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Evolução das instalações

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1 
Industrialização plástica 
 
 
Com leveza, facilidade de instalação e estanqueidade, os plásticos 
tomaram conta do mercado de tubulações. Metais como o cobre, apesar 
de eficientes, sofrem com a alta dos preços 
 
Por Bruno Loturco 
 
 
 
Leves, baratos e de fácil execução, os tubos e 
conexões plásticos dominaram o mercado de 
instalações hidráulicas prediais. O precursor da 
substituição tecnológica foi o PVC (policloreto de 
vinila), que começou a aparecer e a ganhar 
importância no mercado brasileiro nos anos 70. Até 
então, as tubulações hidráulicas, seja para esgoto, 
água quente ou fria, eram metálicas, com muito uso de 
chumbo, ferro galvanizado, ferro fundido, latão e 
cobre. 
Em geral, as leis de mercado determinam os caminhos 
da evolução tecnológica, mas, no caso das instalações 
hidráulicas, as demandas por desempenho têm papel 
fundamental. Tendo nas conexões seus pontos mais 
vulneráveis, o mercado buscou desenvolver soluções 
que as viabilizassem de forma mais produtiva e eficaz. 
"A evolução ocorre muito nas conexões, na busca de 
sistemas mais fáceis de executar", salienta o engenheiro Roberto Barboza, diretor 
técnico da Sanhidrel. É impensável, atualmente, realizar conexões em tubos de 
ferro fundido para esgoto, por exemplo, utilizando chumbo derretido, como ocorria 
na década de 70. "Além do custo dessas soluções, o encanador precisava ser quase 
um artesão", ilustra Barboza. 
 
Materiais plásticos de diversas 
composições dominaram o mercado 
de tubos e conexões hidráulicos 
devido à capacidade de reduzir 
custos e otimizar a produtividade 
da instalação 
 
 
 2 
Nem mesmo o advento das juntas em 
borracha diminuiu as vantagens do PVC 
sobre o ferro fundido. O PVC, mais barato e 
fácil de instalar, passou a ser amplamente 
adotado. Hoje, raramente o ferro fundido é utilizado em obras de alto padrão. As 
caixas sifonadas metálicas também cederam lugar para o PVC e, posteriormente, 
para o PPR (polipropileno copolímero random). No entanto, este último ainda não 
tem preço competitivo. De acordo com o pesquisador do IPT (Instituto de Pesquisas 
Tecnológicas do Estado de São Paulo), Adilson Lourenço Rocha, a predominância do 
PVC é esmagadora. "É a primeira alternativa em materiais plásticos, 99% das 
instalações de esgoto são em PVC", afirma. 
Barboza pondera, no entanto, sobre as vantagens de um material em relação a 
outro. Na opinião do engenheiro, embora o PVC apresente uma boa resistência 
química, o ferro fundido tem melhor resistência mecânica, além de propiciar melhor 
conforto acústico. "O ferro fundido de hoje é revestido com resina de epóxi para 
resistir aos detergentes", comenta. Antes esse material apresentava problemas, 
principalmente quando utilizado para instalações de água quente. Nesses casos, 
criava incrustações por reação química que provocavam entupimento. "A conexão 
com rosca era difícil de fazer, assim como o controle de vazamentos, com mão-de-
obra muito cara", explica. 
O PVC marrom, para água, também exige cuidado quando utilizado em edifícios 
altos. Além da maior pressão de água, as movimentações normais de estruturas 
altas são problemáticas para a rigidez do PVC. Por isso, Barboza recomenda seu 
uso em edifícios de até 20 pavimentos. Em outros casos o cobre ainda é preferível, 
apesar do custo. "Há cinco anos a tonelada do cobre custava US$ 2 mil. Hoje custa 
US$ 8,8 mil, o que quase inviabiliza o seu 
uso", conta. 
Custo competitivo 
Com mais força a partir do final dos anos 
1990, o PEX (polietileno reticulado) e o PPR 
tornaram-se alternativas aos materiais 
tradicionais. Ambas as tecnologias contam 
com conexões amigáveis e mais segurança 
contra vazamentos. "A grande vantagem do 
PEX é dispensar algumas conexões", resume 
Rocha, do IPT. Além disso, são bons 
adversários ao cobre por terem fabricação 
nacional, o que reduz custos. Em janeiro do 
ano 2000, a Téchne trouxe um artigo 
intitulado "Choque sistêmico" que tratava 
justamente da integração de sistemas industrializados de construção, como as 
paredes de drywall e o próprio PEX. 
Barboza lembra, ainda, que os fabricantes têm oferecido garantia de 15 anos para 
o PEX e de 50 para o PPR. No caso do PEX, ainda há a opção multicamada para 
Apesar da evolução dos materiais, projetos ainda 
sofrem com falta de industrialização. Conceito 
dos shafts ainda não foi completamente 
difundido, resultando em muitas tubulações 
embutidas 
 
Mesmo apresentando bom desempenho para as 
mais diversas aplicações, o cobre continua 
perdendo espaço para os materiais plásticos. 
Motivo é o custo crescente no mercado 
internacional 
 
 3 
água quente, em que o revestimento é em alumínio. Essa, no entanto, ainda é uma 
opção que destoa da realidade de custos brasileira. 
O cobre também tem perdido espaço nas tubulações para gás. Se nos anos 70 
conquistou o mercado que antes era do aço carbono soldado e do ferro galvanizado 
rosqueado, hoje divide espaço com o PEAD (polietileno de alta densidade). 
Especialmente agora, com a chegada do polietileno com alma de aço para uso no 
interior das edificações. "É o que há de mais moderno para gás", conta Barboza. 
O plástico chegou até mesmo no campo dos sprinklers. O CPVC (policloreto de 
vinila clorado) foi aprovado pelo Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo em 
edificações de risco leve, conforme Instrução Técnica 023/2004, para uso entre 
forros. No subsolo permanece o uso do ferro galvanizado e do aço carbono, que 
retomaram o espaço que foi do cobre nos anos 1980. Como sprinklers trabalham 
com água parada, o cobre pode apresentar corrosão. 
Tendência por industrialização 
Embora as normas para instalações hidráulicas não 
tenham sofrido alterações significativas, cada vez mais 
os produtos novos buscam oferecer garantia à 
estanqueidade nas juntas, obtida com pouco 
treinamento aos operários. O pesquisador do IPT 
critica, no entanto, os projetos que ainda não 
absorveram por completo a idéia de shafts. "Ainda há 
muita tubulação embutida", lamenta Rocha. "A parcela 
de mercado que usa novas tecnologias ainda é 
pequena." 
Alguns fatores, no entanto, impulsionam mudanças de 
pensamento e concepção no mercado. É o caso da 
necessidade por medição individualizada. "Há uma 
pressão para a adoção desse tipo de sistema no 
mercado, e aí teremos novidades do ponto de vista de projeto e execução tanto 
para água quanto para esgoto", aposta Adilson Lourenço Rocha. Mudanças também 
estão sendo influenciadas pelas demandas por uso de água da chuva e 
aquecimento solar. 
Atualmente, as construtoras e instaladoras têm trabalhado com kits pré-montados 
para instalação em obra. "Há preferência por materiais que demandem pouca mão-
de-obra e que contem com garantia", salienta Roberto Barboza. Assim, a concepção 
do projeto já prevê a utilização dos kits, que, revela, consomem 15% da mão-de-
obra em comparação com o sistema convencional, além de eliminar o desperdício 
de materiais. 
Linha do tempo 
Esgoto 
Antes dos anos 1970: chumbo, ferro galvanizado, caixas sifonadas em cobre ou 
 
Com aprovação do Corpo de 
Bombeiros, plásticos chegaram até 
aos sprinklers como alternativa ao 
ferro galvanizado e ao aço carbono. 
Por trabalharem com água parada, 
o cobre pode apresentar corrosão 
 
 4 
latão, conexões em chumbo derretido e, posteriormente, juntas de borracha. 
Anos 1970 e 1980: surgimento do PVC (policloreto de vinila), com menor custo, 
mais leveza e conexões facilitadas. 
Anos 1990: surgimento do PPR (polipropileno copolímero random), 
com juntas por termofusão. 
Atualmente: ferro fundido revestido com epóxi. 
Água 
Antes de 1970: ferro galvanizado. 
Anos 1970: surgimento do PVC marrom para água fria e do cobre para água 
quente. 
Anos 1990: chegada do PPR e do PEX (polietileno reticulado) para água quente. 
Atualmente: surgimento do PEX multicamada, revestido com alumínio. 
Sprinkler 
Antes de 1970: materiaisem ferro galvanizado com rosca e aço carbono 
eletrossoldado. 
Anos 1980: uso do cobre. 
Anos 1990: volta do ferro galvanizado e do aço carbono e surgimento e 
aprovação, pelo Corpo de Bombeiros, do CPVC (policloreto de vinila clorado). 
Gás 
Antes de 1970: aço carbono eletrossoldado e ferro galvanizado com rosca. 
Atualmente: além dos anteriores, difusão do cobre e aprovação, pela Comgás, do 
polietileno com alma de aço. 
Fonte: http://www.revistatechne.com.br/engenharia-civil/134/artigo89322-2.asp

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