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Intoxicação por organofosforados Centro Universitário de Adamantina Curso de Medicina Monitoria em Farmacologia Geral I Monitora: Vanessa P. M. das Chagas Orientadores: Prof. Dr. Andrey Borges Teixeira e Prof. Dr. Daniel Gustavo dos Reis Introdução O Brasil é um dos líderes mundiais no consumo de agrotóxicos: Herbicidas Fungicidas Inseticidas No ser humano, a exposição a agrotóxicos produz intoxicações agudas e doenças crônicas, assim como danos ambientais; Dentre os inseticidas, os derivados organofosforados (OP) são responsáveis por mais de ⅔ das mortes. Estima-se que existam mais de 3 milhões de casos de intoxicações por inseticidas OP e mais de 250.000 mortes por ano a partir de auto-intoxicações intencionais, o que representa 30% dos suicídios no mundo. Introdução Introdução: Em 2009, o Brasil foi classificado como o maior consumidor de defensivos agrícolas da América Latina, respondendo por 50% da quantidade comercializada; A maioria das exposições ocorre em sociedades agrárias, onde os OPs estão facilmente disponíveis, e a exposição tóxica pode ocorrer por inalação, via transdérmica ou ingestão; Intoxicação por organofosforados: Rápida penetração pelas vias aéreas e tópicas, além de atravessarem a barreira hematoencefálica; Os organofosforados apresentam risco potencial aos seres humanos, devido à alta lipossolubilidade e a sua estrutura química, sendo então absorvidos pelo organismo através das mucosas, da via respiratória, da pele e do trato gastrointestinal, são metabolizados rapidamente e geram metabólitos hidrossolúveis, este processo faz com que os compostos se tornem ativos toxicologicamente. Como eles agem? Principal alvo enzima acetilcolinesterase Inibem irreversivelmente a AChe Broncorreia, fasciculação muscular e cardíaca, convulsões, depressão respiratória e morte Hiperestimulação colinérgica 01 02 03 04 Efeitos da ACH: -Coração M2: cronotrópico e inotrópico; -Vasos M3 no endotélio vascular: liberação de fator de relaxamento que causa vasodilatação; -Sist. Resp. M3: broncoconstrição; -Secreções em geral M3: secreções (salivar, sudorípara e ap. digestivo); Como eles agem? Sinais e sintomas: Síndrome Colinérgica: Hiperestimulação do músculo esquelético, dos músculos lisos e das glândulas secretoras. Os sinais e sintomas mais comuns são os muscarínicos: Manifestações no sistema respiratório, gastrointestinal, urinário, cardiovascular, através de implicações nas glândulas exócrinas e sintomas oculares; Os nicotínicos, com efeitos na musculatura estriada e gânglios simpáticos; E no SNC, com manifestações clínicas como cefaléia, ansiedade, agitação, tremores, coma e convulsões. Diagnóstico É feito, além da anamnese, principalmente, através de exames laboratoriais, como: Dosagem das colinesterases (Ache e BChe), em conjunto com enzimas hepáticas Aspartato Transferase (AST), Alanina Transferase (ALT), Fosfatase Alcalina (FAL) e Gama Glutamil Transferase ( GT); Diagnóstico As transaminases estão presentes em vários tecidos e a AST é encontrada no citosol e na mitocôndria dos hepatócitos. As enzimas GT e FAL são marcadoras de processos colestásicos e importantes no diagnóstico das hepatopatias pois encontram-se elevadas, a FAL é secretada pelo hepatócitos e pelas células da mucosa do trato biliar e a GT está distribuída em vários tecidos, mas a maior porção localiza-se nos canalículos das células hepáticas e nas células epiteliais dos ductos biliares. Tratamento Intervenções consideradas: Antidototerapia com atropina: → O tratamento medicamentoso é eficaz e específico. Antidototerapia com oximas: → Atualmente, cinco oximas piridínicas (pralidoxima, trimedoxima, obidoxima, HI-6 e HLö-7) são disponibilizadas para uso clínico no tratamento de intoxicação por OPs, sendo que a pralidoxima reativa a enzima colinesterase e resguarda a que ainda não foi inibida pelo inseticida anticolinesterásico. Tratamento Intervenções consideradas: Terapia com benzodiazepínicos Terapia com sulfato de magnésio Outros agentes O sítio ativo da AChe como alvo molecular Grandes dificuldades em encontrar um antídoto devido aos sítios ativos da AChE e na expressão desta enzima; CAVALCANTI, Laura Patricio AN et al. Intoxicação por organofosforados: tratamento e metodologias analíticas empregadas na avaliação da reativação e inibição da acetilcolinesterase. Revista Virtual de Química, v. 8, n. 3, p. 739-766, 2016. MARQUES, Paula Vieira; CAIXETA, Bruno Tolentino. A Importância da Avaliação das Dosagens das Colinesterases em Casos de Intoxicações Por Organofosforados. Psicologia e Saúde em debate, v. 2, n. 1, p. 1-17, 2016. SAVALL, Anne et al. OXIMAS E SEU PAPEL NA REATIVAÇÃO DA ACHE PELA INTOXICAÇÃO AGUDA POR ORGANOFOSFORADOS. Anais do Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão, v. 10, n. 2, 2018. AQUINO, ALEXSANDRO. INTOXICAÇÃO POR ORGANOFOSFORADOS NO BRASIL. 2011. Referências:
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