Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
07/03/2021 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 1/15 CONCEITO DA TEORIA DE GRAFOS TEM POR OBJETIVO APRESENTAR O CONCEITO DA PESQUISA OPERACIONAL AUTOR(A): PROF. CLAUDINEIA HELENA RECCO TEORIA DE GRAFOS Considerações Históricas (ANDRADE, 1980 apud Marins (2009, p. 99)) Os habitantes da cidade de Königsberg, atualmente denominada Kaliningrado, exclave russo entre a Polônia e a Lituânia, à beira do Mar Báltico, estavam muito intrigados com um problema que se aparecia em seus costumeiros passeios a duas ilhas do Rio Pregel. Essas ilhas ligavam-se às margens do rio por intermédio de 6 (seis) pontes, além de uma sétima que interligava as duas ilhas. Tudo conforme aparece na figura 1. A curiosidade surgiu, pois nenhum dos frequentadores do local era capaz de percorrer essas sete pontes sem passar mais de uma vez por uma delas. 07/03/2021 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 2/15 O matemático Euler, em 1735, apresentou à Academia de S. Petersburgo a primeira demonstração de impossibilidade de resolução do referido problema. Euler usou uma representação esquemática (modelo de grafo) onde cada ponte foi representada por um segmento de reta (aresta) e cada ilha ou margem do rio por um ponto (nó ou vértice); conforme figura 2, onde as Ilhas são os pontos B e D e as Margens são os pontos A e C. Nota-se que a representação esquemática apresentado na figura 2 apresenta a mesma situação apresentado na figura 1, sob o ponto de vista de ordem e continuidade. Euler demonstrou a impossibilidade de se percorrer toda a figura 2 sem levantar o lápis do papel (o que equivaleria passar por todas as pontes) e sem percorrer mais de uma vez a mesma aresta. Esta foi a primeira notícia do emprego de um modelo de grafos, na demonstração de uma propriedade geométrica. Euler denominou de grau de um nó (ou vértice) o número de arestas que tocam nesse nó. Por exemplo, A, D e C são nós do terceiro grau, enquanto B é do quinto. Euler concluiu de que somente os grafos onde todos os seus nós têm grau par podem oferecer a propriedade geométrica de poderem ser desenhados de uma só vez, sem levantar o lápis do papel. (Marins, 2009, p. 99) Diversos problemas de programação linear, inclusive os problemas de transporte, podem ser modelados como problema de fluxo de redes. Algoritmos específicos para determinados tipos de problemas podem ser mais convenientes para a sua solução do que algoritmos mais genéricos. Antes de continuar, serão apresentadas algumas definições da teoria dos grafos. Conceitos Básicos de Grafos Definições de Grafo Definição 1: Um grafo é uma estrutura que corresponde a um par de conjuntos G = (V, A), onde: (Marins, 2009, p. 103) 07/03/2021 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 3/15 (i) V é um conjunto não vazio, cujos seus elementos são denominados de vértices ou nodes e pode representar o conjunto de entidades. Por exemplo, estas entidades podem estar associadas a pontos, locais, pessoas, áreas geográficas. (ii) A representa o conjunto de arestas, sendo estas um par ordenado a=(c, d), com c e d pertencente a A, esse para ordenado (ou elementos) são ligações ou inter-relações entre os elementos de A. Por exemplo, as ligações podem ser estradas, parentescos e fronteiras entre áreas geográficas Exemplo 1. Explicação da definição de Grafo. (Marins, 2009, p. 103) Observe-se que em (a), não se faz presente a ideia de orientação, este seria um exemplo de grafo não orientado, enquanto que em (b), onde a orientação é importante, seria um grafo orientado. Representações de um Grafo O grafo pode ser representado geometricamente em forma de diagramas conforme a figuras 3, 4 e 5 ou sob a forma de matriz. 07/03/2021 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 4/15 Definição 2: Um grafo linear consiste em diversos nós, ou pontos, sendo que cada nó deve estar conectado a um ou mais nós por arcos. Um exemplo de um grafo linear é apresentado na figura 6. Definição de Matriz de Adjacência Considere G = (V, A), um grafo (orientado ou não). A matriz de adjacência é representada da seguinte forma: (Marins, 2009, p. 104) 07/03/2021 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 5/15 Exemplo 2. Um Grafo Não Orientado com 4 nós e 5 arestas e a sua matriz de adjacência X estão ilustrados na figura 7. (Marins, 2009, p. 104) Definição de Matriz de incidência Seja G = (V, A) um grafo orientado. A matriz de incidência é representada da seguinte forma: Exemplo 3. Um Grafo orientado com 6 nós e 8 arcos está apresentado pela figura 8. Na sequência apresenta- se a sua Matriz de incidência. (Marins, 2009, p. 106) 07/03/2021 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 6/15 Definição de Grafos Valorados A cada nó de grafo e/ou a cada aresta (ou arco) pode estar associado um número (peso, custo ou valor). Neste caso, diz-se que G = (V, A) é um grafo valorado (ver figura 9). (Marins, 2009, p. 106) Definição de Cadeia num Grafo Uma cadeia de um grafo é uma sequência de arcos, ou arestas, de modo que cada arco tenha uma das suas extremidades em comum com os arcos antecedente e subsequente, com exceção do arco inicial e do arco terminal da cadeia. (Marins, 2009, p. 106) Definição Grafo Direto 07/03/2021 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 7/15 Um grafo direto (ou rede direta) é um grafo em que o fluxo ao longo de um arco pode ser efetuado apenas em um sentido. Entretanto, pode-se substituir um arco com fluxo nos dois sentidos por dois arcos em sentidos opostos. Desta forma, podemos utilizar redes diretas sem que o modelo esteja perdendo a sua generalidade. Definição de Caminho num Grafo Definição 1: Um caminho ou canal é um conjunto ordenado de arcos que conectam dois nós através de nós intermediários, cada um dos quais estando exatamente em dois arcos do canal. Um exemplo de canal no grafo apresentado na figura 6 é o conjunto dos arcos 1, 5 e 7, que conectam os nós a e c através dos nós b e e. Definição 2: Um caminho é uma cadeia na qual todos os arcos possuem a mesma orientação. Na figura 9 exemplifica-se uma cadeia e um caminho num grafo com 7 nós e 9 arcos. (Marins, 2009, p. 107) Definição de Comprimento de uma Cadeia ou de um Caminho em Grafos Valorados Se o grafo é valorado, o comprimento é obtido através da soma dos valores associados aos arcos que compõem a Cadeia ou o Caminho. (Marins, 2009, p. 107) Definição Grafo Conectado Um grafo conectado é um grafo no qual existe caminho entre qualquer par de nós. O grafo das figuras 6 e 10 são grafos conectados. Definição Um laço é um canal que conecta um nó a ele mesmo. Em G apresentado na figura 11 há três ocorrências de laços para um grafo não orientado. 3 07/03/2021 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 8/15 Voltando a figura 6 nota-se que os arcos 1, 5, 7, 8, 9 e 2 formam um laço conectando o nó a (ou qualquer outro nó do canal) e a si mesmo. Definição de Ciclo num Grafo Um ciclo é uma cadeia fechada simples. (Marins, 2009, p. 108) Definição de Circuito num Grafo Um circuito é um ciclo formado por arcos que têm a mesma orientação. (Marins, 2009, p. 108) Na figura 12 têm-se uma ilustração de um ciclo e de circuito num grafo com 4 nós e 5 arcos. 07/03/2021 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 9/15 Definição de Grafo Conexo e Grafo Desconexo Um grafo G = (V, A) é conexo, quando para qualquer par de nós (i, j) de V existe uma cadeia em A, cujas extremidades estão em i e j (ver figura 13). De outra forma G é dito ser desconexo. Todo grafo desconexo pode ser decomposto em componentes conexas (ver Figura 14) (Marins, 2009, p. 108) 07/03/2021 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 10/15 Definição deÁrvore Uma árvore é um grafo conectado que não contém laços. Exemplos de árvores no grafo da figura 6 incluem os arcos 1, 3, 4, 6, 8 ou os arcos 2, 3, 4, 5, 8. O conjunto de arcos 1, 2, 3, 4, 7, 8 contém um laço (1, 2, 3), portanto não é uma árvore; o conjunto de arcos 1, 3, 7, 8, apesar de não conter laços, não forma uma árvore por não ser um grafo conectado. Pode ser provado que uma árvore com n nós possui (n - 1) arcos e há pelo menos dois extremos (nós em apenas um arco) em uma árvore. Definição de Árvore, Floresta num Grafo. Uma árvore (figura 16) é um grafo conexo sem ciclos, enquanto uma floresta é um grafo cujas componentes conexas são árvores. (Marins, 2009, p. 110) 07/03/2021 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 11/15 Teorema: Seja G = (V, A) um grafo, tal que se tem n = número de nós e n > 2. As seguintes proposições são equivalentes: (Marins, 2009, p. 110) (i) G é uma árvore; (ii) G é conexo e sem ciclos; (iii) G é sem ciclos e tem n-1 arestas; (iv) G é conexo e tem n-1 arestas; (v) G é sem ciclos e por adição de uma aresta se cria um e somente um ciclo; (vi) G é conexo, mas deixa de sê-lo se uma aresta é suprimida; (vii) Todo par de nós de G é unido por uma e uma só cadeia simples. Aplicações da teoria de Grafos A seguir passa-se a descrever sucintamente algumas aplicações contemporâneas de Teoria dos Grafos extraídas de Marins (2009, p. 101). Um problema de montagem (ANDRADE, 1980 apud Marins (2009, p. 101)) Uma indústria dispõe de três setores de montagem (A, B e C) alimentados por três Departamentos (D1, D2 e D3). Como a alimentação é feita por esteiras móveis, todas situadas num plano, é necessário estabelecer um projeto de implantação de tal forma que uma esteira não intercepte a outra. Uma solução em estudo está ilustrada na figura 17, onde há interferência da esteira do Departamento 2 que alimenta o setor de montagem B na esteira do Departamento 3 que alimenta o setor A (indicado pela seta). 07/03/2021 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 12/15 Verifica-se que o envio do abastecimento D3 para setor de montagem A intercepta o abastecimento D2 - B. Neste tipo de grafo, conhecido como K3,3, não há solução, ou seja, qualquer outra tentativa levará sempre a esta intersecção indesejável. Em Teoria dos Grafos existe uma área denominada Grafos Planares em que se estuda esta situação. A detecção desses pontos de cruzamento planar tem uma importância fundamental em vários outros casos, como na implantação de viadutos em projetos viários ou na fabricação de chips para equipamentos eletrônicos. Um Problema de Localização Uma indústria necessita instalar-se em qualquer uma das vinte cidades maiores consumidoras dos seus produtos. A escolha desta cidade deve ser tal que o custo de distribuição dos seus produtos para os centros consumidores seja o menor possível. O problema é determinar qual a sequência de cidades, a partir daquela onde foi instalada a indústria, cujo custo total de distribuição seja mínimo. Trata-se, pois, de analisar, entre todas as permutações possíveis entre essas cidades, qual a mais econômica. Há um número muito grande de possibilidades (20!) o que inviabiliza um procedimento exaustivo de testar todas as possibilidades. A Teoria dos Grafos oferece uma importante ajuda na solução deste problema. ATIVIDADE FINAL 07/03/2021 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 13/15 Dado o Grafo a seguir determine um caminho que liga o nó s ao nó t. A. O grafo não apresenta um caminho de s a t B. Pode-se dizer que as arestas 10, 16 e 7 formam um caminho. C. Pode-se dizer que as arestas 8, 16 e 7 formam um caminho. D. Pode-se dizer que as arestas 10, 14 e 15 formam um caminho. Dado o Grafo a seguir determine um circuito. A. O grafo não apresenta um circuito. B. Pode-se dizer que as arestas 1, 3, 5, 7, 4 e 8 formam um circuito. C. Pode-se dizer que as arestas 13, 4 e 11 formam um circuito. D. Pode-se dizer que as arestas 14, 13 e 2 formam um circuito. Dado o Grafo a seguir identifique um laço. 07/03/2021 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 14/15 A. Os nós 1, 2 e 5 formam um laço. B. Os nós 1, 5 e 6 formam um laço. C. Os nós 1, 2 e 3 formam um laço. D. O grafo não apresenta laço. REFERÊNCIA ANDRADE, M.C.Q. Criação no Processo Decisório. Rio de Janeiro: LTC, 1980. MARINS, F. A. S. Introdução à Pesquisa Operacional. Guaratinguetá: UNESP, 2009. MELLO, J. C. C.B. S. de. NOTAS DE AULA. POII-UFF. s/a. 07/03/2021 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 15/15
Compartilhar