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Pedologia e geopaleontologia para biologia Aula 5: Fauna e �ora fósseis Apresentação Para entendermos o que seriam fauna e �ora fósseis precisamos estabelecer os seus conceitos. Quando falamos de fauna, estamos nos referindo a todos os animais existentes em uma determinada região. E quando falamos de �ora estamos nos referindo a todos os vegetais existentes em uma determinada região. Portanto, fauna e �ora fósseis seriam a destruição e representatividade dos animais e vegetais no Tempo Geológico, desde o Pré Cambriano até o Recente. Objetivos Descrever fauna, �ora, suas distribuições e representatividade no Tempo Geológico; Reconhecer que cada animal é adaptado para viver em uma determinada região; Concluir que a destruição e poluição do habitat causa sérios danos à fauna de uma região, levando até mesmo os animais à extinção. Fauna e �ora Devemos conceituar as palavras fauna e �ora aula e associar o registro dos fósseis aos respectivos tempos geológicos. A fauna seria o conjunto dos animais próprios de uma região. Segundo a Botânica e a Ecologia, �ora seria o conjunto de plantas de uma determinada região, ou as espécies vegetais de um local. É fundamental portanto admitirmos um ancestral comum para todos os seres, conforme representado na �gura 1. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Figura 1 - Ilustração digital da espiral do tempo geológico. Fonte: Shutterstock. Inicialmente, o mais simples elemento teve que desenvolver uma variada agregada, porém de forma ordenada, de moléculas. Estas, como é óbvio, não deixam nenhum registro fóssil. Segundo pesquisa de Tiffney de 1985, as plantas terrestres que ocupam a biomassa global atingiram o atual estágio de desenvolvimento em um intervalo de tempo inferior a 500 M.a. As evidências fósseis dessa evolução são esporádicas e muitas vezes incompletas. Mesmo assim, de acordo com Tiffney, ao comparar com o testemunho fornecido pelas plantas fósseis, muitas vezes diminutas amostras fósseis, podemos inferir que os processos evolutivos no reino vegetal foram relativamente rápidos e intensos. Exemplo Exemplos comparativos seriam as plantas diminutas Cooksonia do Siluriano - cerca de 430 M.a. (conforme a Figura 2) e as imponentes árvores do tipo Lepidodendron do Carbonífero - cerca de 320 M.a. (conforme a Figura 3). Figura 2 - Cooksonia do Siluriano. Fonte: steurh.home Figura 3 - O fóssil da planta Lepidodendron, que viveu 359 - 299 milhões de anos atrás. Close up de cicatrizes em forma de diamante. Fonte: Shutterstock. Segundo Traverse (1988), a integração de dados paleobotânicos com os demais dados de Paleontologia (os de tectônica, paleoclimática e biogeográ�ca) indica que a escala de tempo macroevolutiva das plantas não coincide com os processos evolutivos que caracterizam o reino animal, que muitas vezes foi acompanhado por extinções. Os fósseis mais antigos estariam no Pré-cambriano, com aproximadamente 3,5 bilhões de anos; constituídos por bactérias e cianobactérias, seriam os estromatólitos (Figura 4). Segundo Pais (2009), esses organismos essencialmente bio sedimentares, e que ocorriam em águas pouco profundas, eram abundantes durante o Arcaico, mas atualmente são raros. Rochas sedimentares As rochas sedimentares são compostas por diversas camadas, com registros considerados permanentes, sendo o Pré- cambriano a primeira das eras geológicas estabelecidas ao longo de milhões de anos, incluindo os restos fossilizados de plantas e animais enterrados quando os sedimentos foram formados. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Figura 4 - Fósseis de estromatólitos, período Pré-Cambriano, Parque Nacional de Yellowstone. Fonte: Shutterstock. javascript:void(0); Era Paleozoica Na Era Paleozoica, que signi�ca vida antiga (Figuras 5 e 6), é possível observar que uma forte atividade endógena originou grandes montanhas provocadas pela orogenia, assim como os eventos vulcânicos, que modi�caram bastante a superfície terrestre. Segundo Guimarães (1962), é bem expressiva a fauna e a �ora fósseis nesta Era e, com isso, foi possível a reconstituição das mesmas, assim como suas condições climáticas. Essa Era marca a existência das primeiras formas pluricelulares estruturadas de vida nos oceanos. Também é conhecida como o Período Primário da história geológica da Terra. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Brió�tas As Brió�tas (do grego bryon: “musgo”; e phyton: “planta”) costumam ser plantas pequenas, geralmente com alguns poucos centímetros de altura, e vivem preferencialmente em locais úmidos, com sombra, evitando a irradiação da luz direta do sol. Suas origens remontam ao período Ordoviciano e início do Siluriano. Musgos Briófitas. Fonte: Pixabay. Nesse tipo de planta, a água absorvida do ambiente é transportada de célula para célula, ao longo do corpo do vegetal. Portanto, não possuem vasos condutores especializados no transporte de nutrientes. Na organização das plantas com raízes, caules e folhas verdadeiras veri�ca-se a presença de vasos condutores de nutrientes. Esse tipo de transporte é relativamente lento e limita o desenvolvimento de plantas de grande porte. Assim, as brió�tas são sempre pequenas e baixas. Atenção Vamos acompanhar este raciocínio: principalmente nos dias quentes, as plantas transpirariam em demasia e, como a transferência de água se daria pelo seu caule, as mesmas �cariam desidratadas. Se uma planta terrestre de grande porte não possuísse vasos condutores, essas plantas secariam; portanto, toda planta alta possui vasos condutores. Segundo Hoffmeister(1851), as brió�tas poderiam ter originado outros tipos de vegetais, como as traqueó�tas, mas devido à falta de registros fósseis não foi possível estabelecer essa con�rmação. O registro das brió�tas, devido à falta de tecidos resistentes e, portanto, fossilizáveis, seria a principal causa da existência de lacunas sobre as suas origens. (TAYLOR & TAYLOR, 1993) javascript:void(0); As brió�tas são importantes ecologicamente pois, normalmente, preparam os organismos pioneiros nos ambientes para serem habitados, constituindo portanto uma sucessão ecológica primária. A manutenção da umidade do micro ambiente é possível devido à permanência de partículas orgânicas e ao acúmulo de sedimentos, que favorecem a formação de sementes para micro- habitats e, com isso, a geração de novos grupos. Além disso, as brió�tas contribuem com a integridade do solo, uma vez que absorvem muita umidade e, assim, criam um depósito de água, colaborando para a conservação de terrenos íngremes, como encostas. Figura 5 - Escala Geocronológica. Era Paleozoica. Unidades, fileiras e nomes cronoestratigráficos internacionais. Fonte: Shutterstock. Figura 6 - Escala Geocronológica. Era Paleozoica. Unidades, fileiras e nomes cronoestratigráficos internacionais. Fonte: Shutterstock. Era Mesozoica Na Era Mesozoica (que signi�ca vida intermediária), desenvolveu-se a vida nas terras emersas; primeiro com os répteis e, posteriormente, com os mamíferos e as aves. Foi nessa era que se iniciou a deriva dos continentes, conhecida como período secundário. Essa Era divide-se em três períodos: Triássico, Jurássico e Cretácico. Inicialmente, desaparecem diversos grupamentos biológicos e surgem muitos outros. É considerada mais “calma” do que a Era Paleozoica, pois não são observados movimentos orogenéticos com tanta intensidade. O evento marcante foi a separação dos dois supercontinentes, Gondwana e Laurásia, que deram origem a essas massas continentais. Nessa Era estariam representados todos os grupos vegetais. Figura 7 – Escala Geocronológica. Era Mesozoico. Unidades, fileiras e nomes cronoestratigráficos internacionais. Fonte: Shutterstock. Existem principalmente duas fácies características: Era Cenozoica Na Era Cenozoica, a distribuição das terras emersas e dos mares experimenta também intensos movimentos de formação de montanhas e grande violência associada a vulcanismos. Foram esses movimentosque originaram o relevo dominante nos dias de hoje. A �ora era composta por espécies bem próximas das atuais, e o fato mais importante a destacar é o aumento crescente das angiospermas. A fauna era representada pelos invertebrados, e certas ordens de insetos tiveram grande desenvolvimento (lepidópteros, himenópteros e dípteros). Existiam alguns mamíferos de pequenas dimensões e pouco especializados. Em relação aos vertebrados, os peixes, os batráquios, os répteis e as aves possuíam características bem semelhantes às atuais. O Cenozoico é subdivido em dois períodos: o Terciário e o Quaternário, sendo que este último é marcado por processos geomorfológicos recentes, a exemplo da formação das planícies costeiras. Foi durante o Terciário que os mamíferos atingiram o seu auge; viveram na Europa mastodontes, elefantes, rinocerontes, ursos, leões, hienas, etc. Portanto, a vida evoluiu com o surgimento de novas espécies. Formaram-se as grandes cadeias de montanhas jovens por movimentos de orogenia e também em áreas de colisão de placas. Ocorreram as grandes glaciações e apareceram os primeiros hominídeos, isto é, os ancestrais do homem, há cerca de 4 milhões de anos. Fácies As �oras e as faunas têm-se modi�cado através dos tempos. Por esse motivo, os fósseis têm valor cronológico, permitindo datar os terrenos em que se encontram. Os fósseis de fácies são indicadores das variadas condições climáticas veri�cadas através dos tempos geológicos. Clique nos botões para ver as informações. Os fácies terrestres são o vulcânico, o eólico, o glacial, o �uvial, o lacustre e, estabelecendo a transição para os marinhos, o de estuário e o lagunar. As características desse conjunto revelam litologias e associações fossilíferas bem próprias. as terrestres (continentais e insulares) Os fácies marinhos são o litoral, o nerítico e o abissal. Os fácies essencialmente pobres em fósseis seriam o eólico, vulcânico e glacial. Os fácies lacustres são os de água doce ou anfíbios. as marinhas Atividade 1. É muito comum ouvir falar a respeito da fauna e da �ora de uma região e sobre a importância de sua manutenção para o equilíbrio do meio ambiente. Entretanto, você sabe o que isso signi�ca? 2. Quais os fósseis mais antigos do planeta Terra? E datam de quanto tempo atrás? 3. Qual a descrição sobre o Paleozoico e a vida na Terra? 4. Qual a importância das brió�tas? Referências BERGQVIST, L.P.; ALMEIDA, E.B. Biodiversidade de mamíferos fósseis brasileiros. Revista Universidade de Garulhos. Garulhos: Universidade de Guarulhos. 2004. CARVALHO, I. de S. Paleontologia: Conceitos e Métodos, Volume 1. Editor: Ismar de Souza Carvalho. 3. ed. Rio de Janeiro: 2010. COUTO, C.P. Paleontologia Brasileira: Mamíferos. Rio de Janeiro: Instituto Nacional do Livro, 1953. MARTINS-NETO, R.G.; GALLEGO, O.F. “Death Behaviour” (Thanatoethology new term and concept): a taphonomic analysis proving possible paleoethologic inferences-special cases from Arthropods of the Santana Formation (Lower Creataceous, Northeast Brazil). Geociências, 2006. MELO, D.J.; BERGQVIST, L.P.; ALVARENGA, H.M.F. Considerações Paleoecológicas sobre os Notoungulados da Formação Tremembé, Bacia de Taubaté (São Paulo, Brasil). Anuário do Instituto de Geociências. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2007. SIMÕES, M.G., HOLZ, M.H. Tafonomia: processos e ambientes de fossilização. In: CARVALHO, I. de S. (Ed.). Paleontologia. Rio de Janeiro: Interciência, 2004. Próxima aula Extinção. Explore mais Pesquise na internet sites, vídeos e artigos relacionados ao conteúdo visto. Em caso de dúvidas, converse com seu professor online por meio dos recursos disponíveis no ambiente de aprendizagem.
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