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Intoxicação por carbamatos e organofosforados (anticolinestarásicos)

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São drogas colinérgicas (de acetilcolina) indiretas dos receptores muscarínicos, ou seja, ativam o sistema parassimpático. Contudo, 
ativam esse sistema sem que se liguem diretamente à um receptor. São chamados de anticolinesterásicos, ou seja, ajudam a 
acetilcolina ao bloquear a enzima acetilcolinesterase, responsável pela degradação (catabolismo) da acetilcolina. Se a acetilcolina não é 
degradada, seus efeitos são aumentados e prolongados (já que há maior quantidade dela) na fenda sináptica, deixando a célula mais 
excitada. 
 ligação reversível, de média duração 
 ligação irreversível 
A enzima acetilcolinesterase tem dois sítios ativos, ou seja, dois locais onde a 
acetilcolina se liga:
1. Sitio aniônico 
2. Sítio esterásico 
Assim, através de uma hidrolise, a acetilcolinesterase quebra a acetilcolina em: 
1. Colina 
2. Ácido acético 
Ou seja, é necessário que ela se ligue em ambos os sítios. 
 
A acetilcolinesterase é impedida de executar suas ações pelos carbamatos e pelos 
organofosforados. 
Carbamatos: 
 A enzima tem seus dois sítios ativos (aniônico e esterásico) bloqueados, já que 
essas drogas se ligam lá 
 Essa ligação dos carbamatos aos sítios ativos da enzima acetilcolinesterase é 
chamada de carbamilação (ligação fraca e reversível, ou seja, é temporário e 
depois libera a enzima para voltar a exercer sua atividade). 
 Esse bloqueio temporário pode ser de 1 a 60 horas, sendo que para alguém 
morrer o sistema precisa apenas de alguns minutos com essa hiper estimulação. 
O que determina quanto tempo essa enzima vai ficar bloqueada é: 
1. Dose utilizada: quanto maior, maior a presença da droga e mais irá demorar para 
se livrar da droga 
Intoxicação por 
 
2. Idade: animais muito jovens (pediátricos) e animais idosos não tem as funções hepáticas e renais 100%. O pediátrico por 
ainda estar desenvolvendo e o idoso por já estar com as atividade diminuídas. 
3. Toxicidade dependente da espécie: gatos, devido ao seu contingente de enzimas, sobrecarregando o fígado desses animais, 
tornando-se mais sensíveis a ação dessas drogas. 
Organofosforados 
 A enzima tem apenas o seu sítio esterásico bloqueado, já que essas 
drogas se ligam lá 
 Apesar de sobrar um sítio livre, a acetilcolina não pode se ligar e nem ser 
quebrada pela acetilcolinesterase 
 Essa ligação dos organofosforados ao sítio ativo esterásico da enzima 
acetilcolinesterase é chamada de fosforilação (ligação estável e irreversível, 
após se juntar, não solta mais). 
Organofosforados e carbamatos existem em apresentações farmacêuticas, ou seja, tem uso e podem ser encontrados e comprados 
em uma farmácia, e dificilmente causam intoxicação 
 O problema são as apresentações toxicas feitas de forma ilegal, entre elas, o chumbinho (atualmente é crime comercializar 
esse produto), gerando uma grande número de acidente. São utilizados para eliminar roedores, cães e gatos, suicídio e até 
homicídios. Apesar disso, é facilmente encontrado em sites da internet e até mesmo casas agropecuárias. 
 a princípio, quando foi produzido, era composto apenas por carbamatos, porém, atualmente é constituído por uma mistura 
e substâncias ruins: anticoagulantes, organofosforados, fluoroacetatos, organoclorados etc. Por isso, é tão difícil reverter quadros de 
intoxicação, já que são vários princípios agindo por vários mecanismos distintos. 
Apesar de parecer óbvio, as melhores formas de evitar acidentes com o chumbinho é não fazer uso dele e nem o ter na 
residência, não deixar no alcance de crianças e não deixar os animais com livre acesso à rua. Deve-se lembrar que, se por 
exemplo, um roedor tiver acesso a droga, ele pode ser vetor e transportá-la até o cão ou gato, da mesma forma em que se eles 
se alimentarem desse rato, também pode haver a intoxicação. 
 Em geral, são utilizados para ecto ou 
endoparasiticida (matar vermes, carrapatos e outros 
artrópodes)., e nessas apresentações, essas drogas são 
muito úteis e eficazes. 
 O problema é que várias dessas apresentações são 
para fazer diluição, ou seja, para dar banho no animal. 
Assim, se o tutor não seguir as orientações e 
proporções corretas, pode gerar uma intoxicação no 
animal. A falta de atenção em deixar o animal ingerir a 
droga por via oral (ao invés da via tópica) também é 
um risco. 
 Os acidentes de manejo são comuns 
 Fora os usos na medicina veterinária, também 
contém uso agrícola e domiciliar 
 
 
 
 Uso agrícola: utilizado como inseticidas e agrotóxicos de lavoura, através de “pequenos aviões” que regam a plantação (por 
isso, operadores tem que ter cuidado). 
 Uso domiciliar: comum para a limpeza de ambiente. Deve-se seguir as orientações de dosagem e manter o ambiente 
arejado. 
A família das enzimas colinesterases tem: 
1. Acetilcolinesterase: a nível de 
neurônios (células nervosas) 
2. Butirilcolinesterase: no sangue 
(plasmática), circulando. 
 
 São drogas MUITO lipossolúveis, então, onde tem contato com o organismo são absorvidos.: pela pele (apesar de ser uma 
absorção menor), trato respiratório (por inalação), trato digestório, contato por mucosas etc. 
 Além disso, tem uma distribuição muito ampla, atingindo TODOS os tecidos: SNC, SNP, estômago, intestino, pulmão. Ela 
atravessa barreia hematoencefálica, placentária (se estiver gestante, causando danos aos fetos) 
 São metabolizadas no fígado através das enzimas do citocromo P450 
 A eliminação é principalmente renal, com uma pequena porção fecal, e se a fêmea estiver lactante, também é eliminado 
pelo leite. 
Basicamente, a maior parte tem relação com as ações 
dos receptores muscarínicos, que são aqueles 
presentes em vísceras (musculatura lisa). 
 Glândulas exócrinas: aumento da produção 
de secreções. 
 Miose = contração da pupila 
 Ptose palpebral = caimento da pálpebra 
 TGI: aumento do peristaltismo gera esses 
diversos sintomas. 
 Dispneia = pelo aumento de secreção e 
brônquios comprimidos. 
 Cardiovascular: deprime as funções 
 Incontinência urinaria: já que aumenta a 
contração da musculatura lisa 
As manifestações que estão grifadas são as mais comuns e características desse tipo de intoxicação. 
Já os receptores nicotínicos estão na junção neuromuscular da placa motora, portanto, agem em musculatura esquelética, hiper 
estimulando essas células: 
 Estimula tanto o musculo que depois o paciente fica com fraqueza muscular generalizada 
 A atividade fisiológica correta de contração do musculo é perdida 
No sistema nervoso central há receptores nicotínicos e muscarínicos, portanto, a sua ativação a nível central causa esses sintomas 
descritos na tabela, sendo a convulsão o mais característico, além da depressão de centros de controle respiratórios e cardiovascular 
localizados no bulbo (ao final do tronco encefálico). 
 
1º. Avaliação clínica atrelada ao histórico: as intoxicações por veneno têm histórias semelhantes, e geralmente o histórico gira 
em torno de quatro diretrizes 
− Envenenamento proposital por outros vizinhos ou pessoas de fora da residência 
− Durante uma saída do animal a rua (ou em um passeio), ele acaba ingerindo alguma comia contaminada 
− Uso inadequado e doses erradas de apresentações farmacológicas (ecto e endoparasiticida) 
− Estava havendo um controle de pragas (roedores) e eles se tornaram vetores da droga ao animal 
2º. Avaliar as manifestações clínicas 
3º. Necropsia: se o animal já tiver morrido, o que é comum, deve acontecer um exame necroscópico, onde é esperado que 
se encontre muito muco e secreções dentro dos órgãos (estômago, intestinos, pulmões e todos os outros que produzem 
secreções exócrinas), além de olhos lacrimejados e boca salivada. Isso não é um achado patognomônico (específico), ou 
seja, não quer dizer que toda vez que se achar um órgão nesse estado é por envenenamento, por isso, deve haver uma 
análise no conjunto total de avaliações. (clínica e histórico) 
4º. Resposta ao tratamento: se chegar um animal com diversas manifestaçõesde intoxicação por anticolinesterásicos, e o 
médico decidir iniciar um tratamento com atropina, por exemplo, e o animal tiver uma melhora em seu quadro, quer dizer 
que sua hipótese diagnostica possivelmente está correta. Porém, se após o tratamento o animal não apresentar nenhuma 
melhora, é sinal de que provavelmente não foi um envenenamento, e então o profissional deve partir para novas hipóteses. 
5º. Dosagem de acetilcolinesterase: é possível fazer a dosagem da enzima acetilcolinesterase no sangue do animal, porém, esse 
não é um exame rápido, e pode ser feito até após a morte do animal, como confirmativo diagnostico 
O que fazer quando se deparar com um animal intoxicado (ações feitas simultaneamente e rapidamente): 
1º. Administração de atropina 
2º. Colocar o animal no oxigênio (para tratar dispneia). Como o animal está com broncoconstrição e hipersecreção nas vias 
aéreas, é importante que ele esteja atropinado para que haja correta absorção do oxigênio 
3º. Se a intoxicação for pela via tópica (na pele, pelo mal uso dos ecto ou endoparasiticida), podemos recomentar que o tutor 
dê um banho no animal. Devemos explicar para ele que esse banho não pode ser com água quente e nem se deve 
esfregar o animal, já que isso favorece a abertura dos poros, fazendo com que mais veneno entre na pele dele. Ou seja, o 
banho tem que ser em água corrente e minimamente em temperatura morna. 
4º. Provocar o vomito: deve acontecer se o animal acabou de ingerir algo contaminado, estando sem sintomas, ligado e ativo 
5º. Esvaziamento gástrico: deve acontecer quando o animal já tiver uma evolução do quadro, visto que se provocar o vômito 
nessa situação, o animal pode vir a broncoaspirar o conteúdo líquido. 
6º. Carvão ativado: recomendado se a intoxicação tiver sido por via oral 
7º. Catártico: é um diarreico, pode ser utilizado apenas se os sintomas estiverem leves (e sem grande aumento de peristaltismo)., 
já que esse tóxico já causa naturalmente esse aumento, e pode correr o risco de potencializarmos um efeito colateral 
8º. Colocar o animal no soro, já que ele pode ter vomitado, ter tido diarreia, excesso de salivação etc., fatos que favorecem a 
perda de líquido e eletrólitos 
 
A primeira medida sempre deve ser a aplicação de Atropina 
no paciente, já que ela é um antagonista competitivo da 
acetilcolina nos receptores muscarínicos centrais e periféricos 
(m1-m2), ou seja, desloca a acetilcolina dos receptores 
muscarínicos que está em excesso, e a tendencia é que os 
sintomas diminuam à medida que ela vai fazendo efeito. 
Ela sempre deve ser utilizada primeiro tanto na intoxicação 
por carbamato quanto por organofosforados 
 A atropina tem uma meia vida curta, de 4 horas 
Efeitos normais em sua utilização, que basicamente são efeitos 
contrários ao que a intoxicação causa: 
 SNC: excitação (leve) 
 Coração: aumento da FC dose dependente, ou seja, 
quanto mais atropina der, mais taquicardia o paciente 
terá 
 TGI: efeito antiespasmódico (inibi os movimentos 
peristálticos), diminuindo o tônus, amplitude e 
frequência de contração do intestino delgado e 
grosso (cólon) 
 Secreções exócrinas: vão diminuir 
 Musculatura lisa: relaxamento, principalmente de 
brônquios e vesícula urinária 
 Olho: midríase (dilatação da pupila) (bloqueio da 
resposta do esfíncter muscular íris + musculatura 
ciliar do cristalino) 
Intoxicação por atropina: 
Na tentativa desenfreada de esperar respostas de melhora 
após a aplicação de Atropina no paciente, o médico 
responsável pode acabar errando e exagerar na dose, 
causando uma intoxicação. 
O que é o ideal (quando se acerta a dose): 
 Supressão das secreções: animal para de lacrimejar 
e salivar 
 Taquicardia 
 Midríase (pupila dilatada) 
O que não é ideal, revelando que a dose foi elevada e 
ultrapassada: 
 Midríase constante 
 Animal superexcitado e com agitação psicomotora 
(pedalando, vocalizando) 
 FC sobe a níveis muito altos (taquiarritmia) 
 A supressão das secreções é tão intensa que a 
mucosa oral resseca 
Agora, além de estar intoxicado por carbamato e/ou 
organofosforado, o animal está intoxicado por Atropina 
 
Só é utilizada em casos CONFIRMADOS de intoxicação por 
ORGANOFOSFORADO 
 Se não se sabe se é apenas organofosforado, não 
se deve usar. 
 Se for um composto com carbamato, ou outro, não 
se deve fazer uso. 
 Se o tutor apresentar e tiver certeza de que foi 
determinado produto, é possível usar essa droga 
De qualquer forma, o primeiro passo ainda é usar atropina, 
visto que a pralidoxima não vai resolver a depressão central, 
insuficiência respiratória e cardíaca etc. Ou seja, um não 
substitui o outro 
 Esse medicamento é um reativador da enzima 
acetilcolinesterase, sendo um antídoto verdadeiro 
reativador de colinesterase. 
 Gera a melhora na atividade motora 
 
 
Mecanismo de ação: 
− O organofosforado está ligado no sítio esterásico da 
acetilcolinesterase. 
− A pralidoxima se liga ao organofosforado e tem um 
papel de “ancora”, por ser uma molécula pesada 
“arranca” esse organofosforado de lá. 
− Se demorar muito tempo para se utilizar esse 
remédio ela já não terá mais efeito, pois essa 
fosforilação altera a estrutura da enzima, e não será 
mais integra. 
Contraindicações: intoxicações por carbamato. Se for utilizado 
esse medicamento em um animal intoxicado por essa 
substância, aumentará a toxicidade do carbamato e aumentará 
e potencializará a ligação dele à enzima 
Contraindicação: morfina, barbitúricos e fenotiazínicos 
➔ São contraindicados pois causam arritmias, graves 
depressões cardiovasculares e respiratórias (sendo 
que a própria intoxicação já gerou isso) e alteração 
da enzima acetilcolinesterase. 
Então qual anticonvulsivante deve ser utilizado? Diazepam (ou 
outro benzodiazepínico) 
➔ Já que tem uma excelente ação a nível de SNC, 
ação rápida e funciona como relaxante muscular para 
os efeitos nicotínicos 
 
 
 
Ocorre através do aplicação de soro no animal.

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