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Normalização Documentária Márcia Ivo Braz Curso Técnico em Biblioteconomia Educação a Distância 2017 EXPEDIENTE Professor Autor Márcia Ivo Braz Design Instrucional Deyvid Souza Nascimento Maria de Fátima Duarte Angeiras Renata Marques de Otero Terezinha Mônica Sinício Beltrão Revisão de Língua Portuguesa Letícia Garcia Diagramação Izabela Cavalcanti Coordenação Hugo Carlos Cavalcanti Coordenação Executiva George Bento Catunda Coordenação Geral Paulo Fernando de Vasconcelos Dutra Conteúdo produzido para os Cursos Técnicos da Secretaria Executiva de Educação Profissional de Pernambuco, em convênio com o Ministério da Educação (Rede e-Tec Brasil). Janeiro, 2017 B827n Braz, Márcia Ivo. Normalização Documentária: Curso Técnico em Biblioteconomia: Educação a distância / Márcia Ivo Braz. – Recife: Secretaria Executiva de Educação Profissional de Pernambuco, 2017. 35 p.: il. Inclui referências bibliográficas. 1. Metodologia. 2. Normalização. 3. Publicações. I. Braz, Márcia Ivo. II. Título. CDU – 001.891 Catalogação na fonte Bibliotecário Hugo Carlos Cavalcanti, CRB4-2129 Sumário Introdução ........................................................................................................................................ 4 1.Competência 01 | Compreender a normalização no campo da informação científica e tecnológica 8 2.Competência 02| Aplicar as normas de documentação e informação da Associação Brasileira de Normas Técnicas ............................................................................................................................. 20 Conclusão ........................................................................................................................................ 33 Referências ..................................................................................................................................... 34 Minicurrículo do Professor .............................................................................................................. 35 4 Introdução Olá! Iniciamos mais uma etapa do Curso Técnico de Biblioteca, e juntos vamos aprender sobre normalização de documentos. Que tal pensar sobre esse assunto? Você já percebeu que no nosso dia a dia estamos sempre cercados de instruções? Por exemplo, os manuais de como executar uma tarefa, de como montar um determinado móvel ou brinquedo, normas de como nos comportar, a exemplo dos avisos de “silêncio”, “vire à direita”, “pare”, entre outros. Essas normas de convivência nos ajudam na realização de tarefas e a conviver melhor com as pessoas ao nosso redor. Figura 1 - Placas de trânsito Fonte: www.portaldevariedades.com.br/wp-content/uploads/2013/06/placas-transito.jpg (adaptado) Descrição: A figura mostra diversas placas de transito, a primeira, um octógono vermelho com o texto na cor branca escrito “pare” e a descrição “parada obrigatória”. A segunda placa, um círculo vermelho com uma faixa vermelha cortando a diagonal com fundo branco e uma seta preta virada para frente com a descrição “sentido proibido”. A terceira placa é um círculo vermelho com uma faixa vermelha cortando a diagonal, com fundo branco, mostrando a imagem de dois carros na cor preta, lado a lado, com a descrição “proibido ultrapassar”. A quarta placa também é um círculo vermelho com uma faixa vermelha cortando a diagonal, com fundo branco, onde a letra E, em maiúsculo, aparece na cor preta, com a descrição “proibido estacionar”. A faixa na diagonal em placas de trânsito sempre indica uma proibição. Vamos lembrar de mais situações onde somos instruídos a nos comportar de determinada maneira? Vou dar um exemplo para você: quando numa disciplina o professor explica como uma atividade deve ser desenvolvida, ele está te dizendo as normas de como proceder, ou seja, as instruções de como chegar até um objetivo de modo que a avaliação seja justa e compreensível para todos. http://www.portaldevariedades.com.br/wp-content/uploads/2013/06/placas-transito.jpg 5 Portanto, as normas são necessárias e nos guiam nas mais diversas situações! E o que isso tem a ver com o papel do técnico de biblioteca? Ao longo do curso você irá cursar disciplinas que vão orientar os procedimentos que são comuns às atividades do profissional que trabalha em uma biblioteca ou centro de documentação, a exemplo da representação das informações através da indexação, catalogação etc. Existem normas a observar, como é o caso dos elementos básicos na descrição catalográfica: indicação de autores, título, editora, ano de publicação etc. Esses elementos básicos servem para que as informações sejam facilmente identificáveis, senão cada autor ou editora poderia publicar da maneira como quisesse e isso não é bom, porque dificultaria tratar do direito autoral, localizar obras diferentes, dentre outros aspectos. Assim, temos normas específicas para variadas situações no universo da documentação que visam facilitar a identificação das informações e permitir que outras pessoas se beneficiem quando encontrarem uma obra, publicação ou atividade feita por nós. Acontece que nossa vida é permeada por regras e é provável que a maioria de nós esteja neste momento em contato com algum objeto que seja o foco de uma norma específica. Mas de onde vêm essas normas? Isso também você vai aprender neste caderno e nas vídeoaulas! Vou dar uma pista: certamente você já ouviu falar em ABNT, certo? São aquelas normas que muita gente rói as unhas só de pensar quando está fazendo um trabalho escolar ou uma monografia... 6 Figura 2 - Figura humorística sobre ABNT Fonte:http://educacao.uol.com.br/album/2014/03/12/tcc-da-depressao-trabalho - final-e-tema-de-satiras-de-internautas-no-facebook.htm#fotoNav=10 Descrição: A foto mostra um homem usando terno e gravata de braços cruzados revirando os olhos em sinal de tédio ou desaprovação. Mas calma! As normas não foram pensadas para causar sofrimento a ninguém. Pelo contrário, elas facilitam nossa vida acadêmica, especialmente no momento em que estamos produzindo conhecimento e registrando informações. Esse momento de produção de conteúdos relacionados aos conhecimentos aprendidos na formação técnica ou na graduação e pós-graduação traz um conceito muito importante para a gente que trabalha com bibliotecas: a informação científica e tecnológica, que é uma modalidade muito especial de produções. O diferencial é que os conteúdos são especializados de cada área do conhecimento, contribuindo para a formação dos profissionais e para o crescimento das diferentes ciências, e essas informações especializadas são de interesse das pessoas que fazem parte desses contextos. http://educacao.uol.com.br/album/2014/03/12/tcc-da-depressao-trabalho%20-%20final-e-tema-de-satiras-de-internautas-no-facebook.htm#fotoNav=10 http://educacao.uol.com.br/album/2014/03/12/tcc-da-depressao-trabalho%20-%20final-e-tema-de-satiras-de-internautas-no-facebook.htm#fotoNav=10 7 Figura 3 - Produção de conhecimento Fonte: http://te.i.uol.com.br/album/como_converter_arquivos_pdf_f_001.jpg Descrição: a foto mostra uma mulher jovem, sentada em frente a um computador sobre a mesa, com uma das mãos levantadas, dedos cerrados e o dedo indicador levantado em forma de apontar, enquanto uma lâmpada acende acima de sua cabeça, dando a entender que teve uma ideia. Por exemplo, no curso Técnico de Biblioteconomia interessam os assuntos que vão ajudar o futuro técnico emsua formação. Assim, é necessário saber onde procurar as informações e publicações mais pertinentes, quais são os sites ou bases de dados que reúnem informações específicas, quais são os eventos que acontecem na área e quais podemos participar, enviar trabalhos etc. As normas vão ajudar justamente no intercâmbio, na formatação e na padronização de elementos que vão facilitar a circulação das informações científicas. É essencial também conhecê-las porque são os profissionais da informação que devem orientar os usuários das bibliotecas e centros de informação com a padronização de seus trabalhos, então precisamos muito saber como manusear essas benditas! Durante o percurso nesta disciplina você vai aprender o que são as normas para documentação acadêmica, os tipos de normas mais utilizadas, as instituições que fazem a regulamentação e implantação, assim como os conceitos de informação científica e tecnológica. Além disso, teremos momentos de prática, onde você vai aprender a aplicar as normas mais comuns. Agora que já sabemos o que vamos ver durante nossos encontros, que tal nos conhecermos? Quero que você se apresente! Vá até o fórum geral da disciplina, diga quem é você e qual a sua expectativa sobre o que vamos aprender! Um abraço! http://te.i.uol.com.br/album/como_converter_arquivos_pdf_f_001.jpg 8 1.Competência 01 | Compreender a normalização no campo da informação científica e tecnológica Olá! Que bom que chegamos até aqui! Vamos começar os trabalhos? Você já teve algumas pistas do que vamos aprender ao longo dessa competência e, como já deve ter notado, esse tema é diferente, por isso tenho certeza de que andou pesquisando. Para fortalecer o que construímos na apresentação, faço o convite para continuar a leitura! Já pensou em quanta coisa é regida pelas normas? São muitas e vou te dar alguns exemplos: Figura 4 - Normas da ABNT utilizadas em atividades/produtos do cotidiano Fonte: www.mundodomarketing.com.br/mundodomarketing//images/materias/arte(2).jpg (adaptado) Descrição: a imagem mostra diversos desenhos ilustrando situações onde as normas da ABNT são utilizadas. A primeira imagem apresenta um rapaz segurando uma bandeira com a descrição “bandeira de qualidade ostenta norma ABNT NBR 16287:2014”. A segunda imagem mostra uma mulher em frente ao espelho tocando o reflexo com o dedo indicador com a descrição “espelho que reflete qualidade tem norma ABNT NBR 14696: 2008”. A terceira imagem traz uma mulher secando os cabelos com um secador, com a descrição “secador de cabelos bom e silencioso tem norma ABNT NBR 13910-2-2:1998”. A quarta imagem mostra um homem com um prato de comida na mão tocando no display de um micro-ondas, com a descrição “micro-ondas megasseguro tem norma ABNT NBR NM IEC 60335-2-25:2006”. Competência 01 http://www.mundodomarketing.com.br/mundodomarketing/images/materias/arte(2).jpg 9 Você deve estar se perguntando: mas o que são essas normas técnicas? No nosso país, o organismo responsável é a Associação Brasileira de Normas Técnicas (vamos chamar de ABNT), que define: “Norma é o documento estabelecido por consenso e aprovado por um organismo reconhecido, que fornece regras, diretrizes ou características mínimas para atividades ou para seus resultados” (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, [2016], p. 1). Desse modo, observamos que a ABNT é o organismo reconhecido para estabelecer os aspectos de normalização, que também é definido como o processo de formular e/ou aplicar regras para solucionar ou prevenir problemas, contando com a participação de todos os interessados, recorrendo à tecnologia para auxiliar na observação de princípios de segurança, comunicação, entre outros princípios, de forma neutra. Como objetivos das normas, a ABNT coloca a seguinte figura: Figura 5 - Objetivos da normalização Fonte: http://www.abnt.org.br/images/Figuraobjetivo.jpg Descrição: a imagem mostra um círculo central com os dizeres “objetivos da normalização”, com outros pequenos círculos ao redor e os seguintes dizeres no sentido horário: segurança; proteção do produto, controle de variedade, proteção do meio ambiente, intercambialidade, eliminação de barreiras técnicas e comerciais, compatibilidade e comunicação. Competência 01 http://www.abnt.org.br/images/Figuraobjetivo.jpg 10 É importante mencionar que as normas não têm força de lei, portanto não são de uso obrigatório, mas quando alguma empresa ou pessoa escolhe não utilizar, pode ser que seja difícil competir no mercado com um determinado produto, ou mesmo não ser bem visto pelas pessoas do seu contexto profissional. Como não são obrigatórias, as matérias que precisam de uma regulamentação específica podem gerar a necessidade de desenvolver uma lei, como por exemplo: as normas para citação e referência (respectivamente NBR 10520 e 6023) têm como objetivo assegurar que a ideia original de um autor seja devidamente creditada, protegendo a propriedade intelectual e evitando o plágio. Como o direito do autor é uma questão que vai além de uma norma, foi criada a Lei Nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, que regulamenta a questão de direitos autorais. Saiba mais sobre patentes no site no Instituto Nacional da Propriedade Industrial, que cuida dos registros no Brasil das próprias patentes, marcas, desenho industrial etc. www.inpi.gov.br/ Você sabe o que é uma patente? Veja aqui: www.youtube.com/watch?v=k-0TZ0rSiPk Veja o vídeo com vários exemplos legais de patentes aqui no Brasil: www.youtube.com/watch?v=nDa7IrWXRho Esses assuntos têm tudo a ver com a atuação dos profissionais da informação que lidam diariamente com a propriedade intelectual de outras pessoas, seja nas informações registradas (livros, revistas...) ou no auxílio na produção do conhecimento pelos usuários, quando nos procuram para auxiliar em trabalhos, artigos, monografias, dentre outros. Reflexão: Converse com seus colegas sobre o que caracteriza uma norma. Será que é sempre uma proibição? Ou são instruções? Você já seguiu alguma norma para desenvolver atividades? Quais? Competência 01 http://www.inpi.gov.br/ http://www.youtube.com/watch?v=k-0TZ0rSiPk http://www.youtube.com/watch?v=nDa7IrWXRho 11 Como já vimos na introdução, é de muito interesse a produção de conteúdos relacionados aos conhecimentos aprendidos na formação técnica ou superior que traz o conceito de informação científica e tecnológica. A informação científica e tecnológica está diretamente relacionada com pesquisas, ou seja, sempre que alguém que trate do conhecimento específico de uma área do conhecimento realiza um trabalho de investigação (pode ser produção bibliográfica, pesquisa de campo, entrevistas, descobertas de laboratório... as opções são vastas!) e registra as informações que conseguiu, está gerando informação científica. Quando é feita a publicação dos resultados de pesquisa, tem-se o objetivo de: Figura 6 - Objetivos da publicação científica Fonte: a autora Descrição: a figura traz três engrenagens, cujo intuito é mostrar os objetivos da publicação cien- tífica, com setas indicando movimento mútuo, com os dizeres “divulgar descobertas científicas, conferir reconhecimento e proteger o direito dos autores”. Essas publicações e comunicação dos resultados de pesquisa são conhecidas como comunicação científica e utilizam meios reconhecidos de divulgação, como as revistas especializadas, os trabalhos apresentados em congressos etc. Conferir reconhecimento Proteger o direito dos autores Divulgar descobertas científicas Competência 01 12 Legal esse mecanismo, não é? A comunicação científica funciona como uma forma de prestar contas também! Isso porque parte dos nossos impostos são convertidos em investimentos para pesquisasrealizadas em universidades e centros especializados muito importantes, como nas áreas de medicina e saúde, questões sociais e de meio ambiente, tecnologia etc. A forma de tornar os resultados desses trabalhos públicos é através dos relatórios, dos trabalhos em eventos e revistas, mostrando a que conclusões esses cientistas chegaram. Segundo Ribeiro (2006) existem quatro requisitos básicos para que uma produção científica seja bem vista, porque não basta apenas escrever, mas sim cuidar da credibilidade e acessibilidade para os interessados: Figura 7 - Requisitos para boa visibilidade da produção científica Fonte: a autora, adaptado de Ribeiro (2006) Descrição: a imagem mostra um diagrama com quatro retângulos onde está escrito em cada um deles: Avaliação e aprovação por outros membros; Publicação em um veículo aceito; Estar disponível em biblioteca, bases de dados...; Ser apropriado por um receptor. Avaliação e aprovação por outros membros Publicação em um veículo aceito Estar disponível em biblioteca, bases de dados... Ser apropriado por um receptor Competência 01 13 Seguindo esses requisitos, temos o processo que ocorre ao final da produção científica, que é a publicação. Como vimos anteriormente, o cuidado com a reputação da informação é muito importante e, para ter visibilidade e alcançar credibilidade, o autor de informações científicas deve procurar os meios mais reconhecidos para divulgar seus trabalhos e, assim, temos os canais formais e os canais informais. Figura 8 - Canais formais e informais da publicação científica Fonte: imagem(http://2.bp.blogspot.com/-p7Y0dQJaJms/VZ0dNr-FsOI/AAAAAAAARrI/q_bDe4vCcq8/s16 00/ quadro-negro.jpg) /texto( a autora) Descrição: lousa preta com uma mão simulando escrita com giz branco, onde aparece o texto: canais informais são os contatos estabelecidos nos eventos da área ou troca de mensagens, e-mails, cartas, entre os membros mais destacados de uma determinada comunidade cientifica/profissional; canais formais são aqueles disponíveis para qualquer pessoa acessar, como as publicações de editoras (como os livros), as revistas e as bases de dados onde ficam informações de instituições, universidades, centros de pesquisa, etc. Além dos canais de divulgação, o profissional da informação deve estar atento às fontes de informação, que são documentos classificados de acordo com o grau de acesso à informação incial: Fontes primárias: trabalhos produzidos geralmente com a interferência direta do autor da pesquisa, informações novas de fatos já conhecidos ou dados originais sem tratamento, como: entrevistas, cartas, documentos originais, relatórios de pesquisa, compreendendo também a literatura cinzenta (aquela que não é controlada por editoras comerciais como publicações governamentais, traduções avulsas, preprints, dissertações, teses, anais de congressos, que são publicações de trabalhos apresentados em eventos científicos, etc.). Competência 01 http://2.bp.blogspot.com/-p7Y0dQJaJms/VZ0dNr-FsOI/AAAAAAAARrI/q_bDe4vCcq8/s16%2000/%20quadro-negro.jpg http://2.bp.blogspot.com/-p7Y0dQJaJms/VZ0dNr-FsOI/AAAAAAAARrI/q_bDe4vCcq8/s16%2000/%20quadro-negro.jpg 14 Fontes secundárias: informações filtradas e organizadas para melhorar o acesso às fontes primárias, como enciclopédias, dicionários, levantamento de literatura etc. Fontes terciárias: guias para as fontes primárias e secundárias, como os catálogos de bibliotecas, guias de literatura, listas de livos publicados, etc. Saiba mais sobre as fontes de informação e sobre as fontes de informação científica e tecnológica assistindo aos vídeos abaixo! Fontes de Informação www.youtube.com/watch?v=VBq4y8SQDqA Tutorial sobre fontes de informação científica www.youtube.com/watch?v=p1-fQhayHRc Seleção de fontes de informação científica: www.youtube.com/watch?v=goboRyvBWK0 Você deve saber também que as fontes de informação podem ser organizadas de acordo com a área do conhecimento, gerando as bibliografias especializadas. Bibliografias especializadas podem ser uma publicação contendo uma listagem das obras publicadas em determinada ciência, como uma reunião de artigos, livros, informação eletrônica ou publicada em veículos de notícias. As bibliografias e as obras que as compõem podem ser acessadas nas bibliotecas ou bases de dados. Ufa! São muitas informações! Mas você deve estar se perguntando: onde entram as normas de documentação? Converse com seus colegas no polo sobre como devem ser as normas de documentação. O que são essas normas? Para que servem? Pode debater à vontade! De um modo geral, as normas são criadas para manter a qualidade dos produtos e serviços, de modo que estes tenham um comportamento ou grau de execução uniforme, ou seja, não tragam Competência 01 http://www.youtube.com/watch?v=VBq4y8SQDqA http://www.youtube.com/watch?v=p1-fQhayHRc http://www.youtube.com/watch?v=goboRyvBWK0 15 surpresas desagradáveis! Existem vários níveis de normalização e várias normas e diretrizes elaboradas pelos órgãos competentes em cada nação ou grupo de países ou organizações, que facilitam o diálogo e o comércio internacional. No caso das publicações, diferente dos produtos e serviços, a criação de padrões busca favorecer o acesso, a recuperação e a disseminação da informação armazenada em forma impressa, eletrônica ou qualquer meio. O intercâmbio de informações obedece a padrões que são estabelecidos pelas instituições, que facilitam a internacionalização da pesquisa e a inserção dos pesquisadores na comunidade científica. A utilização de normas para a escrita científica serve para harmonizar as características de cada área do conhecimento, como os termos e palavras técnicas, os procedimentos para realização da pesquisa etc., além de auxiliar como suporte para os meios de expressão e comunicação do campo científico. Nesse contexto, as instituições onde os pesquisadores são estimulados a gerar conhecimento, sendo espaços de reflexão, devem promover a pluralidade de pensamentos (RIBEIRO, 2006). Dessa forma, incentiva também a melhora da qualidade formal da produção gerada em seus laboratórios (RODRIGUES, 1998). Vamos fazer uma comparação? As normas são o padrão para que pessoas de lugares, costumes, instituições diferentes possam se entender e facilitar a comunicação! Veja só o exemplo seguinte, lembra dos formatos de tomadas? Competência 01 16 Figura 9 - Padronização dos plugues e tomadas Fonte: https://aprofundar.com.br/wp-content/uploads/nova-tomada.jpg Descrição: a imagem mostra diversas fotos de plugs de tomadas com padrões diversos de pinos, alinhados do lado esquerdo da foto com o título “ que sai” e do lado direito duas imagens com os padrões de plug atuais, de dois pinos e três pinos redondos, sendo introduzidos nas respectivas tomadas, sob o título “como fica”. Imagine só quanto tempo e dinheiro foi poupado apenas com essa norma! Além do mais, havendo um padrão, as atividades têm uma referência única que facilita o entendimento de todos. Um exemplo claro é a Língua Portuguesa que tem diversas variações na fala e na escrita na nossa vida cotidiana, mas quando utilizamos a forma mais próxima do padrão nos saímos bem em qualquer lugar! Figura 10 - Tira cômica, sem título, do ilustrador Mauricio Rett Fonte: http://4.bp.blogspot.com/-59b-ffI3Xfc/Ta89C1MfQ1I/AAAAAAAAAfQ/vLmWx vN-MBo/s400/chatdemais.png Descrição: Tirinha colorida com um quadro mostrando um menino sentado em frente ao computador e os pais de pé, proximos a ele, ambos com semblante preocupado, cujas falas estão dentro de balões: “achamos que você passa tempo demais batendo papo na internet...”. O menino vira o rosto com um semblante de raiva e retruca “naum eh verdade >:-(“, onde os símbolos combinadosparecem um rosto com raiva). O texto caracteriza bem a linguagem usada na internet. Competência 01 https://aprofundar.com.br/wp-content/uploads/nova-tomada.jpg http://4.bp.blogspot.com/-59b-ffI3Xfc/Ta89C1MfQ1I/AAAAAAAAAfQ/vLmWx%20vN-MBo/s400/chatdemais.png http://4.bp.blogspot.com/-59b-ffI3Xfc/Ta89C1MfQ1I/AAAAAAAAAfQ/vLmWx%20vN-MBo/s400/chatdemais.png 17 Você já deve ter vivenciado em disciplinas anteriores a redação de documentos. Inclusive há o manual de documentos oficiais, editado pela Presidência da República que pode ser acessado através do endereço: www4.planalto.gov.br/centrodeestudos/assuntos/manual-de-redacao-da- presidencia-da-republica/manual-de-redacao.pdf . Nas situações de produzir documentos e comunicações oficiais, é necessário identificar a situação, que tipo de documento é adequado e quais informações serão contempladas. Por exemplo, em uma reunião no ambiente escolar, no escritório, numa empresa, é preciso que os fatos que ocorrerem sejam registrados para consulta posterior. Nesse caso, o documento indicado para fazer essas anotações é a ata. Da mesma forma ocorre com as normas da ABNT, para cada caso você deve identificar a mais indicada. Até aqui tudo ok? Vamos avançar mais um pouco agora que você conhece as questões básicas! Bem, se as normas são tão importantes, quem é o responsável ou responsáveis por instituir as normas? Eu quero que você guarde bem essa informação, porque é muito importante para sua atuação futura como técnico. Combinado? No início da competência conversamos sobre a ABNT cuidar das normas aqui no Brasil, mas os processos de normalização são estabelecidos por entidades internacionais, regionais e nacionais. No âmbito Internacional as entidades de padronização são representadas pela International Organization for Standardization (ISO), uma federação mundial integrada por organismos nacionais de normalização, contando com um representante por país. Estabelecida desde 1947, é uma organização não governamental, da qual a ABNT é membro fundador. De acordo com a ABNT, em material disponível em seu próprio site1, os níveis das normas estão relacionados com o alcance geográfico, político ou econômico de envolvimento na normalização, que pode ser realizada no âmbito de: 1 www.abnt.org.br/normalizacao/o-que-e/niveis-de-normalizacao Competência 01 http://www4.planalto.gov.br/centrodeestudos/assuntos/manual-de-redacao-da-presidencia-da-republica/manual-de-redacao.pdf http://www4.planalto.gov.br/centrodeestudos/assuntos/manual-de-redacao-da-presidencia-da-republica/manual-de-redacao.pdf http://www.abnt.org.br/normalizacao/o-que-e/niveis-de-normalizacao 18 a) um país específico – denominada Normalização Nacional; b) uma única região geográfica, econômica ou política do mundo – denominada Normalização Regional; c) vários países do mundo – denominada Normalização Internacional. Assim, a Normalização é um processo planejado, executado por organismos que contam com a participação das partes interessadas no assunto objeto da normalização e que têm como principal função a elaboração, a aprovação e a divulgação de normas. No nível nacional, as normas também regem as profissões! Há no momento um projeto de lei que vai reger a profissão do técnico em biblioteconomia! Pesquise sobre o PL 6338 e observe o conteúdo. Os níveis da normalização costumam ser representados por uma pirâmide, que tem em sua base a normalização empresarial, seguida da nacional e da regional, ficando no topo a normalização internacional. Figura 11 - Níveis de normalização Fonte: www.abnt.org.br/normalizacao/o-que-e/niveis-de-normalizacao Descrição: Pirâmide dividida em cinco níveis, no topo aparece escrito “internacional (ISO, IEC, ITU)”. No segundo nível, está escrito “regional e sub-regional (COPANT, AMN, CEN...)”. No terceiro nível está escrito “nacional (ABNT, AFNOR, AENOR, IRAM, IPQ,...)”. No quarto nível aparece “associação (ASTM, API,...) e no quinto nível, na base da pirâmide, “empresarial”. Competência 01 http://www.abnt.org.br/normalizacao/o-que-e/niveis-de-normalizacao 19 As normas que estão na base são as mais exigidas e obrigatórias a nível local, por exemplo, diretrizes de segurança de uma indústria são obrigatórias para os funcionários. Assim, veja que as normas empresariais são as estabelecidas por empresas, grupos empresariais ou outras instituições. Já as normas de associações são preparadas por grupos de determinados setores, como agricultores que cultivam determinadas espécies ou seguem algum tipo especial de manejo da produção. Temos também as normas individuais que podem ser escritas ou não, utilizadas por usuário individual, para elaboração de produtos e especificação de procedimentos. Usadas, por exemplo, para transmitir para aos descendentes de uma família processos de fabricação de vinho, artesanato, pão, etc. Já imaginou você mesmo criando uma norma para uma atividade do seu dia a dia? Estou sentindo cheiro de atividade no ar... Confira comigo no AVA! Vamos lá, solte a imaginação, converse com seus colegas no polo sobre como vocês poderiam criar uma norma. Como poderia instruir para que todos façam o mesmo trabalho e tenham o mesmo resultado? Por exemplo, uma receita, um modo de fazer, um manual, enfim são muitas oportunidades! Ufa! Muitos conceitos, não é? Mas tudo isso faz parte do nosso cotidiano de profissionais da informação! Quer saber de mais informações? Acesse as vídeoaulas e os conteúdos extras que preparei ao longo do caderno! Competência 01 20 2.Competência 02| Aplicar as normas de documentação e informação da Associação Brasileira de Normas Técnicas Olá! Nem parece que já estamos chegando a nossa última semana juntos! Foram tantas coisas legais sobre normalização que vale a pena lembrar. Vamos nessa? Observe a nuvem de palavras com os pontos mais interessantes que trabalhamos! Figura 12 - Relembrando a competência anterior Fonte: a autora Descrição: nuvem de tags nas cores azul, rosa, amarelo, vermelho, laranja e verde, com os dizeres: normalização, fontes de informação, canais de comunicação informais, canais de comunicação formais, ISO, ABNT, comunicação científica. Agora vamos partir para a parte mais prática da nossa disciplina! Sim, você vai colocar a mão na massa! Nessa segunda competência é muito importante acessar as normas e prestar bastante atenção nas vídeoaulas e conteúdos extras que estarão ao longo do texto, combinado? Agora é hora da verdade! Vem conhecer e manusear as normas que são mais utilizadas aqui no curso Técnico de Biblioteconomia e em trabalhos acadêmicos de um modo geral, que são: Competência 02 21 ABNT/NBR 6023 Referências; ABNT/NBR 6027 Sumário; ABNT/NBR 6028 Resumo; ABNT/NBR 10520 Citações em documentos; ABNT/NBR 14724 Trabalhos acadêmicos. Cada uma dessas normas tem sua própria estrutura e finalidade, mas todas estão relacionadas, inclusive com outras normas que vão ajudar você a desenvolver os trabalhos que têm natureza acadêmica e científica. Porém, lembre-se: Figura 13 - Consulta versus decoreba das normas Fonte: www.atualcard.com.br/blog/wp-content/uploads/2010/12/N%C3%A3o-esquecer.jpg (adaptado) Descrição: imagem de quadro preto com um papel amarelo colado com fita adesiva, com os dizeres “não esquecer”, junto da seguinte afirmação “você precisa entender que as normas precisam ser consultadas, não decoradas”. Eu te diria ainda que as normas são material de consulta permanente, porque sempre que tiver trabalho acadêmico elas estarão lá! O mais importante é que você aprenda a manusear as normas e saiba recorrer a elas para resolver a situação quando precisar! Porisso, é preciso ter bastante atenção nessa etapa, dedique-se para observar os detalhes de cada norma e não tenha vergonha de perguntar se tiver dúvidas ou precisar de ajuda. Um ponto central na utilização das normas, de modo geral, é a formatação, já que os trabalhos são digitados em editor de texto. Então, o espaçamento entre parágrafos, as margens, o tipo de fonte, tudo isso tem que ser observado. O texto de cada norma vai orientar tudo bem detalhado. Competência 02 http://www.atualcard.com.br/blog/wp-content/uploads/2010/12/N%C3%A3o-esquecer.jpg 22 Agora sim apresento a vocês: ABNT 6027 – SUMÁRIO Figura 14 - Exemplo de sumário Fonte: Andrade (2010) Descrição: imagem de um sumário com os assuntos em forma de tópicos que serão apresentados ao longo do documento. Apresenta o seguinte texto: Parte I – requisitos básicos, página 1. Primeiro capítulo: a importância da leitura, página 3. Tópico 1.1 Tipos de leitura, página 4. Tópico 1.2 finalidades da leitura, página 7. Tópico 1.3 modalidade de leitura, página 7. Segundo capítulo: técnicas para a elaboração dos trabalhos de graduação, página 11. Tópico 2.1 técnica de sublinhar para esquematizar e resumir, página 11. Tópico 2.2 elaboração de esquemas, página 12. Tópico 2.3 tipos de resumo, página 15. Sabe quando vamos ao supermercado e levamos uma lista com os produtos que precisamos comprar? Chegando lá, cada item estará disponível em uma seção: limpeza, carnes, grãos... ou seja, a lista é um guia de onde encontrar cada item. Assim, também acontece com o sumário, que é uma lista organizada com a prévia do conteúdo, trazendo os títulos das seções ou capítulos e a página ou parte onde estão localizados, facilitando a vida do leitor. Por ser justamente a prévia com a indicação da localização, vem no início do documento como elemento pré-textual, porque não faz sentido esses detalhes serem encontrados só ao final da leitura, certo? Esta norma é bem pequena, tem apenas duas páginas e apresenta de forma simples as definições básicas e a formatação exigida. Também deixa claro que sumário é diferente de índice, porque este Competência 02 23 vem no final do texto, ou seja, se for preciso listar mais detalhes que não são títulos de capítulos, como a lista de nomes de pessoas ou cidades mencionadas, por exemplo, faz-se uma seção especial. Vamos conhecer a norma? Clique aqui: http://caxias.ufma.br:8080/pgcult/documentos/NBR_6027_2013.pdf ABNT 6028 – RESUMO Nesta norma de resumo temos uma relação muito legal com o trabalho técnico da indexação, que você terá oportunidade de vivenciar em uma disciplina inteira do curso técnico e no cotidiano profissional. Também há o relacionamento com as habilidades de leitura e escrita, especialmente em compreender e sintetizar, mas sendo fiel ao texto. Isso porque ao resumir você tem a responsabilidade de trazer para o leitor a essência da ideia original do autor do texto. Ao fazermos a análise do documento e a síntese dos pontos principais, não devemos colocar nossa opinião pessoal, pois nesse momento estamos mediando a informação entre o autor e o leitor, e isso é muito bonito. O objetivo do resumo é trazer uma visão geral da obra ou do documento para que o usuário possa ter mais rapidez em decidir se o material é interessante, sem ter que ler o documento inteiro. Poupa muito trabalho! Mas você sabia que para cada situação existe um resumo apropriado? Se for apenas uma visão rápida sem entrar em detalhes, como ocorre com as sinopses de filme que não contam o final só pra te deixar curioso, temos o resumo indicativo. Se for aquele texto super detalhado contando os detalhes, por exemplo, os resumos de livros com todos os personagens, ambientes da história, o enredo e desfecho, que praticamente dispensa a leitura da obra, é o resumo informativo. Competência 02 http://caxias.ufma.br:8080/pgcult/documentos/NBR_6027_2013.pdf 24 E se for um resumo feito por uma pessoa para que comente o assunto apresentado e dê sua opinião ou juízo sobre uma obra ou filme, e ainda de preferência publicada para especialistas no tema, chama-se recensão. Figura 15 - Esquema para resumo indicativo Fonte: http://image.slidesharecdn.com/nbr14724esquematrabalhosacadmicos2009-2-10 1101182955-phpapp02/95/abnt-nbr-14724-trabalhos-acadmicos-esquema-12-638. jpg? cb=1422670973 (adaptado) Descrição: Texto de um resumo indicativo, em que aparece o seguinte texto: Os direitos dos portadores de transtorno mental, na perspectiva da reforma psiquiátrica brasileira, é o tema da presente tese, resultante de pesquisa explicativa dialético-critico aplicada no Serviço Residencial Terapêutico Morada São Pedro, vinculado à Secretaria de Estado da Saúde do Rio Grande do Sul. O objetivo geral foi verificar se a proposta de desinstitucionalização do Morada São Pedro possibilitou a efetivação dos direitos dos seus usuários, visando contribuir na formulação e execução de políticas públicas no campo da saúde mental. Realizado um conjunto de técnicas qualitativas e a técnica do tipo quase-experimento para comparação de dados da escala Independent Living Skills Survey (ILSS) dos usuários quando intemados no hospital psiquiátrico, ano de 2002, e como residentes do Morada São Pedro, em 2004. Palavras-chave: Reforma Psiquiátrica. Direitos. Serviço Residencial Terapêutico. A norma também é curta (duas páginas) e traz mais informações gerais, veja só: www.justicaeleitoral.jus.br/arquivos/tse-norma-abnt-6028 Competência 02 http://image.slidesharecdn.com/nbr14724esquematrabalhosacadmicos2009-2-10%201101182955-phpapp02/95/abnt-nbr-14724-trabalhos-acadmicos-esquema-12-638.%20jpg?%20cb=1422670973 http://image.slidesharecdn.com/nbr14724esquematrabalhosacadmicos2009-2-10%201101182955-phpapp02/95/abnt-nbr-14724-trabalhos-acadmicos-esquema-12-638.%20jpg?%20cb=1422670973 http://image.slidesharecdn.com/nbr14724esquematrabalhosacadmicos2009-2-10%201101182955-phpapp02/95/abnt-nbr-14724-trabalhos-acadmicos-esquema-12-638.%20jpg?%20cb=1422670973 http://www.justicaeleitoral.jus.br/arquivos/tse-norma-abnt-6028 25 ABNT 10520 – CITAÇÕES Figura 16 - Balão com citação Fonte: https://cdn.mensagenscomamor.com/content/images/img/f/frases_balao_kant.jpg Descrição: fundo cinza com balão verde em primeiro plano com a frase do pensador Immanuel Kant: “o homem não é nada além daquilo que a educação faz dele”. Agora que você já sabe que é preciso habilidades de leitura e ter uma noção legal de redação e escrita para fazer os trabalhos acadêmicos, imagine a seguinte cena: depois de muito esforço você FINALMENTE termina um trabalho do curso técnico em que precisou fazer visitas à bibliotecas, relatórios etc. Aí você envia o trabalho e dias depois descobre que alguém simplesmente pegou seu suado trabalho e trocou o nome, não te avisou nem agradeceu. Pior: acrescentou mais elementos e ainda tirou nota melhor que a sua. O que você pensaria e como reagiria? A) nada de mais, normal; b) deixa pra lá; c) acha uma injustiça e vai ficar super chateado. Conte no fórum qual seria sua reação e o que você faria se descobrisse que alguém usou alguma ideia sua sem dar o crédito. Agora que vimos que as citações estão presentes o tempo todo na nossa fala, é importante refletir como fazemos na escrita! Competência 02 https://cdn.mensagenscomamor.com/content/images/img/f/frases_balao_kant.jpg 26 Sempre vamos precisar de ajuda dos outros para formar nossas ideias. Até isso que você está lendo agora não saiu do nada e pode ter certeza que cada situação acrescenta um pouco mais de conhecimento e experiência. Cada pessoa tem seu próprio modo de ver o mundo, baseado nas suas experiências, então não fique preocupado se não escreve da mesma forma que seus colegas,cada um tem seu valor e contribuições. Valorize sempre sua criatividade, seu ponto de vista, o que você pensa. Porém, é preciso respeitar exatamente isso nos outros no que concerne às suas produções textuais. As citações são reguladas pela ABNT 10520 e a norma você pode acessar aqui: www.usjt.br/arq.urb/arquivos/nbr10520-original.pdf É importante saber que a citação sem a devida menção do autor pode ser considerada plágio! Saiba mais:www.producao.ufrgs.br/arquivos/arquivos/PLAGIO_EsclarecimentoSobre.pdf Essa norma é um pouco mais extensa porque traz muitos exemplos e as orientações. A utilização de citações é muito importante porque mostra a riqueza da pesquisa para desenvolver o trabalho e que você está por dentro do tema através das leituras. Além do mais, mostra que reconhece e respeita o texto dos outros, protegendo o direito do autor. Quando fazemos a menção a esses textos estamos ajudando o leitor, porque pode ser que ele se interesse na leitura e procure as mesmas fontes para se informar. As citações são todas as menções de informações extraídas de outra fonte, ou seja, se você leu, ouviu, copiou ou adaptou alguma informação elaborada por outra pessoa, ou por você mesmo, desde que esteja registrada em outra publicação. Competência 02 http://www.usjt.br/arq.urb/arquivos/nbr10520-original.pdf 27 Viu só como a citação ajuda na criação e na divulgação? As formas da citação mais comuns são: Direta: cópia de um parágrafo, uma frase ou texto de qualquer extensão, usando exatamente as mesmas palavras do autor. Nesse caso devemos colocar essas partes entre aspas e também o nome do autor, ano e página; Indireta: essa forma de citação deve aparecer mais do que a citação direta e é o que a gente faz no dia a dia, quando recontamos uma história, por exemplo. É quando você lê um texto e conta com suas próprias palavras e acrescenta seu ponto de vista, ou seja, compreendeu e gerou conhecimento a partir do conhecimento de outros autores.; Outras formas de citação como informação de texto verbal, texto traduzido, etc. são detalhadas pela norma. ABNT 6023 – REFERÊNCIAS Figura 17 - Diversas fontes compõe o conhecimento Fonte: http://blog.tupera.com/wp-content/uploads/2012/05/referencias_redes_s ociales. png (adaptado) Descrição: Figura de um tronco de árvore com diversos ícones formando uma espécie de copa. Os ícones são variados, como: fones de ouvido, câmera de vídeo, coração, lupa, livro, símbolo do arroba para e-mails, ícone de envelope de carta, olho, símbolo de localização por GPS, celular, carinha feliz, balões de diálogo, ícone de música, globo terrestre. Citações e referências andam sempre de mãos dadas. Como já conversamos, ao recontar uma Competência 02 http://blog.tupera.com/wp-content/uploads/2012/05/referencias_redes_s%20ociales.%20png http://blog.tupera.com/wp-content/uploads/2012/05/referencias_redes_s%20ociales.%20png 28 história ou mencionar um texto, temos que dizer quem é o autor ou a fonte. Justamente essa fonte é a referência, por exemplo, qual os dados do livro, qual o link do site, etc. Esses detalhes são organizados numa lista, por ordem alfabética que vem no final do trabalho. O papel dessa norma é dizer quais são as informações básicas para fazer a referência de cada tipo de material citado no texto. As possibilidades são muitas! Pode ser um material da internet, um vídeo, um áudio, um mapa, são tantas opções que a norma traz vários exemplos que servem de bases para que nós façamos a correta descrição e informemos os dados para que as obras possam ser encontradas por outras pessoas. Não basta citar, tem que informar as informações corretas para verificar e acessar! Analise a ABNT 6023 e veja a quantidade de materiais diversos que são mencionados: www.usjt.br/arq.urb/arquivos/abntnbr6023.pdf Viu como a norma é extensa? Não tem como passar batido com as orientações! ABNT 14724 – TRABALHOS ACADÊMICOS Senhoras e senhores, chegamos à fase avançada da nossa disciplina! As normas estão relacionadas e a ABNT 14724 agrega praticamente todas aquelas relacionadas a documentos. Precisa ter medo? Claro que não! Mais uma vez é o caso de consulta para procurar orientação. Você vai usar apenas o que for necessário para o seu trabalho, fácil assim. O que preciso saber então? O primeiro passo é identificar os elementos de um trabalho: Competência 02 http://www.usjt.br/arq.urb/arquivos/abntnbr6023.pdf 29 Figura 18 - Estrutura do trabalho acadêmico com todos os elementos Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA.... (2001, p. 9), disponível em: www1.univap.br/marketing/publico/posgrau/Docume ntos/normas_ABNT.pdf Descrição: esquema dos elementos de um trabalho acadêmico, dividido em: parte interna contendo capa (elemento obrigatório) e lombada (opcional). A parte interna está organizada na seguinte ordem: 1 Elementos pré-textuais compreendendo folha de rosto (obrigatório), errata (opcional), folha de aprovação (obrigatório), dedicatória (opcional), agradecimentos (opcional), epígrafe (opcional), resumo na língua vernácula (obrigatório), resumo em língua estrangeira (obrigatório), lista de ilustrações (opcional), lista de tabelas (opcional), lista de abreviaturas e siglas (opcional), lista de símbolos (opcional), sumário (obrigatório). 2 Elementos textuais compreendendo introdução, desenvolvimento e conclusão. 3 Elementos pós-textuais compreendendo referências (obrigatório), glossário (opcional), apêndice (opcional), anexo (opcional), índice (opcional). Quero que verifique os itens que compõe os trabalhos acadêmicos e perceba que nem sempre serão contemplados todos os elementos, mas apenas parte deles. Este é o caso de um Projeto Integrador aqui no curso técnico. Geralmente compõe-se de capa, folha de rosto, sumário, introdução, desenvolvimento, conclusão e referências. Então, sempre que houver dúvida de como Competência 02 http://www1.univap.br/marketing/publico/posgrau/Documentos/normas_ABNT.pdf http://www1.univap.br/marketing/publico/posgrau/Documentos/normas_ABNT.pdf 30 deve ser feito, qual a ordem correta, qual formatação, etc., devemos ir nos pontos que tratam exatamente do que precisamos. Mesmo assim, se há dúvida sobre que elementos devem ser utilizados, pergunte ao professor ou a pessoa que está te orientando. Agora que já conhece os principais pontos, acesse a norma www1.univap.br/marketing/publico/posgrau/Documentos/normas_ABNT.pdf e veja como ela está organizada! Bônus!! Além das normas da ABNT, utiliza-se em conjunto as normas de tabulação formuladas pelo IBGE. Quer saber mais sobre isso? Assista ao vídeo e fique por dentro:www.youtube.com/watch?v=I6NFdAdDZ9I ORGANIZANDO OS ESTUDOS Você deve estar pensando “então é muito difícil organizar todos os dados e informações para escrever um texto científico”. Certo? Nem tanto! Geralmente o pesquisador já tem familiaridade com o tema que está procurando ou está em busca de investigações mais recentes ou mesmo tentando entrar na área, como é o caso do pessoal que está fazendo uma monografia, tese, dissertação ou testando alguma hipótese. Nesse contexto, você pode perfeitamente se inserir! Mas sabe como ter uma ajudinha para se organizar? Existem vários programas de computador que guardam arquivos de texto para serem encontrados mais facilmente, gerenciam referências bibliográficas de maneira mais prática e ágil e ainda apontam as citações. O formato é parecido, as opções de gerenciamento também. Alguns exemplos você pode acessar pelos links: Mendeley: Site para fazer o download no seu computador: www.mendeley.com/ Tutorial para instalar e utilizar: www.youtube.com/watch?v=gUGPY8g0w6k Competência 02 http://www1.univap.br/marketing/publico/posgrau/Documentos/normas_ABNT.pdf http://www.youtube.com/watch?v=I6NFdAdDZ9Ihttp://www.mendeley.com/ http://www.youtube.com/watch?v=gUGPY8g0w6k 31 EndNote: Site para fazer o download: https://projectne.thomsonreuters.com/#/login?app= endnote Tutorial para utilizar: www.youtube.com/watch?v=Sk3OKR-jDfw Zotero: Endereço para download https://www.zotero.org/Tutorial de utilização: www.youtube.com/watch?v=hYFwLDM01Bw Figura 19 - Tela do Mendeley Fonte: https://i.ytimg.com/vi/zkrVbBSrK_w/maxresdefault.jpg Descrição: imagem de uma das telas do programa Mendeley, com uma lista de arquivos onde aparecem as listas de autores, títulos, ano, nome da revista onde foi publicado e o mês em que foi adicionado ao programa. Ao lado, um balão mostrando os detalhes de um dos artigos com as estatísticas de citação, os dados mencionados anteriormente e as palavras-chave. Mas não é só isso, existem pessoas que têm pesquisado bastante sobre essas ferramentas, fazendo comparações e simulações para ajudar na escolha do melhor programa de acordo com o perfil do usuário. Olha só esse comparativo dos softwares de gerenciamento de referências bibliográficas: Mendeley, EndNote e Zotero: www.scielo.br/pdf/tinf/v26n2/0103-3786-tinf-26-02-00167.pdf Competência 02 https://projectne.thomsonreuters.com/#/login?app= endnote https://projectne.thomsonreuters.com/#/login?app= endnote http://www.youtube.com/watch?v=Sk3OKR-jDfw https://www.zotero.org/ http://www.youtube.com/watch?v=hYFwLDM01Bw https://i.ytimg.com/vi/zkrVbBSrK_w/maxresdefault.jpg http://www.scielo.br/pdf/tinf/v26n2/0103-3786-tinf-26-02-00167.pdf 32 Nossa, são muitas informações sobre normalização, mas ao mesmo tempo é perfeitamente possível organizar nosso cotidiano como profissionais da informação! No encontro presencial quero que você converse com os colegas sobre quais as descobertas mais interessantes sobre essa competência. Quais as suas impressões? Que novidade descobriu? Competência 02 33 Conclusão O tempo passou voando e já chegamos ao final da nossa disciplina Normalização Documentária. Não vá ficar triste porque os ensinamentos acompanharão você ao longo de sua vida acadêmica, servindo para você mesmo ou para os usuários e amigos que atender, afinal nem todo mundo tem a oportunidade de aprender a manusear as normas, refletir sobre sua importância, então esse material será sempre bem-vindo! Lembre-se dos pontos centrais que aqui conversamos: o conceito de normalização e norma, informação científica, fontes de informação, tipos de norma, os programas que criam bases de dados pessoais e dão muita ajuda a quem precisa de um volume grande de informações, além, claro, das principais normas em uso no curso técnico em Biblioteconomia e na vida acadêmica de modo geral. Ninguém deve decorar uma norma completa, mas é preciso que o profissional da informação saiba quais as fontes de que dispõe, então saber o básico sobre as normas é essencial. Fiquei muito feliz em ter esse encontro com você e espero que tenha gostado tanto quanto eu! Um grande abraço! Figura 20: Encerrando a disciplina Fonte: https://i.ytimg.com/vi/zA3cmInSKI4/hqdefault.jpg Descrição: fundo preto imitando tela de cinema mudo, com as palavras “the end” (fim em português) na cor branca em primeiro plano. https://i.ytimg.com/vi/zA3cmInSKI4/hqdefault.jpg 34 Referências ANDRADE, M. M. Introdução à metodologia do trabalho científico. 10.ed. São Paulo: Ática, 2010. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Conheça a ABNT. Disponível em: www.abnt.org. br/abnt/conheca-a-abnt Acesso em: 16 out. 2016. ______. NBR 6023: informação e documentação: Referências - elaboração. Rio de Janeiro: ABNT, 2002. ______. NBR 6027: informação e documentação: Sumário – apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2012. ______. NBR 6023: informação e documentação: Resumo - apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2003. ______. NBR 6023: informação e documentação: Trabalhos acadêmicos - apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2011. ______. Normalização. Disponível em: www.abnt.org.br/normalizacao/o-que-e/o-que-e Acesso em: 16 out. 2016. RIBEIRO, C. M. Da produção acadêmica à comunicação científica: padronização como instrumento de socialização do conhecimento. 2006. 112 f. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) – Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Campinas. RODRIGUES, M. L. F.; LIMA, M. H. T. F.; GARCIA, M. J. O. A normalização no contexto da comunicação científica. Perspectivas em Ciência da Informação, Belo Horizonte, v. 3, n. 1, p. 137- 146, 1998. http://www.abnt.org.br/normalizacao/o-que-e/o-que-e 35 Minicurrículo do Professor Márcia Ivo Braz Professora Assistente do Departamento de Ciência da Informação da Universidade Federal de Pernambuco, atuando nas disciplinas de Organização da Informação (janeiro de 2015 – atual). Foi Professora Assistente do curso de Biblioteconomia - Departamento de Ciência da Informação/Universidade Federal de Sergipe (agosto de 2013 a janeiro de 2015). Possui mestrado em Ciência da Informação pela UFPE (2013) e bacharelado em Biblioteconomia, UFPE (2010). Participa dos Grupos de Pesquisa "Organização e Representação do Conhecimento" e "Grupo de Estudos em Representação do Conhecimento e Tecnologias da Informação e Comunicação (GPERTIC)".
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