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Introdução à Engenharia - Material Didático

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INTRODUÇÃO À 
ENGENHARIA 
MATERIAL 
DIDÁTICO 
20211.A 
1 
 
Sumário 
 
UNIDADE 1. A Engenharia ......................................................................................... 4 
OBJETIVOS DA UNIDADE ............................................................................................................... 4 
TÓPICOS DE ESTUDO ...................................................................................................................... 4 
Visão geral da carreira .......................................................................................................................... 4 
A ENGENHARIA ............................................................................................................................ 5 
ÉTICA PROFISSIONAL E DEVERES DO ENGENHEIRO ......................................................... 5 
O ENGENHEIRO NO MERCADO DE TRABALHO .................................................................... 6 
Breve histórico da Engenharia .............................................................................................................. 7 
A ENGENHARIA NO MUNDO ..................................................................................................... 7 
MARCOS HISTÓRICOS IMPORTANTES .................................................................................... 7 
A ENGENHARIA NO BRASIL ...................................................................................................... 9 
Regulamentação da carreira ................................................................................................................ 10 
INSTITUIÇÕES REGULAMENTADORAS ................................................................................ 10 
ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA – ART ..................................................... 10 
CERTIDÃO DE ACERVO TÉCNICO – CAT .............................................................................. 11 
EXERCÍCIO ILEGAL DA PROFISSÃO ...................................................................................... 11 
Modalidades da Engenharia ................................................................................................................ 11 
O engenheiro e a comunicação ........................................................................................................... 14 
PROCESSO DE COMUNICAÇÃO .............................................................................................. 14 
O RELATÓRIO TÉCNICO ........................................................................................................... 15 
Linguagem técnica .............................................................................................................................. 16 
CARACTERÍSTICAS DA LINGUAGEM TÉCNICA.................................................................. 16 
SISTEMA INTERNACIONAL DE UNIDADES (SI) .................................................................. 17 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT) ........................................... 18 
SINTETIZANDO ............................................................................................................................... 20 
Unidade 2 – Realizações e desafios da engenharia ................................................... 21 
OBJETIVOS DA UNIDADE ............................................................................................................. 21 
TÓPICOS DE ESTUDO .................................................................................................................... 21 
O engenheiro e a sociedade ................................................................................................................ 21 
AS MAIORES REALIZAÇÕES DA ENGENHARIA NO SÉCULO XX .................................... 21 
OS DESAFIOS PARA O ENGENHEIRO NO SÉCULO XXI ..................................................... 27 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ................................................................................... 28 
TRANSFORMAÇÕES DIGITAIS NA INDÚSTRIA ................................................................... 28 
O engenheiro e o mercado de trabalho ............................................................................................... 31 
COMPETÊNCIAS TÉCNICAS E COMPORTAMENTAIS ......................................................... 31 
ÁREAS DE ATUAÇÃO E OCUPAÇÕES TÍPICAS .................................................................... 33 
Ética profissional ................................................................................................................................ 35 
2 
 
PRINCÍPIOS ÉTICOS ................................................................................................................... 36 
DEVERES ...................................................................................................................................... 37 
DIREITOS ...................................................................................................................................... 38 
CONDUTAS VEDADAS E INFRAÇÕES ÉTICAS ..................................................................... 38 
SINTETIZANDO ............................................................................................................................... 40 
UNIDADE 3. Ciência e tecnologia ............................................................................. 41 
OBJETIVOS DA UNIDADE ............................................................................................................. 41 
TÓPICOS DE ESTUDO .................................................................................................................... 41 
Sobre a pesquisa tecnológica .............................................................................................................. 42 
CONCEITO DE PESQUISA .......................................................................................................... 42 
PESQUISA CIENTÍFICA E PESQUISA TECNOLÓGICA ......................................................... 43 
CLASSIFICAÇÃO DAS PESQUISAS .......................................................................................... 44 
MÉTODO DE PESQUISA ............................................................................................................. 45 
ORGANIZAÇÃO DA PESQUISA ................................................................................................ 48 
Ciência e tecnologia ............................................................................................................................ 49 
CONCEITOS DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA ............................................................................ 49 
CIÊNCIA, TECNOLOGIA E SOCIEDADE ................................................................................. 51 
A CIÊNCIA, A TECNOLOGIA E A SUSTENTABILIDADE ..................................................... 52 
Ensino de engenharia, ciência e tecnologia ........................................................................................ 53 
A PESQUISA DENTRO DA UNIVERSIDADE .......................................................................... 53 
INSTITUIÇÕES DE PESQUISA NO BRASIL ............................................................................. 54 
Exemplo de um trabalho de engenharia e pesquisa ............................................................................ 54 
EXEMPLO DE UM TRABALHO DE ENGENHARIA ............................................................... 54 
EXEMPLO DE UM TRABALHO DE PESQUISA ...................................................................... 55 
SINTETIZANDO ............................................................................................................................... 56 
UNIDADE 4. Projetos em engenharia ...................................................................... 57 
OBJETIVOSDA UNIDADE ............................................................................................................. 57 
TÓPICOS DE ESTUDO .................................................................................................................... 57 
O que é um projeto? ............................................................................................................................ 57 
FASES DE UM PROJETO ............................................................................................................ 58 
O ENGENHEIRO PROJETISTA .................................................................................................. 60 
Abordagem de problemas em engenharia........................................................................................... 62 
O ENGENHEIRO COMO SOLUCIONADOR DE PROBLEMAS .............................................. 63 
Projeto de produtos e sistemas ............................................................................................................ 64 
DEFINIÇÃO DO PROBLEMA E ESCLARECIMENTO DOS OBJETIVOS ............................. 66 
PROJETO CONCEITUAL ............................................................................................................. 69 
PROJETO PRELIMINAR .............................................................................................................. 71 
PROJETO DETALHADO ............................................................................................................. 72 
Princípios de gerenciamento de projetos ............................................................................................ 73 
3 
 
INTEGRAÇÃO, ESCOPO E TEMPO ........................................................................................... 73 
CUSTO E QUALIDADE ............................................................................................................... 74 
RECURSOS HUMANOS E COMUNICAÇÃO ............................................................................ 75 
SINTETIZANDO ............................................................................................................................... 76 
 
 
4 
 
UNIDADE 1. A Engenharia 
 
OBJETIVOS DA UNIDADE 
 
• Trazer ao estudante uma visão geral da profissão de engenheiro; 
• Introduzir conceitos e processos habituais da profissão e da carreira acadêmica; 
• Contextualizar a Engenharia na história da humanidade; 
• Exemplificar diferentes modalidades de Engenharia; 
• Trazer diretrizes e características acerca da linguagem técnica. 
 
TÓPICOS DE ESTUDO 
 
Visão geral da carreira 
A profissão de Engenharia é uma das mais antigas do mundo. Ela, contribuindo ativamente com 
pesquisas e estudo, acompanhou o desenvolvimento das civilizações e a evolução da sociedade ao longo 
da História. 
Natural das ciências exatas, a Engenharia é hoje um dos cursos de graduação mais procurados pelos os 
estudantes. Isso porque é uma profissão muito abrangente e útil. Se olharmos à nossa volta, é 
praticamente impossível encontrar algo que não envolva os conhecimentos da Engenharia, considerando 
desde aviões, eletrônicos e smartphones até o tubo da nossa pasta de dente. 
Frente a essa profissão, está o engenheiro, responsável por absolver todo o conhecimento técnico e 
teórico e trazê-lo para a sociedade, para operar mudanças e criações de diversos níveis. O engenheiro, 
além de dominar o conteúdo técnico, precisa desenvolver outras habilidades e saber seus deveres e 
obrigações, para poder exercer sua profissão com êxito. 
 
5 
 
A ENGENHARIA 
O termo engenharia vem da palavra engenho que, por sua vez, deriva do latim ingenium, isto é, qualidade 
inata ou natural, inteligência. Na Engenharia se observa a aplicação dos conhecimentos científicos da 
Matemática e das ciências naturais, associados a métodos empíricos, obtidos através de experiência e 
prática, com o objetivo de utilizar 
materiais e a natureza em prol de 
benefícios ao ser humano. 
O engenheiro é o responsável pela 
aplicação da Engenharia na sociedade 
e, para isso, precisa muito mais do que 
somente conhecimento científico. 
Podemos pensar, por exemplo, em 
habilidades e deveres éticos e sociais 
para um melhor exercício da profissão. 
Segundo os autores Walter Antonio 
Bazzo e Luiz Teixeira do Vale Pereira 
no livro Introdução à Engenharia: 
conceitos, ferramentas e 
comportamentos, de 2006, o 
profissional deve possuir as seguintes 
competências e habilidades: 
No Brasil, a Engenharia é 
regulamentada pela Lei nº 5.194, de 24 
de dezembro de 1966, que caracteriza 
a profissão pela realização de interesse 
social e humano, e pela realização dos 
seguintes empreendimentos: 
 
ÉTICA PROFISSIONAL E DEVERES DO ENGENHEIRO 
Todo profissional deve respeitar padrões e valores da sociedade e do ambiente de trabalho, o que se 
denomina ética profissional. 
As engenharias são regidas por um Código de Ética Profissional, elaborado pelo Conselho Federal de 
Engenharia e Agronomia (Confea), que enuncia os fundamentos éticos e as condutas necessárias à boa 
6 
 
e honesta prática das profissões da Engenharia, Agronomia, Geologia, Geografia e Meteorologia. O 
documento, intitulado "Código de ética profissional da engenharia, arquitetura, da agronomia, da 
geologia, da geografia e da meteorologia, teve sua décima edição publicada em 2018". 
O código traz disposições sobre os princípios da profissão, deveres dos profissionais, condutas vedadas, 
direitos e infrações de ética. Entre os direitos assegurados pelo Código de Ética Profissional do 
engenheiro, estão o piso salarial, a proteção da sua propriedade intelectual e condições de trabalho 
dignos, eficazes e seguros. 
 
São, segundo o Código de Ética Profissional, deveres do engenheiro: 
 
O ENGENHEIRO NO MERCADO DE TRABALHO 
O engenheiro pode atuar no mercado de diferentes formas: 
 
 
7 
 
Breve histórico da Engenharia 
Não se sabe ao certo pontuar a data exata do início da Engenharia. A história da profissão, na realidade, 
se confunde com a própria história da humanidade. Portanto, descrever toda a história da engenharia 
resultaria em um conteúdo muito extenso e complexo, pois grande parte da evolução da sociedade, desde 
os primórdios até os dias de hoje, envolveu a profissão de engenharia, de forma direta ou indiretamente, 
em diversos níveis 
Diante disso, é importante que o futuro engenheiro saiba reconhecer alguns marcos históricos relevantes 
à profissão, podendo situá-la dentro do desenvolvimento e da evolução da sociedade e, assim, sabendo 
destacar sua importância e relevância social ao longo dos anos. 
Vejamos mais sobre isso nos tópicos seguintes. 
A ENGENHARIA NO MUNDO 
As atividades que hoje compõem as engenharias são desenvolvidas desde a pré-história. Utilizar o 
conhecimento e experiência semelhantes aos da Engenharia, para gerar benefícios e aumentar o nível da 
qualidade de vida, faz parte da rotina do ser humano desde os primórdios, quando tais ações eram ainda 
fruto apenas do empirismo e da intuição. 
O marco para o surgimento da Engenharia tal como a conhecemos foi no século XVIII, quando cientistas 
e estudiosos passaram a buscar conjuntos ordenados de doutrinas para solucionar problemas. Agora não 
bastava apenas que uma edificação se erguesse ou uma ferramenta funcionasse: era importante saber as 
leis da Física e as equações matemáticas que 
fundamentavam isso. Daí surgiram as bases científicas que 
viriam a constituir, dentre outras ciências, a Engenharia. 
A palavra “engenheiro” só começou a ser usada no século 
XI, para definir alguém que criava invenções engenhosas e 
práticas através de conhecimento cientifico. O primeiro 
título de engenheiro foi usado pelo inglês John Smeaton 
(1724 - 1792), que se nomeou engenheiro civil ao ser o 
responsável pela construção do Farol de Eddystone, no 
Reino Unido, em 1756. 
Porém, o ensino de engenhariasó foi comprovado por volta 
de 1747, quando a École Nationale des Ponts et Chaussés, 
em Paris, ministrou um curso regular de Engenharia, 
diplomando profissionais com esse título. Na mesma época, 
a École Nationale Supérieure des Mines, também de Paris, 
formava engenheiros de minas. 
MARCOS HISTÓRICOS IMPORTANTES 
Quando se fala da história da Engenharia, também é 
importante retomar Leonardo da Vinci (1452 - 1519). 
Cientista, matemático, inventor, anatomista, pintor, 
escultor, arquiteto, botânico, poeta e músico, Da Vinci se 
dedicou a inúmeros projetos, das mais diversas ordens, 
sendo um dos mais importantes a roda d'água horizontal 
(Figura 2). Seu princípio de funcionamento foi utilizado 
para a construção da turbina hidráulica, hoje projetadas 
especificamente para transformar a energia hidráulica de um 
fluxo de água em energia mecânica, na forma de torque e 
velocidade de rotação. 
 
8 
 
Em 1638, Galileu Galilei fez seu marco na engenharia e 
na ciência moderna. O físico, matemático, astrônomo e 
filósofo publicou seu famoso livro The New Sciences, no 
qual deduziu o valor da resistência à flexão de uma viga 
engastada numa extremidade, suportando o peso de sua 
extremidade livre. Assim, tem-se o início do estudo da 
resistência dos materiais como ciência. 
O marco temporal mais importante na história da 
Engenharia foi a Revolução Industrial, um conjunto de 
mudanças que ocorreram na Europa nos séculos XVIII e 
XIX. A substituição do trabalho artesanal por máquinas 
foi a maior novidade da época e, por isso, marca diversas 
renovações no mundo profissional e inovações. 
Marcante nesse período foi a implantação de motor à vapor na indústria de tecelagem, por volta de 1782. 
A máquina funciona obedecendo as leis da Termodinâmica, baseada no princípio do calor como fonte 
de energia. 
A utilização do motor elétrico como fonte de energia, que substituiu os complicados sistemas de 
aproveitamento da energia diretamente da natureza, teve uma história mais longa, e se iniciou somente 
em 1832, quando o cientista italiano S. Dal Negro construiu a primeira máquina de corrente alternada 
com movimento de vaivém. 
Em 1833, o inglês W. Ritchie construiu um pequeno motor elétrico, cujo núcleo de ferro enrolado girava 
em torno de um ímã permanente. Mas o motor elétrico só foi mesmo ser utilizado em 1838, quando o 
professor alemão Moritz Hermann Von Jacobi aplicou-o em uma lancha, ficando comprovada a prática 
da energia elétrica em trabalho mecânico. 
 
 
Em 1866, o inventor alemão Werner Siemens construiu um gerador sem ímã 
permanente, cujo próprio enrolamento do rotor era responsável pela tensão 
necessária para o magnetismo e, finalmente, o motor elétrico pôde funcionar 
através da energia elétrica. 
 
 
Também em meados do século XIX, as vantagens da tecnologia da era industrial começam lentamente 
a chegar aos Estados Unidos e proporcionam a criação de um grande feito tecnológico norte-americano 
do século XIX, a primeira ferrovia transcontinental. A obra conectava as costas do oceano Pacífico ao 
oceano Atlântico, e pela primeira vez na História, uma malha ferroviária ligava duas costas marítimas, 
sendo até hoje referência no campo da construção ferroviária. 
 
 
Outro principal marco da Engenharia Mecânica foi por volta de 1852, 
quando uma empresa norte-americana de estrados precisou que seus 
produtos se erguessem até o último andar da fábrica. 
Foi então que Elisha Graves Otis, engenheiro mecânico da empresa 
projetou uma plataforma que deslizasse dentro de um poço através de 
um sistema de catracas, o que viria a ser o elevador. 
 
9 
 
Na Engenharia Elétrica, em um dos marcos mais recentes, em 1888, Heinrich Hertz transmitiu pela 
primeira vez códigos sonoros pelo ar, que serviu de base tanto para o desenvolvimento dos 
radiotransmissores como para a primeira ligação telefônica intercontinental, em 1914. Em 1940, foi 
criado um sistema de comunicação à distância. Nele, era possível mudar os canais de frequência, sem 
interceptações de sinal. Anos depois, desenvolveu-se um sistema telefônico ligado por várias antenas, 
denominadas “células”, e daí vem o nome do aparelho. 
 
Em 1956, o aparelho Ericsson MTA (Mobilie Telephony A) criado por Martin 
Cooper, engenheiro eletricista da Motorola, surgiu devido às necessidades dos 
policiais de Chicago de se comunicarem sem precisar ir até o veículo onde estava o 
rádio. O aparelho, devido ao seu tamanho e seu peso, só era considerado “móvel” por 
ser carregado no carro. Somente dezessete anos depois foi possível realmente portar 
um celular, o Motorola Dynatac 8000X que pesava aproximadamente 1 kg. 
 
Com o avanço da ciência e da tecnologia, a engenharia moderna proporciona marcos históricos e obras 
muito mais complexas e admiráveis, como é o caso do Canal do Panamá, canal artificial de navios 
inaugurado em 1914 com 82 km de extensão; a Estação Espacial Internacional (EEI), laboratório 
espacial construído entre 1998 e 2001; e a Usina Hidroelétrica de Itaipu, com área de 1 350 km², 
considerada uma das maiores geradoras de energia limpa do mundo. 
A ENGENHARIA NO BRASIL 
No Brasil, cursos de Engenharia começaram a ser ministrados em 1792, com a criação da Real Academia 
de Artilharia, Fortificação e Desenho, na cidade do Rio de Janeiro. Nela, os oficiais de engenharia 
cursavam, entre três e cinco anos, um curso de oficial de infantaria, e tinham um ano a mais para 
cursarem as disciplinas de Arquitetura Civil, Materiais de Construção, Caminhos e Calçadas, Hidráulica, 
Pontes, Canais, Diques e Comportas. 
Em 1874, foi criada a primeira escola de engenharia não militar do país, a Escola Politécnica, que acabou 
servindo de modelo para a fundação da maioria das outras escolas de engenharia do país. 
A necessidade de engenheiros cresceu após a Proclamação da 
República, em 1889, com as novas demandas dessa nova forma de 
governo. Foram criadas cinco escolas na época e mais uma durante a 
Segunda República. Iniciou-se também a regulamentação nacional da 
profissão de engenheiro. 
A partir da década de 1960, foram abertas novas escolas para atender 
ao desenvolvimento industrial no país, que finalizou a década de 1980 
com mais de 130 escolas de engenharia, número ainda quadriplicado 
na década seguinte. 
 
10 
 
Regulamentação da carreira 
A Engenharia, como já mencionado, é uma profissão regulamentada pela Lei nº 5.194, de 24 de 
dezembro de 1966. Sabe-se que uma profissão é regulamentada quando possui legislação própria, 
responsável por regularizar seu exercício e dar providências aos profissionais que nela ingressam, como 
direitos, garantias e deveres da função. 
Quando regulamentada, os profissionais estão submetidos ao que rege aquela lei, não importa em qual 
atividade empresarial ele esteja inserido. Ou seja, o engenheiro civil que trabalha em uma empresa 
farmacêutica deverá obedecer ao que determina a lei, independente de sua área de atuação não ser ligada 
à construção. 
Para a profissão regulamentada, são necessários órgãos para fiscalizá-la: os conselhos profissionais. No 
Brasil, a profissão de Engenharia é controlada e fiscalizada pelo Conselho Federal de Engenharia e 
Agronomia (Confea) e Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia (CREAs). 
As instituições são autarquias públicas, ou seja, atuam como descentralização do poder público, e 
possuem servidores, procedimentos e documentos para orientar e defender os interesses dos profissionais 
de Engenharia no país. 
INSTITUIÇÕES REGULAMENTADORAS 
No Brasil, os interesses da profissão são representados pelo Conselho Federal de Engenharia e 
Agronomia (Confea) e pelos Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia (CREAs). 
Essas instituições são responsáveis por registrar, fiscalizar e disciplinar os profissionais e empresas de 
Engenharia, Agronomia e Geociências. Assim, profissionais diplomados nessas áreas, nos níveis 
superior e tecnológico,somente podem exercer a profissão no Brasil após registro no CREA e 
homologação pelo Confea. 
Assim, para que um engenheiro possa efetivamente exercer sua profissão, é exigida uma dupla 
habilitação: a acadêmica, concedida pelas instituições de ensino superior registradas no Ministério da 
Educação (MEC), e a profissional, concedida pelos conselhos profissionais de engenharia. 
ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA – ART 
A ART – Anotação de Responsabilidade Técnica é o documento que define, para efeitos legais, os 
responsáveis técnicos pelo desenvolvimento de atividade técnica de Engenharia. Todo engenheiro 
contratado para execução de obras ou prestação de quaisquer serviços profissionais de Engenharia fica 
sujeito à Anotação de Responsabilidade Técnica. 
A ART é muito importante, pois garante seus direitos autorais e o direito à remuneração como 
comprovante da execução do serviço. O documento também é comprovante de experiência do 
profissional nacionalmente aceito, pois registra todas as atividades técnicas desempenhadas ao longo de 
sua carreira profissional. 
A ART é registrada pelo profissional antes mesmo da iniciação dos serviços, como forma de documentar 
seu vínculo contratual. 
Existem três tipos de ART possíveis de serem registradas no sistema 
Confea/CREA: de obra ou serviço; de obra ou serviço de rotina (ART 
múltipla), que especifica vários contratos referentes à execução de 
obras ou à prestação de serviços em determinado período; e a de cargo 
ou função. 
Após a realização do serviço, ou seja, o fim do contrato, o profissional 
é responsável pela baixa da ART no CREA. Somente será considerada 
concluída a participação do profissional em determinada atividade técnica a partir da data da baixa da 
ART correspondente. 
 
11 
 
CERTIDÃO DE ACERVO TÉCNICO – CAT 
O acervo técnico é o conjunto das atividades, desenvolvidas ao longo da vida do profissional, 
compatíveis com suas atribuições e registradas no CREA, por meio de anotações de responsabilidade 
técnica. 
A Certidão de Acervo Técnico (CAT) é o resumo de atividades que o engenheiro registrou no CREA. 
A CAT é o instrumento que certifica, para efeitos legais, que consta dos assentamentos do CREA, a 
anotação da responsabilidade técnica pelas atividades consignadas no acervo técnico do profissional. 
EXERCÍCIO ILEGAL DA PROFISSÃO 
Quando uma pessoa exerce uma profissão regulamentada por lei sem a formação específica e a 
habilitação legal no conselho de classe, está exercendo-a ilegalmente. A Lei nº 5.194, de 24 de dezembro 
de 1966 diz que exerce ilegalmente a profissão de engenharia, o indivíduo que: 
 
Portanto, toda atenção a tais diretrizes, no exercício da profissão ao longo da vida, é fundamental. 
 
Modalidades da Engenharia 
Se considerarmos os possíveis campos de atuação da Engenharia, percebemos que eles são bastante 
amplos e complexos, o que torna impossível uma pessoa ter um domínio, com excelência, de todos. Por 
isso, as Engenharias se subdividem em modalidades especificas, que cobram do engenheiro 
conhecimento, obrigações, habilidades e competências um pouco mais restritos, garantindo maior 
eficácia e excelência ao seu trabalho. 
12 
 
 
O título específico de Engenharia, no Brasil, é normalmente adquirido através de um curso de graduação, 
em uma universidade reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC), com duração de uma média de 
10 semestres. Algumas modalidades são específicas de uma pós-graduação, como é o caso da Engenharia 
de Segurança do Trabalho, que pode ser cursada após a graduação por engenheiros de qualquer 
modalidade ou arquitetos. 
Elencamos abaixo algumas modalidades da Engenharia no Brasil, ressaltando sua presença em tudo o 
que nos rodeia, desde nossa alimentação até grandes inovações tecnológicas: 
 
 
Os engenheiros civis são responsáveis 
pela concepção, projeto, construção e 
manutenção de todos os tipos de 
infraestrutura necessários para o 
desenvolvimento da sociedade. São 
exemplos dessas infraestruturas, 
edifícios, pontes, túneis, usinas geradoras 
de energia, indústrias e inúmeros outros. 
 No Brasil, destaca-se a construção da 
Usina Hidrelétrica de Itaipu (Figura 4), 
uma das maiores hidroelétricas do mundo 
e marco na história da engenharia civil 
brasileira. 
 
13 
 
 
 
 
 
14 
 
O engenheiro e a comunicação 
O sucesso profissional e a qualidade de qualquer serviço de engenharia não estão ligados somente ao 
conteúdo do trabalho realizado, mas também à forma como é apresentado. Um dos papéis do engenheiro 
é o desenvolvimento da sociedade através do seu trabalho e, para que isso se torne possível, é importante 
que o profissional, além de conhecimento técnico e cientifico, saiba como transmiti-los de forma clara 
objetiva. 
Um profissional eficiente é, portanto, aquele que sabe solucionar problemas através dos seus 
conhecimentos e capacidade de pesquisa, mas também comunica e apresenta de forma eficaz suas ideias 
e resultados. 
As técnicas de comunicação precisam estar bem 
desenvolvidas pelo engenheiro, pois, além de técnico, ele é 
um mediador, um profissional que se relaciona com outros, 
desde a linha de produção até as mais importantes 
hierarquias dentro de uma empresa. 
O engenheiro, na maioria dos cargos, precisa saber se 
comunicar de maneira clara e eficaz com todos, tanto para 
designar tarefas e obrigações quanto para se dirigir às 
autoridades regulamentadoras ou membros da diretoria, 
levando informações técnicas e resultados. 
PROCESSO DE COMUNICAÇÃO 
Entre as várias formas de comunicação utilizadas, é sabido que o processo de comunicação pressupõe a 
existência de, pelo menos, seis elementos, organizados no Diagrama 1. 
 
De acordo com as teorias de comunicação, só existe comunicação se o receptor compreende a 
mensagem. Portanto, o sucesso na profissão está claramente ligado à nossa capacidade de difundir 
informações clara, evitando ambiguidades e ruídos que interfiram na compreensão de nossa mensagem. 
15 
 
 
Por isso, o engenheiro precisa conhecer o receptor, seu universo e os registros linguísticos que ele 
domina, para escolher com cuidado o código de comunicação a ser utilizado, sempre prezando pelo 
respeito e profissionalismo. 
Quanto ao canal de comunicação, refere-se à plataforma (oral ou escrita) na qual a comunicação está 
inserida. No próximo subtópico, trataremos de um canal específico e muito caro à nossa área. 
O RELATÓRIO TÉCNICO 
Um dos mais conhecidos canais de comunicação do engenheiro é o relatório técnico. Nele, a exposição 
escrita descreve fatos verificados através de atividades técnicas executadas, como pesquisas, vistorias, 
perícias etc., baseado no conhecimento do profissional. 
De modo geral, os relatórios técnicos são escritos com o objetivo de divulgar os dados obtidos e 
analisados e registrá-los em caráter permanente. 
Os relatórios técnicos devem caracterizar o objeto analisado e trazer conclusões claras e objetivas do 
profissional que o analisou. De modo geral, um relatório apresenta a seguinte estrutura mínima: título, 
introdução, referencial teórico, metodologia, desenvolvimento, conclusão e referências. 
O título identifica o trabalho da forma mais abrangente e 
sintética possível. 
A introdução coloca o leitor a par do que será tratado no 
documento. Devem ser destacadas as perguntas de pesquisa que 
orientaram a investigação ou o experimento realizado, além do 
objetivo do estudo e da justificativa. 
No referencial teórico ou análise bibliográfica, são apresentadas 
as teorias e trabalhos que serviram de base para aquele que está 
sendo desenvolvido. Essa etapa tem bastante importância, pois 
traz fundamentos teóricos àquele relatório e aumenta a sua 
credibilidade. 
Metodologia compreende procedimentos, materiais e instrumentos. Ela é de fundamental importância 
para orientar o trabalho de maneira estratégia e estruturada, conduzi-lo de maneira racional edar 
credibilidade aos resultados. 
No desenvolvimento serão descritas de forma detalhada todas as etapas. É importante saber diferenciar 
a metodologia do desenvolvimento: ela é feita antes do estudo, a “receita” a ser seguida, enquanto o 
desenvolvimento elenca o que realmente ocorreu, ao que se insere efeitos, fenômenos observados, 
resultados e análises. 
Nas conclusões, o autor retoma a situação inicial do relatório – se foram 
atingidos os objetivos propostos. Também é importante ressaltar se os 
resultados obtidos foram satisfatórios e como eles contribuem para o avanço 
do assunto. É na conclusão que o autor relata quais foram as dificuldades e 
propõe trabalhos futuros no tema. 
Por último, a bibliografia é a relação de todo o material consultado e 
mencionado no trabalho. É apresentado como uma lista em ordem alfabética. 
O conteúdo de cada referência e a forma como devem ser apresentadas as 
informações variam de acordo com o meio em que foi publicada a informação 
(livro, revistas, sites). 
Por isso, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) publica normas, mencionadas e 
comentadas mais adiante, com o objetivo de padronizar a forma de apresentação das referências. 
 
16 
 
Linguagem técnica 
A linguagem técnica deve ser simples, clara, precisa. As palavras utilizadas devem ser diretas, sem 
utilização de figuras de linguagem e metáforas, de forma que o receptor (aquele que capta e decodifica 
a mensagem), independente de quem seja, a entenda com clareza, sem intepretações errôneas ou 
ambíguas. 
O engenheiro deve tomar um cuidado especial com o uso da linguagem técnica quando se trata das 
diferentes situações comunicativas. Durante o curso, e também no meio profissional, é habitual empregar 
terminologias técnicas específicas para processos, materiais, produtos e conhecimentos da área. 
Ao redigir um trabalho técnico para um cliente ou publicar um material fora do seu meio profissional, 
porém, é necessário se atenrar para que as pessoas a quem o material se destina compreendam, visto que 
nem todas terão afinidades com terminologias tão específicas. Caso isso não ocorra, o objetivo 
(transmitir a informação) não será atingido com eficácia. 
CARACTERÍSTICAS DA LINGUAGEM TÉCNICA 
Existem algumas características básicas que devem ser seguidas ao redigir um texto técnico: 
impessoalidade, objetividade, ética e clareza. 
Impessoalidade: mesmo que o profissional seja o único autor do texto, é importante evitar expressões 
como “meu trabalho”, “concluí que”, “observei” etc. 
 
17 
 
 
SISTEMA INTERNACIONAL DE UNIDADES (SI) 
A necessidade de medir é muito antiga na Engenharia, e as unidades de medida são até hoje 
indispensáveis em uma grande quantidade de trabalhos técnicos científicos na área. 
Por muito tempo, cada região do mundo teve seu próprio sistema de medidas. Com a globalização, o 
comércio começou a apresentar dificuldades de compatibilidade quanto às formas de medição, pois, 
muitas vezes, os sistemas de medidas eram subjetivos e criava conflitos de interpretação. 
 
A partir de um sistema padronizado, pesquisadores de diversas áreas, principalmente das ciências exatas, 
puderam fazer com que suas pesquisas e resultados tivessem maior visibilidade. Utilizando um mesmo 
sistema, profissionais de outros países podem ler e interpretar os dados e resultados com mais facilidade, 
dando mais credibilidade ao estudo e dispondo de maior possibilidade de testes e avaliações. 
 
18 
 
O Brasil também adotou o Sistema Internacional de Unidades, e a Resolução nº 12 de 1988 do Conselho 
Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (CONMETRO) ratificou a adoção do 
sistema no país, tornando-o obrigatório em todo o território nacional. 
O Sistema Internacional define um grupo principal de sete grandezas independentes, denominadas de 
grandezas de base (Quadro 3) e, a partir delas, as demais são definidas e têm suas unidades de medida 
estabelecidas. 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT) 
 
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), fundada em 28 de setembro de 1940, é uma 
entidade privada sem fins lucrativos responsável pela normatização técnica no Brasil. 
A ABNT, por meio de seus documentos normativos (Normas Brasileiras – NBR), fornece a base 
necessária ao desenvolvimento tecnológico brasileiro, estabelecendo regras, diretrizes ou características 
mínimas para atividades ou para seus resultados, visando à obtenção de um grau ótimo de ordenação em 
um dado contexto. 
Os engenheiros, independente da sua modalidade, estarão constantemente baseando suas atividades e 
trabalhos em normas técnicas, porque, ao embasar sua opinião, seus resultados e experimentos em 
documentos reconhecidos trazem maior credibilidade e segurança ao que foi produzido. 
19 
 
São exemplos de normas técnicas utilizadas na engenharia: 
 
lém de padronização de processos de diversas áreas, a ABNT também possui normas com o objetivo de 
padronizar documentos científicos e acadêmicos, necessárias para qualquer área do conhecimento, como 
é o caso da ABNT NBR 14724: Informação e documentação – Trabalhos acadêmicos – Apresentação, 
que especifica os princípios gerais para a elaboração de trabalhos acadêmicos, visando à sua 
apresentação à instituição; a ABNT NBR 6028: Informação e documentação – Resumo – Apresentação, 
que estabelece os requisitos para redação e apresentação de resumos; e da ABNT NBR 10520: 
Informação e documentação – Citações em documentos – Apresentação, que especifica as características 
exigíveis para apresentação de citações em documentos. 
Mais da área de administração, a ABNT NBR ISO 9001: Sistemas de gestão da qualidade – Requisitos 
é uma importante norma utilizada por empresas de Engenharia, que especifica requisitos para um sistema 
de gestão da qualidade quando uma organização: 
 
Quando uma empresa diz que tem certificado de qualidade ISO 9001, isso significa que ela segue a 
ABNT NBR ISO 9001, portanto, seus processos são padronizados de acordo com a norma, e seu sistema 
de qualidade foi verificado e aprovado por uma instituição regulamentadora. 
20 
 
 
 
SINTETIZANDO 
 
Essa unidade teve como objetivo trazer ao estudante uma introdução do que é a profissão de engenharia, 
como ela evoluiu durante todos esses anos e quais são as principais diretrizes para a atuação de um 
profissional. Assim, foram abordados temas gerais, para que o leitor tenha o seu primeiro contato com a 
profissão e com termos que serão usuais durante toda sua vida acadêmica e profissional. 
Começando pela visão geral da carreira, foram apresentados alguns conceitos básicos, seguidos de um 
breve histórico da Engenharia. O objetivo foi contextualizar o estudante, de forma que entenda melhor 
como a profissão evoluiu e chegou à complexidade e diversidade de áreas de hoje. 
Quanto à regulamentação da carreira, foram introduzidos instituições e conceitos que regem hoje a área. 
Os interesses da profissão, no Brasil, são representados pelo Confea e pelos CREAs. Foram apresentados 
também alguns termos técnicos que fazem parte da rotina profissional do engenheiro, como ART e CAT. 
Ao adentrar as modalidades de engenharia, foi explicado que, diante dos avanços tecnológicos, as 
engenharias foram ficando cada vez mais específicas, para que os leitores tenham uma dimensão do 
quanto pode ser complexa e extensa a competência de um engenheiro, e de como a engenharia rodeia o 
cotidiano das pessoas. 
Por último, discorreu-se sobre a comunicação do engenheiro, introduzindo elementos básicos da 
comunicação e mostrando como o código – tipo de linguagem usada – deve ser muito bem escolhido, 
para que sua mensagem seja recebida de maneira clara e objetiva. Fechamos abordando características 
e dicas de como aplicar uma linguagem técnica de forma eficaz, bem como apresentando o Sistema 
Internacional de Medidas (SI) e a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT),que estarão 
presentes durante toda a vida acadêmica e profissional do engenheiro. 
 
21 
 
Unidade 2 – Realizações e desafios da engenharia 
 
OBJETIVOS DA UNIDADE 
• Compreender a importância do engenheiro no processo de desenvolvimento tecnológico da 
sociedade; 
• Compreender e analisar o perfil profissional do engenheiro, sua conduta e atuação no mercado 
de trabalho. 
TÓPICOS DE ESTUDO 
 
O engenheiro e a sociedade 
O engenheiro desenvolve e aplica soluções tecnológicas voltadas para o bem-estar e progresso da 
sociedade. Para notar a contribuição desse profissional, basta observar com atenção algumas atividades 
que realizamos no cotidiano. 
Se você está lendo este texto em um computador, no seu celular ou em outro dispositivo digital, é porque 
engenheiros, conjuntamente com outros profissionais, desenvolveram os microprocessadores. Se você 
está em um ambiente no qual a temperatura é mantida em um nível confortável, seja com o uso de ar 
condicionado ou outros sistemas de ventilação, isso só é possível porque alguns engenheiros projetaram 
esses aparelhos. Agora, faça uma pequena pausa na leitura e observe os objetos ao seu redor. 
Certamente, para a grande maioria dos itens que você examinou, havia engenheiros 
envolvidos tanto em sua concepção quanto no seu processo de fabricação. Note que, 
por meio de uma breve reflexão, fica claro que o papel do engenheiro é melhorar a 
vida das pessoas. Ademais, se você repetir este mesmo processo em diferentes 
locais, perceberá que há inúmeros outros exemplos. 
Para mostrar mais detalhes de como o engenheiro contribui para a sociedade, esta 
primeira seção está dividida em quatro partes. Na primeira serão apresentadas, de forma resumida, as 
principais realizações da engenharia no século XX, ao passo que na segunda parte serão expostos os 
principais desafios para os engenheiros no século XXI. Em seguida, serão destacados mais dois tópicos 
importantes, que também são considerados desafios para os engenheiros na atualidade: o 
desenvolvimento sustentável e as transformações digitais. 
AS MAIORES REALIZAÇÕES DA ENGENHARIA NO SÉCULO XX 
Os engenheiros, como vimos na introdução desta unidade, têm um importante papel a cumprir na 
sociedade: desenvolver produtos e serviços que contribuam para nosso conforto e segurança. 
22 
 
 
Embora marcos importantes da engenharia tenham ocorrido desde a antiguidade, os séculos XIX e XX 
foram marcados pelo crescimento acentuado de várias especialidades da engenharia. No início dos anos 
2000, a Academia Nacional de Engenharia dos Estados Unidos (National Academy for Engineering – 
NAE) listou as 20 realizações da engenharia no século XX que mais contribuíram para a nossa qualidade 
de vida. 
O comitê, formado por representantes de associações profissionais de diversas áreas da engenharia, 
elegeu feitos que estão aqui agrupados em seis temas: transporte; utilidades; eletrônica; comunicação; 
bem-estar; e outras tecnologias. 
 
 
23 
 
 
Automóveis 
Apesar de os primeiros automóveis movidos por motores de combustão interna terem surgido no 
século XIX, foi no século XX que a indústria automotiva se consolidou como uma das principais 
consumidoras de novas tecnologias, tanto no próprio desenvolvimento do automóvel quanto em 
seu processo produtivo. Engenheiros mecânicos, elétricos, eletrônicos, químicos, entre outras 
especialidades, tiveram um papel fundamental no desenvolvimento do setor, que continua 
acompanhando os avanços tecnológicos para aumentar o desempenho dos veículos e a eficiência 
dos processos de manufatura. 
O setor automotivo representa uma parcela importante da estrutura industrial global na 
atualidade. Segundo dados da Organização Internacional dos Fabricantes de Veículos 
Automotores (Organisation Internationale des Constructeurs d'Automobiles, ou OICA), a 
produção mundial de veículos automotores teve um crescimento superior a 60% entre os anos 
2000 e 2018. Observe no Gráfico 1 que, apesar da desaceleração em alguns períodos – ligada ao 
cenário econômico mundial da época –, o setor tende a se recuperar. 
Autoestradas 
O aumento da utilização de veículos motorizados alavancou o desenvolvimento das autoestradas, 
ou vias expressas, durante o século XX. O objetivo era facilitar o transporte entre cidades por 
meio de um fluxo livre de tráfego, sem interrupções causadas por cruzamentos ou sinais de 
trânsito. 
Os avanços no projeto e construção das vias contaram com equipes multidisciplinares, com 
destaque para engenheiros civis, arquitetos e geólogos. No Brasil, o transporte rodoviário é o 
principal meio para o transporte de cargas: mais de 60% do transporte é realizado pelas estradas. 
Além disso, de acordo com a Confederação Nacional do Transporte (CNT), a malha rodoviária 
do país possui mais de 1,7 bilhões de km. 
Aviões 
No início do século XX, os aviões motorizados se mantinham no ar por poucos segundos e apenas 
com o piloto a bordo. Atualmente, as aeronaves comerciais de grande porte são capazes de 
permanecer no ar por mais de 15 horas e cobrir distâncias acima de 10.000 km. Os avanços 
tecnológicos da indústria aeronáutica ocorreram graças a engenheiros de diversas áreas que 
uniram e continuam unindo esforços para projetar e fabricar aeronaves seguras e que possuam 
alto desempenho, com maior velocidade, maior capacidade de carga e maior autonomia. 
O transporte aéreo de cargas e de passageiros é um mercado que exerce influência significativa 
na economia mundial e que continua em expansão. A Agência Nacional de Aviação Civil 
(ANAC), que regula e fiscaliza as atividades e infraestrutura da aviação civil no Brasil, mantém 
dados e estatísticas de aeronaves, aeroportos e outras informações relevantes do setor. Ademais, 
os dados do setor são consolidados nos anuários da Confederação Nacional do Transporte (CNT). 
Veículos espaciais 
A exploração espacial foi um feito importante do século XX. Além disso, uma conquista 
significativa para a engenharia foi o lançamento dos satélites artificiais no espaço. Hoje, há 
24 
 
milhares de satélites orbitando o nosso planeta, e muitos deles enviam informações importantes 
para uma série de aplicações como, por exemplo, sistemas de posicionamento (o GPS, ou Global 
Positioning System), previsões meteorológicas e a comunicação sem fio. 
 
 
Eletrificação 
Inúmeras atividades executadas na sociedade moderna envolvem o uso de energia elétrica. 
Engenheiros de diferentes especialidades (elétricos, mecânicos, civis, eletrônicos, de computação 
e inúmeras outras áreas da tecnologia) estão envolvidos nas etapas de geração, transmissão e 
distribuição de eletricidade. 
A maioria da energia elétrica consumida mundialmente é gerada a partir da queima de 
combustíveis fósseis, como carvão, gás natural e óleo combustível, em usinas termelétricas. Uma 
parcela menor é produzida por fissão nuclear em usinas nucleares ou por meio de fontes 
renováveis, como o fluxo de água nas usinas hidrelétricas, a força do vento utilizada pelas usinas 
eólicas, a energia solar e a energia geotérmica. 
Note, nos Gráficos 2 e 3, que a maioria da energia elétrica produzida no Brasil é gerada a partir 
da energia hidráulica, ao passo que na matriz energética mundial (distribuição percentual das 
fontes disponíveis para geração de energia elétrica) o uso do carvão é predominante. Dados 
atualizados são publicados periodicamente pela Agência Internacional de Energia (IEA – 
International Energy Agency). No Brasil, os dados podem ser consultados nos relatórios emitidos 
pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que presta serviços ao Ministério de Minas e 
Energia (MME). 
Fornecimento e distribuição de água 
Obter água potável foi outro desafio do século XX. Os primeiros sistemas de tratamento eram 
projetados para remover partículas sólidas em suspensão através da utilização de processos de 
filtragem. Como nem todos os microrganismos eram eliminadosdesta maneira, o cloro passou a 
ser utilizado como agente desinfetante. 
Posto isso, pode-se afirmar que os avanços nos sistemas de tratamento e distribuição de água 
foram fundamentais para a eliminação de doenças associadas à ingestão de água contaminada. 
Além disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) mantém dados atualizados sobre a 
porcentagem da população com acesso a serviços de água com características próprias para o 
consumo; em 2019, 71% da população mundial se enquadra nessa condição. Já no Brasil, dados 
25 
 
específicos por região podem ser consultados nos relatórios da Agência Nacional de Águas 
(ANA). 
Eletrônica 
A segunda metade do século XX foi marcada por avanços significativos na eletrônica do estado 
sólido. O advento dos dispositivos semicondutores impulsionou o desenvolvimento de 
microprocessadores de alto desempenho. O primeiro microprocessador, a unidade central de 
processamento de computadores e muitos dispositivos eletrônicos, foram desenvolvidos em 1971 
e, atualmente, os esforços de engenheiros e cientistas para torná-los cada vez menores, mais 
rápidos e mais eficientes continuam. 
Computador 
O computador, para atingir as características que conhecemos hoje, passou por muitas 
transformações. Das milhares de válvulas eletrônicas utilizadas nos aparelhos da primeira 
geração até o advento dos circuitos em miniatura compostos por dispositivos semicondutores, 
foram inúmeros os desafios para os engenheiros. O final do século XX foi marcado pelo 
crescimento expressivo do número de computadores pessoais, que se tornam cada vez mais 
rápidos, compactos e acessíveis. 
Rádio e televisão 
O rádio foi desenvolvido no início do século XX e seu uso difundiu-se rapidamente após a 
Primeira Guerra Mundial; logo em seguida, surgiram os primeiros televisores. Esses dois 
aparelhos revolucionaram a comunicação e os avanços por eles propiciados até o final do século 
XX são notáveis. Os televisores de tubo, que dominaram o mercado até a década de 1990, foram 
substituídos pelas TVs com tela de cristal líquido, ou Liquid Crystal Display - LCD, 
Posteriormente pelas telas de plasma e, em seguida, pelas TVs de LED, ou Light Emission Diode 
– diodo emissor de luz. 
Telefone 
O telefone também foi uma invenção que causou um impacto significativo na vida moderna. 
Com o desenvolvimento dos circuitos integrados e o avanço dos sistemas de transmissão e 
recepção, surgiram os telefones celulares. Segundo a União Internacional de Telecomunicações, 
ou ITU – International Telecommunication Union, o número de celulares no mundo ultrapassou 
7 bilhões em 2015. 
Internet 
Os primeiros passos para a criação de uma rede mundial de computadores interconectados 
começou na segunda metade do século XX. Inicialmente, com uso restrito para fins militares, a 
internet foi difundida mundialmente nos anos 1990, quando engenheiros e cientistas da 
computação desenvolveram o protocolo para a transferência de hipertexto (HTTP – Hypertext 
Transfer Protocol), que é a base para a comunicação de dados na World Wide Web. De acordo 
com a União Internacional de Telecomunicações, mais de 50% da população mundial utiliza a 
internet em 2019. A evolução do número de usuários pode ser vista no Gráfico 4. 
Ar condicionado e sistemas de refrigeração 
O desenvolvimento dos sistemas de refrigeração e climatização de ambientes no século XX foi 
fundamental para a melhoria do conforto térmico em instalações comerciais e residenciais, 
contribuindo também para o avanço dos sistemas de armazenamento e transporte de alimentos. 
No entanto, a demanda energética para a refrigeração é elevada, e as projeções futuras indicam 
que há tendência de aumento. A Agência Internacional de Energia, ou International Energy 
Agency (IEA), estima que, em 2050, cerca de 2/3 das casas no mundo terão pelo menos um ar-
condicionado. Isso justifica a concentração de esforços da engenharia para projetar sistemas mais 
eficientes, com menor custo e impacto ambiental. 
 
26 
 
Eletrodomésticos 
Engenheiros tiveram um papel fundamental na incorporação de novas tecnologias às funções 
clássicas de muitos eletrodomésticos. Alguns itens que se destacaram e se estabeleceram no 
mercado do século XX, embora muitos tenham sido inventados no século anterior, são: 
• Aspirador de pó e ferro de passar roupa movidos a energia elétrica; 
• Primeiras torradeiras elétricas com filamentos de ligas de níquel e cromo; 
• Refrigeradores domésticos, lavadoras e secadoras de roupas; 
• Fornos micro-ondas. 
Mecanização da agricultura 
O desenvolvimento de máquinas e equipamentos agrícolas mecanizados, como, por exemplo, 
tratores, colheitadeiras, pulverizadores e semeadoras, contribuiu de forma significativa para o 
aumento da produtividade do setor. Engenheiros foram responsáveis por uma transformação 
importante no início do século XX: a introdução de motores de combustão interna em tratores. 
Em comparação com seus predecessores movidos a vapor, os tratores movidos a gasolina, mais 
leves e mais compactos, eram capazes de realizar mais funções e tinham maior autonomia: um 
tanque de combustível era suficiente para um dia completo de trabalho. 
Imagem 
A captura de imagens para expandir a capacidade de observar detalhes de objetos além do nosso 
campo de visão é um desafio constante para cientistas e engenheiros. Alguns destaques são o 
desenvolvimento da microscopia eletrônica, de radares, técnicas de difração de raios X, ultrassom 
e métodos de imagem para diagnóstico de tumores. 
Tecnologias da saúde 
Os engenheiros contribuíram de forma significativa para os avanços da medicina no século XX. 
Alguns exemplos estão indicados no Quadro 1. 
Petróleo e tecnologias petroquímicas 
Durante o século XX, engenheiros químicos e cientistas desenvolveram métodos mais eficientes 
para o refino do petróleo, cujos derivados foram os principais combustíveis de automóveis, 
aeronaves, máquinas agrícolas e equipamentos industriais. 
Este século também foi marcado pelo surgimento dos materiais poliméricos, os plásticos, 
sintetizados em laboratório, cuja principal matéria-prima é o petróleo. Também merecem 
destaque os avanços tecnológicos que viabilizaram a exploração do petróleo em mar aberto 
(offshore) e em águas ultra profundas, localizadas a mais de 1.500 m de profundidade. 
Laser e fibra ótica 
A substituição dos condutores de cobre por fibras óticas e lasers nos sistemas de comunicação é 
considerada uma revolução tecnológica do século XX. Além disso, a grande maioria dos dados 
da internet são transmitidos por fibras óticas, e estima-se que haja mais de um milhão de 
quilômetros de cabos conectando diferentes partes do planeta. Há também o desenvolvimento de 
tecnologias a laser, que foram importantes para as áreas de medicina e manufatura. 
Tecnologias nucleares 
A produção de energia elétrica é um dos principais uso das tecnologias nucleares na atualidade. 
Há, no entanto, constantes debates a respeito das vantagens e desvantagens de sua utilização. 
Outra aplicação que teve desenvolvimento notável foi a medicina nuclear: com o uso de 
tecnologias nucleares é possível realizar diagnósticos mais precisos, por meio de imagens que 
revelam detalhes do interior do corpo humano; elas são aplicadas, também, para a realização 
tratamentos. 
 
27 
 
Materiais de alto desempenho 
O século XX foi marcado por avanços significativos na pesquisa e desenvolvimento de materiais 
metálicos, poliméricos, cerâmicos e compósitos. Os engenheiros e cientistas de materiais tiveram 
e continuam tendo um papel importante nessas transformações, que foram fundamentais para o 
desenvolvimento de vários tipos de produtos, como automóveis, aeronaves, roupas, eletrônicos, 
entre outros. 
 
 
 
OS DESAFIOS PARA O ENGENHEIRO NO SÉCULO XXI 
Em 2008, a Academia Nacional de Engenharia dos Estados Unidos formou um grupo de especialistas 
em diversas áreas do conhecimentopara identificar os desafios para a engenharia no século XXI. Os 14 
itens listados pelo comitê foram: 
• Promover a aprendizagem personalizada; 
• Tornar a energia solar economicamente viável; 
• Aprimorar a realidade virtual; 
28 
 
• Desenvolver a engenharia reversa do cérebro; 
• Aperfeiçoar medicamentos; 
• Aprimorar o uso da informática na saúde; 
• Restaurar e melhorar a infraestrutura urbana; 
• Intensificar a segurança no ciberespaço; 
• Proporcionar maior acesso à água potável; 
• Fornecer energia a partir da fusão nuclear; 
• Evitar ataques nucleares; 
• Gerenciar o ciclo do nitrogênio; 
• Desenvolver métodos para captura ou sequestro, de carbono; 
• Elaborar ferramentas para descobertas científicas. 
Note que os 14 itens elegidos estão vinculados a quatro temas principais: sustentabilidade; saúde; 
segurança; e bem-estar. 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 
O engenheiro exerce também um papel importante no desenvolvimento sustentável. Sua 
participação, juntamente com profissionais das mais variadas áreas do conhecimento, é fundamental para 
o desenvolvimento de soluções viáveis que contribuam para atingir as metas correspondentes aos 17 
objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS), definidos pelos países membros da Organização das 
Nações Unidas em 2015, como pode ser observado na Figura 1. 
 
TRANSFORMAÇÕES DIGITAIS NA INDÚSTRIA 
Os avanços da tecnologia da informação deram origem à indústria 4.0, um conceito que desde de 2011 
vem sendo considerado como a quarta revolução industrial. Essas transformações demandam a atuação 
de praticamente todas as especialidades da engenharia, uma vez que a aplicação da indústria 4.0 exerce 
impacto direto no trabalho desses profissionais. 
O foco desta concepção é a aquisição e análise de dados por meio de sistemas inteligentes 
interconectados, a fim de que sejam incorporados aos sistemas de gerenciamento das organizações. O 
desenvolvimento da indústria 4.0 está ligado ao avanço de nove áreas da tecnologia (ver figura abaixo): 
29 
 
big data; robôs autônomos; manufatura aditiva; simulação computacional; integração de sistemas; 
computação em nuvem; internet das coisas (em inglês: internet of things ou IoT); segurança cibernética; 
e tecnologias de visualização. 
 
 
Big data 
O termo "big data" é utilizado para designar um conjunto amplo de dados que pode ser 
analisado com o uso de ferramentas computacionais, a fim de determinar tendências e 
padrões de comportamento. No meio industrial, a infraestrutura para o gerenciamento de 
dados deve ser composta por sistemas de aquisição, integração, processamento, 
armazenamento e análise de dados. 
O uso desse conceito em processos de fabricação, por exemplo, pode contribuir para a 
determinação de condições operacionais que aumentem a eficiência do uso de recursos. 
Um dos desafios para os engenheiros neste cenário é a obtenção de dados, muitas vezes 
em tempo real, que representem adequadamente os parâmetros do processo. 
Robôs autônomos 
O uso de metodologias de inteligência artificial permite que robôs equipados com 
câmeras e sensores realizem operações de manufatura, como fabricação e montagem, por 
exemplo, e utilizem o histórico de dados para aprimorar o processo. 
Manufatura aditiva 
A manufatura aditiva é uma tecnologia que permite a produção de objetos tridimensionais 
a partir de modelos digitais. A matéria prima, que pode ser em forma de pó, líquido ou 
lâmina, é depositada em finas camadas para construir o produto. 
 
30 
 
Apesar das inúmeras vantagens dessa tecnologia como, por exemplo, a customização, a 
maior velocidade de fabricação e a possibilidade de obter peças com geometrias mais 
complexas, se comparada com processos convencionais, como a manufatura subtrativa, , 
ela ainda apresenta desafios para os engenheiros, relativos à aplicação efetiva dessa 
tecnologia na produção de itens em escala industrial. O comportamento mecânico de 
alguns materiais obtidos por manufatura aditiva, por exemplo, ainda não atende às 
exigências de algumas áreas de aplicação. 
Simulação computacional 
A simulação computacional permite que produtos, processos de fabricação e até mesmo 
instalações industriais completas sejam analisados antes de serem, de fato, construídos. 
O objetivo é submeter os sistemas avaliados a diferentes condições, a fim de que os 
parâmetros que resultem em maior desempenho sejam identificados. A simulação, tanto 
do comportamento físico de um objeto quanto do fluxo de operações em um processo 
produtivo, é uma ferramenta que auxilia o processo de tomada de decisão. 
Integração de sistemas 
Na indústria de manufatura, a integração de sistemas envolve a conexão entre diferentes 
partes do processo para formar um sistema de gerenciamento mais amplo. Esse sistema 
pode também estar conectado com operações externas à organização. Os principais 
desafios relacionados ao uso dessa tecnologia estão associados com o gerenciamento de 
dados, como coleta, armazenamento e integração e com a atualização de sistemas 
existentes. 
Computação em nuvem 
A computação em nuvem, ou cloud computing, em inglês, é uma tecnologia essencial 
para a integração de sistemas na indústria 4.0. O seu uso agiliza a transmissão de dados 
entre diferentes partes do sistema. 
Internet das coisas 
O papel da internet das coisas, ou IoT, na indústria 4.0 é conectar partes da cadeia 
produtiva por meio de dispositivos eletrônicos. O principal desafio para os engenheiros, 
assim como nos sistemas de integração, é o gerenciamento de dados. 
Segurança cibernética 
O fluxo de dados em sistemas que operam segundo os conceitos da indústria 4.0 é 
elevado. Portanto, a segurança das informações armazenadas e transferidas é um aspecto 
importante, que deve ser levado em consideração pelas organizações. Um dos desafios da 
segurança cibernética está relacionado com a falta de capacidade técnica de alguns 
dispositivos e dificuldades associadas com a integração de sistemas. 
Tecnologias de visualização 
A realidade aumentada, ou augmented reality (AR), e a realidade virtual, ou virtual reality 
(VR), são duas tecnologias de visualização que integram projeções virtuais com 
ambientes reais. A adição de elementos virtuais, como objetos ou cenários, por exemplo, 
tem como objetivo enriquecer a percepção humana nas mais variadas situações. Uma 
aplicação bastante explorada destas tecnologias na indústria relaciona-se à capacitação de 
operadores: em algumas ocasiões, o uso de interfaces gráficas para simular diferentes 
cenários pode ser uma etapa importante do treinamento. 
 
 
 
31 
 
O engenheiro e o mercado de trabalho 
A engenharia é um campo que recebe cada vez mais destaque no mercado de trabalho. O principal 
diferencial do engenheiro é a capacidade de resolver problemas complexos com o uso da tecnologia. 
Sendo assim, neste tópico, serão apresentadas, em detalhes, as principais competências técnicas e 
comportamentais desse profissional, além de suas ocupações no mercado de trabalho atual. 
COMPETÊNCIAS TÉCNICAS E COMPORTAMENTAIS 
O engenheiro, assim como qualquer outro profissional, precisa desenvolver uma série de competências 
para que possa desempenhar sua função de forma efetiva; essas competências precisam ser aprimoradas 
e praticadas durante toda sua formação. No Brasil, o Conselho Nacional de Educação (CNE) institui 
Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) para os cursos de graduação em engenharia, objetivando 
formar engenheiros com maior capacidade de atender às exigências do mercado de trabalho. 
Na versão homologada em 2019, o documento, que se aplica a todos os cursos de engenharia no país, 
estabelece que o engenheiro deve possuir, entre outras, as seguintes características: 
• Ter visão holística e humanista, ser crítico, reflexivo, criativo, cooperativo, ético e possuir forte 
formação técnica; 
• Estar apto a pesquisar, desenvolver, adaptar e utilizar novas tecnologias,com atuação inovadora 
e empreendedora; 
• Ser capaz de reconhecer as necessidades dos usuários, formular, analisar e resolver, de forma 
criativa, os problemas de engenharia; 
• Adotar perspectivas multidisciplinares e transdisciplinares em sua prática; 
• Considerar os aspectos globais, políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais, além da 
segurança e saúde no trabalho; 
• Atuar com isenção e comprometimento, tanto com relação à responsabilidade social quanto com 
o desenvolvimento sustentável. 
 
Para que o profissional tenha esse perfil é necessário, segundo as DCNs, que os cursos de graduação em 
engenharia sejam capazes de oferecer oportunidades para que o engenheiro desenvolva as seguintes 
competências gerais durante sua formação: 
• O engenheiro deve ser capaz de “formular e conceber soluções desejáveis de engenharia, 
analisando e compreendendo os usuários dessas soluções e seu contexto”. Esse processo envolve 
a concepção de soluções criativas por meio do uso de técnicas adequadas para observar, 
compreender, registrar e analisar as necessidades dos envolvidos, levando em consideração os 
aspectos sociais, culturais, legais, ambientais e econômicos. A formulação das questões de 
engenharia deve ser ampla e sistêmica; 
32 
 
• O uso de ferramentas computacionais e conceitos de matemática e estatística permite que o 
engenheiro seja capaz de “analisar e compreender os fenômenos físicos e químicos por meio de 
modelos simbólicos, físicos e outros, verificados e validados por experimentação”. Assim, é 
possível prever o comportamento de sistemas utilizando esses modelos, além de projetar 
experimentos adequados para validação; 
• O engenheiro deve ser capaz de “conceber, projetar e analisar sistemas, produtos (bens e 
serviços), componentes ou processos”. Esse processo envolve a determinação da viabilidade 
técnica e econômica de cada solução, levando em consideração o contexto no qual cada item está 
inserido. O engenheiro também determina os parâmetros para construção e operacionalização 
das soluções e aplica ferramentas de gestão adequadas para as diferentes fases dos projetos; 
• O engenheiro deve estar apto a “implantar, supervisionar e controlar as soluções de engenharia”, 
por meio da aplicação de conceitos de gestão de recursos humanos (força de trabalho) e 
tecnológicos (materiais e informação). O profissional deve ser capaz de projetar e desenvolver 
soluções inovadoras, levando em consideração seus impactos nos âmbitos social, legal, 
econômico e ambiental; 
• É essencial que o engenheiro seja capaz de “comunicar-se eficazmente nas formas escrita, oral e 
gráfica”, tanto na língua portuguesa quanto em outros idiomas. É importante também que o 
profissional se mantenha atualizado e esteja apto a se comunicar de maneira adequada por meio 
das tecnologias digitais disponíveis; 
• No exercício de sua profissão o engenheiro, deve ser capaz de “trabalhar e liderar equipes 
multidisciplinares”. A interação com uma equipe multicultural (presencial ou à distância) e 
multidisciplinar facilita a construção coletiva e o trabalho colaborativo. É importante que o 
profissional saiba reconhecer e conviver com diferenças socioculturais em diferentes contextos. 
Em um cenário mais amplo, o engenheiro deve preparar-se para liderar organizações 
considerando aspectos operacionais e estratégicos; 
• O engenheiro deve exercer sua função com ética e responsabilidade e ser capaz de avaliar os 
impactos de suas decisões na sociedade e no meio ambiente. Para isso, é preciso “conhecer e 
aplicar com ética a legislação e os atos normativos no âmbito do exercício da profissão”; 
• É importante que o engenheiro desenvolva a capacidade de “aprender de forma autônoma e lidar 
com situações e contextos complexos”. É necessário, portanto, que o profissional aprenda a 
aprender, a fim de se manter atualizado e acompanhar os avanços tecnológicos relacionados a 
suas áreas de atuação. Por fim, o engenheiro deve “ser capaz de assumir atitude investigativa e 
autônoma, com vistas à aprendizagem continua, à produção de novos conhecimentos e ao 
desenvolvimento de novas tecnologias”. 
Note que, além das competências técnicas, há uma série de competências comportamentais necessárias 
para o exercício da profissão de engenheiro. Essas qualidades, desejáveis para qualquer área de atuação, 
estão relacionadas com os seguintes aspectos: 
 
33 
 
Há, ainda, competências específicas que variam de acordo com a área de atuação do profissional. 
Informações adicionais sobre cada área são fornecidas pelas associações nacionais correspondentes; 
algumas delas estão apresentadas no Quadro 2. Essas entidades civis, sem fins lucrativos, são voltadas 
para o aperfeiçoamento técnico, científico e cultural dos profissionais. 
ÁREAS DE ATUAÇÃO E OCUPAÇÕES TÍPICAS 
Há três formas gerais de atuação do engenheiro no mercado de trabalho: como autônomo, como 
empregado ou como empresário. Em todos os casos, o exercício profissional da engenharia, segundo a 
Lei n. 5.194, de 24 de dezembro de 1966, é caracterizado por realizar ações de interesse social e humano 
associadas aos seguintes empreendimentos: 
• Aproveitamento e utilização de recursos naturais; 
• Meios de locomoção e comunicações; 
• Edificações e serviços/equipamentos urbanos, rurais e regionais, em seus aspectos técnicos e 
artísticos; 
• Instalações e meios de acesso a costas, cursos, massas de água e extensões terrestres; 
• Desenvolvimento industrial e agropecuário. 
Como os temas são variados, são necessários engenheiros com diferentes especialidades para que estes 
itens sejam cumpridos de forma satisfatória. No Brasil, em 2019, há cerca de 60 áreas de abrangência 
ou habilitações. 
O Gráfico 5 mostra, por área de atuação, o número de engenheiros no Brasil em 2018, seja com vínculo 
empregatício em órgãos públicos ou na iniciativa privada. Os dados mostram que cerca de 85% desses 
profissionais são engenheiros civis, industriais, de produção, de segurança, eletroeletrônicos, mecânicos 
e agrossilvipecuários. 
Cada uma das 13 categorias indicadas representa uma família ocupacional (código composto por 4 
dígitos) segundo a Classificação Brasileira de Ocupações, ou CBO, sendo cada família composta por 
ocupações típicas da área. Por exemplo, a família de engenheiros agrossilvipecuários é composta por 
engenheiros agrícolas, engenheiros agrônomos, engenheiros de pesca e engenheiros florestais. 
 
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É importante salientar que nem todos os profissionais formados em cursos de engenharia atuam em suas 
áreas de formação. É o caso, por exemplo, de engenheiros que se tornam empresários, supervisores, 
gerentes, diretores, entre outras ocupações da área administrativa. Segundo um levantamento feito em 
2014 Confederação Nacional da Indústria, ou CNI, 58% dos engenheiros formados não atuam na área. 
Posto isso, algumas particularidades do mercado de trabalho para determinadas áreas específicas serão 
descritas a seguir. 
Engenharia civil 
O engenheiro civil é responsável pelo projeto, gerenciamento e execução de instalações 
residenciais, industriais e de infraestrutura. Pode atuar, por exemplo, nas seguintes áreas: 
materiais (concreto e pré-moldados), estruturas e fundações (edifícios, pontes, barragens), 
infraestrutura (estradas, aeroportos, portos, ferrovias), instalações hidráulicas, geotecnia 
e saneamento. Além disso, o profissional pode atuar como autônomo ou como empregado 
em empresas públicas ou privadas. 
Engenharia de produção 
O engenheiro de produção tem um campo de trabalho bastante diversificado, uma vez 
que pode atuar em qualquer organização que tenha um processo produtivo, como linhas 
de montagem e processos de fabricação, por exemplo. Uma de suas principais funções é 
utilizar seus conhecimentos de gestão de recursos, tanto humanos quanto tecnológicos, 
para garantir que os sistemas de produção operem com níveis adequados de desempenho,qualidade e custo. O engenheiro de produção pode atuar em empresas de manufatura ou 
em empresas fornecedoras de serviços. 
Engenharia elétrica 
O engenheiro elétrico dimensiona, constrói e mantém sistemas de geração, transmissão e 
distribuição de energia elétrica. Ele atua em usinas, subestações, linhas de transmissão, 
empresas de construção civil, automação e em fabricantes de sistemas elétricos. Exerce 
suas atividades tanto em órgãos públicos quanto na iniciativa privada. 
Engenharia mecânica 
A engenharia mecânica é uma das modalidades mais abrangentes e flexíveis da 
engenharia. Durante a carreira, o engenheiro mecânico pode desenvolver atividades que 
envolvam mecânica dos sólidos, comportamento dos fluidos, ciência e engenharia dos 
materiais, processos de fabricação, transferência de calor e termodinâmica. Além disso, 
o profissional pode trabalhar com o desenvolvimento de projetos e processos de 
fabricação de produtos, máquinas, dispositivos, ferramentas, equipamentos industriais e 
sistemas de energia para diferentes tipos de indústria, como as indústrias automotiva, 
aeroespacial, de eletrodomésticos, de energia, biomédica, eletroeletrônica, agropecuária 
e de mineração, por exemplo. 
Engenharia ambiental 
O engenheiro ambiental desenvolve soluções que contribuem para a preservação do meio 
ambiente. Esse profissional pode atuar no planejamento e administração de estações de 
tratamento de efluentes, sistemas de distribuição de água e descarte de resíduos, tanto em 
órgãos públicos quanto na iniciativa privada. 
Engenharia da computação 
O mercado de trabalho para o engenheiro da computação é amplo, uma vez que esse 
cresce cada vez mais com o aumento do uso de tecnologias digitais em diversas áreas da 
indústria. O profissional dessa área atua, por exemplo, no projeto e construção de sistemas 
digitais, no desenvolvimento de diversos softwares e aplicativos, na robótica e na 
automação industrial. 
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Engenharia química 
O engenheiro químico desenvolve e gerencia produtos e sistemas de processamento de 
matérias-primas em indústrias como papel e celulose, alimentos, bebidas, produtos de 
limpeza, higiene, cosméticos, medicamentos, petroquímica e têxtil, entre outras. 
Engenharia de controle e automação 
O engenheiro de controle e automação desenvolve sistemas automatizados para inúmeras 
aplicações industriais. Suas soluções, que têm como objetivo principal melhorar o 
desempenho do processo produtivo e reduzir os custos operacionais, se aplicam, por 
exemplo, nas indústrias automotiva, de energia (petróleo e gás), alimentícia, mineração, 
metalúrgica e eletrônica, entre outras. 
Engenharia de alimentos 
O engenheiro de alimentos desenvolve técnicas, equipamentos e sistemas de controle de 
qualidade para os processos de produção e conservação de alimentos. O profissional pode 
atuar, também, na coordenação de análises laboratoriais da indústria alimentícia, em redes 
de distribuição de alimentos e bebidas ou no setor de vigilância sanitária. 
Engenharia de materiais 
No desenvolvimento de qualquer produto, independentemente de sua complexidade, indo 
desde uma aeronave até um objeto simples de nosso cotidiano, a seleção do material é 
uma etapa importante do projeto. O engenheiro de materiais é um profissional crucial no 
processo de desenvolvimento de novos materiais ou aprimoramento de materiais 
existentes, sejam eles metálicos, cerâmicos, poliméricos ou compósitos, e possui como 
objetivo a obtenção de propriedades e características mais adequadas para diferentes tipos 
de aplicação. Os profissionais com esta habilitação atuam, por exemplo, nas indústrias de 
mineração, petroquímica, siderúrgica, química, automotiva, de energia e bens de consumo 
em geral. 
Engenharia de energia 
O engenheiro de energia atua em diversos aspectos relacionados à gestão de recursos 
energéticos. Além disso, o profissional dessa área desenvolve soluções e coordena 
programas com foco no aumento de desempenho de sistemas de geração, transmissão e 
distribuição de energia. 
Ética profissional 
Engenheiros desenvolvem produtos e serviços que afetam, de forma significativa, nossa qualidade de 
vida e segurança. É imprescindível, portanto, que esses profissionais tenham uma conduta condizente 
com suas responsabilidades perante a sociedade. Para isso, a prática da profissão, independentemente de 
sua área de atuação, deve ser baseada em princípios éticos. 
Os engenheiros, bem como as demais classes de profissionais ligadas ao Conselho Federal de Engenharia 
e Agronomia (Confea), devem observar e cumprir as disposições do Código de Ética Profissional da 
Engenharia, da Agronomia, da Geologia, da Geografia e da Meteorologia estabelecidas pelo conselho. 
No seu preâmbulo, o Código de Ética Profissional faz as seguintes declarações iniciais: 
• O Código de Ética Profissional enuncia os fundamentos éticos e as condutas necessárias à boa e 
honesta prática das profissões de engenharia, agronomia, geologia, geografia e meteorologia, 
além de relacionar os direitos e deveres correlatos de seus profissionais; 
• Os preceitos deste Código de Ética Profissional têm alcance sobre os profissionais em geral, 
quaisquer que sejam seus níveis de formação, modalidades ou especializações; 
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• As modalidades e especializações profissionais poderão estabelecer, em consonância com este 
Código de Ética Profissional, preceitos próprios de conduta, atinentes às suas peculiaridades e 
especificidades (CONFEA, 2019). 
Em seguida, o Código de Ética Profissional discorre sobre a identidade das profissões e dos profissionais: 
• As profissões são caracterizadas por seus perfis próprios, pelo saber científico e tecnológico que 
incorporam, pelas expressões artísticas que utilizam e pelos resultados sociais, econômicos e 
ambientais do trabalho que realizam; 
• Os profissionais são os detentores do saber especializado de suas profissões e os sujeitos pró-
ativos do desenvolvimento; 
• O objetivo das profissões e dos profissionais volta-se para o bem-estar e o desenvolvimento do 
homem, tanto em seu ambiente como em suas diversas dimensões: como indivíduo, família, 
comunidade, sociedade, nação e humanidade; nas suas raízes históricas, nas gerações atuais e 
futuras; 
• As entidades, instituições e conselhos integrantes da organização profissional são igualmente 
permeados pelos preceitos éticos das profissões e participantes solidários em sua permanente 
construção, adoção, divulgação, preservação e aplicação (CONFEA, 2019). 
PRINCÍPIOS ÉTICOS 
O Código de Ética Profissional dispõe que a prática da profissão é fundamentada nos 
seguintes princípios éticos, nos quais o profissional deve pautar sua conduta: 
Do objetivo da profissão 
A profissão é bem social da humanidade e o profissional é o agente capaz de exercê-la, 
tendo como objetivos maiores a preservação e o desenvolvimento harmônico do ser 
humano, de seu ambiente e de seus valores; 
Da natureza da profissão 
A profissão é bem cultural da humanidade construído permanentemente pelos 
conhecimentos técnicos e científicos e pela criação artística, manifestando-se pela prática 
tecnológica, colocada a serviço da melhoria da qualidade de vida do homem; 
Da honradez da profissão 
A profissão é alto título de honra e sua prática exige conduta honesta, digna e cidadã; 
Da eficácia profissional 
A profissão realiza-se pelo cumprimento responsável e competente dos compromissos 
profissionais, munindo-se de técnicas adequadas, assegurando os resultados propostos e 
a qualidade satisfatória nos serviços e produtos, e observando a segurança nos seus 
procedimentos; 
Do relacionamento profissional 
A profissão é praticada através do relacionamento honesto, justo e com espírito 
progressista dos profissionais para com os gestores, ordenadores, destinatários, 
beneficiários e colaboradores de seus serviços, com igualdade de tratamento entre os 
profissionais e com

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