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Organização da Administração A administração não é um fim em si mesma, mas sim um instrumento para a concretização dos interesses da coletividade. Para tanto, dispõe de entes políticos, previstos na Constituição e com personalidade jurídica própria. São eles: União, estados, DF e municípios. Estes entes compõem a administração direta. 1. Administração Direta A Administração Direta (ou centralizada), é composta: São todas entidades AUTÔNOMAS, com PERSONALIDADE JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO e regidos pela CRFB/88. a) Atribuições da União (art. 21, CF) Art. 21. Compete à União: I - Manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais; II - Declarar a guerra e celebrar a paz; . União . Estados . Distrito Federal . Municípios III - assegurar a defesa nacional; IV - Permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente; V - Decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal; VI - Autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico; VII - emitir moeda; VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações de natureza financeira, especialmente as de crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de previdência privada; IX - Elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico e social; X - Manter o serviço postal e o correio aéreo nacional; XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos institucionais; XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão: a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de água, em articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos; c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura aeroportuária; d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou Território; e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros; f) os portos marítimos, fluviais e lacustres; XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e a Defensoria Pública dos Territórios; XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia penal, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio; XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e cartografia de âmbito nacional; XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas e de programas de rádio e televisão; XVII - conceder anistia; XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas, especialmente as secas e as inundações; XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu uso; XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes urbanos; XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de viação; XXII - executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes princípios e condições: a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso Nacional; b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a utilização de radioisótopos para a pesquisa e usos médicos, agrícolas e industriais; c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, comercialização e utilização de radioisótopos de meia-vida igual ou inferior a duas horas; d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa; XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho; XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de garimpagem, em forma associativa. b) Competências Comuns: União X Estados x Distrito Federal e Municípios (art. 23, CF) Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: I - Zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público; II - Cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência; III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural; V - Proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à ciência, à tecnologia, à pesquisa e à inovação VI - Proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; VII - preservar as florestas, a fauna e a flora; VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar; IX - Promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico; X - Combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração social dos setores desfavorecidos; XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios; XII - estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito. Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional. 2. Descentralização x Desconcentração a) Descentralização: em sentido jurídico-administrativo, descentralizar é atribuir poderes da Administração pra outrem. O Estado, pessoa única, é constituído de vários órgãos que integram sua estrutura. Por si sós, esses órgãos não podem agir em nome próprio, porém, funcionam como um instrumento para o exercício das funções e atividades típicas do Estado. A descentralização implica na existência de uma pessoa, diferente da do Estado, que é investida de poderes administrativos e exercita atividades públicas ou de utilidade pública. O ente descentralizado age por outorga do serviço ou atividade, ou por delegação de sua execução, mas sempre em nome próprio. Com a descentralização, existe a criação de uma nova pessoa jurídica que ajuda na execução e na prestação de serviços públicos. b) Desconcentração: é a distribuição interna de competências, de caráter decisório, agrupadas em unidades individualizadas. Esse agrupamento pode se dar em razão da matéria (EX: Ministério da justiça, Min. Da Saúde, etc), ou em razão do grau ou hierarquia, que está ligado ao nível de responsabilidade daquele que vai exercer a atividade, com sua autoridade (EX: Diretor de Departamento, Chefe de Seção, etc). Também pode haver desconcentração com base em critério territorial ou geográfico (EX: Delegacia Regional da Saúde de SP, MG, BA, etc). Os órgãos e agentes permanecem ligados ao Estado pelo vínculo da hierarquia.Aglutinar todas as competências apenas em 4 entidades causaria muita burocracia e lentidão nos atos administrativos. Para suprir esta deficiência, o Brasil adotou o sistema de descentralização administrativa, criando novas pessoas jurídicas autônomas, como meio de concretização dos interesses públicos. São as pessoas administrativas, que compõem a administração indireta. Segundo a Constituição, a criação de entes administrativos deve ser feita por lei, em sentido formal. No entanto, o chefe do poder executivo pode dispor sobre a organização e funcionamento dos órgãos, mediante decreto, desde que não importe em aumento das despesas nem na criação ou extinção de órgãos públicos. 3. Autarquias É uma Pessoa Jurídica de DIREITO PÚBLICO, que faz parte da Administração Indireta e Descentralizada do Estado, CRIADA POR LEI ESPECÍFICA, para o exercício de FUNÇÕES PRÓPRIAS e TÍPICAS DO ESTADO, com INDEPENDÊNCIA DE AUTOADMINISTRAÇÃO e SUJEIÇÃO AO CONTROLE DE TUTELA. Existe uma pessoa administrativa sujeita ao REGIME JURÍDICO DE DIREITO PÚBLICO, que desempenha ATIVIDADES TÍPICAS de entes federativos, são elas: • Serviço público • Poder de polícia • Atividade regulatória • Assistência social, etc. São CARACTERÍSTICAS das autarquias: • São regidas pelo Decreto-lei n° 200/67 (Dispõe sobre a organização da Administração Federal, estabelece diretrizes para a Reforma Administrativa e dá outras providências.) • Têm PERSONALIDADE JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO (art. 41, IV, CC/02) Previstos na Constituição como de competência própria do Estado. • Devem ser CRIADAS POR LEI, conforme a CF: Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação • Seus atos e contratos são classificados como ADMINISTRATIVOS. • Quanto ao nível federativo, as autarquias podem ser: federais, estaduais, distritais ou municipais • Desempenham funções e atividades típicas do Estado, e podem ter diversos objetivos: autarquias assistenciais, previdenciárias, profissionais, de controle (agências reguladoras), associativas (associações públicas), etc. • Conforme a Constituição, respondem objetivamente pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causem a terceiros (art. 37, §6°, CF) § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. • Gozam de IMUNIDADE TRIBUTÁRIA, para impostos sobre seu patrimônio, renda e serviços, desde que estes estejam vinculados às suas atividades essenciais Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: § 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. • PRESCRIÇÃO QUINQUENAL: dívidas e direitos em favor de terceiros, contra a as autarquias, prescrevem em 5 anos. • OAB: STF decidiu que a OAB não é considerada uma autarquia e que ela não integra a administração pública direta e nem indireta. A OAB goza de algumas características específicas: → Seu pessoal é regido pela CLT, porém, que não serão submetidos à concursos públicos, para o preenchimento dos cargos. (Os conselhos regionais devem se submeter ao regime estatutário – Lei n° 8.112/90) → As contribuições pagas pelos inscritos no conselho, não tem natureza tributária → A OAB não está sujeita a controle financeiro e orçamentário, pelo Tribunal de Contas, por ter um regime diferente, é considerada uma entidade sui generis. → STF decidiu, em 2016, que os Conselhos Profissionais, não podem fixar suas anuidades em valores acima dos previstos em lei. 4. Agências Reguladoras São autarquias de regime especial, criadas com o objetivo de disciplinar e controlar algumas atividades, tais como: • Serviços públicos propriamente ditos. EX: Anatel, Aneel, ANTT... • Atividades de fomento e fiscalização de atividades privadas. EX: Ancine • Atividades exercitáveis para promover a regulação, a contratação e a fiscalização de atividades econômicas integrantes da indústria do petróleo. EX: ANP • Atividades em que o Estado também protagoniza, paralelamente, são facultadas aos particulares. EX: Anvisa, ANS • Agência reguladora do uso de bem público. EX: ANA São as principais características das agências reguladoras: • Autonomia de seus dirigentes: são nomeados por ato complexo (+ de uma manifestação de vontade de agentes que tem o mesmo patamar hierárquico, porém, em órgãos diferentes). EX: Presidente da República nomeia, sob a aprovação do Senado Federal. • Autonomia normativa: disciplinar e normatizar (normas técnicas específicas relacionadas à área de atuação) as atividades a que estão submetidas • Autonomia gerencial, orçamentária e financeira: essas entidades têm recursos próprios. • Súmula vinculante 27: Compete à Justiça Estadual julgar causas entre consumidor e concessionária de serviço público de telefonia, quando a ANATEL não seja litisconsorte passiva necessária, assistente nem opoente. 5. Fundações Públicas Entidades da Administração indireta, instituída pelo poder público mediante a personificação jurídica de direito público e personalidade jurídica de direito privado, à qual a lei atribui competências administrativas específicas, materializadas, via de regra, em atividades de interesse social (definidas mediante lei complementar). Art. 37, XIX, CF - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação. Para a doutrina administrativa, entende-se fundação como fundação pública de direito público e seu regime se assemelha muito com os das autarquias, devendo, desse modo, serem conceituadas como AUTARQUIA FUNDACIONAL. Portanto, somente poderá ser criada por lei. Quando compreendida como fundação pública de direito privado, o regime será semelhante aos das empresas públicas e sociedades de economia mista, devendo ser classificada como fundação governamental, tendo assim, sua criação autorizada por lei. Atenção!!!! 6. Agências Executivas São autarquias ou fundações governamentais, que recebem essa qualidade através de ato do Poder Executivo, para executar certo serviço público, livres de controle e dotadas de alguns privilégios, desde que haja celebrado com a Administração Pública, um contrato de gestão. O objetivo das agências executoras é o melhoramento da prestação do serviço público, por parte do Estado. São exemplos de agências executivas: ABIN (Agência Brasileira de Inteligência), Instituto Nacional de Metrologia Normalização e Qualidade Industrial. 7. Empresas Públicas x Sociedades de Economia Mista a) Empresas Públicas: empresa pública federal é a pessoa jurídica criada por força de lei, como instrumento de ação do Estado, dotada de personalidade de Direito Privado, e submetida a certas regras, em decorrência do seu status de instrumento estatal. São constituídas: sob quaisquerformas permitidas em direito LEI A Lei cria autarquia e fundação pública de direito público (autarquias fundacionais) A Lei autoriza a criação de empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas de direito privado (fundações governamentais) Capital: é formado (unicamente) por recursos de pessoas de Direito público interno, ou pessoas da Administração Indireta (predominantemente da esfera federal) EX: Sua Finalidade é: • Prestação de serviço publico • Exploração da atividade econômica São Constituídas: sob qualquer modalidade empresarial São Criadas: por lei, conforme a CRFB. Somente por lei específica pode-se criar autarquias e autorizar a instituição de empresas públicas, sociedades de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, nesse último caso, definir suas áreas de atuação. Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos ** Finep – Financiadora de Estudos e Projetos Casa da Moeda do Brasil Caixa Econômica Federal BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação; As empresas públicas prestadoras de serviços públicos respondem OBJETIVAMENTE pelos danos que seus agentes causem a terceiros, conforme a Constituição: Art. 37, § 6º: As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. As empresas públicas exploradoras da atividade econômica em sentido estrito, terão seu regime de responsabilidade regulado pelo Código Civil, portanto, fundamentado da Teoria da Responsabilidade SUBJETIVA. ** A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos é empresa pública, porém, com tratamento de Fazenda Pública. O STF reconheceu a imunidade tributária da EBCT no que tange ao IPTU. Aplicou a imunidade recíproca entre os entes federativos, prevista na CRFB: Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: VI - instituir impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; b) Sociedade de Economia Mista: são pessoas jurídicas de direito privado, integrantes da Administração Indireta do Estado, criadas por lei, sob a forma de sociedades anônimas, cujo controle acionário pertence ao poder público e cujo objetivo é a exploração de atividades gerais de caráter econômico e, em algumas situações, a prestação de serviços públicos. EX: Sua Finalidade: • Prestação de serviço público • Exploração de atividade econômica Seu Capital: é misto. Uma parte é pública e a outra, privada. O que cumpre ressaltar na Sociedade de Economia Mista, não é o fato de o seu capital ser misto, e sim, a participação necessária do Estado na direção da empresa, tendo em vista que é este fato que lhe dá a garantia de poder atuar, de decidir em nível de execução sobre a específica atividade que lhe foi cometida por delegação legal. Modalidade: a Sociedade de Economia Mista só pode ser constituída na modalidade anônima. São Criadas: por lei, conforme a CRFB. Somente por lei específica pode-se criar autarquias e autorizar a instituição de empresas públicas, sociedades de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, nesse último caso, definir suas áreas de atuação. Banco do Brasil S.A Banco da Amazônia S.A Petrobras Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação As Sociedades de Economia Mista prestadoras de serviços públicos respondem OBJETIVAMENTE pelos danos que seus agentes causarem a terceiros; Art. 37, § 6º: As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. As Sociedades de economia exploradoras da atividade econômica em sentido estrito terão seu regime de responsabilidade pautado nas regras do Código Civil, portanto, respondem SUBJETIVAMENTE. Atenção!!! Súmula 517, STF: as sociedades de economia mista só têm foro na justiça federal, quando a união intervém como assistente ou opoente Súmula 556, STF: é competente a justiça comum para julgar as causas em que é parte sociedade de economia mista. 8. Associações Públicas O consórcio público está previsto na Lei n°11.107/2005: Art. 1º, § 1º O consórcio público constituirá associação pública ou pessoa jurídica de direito privado. Adquirirá personalidade jurídica de direito público, no caso de constituir associação pública, mediante vigência das leis de ratificação (aprovação, confirmação) do protocolo de intenções. Art. 6º O consórcio público adquirirá personalidade jurídica: I – de direito público, no caso de constituir associação pública, mediante a vigência das leis de ratificação do protocolo de intenções; II – de direito privado, mediante o atendimento dos requisitos da legislação civil. § 1º O consórcio público com personalidade jurídica de direito público integra a administração indireta de todos os entes da Federação consorciados. § 2º O consórcio público, com personalidade jurídica de direito público ou privado, observará as normas de direito público no que concerne à realização de licitação, à celebração de contratos, à prestação de contas e à admissão de pessoal, que será regido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). A própria lei estabelece os critérios necessários para se estabelecer o protocolo de intenções: Art. 4º São cláusulas necessárias do protocolo de intenções as que estabeleçam: I – a denominação, a finalidade, o prazo de duração e a sede do consórcio; II – a identificação dos entes da Federação consorciados; III – a indicação da área de atuação do consórcio; IV – a previsão de que o consórcio público é associação pública ou pessoa jurídica de direito privado sem fins econômicos; V – os critérios para, em assuntos de interesse comum, autorizar o consórcio público a representar os entes da Federação consorciados perante outras esferas de governo; VI – as normas de convocação e funcionamento da assembléia geral, inclusive para a elaboração, aprovação e modificação dos estatutos do consórcio público; VII – a previsão de que a assembléia geral é a instância máxima do consórcio público e o número de votos para as suas deliberações; VIII – a forma de eleição e a duração do mandato do representante legal do consórcio público que, obrigatoriamente, deverá ser Chefe do Poder Executivo de ente da Federação consorciado; IX – o número, as formas de provimento e a remuneração dos empregados públicos, bem como os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interessepúblico; X – as condições para que o consórcio público celebre contrato de gestão ou termo de parceria; XI – a autorização para a gestão associada de serviços públicos, explicitando: a) as competências cujo exercício se transferiu ao consórcio público; b) os serviços públicos objeto da gestão associada e a área em que serão prestados; c) a autorização para licitar ou outorgar concessão, permissão ou autorização da prestação dos serviços; d) as condições a que deve obedecer o contrato de programa, no caso de a gestão associada envolver também a prestação de serviços por órgão ou entidade de um dos entes da Federação consorciados; e) os critérios técnicos para cálculo do valor das tarifas e de outros preços públicos, bem como para seu reajuste ou revisão; e XII – o direito de qualquer dos contratantes, quando adimplente com suas obrigações, de exigir o pleno cumprimento das cláusulas do contrato de consórcio público. § 1º Para os fins do inciso III do caput deste artigo, considera-se como área de atuação do consórcio público, independentemente de figurar a União como consorciada, a que corresponde à soma dos territórios: I – dos Municípios, quando o consórcio público for constituído somente por Municípios ou por um Estado e Municípios com territórios nele contidos; II – dos Estados ou dos Estados e do Distrito Federal, quando o consórcio público for, respectivamente, constituído por mais de 1 (um) Estado ou por 1 (um) ou mais Estados e o Distrito Federal; III – (VETADO) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Msg/Vep/VEP-0193-05.htm IV – dos Municípios e do Distrito Federal, quando o consórcio for constituído pelo Distrito Federal e os Municípios; e V – (VETADO) § 2º O protocolo de intenções deve definir o número de votos que cada ente da Federação consorciado possui na assembléia geral, sendo assegurado 1 (um) voto a cada ente consorciado. § 3º É nula a cláusula do contrato de consórcio que preveja determinadas contribuições financeiras ou econômicas de ente da Federação ao consórcio público, salvo a doação, destinação ou cessão do uso de bens móveis ou imóveis e as transferências ou cessões de direitos operadas por força de gestão associada de serviços públicos. § 4º Os entes da Federação consorciados, ou os com eles conveniados, poderão ceder-lhe servidores, na forma e condições da legislação de cada um. § 5º O protocolo de intenções deverá ser publicado na imprensa oficial. O consórcio público tem personalidade jurídica de direito público e integra a Administração Indireta, de todos os entes da federação consorciados. Adquirirá personalidade jurídica de direito privado, mediante o preenchimento dos requisitos da legislação civil e, nesse caso, obedecerá às normas de direito público, no que tange à licitações, contratos, prestação de contas e admissão de pessoal (que deverá ser regido pela CLT). http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Msg/Vep/VEP-0193-05.htm Terceiro Setor 1. Organizações Sociais Organização social é uma associação civil, sem fim lucrativo ou fundação, em razão do preenchimento de alguns requisitos legais, submetida a um regime jurídico especial, agraciado com alguns benefícios especiais do Estado, para a execução de determinadas atividades de interesse público. São CARACTERÍSTICAS das Organizações Sindicais: • São regidas pela Lei n. 9.637/98 (qualificação de entidades como organizações sociais, a criação do Programa Nacional de Publicização, a extinção dos órgãos e entidades que menciona e a absorção de suas atividades por organizações sociais). • Têm personalidade jurídica de direito privado • Não faz parte da Administração Pública Direta nem a indireta • Não tem fins lucrativos • Suas atividades são dirigidas: . Ensino . Pesquisa científica . Desenvolvimento tecnológico . Proteção e preservação do meio ambiente . Cultura, saúde, etc.. • Para que uma entidade privada ser classificada como “organização social”, deve preencher alguns requisitos, previstos na lei n. 9.637/98: Art. 2o São requisitos específicos para que as entidades privadas referidas no artigo anterior se habilitem à qualificação como organização social: I - Comprovar o registro de seu ato constitutivo, dispondo sobre: a) natureza social de seus objetivos relativos à respectiva área de atuação; b) finalidade não-lucrativa, com a obrigatoriedade de investimento de seus excedentes financeiros no desenvolvimento das próprias atividades; c) previsão expressa de a entidade ter, como órgãos de deliberação superior e de direção, um conselho de administração e uma diretoria definidos nos termos do estatuto, asseguradas àquele, composição e atribuições normativas e de controle básicas previstas nesta Lei; d) previsão de participação, no órgão colegiado de deliberação superior, de representantes do Poder Público e de membros da comunidade, de notória capacidade profissional e idoneidade moral; e) composição e atribuições da diretoria; f) obrigatoriedade de publicação anual, no Diário Oficial da União, dos relatórios financeiros e do relatório de execução do contrato de gestão; g) no caso de associação civil, a aceitação de novos associados, na forma do estatuto; h) proibição de distribuição de bens ou de parcela do patrimônio líquido em qualquer hipótese, inclusive em razão de desligamento, retirada ou falecimento de associado ou membro da entidade; i) previsão de incorporação integral do patrimônio, dos legados ou das doações que lhe foram destinados, bem como dos excedentes financeiros decorrentes de suas atividades, em caso de extinção ou desqualificação, ao patrimônio de outra organização social qualificada no âmbito da União, da mesma área de atuação, ou ao patrimônio da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, na proporção dos recursos e bens por estes alocados; II - Haver aprovação, quanto à conveniência e oportunidade de sua qualificação como organização social, do Ministro ou titular de órgão supervisor ou regulador da área de atividade correspondente ao seu objeto social e do Ministro de Estado da Administração Federal e Reforma do Estado. • Celebram com o Poder Público, um contrato de gestão (de comum acordo entre o órgão ou entidade supervisora e organização social, com discriminação das atribuições, responsabilidades e obrigações do poder público e da organização sindical, conforme a lei. Art. 6o O contrato de gestão, elaborado de comum acordo entre o órgão ou entidade supervisora e a organização social, discriminará as atribuições, responsabilidades e obrigações do Poder Público e da organização social. Parágrafo único. O contrato de gestão deve ser submetido, após aprovação pelo Conselho de Administração da entidade, ao Ministro de Estado ou autoridade supervisora da área correspondente à atividade fomentada. • Esse contrato de gestão deve ser submetido ao Ministro de Estado ou autoridade supervisora da área correspondente à atividade fomentada, após a aprovação do Conselho de Administração da entidade. • Para essas organizações poderão ser destinados recursos orçamentários e bens públicos necessários ao cumprimento do contrato de gestão. Art. 12. Às organizações sociais poderão ser destinados recursos orçamentários e bens públicos necessários ao cumprimento do contrato de gestão. § 1o São assegurados às organizações sociais os créditos previstos no orçamento e as respectivas liberações financeiras, de acordo com o cronograma de desembolso previsto no contrato de gestão. § 2o Poderá ser adicionada aos créditos orçamentários destinados ao custeio do contrato de gestão parcela de recursos para compensar desligamento de servidor cedido, desde que haja justificativa expressa da necessidade pela organização social. § 3o Os bens de que trataeste artigo serão destinados às organizações sociais, dispensada licitação, mediante permissão de uso, consoante cláusula expressa do contrato de gestão. 2. Serviços Sociais Autônomos São entes paraestatais, organizados com o objetivo de amparo, educação ou assistência social, comunitária ou restrita a determinadas categorias profissionais, com patrimônio e renda próprios, que no caso da União, podem ser obtidos por contribuições parafiscais, obedecendo aos parâmetros estabelecidos em lei, que lhes confere delegação legal no campo do ordenamento social e do fomento público. São CARACTERÍSTICAS dos Serviços sociais Autônomos: • São pessoas jurídicas de direito privado • São entidades que cooperam com o Poder Público e que não integram a Administração Pública Indireta • Prestam serviços de utilidade pública, beneficiando determinados grupos sociais ou profissionais • Recebem contribuições parafiscais (possui a finalidade de arrecadar recursos para custear as atividades do Estado, porém essas atividades não são diretamente exercidas por ele. As entidades não são públicas, mas procuram efetivar políticas sociais.) recolhidas compulsoriamente pelos contribuintes, conforme instituído em lei, para custear as atividades e vinculados aos seus objetivos. Dessa forma, também estão vinculados à supervisão do Ministério em cuja área atuem. • Em geral, dotadas de personalidade jurídica de direito privado, que recebem contribuições parafiscais e prestam serviços de interesse público ou social, estão sujeitas à fiscalização do Estado, nos termos e condições estabelecidos em lei. • Não podem objetivar fins lucrativos, ou seja, são entidades de caráter não econômico. . • Não incidem sobre elas, a Lei n. 8.666/93. • STF entende que as entidades que compõem dos serviços sociais autônomos, por possuírem natureza jurídica de direito privado e não integrarem a administração indireta e não estarem submetidas às regras do art. 37, II da CF: Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; Entidades do “SISTEMA S” não estão obrigadas a realizar concursos para a contratação de pessoal. EX: Súmula 516, STF: O Serviço Social da Indústria - SESI está sujeito a jurisdição da justiça estadual Mesmo que desempenhem atividade de interesse público em cooperação com o Estado. . SESI (serviço social da indústria) . SESC (Serviço social do Comércio) . SENAI (serviço nacional de aprendizagem industrial) . SENAC (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial) . SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) 3. Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público São CARACTERÍSTICAS das organizações da sociedade civil de interesse público: • São regidas pela Lei n. 9.790/99 (Dispõe sobre a qualificação de pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, institui e disciplina o Termo de Parceria). • Têm personalidade jurídica de direito privado, que tenham sido constituídas e se encontram em funcionamento regular há, no mínimo, três anos e desde que seus objetivos sociais e normas estatutárias atendam aos requisitos previstos na Lei n.9.790/99. • Seus objetivos sociais devem obedecer a algumas dessas finalidades: Art. 3o A qualificação instituída por esta Lei, observado em qualquer caso, o princípio da universalização dos serviços, no respectivo âmbito de atuação das Organizações, somente será conferido às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujos objetivos sociais tenham pelo menos uma das seguintes finalidades: I - promoção da assistência social; II - promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; III - promoção gratuita da educação, observando-se a forma complementar de participação das organizações de que trata esta Lei; IV - promoção gratuita da saúde, observando-se a forma complementar de participação das organizações de que trata esta Lei; V - promoção da segurança alimentar e nutricional; VI - defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável; VII - promoção do voluntariado; VIII - promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza; IX - experimentação, não lucrativa, de novos modelos sócio-produtivos e de sistemas alternativos de produção, comércio, emprego e crédito; X - promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar; XI - promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de outros valores universais; XII - estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos que digam respeito às atividades mencionadas neste artigo. XIII - estudos e pesquisas para o desenvolvimento, a disponibilização e a implementação de tecnologias voltadas à mobilidade de pessoas, por qualquer meio de transporte. • Não integram nem a Administração Pública Direta e nem a Indireta. • Não tem fins lucrativos, ou seja, não distribui entre seus sócios ou associados, conselheiros, diretores, empregados ou doadores, eventuais excedentes operacionais, brutos ou líquidos, dividendos, bonificações, participações ou parcelas de seus patrimônios, auferidos mediante o exercícios dessas atividades, e que os aplica integralmente no objetivo social. • Não podem receber o qualitativo de organizações da sociedade civil de interesse público a ssequintes entidades: → Sociedades comerciais → Sindicatos → Associações de classe ou de representação de categoria profissional → Instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos, cultos, práticas e visões devocionais e confessionais → Organizações partidárias e assemelhadas (inclusive suas fundações) → Entidades de benefício mútuo d.estinadas a proporcionar bens ou serviços a um círculo restrito de associados ou sócios → Entidades e empresas que comercializam planos de saúde e assemelhados → Instituições hospitalares privadas e não gratuitas e suas mantenedoras → Escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gratuito e suas mantenedoras → Organizações sindicais → Cooperativas → Fundações públicas → Fundações → Sociedades civis ou associações de direito privado criadas por um órgão público ou por fundações públicas → Organizações creditícias que tenham quaisquer tipos de vinculação com o sistema financeiro nacional, a que se refere a CF. • Para a formação do vínculo de cooperação, firmam com o Poder Público, um Termo de Parceria, que conterá os direitos, responsabilidades e obrigações das partes signatárias, conforme a Lei n. 9.790/99: Art. 9o Fica instituído o Termo de Parceria, assim considerado o instrumento passível de ser firmado entre o Poder Público e as entidades qualificadas como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público destinado à formação de vínculo de cooperação entre as partes, para o fomento e a execução das atividades de interesse público previstas no art. 3o desta Lei. • Caso a organização adquira bem imóvel, com recursos provenientes da celebração do Termo de Parceria, este será gravado com cláusula de INALIENABILIDADE.
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