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Marcadores Tumorais

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
ANATOMIA HUMANA 
ELZA RIBEIRO MARTINS ALMEIDA 
Marcadores Tumorais 
Rio de Janeiro, RJ – 05 de Abril de 2020
2 
 
ELZA RIBEIRO MARTINS ALMEIDA 
 
MARCADORES TUMORAIS 
Trabalho de Conclusão de Curso 
submetido à Universidade Estácio de Sá, 
como parte dos requisitos necessários 
para a obtenção do Grau de Pós-
graduação em Anatomia Humana, sob a 
coordenação do Prof. Frederico Meirelles. 
Rio de Janeiro, RJ - 05 de Abril de 2020 
3 
 
Elza Ribeiro Martins Almeida 
 
 
Título: Marcadores Tumorais 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
submetido à Universidade Estácio de Sá, 
como parte dos requisitos necessários 
para a obtenção do Grau de Pós-
graduação em Anatomia Humana, sob a 
coordenação do Prof. Frederico Meirelles. 
 
 
___________________________ 
Prof. Frederico Meirelles 
Coordenador do Curso de Pós-graduação em Anatomia Humana 
Mestre/Universidade Estácio de Sá 
Rio de Janeiro, 05 de Abril de 2020
Dedico este trabalho a todos da 
minha família que, com paciência e 
carinho, me motivaram e me deram muita 
força durante todo o curso, principalmente 
durante minhas ausências. Não teria 
conseguido sem sua compreensão. 
5 
 
AGRADECIMENTOS 
Agradeço à minha família, aos colegas e 
professores do curso de Pós. Muito grata 
também especialmente ao Prof. Frederico 
Meirelles, sem o qual ficaria inviável a 
conclusão desse curso. 
 
6 
 
 
 
 
 
 
 
 
“O cientista não é o homem que fornece as verdadeiras respostas; 
é quem faz as verdadeiras perguntas”. 
Claude Lévi-Strauss 
7 
 
RESUMO 
O presente trabalho objetiva analisar o avanço da ciência a partir da identificação dos 
marcadores tumorais (ou marcadores biológicos), que são substâncias encontradas 
no sangue, na urina, em fluidos e tecidos corporais. Normalmente estão elevados nos 
casos de câncer ou em outras condições. Existem muitos marcadores tumorais 
diferentes, cada um dos quais fornece indícios (às vezes não muito precisos) de uma 
ou algumas doenças particulares. 
Os marcadores tumorais geralmente são detectados e quantificados por meio de 
técnicas de imuno-histoquímica. Num marcador tumoral, como em outros exames de 
laboratório, deve-se avaliar especificidade e sensibilidade. Especificidade diz respeito 
à presença do marcador numa única condição ou num restrito número de condições. 
Sensibilidade diz respeito à correlação entre o grau evolutivo da doença e o nível 
encontrado do marcador. 
 
Palavras-chaves: Marcadores tumorais. Marcadores biológicos. Biomarcadores. 
Câncer. Oncologia. 
 
8 
 
ABSTRACT 
The present work aims to analyze the advance of the science from the identification of 
the Tumor Markers (or Biological Markers), which are substances found in the blood, 
in the urine, in body fluids and tissues. Usually elevated in cancer cases or in other 
conditions. There are several different tumor markers, each one of them can provide 
an indication (sometimes not so precise), of one or some particular diseases. 
 
Normally, the tumor markers are detected and quantified through 
immunohistochemistry techniques. In a tumor marker, as in other laboratory exams, it 
is necessary to evaluate their specificity and sensitivity. The specificity concerns the 
presence of the marker in one sole condition or in a restrict number of conditions. The 
sensitivity refers to the correlation between the evolutive degree of the disease and the 
level of the marker found. 
 
Key-words: Tumor markers. Biological markers. Cancer. Oncology. Biomarkers. 
 
9 
 
LISTA DE FIGURAS 
Figura 01 Eletroforese de proteínas com inflamação aguda 24 
Figura 02 Eletroforese de proteínas com inflamação crônica 24 
Figura 03 Foto original de uma célula em microscopia eletrônica 25 
Figura 04 Testes de triagem com CEA 26 
Figura 05 Representação esquemática de uma célula 29 
Figura 06 Principais Marcadores Tumorais 30 
Figura 07 Tipos de cânceres mais comuns em 2018 33 
Figura 08 Câncer de Próstata 37 
Figura 09 Câncer de Mama 38 
Figura 10 Câncer de Pulmão 39 
Figura 11 Câncer Colorretal 41 
Figura 12 Câncer de Colo de Útero 44 
 
 
 
10 
 
LISTA DE TABELAS 
 
 
 
Tabela 1 Mortalidade por tipo de Câncer em 2017 ........................................... 32 
Tabela 2 e 3 Estimativas de incidência do INCA para 2020 .................................... 34 
 
11 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
AFP Alfa-fetoproteína 
ALK Linfoma anaplásico quinase (do Inglês: Lymphoma Anaplastic 
Kinase) 
BCL-2 Célula B de linfoma 2 (do inglês: B-cell lymphoma 2) 
BRCA1 Gene do câncer de mama 1 (do inglês: Gene Breast cancer 1) 
BRCA2 Gene do câncer de mama 2 (do inglês: Gene Breast cancer 2) 
BTA Antígeno tumoral da bexiga (do Inglês: Bladder Tumor Antigen) 
CA19-9 Antígeno do câncer pancreático 
CA-50 Antígeno do câncer colorretal 
CA-125 Antígeno do câncer seroso do ovário 
CD44 Glicoproteína de membrana celular envolvida em interações 
célula-célula, migração e adesão celular. 
CEA Antígeno carcinoembrionário (do Inglês: CarcinoEmbryonic 
antigen). 
DCC Deletado do câncer colorretal (do Inglês: deleted in colorectal 
carcinoma) 
dMMR Reparo de incompatibilidade deficiente (do Inglês: Mismatch 
Repair Deficient) 
EGFR Receptor do fator de crescimento epidérmico (do Inglês: Epidermal 
Growth Factor Receptor) 
ER Receptor de estrogênio (do Inglês: Estrogen Receptor) 
12 
 
ERBB2 Receptor 2 do fator do crescimento epidérmico humano (do Inglês: 
Human Epidermal Growth factor receptor 2) 
FDA Administração de Alimentos e Medicamentos (do Inglês: Food and 
Drug Adiministration) 
HCG Gonadotrofina coriônica humana (do Inglês: Human Chorionic 
Gonadotropin) 
HER2 Receptor 2 do fator de crescimento epidérmico humano (do Inglês: 
Human Epidermal growth factor Receptor-type 2) 
HNPCC Câncer colorretal hereditário não poilpoide (do Inglês: Hereditary 
Non-Polipoid Colorectal Cancer) 
HPV Papilomavírus humano (do Inglês: Human Papilomavirus) 
ICB Intituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo 
LDH Desidrogenase lática (do Inglês: Lactic Dehydrogenase) 
LIM 55 Laboratório de Investigação Médica da FMUSP (Faculdade de 
Medicina da Universidade de São Paulo) 
MCA Antígenos associado ao carcinoma semelhante à mucina 
mRNA Ácido ribonucleico mensageiro 
MSI Instabilidade microssatélite (do Inglês: MicroSatellite Instability) 
NCI Instituto Nacional de Câncer, EUA (do Inglês: National Cancer 
Institute) 
ng/mL Nanogramas por mililitro 
NSE Enolase neurônio-específica (do Inglês: Neuron Specific Enolase) 
P53 Proteína supressora tumoral p53 
13 
 
PAI Inibidor do ativador do plasminogênio (do Inglês: Plasminogen 
Activator Inhibitor) 
PAP Fosfatase prostática ácida (do Inglês: Prostatic Acid Phosphatase) 
PCA3 Câncer de próstata gene 3 (do Inglês: Prostate Cancer Gene 3) 
PCR Reação em cadeia da polimerase (do Inglês: 
Polymerase Chain Reaction) 
PD-L1 Ligante de morte celular programada 1 (do Inglês: Programmed 
death cell binder 1) 
PR Receptor de progesterona (do Inglês: Progesterone Receptor) 
PSA Antígeno prostático específico (do Inglês: Prostate Specific 
Antigen) 
ROS1 Subgrupo de carcinoma de pulmão 
SCC Antígeno associado aos carcinomas de células escamosas (do 
Inglês: Squamous Cell Cancer) 
TG Tireoglobulina 
TPA-M Antígeno monoclonal do polipeptídio tecidual (do Inglês: Tissue 
Polypeptide Monoclonal antigen) 
TPM Polipeptídio monoclonal tecidual (do Inglês: Tissue Polypeptide 
Monoclonal) 
TPS Antígeno específico do polipeptídio tecidual (do Inglês: Tissue 
Polypeptide-Specific antigen) 
U/mL Unidade por mililitro 
uPA Ativador do plasminogênio da uroquinase (do Inglês: Urokinase 
Plasminogen Activator) 
14 
 
VEGF Fator de crescimento vascular endotelial (do Inglês: Vascular 
Endothelial Growth Factor) 
VR Valor de Referência 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
SUMÁRIO1. INTRODUÇÃO 16 
2. OBJETIVO 20 
 2.1 Objetivo geral 20 
 2.2 Objetivos específicos 20 
3. METODOLOGIA 21 
4. DESENVOLVIMENTO 22 
 4.1 Entendendo o que são marcadores tumorais 22 
 4.2 Principais marcadores tumorais 30 
 4.3 Epidemiologia dos casos de câncer no Brasil 31 
 4.3.1 Mortalidade conforme localização primária do tumor e sexo, em 
2017 
32 
 4.3.2 Tipos de cânceres mais comuns em 2018 33 
 4.3.3 Tipos de câncer mais incidentes no Brasil nos dias atuais 33 
 4.3.4 Estimativas para novos casos de câncer em 2020 34 
5. PRINCIPAIS MARCADORES TUMORAIS 35 
 5.1 Principais marcadores tumorais para câncer de próstata 35 
 5.2 Principais marcadores tumorais para câncer de mama 38 
 5.3 Principais marcadores tumorais para câncer de pulmão 39 
 5.4 Principais marcadores tumorais para câncer colorretal 41 
 5.5 Principais marcadores tumorais para câncer de colo do útero 44 
6. CONCLUSÃO 46 
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 47 
 
 
16 
 
 
 
 
 
 
Marcadores tumorais são proteínas ou pedações de proteínas, incluindo 
proteínas citoplasmáticas, enzimas ou hormônios, ou quaisquer outras substâncias 
produzidas tanto por células normais quanto por células cancerígenas, mas em 
quantidades maiores pelas células cancerígenas. Estão presentes ou são produzidas 
por células cancerígenas, ou outras células do corpo, em resposta a uma doença 
como o câncer ou a certas condições benignas (não cancerosas), que fornecem 
informações sobre a enfermidade, como por exemplo: quão agressivo é o câncer, se 
pode ser tratado com terapia-alvo direcionada ou se o paciente está respondendo ao 
tratamento. No entanto, cada vez mais, marcadores genômicos, como mutações 
genéticas tumorais, padrões de expressão gênica tumoral e alterações não genéticas 
no DNA tumoral, estão sendo usados como marcadores tumorais. 
Os marcadores tumorais podem ser classificados pela resposta que eles 
oferecem, conforme abaixo descrito: 
- Marcador tumoral celular: antígenos localizados na membrana celular, tais 
como marcadores para leucemia, como hormônios e receptores de fatores de 
crescimento. 
- Marcadores humorais: substâncias que são sintetizadas pelo tecido tumoral 
ou substâncias formadas pelo organismo em reação ao tumor. 
- Marcadores genéticos: representados por sequências de genes e proteínas 
por eles codificadas que são super expressos em situações de desenvolvimento 
tumoral. Tem demonstrado enorme potencial diagnóstico, especialmente com o 
advento da técnica da reação em cadeia da polimerase (PCR). 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO
SUMÁRIO 
 
17 
 
Além dessa classificação, existem dois tipos principais de marcadores 
tumorais com usos diferentes no tratamento do câncer: marcadores tumorais 
circulantes e marcadores do tecido tumoral. 
Os marcadores tumorais circulantes são encontrados no sangue, urina, 
fezes ou fluídos corporais de alguns pacientes com câncer e são usados para: 
- Estimar o prognóstico. 
- Determinar se existe doença residual ou recidiva após o tratamento. 
- Avaliar a resposta ao tratamento. 
- Monitorar se um tumor se tornou resistente ao tratamento. 
Embora níveis elevados de um marcador de tumor circulante possam sugerir 
a presença de câncer, o resultado por si só não é suficiente para diagnosticar a 
doença. Por exemplo, condições não cancerígenas podem, às vezes, provocar o 
aumento de determinados marcadores tumorais. Além disso, nem todos com um tipo 
específico de câncer terão um nível mais alto de um marcador tumoral associado a 
esse câncer. Portanto, os valores dos marcadores tumorais circulantes geralmente 
são combinados com os resultados de outros testes, como biópsias ou exames de 
imagem, para diagnosticar o câncer. 
Os marcadores tumorais também podem ser determinados periodicamente 
durante a realização do tratamento. Por exemplo, uma diminuição no nível de um 
marcador tumoral circulante pode indicar que o tumor está respondendo ao 
tratamento, enquanto um nível crescente ou inalterado pode indicar que não está 
respondendo. 
Os marcadores tumorais circulantes também podem ser determinados após o 
término do tratamento para investigar a possibilidade de uma recidiva da doença. 
Exemplos de marcadores tumorais circulantes comumente usados incluem a 
calcitonina (para monitorar a resposta ao tratamento, rastrear a recidiva e estimar o 
prognóstico do câncer medular de tireoide), CA-125 (para monitorar a resposta ao 
tratamento e avaliar a recidiva do câncer de ovário) e beta-2-microglobulina (para 
avaliar a resposta ao tratamento e o prognóstico do mieloma múltiplo, leucemia 
linfoide crônica e alguns linfomas). 
18 
 
Já os marcadores de tecidos tumorais são encontrados nos próprios 
tumores, normalmente na amostra do tumor que é retirada durante a biópsia. Estes 
são usados para: 
- Diagnosticar, estadiar e/ou classificar o tumor. 
- Estimar o prognóstico. 
- Determinar o tipo de tratamento. 
Em alguns tipos de câncer, o nível de um marcador de tecido tumoral reflete 
o estágio da doença e/ou o prognóstico do paciente. Um exemplo é a alfa-fetoproteína, 
determinada através de um exame de sangue para o estadiamento da doença, estimar 
o prognóstico e monitorar a resposta ao tratamento de tumores de células 
germinativas. 
Os marcadores de tecidos tumorais podem ser determinados antes do 
tratamento para orientar os médicos a planejar a melhor opção terapêutica. Por 
exemplo, alguns exames, denominados diagnósticos complementares, desenvolvidos 
junto com a respectiva terapia-alvo dirigida, são usados para determinar se o 
tratamento com uma determinada terapia-alvo é indicado. Alguns desses exames 
determinam quanto do marcador de tecido tumoral está presente; outros detectam a 
presença de um marcador específico, como uma mutação genética. 
Alguns marcadores tumorais são os alvos de terapias-alvo específicas. No 
entanto, nem todos os alvos de uma terapia-alvo específica são marcadores tumorais 
testados em pacientes. 
Exemplos de marcadores de tecidos tumorais comumente usados incluem o 
receptor de estrogênio e de progesterona (câncer de mama) para determinar se o 
tratamento hormonioterápico e algumas terapias-alvo são indicados para a paciente; 
análise de mutação gênica de EGFR (câncer de pulmão de não pequenas células) 
para determinar o tratamento e estimar o prognóstico da doença; e PD-L1 (vários tipos 
de câncer), para determinar se o tratamento com um tipo de terapia-alvo denominado 
inibidor do controle imunológico é indicado. 
Existem vários marcadores tumorais em uso clínico. Alguns estão associados 
a apenas um tipo de câncer, enquanto outros estão relacionados a vários tipos de 
19 
 
câncer. Não existe um marcador tumoral “universal" que possa revelar a presença de 
qualquer tipo de neoplasia. 
Atualmente, vários marcadores tumorais estão em uso para uma ampla 
variedade de tipos de câncer. Os pesquisadores estão dedicados a desenvolver novos 
biomarcadores que possam ser usados na identificação de tumores em estágios 
iniciais, para prever a eficácia do tratamento e a chance de recidiva da doença. 
 
20 
 
2. OBJETIVO 
2.1 Objetivo geral 
Analisar os benefícios do uso de marcadores tumorais para 
prevenção e indicação do melhor tratamento para diversos tipos de 
cânceres, assim como, acompanhar a cura e a recidiva dos mesmos. 
 
2.2 Objetivos específicos 
i. Definir o que são marcadores tumorais. 
ii. Descrever suas utilizações. 
iii. Identificar quais marcadores são usados para determinados tipos 
de câncer. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
3. METODOLOGIA 
A presente monografia faz uma revisão bibliográfica, na qual foram 
utilizados artigos oriundos de diversos sites científicos, tais como PubMed, Scielo, 
INCA (Instituto Nacional do Câncer), OncoGuia, Google Acadêmico, 
ClinicalTrials.gov dentre outras renomadas instituições. As palavras-chaves 
utilizadas nas buscas das bases de dados foram: Marcadorestumorais, 
Marcadores biológicos, Biomarcadores, Câncer e Oncologia. Foram selecionados 
tanto artigos de revisão quanto artigos experimentais no idioma Inglês e 
Português, que abordavam o tema pesquisado para realização dessa monografia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
4. DESENVOLVIMENTO 
4.1 Entendendo o que são os marcadores tumorais 
Marcadores tumorais são componentes celulares, estruturais e 
bioquímicos, que podem definir alterações celulares e moleculares tanto em 
células normais quanto aquelas associadas à transformação maligna. Podem ser 
de dois tipos: 1) marcadores intermediários, que medem alterações celulares e 
moleculares antes do aparecimento da malignidade; 2) marcadores 
diagnósticos, presentes em associação com a malignidade. O processo de 
identificação e validação para uso clínico do marcador tem diversas etapas: 
identificação inicial feita em linhagens celulares do tumor em questão; teste do 
marcador em tecido proveniente de biópsias de pacientes com diagnóstico 
estabelecido do tumor em questão; teste em biópsias de tecidos normais e com 
processo inflamatório; teste em escarro, sangue ou urina para validação como 
teste não-invasivo que possa ser usado em população de alto risco. 
O câncer pode ser definido como um conjunto de doenças de diferentes 
localizações e tipos morfológicos, porém com duas características presentes em 
todas as suas variantes: ocorre o crescimento celular descontrolado e a 
capacidade de extensão para um outro tecido, fora o de origem (GADELHA, 
COSTA e ALMEIDA, 2005). Os marcadores tumorais apresentam alteração em 
casos de neoplasia. Esta alteração pode ser causada pela ação do tumor, que 
libera as substâncias em quantidade mais alta, ou pelo próprio organismo em 
resposta às células alteradas (ALMEIDA et al, 2007). Eles podem ser distribuídos 
em dois grupos: intermediários, que medem alterações antes do aparecimento 
do câncer; ou de diagnóstico, que se alteram em decorrência ao câncer. O 
marcador tumoral perfeito seria aquele que apenas se elevasse em caso de 
câncer, porém grande parte dos marcadores se altera também com situações 
fisiológicas como na gravidez. Além disso, ele deve garantir uma leitura de fase 
em que o câncer se encontra, indicando um prognóstico e uma relação com a 
efetividade do tratamento (SOLNICA, 2016). 
O câncer é a segunda principal causa de morte no mundo e foi responsável 
por 9,6 milhões de mortes em 2018. A nível global, uma em cada seis mortes 
são relacionadas à doença. 
23 
 
Aproximadamente 70% das mortes por câncer ocorrem em países de baixa 
e média renda. 
Cerca de um terço das mortes por câncer se devem aos cinco principais 
riscos comportamentais e alimentares: alto índice de massa corporal, baixo 
consumo de frutas e vegetais, falta de atividade física e uso de álcool e tabaco. 
O tabagismo é o principal fator de risco para o câncer, causando 22% das 
mortes pela doença. 
Os cânceres causados por infecções, tais como hepatite e papilomavírus 
humano (HPV), são responsáveis por aproximadamente 22% das mortes pela 
doença em países de baixa e média renda. 
A apresentação tardia e o diagnóstico e tratamento inacessíveis são 
comuns. Em 2017, apenas 26% dos países de baixa renda relataram ter serviços 
de patologia disponíveis no setor público. Mais de 90% dos países de alta renda 
relataram que os serviços de tratamento estão disponíveis, em comparação com 
menos de 30% dos países de baixa renda. 
O impacto econômico do câncer é significativo e está aumentando. O custo 
anual total da doença em 2010 foi estimado em aproximadamente US$ 1,16 
trilhão. 
Apenas um em cada cinco países de baixa e média renda tem os dados 
necessários para conduzir uma política para o câncer. 
Câncer é um termo genérico para um grande grupo de doenças que pode 
afetar qualquer parte do corpo. Outros termos utilizados são tumores malignos e 
neoplasias. Uma característica que define o câncer é a rápida criação de células 
anormais que crescem além de seus limites habituais e podem invadir partes 
adjacentes do corpo e se espalhar para outros órgãos, processo referido como 
metástase. A metástase é a principal causa de morte por câncer. 
Até o momento, nenhum marcador tumoral atendeu a todos os requisitos 
que o tornariam cem por cento eficaz, mas inúmeras pesquisas na área vêm 
garantindo avanços importantes (ALMEIDA et al, 2007). 
O estágio do tumor pode ser determinado por marcadores. Com eles, pode 
ser avaliado o tipo de câncer, seu tamanho e gravidade. Essas informações são 
de extrema importância pois as taxas de sobrevida variam muito conforme o tipo 
de tumor encontrado (CAPELOZZI, 2001). Assim, é possível fornecer ao 
24 
 
paciente um prognóstico. A detecção de recidivas também pode ser feita via 
marcadores. A volta do valor do marcador a valores normais indica total retirada 
ou remoção do tumor. Porém, quando ocorre queda do valor do marcador, e 
após seu valor volta a subir, indica que ocorreu uma metástase ou tumor 
residual. Quando o valor do marcador se estabiliza por um período de tempo e 
depois volta a subir, ocorreu uma recidiva. O valor pode se alterar de 2 a 48 
meses antes do aparecimento dos sintomas clínicos (SEDREZ, 2007). 
 
 
 
 
 
 
 
Eletroforese de proteínas séricas com elevações das frações alfa-1 e afla-2 globulinas em situações de 
inflamações agudas. (FIGURA 1) 
 
 
 
 
 
 
 
 
Eletroforese de proteínas séricas com elevações das frações alfa-1, alfa2 e gama globulina policlonal em 
situações de inflamações crônicas. (FIGURA 2) 
25 
 
 
Foto original de uma célula em microscopia 
eletrônica plana e adaptada por resplandescência 
computacional. Destacam-se três estruturas bem 
definidas: o citoplasma delimitado pela membrana 
citoplasmática descontínua e pela membrana 
nuclear de cor amarela. Observam-se vários 
produtos citoplasmáticos de cores amarela, 
vermelha e verde; o núcleo com a cor azul está 
circundado pela membrana nuclear identificada com 
a cor amarela; o nucléolo, dentro do núcleo, está 
caracterizado por um círculo e componentes internos 
de cor vermelha. Todos esses produtos coloridos 
são diferentes tipos de proteínas e enzimas, alguns 
dos quais já foram isolados para atuarem como 
marcadores tumorais. Entretanto, com a tecnologia 
da proteômica será possível identificar quais os 
melhores marcadores tumorais para células tumorais 
de tumores específicos. (FIGURA 3) 
 
Dentre os diversos marcadores tumorais, podemos citar: 
- AFP (Alfa-FetoProteína): proteína do soro fetal que é sintetizada no 
fígado. Seus valores aumentados (V.R. >500U/mL), podem indicar tumores 
gastrointestinais, hepatite, cirrose e hepatocarcinoma. 
- CEA (Antígeno Carcinoembrionário): biomarcador preferido para ajudar a 
prever o prognóstico em pacientes com câncer colorretal. Quanto maior o volume 
do CEA no momento do diagnóstico, significa probabilidade de doença 
avançada. Pode ser usado também para câncer de pulmão e de mama, mas 
pode estar alterado em outros tipos de câncer, como melanoma, linfoma, 
tireoide, pâncreas, fígado, estômago, rim, próstata, ovário, colo do útero e 
bexiga. Também pode estar elevado em algumas doenças benignas como 
hepatite, doença pulmonar obstrutiva crônica, colite, artrite reumatoide e 
pancreatite. V.R. em homens adultos não fumantes é de até 3,4 ng/mL e em 
fumantes, até 6,2 ng/mL. Já em mulheres adultas não fumantes é de até 2,5 
ng/mL e em fumantes até 4,9 ng/mL. 
26 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os testes de triagem CEA devem ser realizados 1 a 2 vezes por ano nos pacientes com predisposição 
genética, neoplasias benignas, papilomas e toupeiras suspeitos (FIGURA 4) 
 
- NSE (Enolase Neurônio-Específica): a enolase é uma enzima que se 
encontra distribuída em todos os tecidos dos mamíferos. A dosagem sérica da 
NSE auxilia no diagnóstico do carcinoma de pulmão de pequenas células.A NSE 
também tem sua aplicação como forma de monitor terapêutico, nos pacientes 
em curso quimioterápico, em que seus valores séricos tendem a subir ou baixar 
de acordo com a resposta à terapia utilizada e até antever recidiva da doença. 
Seu V.R. em adultos é <10.8 ng/mL. 
- CA19-9: usado em pacientes com câncer de pâncreas. Na doença inicial, 
o nível pode ser normal, por isso não é um bom marcador para triagem mas, 
ainda assim, é o melhor marcador tumoral para acompanhamento de pacientes 
com câncer de pâncreas. Pode estar aumentado também em outros tipos de 
câncer como de estômago e das vias biliares e, em algumas condições benignas, 
como doenças da tireoide, artrite reumatoide, doença inflamatória intestinal e 
pancreatite. Seu V.R. é de 37 U/mL. 
- PSA (Antígeno Prostático Específico): é um marcador tumoral específico 
para detectar o câncer de próstata. Homens com hiperplasia prostática benigna 
frequentemente tem índices mais elevados. Esse índice também tende a ser 
maior em homens mais velhos. Também pode estar elevado um dia ou dois após 
a ejaculação. V.R. para homens até 59 anos <4,0 ng/mL; entre 60 e 69 anos, até 
4,5 ng/mL e igual ou acima dos 70 anos, até 6,5 ng/mL. 
https://bastei.ru/pt/rak-matki/symptoms-of-chest-cancer-benign-neoplasms-of-the-organs-of-the-thorax-heart-thymus-thymus-gland-mediastinum.html
27 
 
- TG (Tireoglobulina): é uma proteína produzida pela glândula tireoide. Os 
níveis sanguíneos normais dependem da idade e do sexo da pessoa. Seus níveis 
no sangue devem cair para níveis indetectáveis após o tratamento de um câncer 
da tireoide. Seu aumento após o tratamento pode indicar uma recidiva. O sistema 
imunológico de algumas pessoas produz anticorpos contra a tireoglobulina, que 
podem afetar os resultados deste exame. Por isso, os níveis de anticorpos 
antitireoglobulina são frequentemente investigados simultaneamente. Seu V.R. 
é entre 1,15 a 35,00 ng/mL. 
- HCG (Gonadotrofina Coriônica Humana): os níveis de HCG ou beta-HCG 
ou β-HCG no sangue estão aumentados em pacientes com alguns tipos de 
câncer de testículo e ovário (tumores de células germinativas) e doença 
trofoblástica gestacional, principalmente cioriocarcinoma. Também estão 
aumentados em alguns pacientes com tumores de células germinativas do 
mediastino. Os níveis de HCG podem ser usados no diagnóstico, ou para 
monitorar a resposta ao tratamento, ou para detectar precocemente uma 
recidiva. É difícil definir seu valor normal porque existem diferentes maneiras de 
avaliar esse marcador e cada um tem seu próprio parâmetro, mas podemos 
indicar que seu V.R. é entre 5 a 50 mU/mL como indeterminado e >50 um/mL 
em mulheres saudáveis como sendo positivo para gravidez. 
- BTA (Antígeno Tumoral da Bexiga): é uma proteína expressa por várias 
células tumorais, mas por poucas células normais. Durante o desenvolvimento 
de tumores uroteliais da bexiga, essas moléculas são liberadas na urina. Devido 
ao seu baixo valor preditivo positivo, sua utilização para o rastreamento 
populacional é discutível. 
- (CA-50) Antígenos do Câncer 50: este marcador é expresso pela maioria 
dos carcinomas epiteliais (câncer gastrointestinal e do pâncreas). Possui 
sensibilidade semelhante ao CA 19.9, não sendo recomendado o uso simultâneo 
deles. Também pode ser expresso por doenças benignas hepáticas e das vias 
biliares e pancreatite. Cerca de 80 a 97% dos pacientes com câncer pancreático 
apresentam níveis elevados de CA-50 e nos estágios mais avançados de câncer 
colorretal, também ficam bem elevados. 
28 
 
- (CA-125) Antígenos do Câncer 125: principal marcador de carcinomas 
serosos ovarianos, que frequentemente invadem a cavidade peritoneal, com a 
formação de ascites. A determinação pré-operatória e pré-quimioterapia é útil 
para acompanhar o sucesso da intervenção e posterior recorrência. 
Seu aumento também pode estar associado a casos de câncer de pulmão, de 
mama e de endométrio. A falta de especificidade o torna pouco útil na triagem e 
no diagnóstico de câncer de ovário, mas é o mais associado a esse câncer, 
sendo empregado no acompanhamento do caso ao qual se aplique. Este 
aumento também pode estar associado a condições benignas como cirrose, 
endometriose grave, cistos ovarianos, pericardites, ascites, derrames pleurais e 
primeiro trimestre gestacional. O valor considerado normal é =<35 U/mL. 
- LDH (Desidrogenase Lática): é uma enzima que se expressa nos tecidos 
cardíaco e muscular esquelético. Essa enzima não tem muito valor diagnóstico 
mas relaciona-se com o volume da neoplasia, podendo apresentar implicações 
prognósticas muito importantes, em especial nos pacientes com diagnóstico de 
linfoma não-Hodgkin recente e na neoplasia de próstata. Nestes pacientes, altos 
níveis de LDH anteriores ao tratamento comprovam ser um fator de risco adverso 
e refletem presumivelmente a taxa de crescimento e o volume do tumor. 
Pacientes com alto nível de LDH com idade avançada ou com mau desempenho, 
apresentam menos de 50% de probabilidade de remissão durável com o 
tratamento padrão. Seu V.R. pode variar de acordo com o laboratório, sendo 
normalmente considerado entre 120 e 246 UI/L nos adultos. No caso de haver 
resultado alterado do LDH, além de outros exames, pode ser que o médico 
indique a dosagem das isoenzimas LDH, cuja elevação pode indicar alterações 
mais específicas: 
• LDH-1: que está presente no coração, hemácias e rins; 
• LDH-2: que pode ser encontrada no coração, em menor quantidade, e nos 
leucócitos; 
• LDH-3: que está presente nos pulmões; 
• LDH-4: que é encontrado na placenta e no pâncreas; 
• LDH-5: que é encontrado no fígado e no músculo esquelético 
29 
 
Alguns marcadores tumorais listados nessa monografia, são alvos para 
terapia-alvo de vários tipos de cânceres, tanto para tumor sólido quanto para 
neoplasias hematológicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Representação esquemática de uma célula com os principais produtos biológicos que podem ser avaliados como 
marcadores tumorais. (FIGURA 5) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
4.2 Principais Marcadores Tumorais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Principais Marcadores Tumorais. Universidade do Extremo Sul Catarinense (FIGURA 6) 
 
 
 
 
 
 
 
 
Melhor Marcador 
Marcador Associado 
31 
 
4.3 Epidemiologia dos casos de câncer no Brasil 
O câncer é a segunda principal causa de morte no mundo e foi responsável 
por 9,6 milhões de mortes em 2018. A nível global, uma em cada seis mortes 
são relacionadas à doença. 
Câncer é um termo genérico para um grande grupo de doenças que 
pode afetar qualquer parte do corpo. Outros termos utilizados são tumores 
malignos e neoplasias. Uma característica que define o câncer é a rápida 
criação de células anormais que crescem além de seus limites habituais e 
podem invadir partes adjacentes do corpo e se espalhar para outros órgãos, 
processo referido como metástase. A metástase é a principal causa de morte 
por câncer. 
Aproximadamente 70% das mortes por câncer ocorrem em países de baixa 
e média renda. 
Cerca de um terço das mortes por câncer se devem aos cinco principais 
riscos comportamentais e alimentares: alto índice de massa corporal, baixo 
consumo de frutas e vegetais, falta de atividade física e uso de álcool e tabaco. 
O tabagismo é o principal fator de risco para o câncer, causando 22% das 
mortes pela doença. 
Os cânceres causados por infecções, tais como hepatite e papilomavírus 
humano (HPV), são responsáveis por aproximadamente 22% das mortes pela 
doença em países de baixa e média renda. 
A apresentação tardia e o diagnóstico e tratamento inacessíveis são 
comuns. Em 2017, apenas 26% dos países de baixa renda relataram ter 
serviços de patologia disponíveis no setor público. Mais de 90% dos países de 
alta renda relataram que os serviços de tratamento estão disponíveis, em 
comparação com menos de 30% dospaíses de baixa renda. 
O impacto econômico do câncer é significativo e está aumentando. O 
custo anual total da doença em 2010 foi estimado em aproximadamente US$ 
1,16 trilhão. 
Apenas um em cada cinco países de baixa e média renda tem os dados 
necessários para conduzir uma política para o câncer. 
 
32 
 
4.3.1 Mortalidade conforme a localização primária do tumor e sexo 
- Em homens, Brasil, 2017 
Localização Primária Óbitos % 
Traqueia, Brônquios e Pulmões 16.137 14,0 
Próstata 15.391 13.4 
Cólon e Reto 9.207 8,0 
Estômago 9.206 8.0 
Esôfago 6.647 5,8 
Fígado e Vias biliares intra-hepáticas 5.908 5,1 
Pâncreas 5.316 4,6 
Localização primária desconhecida 4.941 4,3 
Cavidade oral 4.923 4,3 
Sistema Nervoso Central 4.795 4,2 
Todas as neoplasias 115.057 100,0 
 
- Em mulheres, Brasil, 2017 
Localização Primária Óbitos % 
Mama 16.724 16,1 
Traqueia, Brônquios e Pulmões 11.792 11,4 
Cólon e Reto 9.660 9,3 
Colo do útero 6.385 6,2 
Pâncreas 5.438 5,2 
Estômago 5.107 4,9 
Localização primária desconhecida 4.714 4,6 
Fígado e Vias biliares intra-hepáticas 4.292 4,1 
Sistema Nervoso Central 4.401 4,1 
Ovário 3.879 3,7 
Todas neoplasias 103,583 100,0 
 
 (Tabela 1) 
Fontes: 
MS / SVS/DASIS/CGIAE/Sistema de Informação sobre Mortalidade, 2019 
MS / INCA / Coordenação de Prevenção e Vigilância / Divisão de Vigilância e Análise de Situação, 2019 
 
33 
 
4.3.2 Tipos de Cânceres mais comuns em 2018 
 
Fonte: Organização Pan Americana de Saúde (OPAS Brasil) (FIGURA 7) 
 
 
 
4.3.3 Tipos de câncer mais incidentes no Brasil nos dias atuais 
Os cânceres de próstata (68 mil) em homens e mama (60 mil) em 
mulheres são os mais frequentes. À exceção do câncer de pele não 
melanoma, os tipos de câncer mais incidentes em homens são próstata 
(31,7%), pulmão (8,7%), intestino (8,1%), estômago (6,3%) e cavidade oral 
(5,2%). Nas mulheres, os cânceres de mama (29,5%), intestino (9,4%), colo 
do útero (8,1%), pulmão (6,2%) e tireoide (4,0%) figuram entre os principais. 
As taxas de incidência ajustadas por idade tanto para homens 
(217,27/100 mil) quanto para mulheres (191,78/100 mil) são consideradas 
intermediárias e compatíveis com as apresentadas para países em 
desenvolvimento. 
 
 
 
 
 
 
34 
 
4.3.4 Estimativas do INCA (Instituto Nacional de Câncer), para 2020 
As tabelas 2 e 3 ilustram os dados segundo estimativa do INCA 
(Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva), dos novos casos 
esperados para 2020. 
 
 
 Estimativas para o ano de 2020 das taxas brutas e ajustadas de incidência por 100 mil habitantes e do número de casos 
novos de câncer, segundo sexo e localização primária* (TABELA 2) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Distribuição proporcional dos cinco tipos de câncer mais incidentes estimados para 2020 por sexo, exceto pele 
não melanoma (TABELA 3) 
 
 
 
 
 
 
35 
 
5. Principais Marcadores Tumorais 
 
Para que seja possível comprovar o diagnóstico, rastrear os tumores, certificar-
se de que a terapia-alvo está adequada ao tratamento e acompanhar a cura ou a 
recidiva, a utilização dos Marcadores Tumorais é imprescindível. 
No presente trabalho serão abordados os marcadores tumorais utilizados na 
clínica para o diagnóstico dos cinco cânceres mais incidentes no Brasil: próstata, 
mama, pulmão, colorretal e colo de útero. 
 
5.1 Principais Marcadores Tumorais para Câncer de Próstata 
Apesar da dosagem do PSA (Antígeno Prostático Específico - uma 
glicoproteína produzida pelas células da próstata, com atividade relacionada ao 
líquido seminal e à viabilidade de espermatozoides), ser o marcador tumoral 
mais utilizado em análises clínicas e ser de grande importância para a 
medicina, seu uso apresenta algumas desvantagens e limitações pelo fato de 
ser um marcador não específico para o câncer. Primeiramente, nota-se que de 
60-70% dos pacientes com níveis séricos de PSA entre 2,5 e 10 ng/mL 
apresentam biópsia negativa. Além disso, o rastreamento por PSA tem levado 
muitas vezes a superdiagnóstico e a supertratamento em indivíduos que muitas 
vezes não apresentariam sintomas, nem viriam a óbito. O PSA não possui um 
valor sensível e específico para predizer a neoplasia da próstata e isso tem 
gerado vários debates. Enquanto não se descobre alternativas para esta 
questão é importante o uso dos parâmetros de densidade, velocidade e razão 
PSA Livre/PSA Total (GIMBA, 2013). Mesmo diante dessas polêmicas, há 
indicadores de que a mortalidade por câncer de próstata parece estar 
regredindo em locais onde se preconiza os exames preventivos de 
rastreamento (DINI e KOFF, 2006). Um diagnóstico precoce do câncer permite 
a redução da mortalidade e da morbidade por essa doença, além de permitir o 
tratamento na fase inicial da neoplasia, que é mais simples e menos agressivo, 
colaborando para uma melhor qualidade de vida do paciente (NASCIMENTO 
et al., 2010). Em neoplasias da próstata, o profissional de saúde responsável 
pelo diagnóstico deve visualizar cada paciente de maneira individualizada no 
36 
 
que se refere à tomada de decisões, que é complexa (RHODEN e AVERBECK, 
2010). Desde 1990, quando foi regularizado pelo Food and Drug Administration 
(FDA), o Antígeno Prostático Específico tem sido uma ferramenta importante 
para a saúde do homem mesmo não sendo um marcador tumoral ideal. 
Destaca-se novamente que a dosagem de PSA não é, e nem deve ser, o único 
parâmetro a ser avaliado em neoplasia prostática, devendo ser sempre 
associado, primeiramente ao toque retal e posteriormente às demais 
alternativas necessárias (NASSIF et al., 2013). Diante das limitações 
envolvendo a utilização do PSA torna-se cada vez mais frequente a realização 
de pesquisas envolvidas na busca por biomarcadores tumorais novos para o 
câncer de próstata e que sejam mais específicos para as neoplasias da próstata 
e mais sensíveis diante do aparecimento de tumor. Por mais que se busque um 
marcador ideal vai se tornando claro para alguns pesquisadores que será 
necessário um conjunto de biomarcadores que abranjam rastreamento, 
diagnóstico, prognóstico e acompanhamento (DRAISMA et al., 2009). 
Atualmente utiliza-se a Assinatura de 17 genes, que analisa o tumor para prever 
sua agressividade e monitorar seu tratamento. 
Entre 2014 e 2019, um estudo produzido pelo Laboratório de 
Investigação Médica da Disciplina de Urologia (LIM 55) da FMUSP (Faculdade 
de Medicina da Universidade de São Paulo), em parceria com o ICB (Instituto 
de Ciências Biomédicas) da USP, conseguiu identificar pacientes com câncer 
estabelecendo uma relação entre biomarcadores na urina e o câncer de 
próstata. Além de permitir o diagnóstico de modo não invasivo, a técnica 
também possibilitou a análise da agressividade do tumor, fundamental para 
determinar o melhor tratamento. Agora, o próximo passo é a validação das 
descobertas. 
37 
 
 
 
 
 
 
 
 Câncer de Próstata. MedStudents. (FIGURA 8) 
 
Outros marcadores tumorais já estão sendo utilizados mundialmente. 
Segundo o NCI (Instituto Nacional de Câncer, EUA), alguns dos 
marcadores tumorais listados abaixo são usados para terapia-alvo em 
múltiplos cânceres, mas servem como marcadores tumorais para apenas 
um subconjunto de cânceres. 
- Células de tumor circulantes de origem epitelial: análise feita do 
sangue com o objetivo de orientar a tomada de decisão sobre o melhor 
tratamento e de realizar um prognóstico (também usados para câncer 
de mama e colorretal). 
- PCA3 mRNA: análise feita da urina colhida após o exame retal digital, 
para determinar a necessidade de se repetir a biópsia após resultado 
negativo. 
- PAP (fosfatase prostática ácida): análise realizada no sangue para 
auxiliar em diagnóstico decarcinomas pobremente diferenciados. 
- PSA (antígeno específico da próstata): análise feita do sangue, ajuda 
no diagnóstico e avalia a resposta ao tratamento além de procurar 
indícios de recorrência. 
- Assinatura de 17 genes: analisa o tumor para prever sua 
agressividade, além de ajudar a monitorar o tratamento. 
38 
 
- Assinatura de 46 genes: analisa o tumor para prever sua 
agressividade, além de ajudar a monitorar o tratamento. 
 
 
5.2 Principais Marcadores Tumorais para Câncer de Mama 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Câncer de Mama. Seu Amigo Farmacêutico. (FIGURA 9) 
 
- Amplificação do gene HER2/neu ou superexpressão de proteínas: 
além de ser marcador para câncer de mama, também é marcador para 
os cânceres de ovário, bexiga, pâncreas e estômago. Analisa o tumor e 
determina quais terapias-alvo são indicadas para o tratamento. 
- Ativador do plasminogênio da uroquinase (uPA) e inibidor do ativador 
do plasminogênio (PAI-1): analisa o tumor, determina a agressividade do 
tumor e orienta o tratamento. 
- Assinatura de 21 genes e de 70 genes: ambos analisam o tumor e 
avaliam o risco de recidiva para planejar o tratamento. 
- BRCA1 e BRCA2 Mutações nos genes: analisam tanto o câncer de 
mama quanto o de ovário e as análises são feitas a partir do sangue ou 
do próprio tumor. Determinam se o tratamento com um tipo específico 
de terapia-alvo é indicado. 
39 
 
- MCA (antígeno associado ao carcinoma semelhante à mucina): usado 
para identificação do câncer de mama avançado, câncer de próstata e 
câncer colorretal. Analisam o sangue e servem para prognóstico. MCA 
também é utilizado como marcador tumoral para o câncer de mama. Tem 
boa correlação com o CA 15-3, sendo útil na avaliação prognóstica e 
controle terapêutico. O valor de referência é de 14 U/ml. 
- CA15-3/CA27.29: analisa o sangue e monitora a resposta ao 
tratamento e avaliação da recidiva. 
- CA 27.29: analisa o sangue. Serve para diagnosticar metástase ou 
avaliação da recidiva. 
- DPD Mutação no gene: analisa sangue em casos de câncer de mama, 
câncer colorretal, câncer de estômago e câncer de pâncreas. Prevê o 
risco de uma reação tóxica ao tratamento com 5-fluorouracil. 
- Receptor de estrogênio (ER) / Receptor de progesterona (PR): analisa 
o tumor e determina se o tratamento com hormonioterapia e algumas 
terapias-alvo é indicado. 
 
 
5.3 Principais Marcadores Tumorais para Câncer de Pulmão 
 
 
 
 
 
 
 
 Câncer de Pulmão. Seu Amigo Farmacêutico. (FIGURA 10) 
40 
 
- ALK rearranjos e superexpressão: usados para câncer de pulmão de não 
pequenas células e linfoma anaplásico de grandes células. Análise do tumor. 
É utilizado para determinar o tratamento e prognóstico. 
- EGFR: usado para determinar o tratamento e o prognóstico de câncer de 
pulmão de não pequenas células. Análise do tumor. 
- Enolase específica de neurônios (NSE): para diagnóstico e monitoria da 
resposta ao tratamento nos casos de câncer de pulmão de pequenas células 
e neuroblastoma. Analisa o sangue. 
- Fragmento de citoqueratina 21-1: monitoramento da recidiva para câncer de 
pulmão. Análise de sangue. 
- KRAS Mutação do gene: usado para determinar se o tratamento com 
terapia-alvo é indicado no caso de câncer colorretal e câncer de pulmão de 
não pequenas células. Análise do tumor. 
- PD-L1 (Ligante de morte celular programada 1): proteína do sistema 
imunológico. PD-L1 é uma proteína existente nos linfócitos T que, ao serem 
ativadas, induzem a morte dessas células. Células tumorais de alguns tipos 
de câncer se especializaram em produzir proteínas estimuladoras de PD-L1 
e, assim, causam a morte de linfócitos citotóxicos, tornando os tumores mais 
agressivos devido à diminuição da imunidade celular do paciente. A alteração 
pesquisada busca saber se as células tumorais estão ativando o PD-L1. 
Usada para casos de câncer de pulmão de não pequenas células, câncer de 
fígado, câncer de estômago, câncer de junção gastroesofágica, linfoma de 
Hodgkin e outros subtipos de linfoma agressivo. Análise do tumor. Usado para 
determinar se o tratamento com terapia-alvo é indicado. 
- Reorganização do gene ROS1: câncer de pulmão de não pequenas células. 
Análise de tumor. Usado para determinar se o tratamento com terapia-alvo é 
indicado. 
 
 
 
 
41 
 
5.4 Principais Marcadores Tumorais para Câncer Colorretal 
 
 Câncer Colorretal. Seu Amigo Farmacêutico. (FIGURA 11) 
 
- CEA: Descoberto na década de 1960, determinado em amostras de soro 
periférico, constitui o marcador mais utilizado na prática clínica nas neoplasias 
colorretais. Pouco efetivo no diagnóstico do câncer colorretal, por sua baixa 
sensibilidade em lesões iniciais, tem utilidade no estabelecimento de índices 
prognósticos e destaque no seguimento dos pacientes após tratamento cirúrgico 
pretensamente curativo, promovendo por vezes detecção precoce de recidiva 
tumoral. 
Sua sensibilidade nas etapas de diagnóstico da lesão situa-se entre 20% e 
40%; no entanto, sua sensibilidade no seguimento pós-operatório dos pacientes, 
para detecção de recidivas locorregionais ou hepáticas, pode ultrapassar 90%. 
- CA 242, CA 19-9, CA72-4: Tais marcadores são diagnosticados por 
anticorpos monoclonais específicos. Apesar de sua origem posterior ao CEA e 
conceito aperfeiçoado não proporcionaram melhores resultados. Sua 
sensibilidade no diagnóstico do câncer colorretal oscila em taxas de 30%, 
inferiores às do antígeno carcinoembrionário que apresenta sensibilidade em 
torno de 40%. Têm utilização em amostras séricas associados ao CEA; nesta 
42 
 
condição atingem sensibilidade de aproximadamente 50% a 60%, com certo valor 
na determinação de índices prognósticos e detecção de recidivas tumorais. 
- Citoqueratinas: são constituintes da arquitetura estrutural da membrana 
celular, estando aumentadas em soro periférico na vigência de processos 
neoplásicos e sendo passíveis de detecção por anticorpos monoclonais. O TPA 
(tissue polypeptide antigen) constituiu a citoqueratina de identificação inicial, em 
1978. Um reagente mais específico (TPS — tissue polypeptide-specific antigen) 
foi desenvolvido em 1992, identificando o epítopo M3 da molécula TPA; um 
reagente atual, TPM (ou TPA-M — tissue polypeptide monoclonal antigen), 
descrito em 1994, dirige-se a três epítopos distintos das células neoplásicas, 
obtendo especificidade ainda maior. 
Sua sensibilidade geral oscila entre 60% e 70% no diagnóstico do 
adenocarcinoma colorretal. Tem razoável especificidade para processos 
neoplásicos; no entanto, positiva-se em tumores de outros sítios, tais como ovário, 
pulmão, próstata e mama. Estudos sobre citoqueratinas como marcadores 
encontram-se em fase de desenvolvimento inicial. 
- p53: na existência de defeitos genéticos celulares, o gene p53 pode 
promover o retardo da divisão celular para permitir o reparo dos genes ou pode 
induzir a ocorrência de apoptose (morte celular programada), na vigência de 
defeitos não passíveis de correção. Alteração no gene p53 possibilita a divisão de 
células com imperfeições genéticas e o surgimento de neoplasias colorretais. 
O gene p53 origina, em condições normais, uma proteína p53 de duração 
efêmera tecidual. O gene p53 alterado produz uma proteína p53 alterada, de 
duração permanente. Esta duração permanente possibilita a formação de 
anticorpos anti-p53. 
O marcador, apesar de promissor, apresenta deficiências conceituais e 
decorrentes de variantes biológicas imprevisíveis. Há neoplasias colorretais 
provocadas por alterações do gene p53; porém, há tumores motivados por outras 
anormalidades que não seriam, portanto, detectados por análises de tal marcador. 
Além disso, a formação de anticorpos contra a proteína alterada p53 é 
inconstante; a dosagem de tais anticorpos em soro periférico em estudos atuais é 
variávele obteve sensibilidade inferior a 30%. Pesquisas devem ser efetuadas 
para minorar as dificuldades originais do método. 
43 
 
 
 
- VEGF: Ou "fator de crescimento vascular endotelial" (vascular 
endothelial growth factor). As neoplasias, em seu processo de crescimento, 
secretam substâncias estimulantes do crescimento vascular que, por sua vez, 
originam vasos sanguíneos responsáveis pela nutrição dos tecidos tumorais. Tais 
substâncias são passíveis de detecção em soro periférico. Não serão, no entanto, 
específicas para tumores de cólon e de reto, pelo fato de a produção do VEGF 
ocorrer em diversos processos neoplásicos; encontra-se, em investigação inicial, 
com sensibilidade na etapa de diagnóstico por volta de 50%. 
- Instabilidade de microssatélites (MSI) e/ou incompatibilidade de reparo 
deficiente (dMMR). 
- Outros marcadores: são diversas as pesquisas atuais em torno de 
substâncias que poderão constituir eficientes marcadores tumorais no câncer 
colorretal (telomerase; CD44; metaloproteinases; c-erbB-2, E-caderina, Bcl-2), 
dosados no soro periférico ou nos tecidos do paciente. Estudos clínicos não 
demonstraram até o momento marcador perfeitamente eficaz; no entanto, é 
possível que o marcador ideal se encontre entre as substâncias em estudo. 
Encontram-se disponíveis conjuntos para dosagem em soro periférico de 
CEA, CA 242, CA 19-9 e CA 72-4. Por imuno-histoquímica podem ser 
determinados no tecido: proteína p53, angiogênese, c-erbB-2, E-caderina, DCC e 
Bcl-2, relevantes como marcadores tumorais. Estudos genéticos são possíveis 
para determinação de alterações, em casos de HNPCC (câncer colorretal 
hereditário não polipoide), por exemplo, mas de custo elevado e de disponibilidade 
reduzida atualmente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
44 
 
 
 
5.5 Principais Marcadores Tumorais para Câncer de Colo de Útero 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Câncer de Colo de Útero. Seu Amigo Farmacêutico. (FIGURA 12) 
 
 
- O marcador tumoral de escolha é o SCC (antígeno associado aos 
carcinomas escamosos); para adenocarcinomas e carcinomas 
adenoescamosos podem-se utilizar diferentes marcadores (CEA, CA 125, CA 
19-9, Cyfra). O SCC é uma proteína purificada do colo uterino que se encontra 
aumentada em até 70% dos casos de tumores do colo avançados. As diretrizes 
não aconselham o uso dos marcadores tumorais nas neoplasias de colo, senão 
para acompanhar o tratamento. 
- O MCA é uma glicoproteína com peso molecular de 350kD, utilizado para 
monitorizar o carcinoma mamário. Seu valor de referência é 11U/mL. Não há 
indicação para seu uso no diagnóstico de doença locorregional. Possui 
especificidade de 87% e sensibilidade inferior ao CA 15.3, sendo 60% nos 
casos de doença metastática. Existem outras situações nas quais este 
marcador pode se encontrar elevado, como por exemplo, em doenças benignas 
de mama (15%), tumores de ovário, de colo uterino, endométrio e próstata. 
45 
 
- Criado em 1940, o exame de Papanicolau é um dos procedimentos mais 
rotineiros nos consultórios ginecológicos de todo o mundo. O teste preventivo 
do câncer de colo do útero é a principal estratégia para detectar lesões e fazer 
o diagnóstico precoce da doença. Em países onde ele é realizado com ampla 
cobertura populacional, os casos desse tipo de tumor em estágio avançado 
chegaram a cair em mais de 70%. Em estudo publicado na revista científica 
Science Translational Medicine, uma equipe internacional de pesquisadores, 
que inclui brasileiros, defende que o já difundido exame, apenas com pequenas 
adaptações, pode ganhar mais uma importante função: detectar também os 
cânceres de ovário e de endométrio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
46 
 
6. CONCLUSÃO 
Apesar das técnicas de utilização dos marcadores tumorais demonstrarem ser 
eficientes, ainda se nota claramente a necessidade de que novos marcadores 
tenham que ser descobertos para utilizações em cânceres mais específicos. Mas 
sua importância precisa ser ressaltada com os seguintes propósitos: estimar o 
prognóstico, determinar se existe doença residual ou recidiva após o tratamento, 
avaliar a resposta ao tratamento e monitorar se um tumor se tornou resistente ao 
tratamento. 
Importante lembrar que embora níveis elevados de um marcador de tumor 
possam sugerir a presença de câncer, o resultado por si só não é suficiente para 
diagnosticar a doença. Por exemplo, condições não cancerígenas podem, às 
vezes, provocar o aumento de determinados marcadores tumorais. Além disso, 
nem todos com um tipo específico de câncer terão um nível mais alto de um 
marcador tumoral associado a esse câncer. Portanto, os valores dos marcadores 
tumorais geralmente são combinados com os resultados de outros testes, como 
biópsias ou exames de imagem, para definitivamente diagnosticar o câncer. 
Pode-se concluir, pela revisão bibliográfica realizada, que o uso de marcadores 
tumorais é um exame complementar, devendo-se sempre, quando necessária a 
sua utilização, ser acompanhado de outros métodos para diagnóstico ou 
modificação terapêutica. A despeito das inconsistências observadas, pode-se dizer 
que pacientes que inicialmente apresentam um marcador tumoral em nível elevado 
e que se normaliza com a intervenção terapêutica, invariavelmente, têm uma 
resposta favorável. Por outro lado, um marcador tumoral persistentemente elevado, 
ou em ascensão, associa-se à alta probabilidade de doença recorrente ou 
progressiva e deve ser visto como altamente suspeito de doença metastática. 
 
 
 
 
 
 
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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
Todas acessadas entre Março e Abril de 2020. 
 
- ABC Med Exames e Procedimentos: https://www.abc.med.br/ 
- ALMEIDA, José Ricardo Chamhum et al. Marcadores Tumorais: Revisão de 
Literatura, 2006. 
- Bioquímica Escola de Estudos Superiores de Viçosa (ESUV) 
- Laboratório Bacchi, 2020. 
- MONROY, Eduardo Alonso. Análise da imunoexpressão de Oct-04 e CD44 
em lesões odontogênicas epiteliais benignas. 2016. 
- MS/SVS/DASIS/CGIAE/Sistema de Informação sobre Mortalidade, 2019 
- MS/INCA/Coordenação de Prevenção e Vigilância / Divisão de Vigilância 
e Análise de Situação, 2019 
- NAOUM, Paulo Cesar et al. Marcadores tumorais, uma revisão até 2018. 
- NAOUM, Stéphanie; ROCHA, Márcia Santos. Marcadores tumorais utilizados 
no diagnóstico do câncer de próstata: antígeno prostático específico 
- National Cancer Institute: https://www.cancer.gov/ 
- OncoGuia: http://www.oncoguia.org.br 
- Portal Viva Bem: https://www.vivabem/noticias/redacao.htm 
- PSA e novas perspectivas. Centro de Pós-Graduação Oswaldo Cruz. P. 3 – 4 
(ano desconhecido). 
- Research Gate: https://www.researchgate.net/publication/ 
- Scielo: http://www.scielo.br/scielo.php 
- ULHOA, Marcelo. Estado de Minas, 2013: https://www.em.com.br.shtml 
- Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC) 
 
https://www.abc.med.br/
https://www.cancer.gov/
http://www.oncoguia.org.br/conteudo/marcadores-tumorais/4011/1/
https://www.vivabem/noticias/redacao.htm
https://www.researchgate.net/publication/334520348_Marcadores_tumorais_em_cancer_de_colo_uterino
http://www.scielo.br/scielo.php
https://www.em.com.br/app/noticia/tecnologia.shtml

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