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ADRIANA_SANTIAGO_FERREIRA_ATIVIDADE_3 - FINAL

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ADRIANA SANTIAGO FERREIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A EFICACIA DA TOXINA BOTULINICA TIPO A NO 
TRATAMENTO DE HIPERIDROSE AXILAR E PALMAR 
 
 
SANTO ANDRÉ 
2020 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A EFICACIA DA TOXINA BOTULINICA TIPO A NO 
TRATAMENTO DE HIPERIDROSE AXILAR E PALMAR 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à 
universidade Anhanguera de São Paulo – 
UNIAN - SP, como requisito parcial para a 
obtenção do título de graduado em Biomedicina. 
 
Orientador: JULIANO HILGENBERG 
 
 
 
ADRIANA SANTIAGO FERREIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ADRIANA SANTIAGO FERREIRA 
 
 
A EFICACIA DA TOXINA BOTULINICA TIPO A NO TRATAMENTO DE 
HIPERIDROSE AXILAR E PALMAR 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à 
Universidade Anhanguera de São Paulo, como 
requisito parcial para a obtenção do título de 
graduado em Biomedicina. 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
Profa. Msc Alessandra Furtado Nicoleti 
 
 
Prof. Me Heitor Luiz Borali 
 
 
Profa. Dra. Daniela Rocca Zechetti 
 
 
 
Santo André, 08 de Dezembro de 2020. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O Coração do homem planeja o seu caminho, mas o 
Senhor lhe dirige os passos. Provérbios 16-9. 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço eternamente a Deus que me iluminou o meu caminho e em nenhum 
momento e me deixou só. Que em meio a tantas dificuldades me ensinou que tudo é 
possível quando se tem fé, perseverança e foco. Obrigada meu Deus mais que 
amado! 
Agradeço a minha mãe Maria de Fatima Gomes Santiago que sempre me 
incentivou e me ajudou mesmo passando por necessidades a me tornar a mulher de 
caráter que hoje sou. 
Agradeço também as minhas irmãs Patrícia Santiago Cardoso e a Andreia 
Santiago Ferreira por serem tão companheiras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FERREIRA, Adriana Santiago. A eficácia da toxina botulínica tipo a no tratamento 
de hiperidrose axilar e palmar.2020. 28. Trabalho de Conclusão de Curso 
(Graduação em Biomedicina) –ANHANGUERA, São Paulo, 2020. 
 
RESUMO 
 
A hiperidrose é caracterizada por um suor em excesso e sem controle que ocorre 
devido a uma hiperatividade simpática. Os procedimentos para o tratamento 
convencional como o uso de antiperspirantes, iontoforese não se demonstrou eficaz 
e em casos mais graves, ou então são muito arriscados. A toxina botulínica tipo A 
surgiu como um procedimento confiável e eficaz da hiperidrose, ao inibir a liberação 
da acetilcolina nas membranas pré-sinápticas. Abordagens cirúrgicas incluem a 
Simpatectomia Endoscópica, curetagem axial e lipoaspiração tumescente, removendo 
as glândulas sudoríparas. Drogas também podem ser utilizadas no tratamento como 
substâncias anticolinérgicas a nível sistêmico. Conclui-se que todos os tratamentos 
devem ser analisados de acordo com o grau de hiperidrose, variando de paciente para 
paciente. Este estudo tem como objetivo revisar criticamente a literatura sobre o tema. 
O tratamento da hiperidrose palmoplantar, axilar e frontal com a toxina botulínica tem 
se mostrado eficaz e seguro, reabilitando o indivíduo às suas atividades no mesmo 
dia. A única desvantagem desse tratamento é o seu alto custo, que limita 
significativamente o seu uso. 
 
Palavras-chave: Hiperidrose. Palmar. Toxina Botulínica tipo A. 
 
 
 
FERREIRA, Adriana Santiago. The efficacy of botulinum toxin type a in the 
treatment of axillary and palmar hyperhidrosis.2020. 28. Course Conclusion Paper 
(Graduation in Biomedicine) –ANHANGUERA, São Paulo, 2020. 
 
ABSTRACT 
 
Hyperhidrosis is characterized by excessive, uncontrolled sweating that occurs due to 
sympathetic hyperactivity. Conventional treatment procedures such as the use of 
antiperspirants, iontophoresis have not been shown to be effective in more severe 
cases, or they are very risky. Botulinum toxin type A emerged as a reliable and effective 
procedure for hyperhidrosis, by inhibiting the release of acetylcholine in presynaptic 
membranes. Surgical approaches include endoscopic sympathectomy, axial curettage 
and tumescent liposuction, removing sweat glands. Drugs can also be used in the 
treatment as anticholinergic substances at the systemic level. It is concluded that all 
treatments must be analyzed according to the degree of hyperhidrosis, varying from 
patient to patient. This study aims to critically review the literature on the topic. The 
treatment of palmoplantar, axillary and frontal hyperhidrosis with botulinum toxin has 
been shown to be effective and safe, rehabilitating the individual to his activities on the 
same day. The only disadvantage of this treatment is its high cost, which significantly 
limits its use. 
 
Keywords: Hyperhidrosis. Palmar. Botulinum toxin type A. 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
 
Figura 1 – Hiperidrose (Axilas)..................................................................................15 
Figura 2 – Liberação de neurotransmissor e presença da toxina botulínica...............18 
Figura 3 – Demonstração de ptose palpebral.............................................................21 
Figura 4 – ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO.........................................................24 
 
LISTA DE TABELAS 
 
 
Tabela 1– Complicações............................................................................................17 
Tabela 2 – Aplicações da toxina botulínica.................................................................19 
Tabela 3 – Técnicas cirúrgicas minimamente invasivas.............................................22 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 13 
2. O SURGIMENTO DA TOXINA BOTULINICA TIPO A E A SUA DESCOBERTA 
NO TRATAMENTO DE HIPERIDROSE AXILAR E PALMAR ................................. 14 
3.0 A HISTÓRIA DA TOXINA BOTULÍNICA TIPO A (BOTOX)................................17 
3.1 A HISTÓRIA DA TOXINA BOTULÍNICA TIPO A..................................................17 
3.2 OUTROS PROCEDIMENTOS COM A TOXINA BOTULÍNICA TIPO A...............19 
3.2.1 Toxicidade.........................................................................................................20 
4.0 RISCOS E COMPLCAÇÕES DA APLICAÇÃO DE TOXINA BOTULINICA .......21 
4.1 OUTROS PROCEDIMENTOS QUE PODEM RESOLVER O TRATAMENTO DE 
HIPERIDROSE AXILAR E PALMAR..........................................................................22 
4.1.1 A técnica de curetagem e aspiração.................................................................22 
4.1.2 Iodoforese .........................................................................................................23 
4.1.3 Tratamento Sistematico.....................................................................................23 
4.1.4 Laser subdérmico ..............................................................................................23 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 215 
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 266 
 
 
 
 
13 
1 INTRODUÇÃO 
A hiperidrose é caracterizada pela transpiração (sudorese) excessiva e 
incontrolável, podendo surgir sem qualquer fator desencadeante aparente. Atinge 
homens e mulheres e se manifesta em várias idades. Apesar de ser indispensável 
para controlar a temperatura do corpo, especialmente durante a prática de exercícios 
físicos, o suor excessivo causa impacto significativo na vida profissional e emocional 
dessas pessoas. Os sintomas cessam durante o sono. O constrangimento, o 
isolamento, o incômodo físico, as alterações psicológicas, a baixa autoestima e outros 
problemas relacionados ao convívio social são exemplos das consequências que essa 
afecção pode causar a seus portadores. 
De que forma a Toxina Botulínicatipo A é eficaz no tratamento de Hiperidrose 
axilar e palmar? 
O presente estudo tem como objetivo geral ratificar a eficácia da Toxina 
Botulínica tipo A no tratamento da hiperidrose axilar e palmar. Apresentar a Toxina 
Botulínica tipo A como um tratamento alternativo e seguro. 
A Toxina Botulínica tipo A surgiu como um tratamento alternativo, seguro, 
rápido e eficaz no tratamento da hiperidrose axilar e palmar ao bloquear a liberação 
de acetilcolina nas membranas pré-sinápticas. Os autores demonstraram que mesmo 
com reduzidas doses de toxina botulínica tipo A, resultados satisfatórios foram 
alcançados, reduzindo custos e possibilitando que pacientes tenham acesso ao 
tratamento, diferentemente de outrora. Onde somente a cirurgia era vista como meio 
de tratamento eficaz, porem causando várias outras sequelas. E foi pensando nesse 
diferencial de tratamento alternativo que esse trabalho por meio de revisões literárias 
tem por objetivo demonstrar o quanto é importante e previsto que a toxina botulínica 
tipo A é sim eficaz no tratamento de hiperidrose axilar e palmar. 
Este trabalho tem por objetivo abordar o tema a eficácia da toxina botulínica 
tipo a no tratamento de hiperidrose axilar e palmar estética e suas implicações, 
descrevendo os principais métodos utilizadas para tal tratamento, apontando as 
principais formas do procedimento, seus riscos e outros métodos com a mesma 
finalidade. 
 
 
 
 
14 
2 O SURGIMENTO DA TOXINA BOTULINICA TIPO A E A SUA DESCOBERTA NO 
TRATAMENTO DE HIPERIDROSE AXILAR E PALMAR 
 
De acordo com Silva, (2012) o uso da toxina botulínica tipo A na medicina 
iniciou-se em 1978, quando o oftalmologista Dr. Alan Scott após diversas tentativas 
sem êxito de descobrir uma substância que pudesse impossibilitar a atividade 
muscular impedindo o neurotransmissor com a obrigação de tratar o estrabismo. Scott 
teve aprovação da FDA para aplicar a toxina em voluntários com estrabismo. Até hoje 
esse procedimento vem sendo aplicado na oftalmologia para tratar pacientes de 
estrabismo e para blefaroespasmo (piscar sem parar) e outras condições de 
hiperatividade dos músculos. 
O físico alemão foi o primeiro a referenciar o Botulismo, no ano de 1822, 
atribuindo-lhe a designação de “envenenamento por salsicha”. Esta 
designação deveu-se ao facto da “salsicha” ter sido a causadora desta 
intoxicação. J. Kerner concluiu que seria um “veneno” a causa da doença, 
especulando mais tarde, um uso terapêutico para esta toxina (PANICKER, 
2003, p.12) 
O Botulismo pode ocorrer de quatro formas distintas: pode resultar da infeção 
com esporos bacterianos, em crianças, que produzem e libertam a toxina no corpo; 
no caso do botulismo infecioso entérico, as bactérias crescem no intestino; o botulismo 
de feridas acontece quando há uma ferida que é infetada e a forma mais comum 
ocorre após a ingestão da toxina, botulismo de origem alimentar (MÜNCHAU, 2000). 
Justinius Kerner associou mortes resultantes de intoxicação com um veneno 
encontrado em salsichas defumadas (do latim botulus, que significa salsicha). Ele 
concluiu que tal veneno interferia na excitabilidade do sistema nervoso motor e 
autonômico. Ele também foi capaz de relatar alguns dos sintomas neurológicos desta 
toxina e que são de conhecimento atual: vómitos, espasmos intestinais, ptose, 
disfagia, falha respiratória e midríase (dilatação da pupila, em função da contração do 
músculo dilatador da pupila) (PANICKER, 2003). 
Tal como foi referido anteriormente, J. Kerner propôs um uso terapêutico para 
esta toxina. Assim, sugeriu que esta poderia ser usada para diminuir a atividade do 
sistema nervoso simpático, quando este está associado a desordens nos movimentos, 
hipersecreção de fluidos corporais, úlceras provocadas por doenças malignas, delírios 
e raiva (TING, 2004). 
 
 
15 
A toxina botulínica foi à primeira proteína microbiana a ser utilizada por meio 
de injeção para o tratamento de doenças humanas (JOHNSON, 1992). Esta toxina 
tem sete tipos diferentes nomeados de A até G e é desde há muito conhecida pelos 
seus 12 efeitos paralisantes sobre a musculatura voluntária humana através da 
inibição da liberação de acetilcolina nas junções neuromusculares (TRUONG, 2009). 
A maioria dos estudos iniciais sobre o mecanismo de ação da toxina botulínica 
foi realizado com o tipo A desta toxina. Apesar de bloquear a transmissão nas 
sinapses colinérgicas do sistema nervoso periférico, a condução ao longo dos axónios 
não é afetada. A denervação química dura vários meses, e a recuperação da 
neurotransmissão e da atividade muscular requer surgimento de novas terminações 
nervosas e conexões funcionais em placas motoras (JOHNSON,1992). 
A hiperidrose é uma patologia caracterizada pelo excesso de suor e/ou 
transpiração, mesmo que em repouso. Isso ocorre em virtude das glândulas 
sudoríparas do corpo humano serem hiperfuncionantes. Cerca de 3% da 
população é afetada pela mesma, sendo que a incidência é homens e 
mulheres na faixa etária dos 18 anos. A hiperidrose atinge diversas áreas do 
corpo: couro cabeludo, face, axilas (a mais comum), palmas das mãos, virilha, 
plantas dos pés. Manifesta-se de forma localizada (áreas específicas) ou 
generalizada (todo o corpo), podendo ser diagnosticada também por 
hiperidrose primária ou secundária (DEMARCHI et al., 2009, p. 65). 
Figura 1: Hiperidrose (Axilas). 
 
Fonte: (CAPRONI, 2017) 
A hiperidrose primária torna-se visível na infância ou adolescência e 
normalmente a transpiração ocorre nas axilas, mãos e pés. Integrantes da mesma 
 
 
16 
família podem apresentar os sintomas, contudo, neste caso, não ocorre transpiração 
em repouso ou sono. Em controversa da primária, a hiperidrose secundária ocorre em 
todas as áreas do corpo, causada por uma condição médica (hipertireoidismo, 
menopausa, obesidade) ou pelo efeito colateral de uma medicação, surge na fase 
adulta e neste caso ocorre a transpiração excessiva em repouso ou sono (REIS et al., 
2011). 
Sua etiologia é desconhecida, podendo possuir diversas causas: fatores 
emocionais, hereditários ou doença, fatores ocupacionais e até mesmo 
sociais. O desconforto provocado pelo excesso de suor, mesmo com a 
ausência de quaisquer fatores acima citados, pode perturbar os aspectos de 
vida do paciente, desde o seu bem-estar emocional, autoimagem, atividades 
físicas/ recreativas e relacionamentos. Induzindo a ansiedade e se tornando 
muitas vezes incapacitantes (CARDOSO, 2009, p.46). 
Segundo Demarchi et al. (2009), os pacientes de hiperidrose axilar queixam-se 
de roupas extremamente molhadas, manchadas e com aspectos de sujeira e mal odor. 
Nas mãos, reclamam da dificuldade no aperto de mãos (qualquer contato físico 
envolvendo as mãos) e ao manusear instrumentos (folhas e componentes 
eletrônicos). Causando assim um desconforto nos relacionamentos, constrangimento 
social e até mesmo transtornos psicossomáticos. 
 
 
 
 
 
17 
3 A HISTÓRIA DA TOXINA BOTULÍNICA TIPO A (BOTOX) 
3.1 A HISTÓRIA DA TOXINA BOTULÍNICA TIPO A 
A história do uso cosmético da toxina botulínica começou a ter observações 
realizadas a partir do uso clínico da toxina. Os estudos de Alan Scott foram essenciais 
de referência para que, em 1989, a Food and Drug Administration (FDA/USA) 
aprovasse o uso da toxina botulínica tipo A para o tratamento de desordens 
neuromusculares e oculares. Com o decorrer do tempo, Scott e outros profissionais 
analisaram efeitos sobre a musculatura facial dos pacientes tratados com finalidade 
clínica, que demonstravam o potencial uso da toxina botulínica tipo A para a 
diminuição de rugas e linhas de expressão (CARRUTHERS, 2003). 
A toxina botulínica tipo A (TBA) é uma das substâncias biológicas mais letais 
(NIGAM; NIGAM, 2010). 
 
Tabela 1- Complicações. 
 
Fonte: Adaptado de Sposito (2009) 
E é produzida por cepas de Clostridium butulinum, uma bactéria anaeróbia, 
gram-positivae formadora de esporos. É uma exotoxina, na qual apresenta oito 
sorotipos (A, B, C1, C2, D, E, F e G), sendo a do tipo A mais utilizada clinicamente 
(SPOSITO, 2004). 
 
 
 
 
18 
Figura 2- Liberação de neurotransmissor e presença da toxina botulínica. 
 
Fonte: Adaptado de Sposito (2009). 
 
A sua utilização clínica principal para o tratamento do estrabismo expandiu-se 
significativamente para incluir condições neurológicas relacionadas com a 
hiperatividade dos músculos como, por exemplo, distonias, espasticidade, tiques, 
tremores e disfonia. Recentemente, a toxina botulínica tem sido usada para atenuar 
distúrbios autonómicos atuando em receptores de glândulas e no músculo liso, sendo 
consequentemente, utilizada no tratamento de uma série de outras condições, 
incluindo desordens de hipersecreção, síndromes de dor, dissinergia do esfíncter 
detrusor, hiperatividade gastrointestinal e espasmo muscular ou do esfíncter. Além 
disto, também pode reduzir a dor (TRUONG, 2009). 
 
 
19 
Por ser o nome da marca pioneira na comercialização para fins estéticos – 
Botox®, produzida pelo laboratório Allergan Inc, o procedimento ficou conhecido por 
todos como “Botox”. Ainda assim, existem outras marcas disponíveis no mercado: a 
farmacêutica Galderma é responsável pela Dysport, a Merz registrou a Xeomin e a 
Cristália comercializa a Prosigne (SILVA, 2009). 
 
3.2 OUTROS PROCEDIMENTOS COM A TOXINA BOTULÍNICA TIPO A 
Atualmente a toxina botulínica é empregada para tratamento de: Estrabismo; 
blefaroespasmo associado com distonia, incluindo blefaroespasmo essencial 
benigno ou distúrbio do nervo facial, indicado também em: distonia cervical (torcicolo 
espasmódico); espasmo hemifacial; espasticidade muscular; linhas faciais 
hiperfuncionais; hiper-hidrose. (SILVA, 2009). 
Tabela 2- Aplicações da toxina botulínica. 
 
Fonte: Adaptado de Silva (2011). 
 
 
20 
São muito os métodos realizados com a toxina botulínica, tendo fins estéticos 
ou tratamentos de anomalias corporais, a decidir pelo perfil de cada paciente. De 
forma geral, o tratamento tem característica individual em sua realização, tendo em 
vista o resultado clínico e a duração do efeito, com cumprimento dos fatores 
relacionados ao paciente, sendo conhecidos fatores como a idade, sexo, patologia 
associada ou ainda a formação de anticorpos antitoxina botulínica, que tendem a 
diminuir sua eficácia terapêutica. (VASCONCELOS, 2017) 
 
3.2.1 Toxicidade 
 
A toxina botulínica é quatro vezes mais potente que o tétano, um bilhão de 
vezes que o curare e 100 bilhões de vezes mais potente que o cianureto. A toxicidez 
é normalmente apresentado em unidades. Uma unidade (U) é a quantidade de toxina 
que elimina 50% (DL50) de um grupo de camundongos fêmeas Swiss-Webster 
pesando 18 a 20 g. Embora sejam desconhecidas as quantidades reais, a dose tóxica 
para uma pessoa que pesa 70 kg é considerado entre 2.500 e 3.000 unidades, 
aproximadamente 40 U\Kg, 10-9 g\kg do peso corporal OU 1-2 mg da toxina (BELL, 
2000). 
 
 
 
 
 
 
21 
4 RISCOS E COMPLCAÇÕES DA APLICAÇÃO DE TOXINA BOTULINICA 
Na última década, a toxina botulínica tem se mostrado como umas das formas 
mais escolhidas no tratamento da hiperidrose. Sendo considerada uma das mais 
seguras e de fácil realização o medicamento foi aprovado para ser injetado nas axilas, 
nas mãos ou nos pés para inibir temporariamente a sudorese como tratamento da 
hiperidrose (DRAELOS, 2012). 
Considerados menos invasivos, existem outras opções de tratamento para a 
hiperidrose tais como: os antiperspirantes que proporcionam alívio destinado 
para inibir ou diminuir a transpiração e o odor do suor; os medicamentos, 
drogas anticolinérgicas ajudam a impedir a estimulação das glândulas 
sudoríparas, os betabloqueadores ou benzodiazepínicos podem ajudar a 
reduzir a transpiração relacionada ao estresse, porém pouco receitados 
devido aos efeitos colaterais; a iontoforese é um método simples e bem 
tolerado, utilizando eletricidade leve para desativar temporariamente a 
glândula sudorípara. É mais eficaz nos casos de hiperidrose palmar e plantar, 
seus efeitos colaterais embora raros incluem queimaduras e rachaduras da 
pele (DRAELOS, 2012, p. 92). 
Figura 3 – Demonstração de ptose palpebral 
 
Fonte: (SADICK, 2001) 
A ptose palpebral é a complicação mais temida e mais importante. Caracteriza-
se por queda de 1 a 2 mm na pálpebra, obscurecendo o arco superior da íris. Ocorre 
em consequência de injeção na glabela e fronte, pela difusão da TB ou pela injeção 
no septo orbital, paralisando o músculo levantador da pálpebra superior. Diluições 
muito altas, injeções muito próximas da borda orbital, massagens ou intensa 
manipulação da área depois da aplicação e maior difusão das preparações de TB são 
fatores que aumentam a possibilidade de ocorrência dessa complicação. Os sintomas 
 
 
22 
aparecem após 7 a 10 dias da aplicação e tendem a ser leves. Além da queda da 
pálpebra os pacientes referem dificuldade para movimentá-las e sensação de peso 
quando os olhos estão abertos. Essa complicação resolve-se espontaneamente em 2 
a 4 semanas (MAIO, 2011). 
 
4.1 OUTROS PROCEDIMENTOS QUE PODEM RESOLVER O TRATAMENTO DE 
HIPERIDROSE AXILAR E PALMAR 
Schlereth et al. (2009) realizaram uma revisão de literatura sobre o tema, 
através de banco de dados medline. O trabalho relatou tratamentos conservadores 
para hiperidrose como: aplicação local de cloreto de alumínio, iodoforese de água e 
injeção intradérmica de toxina botulínica. Abordagens cirúrgicas incluem a 
Simpatectomia Endoscópica, curetagem axial e lipoaspiração tumescente, removendo 
as glândulas sudoríparas. Drogas também podem ser utilizadas no tratamento como 
substâncias anticolinérgicas a nível sistêmico. Conclui-se que todos os tratamentos 
devem ser analisados de acordo com o grau de hiperidrose, variando de paciente para 
paciente. 
 
Tabela 3 – Técnicas cirúrgicas minimamente invasivas 
 
Fonte: Rezende e Luz (2014) 
 
4.1.1 A técnica de curetagem e aspiração 
A área a ser tratada geralmente se estende de 1 a 2 centímetros além da área 
dos pelos. Entretanto, o teste do iodo-amido pode ser realizado previamente à cirurgia 
para marcar toda a região afetada e evitar a ocorrência de áreas residuais de 
 
 
23 
hiperidrose. Alguns autores preferem raspar os pelos axilares 2 a 3 dias antes da 
cirurgia (WOLLINA et al., 2008). Outros preferem mantê-los, pois eles facilitam a 
visualização e marcação da área a ser tratada no momento do procedimento e servem 
como um dos parâmetros para interrupção do mesmo (LEE et al., 2005; REZENDE; 
LUZ, 2015). 
 
4.1.2 Iodoforese 
 A iontoforese é uma técnica não invasiva que usa a eletricidade para prover de 
maneira controlada uma transferência transdermal de uma grande gama de fármacos, 
no processo, a corrente original é transferida do eletrodo para a pele por meio da 
solução contendo agentes ativos, ele se beneficia com fármacos hidrofílicas e também 
aqueles que possuem alto peso molecular (SILVA et al., 2012). 
 
4.1.3 Tratamento Sistematico 
O uso de anticolinérgicos orais, como atropina e glicopirrolato, é limitado pela 
presença frequente de efeitos colaterais, como ressecamento oral e ocular, 
constipação e dificuldade para urinar. Estariam indicados, entretanto, nos casos que 
não respondem aos tratamentos tópicos, iontoforese ou toxina botulínica. Apesar dos 
efeitos adversos, existem recomendações para o uso de agentes anticolinérgicos 
antes da realização de procedimentos cirúrgicos (REZENDE; LUZ, 2014). 
 
4.1.4 Laser subdérmico 
Ichikawa e cols. demonstraram pela primeira vez a nova técnica no tratamento 
da osmidrose com ablação das glândulas sudoríparas através de aplicação 
subcutânea do laser Nd:YAG 1064nm. Relataram técnica minimamente invasiva, com 
alta eficácia, curto período de recuperação pós-operatória e durabilidade (GOLDMAN, 
2008). 
Éutilizada no tratamento e cura de diversas patologias, como a psoríase e a 
icterícia. A fototerapia consiste em uma série de tratamentos à base de processos 
fotoquímicos que não queimam ou provocam danos à superfície da pele. Na 
fototerapia utiliza-se uma Luz Emitida por Diodo (LED) que estimula ou mesmo inibe 
determinadas atividades das células favorecendo o rejuvenescimento. (TAVARES; 
MELO; FARDIM, 2019, p.62-68). 
 
 
24 
Figura 4- ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO 
Fonte: www.infoescola.com/fisica/espectroeletromagnetico 
A laserterapia de baixa intensidade (LTBI) ou baixa potência (reativo) é um 
termo genérico que define a aplicação terapêutica de lasers e diodos superluminosos 
monocromáticos, com potência relativamente baixa, para o tratamento de feridas 
abertas, lesões de tecidos moles, processos inflamatórios e dores associadas a várias 
etiologias, com dosagens consideradas baixas demais para efetuar qualquer 
aquecimento detectável nos tecidos irradiados (KITCHEN et al., 1998 apud 
MEZZALIRA; FREDERICO, 2007, p. 10). 
 
 
 
 
 
25 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
O tratamento da hiperidrose primária com injeções intradérmicas de toxina 
botulínica tipo A mostrou-se uma opção bastante eficaz, segura, pouco invasiva, com 
alto grau de satisfação, permitindo aos pacientes o retorno às atividades profissionais 
no mesmo dia. 
A utilização da toxina botulínica para o tratamento da hiperidrose, é um método 
seguro, preciso e bem tolerado. Torna-se eficaz pois há a ausência dos sintomas da 
patologia. 
Os efeitos colaterais e as complicações são temporários, pouco frequentes e 
regridem sem deixar sequelas. O custo ainda é bastante elevado. O bloqueio sináptico 
provocado pela toxina botulínica, provavelmente, causa atrofia e involução das 
glândulas sudoríparas. Esses efeitos, associados à melhora do estado emocional e 
da autoestima dos pacientes, retardam o reaparecimento dos sintomas da hiperidrose, 
proporcionando melhora de sua qualidade de vida. 
Porém mesmo assim para o tratamento de hiperidrose o mais recomendado 
continua sendo a aplicação de toxina botulínica tipo A, pois ela melhora na qualidade 
de vida e satisfação do paciente tendo um risco-benefício mínimo e está equilibrado 
com as capacidades de manter o paciente em um estado mais confortável e 
socialmente aceitável. 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
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