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Caso Prático 1 
 
Tema: contrato-promessa de compra e venda; direito de preferência. 
 
Em 02/01/2012, Afonso celebrou um contrato, pelo qual prometeu vender a Bernardo, 
que prometeu comprar, a fracção para habitação w, de que aquele é proprietário. O 
preço convencionado para a compra e venda, a celebrar em 02/01/2013, foi de €80 mil, 
do qual Bernardo entregou imediatamente a Afonso €40 mil. As partes registaram a 
promessa e Bernardo foi habitar w com o consentimento de Afonso. Em 02/03/2012, 
Afonso, endividado, recebeu de Alexandre uma oferta para a compra da sua quota em w 
por €60 mil, que aceitou. Refira, fundamentando sempre, os direitos dos sujeitos 
envolvidos, considerando ainda que: 
 Leonor, que não fora consultada sobre a venda da quota de Afonso, pretende w 
para si; 
 Bernardo, desinteressado de haver w para si, reclama de Afonso o pagamento de 
€100 mil. 
 
Esquema cronológico 
02/01/2012  Afonso celebra um contrato-promessa de compra e venda da fracção w 
com Bernardo por €80 mil. Bernardo entrega imediatamente €40 mil a Afonso e vai 
habitar w com o consentimento deste. 
02/02/2012  Afonso vende a sua quota de metade de w a Alexandre por €40 mil. 
02/03/2012  Afonso vende a sua quota de w a Leonor por €60 mil. 
 
 
 
 
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Resolução do Caso: 
Afonso celebra um contrato-promessa de compra e venda da fracção para habitação w 
com Bernardo. O contrato-promessa é [como refere João de Matos Antunes Varela] “a 
convenção pela qual ambas as partes, ou apenas uma delas, se obrigam, dentro de certo 
prazo ou verificados certos pressupostos, a celebrar determinado contrato”. Assim, da 
celebração do contrato-promessa emerge a obrigação de celebrar o contrato prometido; 
neste caso, o contrato de compra e venda da fracção w. 
Ao contrato-promessa, são aplicáveis as disposições legais relativas ao contrato 
prometido (artigo 410.º, n.º 1, in fine, n.º 2 e n.º 3, do CCivil). Esta disposição legal 
consagra o princípio da equiparação que [nas palavras de João de Matos Antunes 
Varela] “consiste em aplicar, como regra, aos requisitos e aos efeitos do contrato-
promessa as disposições relativas ao contrato prometido”. 
Contudo, no que diz respeito à forma deste contrato, devem ser observadas algumas 
excepções (artigo 410.º, n.º 1, do CCivil). Afonso e Bernardo celebraram um contrato-
promessa de compra e venda de uma fracção autónoma. Este contrato deve ser 
celebrado por documento escrito com o reconhecimento presencial das assinaturas dos 
promitentes (artigo 410.º, n.º 3, do CCivil). 
No momento da celebração do contrato-promessa de compra e venda, Bernardo entrega 
a Afonso €40 mil. No âmbito deste contrato, toda a quantia entregue pelo promitente-
comprador ao promitente-vendedor presume-se que tem carácter de sinal (artigo 441.º 
do CCivil), ficando essa quantia sujeita a um regime próprio que será analisado mais 
adiante. 
Em 02/02/2012, Afonso vendeu metade de w a Alexandre por €40 mil. Após a 
celebração do contrato de compra e venda, Afonso e Alexandre adquirem a qualidade de 
comproprietários de w, uma vez que são titulares do direito de propriedade sobre a 
mesma coisa (artigo 1403.º, n.º 1, do CCivil). Do regime da compropriedade emerge, 
entre outros, o direito de preferência. O direito de preferência traduz-se na prioridade de 
que o comproprietário tem na aquisição da quota do seu consorte, no caso de este a 
querer vender (artigo 1409.º, n.º 1, do CCivil). 
 
Descarregado por Casimiro Gerente (gerentemiro@gmail.com)
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Ao direito de preferência do comproprietário, é aplicável, com as necessárias 
adaptações, o disposto nos artigos 416.º a 418.º (artigo 1409.º, n.º 2, do CCivil). Assim, 
querendo Afonso vender a sua quota em w, deve comunicar o projecto de venda e as 
cláusulas do respetivo contrato a Alexandre (artigo 416.º, n.º 1, do CCivil) para que este 
possa exercer o seu direito no prazo de oito dias, sem prejuízo de se estabelecer um 
prazo mais curto ou mais longo (artigo 416.º, n.º 1, do CCivil). 
Em 02/03/2012, Afonso vendeu a sua quota em w a Leonor sem nada comunicar a 
Alexandre, violando assim o direito de preferência deste último. Alexandre, quando 
toma conhecimento da venda a Leonor, pretende w para si. Perante o incumprimento da 
obrigação de preferência. Mediante esta acção, pode o titular do direito lesado haver 
para si a quota alienada, contando que o requeira dentro do prazo de seis meses, a contar 
da data em que teve conhecimento da alienação, e deposite o preço devido nos 15 dias 
seguintes à propositura da acção (artigo 1410.º, n.º 1, do CCivil). 
Afonso, que alienou w a Alexandre e Filomena, encontra-se impossibilitado de cumprir 
o contrato-promessa que celebrou com Bernardo. Perante este incumprimento, 
Bernardo, desinteressado de haver w para si, reclama de Afonso o pagamento de €100 
mil. Como já foi mencionado anteriormente, Bernardo entregou €40 mil a Afonso 
aquando da celebração do contrato-promessa, quantia que se presume ter carácter de 
sinal. Estamos, neste caso, no âmbito da aplicação do artigo 442.º do CCivil que 
acautela as situações de incumprimento do contrato-promessa quando existe prestação 
de sinal (artigo 441.º do CCivil). 
Se o incumprimento do contrato for imputável a quem prestou sinal, tem o outro 
contraente a faculdade de fazer sua a quantia entregue (artigo 442.º, n.º 1, 1.ª parte, do 
CCivil). Se o incumprimento se deve ao promitente que recebeu o sinal, tem o outro 
contraente a faculdade de exigir a restituição dessa quantia em dobro (artigo 442.º, n.º 2, 
2.ª parte, do CCivil). Neste caso, sendo o incumprimento do contrato imputável a 
Afonso (promitente-vendedor, recebeu o sinal de €40 mil), tem Bernardo a faculdade de 
exigir a restituição dessa quantia em dobro (€80 mil). 
 
 
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No entanto, a lei consagra uma alternativa à restituição dosinal em dobro, quando tenha 
havido tradição de coisa, que no caso de uma fracção de um prédio urbano para 
habitação se basta com a entrega das chaves. Assim, pode o promitente não faltoso optar 
pelo aumento do valor da coisa, ou seja, o valor da coisa, determinando objectivamente 
à data do incumprimento, com dedução do preço convencionado pelas partes, devendo 
ainda ser restituído o sinal prestado (artigo 442.º, n.º 2, parte final, do CCivil). 
Assim, pode Bernardo, que foi habitar a fracção com o consentimento de Afonso, optar 
por pedir o aumento do valor da coisa. À data do incumprimento, o valor da fracção era 
de €100 mil (€40 mil da venda da quota a Alexandre e €60 mil da venda da quota a 
Leonor); o preço convencionado por Afonso e Bernardo foi de €80 mil; foi ainda 
prestado sinal no valor de €40 mil. Assim, se Bernardo optar por pedir o aumento do 
valor da coisa, terá direito a €20 mil (diferença entre o valor à data do incumprimento e 
o valor convencionado pelas partes no contrato promessa de compra e venda (€100 mil - 
€80 mil = €20 mil), devendo ainda ser devolvido o valor do sinal (€40 mil), tudo 
totalizando €60 mil (€20 mil + €40 mil = €60 mil). 
Em qualquer dos casos, Bernardo não pode exigir de Afonso o pagamento de €100 mil. 
 
 
Caso Prático 2 
 
Tema: contrato-promessa de compra e venda; pacto de preferência; contrato a favor de 
terceiro. 
 
Em 2 de Janeiro de 2008, Timóteo e Carlos compraram um edifício para habitação e 
escritórios (x). Em 2 de Março de 2008, Timóteo constituiu, por contrato, Luísa como 
preferente na alienação da sua quota do edifício. Luísa registou o seu direito. 
Em 2 de Abril de 2009, Carlos contraiu uma dívida de €6 mil junto de Eunice; Carlos 
prometeu a Eunice vender-lhe a sua quota em x por €100 mil no prazo de um ano. 
Eunice registou o seu direito. 
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Em 2 de Dezembro de 2009, sem dinheiro para pagar a dívida a Eunice, Carlos optou 
por contratar Mário, pintor famoso, para que este pintasse o retrato de Eunice para que 
esta perdoasse a dívida – Eunice aderiu à promessa, no entanto nunca se prontificou a 
posar para que o retrato fosse possível. 
Em 2 de Março de 2010, surgiu uma boa oportunidade de negócio para a venda de x por 
€200 mil a Simão. Timóteo notificou Luísa que aceitou. Conhecedor deste facto, Simão 
subiu a sua oferta para €300 mil. Em 15 de Março de 2010, Timóteo e Carlos venderam 
x a Simão pelos €300 mil. 
 
Esquema cronológico 
02/01/2008  Timóteo e Carlos compram um edifício para habitação e escritórios (x). 
02/03/2008  Timóteo celebra um pacto de preferência com Luísa na alienação da sua 
quota em x. 
02/04/2009  Carlos contrai uma dívida de €6 mil junto de Eunice. Carlos celebra um 
contrato-promessa de compra e venda da sua quota em x com Eunice. 
02/12/2009  Carlos, impossibilitado de pagar a sua dívida a Eunice, contrata Mário 
para que este pinte o retrato de Eunice em troca de esta perdoar a dívida. 
02/03/2010  Surge uma oportunidade de negócio para a venda de x por €200 mil a 
Simão. Timóteo notificado Luísa, que aceita. Simão aumenta a sua oferta para €300 mil. 
15/03/2010  Timóteo e Carlos vendem x a Simão por €300 mil. 
 
Resolução do Caso: 
Em 2 de Janeiro de 2008, Timóteo e Carlos compraram um edifício para habitação e 
escritórios (x). Em 2 de Março de 2008, Timóteo celebrou um pacto de preferência com 
Luísa na alienação da sua quota de x. Luísa registou o seu direito. 
 
 
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“Pactos de preferência são [como refere João de Matos Antunes Varela] os contratos 
pelos quais alguém assume a obrigação de, em igualdade de condições, escolher 
determinada pessoa (a outra parte ou terceiro) como seu contraente, no caso de se 
decidir a celebrar determinado negócio”. Assim, Timóteo assume a obrigação de, 
querendo alienar a sua quota em x, dar preferência a Luísa na celebração desse negócio 
(artigo 414.º do CCivil). O obrigado a dar preferência tem o dever de, caso pretenda 
praticar o ato em relação ao qual dá preferência, convidar primeiro o preferente a 
contratar. Quanto à forma, o contrato (pacto de preferência) deve constar de documento 
assinado pelo obrigado à preferência (artigo 415.º do CCivil), quando o negócio em 
relação ao qual se dá preferência seja formal. 
O pacto de preferência tem, em princípio, eficácia meramente obrigacional, isto é, 
produz os seus efeitos apenas inter partes. No entanto, é possível atribuir eficácia real a 
este contrato (quando diga respeito a bens imóveis ou a móveis sujeitos a registo) se 
forem observados os requisitos de forma e de publicidade exigidos no artigo 413.º 
(artigo 421.º do CCivil). 
 
Em 2 de Abril de 2009, Carlos prometeu a Eunice vender-lhe a sua quota em x por €100 
mil no prazo de um ano. Eunice registou o seu direito. Carlos celebrou com Eunice um 
contrato-promessa de compra e venda da sua quota em x por €100 mil. 
Em 2 de Abril de 2009, Carlos contraiu uma dívida de €6 mil junto de Eunice. Em 2 de 
Dezembro do mesmo ano, sem dinheiro para pagar a dívida, Carlos optou por contratar 
Mário, pintor famoso, para que este pintasse o retrato de Eunice em troca do perdão da 
dívida. Eunice aderiu à promessa, no entanto nunca se prontificou a posar para que o 
retrato fosse possível. 
Estamos perante a celebração de um contrato a favor de terceiro. “O contrato a favor de 
terceiro é [como refere João de Matos Antunes Varela] o contrato em que um dos 
contraentes (promitente) atribui, por conta e à ordem de outro (promissário), uma 
vantagem a um terceiro (beneficiário), estranho à relação contratual.” 
 
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Carlos (promissário) contratou Mário (promitente) para que este pintasse o retrato de 
Eunice (terceiro beneficiário) em troca de esta perdoar a dívida. O terceiro beneficiário 
adquire direito à prestação por efeito do contrato celebrado entre o promissário e o 
promitente, independentemente de aceitação (artigo 444.º, n.º 1, do CCivil). Contudo, o 
terceiro pode rejeitar a promessa ou aderir a ela (artigo 447.º, n.º 1, do CCivil). A 
adesão deve ser feita mediante declaração, tanto ao promitente como ao promissário 
(artigo 447.º, n.º 3, do CCivil). A adesão por parte do terceiro torna, salvo estipulação 
em contrário, a promessa irrevogável por parte do promissário (artigo 448.º, n.º 1, do 
CCivil). 
Em regra, tanto o terceiro beneficiário como o promissário têm direito de exigir do 
promitente o cumprimento da promessa (artigo 444.º, n.º 2, do CCivil). No entanto, 
quando se trate de promessa de exonerar o promissário de uma dívida para com o 
terceiro beneficiário, só ao promissário é lícito exigir o cumprimento da promessa 
(artigo 444.º, n.º 3, do CCivil). Assim, só a Carlos é lícito exigir o cumprimento da 
obrigação a Mário (promitente). 
Em 2 de Março de 2010, surgiu uma boa oportunidade de negócio para a venda de x, 
por €200 mil, a Simão. Timóteo, que está obrigado à preferência, notifica Luísa para 
que esta possa exercer o seu direito na aquisição da sua quota de x. Luísa aceita. 
Da celebração de um pacto de preferência, emerge, como já foi referido, a obrigação de 
dar preferência à outra parte (preferente). Assim, querendo o obrigado à preferência 
vender a coisa que é objecto do pacto, deve comunicar ao titular do direito de 
preferência o projecto de venda e as cláusulas do respetivo contrato (artigo 416.º, n.º 1, 
do CCivil), para que este possa exercer o seu direito dentro do prazo de oito dias sob 
pena de caducidade (artigo 416.º, n.º 2, do CCivil). A comunicação pode ser feita 
judicial ou extrajudicialmente e não está sujeita a forma especial.Simão, quando toma conhecimento da aceitação por parte de Luísa, aumenta a sua 
oferta para €300 mil. Em 15 de Março de 2010, Carlos e Timóteo vendem x a Simão, 
Carlos e Timóteo vendem x a Simão por €300 mil. Como já foi referido anteriormente, 
Carlos celebrou um contrato-promessa de compra e venda da sua quota em x com 
Eunice e Timóteo celebrou um pacto de preferência na alienação da sua quota em x com 
Luísa. Com a venda de x a Simão, Carlos e Timóteo encontram-se em incumprimento 
de obrigações anteriormente assumidas. 
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Relativamente ao incumprimento do pacto de preferência, se este tivesse eficácia 
meramente obrigacional (inter partes), Luísa teria apenas o direito de exigir uma 
indemnização a Timóteo, por incumprimento da obrigação de preferência, nos termos 
erais (artigo 798.º do CCivil). No entanto, como foi anteriormente mencionado, Luísa 
registou o direito de crédito, conferindo-lhe eficácia real. Assim, Luísa pode reagir 
através da acção de preferência (artigo 421.º, n.º 2, do CCivil). Mediante esta acção, 
pode o titular do direito lesado haver para si a quota alienada, contanto que o requeira 
dentro do prazo de seis meses, a contar da data em que teve conhecimento da alienação, 
e deposite o preço devido nos 15 dias seguintes à propositura da acção (artigo 1410.º, 
n.º 1, do CCivil). 
 
Quanto ao contrato-promessa de compra e venda, à semelhança do que foi dito para o 
pacto de preferência, se este tivesse eficácia meramente obrigacional, Eunice teria 
apenas direito a ser indemnizada, nos termos gerais (artigo 798.º do CCivil) pelo 
incumprimento do mesmo. Uma vez que Eunice registou o seu direito, atribuindo-lhe 
eficácia real, tem este a faculdade de, querendo para si a quota de x, requerer a execução 
específica do contrato-promessa (artigo 442.º, n.º 3, do CCivil). Mediante acção de 
execução específica, pode Eunice obter sentença que produza os efeitos da declaração 
negocial de Carlos (artigo 830.º, n.º 1, do CCivil). 
 
 
Caso Prático 3 
 
Tema: direito de preferência; (in) cumprimento de obrigações 
 
Carlos, Diogo e Eduardo, herdeiros de Fernando, interessados em manter na família os 
bens que herdaram destes sem prescindirem da faculdade de os alienar, concedem-se 
reciprocamente, por documento particular, direitos de preferência nas alienações que 
venham a realizar. 
Descarregado por Casimiro Gerente (gerentemiro@gmail.com)
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Em Setembro de 2009, Carlos pretende alienar gratuitamente a sua quota nos bens 
imóveis que recebeu de Fernando. Grava uma mensagem de voz nos telemóveis de 
Diogo e Eduardo, dando conta da sua intenção. Diogo e Eduardo não respondem e 
Carlos doa os referidos bens a uma instituição da área da saúde que lhe promete em 
contrapartida a prestação de serviços médicos. Diogo conforma-se e Eduardo pretende 
reagir sozinho. Quid iuris? 
 
Resolução do Caso: 
Carlos, Diogo e Eduardo, herdeiros de Fernando, pretendem manter na família os bens 
que deste herdaram. Para tal, celebram entre si pactos de preferência nas alienações que 
venham a realizar. Pacto de preferência é a “convenção pela qual alguém assume a 
obrigação de dar preferência a outrem na venda de determinada coisa” (artigo 414.º do 
C. Civil). Quanto à forma, os pactos de preferência que digam respeito à celebração de 
contrato para o qual a lei exija documento autêntico ou particular devem ser celebrados 
por documento assinado pelas partes que se vinculam (artigo 410.º, n.º 1 do CCivil por 
remissão do artigo 415.º do mesmo Código). Como salienta Luís Menezes Leitão, não 
se aplica ao pacto de preferência o regime do artigo 410.º, n.º 3, do CCivil, pelo que 
esse documento não estará em caso algum, sujeito a mais formalidades”. Assim, Carlos, 
Diogo e Eduardo ficam vinculados, por meio dos contratos celebrados, a, querendo 
alienar os bens herdados, dar preferência aos restantes herdeiros. 
Em Setembro de 2009, Carlos pretende alienar gratuitamente a sua quota nos bens 
imóveis que recebeu de Fernando. Sabendo que tem de dar preferência a Diogo e 
Eduardo, grave uma mensagem de voz nos telemóveis destes, dando conta da sua 
intenção. Ora, querendo Carlos, obrigado à preferência, alienar a sua quota nos bens 
imóveis objeto do pacto, deve comunicar aos titulares do direito, Diogo e Eduardo, o 
projecto de venda e as cláusulas do respetivo contrato (artigo 416.º, n.º 1, do CCivil). 
Mediante a comunicação feita nos termos legais, Diogo e Eduardo, após o 
conhecimento da mesma, teriam oito dias para exercer o seu direito, sob pena de 
caducidade (artigo 416.º, n,º 2, do CCivil). No entanto, a mensagem de voz deixada nos 
telemóveis de Diogo e Eduardo não respeita a forma legalmente prevista para a 
comunicação, não se considerando esta efectuada. 
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Carlos, perante a falta de resposta de Diogo e Eduardo, doa a sua quota dos bens a uma 
instituição da área de saúde que lhe promete em contrapartida a prestação de serviços 
médicos, o que, nos termos do artigo 418.º do CCivil, constitui uma prestação acessória 
(a promessa de uma prestação acessória daquela que é a obrigação principal do 
contrato em relação ao qual se dá preferência). Quando o obrigado à preferência recebe 
de terceiro a promessa de uma prestação acessória que o titular do direito de preferência 
não possa satisfazer, será essa prestação compensada em dinheiro (artigo 418.º, n.º 1, do 
CCivil). 
Diogo conforma-se com a alienação, mas Eduardo pretende reagir. O mecanismo legal 
destinado a fazer valer o direito de preferência é a de acção de preferência. No entanto, 
para que se possa fazer uso da acção de preferência, é necessário que o pacto de 
preferência goze de eficácia real (artigo 421.º do CCivil). Conforme resulta da hipótese, 
os pactos celebrados entre Carlos, Diogo e Eduardo não foram registados, produzindo 
apenas efeitos entre as partes contratantes (artigo 421.º, n.º 1, do CCivil). Assim, resta 
apenas a Eduardo ser indemnizado, nos termos gerais do artigo 798.º do CCivil, pelo 
incumprimento do pacto de preferência celebrado com Carlos (artigo 798.º do CCivil). 
 
 
Caso Prático 4 
 
Tema: contrato a favor de terceiro 
 
Marília, devedora de Graça, celebrou com Fabiano um contrato pelo qual este último se 
obrigava a dar lições de quitação a Graça. Marília pagou as lições. Graça obrigou-se 
perante Marília a, em troca das lições de equitação, exonerar Marília da divida. 
Alegando uma dívida antiga de Marília, Fabiano recusa as lições a Graça. Que direitos 
têm Marília e Graça? 
 
 
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Resolução do Caso: 
Marília, devedora de Graça, decide contratar Fabiano para que este dê aulas de 
equitação a Graça em troca do perdão da dívida. Estamos perante a celebração de um 
contrato a favor de terceiro. “O contrato a favor de terceiro é [como refere João de 
Matos Antunes Varela] o contrato em que um dos contraentes (promitente) atribui, por 
conta e à ordem de outro (promissário), uma vantagem a um terceiro (beneficiário), 
estranho à relação contratual”. 
No caso em apreço, Marília (promissária) celebra com fabiano (promitente) um contrato 
pelo qual este último se obriga a dar aulas de equitação a Graça (terceira beneficiária). 
A celebração do contrato a favor de terceiro basta-se com o acordo entre promissário e 
promitente, não sendo necessária a aceitação por parte do terceiro beneficiário (artigo 
444.º, n.º 1, do CCivil). Não dignifica isto que oterceiro beneficiário seja obrigado a 
aceitar o benefício. A lei confere ao terceiro beneficiário a possibilidade de aderir ou 
rejeitar a promessa (artigo 447.º, n.º 1, do CCivil). Se pretender rejeitar a promessa, 
deve fazê-lo mediante declaração ao promitente, que deve posteriormente comunicá-la 
ao promissário (artigo 447.º, n.º 2). Se o terceiro tiver intenção de aderir à promessa, 
deve comunica-lo por declaração ao promitente e promissário (artigo 447.º, n.º 3). A 
adesão à promessa tem como efeito a irrevogabilidade da mesma por parte do 
promissário (artigo 448.º, n.º 1, do CCivil). 
Em regra, tanto o promissário como o terceiro beneficiário têm direito de exigir o 
cumprimento da obrigação por parte do promitente. No entanto, quando se trate de 
promessa de exonerar o promissário de uma dívida, só a este é lícito exigir do 
promitente o cumprimento da mesma (artigo 444.º, n.º 3, do CCivil). 
Fabiano recusa dar aulas de equitação a Graça com base numa dívida antiga de Marília. 
A lei consagra os meios de defesa oponíveis pelo promitente ao terceiro (artigo 449.º do 
CCivil), que são todos aqueles derivados do contrato. No entanto, o promitente não 
pode opor meios de defesa que advenham de outra relação entre ele e o promissário. 
Assim, Fabiano não pode recusar-se a dar aulas de equitação a Graça com fundamento 
noutra relação contratual que não seja aquela estabelecida entre ele e Marília (a relação 
de cobertura) de que emerge a promessa. 
Descarregado por Casimiro Gerente (gerentemiro@gmail.com)
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Marília tem direito de exigir o cumprimento da obrigação por Fabiano: o pagamento da 
dívida de Marília a Graça. Graça não pode exigir esse pagamento a Fabiano, 
continuando, é claro, a poder exigir o pagamento da dívida a Marília até que esta, 
Fabiano ou outrem a paguem. 
 
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