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Conteúdo Interativo - PEDOLOGIA E GEOPALEONTOLOGIA PARA BIOLOGIA10

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Pedologia e Geopaleontologia para Biologia
Aula 10: Processos Tafonômicos e Paleoecologia
Apresentação
Analisaremos a preservação de organismos animais e vegetais nas rochas, registros geológicos mais importantes
da Terra. Aprenderemos a discernir os fatores envolvidos nessa fossilização, principalmente, na atuação em
antigos ambientes.
Objetivos
Interpretar os principais processos que resultam na preservação dos fósseis e restos orgânicos nas rochas
sedimentares;
Relacionar fósseis ou organismos do passado com o ambiente sedimentar.
Processos Tafonômicos e Paleoecologia
Paleoecologia e Tafonomia são termos muito utilizados na Paleontologia. Estudaremos de que maneira elas
in�uenciam no estudo dos fósseis.
A Tafonomia, inicialmente descrita pelo então paleontólogo Iván Antónovitch Efrémov em 1940, vem do grego:
É o estudo propriamente dito dessas leis, que governam a transição dos
restos orgânicos para a litosfera.
A Tafonomia é uma ciência que nasceu da própria necessidade dos paleontólogos compreenderem o que acontece na
biosfera, bem como os principais processos e fatores que atuaram nas formações das concentrações fossilíferas.
Anteriormente, foram descritas como “leis”, mas não são eventos que acontecem repetidamente, obedecendo a
padrões constantes. Segundo relatos históricos:
Tafonomia foi desenvolvida inicialmente na
Paleontologia de Invertebrados e Vertebrados.
Paleobotânica, de modo tardio, na
Micropaleontologia e Palinologia.
Segundo descrito por Martins-Neto & Gallego (2006), para compreender a fossilização (Figura 2) de um
determinado organismo, seria necessário conhecer as leis que conduzem até sua morte, uma vez que esse
organismo teria sido, então, transportado e enterrado (tafocenoce), �nalmente tornando-se parte da rocha
(oritocenose).
 Figura 2: Solo com animais mortos. Superfície subterrânea de terra em camadas horizontais com ossos de dinossauro e lagarto./ Fonte: Shutterstock
A integridade do fóssil depende da ocorrência e da intensidade de diversos eventos, como ausência da ação dos
predadores e um soterramento rápido após a morte, bem como um reduzido efeito transportador após a morte do
organismo ou ausência dele. Um outro fator que auxilia na preservação do fóssil seria ausência de atividade bacteriana,
pois ela aceleraria o processo de decomposição.
Além da questão da estrutura esqueletal do organismo, as questões ambientais também contribuem para a
preservação ou não das condições físico-químicas predominantes no ambiente.
Bioestratinomia e Diagênese
A Tafonomia está representada conforme a Figura 3 por duas divisões, que auxiliam no tratamento das causas e dos processos
envolvidos na fossilização:
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
1
Bioestratinomia
Retrata toda a história sedimentar dos restos
esqueletais até serem totalmente soterrados.
2
Diagênese
Associada aos fósseis e que se preocupa com os
processos físico-químicos atuantes após o
soterramento dos organismos.
 Figura 3: Ilustração dos processos tafonômicos e suas subdivisões. / Fonte: (SIMÕES & HOLZ, 2004).
Nem sempre é possível realizar a análise tafonômica, pois ela requer avaliações envolvendo processos de morte,
necrólise e até desarticulação, transporte, intemperismo, soterramento e, �nalmente, a diagênese dos fósseis. (SIMÕES
& HOLZ, 2004; MARTINS-NETO & GALLEGO, 2006; BERTONI-MACHADO, 2009)
O estudo da necrólise também foi incluído por alguns autores no campo de abordagem da Tafonomia, bem como a fase
de soerguimento tectônico e as in�uências das técnicas e dos métodos de coleta e de preparação dos fósseis. Isso
signi�ca que uma coleta mal realizada pode implicar na perda de informações da Paleontologia. (SIMÕES & HOLZ,
2004)
Morte seletiva e não seletiva
Na literatura sobre Tafonomia são reconhecidas dois tipos de morte:
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Clique nos botões para ver as informações.
Os principais fatores que afetam especí�cas faixas de idade dos organismos em um determinado ambiente são
envelhecimento, doença e atividade predatória. Mortes seletivas estariam associadas a causas naturais, afetando
principalmente os organismos mais jovens e mais velhos, mais vulneráveis a estes fatores. (SIMÕES & HOLZ,
2004)
Tipo seletiva 
Atinge grande parte da população, sem distinção; portanto, não há seletividade quanto à faixa etária atingida.
Geralmente está associada a eventos de grande magnitude, tais como enchentes, tempestades, grandes secas,
variações de marés vermelhas e emanações vulcânicas. (SIMÕES & HOLZ, 2004).
Tipo catastró�ca ou não seletiva 
 Figura 4: Mortandade de peixes devido a derramamento de óleo. / Fonte: shutterstock.
Pode ser difícil identi�car a causa da morte, pois não depende do indivíduo
somente (morte seletiva), mas, também, do ambiente deposicional em que o
mesmo foi soterrado ou encontrado (morte não seletiva).
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Exemplo
Realizaremos uma análise tafonômica conforme exempli�cado na Figura 3, iniciando pela desarticulação dos ossos
devido à decomposição das estruturas moles que sustentam o organismo. Isso depende exclusivamente da anatomia
corporal, e acontece pós-morte e antes do soterramento. 
 
Quando temos um vertebrado, que está sob um clima úmido ou ambiente marinho, essa desarticulação tem início com a
desconexão do crânio. (BERTONI-MACHADO, 2009) 
 
Em seguida, deve acontecer a desarticulação da escápula, membros e coluna vertebral. Em terra, os vertebrados
geralmente sofrem alguma alteração devido ao processo de mumi�cação. (SIMÕES & HOLZ, 2004)
Organismos autóctones e alóctones
Quanto ao transporte, podem ser de dois tipos: os autóctones não sofrem transporte algum e são soterrados e
encontrados no mesmo ambiente em que viveram; os organismos fósseis alóctones foram transportados de seu
ambiente original.
O processo de intemperismo seria responsável pela separação e alteração dos seus constituintes ósseos por agentes
físicos e químicos. Organismos pouco desarticulados ou com baixa desarticulação sugerem que o período entre a
morte e o soterramento foi curto, enquanto o inverso indica um tempo mais longo. (BERTONI-MACHADO, 2009)
Devemos considerar as descrições das fácies quando o fóssil for coletado, bem como relatar e identi�car a localidade,
imprescindíveis na identi�cação dos diferentes processos físico/químico/biológicos responsáveis pela origem de
assembleias.
 Feições 
 Clique no botão acima.
Feições
São descritas um total de cinco feições:
Feições sedimentológicas, que são atribuídas ao empacotamento dos fósseis com sinais de transporte: os
bioclastos.
Feição bioestratinômica dos bioclastos, associadas com a reorientação dos bioclastos; assim como a
desarticulação ou a identi�cação do grau de articulação das carapaças ou esqueletos; fragmentação; corrosão
(abrasão mecânica e corrosão bioquímica dos bioclastos).
São conhecidas também feições que têm como destaque a geometria e a estrutura interna ou
microestratigra�a: estas seriam as feições estratigrá�cas da assembleia (Figura 5).
São também descritas na literatura as feições paleoecológicas da assembleia, que destacam-se sobre a
composição dos táxons, podendo ser classi�cadas como monotípica (�gura 6) ou politípica (�gura 7),
mineralogia e microarquitetura (originais), número de espécies, abundância relativa de espécies, modo de vida
e classes de tamanho (idade).
Um outro grupo de feições diagenéticas dos bioclastos são agrupados em conservação da composição
química original preservada (preservação total ou parcial) e composição química original alterada.
 Figura 5: Feições Estratigráficas em que destacam-se a geometria e a estrutura interna. / Fonte: Geo turismo brasil.
 Figura 7: Feição paleoecológica politípica - vários tipos de esqueleto (bivalves,
corais braquiópodes). / FONTE: Geo Turismo Brasil
 Figura 6: Conchas petrificadas em pedra calcária em sítio arqueológico.
Ambientes marinhos antigos. Shutertock.Paleocologia e Ecologia
Paleocologia é um ramo da Paleontologia que descreve e compreende os ecossistemas do passado e sua estrutura. A
Ecologia dedica-se aos ambientes dos dias atuais.
Para que possamos realizar a reconstrução paleoambiental ou
paleoecológica, temos como base a Estratigra�a (organização de
estratos ou camadas), com a identi�cação da taxonomia existente
e a ecologia. Será sempre necessária a reconstrução espacial e
temporal, para posteriormente haver a comparação dos fósseis,
tanto em ambientes pretéritos quanto atuais.
Para que possamos realizar a reconstrução paleoambiental ou paleoecológica, temos como base a Estratigra�a
(organização de estratos ou camadas), com a identi�cação da taxonomia existente e a ecologia. Será sempre
necessária a reconstrução espacial e temporal, para posteriormente haver a comparação dos fósseis, tanto em
ambientes pretéritos quanto atuais.
Atenção
É extremamente necessário compreender a forma de vida, o papel ecológico e o contexto ambiental em que o organismo
fóssil estava inserido.
 Princípio do Uniformitarismo 
 Clique no botão acima.
Princípio do Uniformitarismo
Os organismos vivos podem fornecer excelentes pistas, uma vez que podemos realizar comparações mais
próximas relacionadas ao fóssil estudado. Muitos pesquisadores utilizam o Princípio do Uniformitarismo, que
presume que os acontecimentos do passado podem ser esclarecidos com base no presente. En�m, a
compreensão do fóssil, obtida com as interpretações das funções dos indivíduos recentes, fornecem um
excelente entendimento sobre as estruturas fossilíferas. (DODD & STANTON, 1990; LUGAR, 1990)
Algumas críticas são feitas ao Uniformitarismo por não considerar as variações morfológicas, pois é sabido
que este funcionamento está relacionado ao ambiente no qual está inserido. Portanto, a forma seria re�exo do
seu contexto ambiental e poderia ser utilizada para inferências do ambiente no passado.
Através dessa interpretação morfológica, procura-se identi�car os aspectos ecológicos que envolveram o fóssil
ao longo de sua existência. Também deveremos relacionar o caractere com a distribuição geográ�ca e o tipo
de habitat mais adaptado para determinada função abordada pelos aspectos morfológicos.
Segundo Boeger (2006), para que possamos realizar uma boa análise morfológica é de fundamental
importância considerar também a relação �logenética entre os táxons, uma vez que, a partir desse critério,
podemos obter informações sobre os relacionamentos de parentesco e inferir suas mudanças pretéritas, na
tentativa de identi�car características presentes dentro de uma linhagem mono�lética.
Quando nada disso acontece, o pro�ssional em Paleontologia deve recorrer a um outro tipo de comparação
conhecido por analogia. Apesar de possuírem estruturas aparentemente semelhantes e funções similares,
possuem padrões de desenvolvimento diferentes. Podemos concluir que nem sempre a presença de estruturas
análogas implica em uma inter-relação evolutiva entre os animais que a possuam. (DODD & STANTON, 1990;
LUGAR, 1990)
 Atividade
1. Qual a motivação do nascimento da Tafonomia e o seu signi�cado?
2. O que se espera que aconteça para uma boa integridade do fóssil?
3. Em que consistem as duas divisões da Tafonomia?
4. Explique morte seletiva e morte não seletiva.
5. Qual o signi�cado de Paleoecologia e Ecologia?
Referências
BERTONI-MACHADO, C. Tafonomia: O que todos estes fósseis estão fazendo aqui? In: SOARES, M. B., (Org.). Livro
Digital de Paleontologia: a paleontologia na sala de aula. 1. ed. Porto Alegre: Sociedade Brasileira de Paleontologia,
2009.
BOEGER, W.A.P. Introdução. In: BOEGER, W.A.P. Invertebrados: manual de aulas práticas. Ribeirão Preto: Holos, 2006.
BRENCHLEY, P.J. Palaeobiology: a synthesis. Blackwell Science LTD, 1990.
DODD, J.R.; STANTON, R.J.S. Paleoecology: concepts and applications. Second Edition. John Wiley & Sons, Inc., 1990.
LUGAR, L. Morphology. In: LUGAR, L. Palaeobiology: a synthesis. Blackwell Science LTD, 1990.
MARTINS-NETO, R.G., GALLEGO, O.F. “Death Behaviour” (Thanatoethology new term and concept): a taphonomic
analysis proving possible paleoethologic inferences- special cases from Arthropods of the Santana Formation (Lower
Creataceous, Northeast Brazil). Geociências, 2006.
SIMÕES, M.G., HOLZ, M.H. Tafonomia: processos e ambientes de fossilização. In: CARVALHO, I. de S. (Ed.).
Paleontologia. Rio de Janeiro: Interciência, 2004.
ZUCON, M.H.; VIEIRA, F.S. Paleoecologia dos invertebrados. In: CARVALHO, I. de S. (ed.). Paleontologia. Volume 2. 3. ed.
Rio de Janeiro: Interciência, 2011.
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Jovem arqueólogo trabalha em um sítio arqueológico;
Enorme concha passando no mar jurássico
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