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INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO PROF. ME. EDINALDO FAVARETO GONZALEZ Reitor: Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira Pró-reitor: Prof. Me. Ney Stival Diretora de Ensino a Distância: Profa. Ma. Daniela Ferreira Correa PRODUÇÃO DE MATERIAIS Diagramação: Alan Michel Bariani/ Thiago Bruno Peraro Revisão Textual: Gabriela de Castro Pereira/ Letícia Toniete Izeppe Bisconcim/ Mariana Tait Romancini Produção Audiovisual: Eudes Wilter Pitta / Heber Acuña Berger/ Leonardo Mateus Gusmão Lopes/ Márcio Alexandre Júnior Lara Gestão da Produção: Kamila Ayumi Costa Yoshimura Fotos: Shutterstock © Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114 Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo (a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá. Primeiramente, deixo uma frase de Só- crates para reflexão: “a vida sem desafios não vale a pena ser vivida.” Cada um de nós tem uma grande res- ponsabilidade sobre as escolhas que fazemos, e essas nos guiarão por toda a vida acadêmica e profissional, refletindo diretamente em nossa vida pessoal e em nossas relações com a socie- dade. Hoje em dia, essa sociedade é exigente e busca por tecnologia, informação e conheci- mento advindos de profissionais que possuam novas habilidades para liderança e sobrevivên- cia no mercado de trabalho. De fato, a tecnologia e a comunicação têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e nos proporcionando momentos inesquecíveis. Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino a Distância, a proporcionar um ensino de quali- dade, capaz de formar cidadãos integrantes de uma sociedade justa, preparados para o mer- cado de trabalho, como planejadores e líderes atuantes. Que esta nova caminhada lhes traga muita experiência, conhecimento e sucesso. Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira REITOR UNIDADE 3WWW.UNINGA.BR ENSINO A DISTÂNCIA SUMÁRIO DA UNIDADE INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................. 4 EVOLUÇÃO HISTÓRICA NO MUNDO ........................................................................................................................ 5 EVOLUÇÃO HISTÓRICA NO BRASIL ......................................................................................................................... 6 FUNDACENTRO ........................................................................................................................................................ 13 SEGURANÇA DO TRABALHO, NA ATUALIDADE ..................................................................................................... 14 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA SEGURANÇA DO TRABALHO PROF. ME. EDINALDO FAVARETO GONZALEZ 01 4WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À E NG EN HA RI A DE S EG UR AN ÇA N O TR AB AL HO | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA INTRODUÇÃO Desde do aparecimento do homem na Terra convive com o risco. As atividades laborais nasceram com o homem e sempre ocorreram condições e atos inseguros. O problema dos acidentes e doenças profissionais acompanha o desenvolvimento das atividades do homem através dos séculos. E por não ter controle sobre os riscos o homem esteve sempre sujeito a todo tipo de acidente. Segundo Bitencourt (1998), o trabalho existe desde do aparecimento do homem, mas os conceitos de segurança são bem mais recentes. Partindo da atividade predatória, o homem evoluiu para a agricultura e o pastoreio, alcançou a fase do artesanato e atingiu a era industrial, sempre acompanhado de novos e diferentes riscos que afetavam e ainda afetam sua vida e saúde. No que diz respeito a medicina a questão entre saúde e trabalho é uma relação que existe de muito tempo, pois segundo Mattenberger (apud FACCHINI 2009), os marcos iniciais da história da medicina vão da Medicina clássica até fins do século XVIII, no qual teve com estudiosos como Hipócrates, Plínio e Galeno. A doença era considerada essência abstrata. Com o passar do tempo e o desenvolvimento da tecnologia o ser humano conheceu a roda d’água, os teares mecânicos, as máquinas movidas a vapor, a eletricidade até chegar a era dos computadores. Foi efetivamente um longo aprendizado. Se por um lado os inúmeros progressos científicos e tecnológicos facilitaram o processo de trabalho em vários aspectos, por outro acabaram gerando novos riscos e aumentando consequentemente tanto a frequência como principalmente a gravidade dos acidentes e das doenças do trabalho. Com o início da revolução industrial o aldeão começou a agrupar-se nas cidades, substituindo o risco de ser apanhado pelas garras de uma fera, para aceitar o risco de poder ser apanhado pelas garras de uma máquina. Segundo Mattenberger (2009), foi também com a Revolução Industrial houve um desenvolvimento do mundo moderno e das ações da moderna Saúde Pública, sendo nesta época também surge a teoria microbiana das doenças consagradas por Louis Pasteur e de Robert Koch. Até 300 anos, praticamente inexistiam as relações entre atividades laborativas e as doenças ocupacionais. Em 1556 foi publicado o primeiro livro da área, com o título de “De Re Metallica”, descrevendo problemas relacionados com a extração de minerais argentíferos e auríferos e a fundição da prata e do ouro. Seu autor George Bauer mais conhecido pelo seu nome latino Georgius Agrícola, discute os acidentes do trabalho e as doenças mais comuns entre os mineiros, em destaque a “asma dos mineiros”, que segundo ele era provocada por poeiras corrosivas, cuja descrição dos sintomas e rápida evolução da doença demonstraram tratar-se de silicose. Para Lamas apud Martins (2008), o Brasil nos anos 1970 e 1980 os frequentes insucessos de diversos programas voltados à saúde do trabalhador decorrentes de iniciativas exclusivamente institucionais, eventualmente em articulação com a empresa, mas sem a participação dos trabalhadores, provocou a falência das políticas públicas na área de saúde e segurança do trabalho. Ainda de acordo com o mesmo autor, o exemplo mais concreto é a publicação da Lei nº 6.367, de 19/10/1976 que retirava da lista várias doenças profissionais, no qual resultou a redução de um quinto o número de acidentes de trabalho entre 1975 e 1985. 5WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À E NG EN HA RI A DE S EG UR AN ÇA N O TR AB AL HO | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA EVOLUÇÃO HISTÓRICA NO MUNDO O rastro da Segurança do Trabalho é muito antigo, como se poderá ser observado, no entanto, se demorou muito séculos para que a evolução produzisse frutos fortes, e que realmente resultasse em melhorias na qualidade de vida do trabalhador em seu ambiente de trabalho. Segundo Moreira (2003), sua pesquisa bibliográfica mostra os seguintes dados da evolução da segurança do trabalho no mundo: ✓ Hipócrates (460-357 AC) e Plínio, o Velho (23-79 DC), indicaram nos seus trabalhos a ocorrência de doenças pulmonares em mineiros. ✓ 1.556: Georg Bauer publicou o livro “Re De Metallica”, no qual estuda doenças e acidentes de trabalho que estão relacionados à mineração e fundição de ouro e prata. ✓ 1.567: Aureolus Theophrastur Bembastur von Hohenheim apresentou a primeira monografia cujo o tema era trabalho com doença. ✓ 1.700: O médico Bernardino Ramazzini italiano publicou o livro “De Morbis Artificium Diatriba”, no qual relatava as doenças de 50 profissões. ✓ Século XVIII: Surge a revolução Industrial na Inglaterra. ✓ 1.769: James Watt patenteou a primeira máquina a vapor com boa aplicabilidade substituindo a de propulsão hidráulica mudando completamente o quadro industrial da época, possibilitandoa instalação de indústrias longe dos cursos d`água, ou seja, nas cidades onde há mão-de-obra em abundância. Para sustentar as máquinas a vapor houve uma grande migração de pessoas para as cidades e para as minas de carvão. Neste ano haviam cinco milhões de trabalhadores nas minas (Grã-Bretanha, Alemanha, EUA, França, Rússia, Áutria-Hungria, Bélgica, Índia, Japão, Sul da África) suas condições de trabalho eram degradantes e incêndios, explosões, intoxicação por gases, eram comuns e muitos ficavam sepultados nas galerias. O trabalho nas minas era mais pesado ficavam para os homens, nas fábricas ficavam para as mulheres e crianças. ✓ 1.792: Inventado o lampião de gás, houve uma tendência de aumento da jornada de trabalho, que já era excessiva. ✓ 1.802: O parlamento inglês nomeou uma comissão que criou a primeira lei de proteção aos trabalhadores, “Lei de Saúde e Moral dos Aprendizes”, que estabelecia o limite de 12 horas de trabalho diário, proibia trabalho noturno, obrigação de ventilação nas fábricas e lavar as paredes duas vezes por ano. ✓ 1.819: Complementação da Lei dos Aprendizes, não teve eficiência devido a oposição dos empregadores. ✓ 1831: A comissão de inquérito da Lei dos Aprendizes retrata as condições de trabalho das fábricas. 6WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À E NG EN HA RI A DE S EG UR AN ÇA N O TR AB AL HO | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA ✓ 1.833: Em função do relatório publicado pela comissão de inquérito é instituída na Inglaterra a “Lei das Fábricas”. Aplicada a indústria têxtil, proibia o trabalho noturno para menores de 18 anos, carga horária de 12 horas diárias (69 horas semanais), idade mínima de 9 anos. As fábricas precisavam ter, ainda, escolas frequentadas por todos os trabalhadores menores de 13 anos. ✓ 1.844: Estabelece jornada de trabalho para as mulheres de 10 horas diárias. ✓ Meados do século XIX: A França tinha jornadas de trabalho que variavam de 11 horas até 15 horas diárias. ✓ 1.867: Reconhecimento e determinação de providências para prevenção das doenças provocadas por condições de trabalho, exigiu a instalação de proteção nas máquinas e proibiu a realização de refeições em locais que tivessem a presença de agentes químicos agressivos. A partir dessas datas e conquistas outros países começaram a implementarem novas regras para segurança de nos ambientes de trabalho. EVOLUÇÃO HISTÓRICA NO BRASIL No Brasil as primeiras mudanças iniciaram em 1.919 com a primeira lei aprovada. Moreira (2003), retrata bem essa questão em seu estudo segue, portanto a cronologia. ✓ 1.730: Existia o predomínio de trabalho escravo no qual trabalhava se 18 horas diárias, como a vida útil de um escravo começou a se tornar curta, cerca de 12 anos, e cada vez mais existiam limitações ao tráfico de negros, se inicia uma preocupação com a preservação a saúde e bem-estar no trabalho. ✓ 1.919: Primeira lei sobre indenização por acidentes de trabalho, que se limitava-se ao setor ferroviário. ✓ 1.923: Criação da previdência social pela Lei Eloy Chaves, que criou a Caixa de Aposentadoria e Pensões para uma empresa de estrada de ferro. ✓ 1.930: Era Vargas, o mundo estava passando pela grande depressão de 1.929, portanto não havia importação, e Getúlio nacionalista favorece o desenvolvimento industrial brasileiro. Ocorreu, portanto uma profunda reestruturação da ordem jurídica trabalhista, muitas dessas medidas em vigor até hoje. ✓ 1.934: Institui várias garantias para o trabalhador como por exemplo, o depósito obrigatório para garantia da indenização, simplificou o processo e aumentou o valor da indenização em caso de morte do acidentado, entendendo a doença profissional também como acidente de trabalho indenizável, em complementação à legislação anterior de 1919. 7WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À E NG EN HA RI A DE S EG UR AN ÇA N O TR AB AL HO | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA ✓ 1.938: Criado o adicional de insalubridade de 10, 20 e 40% sobre o salário mínimo vigente conforme a atividade que o trabalhador desenvolve. ✓ 1.943: Criada a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), no qual reuniu a legislação relacionada com a organização sindical, previdência social, justiça e segurança do trabalho. ✓ 1.955: Criado o adicional de periculosidade para os trabalhadores que prestam serviço em contato permanente com inflamáveis, 30% do valor do salário. ✓ 1.966: Criada a Fundacentro. ✓ 1.967: Alteração da CLT em vários pontos no que se destaca é a exigência que as empresas mantivessem “Serviços Especializados em Segurança e em Higiene do Trabalho”. ✓ 1.967: O seguro de acidente de trabalho somente poderia ser feito com a Previdência Social, tornando o seguro obrigatório um monopólio estatal, fato que permanece inalterado até os dias atuais. ✓ 1.978: Alteração da CLT, regulamentando a Portaria 3.214 de 08/06/1978, no qual cria as normas regulamentadoras que representou um grande salto qualitativo para a segurança do trabalho, sistemática que está em vigor até hoje. A Portaria cria 28 Normas Regulamentadoras que tem como finalidade estabelecer regras para orientar empregados e empregadores quanto aos riscos existentes no ambiente de trabalho. ✓ 1988: Promulgação da Constituição Federal de 1988, que estabelece direitos relativos a Segurança do Trabalho aos trabalhadores. ✓ Década 90: Várias normas regulamentadoras sofreram atualização seguindo a filosofia da gestão da segurança do trabalho, até porquê em 1987, nascia a ISO 9000, norma de certificação da qualidade nível internacional. Para Gonzalez (2017) esse acontecimento serviu de grandes avanços para as normas de segurança do trabalho assim como uma melhor gestão na área. ✓ 1992: Criada a FENATEST - Federação Nacional dos Técnicos de Segurança do Trabalho. ✓ 2002: NR 30 - Segurança no Trabalho Aquaviário. ✓ 2003: Criação de novas normas e instruções normativas para o Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP). Procure ler a CLT, pois existem muitas informações existentes nas Normas Regulamentadoras. 8WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À E NG EN HA RI A DE S EG UR AN ÇA N O TR AB AL HO | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA ✓ 2005: Criação da Radio Kosak, a primeira rádio de Segurança do Trabalho no Brasil. Criadas as NR 31 e 32. ✓ 2006 até 2013: Foram criadas as NRs 33, 34, 35 e 36, como pode ser verificado mais adiante suas portarias. Década de 70: “Ninguém segura este País” Em pleno regime militar no qual o Governo tinha campanhas publicitárias como “Ninguém segura este País”, “Brasil, ame-o ou deixe-o”, “Este é um País que vai pra frente”, entre outras, a segurança do trabalho, não ia tão bem assim. A seguir verifica-se alguns prêmios conquistados pelo Brasil na 70: • Copa de 70, Brasil Tri-campeão mundial de futebol Copa do Mundo realizada no México traria o título ao Brasil de Tri-Campeão Mundial de Futebol, derrotando no dia 21 de junho no Estádio Aztecana, Cidade do México, com um público aproximado de 108.000 torcedores, derrotando em 4 x 1 a Itália, a figura 01, mostra a seleção campeã. Figura 1 – Copa de 70. Fonte: Chima (2015). • Milagre econômico brasileiro O PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro cresceu na década de 70 como nunca, tanto que o período ficou conhecido por “Milagre Econômico Brasileiro”, conforme mostra a figura 02, PIB Brasil Década 70 – IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). 9WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À E NG EN HA RI A DE S EG UR AN ÇA N O TR AB AL HO | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA Figura 2 - PIB brasileiro. Fonte: IBGE. O Governo Militar proporcionouao país um espantoso crescimento no PIB de 14% que causou uma grande euforia para os brasileiros e o mundo. As propagandas nacionalistas consolidavam que o Brasil estava no caminho certo, como mostra figura 03 e figura 04. Figura 3 - Slogan de campanha do governo Médici (1970). Fonte: Hernadez (2012). Figura 4 - Propaganda no governo Médici sobre a semana da pátria. Fonte: Hernadez (2012). 10WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À E NG EN HA RI A DE S EG UR AN ÇA N O TR AB AL HO | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA Motivado por esse grande impulso do PIB, o Governo Militar fez grandes obras de infraestrutura como por exemplo: - Rodovia Transamazônica: Ligaria o Oceano Atlântico ao Pacifico na região norte do país, objetivo era trazer desenvolvimento e colonizar a região com menos população do país, Presidente Medici disse: “levar homens sem terra para uma terra sem homens”, figura 05. A Rodovia Transamazônica até hoje não foi finalizada, apresentando trechos asfaltadas e outros não. Figura 5 - O projeto mais faraônico do governo militar, segue até hoje inacabada. Fonte: Hernadez (2012). - O primeiro metrô do Brasil, inaugurado em São Paulo, na década de 70. - Ponte Rio-Niterói, inaugurada em 1974. - Usinas nucleares de Angra 1 e 2. - Usina de Itaipu, em 1975, executadas pela empreiteira Mendes Junior, logo em seu início foram realizadas uma enorme alteração na região com a grande quantidade de trabalhadores das mais diversos locais do Brasil, foi utilizada a mão de obra de aproximadamente 40 mil trabalhadores durante a obra, a figura 06 mostra a Usina de Itaipu sendo construída. Figura 6 - Usina Hidrelétrica de Itaipu sendo construída na década de 70. Fonte: Construção Civil PET (2017). 11WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À E NG EN HA RI A DE S EG UR AN ÇA N O TR AB AL HO | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA O grande crescimento na década de 70, as grandes obras para construir um grande país, um forte nacionalismo, e por outro lado um grande despreparo em nível técnico, sem muitas preocupações com o trabalhador, fez com que o Brasil tivesse um outro título não muito positivo. • Brasil campeão mundial de acidentes de trabalho O Brasil recebeu outro título mundial, “Campeão Mundial de Acidentes de Trabalho”, conforme pode ser verificado na figura 07, a cada 4,7 trabalhadores 01 morria no ambiente de trabalho: Figura 7 - Brasil campeão mundial de acidentes do trabalho. Fonte: OIT. Imaginem o seguinte cenário: Brasil década de 70, PIB média de 10%, construções de Megas Obras (pontes, usinas hidrelétricas/nucleares, estradas, ...) cuidado com o trabalhador quase zero, se hoje já ocorrem acidentes e as máquinas de hoje mais modernas com dispositivos de segurança, e na década de 70, existiam máquinas que possuíam dispositivos de segurança? Lembre-se que a engenharia de segurança do trabalho é uma ciência recente e que as engenharias nasceram bem antes, com a função principal de criar uma máquina para aumentar a produção, e jamais, o propósito de uma máquina nasceu com a preocupação em segurança do trabalho. Leia mais sobre o Brasil da década de 70 para se entender melhor contexto histórico do momento. 12WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À E NG EN HA RI A DE S EG UR AN ÇA N O TR AB AL HO | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA Uma reportagem da revista Proteção, edição 239 - 11/2011 Técnico de Segurança do Trabalho é quem que faz a prevenção acontecer Por: Cristiane Reimberg Ano de 1975. Um jovem de 19 anos, do interior, veio realizar o sonho de construir sua história na cidade grande. Logo conse- guiu emprego em uma fábrica na cidade de São Paulo e passou a exercer a função de ajudante de operador de máquina. O sonho, no entanto, esbarrou em um acidente de trabalho. Certo dia, o res- ponsável precisou ir ao banheiro e deixou o rapaz operando o equi- pamento. A luva dele enroscou na máquina, e ele perdeu um dedo. Naquele ano, o Brasil chegou a ter cerca de 1,9 milhão de aciden- tes de trabalho. Histórias como essas se repetiam, com menor ou maior gravidade, mudando o rumo de vida dos trabalhadores. No caso deste acidentado, ele foi socorrido, ficou afastado e 30 dias após a reintegração ao trabalho, pediu demissão. O super- visor de segurança na época, Armando Henrique, tentou convencer o trabalhador a permanecer na empresa. Não adiantou. Chorando, o rapaz revelou que passados oito meses do acidente, ainda não havia tido coragem de escrever uma carta contando para a mãe o ocorrido. Desiludido, queria voltar para o campo e ficar junto da família. Vi o quanto eu podia contribuir para a vida das pessoas fa- zendo Segurança do Trabalho. Ele saiu da empresa e nunca mais tive notícias. Nós que ficamos fizemos um trabalho que revolucio- nou a parte da segurança da empresa. Comecei em uma época em que não sabíamos se fazíamos prevenção ou se socorríamos os acidentados. Trabalhei em indústria que tinha índice de 10% de acidentes e conseguimos baixar para 1%. No país, de cada 100 trabalhadores, 17 se acidentavam. Hoje, a média é de 2,5. Houve uma evolução, e o SESMT (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Tra- balho) teve papel decisivo nessa redução’, relembra o técnico de segurança Armando Henrique, que hoje é vice-presidente da Fena- test (Federação Nacional dos Técnicos de Segurança do Trabalho). A própria criação do SESMT e a instituição dos profissionais de segurança foi uma resposta a essa alta taxa de acidentalidade. Nos anos 70, o Brasil foi considerado campeão mundial em aciden- tes do trabalho. Foi quando a pressão internacional fez o governo federal agir. O Ministério do Trabalho publicou duas portarias para mudar o rumo dessa tragédia: a 3.236 e a 3.237, no dia 27 de julho de 1972. 13WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À E NG EN HA RI A DE S EG UR AN ÇA N O TR AB AL HO | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA Assim, instituiu o Plano Nacional de Valorização do Traba- lhador, que tinha entre as metas, a preparação de profissionais de nível superior e médio para atuar no controle da Segurança e Higie- ne do Trabalho. Um deles era o inspetor de segurança, que depois ganhou a denominação de supervisor de segurança, hoje corres- pondendo ao técnico de segurança. Também se criou o SESMT - Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho.” Fonte: http://www.protecao.com.br/edicoes/11/2011/J9jb Na década de 70, pelo visto nem todos os méritos foram tão bons, por esse motivo o Banco Mundial ameaçou em cortar os financiamentos para o Brasil, caso o quadro de acidentes de trabalho não fosse revertido, pressões políticas também ocorreram, o fato resultou na publicação das portarias nº 3236 e 3237, em 27 de julho de 1972, do então ministro do trabalho Júlio Barata, que regulamentou a formação técnica em Segurança e Medicina do Trabalho e atualizando o artigo 164 da CLT. Por isto, a data foi escolhida para ser o Dia Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho. O Brasil foi o primeiro país a ter um serviço obrigatório de Segurança e Medicina do Trabalho em empresas com mais de 100 funcionários. Segundo estimativas da época, 1,7 milhão de acidentes ocorriam anualmente e 40% dos profissionais sofriam lesões. Devido a todas as questões levantadas, em 14 de março de 1974 o Presidente general Ernesto Geisel, nomeou o deputado, gaúcho, engenheiro civil Arnaldo Prieto ao cargo de ministro do Ministério do Trabalho. Assumiu o ministério numa conjuntura onde começavam a reaparecer no seio da sociedade civil movimentos de oposição ao regime vigente. No ano de 1978, o ministro publicou uma portariaque seria eternizado por todos que trabalham na área de Engenharia e Medicina do Trabalho, na qual criou as Normas Regulamentadoras (NRs) que existem até hoje. FUNDACENTRO Segundo o próprio site da FUNDACENTRO, ele relata os motivos no qual foi criada a instituição. Criada em 1966, a FUNDACENTRO (Fundação Centro Nacional de Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho) os primeiros dados estatísticos do início da década de 60, quando começou a preocupação com os altos índices de acidentes e doenças do trabalho. Figura 8 - Logomarca atual da FUNDACENTRO. Fonte: FUNDACENTRO (2017). 14WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À E NG EN HA RI A DE S EG UR AN ÇA N O TR AB AL HO | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA A FUNDACENTRO teve como presidente destaque o engenheiro civil Jorge Duprat Figueiredo, que se formou em 1943 na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo ficou no cargo de dezembro de 1968 até setembro de 1978. Jorge D. Figueiredo ficou 10 anos no cargo, e trouxe grandes melhorias ao setor e premiações para a FUNDACENTRO. Sendo assim, em 1978 o Ministro Arnaldo Prieto sugeriu que a FUNDACENTRO recebesse o seu nome. A seguir, palavras do Ministro oficializando o novo nome da FUNDACENTRO: Nada mais justo, Excelentíssimo Senhor Presidente, do que dar o nome de Jorge Duprat Figueiredo à própria Fundação que dirigiu com tanto acerto, dedicação e sensibilidade pela segurança do trabalhador e tranquilidade de sua família”, afirmou o então ministro quando foi oficializado a publicação do Diário do Congresso Nacional, a Lei nº 6.618, de 16 de dezembro de 1978 que mudou o nome da FUNDACENTRO. Portanto, hoje, a FUNDACENTRO é Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho. Atualmente a FUNDACENTRO dispõe de laboratórios em segurança, higiene e saúde no trabalho e biblioteca completa especializada, profissionais formados nas mais diferentes áreas de atuação de segurança do trabalho, muitos deles pós-graduados no Brasil e exterior atuando em praticamente em três principais frentes: 1- Desenvolvimento de pesquisas na área; 2- Difusão de conhecimento, por meio de ações educativas como palestras, cursos, seminários, produção de material didático, congressos, e de publicações periódicas cientificas e informativas; 3- Prestação de serviços à comunidade e assessoria técnica a órgãos de trabalhadores, empresariais e públicos. Com todo o contexto histórico, é lógico que a FUNDACENTRO tinha como objetivo inicial a pesquisa, difundir ações educativas e prestação de serviços, gratuitamente, e se mantem até hoje, portanto caso ocorra a visita da FUNDACENTRO em sua empresa, receba de braços abertos, pois eles estarão lá para te ajudar. Atualmente, a FUNDACENTRO em várias capitais, distribuídas em 11 Estados e no Distrito Federal. Hoje atua com os princípios do tripartismo (CTPP - Comissão Tripartite Paritária Permanente), nele estão representados, além do governo, os trabalhadores e empresários, por meio de suas organizações de classe. SEGURANÇA DO TRABALHO, NA ATUALIDADE O Brasil tem demostrado, pelo menos em atualização de algumas normas, um grande compromisso e responsabilidade com a segurança do trabalho, como por exemplo a as atualizações das normas NR-10, NR-12, a criação de novas como as recentes NR-34, 35 e 36. 15WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À E NG EN HA RI A DE S EG UR AN ÇA N O TR AB AL HO | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA A atualização ou criação de Normas Regulamentadoras é realiza- da pela CTPP (Comissão Tripartite Paritária Permanente), pois re- únem representantes do Governo, Trabalhadores e Empregadores, fazendo com que a atualização ou a criação de uma nova NR seja estabelecida em um consenso. O processo de atualização de uma NR ou criação de uma não é só esse, de forma simplificada, em primeiro lugar um texto preliminar vai para consulta pública no site do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), depois CTPP, avaliação final e por última publicação. A seguir, veja a relação das NRs existentes para consulta, que estão disponíveis no site do ministério do trabalho e durante essa disciplina irá estudar algumas delas, que estão relacionadas a atividades das engenharias, segundo Brasil (2018) e Moraes (2011). • Norma Regulamentadora Nº 01 - Disposições Gerais • Norma Regulamentadora Nº 02 - Inspeção Prévia • Norma Regulamentadora Nº 03 - Embargo ou Interdição • Norma Regulamentadora Nº 04 - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho • Norma Regulamentadora Nº 05 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes • Norma Regulamentadora Nº 06 - Equipamentos de Proteção Individual (EPI) • Norma Regulamentadora Nº 07 - Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) • Norma Regulamentadora Nº 08 - Edificações • Norma Regulamentadora Nº 09 - Programas de Prevenção de Riscos Ambientais • Norma Regulamentadora Nº 10 - Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade • Norma Regulamentadora Nº 11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais • Norma Regulamentadora Nº 12 - Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos • Norma Regulamentadora Nº 13 - Caldeiras, Vasos de Pressão e Tubulações. • Norma Regulamentadora Nº 14 - Fornos • Norma Regulamentadora Nº 15 - Atividades e Operações Insalubres • Norma Regulamentadora Nº 16 - Atividades e Operações Perigosas • Norma Regulamentadora Nº 17 - Ergonomia • Norma Regulamentadora Nº 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção • Norma Regulamentadora Nº 19 - Explosivos • Norma Regulamentadora Nº 20 - Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis • Norma Regulamentadora Nº 21 - Trabalho a Céu Aberto • Norma Regulamentadora Nº 22 - Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração • Norma Regulamentadora Nº 23 - Proteção Contra Incêndios • Norma Regulamentadora Nº 24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho • Norma Regulamentadora Nº 25 - Resíduos Industriais • Norma Regulamentadora Nº 26 - Sinalização de Segurança • Norma Regulamentadora Nº 27 - Revogada pela Portaria GM n.º 262, 29/05/2008 Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no MTB • Norma Regulamentadora Nº 28 - Fiscalização e Penalidades • Norma Regulamentadora Nº 29 - Segurança e Saúde no Trabalho Portuário • Norma Regulamentadora Nº 30 - Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário • Norma Regulamentadora Nº 31 - Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária Silvicultura, Exploração Florestal e Aqüicultura 16WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À E NG EN HA RI A DE S EG UR AN ÇA N O TR AB AL HO | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA • Norma Regulamentadora Nº 32 - Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde • Norma Regulamentadora Nº 33 - Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados • Norma Regulamentadora Nº 34 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e Reparação Naval • Norma Regulamentadora Nº 35 - Trabalho em Altura • Norma Regulamentadora n.º 36 - Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento de Carnes e Derivados Após a Portaria 3.214 de 1978, outras NRs, como foram vistas anteriormente, foram criadas, segundo BRASIL (2018), segue suas portarias com suas respectivas datas de criação. NR Nº 29 - Segurança e Saúde no Trabalho Portuário: Portaria SSST N.º 53, de 17 de dezembro de 1997 NR Nº 30 - Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário: Portaria SIT n.º 34, de 04 de dezembro de 2002 NR Nº 31 - Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária Silvicultura, Exploração Florestal e Aqüicultura: Portaria MTE n.º 86, de 03 de março de 2005 NR Nº 32 - Segurança e Saúde noTrabalho em Estabelecimentos de Saúde: Portaria GM n.º 485, de 11 de novembro de 2005. NR Nº 33 - Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados: Portaria MTE n.º 202, 22 de dezembro de 2006. NR Nº 34 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e Reparação Naval: Portaria SIT n.º 200, de 20 de janeiro de 2011 NR Nº 35 - Trabalho em Altura: Portaria SIT n.º 313, de 23 de março de 2012 NR n.º 36 - Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento de Carnes e Derivados: Portaria MTE n.º 555, de 18 de abril de 2013 A consulta das NRs, sempre se recomenda ser realizada pelo site do Ministério do Trabalho e Emprego, pois é o local que se encontra as normas atualizadas, situação que as vezes não se encontra em livros ou outros sites, levando o pesquisador a considerações erradas. Segue as instruções para acessar as NRs do site do MTE: 1º Passo: entre no site: www.mte.gov.br; 2º Passo: Lado direito do site “Fiscalização” – “Segurança do Trabalho”; As Normas Regulamentadoras (NR) diferente das demais normas, por exemplo ABNT, elas são fornecidas gratuitamente pelo site do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) e atualizadas. 17WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À E NG EN HA RI A DE S EG UR AN ÇA N O TR AB AL HO | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA Figura 9 - Coluna, direita do site www.mte.gov.br. Fonte: TEM (2017). 3º Passo: Clique em “Normatização”; 4º Passo: Clique em “Normas Regulamentadoras (português)”; 5º Passo: Tenha acesso a todas a Normas Regulamentadoras em vigor e sempre na última versão. As Normas Regulamentadoras, da forma que foram estruturadas e a regra de atualização pela CTPP se torna muito prático e versátil sua aplicação. O que é difícil de entender o porquê uma NR tão importante quanto as NRs 15 e 16, não tem uma atualização mais profunda, apresentando limites de tolerância de produtos químicos da década de 70, bom esses detalhes serão estudados em outras disciplinas do curso. UNIDADE 18WWW.UNINGA.BR ENSINO A DISTÂNCIA SUMÁRIO DA UNIDADE INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................ 19 TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO ........................................................................................................... 20 RESPONSABILIDADES ............................................................................................................................................ 30 ATRIBUIÇÕES, RESPONSABILIDADES E ÉTICA PROFISSIONAL PROF. ME. EDINALDO FAVARETO GONZALEZ 02 19WWW.UNINGA.BR ENSINO A DISTÂNCIA IN TR OD UÇ ÃO À E NG EN HA RI A DE S EG UR AN ÇA N O TR AB AL HO | U NI DA DE 2 INTRODUÇÃO Na unidade I, foi informado um breve histórico dos principais fatos que aconteceram na evolução da segurança do trabalho no mundo e no Brasil. Nesse capítulo, irá se estudar as atribuições de cada categoria possível de trabalhar na área de Segurança do Trabalho, em especial vinculada ao CONFEA/CREA. Para se ter uma ideia da quantidade de profissionais existente no mercado, vinculado ao CONFEA/CREA, veja a figura 1: Figura 1 – CREA. Fonte: o autor. Observe que Engenheiros de Segurança do Trabalho são 55.000 profissionais, que segundo o CONFEA maior do que Engenheiro de Produção (31.641 profissionais), para uma ordem de grandeza os engenheiros civis são maioria no CREA, totalizando 285.428 profissionais. Outro detalhe interessante são os Tecnólogos em Segurança do Trabalho, o número exato são 1.023 profissionais, essa pequena partição se deve por ser nova essa profissão e por outro motivo que se irá falar na sequência. 20WWW.UNINGA.BR ENSINO A DISTÂNCIA IN TR OD UÇ ÃO À E NG EN HA RI A DE S EG UR AN ÇA N O TR AB AL HO | U NI DA DE 2 TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO O que determina as atribuições do técnico de segurança do trabalho é a Portaria N.º 3.275 de 21 de setembro de 1989. Art. 1º - As atividades do Técnico de Segurança do Trabalho são as seguintes: I - informar o empregador, através de parecer técnico, sobre os riscos exigentes nos ambientes de trabalho, bem como orientá-los sobre as medidas de eliminação e neutralização; II - informar os trabalhadores sobre os riscos da sua atividade, bem como as medidas de eliminação e neutralização; III - analisar os métodos e os processos de trabalho e identificar os fatores de risco de acidentes do trabalho, doenças profissionais e do trabalho e a presença de agentes ambientais agressivos ao trabalhador, propondo sua eliminação ou seu controle; IV - executar os procedimentos de segurança e higiene do trabalho e avaliar os resultantes alcançados, adequando-os estratégias utilizadas de maneira a integrar o processo prevencionista em uma planificação, beneficiando o trabalhador; V - executar programas de prevenção de acidentes do trabalho, doenças profissionais e do trabalho nos ambientes de trabalho, com a participação dos trabalhadores, acompanhando e avaliando seus resultados, bem como sugerindo constante atualização dos mesmos estabelecendo procedimentos a serem seguidos; VI - promover debates, encontros, campanhas, seminários, palestras, reuniões, treinamentos e utilizar outros recursos de ordem didática e pedagógica com o objetivo de divulgar as normas de segurança e higiene do trabalho, assuntos técnicos, visando evitar acidentes do trabalho, doenças profissionais e do trabalho; VII - executar as normas de segurança referentes a projetos de construção, aplicação, reforma, arranjos físicos e de fluxos, com vistas à observância das medidas de segurança e higiene do trabalho, inclusive por terceiros; VIII - encaminhar aos setores e áreas competentes normas, regulamentos, documentação, dados estatísticos, resultados de análises e avaliações, materiais de apoio técnico, educacional e outros de divulgação para conhecimento e auto- desenvolvimento do trabalhador; IX - indicar, solicitar e inspecionar equipamentos de proteção contra incêndio, recursos audiovisuais e didáticos e outros materiais considerados indispensáveis, de acordo com a legislação vigente, dentro das qualidades e especificações técnicas recomendadas, avaliando seu desempenho; X - cooperar com as atividades do meio ambiente, orientando quanto ao tratamento e destinação dos resíduos industriais, incentivando e conscientizando o trabalhador da sua importância para a vida; XI - orientar as atividades desenvolvidas por empresas contratadas, quanto aos procedimentos de segurança e higiene do trabalho previstos na legislação ou constantes em contratos de prestação de serviço; XII - executar as atividades ligadas à segurança e higiene do trabalho utilizando métodos e técnicas científicas, observando dispositivos legais e institucionais que objetivem a eliminação, controle ou redução permanente dos riscos de acidentes do trabalho e a melhoria das condições do ambiente, para preservar a integridade física e mental dos trabalhadores; XIII - levantar e estudar os dados estatísticos de acidentes do trabalho, doenças profissionais e do trabalho, calcular a frequência e a gravidade destes para ajustes das ações prevencionistas, normas regulamentos e outros dispositivos de ordem técnica, que permitam a proteção coletiva e individual; 21WWW.UNINGA.BR ENSINO A DISTÂNCIA IN TR OD UÇ ÃO À E NG EN HA RI A DE S EG UR AN ÇA N O TR AB AL HO | U NI DA DE 2 XIV - articular-se e colaborar com os setores responsáveis pelos recursos humanos, fornecendo-lhes resultados de levantamento técnicos de riscos das áreas e atividadespara subsidiar a adoção de medidas de prevenção a nível de pessoal; XV - informar os trabalhadores e o empregador sobre as atividades insalubre, perigosas e penosas existentes na empresa, seus riscos específicos, bem como as medidas e alternativas de eliminação ou neutralização dos mesmos; XVI - avaliar as condições ambientais de trabalho e emitir parecer técnico que subsidie o planejamento e a organização do trabalho de forma segura para o trabalhador; XVII - articula-se e colaborar com os órgãos e entidades ligados à prevenção de acidentes do trabalho, doenças profissionais e do trabalho; XVIII - participar de seminários, treinamento, congressos e cursos visando o intercâmbio e o aperfeiçoamento profissional. Enfim, pelo que se pode perceber as atribuições do técnico é muito focado em executar, articular, informar, as tarefas de engenharia de segurança do trabalho, que é de grande importância para fazer funcionar a segurança dentro das empresas. Essa função é nível técnico de um curso de 2 anos, podendo ser vinculados ao CREA ou ao Ministério do Trabalho. Para maior embasamento veja o que estabelece a Lei No 7.410, de 27 de novembro de 1.985, quanto quem pode ser um Técnico de Segurança do Trabalho. Figura 2 - Atividade de Técnico de Segurança do Trabalho. Fonte: Iegran (2015). Art. 2º - O exercício da profissão de Técnico de Segurança do Trabalho será permitido, exclusivamente: I - ao portador de certificado de conclusão de curso de Técnico de Segurança do Trabalho, a ser ministrado no País em estabelecimentos de ensino de 2º grau; II - ao portador de certificado de conclusão de curso de Supervisor de Segurança do Trabalho, realizado em caráter prioritário pelo Ministério do Trabalho; III - ao possuidor de registro de Supervisor de Segurança do Trabalho, expedido pelo Ministério do Trabalho, até a data fixada na regulamentação desta Lei. Parágrafo único - O curso previsto no inciso I deste artigo terá o currículo fixado pelo Ministério da Educação, por proposta do Ministério do Trabalho, e seu funcionamento determinará a extinção dos cursos de que trata o inciso II, na forma da regulamentação a ser exercida. 22WWW.UNINGA.BR ENSINO A DISTÂNCIA IN TR OD UÇ ÃO À E NG EN HA RI A DE S EG UR AN ÇA N O TR AB AL HO | U NI DA DE 2 O técnico precisa estar vinculado ao Ministério do Trabalho, gratui- tamente, para poder exercer a profissão, por outro lado, o profissio- nal não recebe nenhum documento, deste modo, caso ele queira ter uma carteira de técnico, poderá vincula-se ao CREA, pagando anuidade. Tecnólogo de Segurança do Trabalho A Resolução Nº 313, de 26 setembro 1986, é a que determina as atribuições de tecnólogos em geral, tendo em vista que atualmente eles podem atuar em diversas áreas, para o qual foram criadas, não somente da engenharia de segurança do trabalho. Art. 3º - As atribuições dos Tecnólogos, em suas diversas modalidades, para efeito do exercício profissional, e da sua fiscalização, respeitados os limites de sua formação, consistem em: 1) elaboração de orçamento; 2) padronização, mensuração e controle de qualidade; 3) condução de trabalho técnico; 4) condução de equipe de instalação, montagem, operação, reparo ou manutenção; 5) execução de instalação, montagem e reparo; 6) operação e manutenção de equipamento e instalação; 7) execução de desenho técnico. Parágrafo único - Compete, ainda, aos Tecnólogos em suas diversas modalidades, sob a supervisão e direção de Engenheiros, Arquitetos ou Engenheiros Agrônomos: 1) execução de obra e serviço técnico; 2) fiscalização de obra e serviço técnico; 3) produção técnica especializada. Art. 4º - Quando enquadradas, exclusivamente, no desempenho das atividades referidas no Art. 3º e seu parágrafo único, poderão os Tecnólogos exercer as seguintes atividades: 1) vistoria, perícia, avaliação, arbitramento, laudo e parecer técnico; 2) desempenho de cargo e função técnica; 3) ensino, pesquisa, análise, experimentação, ensaio e divulgação técnica, extensão. Parágrafo único - O Tecnólogo poderá responsabilizar-se, tecnicamente, por pessoa jurídica, desde que o objetivo social desta seja compatível com suas atribuições.” Percebe-se que a as atribuições dos tecnólogos estão focados em execução, operação, condução, função intermediária entre os Técnicos e os Engenheiro de Segurança do Trabalho, porém sempre bom lembrar que o tecnólogo é nível de graduação em um curso de 3 anos, sendo vinculados ao CREA. A função de Tecnólogo de Segurança do Trabalho foi criada, em situações muito estranhas, pois as instituições de ensino começaram a fornecer o curso, porém muitos CREAs nem sabiam ao certo o que fazer com esse profissional que nascia, dentro da segurança do trabalho. A legislação citada, diz respeito ao tecnólogo, mas não especificamente ao tecnólogo de segurança do trabalho. Outro fato muito estranho é a própria NR-04: Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT), no Quadro II, que não especifica esse profissional. Então a grande pergunta: Porque o Ministério do Trabalho, Governo, CTPP, não pediu a alteração da NR-04, incluindo o Tecnólogo no Quadro II, da NR-04? Não se sabe o porquê, mas a impressão que se tem que criaram a função, mas não especificaram o mercado para ele trabalhar. 23WWW.UNINGA.BR ENSINO A DISTÂNCIA IN TR OD UÇ ÃO À E NG EN HA RI A DE S EG UR AN ÇA N O TR AB AL HO | U NI DA DE 2 Engenheiro de Segurança do Trabalho Esse profissional possui a atribuição mais completa dos três e suas atribuições são as de maiores responsabilidades - figura 03. Veja o que diz a Lei No 7.410, de 27 de novembro de 1.985 ou a Resolução do CONFEA N.º 359/1991 ou Decreto Federal 27 de janeiro de 1.987 - Art. 1º trazem textos semelhantes quanto exercer a função de engenheiro de segurança do trabalho: Figura 3 – Engenharia de Segurança do Trabalho. Fonte: Redação Revista Proteção (2010). 24WWW.UNINGA.BR ENSINO A DISTÂNCIA IN TR OD UÇ ÃO À E NG EN HA RI A DE S EG UR AN ÇA N O TR AB AL HO | U NI DA DE 2 Art. 1º - O exercício da especialização de Engenheiro de Segurança do Trabalho é permitido, exclusivamente: I - ao Engenheiro ou Arquiteto, portador de certificado de conclusão de curso de especialização a nível de pós-graduação, em Engenharia de Segurança do Trabalho; II - ao portador de certificado de curso de especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho, realizado em caráter prioritário pelo Ministério do Trabalho; III - ao portador de registro de Engenharia de Segurança do Trabalho, expedido pelo Ministério do Trabalho, dentro de 180 (cento e oitenta) dias da extinção do curso referido no item anterior. Parágrafo único - O curso previsto no inciso I deste artigo terá o currículo fixado pelo Conselho Federal de Educação, por proposta do Ministério do Trabalho, e seu funcionamento determinará a extinção dos cursos de que trata o inciso II, na forma da regulamentação a ser expedida. Portanto, a resolução deixa claro que o profissional que tem a especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho possui uma reserva de mercado, pois somente ele poderá desenvolver essa atividade, é a única atividade perante o CREA/CAU que garante ao engenheiro/arquiteto aumento de atribuição, ninguém mais poderá ser engenheiro de segurança do trabalho a não ser quem fizer o curso de Especialização de Engenharia de Segurança do trabalho com 630horas/ aula, ou seja, não adianta fazer doutorado no tema de engenharia de segurança do trabalho, pois perante ao CREA/CAU não poderá exercer a profissão. Segundo a Resolução do CONFEA, no 1010/2005 considera como as seguintes atribuições dos engenheiros, que essaspodem estar relacionadas a engenharia de segurança do trabalho, são elas: Atividade 01 - Gestão, supervisão, coordenação, orientação técnica; Atividade 02 - Coleta de dados, estudo, planejamento, projeto, especificação; Atividade 03 - Estudo de viabilidade técnico-econômica e ambiental; Atividade 04 - Assistência, assessoria, consultoria; Atividade 05 - Direção de obra ou serviço técnico; Atividade 06 - Vistoria, perícia, avaliação, monitoramento, laudo, parecer técnico, auditoria, arbitragem; Atividade 07 - Desempenho de cargo ou função técnica; Atividade 08 - Treinamento, ensino, pesquisa, desenvolvimento, análise, experimentação, ensaio, divulgação técnica, extensão; Atividade 09 - Elaboração de orçamento; Atividade 10 - Padronização, mensuração, controle de qualidade; Atividade 11 - Execução de obra ou serviço técnico; Atividade 12 - Fiscalização de obra ou serviço técnico; Atividade 13 - Produção técnica e especializada; Atividade 14 - Condução de serviço técnico; Atividade 15 - Condução de equipe de instalação, montagem, operação, reparo ou manutenção; Atividade 16 - Execução de instalação, montagem, operação, reparo ou manutenção; Atividade 17 – Operação, manutenção de equipamento ou instalação; Atividade 18 - Execução de desenho técnico. A Resolução do CONFEA N.º 359/1991 é mais especifica quais são as atividades dos engenheiros de segurança do trabalho. 25WWW.UNINGA.BR ENSINO A DISTÂNCIA IN TR OD UÇ ÃO À E NG EN HA RI A DE S EG UR AN ÇA N O TR AB AL HO | U NI DA DE 2 Art. 4º - As atividades dos Engenheiros e Arquitetos na especialidade de Engenharia de Segurança do Trabalho são as seguintes: 1 - supervisionar, coordenar e orientar tecnicamente os serviços de Engenharia de Segurança do Trabalho; 2 - estudar as condições de segurança dos locais de trabalho e das instalações e equipamentos, com vistas especialmente aos problemas de controle de risco, controle de poluição, higiene do trabalho, ergonomia, prática contra incêndio e saneamento; 3 - planejar e desenvolver a implantação e técnicas relativas a gerenciamento e controle de riscos; 4 - vistoriar, avaliar, realizar perícias, arbitrar, emitir parecer, laudos técnicos e indicar medidas de controle sobre grau de exposição a agentes agressivos de riscos físicos, químicos e biológicos, tais como: poluentes atmosféricos, ruídos, calor, radiação em geral e pressões anormais, caracterizando as atividades, operações e locais insalubres e perigosos; 5 - analisar riscos, acidentes e falhas, investigando causas, propondo medidas preventivas e corretivas e orientando trabalhos estatísticos, inclusive com respeito a custos; 6 - propor políticas, programas, normas e regulamentos de Segurança do Trabalho, zelando pela sua observância; 7 - elaborar projetos de sistemas de Segurança e assessorar a elaboração de projetos de obras, instalação e equipamentos, opinando do ponto de vista da Engenharia de Segurança; 8 - estudar instalações, máquinas e equipamentos, identificando seus pontos de riscos e projetando dispositivos de Segurança; 9 - projetar sistema de proteção contra incêndios, coordenar atividades de combate a incêndio e de salvamento e elaborar planos para emergência e catástrofes; 10 - inspecionar locais de trabalho no que se relaciona com a Segurança do Trabalho, delimitando áreas de periculosidade; 11 - especificar, controlar e fiscalizar sistemas de proteção coletiva e equipamentos de segurança, inclusive os de proteção individual e os de proteção contra incêndio, assegurando-se sua qualidade e eficiência; 12 - opinar e participar da especificação para aquisição de substâncias e equipamentos cuja manipulação, armazenamento, transporte ou funcionamento possam apresentar riscos, acompanhando o controle do recebimento e da expedição; 13 - elaborar planos destinados a criar e desenvolver a prevenção de acidente, promovendo a instalação de comissões e assessorando-lhes o funcionamento; 14 - orientar o treinamento específico de Segurança do Trabalho e assessorar a elaboração de programa de treinamento geral, no que diz respeito à Segurança do Trabalho; 15 - acompanhar a execução de obras e serviços decorrentes da adoção de medidas de segurança, quando a complexidade dos trabalhos a executar assim o exigir; 16 - colaborar na fixação de requisitos de aptidão para o exercício de funções, apontando os riscos decorrentes desses exercícios; 17 - propor medidas preventivas no campo de Segurança do Trabalho, em face do conhecimento da natureza e gravidade das lesões provenientes do Acidente de Trabalho, incluídas as doenças do trabalho; 18 - informar aos trabalhadores e à comunidade, diretamente ou por meio de seus representantes, as condições que possam trazer danos a sua integridade e as medidas que eliminam ou atenuam estes riscos e que deverão ser tomadas. Percebe-se que os verbos utilizados nesse profissional são muito mais fortes, por exemplo, inspecionar, elaborar, projetar, desenvolver (figura 04),..., portanto o Engenheiro de Segurança do Trabalho tem uma grande responsabilidade quando ele assume essas atividades. 26WWW.UNINGA.BR ENSINO A DISTÂNCIA IN TR OD UÇ ÃO À E NG EN HA RI A DE S EG UR AN ÇA N O TR AB AL HO | U NI DA DE 2 Figura 4 – Engenharia. Fonte: Redação Revista Proteção (2010). A Resolução do CONFEA No 437/1999 é ainda mais especifica e possui entendimentos mais claros e diretos sobre o que faz o profissional de engenharia de segurança do trabalho: Art. 4º Incluem-se entre as atividades de Engenharia de Segurança do Trabalho, referidas no art. 4º da Resolução nº 359, de 1991, a elaboração e os seguintes documentos técnicos, previstos na Portaria nº 3.214, de 08 de junho de 1978, que regulamentou a Lei nº 6.514, de 22 de dezembro de 1977, que alterou o Capítulo V, Título II da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT: I- programa de condições e meio ambiente do trabalho na indústria da construção - PCMAT, previsto na NR-18; II- programa de prevenção de riscos ambientais – PPRA, previsto na NR-09; III- programa de conservação auditiva; IV- laudo de avaliação ergonômica, previsto na NR-17; V- programa de proteção respiratória, previsto na NR-06; e VI- programa de prevenção da exposição ocupacional ao benzeno – PPEOB, previsto na NR-15. O Engenheiro de Segurança do Trabalho no dia a dia tem um campo muito amplo de aplicações nas empresas, pode-se citar como a atividade mais comum: 1- Elaboração de Programas de Segurança do Trabalho: O engenheiro poderá elaborar, por exemplos, PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais) NR-09, PCMAT (Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção Civil) NR-18. O profissional, ao preencher o formulário de ART (Anotação de Responsabilidade Técnica), especificará em qual item do art. 4º da Resolução do CONFEA nº 359, de 1991, se enquadra o documento técnico e/ou atividade técnica objeto de ART. 27WWW.UNINGA.BR ENSINO A DISTÂNCIA IN TR OD UÇ ÃO À E NG EN HA RI A DE S EG UR AN ÇA N O TR AB AL HO | U NI DA DE 2 2- Elaboração de laudos o mais comum deles é o LTCAT (Laudo Técnico das Condições Ambientais do Trabalho): Esse Laudo, tem como função especificar se um funcionário tem direito ao adicional de insalubridade, NR-15, ou adicional de periculosidade, NR-16 ou até mesmo se o funcionário terá direito a aposentadoria especial. 3- Responsável técnico de uma empresa: O engenheiro ficará responsável pela empresa, orientando, fiscali- zando, empregados e empregador. Verificando documentações, gerenciando riscos, estabelecendo regras e criando/ desenvolvendo ideias para evitar acidentes de trabalho. A “venda de laudos e programas” é deprimente na área,atualmente devido a experiência desse autor, recomenda-se a realização de produtos mais completos, por exemplo, elaboração e acompanhamento de Laudos e Programas, levando para o cliente não só papel, e sim uma Gestão de Segurança do Trabalho, melhorando toda a estrutura da empresa, essa tática possui algumas vantagens: a) possibilita uma melhor gestão da segurança do trabalho na empresa; b) o empregador vê melhores resultados, e consequentemente valoriza o seu trabalho; c) cria-se um maior vínculo com a empresa; d) os empregados tem um maior contato contigo; e) o engenheiro tem a justificativa de cobrar mais pelo seus honorários. É muito desagradável para o empregador receber a ligação do Engenheiro de Segurança do Trabalho, depois de 01 ano, informando que seu LTCAT teoricamente está vencido, e que deverá ser renovado, LTCAT não é apólice de seguro, não é Imposto Predial, sendo que o empregador nem tirou da gaveta naquele ano. O mais desagradável é saber que existem profissionais que somente imprimem um novo, só troca a data e entrega para empresa, documento esse que ficará na gaveta por mais 01 ano. Atualmente o Ministério do Trabalho tem feito fiscalizações para coagir esse tipo de prática, convocando engenheiros para se explicar erros do tipo, datas repetidas, nome de empresa erradas, documentos idênticos por vários anos, documentos iguais em empresas diferentes e outras práticas eticamente péssimas para a categoria que não valoriza nada a tão importante profissão. Outros Profissionais O profissional que faz graduação em Arquitetura e Urbanismo, poderá fazer a Especialização de Engenharia de Segurança do Trabalho, tendo as mesmas atribuições que o engenheiro, pois isso está estabelecido na Resolução Nº 359, de 31 de julho de 1991. Considerando a NR-04 e novamente o seu anexo do Quadro II, temos outros profissionais que trabalham na área, por exemplo, auxiliar de enfermeiro do trabalho, enfermeiro do trabalho e o médico do trabalho, que cada conselho e outros órgãos irão regulamentar. ÉTICA PROFISSIONAL O “Código de Ética do Profissional da Engenharia, da Agronomia, da Geologia, da Geografia e da Meteorologia” é o que rege as questões éticas aos profissionais de engenharia. Segundo o Artigo 8º do Código de Ética citado acima, se define os seguintes princípios éticos aos quais o profissional deve pautar sua conduta da prática da profissão: Do objetivo da profissão I – A profissão é bem social da humanidade e o profissional é o agente capaz de exercê-la, tendo como objetivos maiores a preservação e o desenvolvimento harmônico do ser humano, de seu ambiente e de seus valores; 28WWW.UNINGA.BR ENSINO A DISTÂNCIA IN TR OD UÇ ÃO À E NG EN HA RI A DE S EG UR AN ÇA N O TR AB AL HO | U NI DA DE 2 Da natureza da profissão II – A profissão é bem cultural da humanidade construído permanentemente pelos conhecimentos técnicos e científicos e pela criação artística, manifestando- se pela prática tecnológica, colocado a serviço da melhoria da qualidade de vida do homem; Da honradez da profissão III – A profissão é alto título de honra e sua prática exige conduta honesta, digna e cidadã; Da eficácia profissional IV – A profissão realiza-se pelo cumprimento responsável e competente dos compromissos profissionais, munindo-se de técnicas adequadas, assegurando os resultados propostos e a qualidade satisfatória nos serviços e produtos e observando a segurança nos seus procedimentos; Do relacionamento profissional V – A profissão é praticada através do relacionamento honesto, justo e com espírito progressista dos profissionais para com os gestores, ordenadores, destinatários, beneficiários e colaboradores de seus serviços, com igualdade de tratamento entre os profissionais e com lealdade na competição; Da intervenção profissional sobre o meio VI – A profissão é exercida com base nos preceitos do desenvolvimento sustentável na intervenção sobre os ambientes natural e construído e da incolumidade das pessoas, de seus bens e de seus valores; Da liberdade e segurança profissionais VII – A profissão é de livre exercício aos qualificados, sendo a segurança de sua prática de interesse coletivo. É de extrema importância que todo profissional leia o Código de Ética referenciado nesse módulo, figura 05. Figura 5 – Ética. Fonte: AEASJC (2015). Tendo em vista a situação apresentada no texto anteriormente (Atualmente o Ministério do Trabalho tem feito fiscalizações para coagir esse tipo de prática, convocando engenheiros para se explicar erros do tipo, datas repetidas, nome de empresa erradas, etc) utilizar tal situações como um exercício: Como se enquadraria um engenheiro que utilizasse desses atos? Segundo o “4 - Dos Deveres”, define-se: 29WWW.UNINGA.BR ENSINO A DISTÂNCIA IN TR OD UÇ ÃO À E NG EN HA RI A DE S EG UR AN ÇA N O TR AB AL HO | U NI DA DE 2 IV – Nas relações com os demais profissionais: a. atuar com lealdade no mercado de trabalho, observando o princípio da igualdade de condições; Enganar o cliente e agir com falta de igualdade com os demais profissionais, e portanto não fazer um laudo respeitando todos os passos, afim de fazer serviços mais baratos, é estar desrespeitando a Ética. Veja item seguinte do Código: III – Nas relações com os clientes, empregadores e colaboradores: [...] b. apresentar proposta de honorários com valores vis ou extorsivos ou desrespeitando tabelas de honorários mínimos aplicáveis;” Cuidado com preços destorcidos da realidade, projetos por R$ 100,00 e ganha a execução, laudos por valores incompatíveis com as do mercado, simplesmente porque é apenas o custo de uma nova impressão, por gerar processo Ética no CREA. Portanto, com os exemplos apresentados e trechos do Código de Ética do CREA, pode se verificar que todos os profissionais podem estar sujeito a esse tipo de questionamentos ou até mesmo processo no conselho. Imagine se o próprio Ministério do Trabalho faz essa denúncia no conselho, por verificar irregularidades em seu LTCAT, PPRA. Assédio Moral Assédio moral muito em alta e está relacionado ao tema discutido no Módulo I, no qual foi discutido questões que originavam algumas doenças ocupacionais que são as “doenças do futuro” no ambiente de trabalho. Assédio moral está relacionado com a questão da falta de ética. Provavelmente esse tema voltará a ser discutido em outros módulos em outras disciplinas, em todo caso irá se discutir um pouco agora para cada aluno ter uma noção do que significa o tema. Leia o texto a seguir: Como pode ter visto a importância de saber, entender o Código de Ética do Conselho, por esse motivo sugere leitura para melhor en- tendimento e resolução das questões. Disponível em: http://www.crea-pr.org.br/ws/codigo-de-etica-do-profissional-da- -engenharia-da-agronomia-da-geologia-da-geografia-e-da-meteo- rologia Assédio Moral A 3ª Turma do TST condenou o Banco Bradesco S.A. a indenizar por danos morais, uma profissional chamada de “gerente Gabriela”, pelo superior hierárquico. O gerente regional. O chefe referia-se aos versos da música Modinha para Gabriela, de Dorival Caymmi, co- nhecida na voz de Gal Costa como abertura da novela Gabriela “eu nasci assim, eu cresci assim e sou mesmo assim, vou ser sempre assim” para dizer que ela era incompetente para cumprir metas. 30WWW.UNINGA.BR ENSINO A DISTÂNCIA IN TR OD UÇ ÃO À E NG EN HA RI A DE S EG UR AN ÇA N O TR AB AL HO | U NI DA DE 2 Pelo assédio moral, a empresa deverá pagar R$ 30 mil de indeniza- ção. Relatos de testemunhas descreveram que o assédio envolveu vários gerentes, inclusive a que ajuizou a ação, e que ele chegou a afirmar que “se o capim mudasse de cor,morreriam de fome”. Para a relatora do processo no TST, desembargadora convocada Vania Maria da Rocha Abensur, os atos abusivos do gerente foram devi- damente comprovados. “Sua atitude era de contínua perseguição e prática reiterada de situações humilhantes e constrangedoras, caracterizando assédio moral Fonte: www.tst.jus.br (RR-1660-21.2012.5.01.0013) Disponível em: http://www.protecao.com.br/materias/noticias_ dos_tribunais/edicao_292_abril_de_2016__assedio_moral/AJjbJj Assédio moral é caracterizado quando geralmente um superior (ou não) ao funcionário, exige em excesso ou falta com respeito com piadas relacionadas ao trabalho desmoralizando, fazendo pressão psicológica em comprimento de metas, ações e outros. Se o ambiente de trabalho fosse uma “escola” e os funcionários fossem “alunos” seria chamado de bullying, nesse caso um assédio moral em mesmo nível hierárquico. Repare que o texto mostra brincadeiras de mal gosto, e esse tipo de atitude é combatido e estudado pela segurança do trabalho, pois há estatísticas que mostram que um funcionário que sofre constantes assédio moral fica mais suscetível a acidentes de trabalho. RESPONSABILIDADES As reponsabilidades de um Engenheiro de Segurança do Trabalho, não é diferente das responsabilidades de qualquer outro, talvez um pouco pior, pois o engenheiro foca mais em processos, já o de segurança do trabalho foca mais nas pessoas. O texto a seguir publicado no site da IBGPAT (Instituto Brasileiro de Gestão em Prevenção de Acidentes do Trabalho) mostra a negligência do técnico e do engenheiro de segurança que tiveram de responder por suas responsabilidades. Lembrando, o que especifica o vínculo da empresa x engenheiro se chama ART. Ao ler o texto repare nos trechos grifados: ENGENHEIRO E TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO SÃO PRESOS EM SÃO LEOPOLDO/RS Publicado em 29 de junho de 2015 Engenheiro e Técnicos de Segurança são presos por causa de incêndio. O engenheiro responsável pela Utresa (Usina de Tratamento de Resíduos) e dois Técnicos de Segurança do Trabalho foram presos na madrugada deste sábado em São Leopoldo, na região metropolitana de Porto Alegre (RS). 31WWW.UNINGA.BR ENSINO A DISTÂNCIA IN TR OD UÇ ÃO À E NG EN HA RI A DE S EG UR AN ÇA N O TR AB AL HO | U NI DA DE 2 A Polícia Civil afirma que João Luis Bombarda (Engº), Antônio Joaquim e Felisberto Fonseca (TST) sabiam das diversas irregularidades que contribuíram para um incêndio de grandes proporções ocorrido um terminal da empresa, em Estância Velha. O fogo começou por volta das 12h30 de sexta-feira (24), se alastrou e só foi controlado pelos bombeiros na madrugada de hoje. Os funcionários da empresa são acusados pelos crimes de poluição ambiental, incêndio e descumprimento de licença, legislação ambiental e Normas Regulamentadoras. De acordo com a delegada do Meio Ambiente Elisangela Melo, Bombarda, que é engenheiro químico, tinha conhecimento de inúmeras irregularidades no Plano de Prevenção e Combate à Incêndio e Licenciamento Ambiental da empresa. ‘Não havia mecanismos, como hidrantes, para dar conta dos focos de incêndio. O laudo preliminar indicou presença de poliuretano, material altamente tóxico e inflamável e, com o calor, entra facilmente em autocombustão’, disse. A delegada destacou, ainda, que o responsável técnico da Utresa deve responder pelos crimes de poluição, incêndio e descumprimento de licença ambiental. Se condenado, poderá pegar até cinco anos de prisão. Entre as irregularidades estariam a falta de hidrantes e o não funcionamento de uma bomba de água próxima do local do incêndio. A defesa do engenheiro e dos Técnicos já entraram com pedido de relaxamento da prisão, segundo a polícia. Carece de uma discussão ampla da categoria de prevencionista do país sobre quem legalmente é responsável pela segurança dos trabalhadores em seus ambientes de trabalho. A discussão surge após a prisão, por serem acusados de negligência. De acordo com as primeiras informações, a autoridade policial encontrou indícios que os três profissionais tinham conhecimento das condições irregulares e que não tomaram as providências necessárias para evitar o incêndio na empresa. Ainda conforme as informações relatadas na reportagem, a autoridade policial em nenhum momento cita o dono da empresa, como sabedor das condições irregulares que acabaram contribuindo para o incêndio em instalações na sua empresa. Segundo especialista em Direito, a empresa deveria ter este conhecimento e providenciar para que as ações de controle fossem realizadas. Para os profissionais de segurança caberia identificar estas condições e relatar por meio de documentos, as formas de melhoria ao seu empregador. Se elas serão executadas ou não, isto fica a critério do patrão e não de seus funcionários, eles não têm o poder de execução, têm o da gestão de perigos ambientais. Portanto, se existem irregularidades e elas não estão sendo executadas, por quem tem o poder econômico para executar, e isso o empregador tem, neste caso a culpa possivelmente não é dos trabalhadores, é sim da empresa. No entanto, quem deve responder perante o judiciário é justamente ele, o proprietário da empresa. Se os três profissionais tinham conhecimentos dos riscos de incêndio e o que sabia o empresário sobre tudo isto? Porque ele não foi preso também?” Fonte: http://www.ibgpat.org.br/engenheiro-e-tecnico-de-seguranca-do-trabalho-sao-presos-em-sao-leo- poldors/ Acesso: fev/2018. O texto é muito bom, pois relata claramente a responsabilidade das pessoas que possuem conhecimento, que são pagas para gerenciar situações de segurança do trabalho, no entanto foram negligentes. Toda vez que um cidadão ou um engenheiro se torna negligente em relação a uma lei, ele assume a culpa. O que os técnicos e o engenheiro deveriam fazer? Encaminhar para o responsável pela empresa, documento formal, por escrito, coletando a assinatura dele, alertando aos riscos existentes devido ao sistema de prevenção de incêndio não estar funcionando, mais especificamente o de hidrante e bombas. 32WWW.UNINGA.BR ENSINO A DISTÂNCIA IN TR OD UÇ ÃO À E NG EN HA RI A DE S EG UR AN ÇA N O TR AB AL HO | U NI DA DE 2 Esse procedimento isentaria a culpa dos profissionais transferindo para o proprietário da empresa. Possivelmente, o proprietário não terá grandes problemas, pois ele é considerado leigo e muitas vezes “não conhece” as regras técnicas e por essa razão ele contratou 02 técnicos e 01 engenheiro de segurança do trabalho. O texto foi citado para explicar como é de grande importância as responsabilidades de um engenheiro, independentemente de sua função, seja a frente de uma grande empresa na produção ou na segurança do trabalho. E conforme a negligencia pode-se ter maiores complicações como pagamento de pensões, prisão, perda do registro, ou penas alternativas. Veja o Código Civil Brasileiro: “Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”. Ou seja, a negligência ocorrida pelos técnicos e o engenheiro, faz torna-se um ato ilícito. “Art. 942. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão solidariamente pela reparação”. Ou seja, o dano é para todos, técnicos e para o engenheiro, cada um assumindo sua culpa relativo sua responsabilidade, figura 06. Figura 6 – Engenheiro e Técnico. Fonte: Iegran (2015). Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização,além das despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu. O texto, não informa se houve morte ou alguma lesão de algum funcionário, mas caso tenha ocorrido os culpados terão que arcar com esse ônus também. 33WWW.UNINGA.BR ENSINO A DISTÂNCIA IN TR OD UÇ ÃO À E NG EN HA RI A DE S EG UR AN ÇA N O TR AB AL HO | U NI DA DE 2 Figura 7 – Lesões. Fonte: Iegran (2015). Veja como é gigantesca a responsabilidade de um engenheiro, e como é grandiosa e magnífica, saber que em sua profissão, poderá melhorar o ambiente de trabalho dele, e até mesmo salvar sua vida. UNIDADE 34WWW.UNINGA.BR ENSINO A DISTÂNCIA SUMÁRIO DA UNIDADE INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................... 35 DEFINIÇÕES ............................................................................................................................................................. 36 ACIDENTE DO TRABALHO ...................................................................................................................................... 39 ACIDENTE DE TRABALHO PROF. ME. EDINALDO FAVARETO GONZALEZ 03 35WWW.UNINGA.BR ENSINO A DISTÂNCIA IN TR OD UÇ ÃO À E NG EN HA RI A DE S EG UR AN ÇA N O TR AB AL HO | U NI DA DE 3 INTRODUÇÃO O conceito de acidente se questionado a um leigo será uma regra muito mais severa do que estabelece a própria definição. O leigo irá considerar acidente de trabalho, algo do tipo, “tem que sair sangue”, para as regras estabelecidas atualmente, não é necessariamente isso. Segundo o art. 19 da Lei nº 8.213/91, acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. Segundo a Norma de Certificação Segurança do Trabalho, padrão internacional, OHSAS 18000, “Evento não-planejado que resulta em morte, doença, lesão dano ou outra perda”. Independente qual seja a definição de acidente o fato é que há uma perda, um dano, e que o grande prejudicado é o acidentado, o trabalhador, suas famílias. Em todo caso, se unir as duas definições pode-se obter o seguinte conceito: Qualquer imprevisto que ocorre durante a atividade do trabalhador que lhe provoca uma lesão ou doença. Observe que se coloca é algo bastante abrangente “qualquer imprevisto”, mais adiante se irá detalhar esses fatos mais claramente. Outra situação importante a ser esclarecida que para o Governo a definição de acidente de trabalho é: aquele que tem afastamento. No caso da engenharia de segurança do trabalho é: qualquer evento não planejado que pode até não ter resultado em lesão ou doença. 36WWW.UNINGA.BR ENSINO A DISTÂNCIA IN TR OD UÇ ÃO À E NG EN HA RI A DE S EG UR AN ÇA N O TR AB AL HO | U NI DA DE 3 Definições • Acidente de trabalho Típico: É aquele que ocorre no local e durante o trabalho, considerando como um acontecimento súbito, violento e ocasional provocando no trabalhador uma incapacidade temporária ou permanente, para a prestação de serviço. Pode-se citar como exemplos: cortes, quedas, queimaduras, batidas, contato com produtos químicos – pele/vias aéreas, choque elétrico, etc. Figura 1 – Típico. Fonte: Redação Revista Proteção (2010). O acidente típico é o mais comum, pois em sua maioria, ele ocorre dentro do espaço da empresa, podendo o risco e as medidas preventivas, serem avaliados, e controlados pelos técnicos e engenheiros de segurança do trabalho. Segundo Gonzalez 2017, uma medida simples para se evitar acidentes de trabalho é manter o ambiente de trabalho limpo e organizado livre de materiais/equipamentos inúteis, ou seja, aplicação de Programa 5S. • Acidente de trabalho de Trajeto: É o acidente sofrido pelo empregado no percurso da residência para o local de trabalho ou vice-versa, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do empregado. Deixa de caracterizar-se como “acidente de trajeto” quando o empregado tenha, por interesse próprio, interrompido ou alterado o percurso normal. 37WWW.UNINGA.BR ENSINO A DISTÂNCIA IN TR OD UÇ ÃO À E NG EN HA RI A DE S EG UR AN ÇA N O TR AB AL HO | U NI DA DE 3 Figura 2 – Trajeto. Fonte: BBB (2018). • Doença do trabalho segundo a Lei Nº 8.213/91 - Art 20: I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social. Outra explicação mais clara sobre a doença do trabalho, decorre do exercício continuado ou intermitente de atividade laborativa capaz de provocar lesão por ação mediata. Exemplo: se um frentista que trabalha num determinado posto de combustível e depois de um tempo trabalhando nessa atividade, ele apresentou problemas respiratórios, devido a respiração de hidrocarboneto existente nos combustíveis, é um exemplo de doença do trabalho relacionado a sua atividade. Figura 3 – Doença. Fonte: Ruff (2017). 38WWW.UNINGA.BR ENSINO A DISTÂNCIA IN TR OD UÇ ÃO À E NG EN HA RI A DE S EG UR AN ÇA N O TR AB AL HO | U NI DA DE 3 • Doença profissional ou ocupacional segundo a Lei Nº 8.213/91 - Art 20: “II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso I”. Exemplo: se um atendente que trabalha com digitação, num determinado escritório de um posto de combustível a beira de uma rodovia de trânsito intenso e pesado, provocando uma quantidade de ruído excessivo durante todo o dia, em virtude disso adquire uma Perda Auditiva Induzida por Ruído Ocupacional (PAIR), apesar de não fazer parte de sua ocupação, ele teve perda auditiva, é um exemplo de doença do trabalho. Pois não está relacionada a sua profissão, a doença que ele poderia apresentar seria proveniente da digitação. Figura 4 – Doenças. Fonte: Géssyca (2011). É importante salientar que a mesma lei, estabelece o que não pode ser considerada doenças relativas ao trabalho: “§ 1º Não são consideradas como doença do trabalho: a) a doença degenerativa; b) a inerente a grupo etário; c) a que não produza incapacidade laborativa; d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho”. Doenças degenerativa pode se citar como sendo, alzheimer, diabetes, hipertensão, parkinson, arteriosclerose, osteoporose, esclerose múltipla, reumatismo, esclerose lateral amiotrófica, alguns tipos de câncer, e outros, lembrando que muitos canceres são provocados pelo ambiente de trabalho, exemplo, respiração de produtos químicos, trabalhadores em minas de carvão - câncer em pulmão, e outras relações. 39WWW.UNINGA.BR ENSINO A DISTÂNCIA IN TR OD UÇ ÃO À E NG EN HA RI A DE S EG UR AN ÇA N O TR AB AL HO | U NI DA DE 3 • Acidente impessoal: acidente cuja caracterização independe de existir acidentado, não podendo ser considerado
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