Buscar

Tema 3

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
MÓDULO 1 
 
Descrever as regras básicas de apresentação do desenho 
técnico de peças mecânicas 
 
INTRODUÇÃO 
Surge uma ideia, uma necessidade: nasce um projeto. Em Engenharia, o desenho técnico 
é a ferramenta de expressão gráfica. É por meio do desenho técnico que o engenheiro 
desenvolve e orienta a execução, seja para fabricação de um produto ou a prestação de um serviço. Mesmo com a utilização de computação gráfica, vimos que os conhecimentos 
sobre desenho técnico são fundamentais. 
Tão importante quanto ter uma ideia ou atender a uma necessidade, é apresentar os 
desenhos técnicos de um projeto em uma linguagem que todos entendam. Afinal, esse projeto deverá ser interpretado e executado por equipes multidisciplinares para que se 
obtenha o resultado esperado. Assim, deve haver uma forma padronizada de elaboração e 
apresentação dos desenhos, possibilitando haver comunicação entre as equipes. 
Você sabia 
No Brasil existe uma entidade sem fins lucrativos, a Associação Brasileira de Normas 
Técnicas, considerada o Foro Nacional de Normalização, que estabelece normas para a 
elaboração e apresentação de desenhos técnicos. Apesar de as normas serem de uso voluntário, quase sempre são usadas por representar consenso sobre o estado da arte de 
determinado assunto, obtido entre especialistas. 
NORMAS BRASILEIRAS 
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é uma entidade privada e sem fins lucrativos, que cuida de diferentes normalizações no país. Criada em 1940, a organização 
estuda e propõe formas de sistematizar processos, sejam eles de cunho tecnológico, industrial ou acadêmico. 
A ABNT elabora as Normas Brasileiras (NBR), identificadas por números. Essas normas são reconhecidas pelo governo federal e seguidas por profissionais, empresas e entidades 
acadêmicas de todo o Brasil. Cada norma é criada por meio de comissões ou comitês formados por pessoas que possuem conhecimentos técnicos em diferentes áreas de 
atuação. 
 
2 
Já imaginou se não existissem as normas da ABNT? Cada engenheiro faria os 
desenhos do projeto de sua forma, ou fabricaria um produto do jeito que achasse 
melhor. É fundamental utilizar essas normas, pois elas transmitem conhecimento sistematizado, que já foi avaliado em diferentes aspectos. 
“As normas asseguram as características desejáveis de produtos e serviços, como 
qualidade, segurança, confiabilidade, eficiência, intercambialidade, bem como respeito 
ambiental — e tudo isto a um custo econômico” 
(ABNT, s. d.). 
 
 Tornam o desenvolvimento, a fabricação e o fornecimento de produtos e serviços mais eficientes, mais seguros e mais limpos. 
 Facilitam o comércio entre países tornando-o mais justo. 
 Fornecem aos governos uma base técnica para saúde, segurança e legislação ambiental, e avaliação da conformidade. 
 Compartilham os avanços tecnológicos e a boa prática de gestão. 
 Disseminam a inovação. 
 Protegem os consumidores e usuários em geral, de produtos e serviços. 
 Tornam a vida mais simples provendo soluções para problemas comuns. Como estamos tratando da expressão gráfica por meio do desenho técnico instrumental, vamos apresentar, destacar e comentar alguns aspectos importantes das principais normas da ABNT, que, juntas, nos permitem executar e apresentar o desenho técnico de peças mecânicas. Vamos começar listando o objetivo de várias Normas Brasileiras (NBR), indicando as que serão exploradas em outros temas e escolhendo as que iremos explorar neste módulo: 
ABNT NBR 8196:1999 – DESENHO TÉCNICO: EMPREGO DE ESCALAS 
Esta Norma foi cancelada em agosto de 2016. A ABNT NBR 16752:2020 sintetiza o assunto em seu item 6 (EMPREGO DE ESCALAS). O assunto foi abordado em outro tema. 
ABNT NBR 8402:1994 – EXECUÇÃO DE CARACTER PARA ESCRITA EM 
DESENHO TÉCNICO: 
Esta Norma fixa as condições exigíveis para a escrita usada em desenhos técnicos e documentos semelhantes. Apresenta a caligrafia técnica. Abordaremos neste módulo. 
ABNT NBR 8403:1984 – APLICAÇÃO DE LINHAS EM DESENHOS – TIPOS DE 
LINHAS – LARGURAS DAS LINHAS: 
Esta Norma fixa tipos e o escalonamento de larguras de linhas para uso em desenhos técnicos e documentos semelhantes. Abordaremos neste módulo. 
 
 
3 
ABNT NBR 10067:1995 – PRINCÍPIOS GERAIS DE REPRESENTAÇÃO EM 
DESENHO TÉCNICO: 
Esta Norma fixa a forma de representação aplicada em desenho técnico. Trata dos métodos de projeção ortográfica (1º e 3º diedros) e denominação das vistas, além da representação de cortes e seções nas vistas. Os métodos de projeção e a denominação das vistas serão tratados em outro tema, enquanto a representação de cortes e seções será abordada em outro módulo do tema atual. 
 
ABNT NBR 10068:1987 – FOLHA DE DESENHO – LEIAUTE E DIMENSÕES – 
PADRONIZAÇÃO: 
Esta Norma foi cancelada em janeiro de 2020 e substituída pela ABNT NBR 16752:2020. Abordaremos neste módulo a nova norma. 
ABNT NBR10126:1998 – COTAGEM EM DESENHO TÉCNICO: 
Esta Norma fixa os princípios gerais de contagem a serem aplicados em todos os desenhos técnicos. O assunto foi abordado em outro tema. 
ABNT NBR 10582:1988 – APRESENTAÇÃO DA FOLHA PARA DESENHO 
TÉCNICO: 
Esta Norma foi cancelada em janeiro de 2020. A ABNT NBR 16752:2020 sintetiza o assunto no seu item 5 (CONTEÚDO E DISPOSIÇÃO DOS ESPAÇOS NA FOLHA DE DESENHO). Abordaremos neste módulo a nova norma. 
ABNT NBR 12298:1995 – REPRESENTAÇÃO DE ÁREA DE CORTE POR MEIO DE 
HACHURAS EM DESENHO TÉCNICO: 
Esta Norma fixa as condições exigíveis para representação de áreas de corte em desenho técnico. O assunto será abordado em outro módulo do tema atual. 
 
ABNT NBR 13142:1999 – DESENHO TÉCNICO – DOBRAMENTO DE CÓPIAS: 
Esta Norma foi cancelada em junho de 2017. A ABNT NBR 16752:2020 sintetiza o assunto no seu item 7 (DOBRAMENTO DA FOLHA DE DESENHO). Abordaremos neste módulo a nova norma. 
ABNT NBR 16752:2020 – DESENHO TÉCNICO – REQUISITOS PARA 
APRESENTAÇÃO EM FOLHAS DE DESENHO: 
Esta Norma especifica o formato das folhas de desenho e os elementos gráficos, a localização e a disposição do espaço para desenho, espaço para informações complementares e legenda, o dobramento de cópias e o emprego de escalas a serem utilizadas em desenhos técnicos. Abordaremos neste módulo. 
 
 
4 
ABNT NBR 8402:1994 
A ABNT estabelece na NBR 8402:1994 (EXECUÇÃO DE CARACTER PARA ESCRITA 
EM DESENHO TÉCNICO) as condições exigíveis para a escrita usada em desenhos técnicos e documentos semelhantes, conhecida como caligrafia técnica. 
Vamos apresentar uma síntese comentada dessas condições, o quadro de proporções e 
dimensões de símbolos gráficos, o esquema com as características das aplicações desses parâmetros na caligrafia técnica e alguns exemplos de letras. 
Atenção Cabe aqui ressaltar que isso não nos isenta de conhecer a norma na íntegra. 
As principais condições apresentadas nessa norma são: 
 As principais exigências na escrita em desenhos técnicos são: legibilidade, uniformidade e adequação à microfilmagem e a outros processos de reprodução. 
 Os caracteres devem ser claramente distinguíveis entre si, para evitar qualquer troca ou algum desvio mínimo da forma ideal. 
 Para microfilmagem e outros processos de reprodução é necessário que a distância entre caracteres (a) corresponda, no mínimo, a duas vezes a largura da linha (d). 
 No caso de larguras de linha diferentes, a distância deve corresponder à da linha (d) mais larga. 
 Para facilitar a escrita, deve ser aplicada a mesma largura de linha para letras maiúsculas e minúsculas. 
 Os caracteres devem ser escritos de forma que as linhas se cruzem ou se toquem, aproximadamente, em ângulo reto. 
 A altura h possui razão 2 correspondente à razão dos formatos de papel para desenho técnico. 
 A altura h das letras maiúsculas deve ser tomada como base para o dimensionamento. 
 As alturas h e c não devem ser menores do que 2,5 mm. Na aplicação simultânea de letras maiúsculas e minúsculas, a altura h não deve ser menor do que 3,5 mm. 
 A escrita pode ser vertical ou inclinada, em um ângulo de 15° paraa direita em relação à vertical. 
 
 
 
 
5 
Características Relação Dimensões (mm) 
Altura das letras maiúsculas h (10/10) h 2,5 3,5 5 7 10 14 20 
Altura das letras maiúsculas c (7/10) h - 2,5 3,5 5 7 10 14 
Distância mínima entre caracteres a (2/10) h 0,5 0,7 1 1,4 2 2,8 4 
Distância mínima entre linhas de base b (14/10) h 3,5 5 7 10 14 20 28 
Distância mínima entre palavras e (6/10) h 1,5 2,1 3 4,2 6 8,4 12 
Largura da linha d (1/10) h 0,25 0,35 0,5 0,7 1 1,4 2 
 Quadro: Proporções e dimensões de símbolos gráficos. Fonte: NBR 8402 (1994) 
 
 Figura: Parâmetros aplicados na caligrafia técnica. 
ABNT NBR 8403:1984 
A ABNT estabelece na NBR 8403:1984 (APLICAÇÃO DE LINHAS EM DESENHOS – 
TIPOS DE LINHAS – LARGURAS DE LINHAS) tipos de linhas, suas denominações e aplicações, suportados por condições gerais e específicas estabelecidas. A utilização de 
diferentes tipos e larguras (espessuras) de linhas no desenho técnico permite diferenciar 
os elementos. 
Linha Denominação Aplicação Geral 
A 
 
Contínua larga A1 contornos visíveis A2 arestas visíveis 
 
B 
 
Contínua estreita B1 linhas de interseção imaginárias B2 linhas de cotas B3 linhas auxiliares B4 linhas de chamadas B5 hachuras 
 B6 contornos de seções rebatidas na própria vista B7 linhas de centros curtas 
C 
 
Contínua estreita à mão livre C1 
limites de vistas ou cortes parciais 
ou interrompidas se o limite não 
coincidir com linhas traço e ponto 
D 
 
Contínua estreita em zigue-zague D1 esta linha destina-se a desenhos confeccionados por máquinas 
E 
 
Tracejada larga E1 contornos não visíveis E2 arestas não visíveis 
 
6 
F 
 
Tracejada estreita F1 contornos não visíveis F2 arestas não visíveis 
 
G 
 
Traço e ponto estreita G1 linhas de centro G2 linhas de simetrias 
 G3 trajetórias 
 
H 
 
Traço e ponto estreita, 
largura nas extremidades e na mudança de direção H1 Planos de cortes 
 
J 
 
Traço e ponto largo J1 indicação das linhas ou superfícies com 
indicação especial 
K 
 
Traço e dois pontos 
estreita K1 contornos de peças adjacentes K2 posição limite de peças móveis 
 K3 linhas de centro de gravidade 
 K4 cantos antes da conformação 
 K5 detalhes situados antes do plano de corte 
Quadro: Tipos de linhas e suas aplicações. Fonte: NBR 8403 (1984) 
 
Vamos apresentar uma síntese comentada dessas condições, além do quadro de tipos de 
linhas e suas aplicações, ressaltando que isso não nos isenta de conhecer a norma na íntegra. 
As principais condições apresentadas nessa norma são: 
 A relação entre as larguras de linhas largas e estreitas não deve ser inferior a dois. Assim, devemos ter o traço da linha larga com pelo menos o dobro da espessura da linha estreita. Logicamente, o tipo de lápis ou caneta técnica utilizado no desenho influenciará na execução dessas linhas. 
 As larguras das linhas devem ser escolhidas conforme o tipo, dimensão, escala e densidade de linhas no desenho. Se o desenho for pequeno (podemos imaginar 
uma redução em escala, desenhado em folha A4) e tiver muitas linhas, por exemplo, a largura (espessura) da linha não será a mesma de um desenho maior 
(podemos imaginar uma ampliação em escala, desenhado em folha A0).  Para diferentes vistas de uma mesma peça, desenhadas na mesma escala, as larguras 
das linhas devem ser conservadas. 
 
 O espaçamento mínimo entre linhas paralelas, inclusive na representação de 
hachuras, não deve ser menor do que duas vezes a largura da linha mais larga, 
entretanto recomenda-se que esta distância não seja menor do que 0,70 mm. 
 
 
7 
 Se ocorrer a coincidência (sobreposição) de duas ou mais linhas de diferentes tipos, deve 
ser considerada a seguinte ordem de prioridade: arestas e contornos visíveis (tipo A) => 
aresta e contornos não visíveis (tipos E e F) => superfícies de cortes e seções (tipo H) => 
linhas de centro (tipo G) => linha de centro de gravidade (tipo K) => linhas de cota e auxiliar 
(tipo B). 
 
 Figura: Tipos de linhas: exemplo de aplicação. 
 
ABNT NBR 16752:2020 
A ABNT estabelece na NBR 16752:2020 (DESENHO TÉCNICO – REQUISITOS PARA 
APRESENTAÇÃO EM FOLHAS DE DESENHO), em tópicos, temas de diversas normas que foram canceladas. Essa NBR especifica o formato das folhas de desenho e os 
elementos gráficos; a localização e a disposição do espaço para desenho, espaço para 
informações complementares e legenda; o dobramento de cópias e o emprego de escalas a serem utilizadas em desenhos técnicos. 
Vamos apresentar uma síntese comentada dos principais tópicos dessas normas, que não 
tenham sido apresentados em outros módulos do conteúdo dos temas da disciplina, 
ressaltando que isso não nos isenta de conhecer a norma na íntegra. 
FOLHA DE DESENHO 
O formato básico para folha de desenho é o retângulo com área igual a 1,0 m² e de lados 
medindo 841 mm × 1.189 mm, mantendo entre si a mesma relação que existe entre o lado 
de um quadrado e a sua diagonal. Desse formato básico, denominado A0 (A zero), deriva-se a série ISO-A de tamanhos de folha, pela sua bipartição sucessiva. 
Figura: Origem, semelhanças e formatos da série ISSO-A. 
 
8 
Convém que a representação do desenho seja executada em menor formato de folha 
possível, desde que a sua interpretação não seja prejudicada. As medidas dos formatos de 
folha de desenho da série ISO-A mais utilizados são apresentados na tabela a seguir: 
Tabela: Dimensões das folhas da série ISO-A. Fonte: NBR 16752 (2020) 
Essas folhas de desenho podem ser utilizadas tanto na posição vertical (retrato) como na 
posição horizontal (paisagem), sendo conveniente que os formatos maiores do que A4 sejam utilizados na posição horizontal. 
Dica 
Todas as folhas de desenho devem apresentar margens e quadro limitando o espaço para 
desenho. A margem esquerda deve ter 20 mm de largura para permitir que a folha seja 
perfurada e arquivada, e todas as outras margens devem ter 10 mm de largura. 
Conteúdo e disposição dos espaços da folha de desenho 
O espaço da folha de desenho é dividido em: espaço para desenho, legenda e espaço 
para informações complementares, quando necessário. 
Figura: Disposição dos espaços na folha de desenho. 
O desenho deve ser realizado no espaço destinado para desenho. Havendo mais de um 
desenho, eles devem estar dispostos ordenadamente na horizontal e na vertical, sendo o desenho principal, se houver, posicionado acima e à esquerda desse espaço. Em relação 
à legenda, deve ser elaborada na forma de um quadro subdividido em campos de dados, contendo informações, indicações e identificações relevantes associadas ao desenho. 
 Figura: Exemplo de preenchimento de legenda. 
Designação Dimensões (mm) 
A0 841 x 1.189 
A1 594 x 841 
A2 420 x 594 
A3 297 x 420 
A4 210 x 297 
 
9 
Todas as informações necessárias ao entendimento do conteúdo do desenho devem ser 
inseridas no espaço para informações complementares, independentemente da ordem de 
apresentação, exceto aquelas que necessitem estar posicionadas junto ao desenho. 
Dica 
O espaço para informações complementares normalmente deve ser alocado próximo à margem direita e acima da legenda. A largura do espaço deve ser no máximo igual à 
largura da legenda, ou seja, 180 mm. 
Dobramento da folha de desenho 
Para arquivamento, as folhas de desenho devem ser dobradas, sendo o seu tamanho final o do formato A4. 
Atenção 
Após os dobramentos a legenda do desenho deve estar visível. 
Os dobramentos devem ser iniciados do lado direito e verticalmente a partir da legenda. 
Uma vez efetuado o dobramento vertical, devem ser realizadas as dobras horizontais. As 
folhas de formatos A0, A1 e A2 devem ter o canto superior esquerdodobrado para trás. 
 Figura: Dobramento de folha A3. 
 
Verificando o Aprendizado 
 
1. Sobre os tipos de linhas, conforme a NBR 8403:1984, podemos afirmar, EXCETO: 
A) As linhas contínuas largas são aplicadas nos contornos visíveis. B) As linhas tracejadas largas são aplicadas nos contornos não visíveis. C) As linhas traço e ponto estreitas são aplicadas nas linhas (eixos) de simetria. D) As linhas tracejadas estreitas são aplicadas nos planos de cortes. E) As linhas traço ponto representam linhas de concreto. 2. Em relação à folha de desenho, conforme a NBR 16752:2020, podemos afirmar, EXCETO: 
A) O formato básico é o retângulo com área igual a 1,0 m². B) Convém que a representação do desenho seja executada no maior formato de folha possível, desde que a sua interpretação não seja prejudicada. C) O formato básico mede 841 mm × 1189 mm. D) O formato básico, denominado A0 (A zero), deriva-se a série ISO-A de tamanhos de folha. E) A divisão da folha de desenho é feita em: espaço para desenho, legenda e espaço para informações complementares. 
 
10 
MÓDULO 2 
 
Empregar o desenho técnico das vistas ortográficas de peças 
mecânicas no 1º diedro 
 
A NBR 10067:1995 (PRINCÍPIOS GERAIS DE REPRESENTAÇÃO EM DESENHO TÉCNICO – PROCEDIMENTO) apresenta os métodos para projeção ortogonal de objetos 
nos 1º e 3º diedros, que nos permitem representar um objeto a partir de suas projeções 
ortogonais, as chamadas vistas ortográficas. 
Saiba mais 
O método do 3º diedro, chamado de Método Americano de projeção, é adotado pela ANSI (American National Standards Institute – Instituto Nacional de Padrões Americanos), sendo 
utilizado nos Estados Unidos e no Canadá. Já o método do 1º diedro, conhecido como Método Europeu de projeção, é adotado na Europa e no Brasil. 
Diante disso, vamos dedicar um pouco mais de tempo para complementar alguns tópicos dessa norma e elaborar as vistas ortográficas de peças com características e detalhes 
distantes, ampliando a nossa capacidade de raciocínio espacial. 
VISTAS ORTOGRÁFICAS (1º DIEDRO) 
O foco deste módulo será o método do 1º diedro, conhecido como Método Europeu de projeção, adotado no Brasil. 
Você se lembra do “cubo transparente” no qual colocamos a nossa peça dentro? As 
projeções do objeto nas faces desse “cubo” serão as vistas de um observador 
posicionado em frente a cada uma das faces, do lado de fora do cubo, olhando para o objeto. 
Ordem a ser seguida para a projeção de objetos no 1º diedro: 
 
Resumindo O observador “vê” o objeto e a imagem “vista” é projetada no plano paralelo à face observada, posterior ao objeto. 
Para escolha das vistas que deverão ser representadas, vamos recorrer novamente à NBR 10067:1995, merecendo destaque os seguintes trechos: 
 
 
11 
VISTA PRINCIPAL 
A vista mais importante de uma peça deve ser utilizada como vista frontal ou principal. Geralmente, essa vista representa a peça na sua posição de utilização. 
 
OUTRAS VISTAS 
Quando outras vistas forem necessárias, inclusive cortes e/ou seções, elas devem ser selecionadas conforme os seguintes critérios: a) usar o menor número de vistas; b) evitar repetição de detalhes; c) evitar linhas tracejadas desnecessárias. 
DETERMINAÇÃO DO NÚMERO DE VISTAS 
Devem ser executadas tantas vistas quantas forem necessárias à caracterização da forma da peça, sendo preferíveis vistas, cortes e/ou seções ao emprego de grande quantidade de linhas tracejadas. 
 
DETALHES AMPLIADOS 
Quando a escala utilizada não permite demonstrar detalhe ou cotagem de uma parte da peça, este é circundado com linha estreita contínua, conforme a NBR 8403, e designado com letra maiúscula, conforme a NBR 8402. O detalhe correspondente é desenhado em escala ampliada e identificada. Você já ouviu falar em desenho isométrico? Qual a diferença em relação à perspectiva isométrica? Podemos dizer que o desenho isométrico é uma versão simplificada da perspectiva isométrica. Ambos são recursos para a representação de formas geométricas tridimensionais. A diferença é que, ao elaborarmos a peça utilizando os três eixos isométricos (que formam entre si três ângulos de 120°), não utilizamos para o desenho isométrico nenhum coeficiente de redução das medidas obtidas nas vistas; já no caso da perspectiva isométrica, utilizamos um coeficiente de redução de 0,82. Os motivos dessa redução de medidas serão esclarecidos em outro tema. 
PEÇAS COM FACES ISOMÉTRICAS E CONTORNOS RETOS 
Qualquer reta paralela a um eixo isométrico é chamada linha isométrica; as perspectivas das arestas de um cubo e as linhas a elas paralelas, por exemplo, são linhas isométricas; assim, as perspectivas das faces do cubo e outras que forem a elas paralelas, são chamadas faces isométricas; portanto, as faces isométricas são paralelas a um dos planos do triedro; as faces formam entre si ângulos de 90°. 
 
PEÇAS COM FACES NÃO ISOMÉTRICAS E CONTORNOS RETOS: 
As linhas não paralelas aos eixos isométricos são linhas não isométricas; as arestas de um objeto não paralelas aos eixos do triedro têm como perspectiva linhas não isométricas; as medidas dessas arestas não podem ser transferidas diretamente para a perspectiva; as faces podem formar entre si ângulos diferentes de 90° (agudos ou obtusos). 
 
 
12 
PEÇAS COM CONTORNOS, FUROS E RASGOS ARREDONDADOS 
Nessas peças são utilizados os traçados de perspectivas isoméricas de círculos. O círculo em uma perspectiva isomérica se parece com uma elipse. E mesmo sendo uma face da peça, terá caraterística elíptica. 
Veremos que, em alguns casos, o ideal seria obter maior detalhamento dos contornos não visíveis que, a princípio, aparecem tracejados. Nesses casos, a utilização dos cortes e 
seções nos permitirá visualizar detalhes internos nas vistas. Isso será objeto de estudo no próximo módulo. 
Para facilitar o entendimento das vistas ortográficas apresentadas, vamos “ligar três 
lanternas coloridas”, uma em cada ponto em que o observador estiver posicionado: 
 Uma lanterna amarela na vista frontal (VF); 
 Uma vermelha na vista lateral esquerda (VLE); 
 Uma azul na vista superior (VS). 
Quando a face for isométrica, apenas uma lanterna irá iluminá-la. Quando a face não for 
isométrica, dependendo da posição, pode ser iluminada por uma ou duas lanternas, 
simultaneamente. 
Comentário 
Não apresentaremos peças com faces que sejam iluminadas pelas três lanternas. 
Para esses casos, teremos uma mistura de cores: verde (amarelo + azul), roxo (vermelho + azul) e laranja (amarelo + vermelho). 
PEÇAS COM FACES ISOMÉTRICAS E CONTORNOS RETOS 
 
PEÇA 1 
A peça é formada por dois blocos em formato de paralelepípedo sobrepostos: por baixo 
um bloco de 60 mm de largura, 20 mm de altura e 40 mm de profundidade, que teve uma 
quina (lado esquerdo, parte posterior) cortada; por cima um bloco de 30 mm de largura, 20 mm de altura e 20 mm de profundidade, que teve uma quina (posterior, superior) cortada. 
 Figura: Peça mecânica simples (faces isométricas). 
 
13 
PEÇA 2 
Inicialmente, um bloco de 60 mm de largura, 40 mm de altura e 40 mm de profundidade, 
foi transformado em um “L” (vista lateral esquerda) e, em seguida, teve as duas quinas da parte vertical do “L” cortadas e um rasgo passante feito na parte horizontal (bem na frente 
da peça). 
 
Figura: Peça mecânica simples (faces isométricas). 
PEÇA 3 
O mesmo bloco inicial da peça 2 (60 mm de largura, 40 mm de altura e 40 mm de profundidade) foi “esculpido” de forma diferente. Veja a quantidade de arestas deixadas 
nas vistas frontal e, principalmente, lateral da peça. 
 Figura: Peça mecânica simples (faces isométricas). 
PEÇAS COM FACES NÃO ISOMÉTRICAS E CONTORNOS RETOS 
PEÇA 4 
O rasgo lateral direito é reto e passante. O rasgo inclinado na parte mais alta está 
centralizado. 
 Figura: Peça mecânicasimples (faces não isométricas). 
 
14 
PEÇA 5 
O rasgo posterior não é passante, avança 30 mm a partir da lateral esquerda da peça. A 
elevação de 14 mm vai até o limite lateral direito da peça. Feitos dois chanfros (cortes oblíquos, em bisel): um na frente da peça e outro no meio. 
 
Figura: Peça mecânica simples (faces não isométricas). 
PEÇA 6 
Inicialmente, um bloco de 40 mm de largura, 40 mm de altura e 40 mm de profundidade foi 
transformado em um “L” invertido (vista frontal) e, em seguida, foi feito um rasgo 
longitudinal passante na parte vertical do “L” e um chanfro (corte oblíquo, em bisel) com rasgo no meio na parte horizontal do “L”. 
 Figura: Peça mecânica simples (faces não isométricas). 
PEÇAS COM CONTORNOS, FUROS E RASGOS ARREDONDADOS 
 
 
15 
PEÇA 7 
A peça foi “esculpida” a partir de um bloco em formato de cubo, de aresta 80 mm. O rasgo na 
parte lateral e o furo frontal (borda circular de 270°) não atravessam a peça (não passantes), 
avançando metade da medida do bloco. Chanfro (corte oblíquo, em bisel) na parte superior. 
 
Figura: Peça mecânica simples (furos e rasgos). 
PEÇA 8 
A peça foi “esculpida” a partir de um bloco em formato de cubo, de aresta 80 mm. O rasgo 
posterior não é passante, avançando metade da medida do bloco. O furo lateral (borda circular 
de 270°) atravessa a peça. Dois chanfros (cortes oblíquos, em bisel) na parte superior formam 
o que lembra um telhado. 
 
Figura: Peça mecânica simples (furos e rasgos). 
PEÇA 9 
A peça foi “esculpida” a partir de um bloco em formato de “L” invertido (vista frontal): parte 
vertical de 40 mm de espessura e a parte horizontal com 30 mm de espessura. Em cada uma dessas partes foi feito um chanfro (corte oblíquo, em bisel). No topo da parte vertical 
do “L” foi feito um rasgo semicircular não passante. 
 
16 
 Figura: Peça mecânica simples (furos e rasgos). Verificando o Aprendizado 
1. Analise as sentenças a seguir referentes à norma NBR 10067:1995: 
 
I. A vista mais importante de uma peça deve ser utilizada como vista frontal ou principal. 
Geralmente, esta vista representa a peça na sua posição de utilização. 
 
II. Quando outras vistas forem necessárias, inclusive cortes e/ou seções, elas devem ser 
selecionadas conforme os seguintes critérios: a) usar o maior número de vistas; b) repetir 
detalhes nas vistas; c) acrescentar o máximo de linhas tracejadas. 
 
III. Quando a escala utilizada não permite demonstrar detalhe ou cotagem de uma parte da 
peça, este é circundado com linha estreita contínua, conforme a NBR 8403, e designado com 
letra maiúscula, conforme a NBR 8402. O detalhe correspondente é desenhado em escala 
ampliada e identificada. 
 
Está(ão) correta(s), apenas: 
A) I e III B) I, II e III C) Somente II D) II e III E) Somente III 2. Em relação às arestas e faces das peças estudadas podemos afirmar que: 
A) As perspectivas das arestas de um cubo e as linhas a elas paralelas não são consideradas linhas isométricas, mesmo que as faces desse cubo sejam paralelas aos planos de projeção. B) As faces isométricas não são paralelas a um dos planos do triedro. C) Qualquer reta paralela a um eixo isométrico é chamada linha isométrica. D) As linhas não paralelas aos eixos isométricos são linhas isométricas. E) Qualquer reta concorrente a um eixo isomérico é simétrica e isomérica. 
 
17 
MÓDULO 3 
 
Classificar o recurso de cortes e seções 
O desenho das vistas ortográficas de objetos com muitos detalhes internos apresenta arestas invisíveis (linhas tracejadas) que podem ser uma dificuldade na interpretação das 
características desse objeto. Para contorná-las, utilizamos como recurso a representação 
das vistas em corte. 
Dica 
Dependendo das características do objeto, inclusive de suas condições de simetria, podemos adotar diferentes tipos de cortes. 
Esse recurso é tratado em duas normas: a NBR 10067:1995 (PRINCÍPIOS GERAIS DE 
REPRESENTAÇÃO EM DESENHO TÉCNICO) trata da representação de cortes e seções 
nas vistas e a NBR 12298:1995 (REPRESENTAÇÃO DE ÁREA DE CORTE POR MEIO DE HACHURAS EM DESENHO TÉCNICO) fixa as condições exigíveis para representação 
de áreas de corte em desenho técnico. É o que veremos neste módulo. 
CORTE 
O corte (ou vista em corte) é um recurso de desenho técnico que facilita a representação de objetos com detalhes presentes em seu interior. Esses detalhes podem ser furos, 
ressaltos, rebaixos, entre outros. 
Na vista em corte, o objeto é cortado por um plano secante imaginário e a parte posterior 
ao plano é vista pelo observador, que se mantém na posição que ficaria na vista ortográfica convencional e olha o objeto cortado. A porção sólida do objeto, cortada pelo 
plano secante, é indicada na vista em corte pela presença de hachuras, internas às 
arestas cortadas pelo plano. 
TIPOS DE CORTE 
Os tipos de corte mais comuns utilizados no desenho técnico tradicional são apresentados 
na tabela a seguir: 
 
Tipo de corte Resumo das características 
Corte pleno ou 
total Corte do objeto ao longo de toda a sua extensão. 
Meio corte Corte usado em peças com simetria, pois somente metade do objeto é representada em corte. 
Corte em desvio Corte aplicado quando o posicionamento de detalhes impõe desvios no plano secante. 
Corte parcial Corte aplicado somente em parte da vista do objeto. 
Seção Corte em que são representados somente as regiões efetivamente cortadas pelo plano secante. 
 
 
18 
CORTE PLENO OU CORTE TOTAL 
O corte pleno ou total é aquele em que o plano secante corta toda a extensão do objeto. 
Na figura a seguir, um objeto é representado em perspectiva com dois planos secantes: 
 
Agora, a região anterior aos planos será desprezada, dando origem a duas vistas em corte do objeto em questão. Na vista em corte, as regiões cortadas pelo plano secante 
imaginário são hachuradas. As hachuras estão presentes em toda face em contato com o plano secante. 
 Figura: Representação espacial de objeto cortado por planos secantes longitudinal e transversal. 
Considerando-se a vista frontal aquela que apresenta o maior comprimento, a vista lateral principal é a vista lateral esquerda. O plano secante longitudinal será o plano associado ao 
corte pleno longitudinal, e esse corte substituirá a vista frontal na representação planificada das vistas ortográficas principais. 
Da mesma forma, o plano secante transversal será o plano associado ao corte pleno transversal, e esse corte substituirá a vista lateral esquerda na representação planificada 
das vistas ortográficas principais. 
 Figura: Perspectivas dos cortes longitudinal e transversal. 
 
 
19 
Atenção 
As representações em perspectiva não são usuais e estão sendo apresentadas somente para 
facilitar o entendimento do objeto. 
 
 Figura: Vistas ortográficas principais, com cortes plenos substituindo a VF e VLE (1º diedro). 
 
Vamos analisar algumas das características presentes nas vistas ortográficas e cortes 
representados na figura anterior. Essas análises são importantes, pois referem-se às 
condições obrigatórias e necessárias na representação de cortes: 
 A posição dos planos secantes é indicada na vista superior com linha mista: traço e ponto fina (estreita) com extremos em linha contínua larga. As setas junto das linhas contínuas grossas indicam a visualização do observador do corte (que deve ser a mesma posição adotada para a vista ortográfica que está sendo substituída). Junto das setas, as letras maiúsculas colocadas servem para dar nome aos cortes (CORTE A-A e CORTE B-B, para o exemplo analisado); 
 Abaixo de cada corte deve ser colocada a nomenclatura do corte (CORTE A-Ae 
CORTE B-B, para o exemplo analisado). É importante lembrar da necessidade de colocação do nome dos cortes durante o desenho, pois é preciso deixar o 
espaçamento adequado entre as vistas para escrever o nome de cada uma;  A linha traço e ponto fina (estreita) desenhada na vista lateral esquerda indica que a peça possui simetria em relação a esse eixo. No nosso exemplo, a linha de simetria na vista superior coincide com a posição do plano de corte; 
 Nas vistas em corte, não são representadas arestas invisíveis. Note que, se as linhas tracejadas fossem representadas, haveria duas linhas tracejadas no CORTE 
A-A. Tal condição é adotada para evitar a sobreposição entre hachuras e linhas 
tracejadas, o que poderia prejudicar a leitura do desenho;  Caso existam, as linhas traço e ponto indicativas de linhas de eixo e de centro devem ser posicionadas adequadamente no corte. 
MEIO CORTE 
O meio corte é um tipo de corte aplicado quando existe condição de simetria no objeto analisado. Com isso, somente metade do objeto é representado em corte; a outra metade 
é mantida em vista. 
 
20 
Na figura a seguir, um objeto é representado em perspectiva com dois planos secantes 
concorrentes entre si. Um dos quadrantes formados pelos planos contém ¼ do objeto 
analisado, em função da dupla simetria geométrica. 
Agora, a região anterior aos planos será desprezada (retira-se o ¼ de objeto anterior aos planos), dando origem a vistas em meio corte do objeto em questão. Na vista em meio 
corte, as regiões cortadas pelo plano secante imaginário são hachuradas. As hachuras 
estão presentes em toda face em contato com o plano secante. 
 
 Figura: Representação espacial de objeto cortado por planos secantes concorrentes 
 
 Figura: Vista superior e meio corte substituindo a VF (1º diedro). 
 
 
21 
Analisando as vistas ortográficas anteriores, vemos o meio corte substituindo a vista 
frontal. Vejamos as condições obrigatórias e necessárias na representação do meio corte 
e outras considerações importantes: 
 A posição dos planos secantes é indicada na vista superior com linha mista: traço e ponto fino (estreita) com extremos em linha contínua larga. A seta indicativa do plano de corte é representada somente em uma das linhas contínuas grossas do plano secante, indicando apenas a visualização do observador da vista frontal. Junto da seta, a letra maiúscula colocada serve para dar nome ao corte (CORTE A-A, para o exemplo analisado); 
 Abaixo do corte deve ser colocado o seu nome (CORTE A-A, para o exemplo analisado). É importante lembrar da necessidade de colocação do nome dos cortes 
durante o desenho, pois é preciso deixar o espaçamento adequado entre as vistas;  Na parte em vista do objeto, não são representadas linhas tracejadas referentes às 
arestas e contornos não visíveis, visto que a condição de simetria e a representação da metade em corte já será suficiente para a compreensão do 
objeto analisado;  Caso existam, as linhas traço e ponto indicativas de linhas de eixo e de centro 
devem ser posicionadas adequadamente no corte;  A linha de simetria deve estar representada na vista superior e na vista frontal;  A linha que divide a metade em vista e a metade em corte deve ser linha traço e ponto, pois não configura uma aresta do objeto e sim o lugar geométrico do eixo de 
simetria; 
  A condição de dupla simetria ocorrerá nos objetos representados em meio corte, o 
que significa que podemos omitir a vista lateral, já que ela é exatamente igual à vista frontal do objeto analisado. Esse procedimento pode ser adotado sempre na 
representação das vistas ortográficas de objetos com dupla simetria. 
 
CORTES EM DESVIO 
O corte em desvio é aplicado em objetos quando os detalhes presentes nele não podem 
ser cortados por um único plano secante em um corte pleno. Dependendo da posição dos 
detalhes no objeto, os cortes com desvio podem ser desenhados utilizando-se planos paralelos, planos concorrentes ou planos sucessivos, como veremos a seguir. 
Corte em desvio por planos paralelos 
Na figura adiante, um objeto é representado em perspectiva com planos secantes 
paralelos com desvio. 
Atenção 
Os desvios são necessários para que o plano de corte passe nos furos e na reentrância 
presentes no objeto. 
A região anterior aos planos é desprezada, dando origem ao corte em desvio do objeto em 
questão, que substituirá a vista frontal. Na vista em corte, as regiões cortadas pelo plano 
secante imaginário são hachuradas, como já foi visto nos cortes anteriores. As hachuras estão presentes em todas as faces em contato com os planos secantes. 
 
22 
 Figura: Representação espacial de objeto cortado por planos secantes paralelos, com 
desvio. 
Figura: Vista superior e corte com desvio por planos paralelos substituindo a VF (1º diedro). 
Analisando as vistas apresentadas, vejamos as condições obrigatórias e necessárias na representação do corte em desvio com planos paralelos e outras considerações 
importantes: 
 Da mesma forma que no corte pleno, linhas tracejadas não devem ser colocadas 
na vista em corte;  Caso existam, as linhas traço e ponto indicativas de linhas de eixo e de centro 
devem ser posicionadas adequadamente no corte;  A posição dos planos secantes é indicada na vista superior com linha mista: traço e ponto fino (estreita) com extremos em linha contínua larga. As setas junto das 
linhas contínuas grossas indicam a visualização do observador do corte (que deve ser a mesma posição adotada para a vista ortográfica que está sendo substituída). 
Junto das setas, as letras maiúsculas colocadas servem para dar nome ao corte (CORTE A-A, para o exemplo analisado);  Abaixo do corte deve ser colocado o seu nome (CORTE A-A, para o exemplo 
analisado). É importante lembrar da necessidade de colocação do nome dos cortes durante o desenho, pois é preciso deixar o espaçamento adequado entre as vistas. 
 
Corte em desvio por planos concorrentes 
Na figura a seguir, um objeto é representado em perspectiva com planos de corte secantes concorrentes. Da mesma forma, os desvios empregados são necessários para que o plano 
de corte passe nos furos presentes no objeto. 
A região anterior aos planos é desprezada, dando origem ao corte em desvio do objeto em questão. 
 
23 
Atenção 
Nesse tipo de corte, é preciso fazer o rebatimento das medidas para uma única direção. 
Valem as mesmas premissas anteriores quanto à hachura nas regiões cortadas pelo plano 
secante, ou seja, hachurar as regiões em contato com o plano secante. 
Figura: 
Representação espacial de objeto cortado por planos secantes paralelos, com desvio. 
A seguir, você pode perceber que o corte que substituiu a vista frontal é obtido pelo 
rebatimento das arestas em vista e em corte, fazendo com que os planos de corte fiquem 
coplanares. 
Analisando as vistas apresentadas, vejamos as condições obrigatórias e necessárias na 
representação do corte em desvio com planos concorrentes e outras considerações importantes: 
 Da mesma forma que os demais cortes, as linhas tracejadas não devem ser 
colocadas na vista em corte; 
  Caso existam, as linhas traço e ponto indicativas de linhas de eixo e de centro 
devem ser posicionadas adequadamente no corte. Note que no CORTE A-A as 
linhas de eixo dos furos e da geometria completa do objeto foram posicionadas adequadamente; 
  A posição dos planos secantes concorrentes é indicada na vista superior com linha 
mista: traço e ponto fina (estreita) com extremos em linha contínua larga. As setas 
junto das linhas contínuas grossas indicam a visualizaçãodo observador do corte. Junto das setas, as letras maiúsculas colocadas servem para dar nome ao corte 
(CORTE A-A, para o exemplo analisado); 
 Abaixo do corte deve ser colocado o seu nome (CORTE A-A, para o exemplo 
analisado). É importante lembrar da necessidade de colocação do nome dos cortes durante o desenho, pois é preciso deixar o espaçamento adequado entre as vistas. 
 
Corte em desvio por planos concorrentes sucessivos 
Se for necessário, uma sequência de planos sucessivos concorrentes pode ser utilizada para representação de uma vista em corte. A imagem a seguir apresenta uma figura em 
que três planos sucessivos foram utilizados para a vista em corte (que substitui a vista 
frontal. 
 
 
24 
 Figura: Representação espacial de objeto cortado por planos concorrentes sucessivos, com desvio. 
Figura: Vista superior com corte com desvio por planos concorrentes substituindo a VF (1º diedro). 
 
CORTE PARCIAL 
O corte parcial é recomendado quando existe a necessidade de visualizar internamente 
somente uma parte de determinado objeto, e quando sua geometria não justifica a 
aplicação de cortes como os vistos anteriormente. 
Dica 
Para delimitar a parte “cortada” do objeto com relação ao restante da vista, usa-se uma 
linha de ruptura (linha fina irregular). 
Vejamos alguns exemplos de cortes parciais: 
 
 
25 
 Figura: Exemplos de partes de objetos em vista e em corte parcial. 
SEÇÃO 
O corte em seção, ou simplesmente seção, é a representação gráfica da efetiva interseção do plano secante com o objeto, e não apresenta a parte visível ao observador posicionada 
posteriormente ao plano secante. Existem três formas de representar seções: 
A seção é desenhada sobre a vista, utilizando linha contínua fina. 
A seção é desenhada fora da vista, deslocada, ligada à vista cortada por uma linha traço e ponto fina (estreita). 
A seção é desenhada fora da vista, deslocada para uma posição qualquer. Nesse caso, deverá apresentar nomenclatura que a identifique com relação ao plano 
secante posicionado na vista. 
Atenção 
A figura a seguir apresenta 4 (quatro) seções, para exemplificar as formas de representação de seções descritas acima. 
Atenção 
Note que a seção transversal representada dentro da peça reflete as características 
geométricas transversais do objeto naquele trecho. A seção representada abaixo do objeto, ligada a ele por uma linha traço e ponto fina (estreita), mostra as características 
geométricas na região onde a linha traço e ponto é posicionada. 
Por fim, as seções A-A e B-B são desenhadas fora da vista, deslocadas. Essas seções 
precisam de nomenclatura, pois não estão posicionadas com linhas que indicam a região efetiva onde passa o plano secante. 
 
26 
A vista apresentada é a vista frontal de um objeto, submetida a um conjunto de seções 
transversais. Todas as seções são representadas, portanto, considerando que o 
observador está “olhando” a vista lateral do objeto. 
 Figura: Representação espacial de um objeto com planos secantes transversais 
. 
Figura: Vista frontal e seções em um objeto (1º diedro). 
HACHURAS 
Ao longo de todas as explicações e exemplos, vimos que os cortes e seções devem ter 
hachuras representadas nas regiões efetivamente cortadas pelo plano secante imaginário, o chamado plano de corte. As hachuras são linhas ou formas que têm dois objetivos 
principais: indicar a face cortada pelo plano de corte e indicar o material presente na área 
cortada. 
Saiba mais 
A norma brasileira que indica os tipos de hachuras normatizadas é a NBR 12298 (REPRESENTAÇÃO DE ÁREA DE CORTE POR MEIO DE HACHURAS EM DESENHO 
TÉCNICO – PROCEDIMENTO). 
Em todos os nossos exemplos, utilizamos uma hachura genérica, que pode ser utilizada 
em qualquer tipo de material, representada por linhas finas equidistantes e inclinadas em 45º em relação às linhas principais de contorno dos cortes ou de seus eixos de simetria. 
 
27 
Atenção 
No caso de objetos inclinados, é preciso cuidado em manter o máximo possível essa 
condição da norma para não prejudicar a visualização do desenho. 
Quando houver diversas hachuras em um mesmo desenho, elas devem ser feitas sempre 
em uma mesma direção. Em caso de objetos compostos, formados por um conjunto de objetos, é recomendado alterar a direção da hachura, indicando os limites entre as arestas 
dos objetos que formam o conjunto. A figura a seguir apresenta um exemplo em que essa situação ocorre: 
 Figura: Representação de hachura em objeto composto. 
A NBR 12298 indica 5 (cinco) padrões de hachuras específicas, dependendo do material representado em corte. Além desses tipos, existem outros, de comum uso na área técnica. 
Atenção 
Caso seja da vontade do desenhista, é permitido utilizar outras hachuras, desde que 
devidamente indicadas em uma legenda, na prancha de desenho. 
No caso de peças de pequena espessura, em que a visualização da hachura seria 
prejudicada, é permitido preencher toda a figura em preto, “pintando” todo o interior da peça cortada. As hachuras mais comuns estão representadas a seguir: 
 
Figura: Hachuras específicas, de acordo com os materiais. 
 
28 
Verificando Aprendizado 1. O meio corte é um tipo de corte aplicado quando: 
 A) Não indicamos a posição do plano secante. B) As hachuras não estão presentes na face em contato com o plano secante. C) Utilizamos apenas um plano secante que atravessa o objeto. D) Existe condição de simetria no objeto analisado. E) Existe condição de paralelismo no objeto analisado. 
 
2. Em relação aos tipos de corte mais comuns utilizados no desenho técnico podemos afirmar 
que: 
 A) Corte pleno ou total é aplicado quando o posicionamento de detalhes impõe desvios no plano secante. B) Corte em desvio é o corte do objeto ao longo de toda a sua extensão. C) Corte parcial é o corte aplicado somente em parte da vista do objeto. D) Seção é o corte usado em peças com simetria, pois somente metade do objeto é representada em corte. E) Corte pleno ou total é aplicado na indicação de demarcação de telhado. 
 
 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Vimos que as normas técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), 
apesar de serem de uso voluntário, são amplamente utilizadas por representarem o consenso sobre o estado da arte obtido entre especialistas. Com a utilização dessas 
normas, a elaboração e a apresentação dos desenhos técnicos nos projetos de Engenharia proporcionam uma forma padronizada e eficiente de comunicação entre as 
equipes envolvidas. 
Além disso, como complemento da representação plana de objetos tridimensionais, 
apresentamos o recurso de cortes e seções, que possibilita o desenho das vistas ortográficas de objetos com muitos detalhes internos. Pode-se adotar diferentes tipos de 
corte, dependendo das características do objeto, inclusive de suas condições de simetria.

Outros materiais