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unidade 03 contabilidade avançada

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Contabilidade Avançada
Ativo Intangível e Arrendamentos
Produção: Gerência de Desenho Educacional - NEAD
Desenvolvimento do material: Ernando Fagundes
1ª Edição
Copyright © 2021, Unigranrio
Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por 
qualquer meio eletrônico, mecânico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, 
por escrito, da Unigranrio.
Núcleo de Educação a Distância 
www.unigranrio.com.br
Rua Prof. José de Souza Herdy, 1.160 
25 de Agosto – Duque de Caxias - RJ
Reitor
Arody Cordeiro Herdy
Pró-Reitoria de Programas de Pós-Graduação
Nara Pires
Pró-Reitoria de Programas de Graduação
Lívia Maria Figueiredo Lacerda
Pró-Reitoria Administrativa e Comunitária
Carlos de Oliveira Varella
Núcleo de Educação a Distância (NEAD)
Márcia Loch
Sumário
Ativo Intangível e Arrendamentos
Para Início de Conversa... ............................................................................... 4
Objetivos ...................................................................................................... 4
1. Ativo Intangível ............................................................................................ 5
1.1 Reconhecimento e Mensuração ....................................................... 7
1.2 Vida Útil .................................................................................................... 11
1.3 Divulgação ............................................................................................... 14
2. Arrendamentos .............................................................................................. 14
2.1 Alterações na Contabilização de 
Arrendamentos a Partir de 2019 ..................................................... 15
2.2 Arrendatário ............................................................................................ 17
2.2 Arrendador ............................................................................................... 21
Referências ........................................................................................................ 23
Contabilidade Avançada 3
Para Início de Conversa...
Neste estudo, vamos discutir dois importantes pronunciamentos 
contábeis: o CPC 04, que apresenta o tratamento contábil adequado 
aos ativos intangíveis e o CPC 06, que estabelece os princípios para 
o reconhecimento, mensuração, apresentação e divulgação dos 
arrendamentos. 
Veremos que são dois importantes pronunciamentos contábeis e que 
estão relacionados, uma vez que é comum que empresas arrendem 
ativos intangíveis, de modo que esses ativos arrendados deverão atender 
ao CPC 06, de modo que os arrendatários e os arrendatários evidenciam 
fielmente essas operações de arrendamento.
Dessa forma, primeiramente, vamos discutir as definições de 
ativo intangível, seu reconhecimento e mensuração, bem como o 
reconhecimento de despesas relacionadas. Discutiremos, ainda, a 
mensuração após reconhecimento, a vida útil dos ativos intangíveis, a 
perda por redução ao valor recuperável de ativos. Discutiremos ainda a 
baixa, alienação e divulgação desses ativos. 
Por fim, discutiremos os arrendamentos, iniciando pelas definições 
de arrendamento. Ao final, estudaremos também o reconhecimento, 
mensuração, apresentação e divulgação dos arrendamentos na 
perspectiva do arrendatário e do arrendador.
Objetivos 
 ▪ Compreender o reconhecimento de Ativos Intangíveis. 
 ▪ Distinguir os ativos intangíveis gerados internamente. 
 ▪ Aplicar amortização e baixa de bens.
Contabilidade Avançada 4
1. Ativo Intangível 
O CPC 04 (2010) define ativo intangível como “um ativo não monetário 
identificável sem substância física”. Viceconti e Neves (2018) destacam 
que os ativos intangíveis são os bens incorpóreos destinados à 
manutenção da empresa. Alguns exemplos de ativos intangíveis são 
softwares, hipotecas, marcas, patentes, fundo de comércio adquirido, 
direitos autorais, direitos sobre exploração de recursos naturais.
Os ativos intangíveis possuem 
características semelhantes aos 
ativos imobilizados, a não ser pela 
diferença entre natureza física 
(ativos imobilizados) e natureza 
não física (ativos intangíveis). Os 
ativos intangíveis geralmente 
têm um maior grau de 
incerteza quanto aos benefícios 
econômicos futuros, em relação 
aos ativos tangíveis. (SALOTTI, 
2018)
“Alguns ativos intangíveis podem estar contidos em elementos que 
possuem substância física, como um disco (como no caso de software), 
documentação jurídica (no caso de licença ou patente) ou em um filme. 
[...] Por exemplo, um software de uma máquina-ferramenta controlada 
por computador que não funciona sem esse software específico é 
parte integrante do referido equipamento, devendo ser tratado como 
ativo imobilizado. O mesmo se aplica ao sistema operacional de um 
computador. Quando o software não é parte integrante do respectivo 
hardware, ele deve ser tratado como ativo intangível”. (CPC 04, 2010).
Salotti (2018) destaca que o valor das marcas e das carteiras de clientes 
adquiridas de terceiros são o principal tipo de ativo intangível das 
empresas brasileiras listadas na B3. Diferentemente dos ativos tangíveis 
ou financeiros, os ativos intangíveis não possuem natureza física ou 
financeira. Na verdade, os ativos intangíveis possuem valor com base 
nos direitos e benefícios às empresas que os pertencem. 
Para um ativo ser classificado como intangível, ele deve apresentar 
algumas características. Esse ativo deve ser mantido para uso no curso 
normal do negócio e não para investimentos. Além disso, a vida útil desse 
ativo deve ser superior a 1 ano. Como todo ativo, o ativo intangível deve 
ter a capacidade de gerar benefícios econômicos futuros para a empresa 
Contabilidade Avançada 5
à qual pertence. Por fim, para ser classificado como ativo intangível, o 
ativo deve ser identificável e controlado pela empresa.
Figura 1: Ativo Intangível. Fonte: Dreamstime.
Caso algum item ou recurso intangível adquirido pela entidade não 
atendam às características elencadas anteriormente, ou seja, caso esses 
itens não sejam identificáveis, ou não sejam controlados ou, ainda, não 
gerem benefícios econômicos futuros para a empresa, os gastos incorrido 
na aquisição ou geração interna desses itens deve ser reconhecido como 
despesa.
Para ser reconhecido como ativo intangível, algumas características 
deverão ser atendidas: identificação, controle e capacidade de gerar 
benefícios econômicos futuros.
Para que um ativo seja considerado identificável, o mesmo deve poder 
ser separado da entidade e vendido, transferido, licenciado, alugado ou 
trocado, mesmo que individualmente. Além disso, esse ativo deve ser 
resultado de direitos adquiridos (contratuais ou legais). 
Outro critério para classificar um item como ativo intangível é se a 
empresa detém o controle desse ativo. Nesse caso, o controle é verificável 
quando a empresa é a detentora dos benefícios econômicos futuros 
desse ativo e pode restringir o acesso de terceiros a esses benefícios. 
Os benefícios econômicos futuros, que consistem também em um critério 
para classificação em ativo intangível, podem ser oriundos de receita da 
venda de produtos ou serviços, redução de custos ou outros benefícios 
resultantes do uso desse ativo pela entidade. 
Exemplo: 
Uma empresa tem uma grande carteira de clientes, que representa 
um item intangível, pois não possui propriedade física. No entanto, 
Contabilidade Avançada 6
para ser classificado como ativo intangível, esse item deveria atender 
aos critérios estabelecidos pelo CPC 04, entre eles, o controle sobre 
essa carteira de clientes. Ocorre que, mesmo que a empresa tenha um 
excelente relacionamento com os clientes dessa carteira, ela não detém 
controle sobre eles para assegurar que eles continuarão comprando da 
empresa e dessa forma gerarão benefícios econômicos futuros. Assim, 
a carteira de clientes, apesar de possuir propriedadeintangível, não 
atende os critérios para ser classificada como ativo intangível.
No entanto, caso a entidade pudesse comprovar que é capaz de controlar 
os eventuais benefícios econômicos futuros gerados pelas relações com 
clientes desta carteira, ela atenderia o critério e poderia então classificar 
essa carteira de clientes como ativo intangível. 
1.1 Reconhecimento e Mensuração
Para que um ativo intangível seja reconhecido, é necessário que seja 
provável que os benefícios econômicos futuros esperados atribuíveis ao 
ativo sejam gerados em favor da entidade e que o custo do ativo possa 
ser mensurado com confiabilidade. (CPC 04, 2010)
Figura 2: Benefícios econômicos. Fonte: Dreamstime. 
A probabilidade de que esses benefícios econômicos ocorram será 
determinada pela empresa com base nas evidências que ela possui no 
momento do reconhecimento. Quando atendidos os critérios, um ativo 
intangível deve ser reconhecido inicialmente pelo seu custo, que é mais 
facilmente mensurado em ativos intangíveis adquiridos pela entidade 
separadamente. Nesses casos, o valor do custo será a soma do valor 
pago pelo ativo e dos impostos não recuperáveis sobre a compra e 
outros custos diretamente atribuídos à preparação do ativo intangível 
adquirido para que o mesmo esteja em condições operacionais. 
Contabilidade Avançada 7
“O reconhecimento dos custos no valor contábil de ativo intangível cessa 
quando esse ativo está nas condições operacionais pretendidas pela 
administração. Portanto, os custos incorridos no uso ou na transferência 
ou reinstalação de ativo intangível não devem ser incluídos no seu valor 
contábil”. (CPC 04, 2010)
Salotti (2018) destaca que os ativos intangíveis podem ser adquiridos 
ou gerados internamente. Assim, ele divide três formas de obtenção de 
ativo intangível:
1. Aquisição separada que corresponde a um ativo intangível adquirido 
e relacionado. 
2. Intangíveis gerados internamente, que representam o ativo 
intangível gerado internamente e relacionados. 
3. Aquisição em combinação de negócios, que identifica o ativo 
intangível adquirido e não relacionado, o goodwill.
EXEMPLO: 
Exemplo (a) Ativos intangíveis adquiridos
Em X0, a empresa Pitangui S.A gastou R$ 100.000 no início de X1 
para adquirir uma patente de um determinado medicamento. Nesse 
caso, o lançamento contábil realizado será:
D: ATIVO INTANGÍVEL - Patente $ 100.000
C: ATIVO CIRCULANTE - Caixa / Bancos $ 100.000
Exemplo (b) Ativos intangíveis gerados internamente
Em junho de X1, a companhia Genipabu S.A. iniciou a pesquisa de um 
software para análise de discos rígidos de computadores. A empresa 
incorreu em um total de gastos no montante de R$ 1.000.000,00 
até o final de novembro. Esses gastos foram considerados despesas 
de pesquisa. Em dezembro, a empresa concluiu que o software 
havia passado para a fase de desenvolvimento e, a partir desse 
momento, o software custou para a empresa $ 30.000. Nesse caso, 
os lançamentos contábeis realizados no período são:
D: RESULTADO - Despesa com pesquisa $ 1.000.000
C: ATIVO CIRCULANTE - Caixa / Bancos $ 1.000.000
D: ATIVO INTANGÍVEL - Software $ 30.000
C: ATIVO CIRCULANTE - Caixa / Bancos $ 30.000
Exemplo (c) Aquisição em combinação de negócios
A Empresa A adquiriu a Empresa B pelo valor de $ 1.500.000. Sabe-
se que o valor contábil da empresa B era de $ 1.000.000 e o valor 
justo dos ativos, líquidos dos passivos, é de $ 1.300.000.
D: ATIVO - INVESTIMENTOS - Participações 
em controladas
$ 1.500.000
C: ATIVO CIRCULANTE - Caixa / Bancos $ 1.500.000
Fonte: Adaptada de Salotti, 2018, p.251.
Contabilidade Avançada 8
Ressalta-se que, nesse último caso, por se tratar de uma aquisição de 
participação societária, os ativos intangíveis adquiridos (inclusive 
goodwill), estão embutidos no investimento. Porém, caso esse 
investimento seja em uma controlada, essa investida será consolidada 
e, portanto, os ativos intangíveis serão reclassificados para o grupo de 
ativo intangível. 
“Se o prazo de pagamento de ativo intangível excede os prazos normais 
de crédito, seu custo deve ser o equivalente ao preço à vista. A diferença 
entre esse valor e o total dos pagamentos deve ser reconhecida como 
despesa com juros, durante o período, salvo exceções’’. (CPC 04, 2010)
Quando o ativo intangível for adquirido em uma combinação de negócios, 
o seu custo deve ser o valor justo. Assim, a empresa adquirente deverá, 
na data de aquisição, reconhecer separadamente do ágio derivado da 
expectativa de rentabilidade futura (goodwill), um ativo intangível da 
adquirida (CPC 04, 2010).
Nos casos de gastos relacionados a projetos de pesquisa, quando um 
ativo intangível é gerado internamente, a empresa deve analisar a fase 
em que se encontra o projeto de pesquisa (se na fase de pesquisa ou na 
fase de desenvolvimento). Na fase de pesquisa, os gastos deverão ser 
reconhecidos como despesa quando incorridos, ou seja, não constituem 
ativo intangível. 
Já na fase de desenvolvimento, os gastos constituirão ativo intangível, 
desde que a empresa tenha a intenção de concluir o ativo intangível, 
que essa conclusão seja viável e que ele possa ser disponibilizado 
para uso ou venda e que seja possível usá-lo ou vendê-lo. A empresa 
deverá também verificar se esse ativo intangível em desenvolvido irá 
gerar benefícios econômicos futuros, bem como se ela possui condições 
técnicas e financeiras para concluir este ativo. Além disso, os gastos 
atribuíveis ao ativo intangível durante seu desenvolvimento precisam 
ser mensurados com confiabilidade. 
“Caso a entidade não consiga diferenciar a fase de pesquisa da fase 
de desenvolvimento de projeto interno de criação de ativo intangível, 
o gasto com o projeto deve ser tratado como incorrido apenas na fase 
de pesquisa”. “Marcas, títulos de publicações, listas de clientes e outros 
itens similares, gerados internamente, não devem ser reconhecidos como 
ativos intangíveis”. (CPC 04, 2020).
Contabilidade Avançada 9
EXEMPLO: 
Uma entidade está desenvolvendo um novo processo de produção. No 
exercício de 20X5, os gastos incorridos foram de $ 1.000, dos quais $ 
900 foram incorridos antes de 1º de dezembro de 20X5 e $ 100 entre 
essa data e 31 de dezembro de 20X5. A entidade está apta a demonstrar 
que em 1º de dezembro de 20X5 o processo de produção atendia aos 
critérios para reconhecimento como ativo intangível. O valor recuperável 
do know-how incorporado no processo (inclusive, futuras saídas de caixa 
para concluí-lo e deixá-lo pronto para o uso) está estimado em $ 500.
Ao final de 20X5, o processo de produção está reconhecido como ativo 
intangível ao custo de $ 100 (gasto incorrido desde a data em que os 
critérios de reconhecimento foram atendidos, ou seja, 1º de dezembro 
de 20X5). Os gastos de $ 900 incorridos antes de 1º de dezembro de 
20X5 devem ser reconhecidos como despesa porque os critérios de 
reconhecimento só foram atendidos nessa data, não podendo ser 
incluídos no custo do processo de produção reconhecido na data do 
balanço.
No exercício de 20X6, os gastos incorridos são de $ 2.000. Ao final 
de 20X6, o valor recuperável do know-how incorporado no processo 
(inclusive, futuras saídas de caixa para concluí-lo e deixá-lo pronto para 
uso) está estimado em $1.900.
Ao final de 20X6, o custo do processo de produção é de $ 2.100 (gastos 
de $ 100 reconhecidos no final de 20X5 mais $ 2.000 reconhecidos em 
20X6). A entidade deve reconhecer uma perda de valor de $ 200 para 
ajustar o valor contábil do processo antes dessa perda de valor ($ 2.100) 
ao seu valor recuperável ($ 1.900). Essa perda por redução no valor 
recuperável será revertida em um período posterior se os requerimentos 
de reversão de perda de valor, previstos no Pronunciamento Técnico CPC 
01 - Redução ao Valor Recuperável de Ativos, forem atendidos (CPC 04, 
2010.
Há casos em que as empresas incorrem em gastos para gerar benefícios 
econômicos futuros, mas sem a aquisiçãoou geração de um ativo 
intangível. Nesses casos, esses gastos deverão ser contabilizados 
como despesas, por exemplo, gastos pré-operacionais (custos jurídicos, 
constituição da empresa, lançamento de produtos), gastos com 
treinamento, gastos com publicidade e promocionais e gastos com 
reorganização da empresa.
“Após o seu reconhecimento inicial, um ativo intangível deve ser 
apresentado ao custo, menos a eventual amortização acumulada e a 
perda acumulada (Pronunciamento Técnico CPC 01 – Redução ao Valor 
Recuperável de Ativos)” (CPC 04, 2020).
Contabilidade Avançada 10
1.2 Vida Útil
A vida útil de um ativo corresponde ao período em que a empresa espera 
utilizar um ativo; ou então o número de unidades de produção ou de 
unidades semelhantes que a empresa espera obter pela utilização do 
ativo. Dessa forma, a empresa deve avaliar se os seus ativos intangíveis 
possuem vida útil definida ou indefinida. Isso é importante, pois a 
contabilização do ativo intangível será baseada em sua vida útil.
Ativos intangíveis com vida útil definida serão amortizados enquanto 
os ativos com vida útil indefinida não serão amortizados. Cabe ressaltar 
que os ativos intangíveis com vida útil indefinida não necessariamente 
possuem vida infinita. Ocorre que em relação aos ativos intangíveis 
com vida útil indefinida, não é possível determinar por quanto tempo a 
empresa poderá usar esse ativo, por exemplo.
Softwares, por exemplo, são característicos por terem vida útil muito 
curta, pois é comum que se tornem obsoletos em um curto período de 
tempo. Já os direitos autorais, contratuais ou legais, têm como sua vida 
útil o tempo de vigência desses contratos, desde que a empresa tenha 
intenção de usar esses ativos durante todo esse período. 
Figura 3: Software de reconhecimento digital. Fonte: Dreamstime.
No caso dos ativos que possuem vida útil definida, deverá ser 
contabilizada a amortização, que corresponde à alocação sistemática do 
valor amortizável de ativo intangível ao longo da sua vida útil. O valor 
amortizável é o custo de um ativo ou outro valor que substitua o custo, 
menos o seu valor residual. Essa amortização deve iniciar no momento em 
que o ativo estiver disponível e nas condições necessárias para utilização 
pela empresa. A amortização deve cessar na data em que o ativo for 
classificado como mantido para venda ou na data em que for baixado.
Contabilidade Avançada 11
O método de amortização a ser utilizado deve refletir o padrão de 
consumo pela entidade dos benefícios econômicos futuros, tais como o 
método linear, também conhecido como método de linha reta, o método 
dos saldos decrescentes e o método de unidades produzidas. 
Em relação ao valor residual, deve-se presumir que o valor residual 
de ativo intangível com vida útil definida é zero, a não ser que haja 
compromisso de terceiros para comprar o ativo ao final da sua vida útil 
ou que exista mercado ativo a partir do qual se possa determinar o valor 
residual.
“O período e o método de amortização de ativo intangível com vida útil 
definida devem ser revisados pelo menos ao final de cada exercício. Caso 
a vida útil prevista do ativo seja diferente de estimativas anteriores, o 
prazo de amortização deve ser devidamente alterado”. (CPC 04, 2020).
Os ativos com vida útil indefinida não deverão ser amortizados. No 
entanto, assim como os demais ativos intangíveis e outros grupos de 
ativos, o ativo intangível com vida útil indefinida deve ser avaliado 
periodicamente por meio do teste de impairment, de acordo com o CPC 
01 (2009). Caso o valor recuperável do ativo esteja inferior ao seu valor 
contábil, haverá uma perda por impairment. 
Exemplos: 
a) Relembre a contabilização realizada no item a do exemplo prático 
anterior:
Assuma que a empresa Pitangui S.A. gastou $ 100.000 no início de 
X1 para adquirir uma patente, conforme contabilizado no exemplo 
anterior. Essa mesma patente será utilizada pelo prazo de dois 
anos. Assim, quais seriam os lançamentos contábeis vinculados à 
amortização do primeiro ano?
O cálculo da amortização anual será 100.000/2 = 50.000. O valor da 
amortização anual, dado que não há valor residual, é de $ 50.000. O 
ativo será amortizado no montante de $ 50.000 ao ano.
Contabilização em dezembro de X1:
D: RESULTADO - Despesa com amortização $ 50.000
C: ATIVO INTANGÍVEL - Amortização acumulada $ 50.000
Levando em consideração o mesmo exemplo, mas com a certeza de 
que, ao final do ano X2, essa mesma patente possua um valor de 
mercado de $ 10.000 e que a empresa pretende vender essa patente 
ao final de X2, como fica o cálculo da amortização?
O cálculo da amortização anual será (100.000 – 10.000)/2 = 45.000. 
O valor da amortização anual, dado que o valor residual é de $ 
10.000, será de $ 45.000. O ativo será amortizado no montante de $ 
45.000 ao ano.
Contabilização em dezembro de X1:
D: RESULTADO - Despesa com amortização $ 45.000
Contabilidade Avançada 12
C: ATIVO INTANGÍVEL - Amortização acumulada $ 45.000
b) Relembre a contabilização realizada no item c do exemplo prático 
anterior:
A empresa A possui um goodwill devido à aquisição da empresa B. 
Esse goodwill foi avaliado em $ 200.000 no momento da aquisição. 
Ao final de dois anos, depois de uma primeira avaliação, por meio do 
teste de impairment, percebeu-se que o valor justo desse goodwill é 
de $ 180.000. Como contabilizar?
D: RESULTADO - Despesa com impairment $ 20.000
C: ATIVO INTANGÍVEL - Impairment do intangível $ 20.000
Um ativo intangível deverá ser baixado devido a sua alienação 
ou quando a empresa não espera mais benefícios econômicos 
futuros decorrentes desse ativo. A diferença entre o valor líquido 
de alienação (quando houver), e o valor contábil do ativo resultará 
em um ganho ou perda que deve ser reconhecido no resultado do 
período.
Exemplos: 
a) Relembre a contabilização realizada no item a do exemplo prático 
anterior:
(i) Baixa em razão da perda dos benefícios econômicos futuros no 
uso do ativo.
Após um ano e meio de uso de uma patente, a empresa Pitangui 
S.A. realizará a baixa de sua patente, pois não possui mais benefício 
econômico sobre ela. Sabe-se que o valor total da patente era de $ 
100.000 e a sua amortização acumulada era de 75% do valor total 
do ativo.
D: ATIVO INTANGÍVEL - Amortização acumulada $ 75.000
D: RESULTADO - Perda com baixa de patente $ 25.000
C: ATIVO INTANGÍVEL - Patente $ 100.000
(ii) Baixa com alienação do ativo intangível já amortizado.
Após dois anos de uso de uma patente, a empresa Pitangui S.A. 
realizará a baixa fazendo a sua venda por um valor de $ 20.000. A 
empresa não possuía previsão para venda antes de se decidir por 
isso. Sabe-se que o valor total da patente era de $ 100.000 e a sua 
amortização acumulada era de 100% do valor total do ativo.
D: ATIVO INTANGÍVEL - Amortização acumulada $ 100.000
C: ATIVO INTANGÍVEL - Patente $ 100.000
D: ATIVO CIRCULANTE - Caixa $ 20.000
C: RESULTADO - Receita com venda de intangível $ 20.000
(iii) Baixa com alienação do ativo intangível parcialmente 
amortizado.
Admita que, após o primeiro ano em que a empresa Pitangui S.A. 
adquiriu a patente, ela recebeu uma proposta para vender o seu 
ativo pelo valor de $ 120.000, ou seja, o ativo estava amortizado em 
apenas 50%.
Contabilização utilizando duas contas de resultado:
D: ATIVO INTANGÍVEL - Amortização acumulada $ 50.000
Contabilidade Avançada 13
D: RESULTADO - Custo do intangível vendido $ 50.000
C: ATIVO INTANGÍVEL - Patente $ 100.000
D: ATIVO CIRCULANTE- Caixa $ 120.000
C: RESULTADO - Receita com venda de intangível $ 120.000
Contabilização utilizando uma conta de resultado:
D: ATIVO CIRCULANTE- Caixa $ 120.000
D: ATIVO INTANGÍVEL - Amortização acumulada $ 50.000
C: ATIVO INTANGÍVEL - Patente $ 100.000
C: RESULTADO - Receita com venda de intangível $ 70.000
Fonte: Salotti (2018, p.251).
1.3 Divulgação
Em relação aos ativos intangíveis,o CPC 04 determina algumas 
informações que deverão ser divulgadas pelas empresas. É necessário 
que a empresa informe se os ativos intangíveis possuem vida útil 
definida ou indefinida, e, se definida, qual a vida útil e as taxas de 
amortização utilizadas, bem como o método de amortização adotado. É 
importante ainda que se divulgue quais os motivos que fundamentam 
a avaliação e classificação da vida útil dos ativos intangíveis como 
definida ou indefinida.
Também é necessário que a empresa divulgue uma conciliação do 
valor contábil dos ativos intangíveis no início e no final do período, 
evidenciando adições de ativos intangíveis, ativos intangíveis que 
tenham sido baixados ou classificados como mantidos para venda, perdas 
por recuperabilidade e reversões de perdas, amortizações reconhecidas e 
outras alterações no valor contábil desses ativos intangíveis no período 
a que se referem as demonstrações contábeis. A empresa deve divulgar 
também o total de gastos com pesquisa e desenvolvimento reconhecidos 
como despesas no período.
2. Arrendamentos
As transações de arrendamento possuem algumas características 
semelhantes ao aluguel. No caso do arrendamento, trata-se de uma 
transação em que um ativo é transferido do arrendador (dono jurídico 
do ativo) para um arrendatário (que é quem irá utilizar este ativo), em 
troca de pagamento em forma de prestações do arrendatário a pagar ao 
arrendador (SALOTTI, 2018).
Quando a empresa estabelece contratos com terceiros, ela deve avaliar 
se o contrato é, ou contém, um arrendamento. Ele será ou conterá uma 
operação de arrendamento quando transmite o direito de controlar o 
uso de ativo por um período de tempo em troca de contraprestação. 
A Figura 4, a seguir, apresenta um fluxograma que ajuda a empresa a 
avaliar o contrato para identificar se este contém um arrendamento.
Contabilidade Avançada 14
Existe ativo identificado?
Considere os itens B13 a B20 
O cliente tem o direito de obter substancialmente todos 
os benefícios econômicos do uso do ativo durante todo o 
período de uso?
Considere os itens B21 a B23
O cliente, o fornecedor, ou nenhuma das partes, tem o 
direito de direcionar como e para qual finalidade o ativo 
é usado durante todo o período de uso? Considere os 
itens B25 a B30
Ninguém: A forma como e 
para qual finalidade o 
ativo será usado é 
predeterminada.
O cliente tem o direito de operar o ativo durante todo o 
período de uso, sem o fornecedor ter o direito de alterar 
essas instruções operacionais?
Considere o item B24 (b) (i)
O cliente projetou o ativo de modo que predetermina 
como e para qual finalidade o ativo será usado durante 
todo o período de uso:
Considere o item B24 (b) (ii)
Sim
Sim
Não
Cliente
Não
Não
Fornecedor
Não
Não
Sim
O contrato contém arrendamento O contrato não contém arrendamento
Figura 4: Fluxograma que ajuda a empresa a fazer a avaliação acerca do contrato. FONTE: CPC 
06 (2017).
É possível que contratos contenham itens que sejam arrendamentos 
e itens que não sejam arrendamentos. Nesses casos, a empresa 
deverá contabilizar separadamente esses itens, apresentando no 
ativo o arrendamento e separadamente os passivos decorrentes do 
arrendamento e os demais passivos que não se referem a arrendamentos.
O prazo do arrendamento será o estipulado no contrato, considerando 
períodos cobertos pelo contrato para prorrogação do arrendamento 
ou para rescisão do contrato de arrendamento, desde que a empresa 
tenha razoável certeza de que irá prorrogar ou rescindir o contrato, 
respectivamente. 
2.1 Alterações na Contabilização de Arrendamentos a Partir de 
2019
Até o ano de 2018, os arrendamentos classificados em operacionais 
e financeiros eram contabilizados de formas diferentes entre ambos. 
No entanto, a partir desse ano, com a alteração do CPC 06 (2017), que 
anteriormente era correlato à IAS 17 e passou a ser correlato à IFRS 
16, deixou de existir essa diferença na contabilização de operações de 
arrendamento operacional e financeiro.
A Figura 5, a seguir, apresenta as principais alterações ocorridas com a 
atualização do CPC 06 no Balanço Patrimonial. Anteriormente, apenas 
os ativos financeiros e seus passivos correspondentes figuravam no 
Contabilidade Avançada 15
balanço. Os ativos operacionais e seus correspondentes passivos não 
eram apresentados. A partir de 01 de janeiro de 2019, todos os ativos 
arrendados passaram a ser apresentados no Balanço Patrimonial, bem 
como seus respectivos passivos. 
IAS 17
Arrendamentos
financeiros
Ativos
Passivos
Extrapatrimoniais
direitos/obrigações
Arrendamentos
Operacionais Todos Arrendamentos
IFRS 16
Figura 5: As principais alterações ocorridas com a atualização do CPC 06 no Balanço 
Patrimonial. Fonte: Adaptada de IFRS (2020). 
Na Figura 6, a seguir, é possível observar o impacto da atualização do 
CPC 06 no resultado da empresa. Como o arrendamento financeiro já 
era apresentado nas demonstrações contábeis, não houve nenhum 
impacto. No entanto, em relação aos arrendamentos operacionais que 
anteriormente não figuravam no Balanço Patrimonial, o impacto pode 
ser visto claramente no resultado da empresa. 
Os pagamentos pelos arrendamentos operacionais eram realizados na 
forma de despesa. A partir de 2019, quando passaram a ser apresentados 
no balanço, esses ativos arrendados passaram a depreciar e, então, as 
despesas lançadas referentes a esses ativos passaram a ser despesas 
de depreciação, que não fazem parte do EBITDA, de modo que com 
a alteração no CPC, nos casos das empresas com arrendamentos 
operacionais, o valor do EBITDA passou a ser maior após a alteração do 
CPC.
O mesmo ocorre com o lucro operacional, que, nos casos dessas 
empresas, também aumenta, visto que os juros decorrentes da aquisição 
desse arrendamento são lançados após o lucro operacional.
Contabilidade Avançada 16
IAS 17 IFRS 16
Arrendamento
Financeiro
Arrendamento
Operacional
Todos
Arrendamentos
Receitas x x x
Custo Financeiro
EBITDA
Lucro
Operacional
Lucro antes dos
Impostos
Despesa
Operacional
(Excluindo, Depreciação
e Amortização
Depreciação e
Amortização Depreciação
Despesas
Depreciação
Juros Juros
Figura 6: O impacto da atualização do CPC 06 no resultado da empresa. Fonte: Adaptada de 
IFRS (2020). 
2.2 Arrendatário
Nos contratos de arrendamento, temos a figura do arrendatário e do 
arrendador. Inicialmente, vamos estudar o reconhecimento, a mensuração 
e a divulgação por parte dos arrendatários.
O arrendatário é a entidade que obtém o direito de usar o ativo subjacente 
por um período em troca de contraprestação (CPC 06, 2017). Na data 
de início da operação de arrendamento, o arrendatário deve reconhecer 
o ativo de direito de uso (arrendado) e o passivo correspondente ao 
arrendamento.
Assim, “o ativo de direito de uso é o ativo que representa o direito do 
arrendatário de usar o ativo subjacente durante o prazo do arrendamento, 
enquanto o ativo subjacente é o ativo que é o objeto de arrendamento, 
para o qual o direito de usar esse ativo foi fornecido pelo arrendador ao 
arrendatário” (CPC 06, 2017).
Inicialmente, o ativo de direito de uso (arrendamento) deverá ser 
reconhecido pelo seu custo, que compreende o valor da mensuração 
inicial do passivo de arrendamento, custo diretos incorridos pelo 
arrendatário, bem como a estimativa de custos a serem incorridos 
pelo arrendatário na desmontagem e remoção do ativo ao término do 
contrato.
O arrendatário pode decidir não aplicar os requisitos de reconhecimento 
e mensuração aos arrendamentos de curto prazo e aos arrendamentos 
para os quais o ativo subjacente é de baixo valor (CPC 06, 2017).
Contabilidade Avançada 17
Nessa mesma data de início do período de arrendamento, o arrendatário 
deverá reconhecer o respectivo passivo, mensurado pelo valor presente 
dos pagamentos do arrendamento que serão efetuados. Esse valor 
presente deverá ser calculado utilizando a taxa de juros implícita no 
arrendamento. 
Posteriormente, esses ativos de direito de usodeverão ser reconhecidos 
pelo custo, salvo exceção quando o subgrupo de ativos ao qual 
pertencem (imobilizado, investimentos) forem mensurados pelo valor 
justo, devendo esses ativos de direito de uso também serem mensurados 
pelo valor justo, conforme os outros ativos do subgrupo. Além disso, 
assim como demais ativos do subgrupo imobilizado ou investimentos, 
esses ativos de direito de uso deverão ser depreciados, de acordo com os 
requisitos determinados pelo CPC 27- Ativo Imobilizado.
Em relação aos passivos de arrendamento, após a mensuração e 
reconhecimento inicial, estes deverão ser mensurados de forma que os 
juros sobre eles sejam reconhecidos aumentando seu valor contábil e 
os pagamentos realizados reduzam o valor contábil desses passivos de 
arrendamento.
Exemplo de contabilização de um arrendamento: 
Vamos imaginar uma companhia que efetue um contrato de uso de uma 
máquina durante cinco anos. Os pagamentos serão feitos ao final de cada 
ano, pelo valor de $ 30.000, e, ao final do contrato, caso a companhia 
queira adquirir a máquina, precisa pagar mais $ 8.000, ou seja, esse é o 
valor da opção de compra do contrato. A taxa de juros contratual é de 
8% ao ano.
Se calcularmos o valor presente das prestações mais o valor da opção 
de compra (utilizando as fórmulas da matemática financeira), chegamos 
ao valor de $ 125.225,97, que representa, no momento da contratação, o 
valor presente da obrigação do arrendatário a ser registrado no passivo 
em contrapartida ao ativo. Esse ativo, que na versão anterior da norma 
de arrendamento era tratado como ativo imobilizado, atualmente, é 
segregado em uma conta denominada “ativo de direito de uso”, porém, 
passível de depreciação de forma semelhante às contas do ativo 
imobilizado.
Logo, o valor presente é registrado no ativo em contrapartida ao passivo. 
Posteriormente, o ativo será depreciado, em princípio, pelo tempo do 
contrato, a menos que a empresa já tenha clara a intenção de ficar com 
o bem, e a vida útil deste seja superior à do contrato. No exemplo, vamos 
considerar a depreciação com base no tempo do contrato.
Já o passivo vai sendo contabilizado como um passivo financeiro, 
mediante a apropriação de despesa de juros e pagamento das prestações. 
No Quadro 1, a seguir, demonstramos os cálculos da evolução do passivo 
Contabilidade Avançada 18
ao longo do tempo, já assumindo o pagamento da opção de compra ao 
final do quinto ano.
Período Pagamento anual
Despesa de 
juros
Redução da 
dívida
Dívida do 
arrendamento
0 125.225,97
1 30.000,00 10.018,08 19.981,92 105.244,05
2 30.000,00 8.419,52 21.580,48 83.663,57
3 30.000,00 6.693,09 23.306,91 60.356,66
4 30.000,00 4.828,53 25.171,47 35.185,19
5 38.000,00 2.814,81 35.185,19 -
Total 158.000,00 32.774,03 125.225,97 -
Quadro 1: Os cálculos da evolução do passivo ao longo do tempo. Fonte: Adaptado de Salotti 
(2019 p.237).
Desse modo, com base nesses dados e cálculos apresentados, podemos 
elaborar os razonetes a seguir, que sintetizam a contabilização da 
operação como um todo. Não demonstraremos a abertura do passivo em 
curto e longo prazo para fins de simplificação do exemplo.
Direito de uso
(in) 125.225,97
(in) 32.774,03
 0,00
Passivo arrendamento
(1c) 30.000,00
(2c) 30.000,00
(3c) 30.000,00
(4c) 30.000,00
(5c) 30.000,00
(6) 8.000,00
158.000,00 (in)
 
 8.000,00
 0,00
Depr. acumulada
23.445,19 (1a)
23.445,19 (2a)
23.445,19 (3a)
23.445,19 (4a)
23.445,19 (5a)
117.225,97
Juros a apropriar
10.018,08 (1b)
 8.419,52 (2b)
 6.693,09 (3b)
 4.828,53 (4b)
 2.814,81 (5b)
Figura 7: Razonetes sintetizando a operação. Fonte: Adaptado de Salotti, (2019, p.237).
Contabilidade Avançada 19
Caixa
 xxxxxx
Desp. depreciação
(1a) 23.445,19
(2a) 23.445,19
(3a) 23.445,19
(4a) 23.445,19
(5a) 23.445,19
 117.225,97
(1b) 10.018,08
(2b) 8.419,52
(3b) 6.693,09
(4b) 4.828,53
(5b) 2.814,81
 32.774,03
30.000,00 (1c)
30.000,00 (2c)
30.000,00 (3c)
30.000,00 (4c)
30.000,00 (5c)
 8.000,00 (6)
Desp. juros
Figura 8: Razonetes sintetizando a operação. Fonte: Adaptado de Salotti (2019, p.237).
É possível, ainda, perceber que, ao adquirir o ativo, faria sentido que 
a empresa transferisse o ativo da conta “direito de uso” para a conta 
“máquinas”, uma vez que, a partir desse momento, o ativo pertence 
juridicamente à empresa.
No resultado, após a data de início do arrendamento, o arrendatário 
deverá reconhecer os juros sobre o passivo de arrendamento, bem como 
os pagamentos variáveis não incluídos na mensuração inicial do passivo 
de arrendamento. 
O arrendatário deve divulgar, no Balanço Patrimonial ou em notas 
explicativas, os ativos de direito de uso separados de outros ativos, e 
os passivos de arrendamento separados dos outros passivos. Já na 
demonstração do resultado e de outros resultados abrangentes, o 
arrendatário deve apresentar separadamente as despesas de juros sobre 
o passivo de arrendamento dos encargos de depreciação para o ativo de 
direito de uso (arrendamento). Já as despesas de juros sobre o passivo 
de arrendamento devem ser apresentadas como parte das despesas 
financeiras.
Em relação à demonstração dos fluxos de caixa, o arrendatário deverá 
classificar como atividades de financiamento os pagamentos do 
principal, relacionados aos arrendamentos.
“O objetivo da divulgação é que os arrendatários divulguem 
informações nas notas explicativas que, juntamente com as informações 
fornecidas no balanço patrimonial, na demonstração do resultado e na 
demonstração dos fluxos de caixa, forneçam uma base para os usuários 
de demonstrações contábeis avaliarem o efeito que os arrendamentos 
têm sobre a posição financeira, o desempenho financeiro e os fluxos de 
caixa do arrendatário”. (CPC 06, 2017)
Contabilidade Avançada 20
Os arrendatários deverão divulgar informações sobre seus 
arrendamentos em uma única nota explicativa ou em seção separada 
em suas demonstrações contábeis. Deverão ser divulgados encargos de 
depreciação, juros sobre passivos, despesas referentes arrendamentos 
de curto prazo e de baixo valor, despesas variáveis não incluídas na 
mensuração dos passivos, receitas decorrentes de subarrendamento, 
adições de ativos de direito de uso, ganhos ou perdas relacionados a 
transações de venda e retroarrendamento e valor contábil dos ativos de 
direito de uso ao final do exercício.
2.2 Arrendador
O arrendador é a empresa que fornece o direito de usar o ativo 
subjacente por um período em troca de contraprestação. O arrendador 
deverá classificar seus arrendamentos como operacional ou financeiro.
O arrendamento financeiro ocorre quando são transferidos ao 
arrendatário todos os riscos e benefícios inerentes à propriedade do 
ativo arrendado. O arrendamento operacional é aquele em que não 
há essa transferência de riscos da propriedade do ativo arrendado ao 
arrendatário.
Figura 9: Arrendamento financeiro. Fonte: Dreamstime.
A classificação do contrato como arrendamento financeiro ou operacional 
dependerá da essência do mesmo, ou seja, ainda que o contrato afirme 
tratar-se de um arrendamento operacional, mas percebe-se que o 
contrato transfere riscos e benefícios da propriedade do ativo arrendado 
ao arrendatário, o arrendador deve reconhecer o contrato como ativo 
financeiro. Isso ocorre, por exemplo, quando a propriedade do ativo 
Contabilidade Avançada 21
é transferida ao arrendatário no final do contrato, ou quando o prazo 
de arrendamento é equivalente à maior parte da vida útil do ativo 
arrendado. 
“A política de depreciação para ativos subjacentes depreciáveis sujeitos 
a arrendamentos operacionais deve ser consistente com a política de 
depreciação normal do arrendador para ativos similares”. (CPC06, 2017)
Os arrendamentos financeiros deverão ser reconhecidos pelo arrendador 
em seu balanço patrimonial os ativos arrendados e deve apresentá-
los como recebível ao valor equivalente ao investimento líquido no 
arrendamento. Para isso, o arrendador deverá utilizar a taxa de juros 
implícita no contrato. Posteriormente, o arrendador deve reconhecer a 
receita financeira que corresponde ao retorno correspondente à taxa de 
juros sobre o valor líquido do arrendamento. 
Já no caso de arrendamentos operacionais, o arrendador deve reconhecer 
os recebimentos de arrendamento como receitas pelo método linear ou 
de acordo com outra base sistemática, caso represente melhor. Custos 
como a depreciação deverão ser reconhecidos como despesas quando 
incorridos na realização da receita de arrendamento. 
“O objetivo da divulgação é que os arrendadores divulguem informações 
nas notas explicativas que, juntamente com as informações fornecidas no 
balanço patrimonial, na demonstração do resultado e na demonstração 
dos fluxos de caixa, forneçam uma base para os usuários das 
demonstrações contábeis avaliarem o efeito que os arrendamentos têm 
sobre a posição financeira, o desempenho financeiro e os fluxos de caixa 
do arrendador”. (CPC 06, 2017)
No caso de arrendamentos financeiros, o arrendador deve divulgar o 
resultado na venda, a receita financeira sobre o investimento líquido 
no arrendamento e a receita referente a recebimentos variáveis de 
arrendamento não incluída na mensuração do investimento líquido no 
arrendamento. Já para os arrendamentos operacionais, o arrendador 
deverá divulgar a receita de arrendamento.
E assim estudamos a contabilização de ativos intangíveis, bem como 
seu reconhecimento, mensuração, apresentação e divulgação. Vimos, 
também, as operações de arrendamento e como elas devem ser 
contabilizadas.
Primeiramente apresentamos os ativos intangíveis, suas características e 
alguns exemplos. Abordamos, ainda, os critérios para reconhecimento e 
Contabilidade Avançada 22
mensuração. Além disso, discutimos os ativos intangíveis adquiridos e os 
gerados internamente também os gastos com pesquisa, desenvolvimento 
e quais podem ser classificados como ativos intangíveis ou não.
Por fim, estudamos os arrendamentos e as principais alterações ocorridas 
na contabilização desses ativos a partir de janeiro de 2019. Ao final, 
aprendemos sobre o reconhecimento e mensuração do ponto de vista do 
arrendatário e do arrendador.
Referências
CPC. Pronunciamento Técnico CPC 04: Ativo Intangível. CPC, 2010. 
Disponível em: http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/187_CPC_04_
R1_rev%2014.pdf Acesso em: 28 nov. 2020.
CPC. Pronunciamento Técnico CPC 06: Arrendamentos. CPC, 2010. 
Disponível em: http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/533_CPC_06_
R2_rev%2016.pdf Acesso em: 30 nov. 2020.
IFRS. Análise de efeitos Padrão de Relatório Financeiro Internacional. 
Disponível em: http://archive.ifrs.org/Current-Projects/IASB-Projects/
Leases/Documents/IFRS_16_effects_analysis.pdf Acesso em: 11 dez. 
2020.
SALOTTI, B. M. et al. Contabilidade financeira. São Paulo: Atlas, 
2019. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/
books/9788597022476/. Acesso em: 30 nov. 2020.
VICECONTI, P.; NEVES, S. Contabilidade avançada e análise das 
demonstrações financeiras. 18 ed. São Paulo: Saraiva, 2018. [Minha 
Biblioteca]
Contabilidade Avançada 23
http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/187_CPC_04_R1_rev%2014.pdf
http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/187_CPC_04_R1_rev%2014.pdf
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http://archive.ifrs.org/Current-Projects/IASB-Projects/Leases/Documents/IFRS_16_effects_analysis.pdf
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https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597022476/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597022476/
	Ativo Intangível e Arrendamentos
	Para Início de Conversa...
	Objetivos 
	1. Ativo Intangível 
	1.1 Reconhecimento e Mensuração
	1.2 Vida Útil
	1.3 Divulgação
	2. Arrendamentos
	2.1 Alterações na Contabilização de Arrendamentos a Partir de 2019
	2.2 Arrendatário
	2.2 Arrendador
	Referências

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