.com/2015/04/o-uso-dos-memes-na-linguagem-publicitaria/ http://www.publicitariossc.com/2015/04/o-uso-dos-memes-na-linguagem-publicitaria/ 19 Leia o artigo “O uso dos memes na linguagem publicitária”, disponível no link a seguir. http://www.publicitariossc.com/2015/04/o-uso-dos-memes-na-linguagem- publicitaria/ Quanto mais pessoas se engajam a uma marca, maior a sua força. Lembrar da marca também é importante, mas não é o suficiente em tempos de hiperconexão. No livro Contracomunicação, Décio Pignatari vai explicar que um meme é uma ideia que tem a facilidade de se reproduzir na mente das pessoas. Ainda, segundo ele, há hoje uma explosão de meios, códigos e de linguagens (2004, p. 47). Segundo Dawkins (2001), um meme é uma ideia que se propaga e que se replica rapidamente. Um dos memes mais virais do Brasil ocorreu em 2010, em uma piada a partir de uma hashtag do Twitter: a infame #calabocagalvão. Um vídeo ficcional foi veiculado na internet em que se pedia para salvar uma ave de extinção, em inglês. Fonte: http://lemosideias.com/page/5/ http://www.publicitariossc.com/2015/04/o-uso-dos-memes-na-linguagem-publicitaria/ http://www.publicitariossc.com/2015/04/o-uso-dos-memes-na-linguagem-publicitaria/ http://lemosideias.com/page/5/ 20 Foi o que bastou para que a expressão alcançasse os trending topics da rede social, espalhando-se por lugares do mundo todo. A piada foi fazer os estrangeiros entenderem que calabocagalvão era algo como “salvem (a ave) Galvão”. Fonte: http://humbertodealmeida.com.br/galvao-torcedor-do-flamengo-cala-a-boca- galvao/ Atualmente, uma das tarefas que competem à publicidade e aos departamentos de marketing é fazer o monitoramento das redes sociais. Saber para conhecer virou uma regra de ouro no relacionamento entre empresas, organizações e seus consumidores. Na era em que a comunicação é multimídia, as pessoas consomem cada vez mais produtos on-line. Hoje, mais do que nunca, é importante conhecer não só como se organizam as redes sociais, mas estar atento para os valores que são trocados por essas redes, bem como identificar as pessoas que são “influenciadoras” na rede, geralmente são essas pessoas que compartilham coisas que rapidamente viralizam. http://humbertodealmeida.com.br/galvao-torcedor-do-flamengo-cala-a-boca-galvao/ http://humbertodealmeida.com.br/galvao-torcedor-do-flamengo-cala-a-boca-galvao/ 21 Segundo Alex Primo, existem dois tipos básicos de interação: a reativa e a mútua. Na interação reativa, baseia-se no esquema estímulo-resposta, algo como sacar dinheiro em um caixa eletrônico. Há pouca ou nenhuma interação com aquele ambiente. Já a interação mútua é negociada, aberta, imprevisível e, muitas vezes, criativa. É num contexto de interação mútua que as coisas geralmente viralizam. Logo, é necessário estar atento às oportunidades de comunicação! NA PRÁTICA Quer conhecer um hotsite atual? Acesse o da IBM, com a campanha “Bem-vindo à era do esporte cognitivo”. Em seguida, acesse o filme publicitário dessa campanha. http://www.ibm.com/cognitive/br-pt/outthink/ https://www.youtube.com/watch?v=QEfU2oEAQMk SÍNTESE Chegamos ao fim da nossa disciplina, mas antes de encerrar esse assunto, é claro que você não pode deixar de acompanhar o que o professor Patrick destacou de mais importante nesta aula. Confira! REFERÊNCIAS ANDERSON, Chris. A Cauda Longa. Do mercado de massa para o mercado de nicho. Rio de Janeiro: Campus, 2006. CANESSO, Natacha Stefanini. Publicidade na Internet. Um estudo dos formatos de anúncios on-line. [sd./sn] online. Disponível em: <http://www.portcom.intercom.org.br/pdfs/991377587421761166449631760059 35355883.pdf>. Acesso em: 19 abr. 2016. JENKINS, Henry. Cultura da Convergência. 2.ed. São Paulo: Aleph, 2009. http://www.ibm.com/cognitive/br-pt/outthink/ https://www.youtube.com/watch?v=QEfU2oEAQMk http://www.portcom.intercom.org.br/pdfs/99137758742176116644963176005935355883.pdf http://www.portcom.intercom.org.br/pdfs/99137758742176116644963176005935355883.pdf 22 LEMOS, André. Cibercultura.Alguns pontos para compreender a nossa época. In: LEMOS, André; CUNHA, Paulo. (Orgs.) Olhares sobre a Cibercultura. Porto Alegre: Sulina, 2003. MANOVICH, Lev. The Language of new media. Massachusetts: MIT Press Cambridge, 2002. MARCONDES, Pyr. Uma história da propaganda brasileira. Rio de Janeiro, Ediouro: 2001. MARCONDES, Pyr; RAMOS, Ricardo. 200 anos de propaganda no Brasil: do reclame ao ciber-anúncio. São Paulo: Meio & Mensagem, 1995. MENA BARRETO, Roberto. Agência de propaganda e as engrenagens da história. São Paulo: Summus, 2006. PRIMO, Alex. O aspecto relacional da Web 2.0. In: XXIX Intercom, 2006, Brasília. Anais. Brasília: Intercom 2006. RAMALHO, José Antônio. Midias Sociais na Prática. São Paulo: Elsevier, 2010. RAMOS, Ricardo. Do reclame à comunicação: pequena história da propaganda no Brasil. São Paulo: ed. Atual, 1985. SALZMAN, Marian; MATATHIA, Ira; O’ REILLY, Ann. Buzz Marketing: a era do marketing viral. São Paulo: cultrix/ meio&mensagem: 2003. SAMPAIO, Rafael. Propaganda de A a Z. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. SANT’ANNA; ROCHA JUNIOR; DABUL GARCIA. Propaganda: teoria, técnica e prática. São Paulo: Cengage Learning, 2013. SANTAELLA, Lucia. Cultura e artes do pós-humano: da cultura das mídias à cibercultura. São Paulo: Paulus, 2003. SIMÕES, Roberto. A propaganda no Brasil: evolução histórica. São Paulo: ESPM: Referência, 2006. 23 VASSALLO LOPES, Maria Immacolata; OROZCO GÓMEZ, Guillermo (coord). Convergências e transmidiação da ficção televisiva: Obitel 2010. São Paulo: Globo, 2010. VASSALO LOPES, Maria Immacolata. Pesquisa em Comunicação. São Paulo: edições Loyola, 2003.
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