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neurociencia aula 2

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Núcleo de Educação a Distância
R. Maria Matos, nº 345 - Loja 05
Centro, Cel. Fabriciano - MG, 35170-111
www.graduacao.faculdadeunica.com.br | 0800 724 2300
GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO.
Material Didático: Ayeska Machado
Processo Criativo: Pedro Henrique Coelho Fernandes
Diagramação: Heitor Gomes Andrade
PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira, Gerente Geral: Riane Lopes, 
Gerente de Expansão: Ribana Reis, Gerente Comercial e Marketing: João Victor Nogueira
O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para 
a formação de profi ssionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por 
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.
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Prezado(a) Pós-Graduando(a),
Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!
Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confi ança 
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se 
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as 
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma 
nação soberana, democrática, crítica, refl exiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a 
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos.
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas
pessoais e profi ssionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são
outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver 
um novo perfi l profi ssional, objetivando o aprimoramento para sua atua-
ção no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
rior e se qualifi car ainda mais para o magistério nos demais níveis de
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a) nessa 
jornada!
Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial.
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção 
de novos conhecimentos.
Um abraço,
Grupo Prominas - Educação e Tecnologia
Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas! .
É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha 
é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é 
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização. 
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como 
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua 
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profi ssional. Todo conteúdo 
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de 
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.
Estude bastante e um grande abraço!
Professora Milena Barbosa de Melo
O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao 
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especifi cadamente em partes 
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao 
seu sucesso profi sisional.
A história das Ciências Psicológicas remonta à Filosofi a das Ciências. A 
Neuropsicologia do Desenvolvimento como uma subespecialidade cien-
tífi ca e clínica que “combina o estudo do desenvolvimento do cérebro 
com o estudo do desenvolvimento comportamental”. Através de pes-
quisas e metodologias clínicas, é possível identifi car as mudanças que 
ocorrem entre atividade cerebral, linguagem e comportamento durante 
a infância e a adolescência. É uma relação que aparece em mudanças 
contínuas e mostra o impacto que estímulos e ambientes educacionais 
têm no desenvolvimento do cérebro. No entanto, a experiência psico-
pedagógica mostra que a transcrição do conhecimento neuropsicológi-
co quantitativo para estratégias psicopedagógicas cognitivas e para os 
processos qualitativos da linguagem e do pensamento é um processo 
complexo, devido à difi culdade de encontrar as relações concretas en-
tre o funcionamento sináptico do cérebro e os processos cognitivos. No 
presente estudo, trataremos a respeito da Macroscopia do Sistema Ner-
voso Central, bem como do método clínico em Neurologia: Anamnese, 
Exame Neurológico, Diagnóstico Sindrômico e, por fi m, abordaremos a 
questão do papel do Cérebro nos Distúrbios da Aprendizagem.
Aprendizagem. Sistema Nervoso Central. Distúrbios. Psicopedagogia.
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CAPÍTULO 01
MACROSCOPIA DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL
Conceitos e aplicações do sistema nervoso central______________
Apresentação do módulo __________________________________
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CAPÍTULO 02
O MÉTODO CLÍNICO EM NEUROLOGIA: ANAMNESE, EXAME NEURO-
LÓGICO, DIAGNÓSTICO SINDRÔMICO
CAPÍTULO 03
O PAPEL DO CÉREBRO NOS DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM
Conceitos e aplicações_____________________________________ 32
A avaliação diagnóstica_____________________________________ 56
Recapitulando_____________________________________________ 68
Conceitos de distúrbios de aprendizagem_____________________ 51
Os neurônios: paradigmas da educação_______________________ 19
O educador e o diagnóstico neurológico______________________ 38
Considerações Finais_______________________________________ 72
Fechando a Unidade_______________________________________ 74
Referências_______________________________________________ 77
Recapitulando_____________________________________________ 47
Redes Neurais Artifi ciais x Redes Neurais Biológicas_____________ 22
Recapitulando_____________________________________________ 28
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Nesta unidade, abordaremos a respeito da Macroscopia do 
Sistema Nervoso Central. A importância do Sistema Nervoso humano 
deriva da infi nidade de funções que ele cumpre. Esse sistema é com-
posto por uma série de elementos que trabalham para manter a estabi-
lidade do corpo humano. Nós temos o cérebro, que contém células que 
coordenam as atividades do corpo: os neurônios. Há também a medula 
espinhal, que permite transmitir impulsos sensoriais e motores.
Esses são apenas alguns exemplos das funções que os ele-
mentos isolados do sistema nervoso preenchem. No entanto, se você 
procurar a importância do sistema combinado, terá que falar sobre as 
funções gerais. O sistema nervoso tem uma função primária: coletar e 
transmitir informações sobre o estado do corpo. Isto é de grande impor-
tância, pois permite prestar atenção à situação do próprio corpo.
Suponha que nos cortemos com uma faca. Os nervos enviam 
essa informação para o cérebro através da medula espinhal. O cérebro 
interpreta a mensagem e envia uma resposta (dor), para que possamos 
perceber o que aconteceu e prestar atenção à ferida. O sistema nervo-
so humano é de grande importância, pois é responsável por receber e 
transmitir informações sobre o corpo e sobre o meio ambiente circun-
dante.
Isto é feitoatravés de estímulos que são registrados pelos cin-
co sentidos principais: paladar, olfato, tato, visão e audição. Devido a 
isso, os seres humanos estão cientes do estado do seu corpo e, assim, 
pode cuidar dele. Por exemplo, se alguém tem uma pedra no sapato, 
essa informação é recebida pelos sensores na pele que registra as mu-
danças na pressão. Esses dados são transmitidos para o cérebro onde 
são interpretados. Posteriormente, uma resposta é enviada.
Por outro lado, o Sistema Nervoso produz respostas conside-
rando estímulos recebidos. Essa característica é importante porque per-
mite que os seres humanos atuem de acordo com a situação. Continua-
mos com o exemplo da pedra no sapato. Ao receber a informação do 
destinatário, o cérebro envia uma resposta para fazer com que o corpo 
identifi que o agente invasor, essa resposta é sob a forma de descon-
forto causado pela pressão do objeto sobre o nervo. Então, sabemos 
que há uma desvantagem e podemos agir sobre ela (por exemplo, a 
remoção da pedra).
As respostas do Sistema Nervoso podem ser: voluntárias e in-
voluntárias. O exemplo da pedra é uma amostra de resposta voluntária. 
Enquanto isso, um exemplo de resposta involuntária é estar suando. 
Quando estiver quente, o Sistema Nervoso gera suor para resfriar o 
corpo.
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Além disso, vale destacar que, no que tange à educação vol-
tada à Neurociência, como estudaremos na presente disciplina, no fi nal 
da década de 1990, encontramos novas correntes de pensamento que 
enfatizam a importância de fatores socioculturais e emocionais no pro-
cesso de aprendizagem. A partir do ano 2000, quando os resultados de 
múltiplas investigações sobre o funcionamento do cérebro se tornaram 
conhecidos, a importância da base neural nas ciências da aprendiza-
gem foi reconhecida e a importância de saber como o cérebro humano 
processa a informação, que vem através de estímulos sensoriais e, por-
tanto, capaz de projetar modelos educativos e estratégias de ensino-
-aprendizagem à medida das possibilidades de aprendizes, de acordo 
com as possibilidades e as fases de sua vida. 
Estudaremos, portanto, ao longo deste módulo, investigações 
que demonstram que, independentemente da idade, é sempre possível 
aprender se algo for ensinado de acordo com as possibilidades de cada 
cérebro. Dessa forma, novas questões surgiram: como e, acima de tudo, 
quando podemos aprender melhor e mais rápido? Há períodos mais 
propícios ao desenvolvimento do cérebro? Que papel desempenham 
as emoções, motivação e autoestima na aprendizagem? Quão impor-
tantes são as condições ambientais ou o contexto em que as aulas são 
ministradas, para que a pessoa alcance uma aprendizagem adequada? 
Quais são as causas orgânicas, que impedem a aquisição de habilida-
des matemáticas ou de leitura? 
Desse modo, tudo isso será revelado como os estudos na área 
do avanço da neuropedagogia, uma disciplina que se alimenta de disci-
plinas variadas como Biologia, Psicologia, Química, Anatomia, Física e 
Ciência da Computação.
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CONCEITOS E APLICAÇÕES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL
Começar o estudo do Sistema Nervoso (SN) implica compreen-
der um dos milagres da Biologia, porque, como poderá ser visto ao lon-
go de toda a escrita no estudo deste sistema, as propriedades emergen-
tes aparecem notoriamente. O SN é muito mais do que um conjunto de 
células. É ele quem ajuda a regular, a integrar, a ordenar cada uma das 
funções que estão sendo feitas no organismo de cada um. 
Sabe-se que a unidade fundamental da Biologia é a célula, 
e são essas células diferenciadas, especializadas em SN, que adqui-
rem a capacidade de receber estímulos, processá-las e produzir uma 
resposta. Vale destacar que um tecido como um grupo de células tem 
a mesma função. Assim, pode-se apontar o tecido nervoso como um 
conjunto de células ligadas cuja função é a recepção de estímulos, sua 
interpretação e, com base nisso, o desenvolvimento de uma resposta.
Quais são as células que são encontradas no tecido nervoso? 
MACROSCOPIA DO SISTEMA
NERVOSO CENTRAL
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Elas são diferentes em outros tipos de animais? Pode-se dizer que o 
tecido nervoso é composto das mesmas células em todos os animais e 
apenas para fi ns didáticos, podem ser reunidos em dois grandes gru-
pos: um, formado por neurônios, e outro pelas chamadas células da 
glia. Sem dúvida, as células mais importantes são os neurônios, mas 
não podem coexistir sem os outros, que os acompanham em sua fun-
ção. 
É bem verdade que essas células não são todas iguais, mas 
estruturalmente são diferentes com base em seu padrão de conexões, 
sua arquitetura dendrítica, os mediadores usados na comunicação. 
Como já dito anteriormente, são as mesmas células que compõem o 
tecido nervoso em qualquer animal, como em uma mosca, em um rato, 
em um cachorro e nos seres humanos. Mas então, há alguma diferença 
com eles? Não no tipo de células, como já dito, mas nos circuitos, isto 
é, no modo como os neurônios são organizados. Eles não trabalham 
isoladamente, mas fazem isso em conjunto, com uma forma particular 
de relação com o que é chamado de circuitos neurais, ou seja, os cami-
nhos ou circuitos de comunicação gerados entre os neurônios que são 
diferentes em alguns organismos. 
O Sistema Nervoso é um dos sistemas mais importantes do 
organismo, possui múltiplas funções que se baseiam no recebimento 
e processamento de informações provenientes do meio ambiente e de 
dentro do corpo, a fi m de regular o funcionamento de outros órgãos e 
sistemas. Pode fazer tanto por ação direta quanto por apoio no sistema 
endócrino, através da regulação da liberação de fatores que estimulam 
a secreção de diferentes hormônios.
O sistema nervoso coordena as diversas funções do organis-
mo, contribuindo para seu equilíbrio, sendo dividido em duas partes 
fundamentais: sistema nervoso central e sistema nervoso períférico. O 
sistema nervoso central é constituído pelo encéfalo e pela médula espi-
nhal, sendo responsável por processar informações. O sistema nervo-
so periférico é composto por nervos, glânglios e terminações nervosas, 
sendo responsável pelos movimentos voluntários e involuntários.
Pode-se dizer que os circuitos nos humanos são mais comple-
xos. Basta pensar sobre como as conexões são estabelecidas para nos 
permitir lembrar, falar, pensar e, em última análise, desempenhar as 
funções superiores de intelecto. Agora, em se tratando dos neurônios, 
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as células nervosas ou neurônios são caracterizadas, como já mencio-
nado, por duas propriedades fundamentais: irritabilidade e condutivida-
de. Logo, são células especializadas em receber estímulos e, com base 
nessa interpretação, elaborar uma resposta e conduzi-la por diferentes 
estruturas. 
Eles têm propriedades que lhes permitem ser únicos, uma vez que esses 
neurônios estão organizados no tecido nervoso para formar diferentes ór-
gãos que são estabelecidos no desenvolvimento embrionário. No entanto, 
elas podem mudar após o nascimento, uma capacidade que conhecemos 
como remodelação, ou simplesmente plasticidade neuronal, respondendo a 
circuitos relacionados a sinapses, como veremos mais adiante. (LENT, 2010, 
255)
Eles estão longe de ser uniformes, pois podem apresentar va-
riedade morfológica: esférica, oval, poliédrica e seu tamanho pode estar 
entre 6 e 100 microns, como poderá ser observado na fi gura 1. E, como 
dito anteriormente, novos estudos indicam a possibilidade de diferencia-
ção celular a partir de células-tronco no cérebro adulto. De forma esque-
mática, de acordo com Lent (2010),pode-se dizer que cada neurônio é 
uma célula separada formada por:
um corpo celular, chamado soma;
prolongamentos citoplasmáticos que se estendem por uma pe-
quena distância da célula, chamados dendritos;
um cilindro ou axônio cujo comprimento varia de alguns milí-
metros a mais de um metro, conhecido como axônios.
Figura 1 – Constítuintes da célula neuronal
Fonte: ICMC – USP. Acesso em 2019.
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Através dos axônios das terminações nervosas entram em 
contato com os dendritos ou corpos celulares de outros neurônios ou 
células chamadas de efetores, como células musculares, por exemplo. 
Todos os neurônios se originam de células embrionárias chamadas 
neuroblastos, e cada um deles em um processo de diferenciação celular, 
produz uma única célula nervosa adulta. 
Pode-se dizer que os neurônios, como todas as células 
eucarióticas que encontramos em nosso organismo, têm organelas 
comuns a todos eles. 
Assim, identifi car o núcleo – que pode ter tamanho variável, 
geralmente um nucléolo grande, mitocôndrias, agrupadas nas extensões 
do corpo celular e de axônios –concentra-se, em especial, nas regiões 
sinápticas, ou seja, em áreas onde as células colocam em comunicação 
umas com as outras. 
Encontra-se também um retículo endoplasmático, liso e áspero, 
e neste caso, os ribossomos que são vistos com manchas especiais, 
às vezes dão uma aparência marcante ao olho, e é conhecido como 
substância Nissl. 
É interessante descrever que essa quantidade de ribossomos 
é encontrada em todo o corpo celular, nas extensões dendríticas, 
mas nunca chega ao cilindro. Localizam-se canais e cisternas sem 
ribossomos ligados que se conectam para formar o aparelho de Golgi. 
Ali, observa-se microtúbulos como parte do citoesqueleto que 
fornece um sistema de transporte rápido entre regiões distantes da 
célula, proteínas especiais, tais como polipéptidos, enzimas ou aminas 
que podem ser sintetizadas no citoplasma das células nervosas e 
transportadas pelos axônios para entrar na corrente sanguínea através 
dos terminais de pés acima dos capilares ou para estimular os chamados 
órgãos efectores ou outros neurônios nas junções sinápticas. 
Este sistema é composto pelo cérebro, o cerebelo, o tronco ce-
rebral, a medula espinal e os nervos periféricos, é classifi cado no siste-
ma nervoso central e no sistema nervoso periférico. O sistema nervoso 
central compreende a parte coberta por um sistema de proteção óssea 
formado pelo crânio e pelo canal vertebral das vértebras, enquanto o 
sistema nervoso periférico é formado pelos prolongamentos ou cami-
nhos nervosos que deixam a medula para os vários tecidos.
Em SN existem milhões de neurônios, cujo tamanho, forma e 
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características funcionais são muito variáveis. Como já dissemos, eles 
têm extensões em um número variável e podemos esquematizá-los em 
dois tipos, algumas extensões citoplasmáticos, chamados dendritos, ge-
ralmente múltiplos, embora às vezes únicos e um axônio sempre único. 
Figura 2 – Estrutura de um neurônio
Fonte: Info Escola (2010). Acesso em 2019.
A origem dessas extensões é conhecida como polo. De forma 
esquemática, os neurônios podem ser subclassifi cados, levando-se em 
conta sua estrutura em monopolar, bipolar e multipolar. Os neurônios 
monopolares têm um único prolongamento que parte do corpo celular, 
mas ramifi ca-se para dar origem a uma extensão que vai para o SNC 
e outro que o separa do SNC. Eles são fundamentalmente aferentes, o 
que signifi ca que eles conduzem informações para o SNC e das termi-
nações de recebimento para ele. 
Cada neurônio do cérebro humano está ligado a milhares de 
outro. Sendo o ponto de contato entre dois neurônios formado pela 
união do axônio de um neurônio e o dendritos ou corpo celular de outro, 
onde ocorre a transmissão de impulsos nervosos de uma célula para ou-
tra. Esse processo é denominado sinapse. Sinapse é o local onde dois 
neurônios entram em contato fazendo com que os impulsos nervosos 
sejam transmitidos entre eles, isto acontece porque em um determinado 
momento um neurônio é processado e ao atingir um dado limiar de ação, 
ele dispara, produzindo uma substância neurotransmissora que fl ui do 
Fonte: Info Escola (2010). Acesso em 2019.
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corpo celular para o axônio, que pode estar conectado a um dendrito de 
outro neurônio. 
Figura 3 – Tipos de neurônios
Fonte: Bio Neura (2019). Acesso em 2019.
É possível ser encontrado nos gânglios espinhais das raízes 
dorsais, que, como veremos neste estudo, é o local topográfi co através 
do qual informações sensíveis entram nos nervos que encontram-se na 
medula espinhal, chamados nervos espinhais. 
Os neurônios bipolares são aqueles que têm um axônio e um dendrito. Esses 
neurônios, relativamente primitivos, estão circunscritos a virtualmente todos 
os órgãos dos sentidos ligados ao olfato, à audição e ao equilíbrio. No entan-
to, a grande maioria dos neurônios que encontramos no tecido nervoso são 
do tipo multipolar, mais complexo, com múltiplos dendritos e um único axônio 
ou cilindro. Muitas vezes essas células são agrupadas em conglomerados 
de função uniforme que chamamos de núcleo, como por exemplo, o núcleo 
motor no corno anterior da medula ou o núcleo motor do nervo motor ocular 
externo que nos permite alguns dos movimentos com nossos globos ocula-
res, como veremos nos subtópicos sucessivos.(LENT, 2010, p. 276-277)
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Outra maneira de classifi car os neurônios, desta vez levando 
em conta sua função, é de acordo com a direção em que os impulsos 
levam. Pode-se, assim falar de neurônios aferentes, quando eles são 
neurônios que transmitem impulsos para a medula espinhal ou para o 
cérebro, e eles são sempre neurônios sensoriais. Em vez disso, nos 
referimos aos neurônios eferentes quando eles direcionam informações 
do SN para a periferia, eles são chamados de neurônios motores. De 
maneira esquemática, observe as fi guras 1 e 2 novamente. 
Outros neurônios são chamados interneurônios que comuni-
cam neurônios aferentes e estão dentro do SNC, e compreende, por 
exemplo, o que é conhecido como arco refl exo, que será desenvolvido 
no Sistema Nervoso Periférico (SNP). São também esses neurônios 
que conectam os estímulos que o SN recebe com as respostas moto-
ras, fazendo parte de importantes circuitos de regulação e controle. 
É possível acrescentar que, em geral, os dendritos neuronais 
são curtos e invariavelmente ramifi cados, às vezes formando uma 
estrutura que se assemelha a uma árvore e é conhecida como “árvore 
dendrítica”. É possível encontrar nelas retículo endoplasmático, micro-
túbulos, neurofi lamentos, mas, ao contrário dos axônios, eles nunca 
são mielinizados. Eles têm um contorno suave, geralmente um diâmetro 
constante e estão rodeados pela membrana plasmática. Seu citoplasma 
contém mitocôndrias, retículo endoplasmático e muitos neurofi lamen-
tos, mas poucos microtúbulos. 
Figura 4 – Sistema Nervoso Central
Fonte: Elaborado pela autora (2019)Fonte: Elaborado pela autora (2019)
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De acordo com a região do sistema nervoso central, os nervos 
são classifcados como: nervos cranianos, sendo os que conectam o 
encéfalo aos órgãos do sentido e dos músculos, e os nervos espinais, 
também conhecidos como raquidianos, que servem de conexão entre 
a médula espinhal a células sensoriais e aos músculos. O ser humano 
possui 12 pares de nervos cranianos e 31 pares de nervos raquidianos.
As proteínas, enzimas, hormônios e, sem dúvida, os neuro-
transmissores são sintetizados no corpo celular, mas são deslocados 
pelo axônio. No SNP (Sistema Nervoso Periférico), todos os dendritos 
e axônios são cercadospor bainhas de células especializadas. Os axô-
nios com mais de 1 a 2 mícrons de diâmetro são envolvidos por células 
especiais, chamadas de células de Schwann, cujas extensões formam 
e envolvem uma lipoproteína complexa chamada mielina. Em intervalos 
regulares ocorrem pequenas separações na bainha de mielina, desig-
nadas como nódulos de Ranvier, através das quais ocorre a condução 
denominada saltatoria, que será expandida nos próximos capítulos. 
Fora dessas células de Schwann, encontra-se a lâmina basal, 
fi bras de colágeno e reticulina. Os axônios e suas bainhas são unidos 
por tecido conjuntivo, formando as fi bras nervosas, elementos constitu-
tivos dos nervos espinhais, por exemplo. Por fi m, vale destacar que, a 
maioria dos neurônios que encontram-se no SN são multipolares, isto 
é, múltiplos dendritos e um único axônio. Por fi m, um fato interessante 
é que a recepção de múltiplos estímulos é integrada ao corpo celular e 
sua resposta é transmitida em uma única direção e sentido.
OS NEURÔNIOS: PARADIGMAS DA EDUCAÇÃO
Nestas últimas duas décadas, graças ao diálogo interdiscipli-
nar das ciências cognitivas e das neurociências, a educação está incli-
nada a uma verdadeira revolução. Novas perspectivas mais holísticas e 
abrangentes do conhecimento do cérebro, anunciam um novo paradig-
ma de educação, com profundas implicações.
Existem muitas teorias que propõem modelos para entender 
como a aprendizagem ocorre. No entanto, por serem processos extre-
mamente complexos, a única coisa que temos até agora são modelos 
que nos aproximam de entendê-los. Um passo revolucionário, a este 
respeito, foi dado nos últimos anos pelas Ciências Neurológicas em 
conexão com as Ciências Cognitivas. Estamos no limiar de um novo 
paradigma educacional, que ainda eleva sua cabeça timidamente no 
horizonte das tradições educativas profundamente enraizadas.
Ao contrário de uma concepção tradicional de aprendizagem, é 
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sabido que este é o resultado de processos biológicos complexos, tais 
que interagem devido à atividade molecular de neurônios em células 
neurais de milhões de circuitos. Nestes processos complexos, quatro 
componentes essenciais devem coincidir e ser articulados, alguns tradi-
cionais, outros novos: motivação, emoção, atenção e memória.
Neste diálogo fecundo estão gerando alguns princípios orientadores que irão 
possivelmente ainda mais confi rmados e enriquecido nos próximos anos. As-
sim, confi rma-se que o cérebro é o motor do conhecimento, sendo que as 
experiências moldam-no, precisamente por causa de sua plasticidade; Isto 
contradiz a visão tradicional de que a ciência e a educação tinha mantido 
até hoje, e que tem invadido o currículo, programas, conteúdos de estudo 
e métodos de ensino e desenvolvimento de competências. As metodologias 
habituais de ensino e aprendizagem são, portanto, chamadas a sofrer pro-
fundas mudanças. (MUNIZ, 2014, p. 34)
Um aspecto de grande interesse é a evidência mostrando ex-
perimentais imagens dinâmicas do cérebro, explicando como as cone-
xões neurais que permanecem inativos, desaparecem; as lições des-
sa evidência para ensinar e aprender são transcendentais. Enquanto 
a educação falha para ativar e desenvolver as experiências mais ro-
bustas e desafi adoras de aprendizagem, crianças e adolescentes nas 
escolas perdem esse potencial, como resultado de uma educação que 
não fornece experiências provocantes ou problematizantes. Com isso, 
a educação poderia estar se tornando um fenômeno que fornece mais 
limitações do que fortalecer suas capacidades.
Isso também signifi ca alcançar outro princípio relacionado à 
importância da educação, proporcionando ao aluno novas experiências 
desafi adoras de forma permanente, em vez de prevalecerem experiên-
cias signifi cativas, memorização e repetição, desenvolve-se o princípio 
do juízo crítico e a capacidade de questionar a realidade. 
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Figura 5 – Organograma dos paradigmas sociais
Fonte: Elaborado pela autora (2019).
Portanto, os alunos passam pelo contínuo educativo do pré-
-escolar, primário e secundário com uma educação que deve fornecer 
experiências de aprendizagem autênticas que melhoram a sua capa-
cidade de problematizar, de criticar, de discutir, de criar, de encontrar 
soluções criativas, entre outras.
Com relação ao cenário atual, possivelmente frustrante quando 
comparado com a realidade educacional que caracteriza o país, deve 
fazer-nos pensar e chegar a um acordo sobre a importância estratégi-
ca da profi ssão docente, e as profundas mudanças incorporados pelas 
decisões do Estado a privilegiar com cuidados especiais e tratamento 
ao rigor, especialmente no reconhecimento institucional, social e salário 
que eles precisam, e nos currículos de formação inicial e contínua.
Esses temas neuroeducativos precisam ser incorporados a es-
ses programas de treinamento de professores, o que facilitará o ensino 
e a aprendizagem para se tornarem processos inovadores, criativos, 
críticos e proativos. É essencial que os professores tornam-se grandes 
leitores efi cazes, assessores críticos, saber como conectar várias fon-
tes de informação e, em particular, ser capaz de construir novas estra-
Fonte: Elaborado pela autora (2019).
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tégias de ensino adaptadas às diferenças individuais dos estudantes. 
Eles devem estudar, além da Pedagogia Tradicional, os aspectos bási-
cos da Neurociência e o funcionamento do sistema nervoso nos níveis 
macro e micro.
Um dos aspectos mais exigidos é a compreensão dos pro-
cessos motivacionais, a busca de experiências de aprendizagem que 
desafi am a imaginação, a refl exão, a pesquisa, compreendendo a im-
portância da linguagem não verbal, bem como os processos de acom-
panhamento, aprendendo com um clima emocional e espiritual positivo, 
desafi ador e provocativo. Enquanto o ensino e a aprendizagem forem 
acompanhados de emoções e de sentimentos positivos e motivadores, 
em proporções iguais, será alcançada uma aprendizagem signifi cativa, 
duradoura e útil. Emoção, sentimentos e motivação são os melhores 
aliados positivamente com a capacidade e com a profundidade do ra-
ciocínio. 
Nesse futuro imediato, os professores logo serão diferencia-
dos, sejam eles capazes ou não de usar emoções e sentimentos como 
dinamizadores da aprendizagem signifi cativa. 
Saiba mais:
Filme sobre o assunto: Para sempre Alice (2014)
Documentário: Conhecimento Valioso (2012)
Acesse os links: https://www.youtube.com/watch?v=ikwYmKk-
vI6o e https://www.youtube.com/watch?v=7s9WLg3XhUE
Observação: Os fi lmes relatam muito bem a história de pes-
soas que convivem com doenças neurológicas e as superações enfren-
tadas no dia a dia.
Se isso for acompanhado de um ambiente seguro, confortável 
e letrado bem defi nido do ponto de vista acadêmico, o precedente será 
ainda mais forte.
REDES NEURAIS ARTIFICIAIS X REDES NEURAIS BIOLÓGICAS
O aparato computacional mais poderoso conhecido pelo ho-
mem é o cérebro humano. Uma criança de três anos pode executar 
facilmente tarefas que excedem em muito as capacidades de compu-
tadores mais sofi sticados: reconhecer dezenas de faces e centenas de 
objetos de diferentes ângulos, em diferentes condições de iluminação; 
manipular um ambiente complexo; compreender e usar um vocabulário 
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complexo de linguagem e gestos. 
Grandes esforços de desenvolvimento foram gastos tentando 
reproduzir versões limitadas de alguns desses recursos em computa-
dores, com resultados ruins. Um computador pode realizar cálculos 
aritméticos em segundos que levariam anos para um ser humano. A 
aritmética é difícil para os humanos e impossível para os animais, essa 
habilidade é tradicionalmente considerada um sinal de grande inteligên-cia. Então, o que causa a disparidade entre as habilidades do homem 
e da máquina? 
A diferença óbvia está na arquitetura fundamental do computa-
dor e do cérebro. Os computadores tradicionais são baseados na arqui-
tetura Von Neumann: um processador simples que pode realizar ope-
rações aritméticas, onde a lógica e a condicional ocorre nas operações 
simples. Já o cérebro humano, em contraste, consiste de um grande 
número de células especializadas chamadas neurônios, massivamente 
interligados (estima-se que, na ordem de dez bilhões de neurônios no 
cérebro humano existe uma média de milhares de ligações). 
Esses neurônios são lentos (produzindo centenas em vez de 
milhões de operações por segundo). Redes Neurais Artifi ciais (RNA), ou 
simplesmente Redes Neurais, são modelos de computador inspirados 
na estrutura de baixo nível do cérebro. São unidades de processamento 
chamadas neurônios simples, ligados por ligações de várias forças, que 
possuem a capacidade de realizar operações como cálculos em parale-
lo que servem para o processamento de dados e para a representação 
de conhecimentos. Essas redes neurais também podem ser construí-
das com hardware especial ou simuladas em computadores normais. 
Figura 5 – Tipos de redes neurais
Fonte: Elaborado pela autora (2019)
Figura 5 – Tipos de redes neurais
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No entanto, o hardware especializado neuronal não é comum, 
então a simulação é a norma. O cérebro contém um grande número 
de células especializadas chamadas neurônios. Um neurônio tem três 
partes: um corpo celular, uma estrutura de entrada fi na (dendrite) e uma 
estrutura de saída grande (axônio). Os terminais dos axônios terminam 
em sinapse.
Em uma análise rápida de pesquisa de fontes eletrônicas de 
programas de informação e disseminação, encontramos hoje vários ter-
mos como neuroeducação, neurodidática, neuroformação e neuropeda-
gogia no campo educacional, mas também neurocultura, neuromarke-
ting, neuroeconomia, neuropsicologia,
neurolinguística, neuropolítica, neuro-história, neurogastrono-
mia, neuroestética,
neuroarte e muito mais neuro.
Essas são conexões que quase todos os dendritos de outros 
neurônios possuem, são sinais eletroquímicos propagados por neurô-
nios de suas sinapses para outros neurônios. De acordo com Dehaene 
(2012), esse comportamento simples é modifi cado de várias maneiras: 
a) Um neurônio produz apenas um sinal (disparos). O sinal de 
entrada pode exceder uma certa quantidade em um curto período de 
tempo. 
b) As sinapses variam em força; algumas são boas conectoras, 
permitindo um sinal forte, e outras, um sinal fraco. 
c) As sinapses podem ser: excitatórias ou inibitórias. Uma si-
napse excitatória adiciona um sinal ao dendrito. Em contraste, o inibidor 
reduz o sinal do dendrito. Acredita-se agora que muita atividade cerebral 
é controlada por conexões introdutoras/removedoras entre os neurô-
nios e pela alteração das forças sinápticas das conexões. Por exemplo, 
vamos supor que dois neurônios representem dois conceitos: comida 
e campainha. O neurônio comida transmite sempre que a comida está 
disponível e o neurônio campainha quando um sino toca. Se houver um 
jantar, a campainha toca, portanto, há uma conexão muito importante 
entre esses dois conceitos. 
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Aqui, destaca-se sobre o aprendizado de Hebbque, postula 
que a força sináptica entre os neurônios aumenta se eles representam 
conceitos associados. Cada vez que a campainha toca e a comida apa-
rece, a conexão entre esses dois neurônios aumenta. Consequente-
mente, o cérebro aprende a associar o sino com comida. 
Agora, se há uma série de conceitos que indicam a proximida-
de de alimentos (fome, cheiro) que podem ser combinados e “pesados” 
de acordo com sua importância relativa para determinar se o alimento 
pode aparecer, o neurônio alimentar pode ser ativado sozinho se vários 
conceitos relacionados coincidirem, por exemplo, se a campainha toca 
quando não há comida, ele pode não ser ativado.
Matematicamente, podemos representar um neurônio simpli-
fi cado por um valor (que deve ser superado para ser ativado) e uma 
lista de suas sinapses e suas forças associadas. Os sinais de entrada 
para um neurônio são multiplicados pelas forças associadas (“pesos”) 
e depois somados. 
O resultado é chamado de nível de ativação do neurônio. Se 
o nível de ativação exceder o valor do neurônio, ele será ativado e um 
sinal será enviado para cada neurônio conectado. Postula-se que os pa-
cotes de neurônios devem essencialmente compartilhar insumos de ou-
tros pacotes, de modo que o comportamento dos neurônios individuais 
é irrelevante. Pacotes de neurônios, em vez de neurônios individuais, 
precisam ser modelados. 
A Neuropedagogia é uma ciência nascente cuja fi nalidade é 
estudar o cérebro humano que deve ser entendido como um órgão so-
cial capaz de ser modifi cado pelos processos de ensino e aprendiza-
gem especialmente lúdicos e não simplesmente como um computador. 
Nesse sentido, é uma disciplina biológica e social. Não pode haver uma 
mente sem cérebro, ou um cérebro sem um contexto social e cultural.
Desse modo, em uma rede neural, pode-se considerar que um 
neurônio simples representa um pacote de neurônios reais para enfati-
zar que o modelo de neurônios usado até agora é extremamente sim-
ples em relação ao do cérebro humano.
A rede neural artifi cial é o resultado da rede neural biológica, 
sendo seu principal objetivo servir de modelo para o aprendizado e re-
solução de problemas complexos. Atualmente os diferentes tipos de 
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problemas que são resolvidos pelas redes neurais artifi ciais são:
Previsão de valores
Processamento de linguagem natural
Reconhecimento de fala e imagens
A relação que existe entre as redes artifi ciais e as biológicas é 
que em ambas existe a presença de axônio e dendrito, comunicando-se 
por sinapse. 
Figura 7 – Relação entre uma rede neural biológica e artifi cial
Fonte: Medium – 2018. Acesso em 2019.
Não duvidamos que a neurociência possa se tornar uma ferra-
menta essencial para melhorar o processo de aprendizagem. Mas te-
Fonte: Medium – 2018. Acesso em 2019.
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mos que ter cuidado porque, muitas vezes, eles tentam banalizar suas 
propostas ou para aumentar as vendas de textos, como capturar desa-
visados com propostas não científi cas.
A fi gura acima traz a representação da relação existente entre 
uma rede neural biológica e uma artifi cial. Onde a letra X representada 
os sinais recebidos, a letra W a força sináptica.
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2017 Banca: IBFC Órgão: POLÍCIA CIENTÍFICA-
PR Prova: Auxiliar de Necropsia e Auxiliar de Perícia
Cada neurônio do cérebro humano está ligado a milhares de ou-
tros. O ponto de contato entre dois neurônios é formado pela união 
entre o axônio de um neurônio e os dendritos ou o corpo celular 
de outro, onde ocorre a transmissão de impulsos nervosos de uma 
célula para outra. Assinale a alternativa que apresenta o nome cor-
reto desse processo.
A) Sinapse
B) Receptor
C) Condução saltatória
D) Despolarização
E) Mielina
QUESTÃO 2
Ano: 2010 Banca: ADVISE Órgão: IGP-SC Prova: Auxiliar Médico 
Legal
Ainda com relação à questão da transmissão do impulso nervoso, 
sabemos que dentre as partes da célula nervosa que fazem parte 
desta função podemos citar:
A) axônios
B) corpo celular
C) axônios e corpo estriado
D) axônios e dendritos
QUESTÃO 3
Ano: 2012 Banca: Quadrix Órgão: CFP Prova: Psicologia - 
Neuropsicologia
O funcionamento cerebral ocorre graças à comunicação entre os 
neurônios. Um neurônio típico se divide em:
A) Dendritos e axônios.
B) Corpo celular, dendritos e axônios.C) Corpo celular, dendritos, axônios e sinapse.
D) Soma e dendritos.
E) Sinapse e corpo celular.
QUESTÃO 4
Ano: 2017 Banca: UTFPR Órgão: UTFPR Prova: Pedagogo
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Para Kenski, os professores intelectualmente bem formados de-
vem:
I) ter capacidade para refl etir e interagir com as informações e ino-
vações.
II) ter autonomia para pensar e re-programar a sua própria prática.
III) reconhecer seus limites.
IV) buscar as mais adequadas formas de atualização pedagógica 
e cultural.
V) diminuir a velocidade das mudanças tecnológicas.
Estão corretas:
A) I, II e III, apenas.
B) I, II, III e IV, apenas.
C) II, III e IV, apenas.
D) III, IV e V, apenas.
E) I, II, III, IV e V.
QUESTÃO 5
Ano: 2015 Banca: NUCEPE Órgão: SEDUC-PI Prova: Professor
O processo mediador na aprendizagem é uma ferramenta impor-
tante em todo contexto, cujo objetivo essencial é a ação de ensinar 
e de aprender, exercendo sua função principal que consiste em 
mediar habilidades e competências.
A alternativa em que todas as atitudes são exemplos de competên-
cias mediadoras do professor é
A) dirigir-se aos alunos com palavras mais acessíveis; provocá-los com 
questionamentos; valorizar as respostas independentemente de esta-
rem certas ou erradas; não dar respostas prontas; incentivar a autodes-
coberta.
B) estimular os alunos a aprender; dar aulas cansado e frustrado; utili-
zar vocabulário acessível; corrigir respostas sem sentido; responder as 
dúvidas dos alunos; propor desafi os.
C) manter os alunos quietos; despertar o interesse por aprender algo 
novo; evitar desequilíbrios cognitivos; manter o aluno atento às explica-
ções; evitar aproximação afetiva.
D) despertar o interesse por aprender algo novo; dar mais respostas 
que fazer perguntas; poupar o aluno do exercício da aprendizagem sig-
nifi cativa; incentivar a autodescoberta.
E) passar informações, indicações e regras; evitar confl itos cognitivos 
nos alunos; valorizar as respostas independentemente de estarem cer-
tas ou erradas; propor situações-problema.
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QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE
Quais são as células que são encontradas no tecido nervoso? Elas são 
diferentes em outros tipos de animais? De acordo com o que foi estu-
dado, discorra. 
TREINO INÉDITO
Através dos axônios das terminações nervosas entram em contato com 
os dendritos ou corpos celulares de outros neurônios ou células cha-
madas de efetores, como células musculares, por exemplo. Todos os 
neurônios se originam de células embrionárias chamadas neuroblastos, 
e cada um deles em um processo de diferenciação celular, produz uma 
única:
A – Célula nervosa adulta.
B – Célula jovem.
C – Célula adulta.
D – Célula constante.
E – Célula nervosa jovem.
NA MÍDIA
Cientistas criam neurônios humanos que respondem a estímulos do-
lorosos. Pesquisadores brasileiros desenvolvem método para criar 
neurônios sensitivos humanos em laboratório. A técnica abre inúmeras 
possibilidades de pesquisa e oferece alternativa ao uso de animais em 
experimentos.
Fonte: Instituto DOR (2018).
Data: 22/08/2018
Leia a notícia na íntegra:
http://www.idor.org/blog/cientistas-criam-neuronios-humanos-que-res-
pondem-a-estimulos-dolorosos
NA PRÁTICA
Cada um dos dois hemisférios cerebrais controla o movimento e a sen-
sibilidade do lado oposto do corpo, isto é, o funcionamento do braço di-
reito é controlado pelo hemisfério cerebral esquerdo; da mesma forma, 
a visão é uma função dividida entre os dois hemisférios: as imagens 
captadas pelo olho no lado esquerdo são transmitidas para o hemis-
fério certo. Do exposto acima, deduz-se que uma lesão no hemisfério 
direito do cérebro produz um hemiplegia no lado esquerdo, isto é, a 
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perda de sensibilidade e a incapacidade de se movimentar esse lado 
do corpo. Pessoas destras têm o centro de controle de linguagem no 
hemisfério esquerdo, que neste caso, ele é o dominante; portanto, se 
ocorrer uma hemiplegia que afete o hemisfério dominante, a capacida-
de de falar também será afetada. No entanto, a perda de capacidade de 
expressar não implica que a capacidade de entender diminua. Quando 
uma paralisia cerebral afeta um lado do corpo, ocorre hemiplegia. Se 
você a sofre só nas pernas, é chamado paraplegia, e se a paralisia é 
das quatro extremidades, é conhecida como quadriplegia ou tetraplegia, 
ou seja, diante de uma situação perigosa, o sistema nervoso simpático 
atua, pois alerta o corpo ativando a respiração, a frequência cardíaca, 
dilatando os brônquios, ativando a visão e suspendendo o que não é ne-
cessário, como a digestão. O sistema nervoso parassimpático atua na 
direção oposta (após a tempestade se acalmar) e é necessário relaxar 
o organismo, diminuir a frequência cardíaca, diminuir o estado de alerta, 
já que o sistema nervoso nem sempre pode estar alerta. É chamado de 
on-off porque é um sistema on-off , que é o que o termo signifi ca. (LENT, 
2010)
PARA SABER MAIS:
Filme sobre o assunto: Preciosa – Uma história de Esperança (2009).
Filme sobre o assunto: Escritores da Liberdade (2007).
Acesse os links:https://youtu.be/AnrxEqzI81g
e https://youtu.be/OpOAwExofIc
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CONCEITOS E APLICAÇÕES
De acordo com Molliqaj (2014), pacientes com sintomas neu-
rológicos são estudados em etapas pelo método neurológico, que con-
siste em:
Identifi car a localização anatômica da lesão ou lesões que pro-
duzem os sintomas;
Identifi car a fi siopatologia envolvida;
Gerar diagnósticos diferenciais;
Selecionar os testes específi cos apropriados.
Identifi cação da anatomia e fi siopatologia da lesão através de 
O MÉTODO CLÍNICO EM
NEUROLOGIA:
ANAMNESE, EXAME
NEUROLÓGICO, DIAGNÓSTICO
SINDRÔMICO
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uma história cuidadosa e um exame neurológico preciso reduz muito o 
diagnóstico diferencial e, assim, o número de testes necessários. Essa 
abordagem não deve ser substituída por uma prescrição refl exa de uma 
tomografi a computadorizada, ressonância magnética e outros estudos 
de laboratório; isso leva a erro e a um custo desnecessário.
Para identifi car a localização anatômica, o examinador consi-
dera questões como:
A lesão tem uma localização única ou múltipla?
A lesão é limitada ao sistema nervoso ou é parte de um distúr-
bio sistêmico?
Qual parte do sistema nervoso é afetada?
Partes específi cas do sistema nervoso a ser consideradas in-
cluem o córtex cerebral, a matéria branca subcortical, gânglios basais, 
tálamo, no cerebelo, tronco cerebral, a medula espinal, plexo braquial 
ou lombossacral nervo periférico, junção neuromuscular e o músculo.
Sua capacidade de perceber seu ambiente, ver, ouvir e cheirar 
o que está ao seu redor depende do seu sistema nervoso; também a 
capacidade de reconhecer onde você está e lembrar se você já esteve 
lá antes. De fato, sua mera capacidade de se perguntar onde você está 
depende do seu sistema nervoso!
Segundo Molliqaj (2014), uma vez identifi cada a localização da 
lesão, são consideradas as categorias de causas fi siopatológicas, que 
incluem:
Vascular;
Infeccioso;
Neoplástico;
Degenerativo;
Traumático;
Toxicometabolico;
Imunomediadas.
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Quando aplicado adequadamente, o método neurológico for-
nece uma abordagem ordenada, mesmo no caso mais complexo, e é 
muito menos provável que os médicos sejam enganados por similarida-
des neurológicas (quando os sintomas de um acidente vascular cerebral 
são, na verdade, devido a um tumor cerebral ou quando uma paralisia 
rapidamente ascendente sugereuma síndrome de Guillain-Barré é, na 
verdade, devido à compressão da medula espinhal.
Aqui, deve-se destacar a respeito da anamnese. A anamnese é 
a parte mais importante da avaliação neurológica, pois visa recuperar a 
história de vida do paciente e tentar estabelecer o primeiro elo dos sin-
tomas e problemáticas que trazem o paciente à consulta. Os pacientes 
devem estar confortáveis e devem poder contar sua história com suas 
próprias palavras, principalmente da sua história de desenvolvimento 
da infância, podendo ser estruturada cronologicamente, que poderá fa-
cilitar a apreciação de questões desenvolvimentais importantes na his-
tória do paciente. Em geral, um médico pode determinar rapidamente 
se um histórico confi ável está disponível ou se é necessário entrevistar 
um membro da família.
Algumas questões específi cas esclarecem a qualidade, inten-
sidade, distribuição, duração e frequência de cada sintoma. Vejamos:
Deve-se determinar o que agrava e o que atenua o sintoma e 
se o tratamento anterior foi efetivo.
Solicitar ao paciente que descreva a ordem em que os sinto-
mas ocorrem pode ajudar a identifi car a causa.
As defi ciências específi cas devem ser descritas quantitativa-
mente (por exemplo, caminhar a uma distância máxima de 7,5 metros 
[25 pés] antes de parar para descansar) e seu efeito na rotina diária do 
paciente é registrado.
É essencial registrar a história pessoal e uma revisão completa 
por dispositivos e sistemas, porque as complicações neurológicas são 
comuns em outros distúrbios, especialmente alcoolismo, diabetes, cân-
cer, distúrbios vasculares e infecção pelo HIV.
A história familiar é importante porque a enxaqueca e muitos 
distúrbios metabólicos, musculares, nervosos e neurodegenerativos 
são hereditários.
Social, trabalho e viagens de fundo fornecem informações so-
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bre infecções incomuns e exposição a toxinas e parasitas.
Às vezes, os sinais e sintomas neurológicos são funcionais ou 
histéricos e refl etem um distúrbio psiquiátrico. Em casos típicos, esses 
sinais e sintomas não estão de acordo com as regras de anatomia e 
fi siologia, e o paciente está frequentemente deprimido ou extraordina-
riamente assustado. Entretanto, distúrbios funcionais e físicos às vezes 
coexistem, e distingui-los pode ser um desafi o.
Figura 8 – Relação entre educação e SNC
Fonte: Elaborado pela autora (2019).
Em se tratando do exame físico e dos estudos complementa-
res, um exame físico é realizado para avaliar todos os sistemas do cor-
po, mas a atenção é focada no sistema nervoso (exame neurológico). 
De acordo com Molliqaj (2014), o exame neurológico inclui o seguinte:
Estado mental;
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Nervos cranianos;
Sistema motor;
Força muscular;
Marcha, postura e coordenação;
Sensibilidade;
Refl exões;
Sistema nervoso autônomo.
Em muitas situações, um exame cerebrovascular também é 
indicado. Testes de diagnóstico podem ser necessários para confi rmar 
ou excluir outras possibilidades. Já em se tratando do diagnóstico e 
tratamento em Neurologia, é um manual que surge para responder às 
diferentes questões colocadas por pesquisadores, médicos, professo-
res e alunos relacionados à especialidade médica neurológica. De acor-
do com Molliqaj (2014), embora os avanços tecnológicos mudaram e 
em constante mudança, a avaliação dos distúrbios do sistema nervoso 
central, a avaliação neuropsicológica continua a ser importante nas se-
guintes áreas:
(I) o estabelecimento do diagnóstico diferencial e diagnóstico 
de doenças neurológicas e psiquiátricas;
(ii) fornecer um perfi l qualitativo e quantitativo de funções men-
tais superiores alteradas e conservas;
(iii) fornecer dados sobre a história natural da doença;
(iv) a evolução do desenvolvimento das funções mentais supe-
riores, ou seja, Neuropsicologia Infantil, adquire um papel importante no 
apoio à avaliação pediátrica;
(v) o quadro jurídico ajuda a tomar decisões sobre o grau de 
responsabilidade do acusado de um crime;
(vi) desempenha um papel fundamental na pesquisa e no estu-
do científi co da organização e funcionamento do sistema nervoso e do 
comportamento humano. 
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Figura 9 – Neurônios
Fonte: Amazon (2019)
O fato de distúrbios psiquiátricos existirem são geralmente 
caracterizados por disfunções cognitivas, motoras e emocionais e, ao 
mesmo tempo, são defi nidos a partir delas (como no caso particular 
de TDAH1), torna-se uma segunda razão para compreender a conve-
niência. No estudo de tais desordens, os correlatos biológicos das dis-
funções são melhor explorados com o uso de técnicas de imaginação 
funcional. 
Por outro lado, dada a natureza dinâmica das disfunções do 
desenvolvimento neurológico psiquiátrico, ao contrário de exames que 
são baseados em uma hipótese estática da doença, o uso de uma fer-
ramenta a dinâmica que investiga os correlatos cerebrais dos sintomas 
psiquiátricos “em ação”, pode proporcionar uma melhor compreensão 
de tais transtornos. 
As técnicas estruturais de neuroimagem são muito úteis para 
a detecção e localização da lesão (por exemplo, tumores cerebrais), 
ao mesmo tempo em que promovem uma linha de base que permite 
comparar e controlar diferentes patologias agudas e subagudas 
patológicas, uma técnica de neuroimagem estrutural utilizada na psi-
1 É o acrônimo de Transtorno de Défi cit de Atenção e Hiperatividade. É uma desordem 
neurobiológica originada na infância que envolve um padrão de défi cit de atenção, hiperatividade 
e/ou impulsividade, e que é frequentemente associada a outros transtornos comórbidos.
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quiatria é a tomografi a computadorizada. À luz de todas essas ferramen-
tas e habilidades necessárias para ser implantado em uma avaliação 
neuropsicológica, estamos de acordo com Molliqaj (2014) que conside-
ra que a avaliação neuropsicológica é complicada e requer treinamento 
extensivo para avaliar adequadamente os resultados, a experiência na 
interpretação teste de personalidade ou inteligência não constitui uma 
base sufi ciente para iniciar a avaliação neuropsicológica. 
A avaliação neuropsicológica pode ser feita por meio de uma 
série de baterias de testes comuns, desde que o avaliador profi ssional 
saiba interpretar os défi cits do paciente por meio de uma leitura apoiada 
em um conhecimento adequado das funções cerebrais superiores e das 
manifestações que produzem suas alterações. É esse conhecimento 
que permitirá o desenho de estratégias terapêuticas racionais com base 
científi ca.
O EDUCADOR E O DIAGNÓSTICO NEUROLÓGICO
Neste ponto, será necessário, primeiramente, a compreensão 
do diagnóstico neurológico. Um exame neurológico avalia habilidades 
motoras e sensoriais, competências, funcionamento de um ou mais ner-
vos cranianos, da audição e da fala, visão, coordenação e equilíbrio, es-
tado mental e alterações no humor e comportamento, entre outros itens 
com um diapasão, lanterna, martelo refl exo, oftalmoscópio e agulhas 
para ajudar a diagnosticar tumores cerebrais, infecções, como encefali-
te e meningite, e doenças como a de Parkinson, doença de Huntington, 
esclerose lateral amiotrófi ca e epilepsia. Alguns testes exigem os servi-
ços de um especialista para realizá-los e analisar os resultados.
Raios-X do tórax e do crânio do paciente são frequentemen-
te tomados como parte de um estudo neurológico. Raios-X podem ser 
usados para ver qualquer parte do corpo, como um sistema orgânico 
comum ou importante. Em uma radiografi a convencional, um técnico 
passa uma explosão concentrada de uma baixa dose de radiação ioni-
zada através do corpo e em uma placa fotográfi ca. Como o cálcio ósseo 
absorve mais facilmente os raios X do que o tecido mole ou muscular, a 
estrutura óssea aparece branca no fi lme.Qualquer desalinhamento ou 
fratura pode ser visto em minutos. Massas teciduais, como ligamentos 
lesionados ou disco saliente, não são visíveis nas radiografi as conven-
cionais. Este procedimento rápido, não invasivo e indolor, geralmente é 
feito em consultório médico ou clínica.
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O sistema nervoso periférico (SNP), composto por neurônios e 
partes de neurônios localizados fora do SNC, inclui neurônios sensoriais 
e neurônios motores. Os neurônios sensoriais transportam sinais para 
o SNC e os neurônios motores transportam sinais enviados pelo SNC.
A fl uoroscopia é um tipo de raio X que utiliza um feixe de ra-
diação contínuo ou pulsado em doses baixas para produzir imagens 
contínuas de uma parte do corpo em movimento. O fl uoroscópio (tubo 
de raios X) concentra-se na área de interesse e as imagens são grava-
das em vídeo ou enviadas para um monitor para visualizá-las. Um meio 
de contraste pode ser usado para melhorar as imagens. A fl uoroscopia 
pode ser usada para avaliar o fl uxo de sangue pelas artérias.
Quando a fl uoroscopia tem a câmara da televisão substituída 
pela câmara cinematográfi ca, fi ca conhecida como cinefl uoroscopia.
Com base no resultado do exame neurológico, exame físico, histórico do 
paciente, radiografi as de tórax e crânio e exames do paciente e avaliações 
anteriores, os médicos podem solicitar um ou mais dos seguintes testes de 
diagnóstico para determinar a natureza específi ca para uma lesão ou dis-
túrbio neurológico suspeito. Esses testes geralmente envolvem imagens de 
medicina nuclear, nas quais quantidades muito pequenas de materiais radio-
ativos são usadas para estudar a função e a estrutura do órgão, ou imagens 
diagnósticas, que usam ímãs e mudanças elétricas para estudar a anatomia 
humana. (SOUSA, 2013, p. 320-321)
A seguinte lista de procedimentos, disponível abaixo, com-
preende alguns dos testes mais comuns usados para ajudar a diagnos-
ticar uma condição neurológica. Vejamos segundo entendimentos de 
Sousa (2013):
A angiografi a é um teste usado para detectar bloqueios das 
artérias ou veias. Um angiograma cerebral pode detectar o grau de 
estreitamento ou bloqueio de uma artéria ou vaso sanguíneo no cé-
rebro, cabeça ou pescoço. Ele é usado para diagnosticar derrames e 
determinar a localização e o tamanho de um tumor cerebral, aneurisma 
ou malformação vascular. Este teste é geralmente feito em um centro 
hospitalar ambulatorial e leva até 3 horas, seguido por um período de 
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descanso de 6 a 8 horas. 
O paciente, vestido com uma camisola hospitalar, apoia-se 
numa mesa móvel que é empurrada para a área de imagem. Embora 
o paciente esteja acordado, o médico anestesia uma pequena área da 
perna próxima à virilha e insere um cateter em uma artéria principal lo-
calizada ali. O cateter é passado através do corpo e em uma artéria no 
pescoço. Uma vez que o cateter esteja no lugar, a agulha é removida 
e um fi o guia é inserido. Uma pequena cápsula contendo um corante 
radiopaco (um que é destacado em radiografi as) é passada sobre o 
fi o-guia para o local de liberação. 
O corante é liberado e viaja através da corrente sanguínea para 
a cabeça e o pescoço. Uma série de raios-x são liberados e qualquer 
obstrução é anotada. Os pacientes podem sentir uma sensação quente 
ou um leve desconforto quando o corante é liberado.
A biópsia, por sua vez, envolve a remoção e o exame de um 
pequeno pedaço de tecido corporal. Biópsias musculares e nervosas 
são usadas para diagnosticar distúrbios neuromusculares e também 
podem revelar se uma pessoa carrega um gene anormal que pode ser 
passado para as crianças. Uma pequena amostra de músculo e nervo 
é removida sob anestesia local e é estudada ao microscópio. A amostra 
pode ser removida cirurgicamente, através de uma fenda na pele, ou 
por biópsia de agulha, na qual uma fi na agulha oca é inserida através 
da pele no músculo. 
Um pequeno pedaço de músculo ou nervo permanece na agu-
lha oca quando é removido do corpo. A biópsia é geralmente feita em 
um centro de testes ambulatorial. Biópsia cerebral, usada para deter-
minar o tipo de tumor, requer uma operação para remover um pequeno 
pedaço de cérebro ou tumor. Realizada em um hospital, esta operação 
é mais arriscada do que a biópsia muscular e implica em um período de 
recuperação mais longo.
Já as varreduras cerebrais são técnicas para imagens utilizadas 
para diagnosticar tumores, malformações de vasos sanguíneos ou 
hemorragias cerebrais. Esses ultrassons são usados para estudar a 
função do órgão, uma lesão ou doença do tecido ou do músculo. Os 
tipos de exames cerebrais incluem tomografi a computadorizada, resso-
nância magnética e tomografi a por emissão de pósitrons.
Os neurônios sensoriais coletam informações sobre o que 
está acontecendo dentro e fora do corpo e levam para o SNC para que 
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ele possa ser processado. Por exemplo, se você pegar um pedaço de 
carvão quente, os neurônios sensoriais que têm as pontas dos dedos 
transmitem a informação ao SNC de que o carvão está muito quente.
A análise do líquido cefalorraquidiano envolve a remoção de 
uma pequena quantidade de líquido que protege o cérebro e a medula 
espinhal. O fl uido é examinado para detectar sangramento ou hemorra-
gia cerebral, diagnosticar uma infecção do cérebro ou da medula espi-
nhal, identifi car alguns casos de esclerose múltipla e outras condições 
neurológicas e medir a pressão intracraniana.
Geralmente, o procedimento é feito em um hospital. Comu-
mente a amostra de fl uido é removida com um procedimento conhecido 
como punção lombar. O paciente é convidado a se deitar de um lado, 
em uma posição de bola com os joelhos ao lado do peito, ou inclinar-se 
para frente em uma mesa ou cama. O médico localizará um local de 
punção na coluna lombar, entre duas vértebras, depois limpará a área e 
injetará um anestésico local. O paciente pode sentir uma sensação de 
formigamento desta injeção. 
Uma vez que o anestésico tenha um efeito, o médico inserirá 
uma agulha especial no saco espinhal e removerá uma pequena quan-
tidade de fl uido (normalmente cerca de três colheres de chá) para tes-
te. A maioria dos pacientes sentirá uma sensação de pressão apenas 
quando a agulha estiver inserida.
Por sua vez, a tomografi a computadorizada, também conhe-
cida como TC, foi desenvolvida no fi nal da década de 1970 e início de 
1980, e foi uma das primeiras técnicas a usar uma aplicação especial 
de computadores e imagem digital em radiologia. É um exame indolor 
e não invasivo utilizado para produzir imagens bidimensionais rápidas 
e claras de órgãos, ossos e tecidos. O teste neurológico TC é utilizado 
para visualizar o cérebro e medula espinhal, o tubo de raio-x move-se 
ao redor do paciente durante o exame, fazendo múltiplas exposições de 
diferentes ângulos com um feixe fi rmemente colimado de raios-x. 
Esse exame pode detectar osso e irregularidades vasculares, 
certos tumores do cérebro e cistos, discos herniados, epilepsia, ence-
falite, estenose espinhal (estreitamento do canal espinal), um coágu-
lo de sangue ou hemorragia intracraniana em doentes com acidente 
vascular cerebral, dano cerebral de traumatismo craniano ou de outras 
doenças. Muitos distúrbios neurológicos compartilham certas caracte-
rísticas e uma tomografi a computadorizada pode ajudar a fazer o diag-
nóstico correto diferenciar a área do cérebro afetada pela doença.
Os sistemas de tomografi a computadorizadas são constituídos 
por três componentes principais, sendo eles: o portal, o computador e o 
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console do operador.
Na tomografi a computadorizada existem os princípios de re-
construção de imagem, a colimação da fonte e do detector está loca-
lizada muitopróximo ao tubo de raio-x, e controla a espessura real do 
corte tomográfi co. 
Muitas vezes, deve-se falar também da discografi a de pacien-
tes que estão considerando a cirurgia lombar ou cuja dor lombar não 
respondeu aos tratamentos convencionais sugeridos. Este procedimen-
to ambulatorial é feito geralmente em um centro de testes ou em um 
hospital. Pede-se ao paciente para que coloque uma camisola de hos-
pital com nenhum metal e deite sobre uma mesa para imagens. 
Para a anestesia, o médico insere uma agulha fi na na pele, 
usando uma guia de radiográfi co, dentro do disco vertebral. Uma vez 
que a agulha está no lugar, uma pequena quantidade de corante é in-
jetado e o teste CT é feito. O corante descreve as áreas danifi cadas. 
Eles podem ser visualizados mais de um disco ao mesmo tempo. Geral-
mente, a recuperação do paciente leva cerca de uma hora. Analgésicos 
podem ser prescritos para o desconforto resultante.
Desse modo, os cientistas procuram desenvolver métodos 
aperfeiçoados de avaliação adicional para confi rmar de forma rápida 
e precisa um diagnóstico específi co e permitir que investiguem outros 
fatores que possam contribuir para a doença. Os avanços tecnológicos 
na obtenção de imagens permitirão aos pesquisadores enxergar melhor 
dentro do corpo, com menos risco para o paciente. Esses diagnósticos 
e procedimentos continuarão a ser importantes ferramentas de pesqui-
sa clínica para confi rmar um distúrbio neurológico, monitorar a evolução 
de uma doença e monitorar o efeito terapêutico.
Agora, uma vez que a criança é detectada acometida de uma 
enfermidade psíquica por um especialista através de um diagnóstico 
ou exames, como pode ser observado anteriormente, o educador se 
utilizará de técnicas e teorias advindas da Neuropedagogia, Psicope-
dagogia Clínica e Institucional para auxiliá-lo, pois referidos temas são 
uma ciências relativamente novas que se baseiam nas neurociências, 
entendida como o conjunto de disciplinas científi cas como a Física, Quí-
mica, Biologia, Psicologia, entre outros, e têm efeito sobre os incríveis 
mistérios do cérebro humano, sua estrutura, funcionando para conhecer 
e entender seus processos de aprendizagem.
O fi m da Neuropedagogia é que cada agente educacional co-
nhece e entende como o cérebro aprende, como ele processa as infor-
mações, como controla as emoções, sentimentos, estados comporta-
mentais, e quão frágil a certos estímulos, dados essenciais para inovar 
intervenção pedagógico em sala de aula e, no futuro, a transformação 
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dos sistemas educativos.
Figura 10 – Cognitivismo da criança
Fonte: Ipgex (2019)
Também conhecida como Neuroeducação, permite que o pro-
fessor entenda as peculiaridades do sistema nervoso e do cérebro e, 
por sua vez, relacionar esse conhecimento para o comportamento de 
seus alunos, a sua proposta de aprendizagem, a sua atitude, o ambien-
te de sala de aula, entre outros fatores, podem ser o passo inicial na for-
mação e educação de professores que farão a diferença na qualidade 
da educação.
Alguns dos princípios que a Neuropedagogia estabeleceu 
como indispensáveis e úteis na sala de aula para garantir uma apren-
dizagem verdadeiramente signifi cativa e permanente, de acordo com 
Lima (2017), são:
O cérebro/ritmos: é essencial repetir a cada criança o quanto 
elas precisam dele, porque, por exemplo, você não pode aprender a 
tocar violino, se não for praticada repetidamente; lembre-se também 
de apresentar o mesmo conteúdo em diferentes maneiras de resgatar 
os três estilos de aprendizagem dentro das salas de aula; outra parte 
essencial é que o cérebro precisa de descanso entre as atividades para 
melhorar sua atenção. A música também ajuda nesse aspecto.
A memorização é útil para aprender: não existe memória sem 
sentido, mas sim para memorizar procedimentos úteis para a resolução 
de problemas.
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Motivação: os alunos precisam se entusiasmar com o aprendi-
zado, encantando com o que ele ou o professor lhes dá como desafi o. 
Lembre-se que a motivação intrínseca é uma tarefa apenas de sucesso 
se os professores forem capazes de fazer os alunos se sentirem ansio-
sos para enfrentar o desafi o, para que se sintam capazes de fazê-los.
Motivar os alunos a superar situações que difi cultam apren-
dizagem e estabelecer um clima positivo de respeito e colaboração 
compreende com a busca do conhecimento da identidade dos alunos 
com diferentes personalidades. Os professores que se relacionam com 
a promoção da motivação e do bom desenvolvimento acadêmico dos 
alunos devem ofertar apoio, incentivo e orientação, devem implementar 
ações educativas que tenham como fi nalidade o crescimento pessoal 
do aluno e o domínio da tarefa em ambiente de cooperação, devendo 
também, preparar atividades de aprendizagem com um nível apropriado 
de complexidade, agradáveis e desafi antes para os alunos e promover 
promoção de avaliações que também fomentem oportunidades de par-
ticipação, aprendizagem e melhoria do desempenho dos alunos.
Movimento: executar de forma agradável um exercício físico 
diário; mas também é essencial que haja planejamento para acomodar 
atividades como dança, linguagem corporal, uma vez que o movimento 
do corpo ativa várias partes do cérebro que processa a aprendizagem, 
bem como oxigena e o mantém mais acordado.
Desde o nascimento de um bebê deve-se estimulá-lo com brin-
cadeiras, jogos e objetos, pois com esse movimento haverá contribui-
ção para seu desenvolvimento, aumentando sua coordenação motora, 
desenvolvendo sua linguagem e a sua concentração.
O movimento físico e o processo de conhecimento estão inti-
mamente ligados a um ciclo de estímulos, em decorrência do fato de 
que para que o ser humano possa absorver informações, ele precisa 
ouvir, olhar, tocar, sentir e mover-se.
É importante analisar tanto as práticas docentes quanto as 
práticas em casa perto das crianças, pois, as crianças são refl exos 
do que veem e aprendem. São considerados padrões de movimentos 
fundamentais nas crianças: correr, pular e arremessar.
Hidratação: o cérebro é composto, principalmente, por água, 
portanto, ingerir água ao longo do dia é essencial para oxigenar o cé-
rebro. 
O cérebro precisa de mais água do que qualquer outra parte 
do corpo, isto porque, a água serve para conduzir informações de um 
neurônio a outro, recebendo também 20% de todo sangue que circula. 
Assim, se houver uma queda no consumo de água, consequentemente 
haverá uma queda no desempenho do cérebro.
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Comer frutas no lanche: permite que o aluno se concentre mais 
nas atividades, já que seu estômago não requer muita energia para 
processar a comida.
Emoções: o cérebro é emocional e o aprendizado mais signifi -
cativo e duradouro é dado através de momentos signifi cativos, carrega-
dos de emoção, que são prazerosos.
O estresse afeta muito o desempenho dos alunos, bem como 
as taxas de aprendizado, portanto, devemos evitar gerar esse estado de 
espírito em nossos alunos.
O sono afeta a qualidade da aprendizagem e do desempenho 
do aluno, por isso é necessário que as crianças durmam cerca de 9 
horas por dia, para que estejam mais atentas nas aulas; é importante 
evitar que os fi lhos assistam à televisão antes de dormir porque isso 
afeta a qualidade do sono.
O cérebro é projetado para sempre aprender mais, assim como 
a memória pode ser exercitada usando jogos de inteligência em sala de 
aula: palavras cruzadas, memoramas, buscas de palavras, entre outros.
Mas o mais importante é que, para aprender, é preciso sentir 
afeição, o toque dentro da sala de aula, mas acima de tudo, dentro de 
casa, é de maior importância para os alunos terem um desempenho 
melhor.
Logo, como sendo uma ciência emergente, tem como objetivo 
estudar o cérebro humano, que pode ser modificado pelos processos 
de ensino e aprendizagem, especialmente com exercícios lúdicos (vi-
tais na vida de uma criança). A mente trabalha com base em padrões e 
linguagem, como tal, é. Assim, quando se aprende algo novo, cada um 
assimila o padrão já conhecido, por isso se está sempre em constante 
mudança destes paradigmas, especialmente com a multiplicidade de 
formas de comunicar oferecidas pelas novas tecnologias. (LIMA, 2017)
Portanto, como a aprendizagem tem muito a ver com a forma 
como o cérebro interpreta os objetos de texto de estudo, assimilar e tor-
nar-se parte do conhecimento é de vital importância para que o cérebro 
receba toda essa informação da maneira mais fácil possível.
Por exemplo, os fosfénos pela refl exão da luz são fundamen-
tais nas sessões de estudo, em outras palavras, a área em que se es-
tuda deve ser iluminada com proximidade e poder. A iluminação correta 
signifi ca que a visão não se cansa e o exercício é relaxado e leve, longe 
de qualquer atitude estressante.
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Figura 11 – Elementos da Psicopedagogia
Fonte: Elaborado pela autora (2019)
Da mesma forma, a sala de aula das escolas deve ser um es-
paço estimulante, para o qual a Neuroeducação fornece certas ferra-
mentas. Por exemplo, emoção e sentimentos provocam atenção, que 
o aluno é muito mais receptivo ao que está sendo contado em sala de 
aula, esses elementos devem ser usados e explorados pelos professo-
res. Todos têm em mente um professor que sempre falou em um tom 
monótono e lento, por exemplo, sem transmitir qualquer paixão, fazen-
do com que, na maioria dos casos, o estudante fosse igual do início ao 
fi nal da aula. No entanto, se o texto é contado com paixão, as histórias 
são trocadas, ou inicia-se discussões, as aulas são muito mais dinâmi-
cas e o aluno começa a aprender “acidentalmente”. 
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2011 Banca: FCC Órgão: TRT - 23ª REGIÃO (MT) Prova: Analista 
Judiciário - Psicologia
Jurema Alcides Cunha aponta a anamnese ou história pessoal 
como um dos recursos para o psicólogo explorar a perspectiva 
histórica para entender uma problemática atual dentro de um con-
texto vital de
A) retrospectiva.
B) envelhecimento.
C) criação.
D) desenvolvimento.
E) comunicação.
QUESTÃO 2
Ano: 2018 Banca: FUNRIO Órgão: AL-RR Prova: Psicólogo
O principal instrumento de avaliação em psicopatologia que irá 
permitir que se faça a anamnese e exame psíquico é a/o
A) aplicação de testes.
B) entrevista.
C) exame físico.
D) exame neurológico
QUESTÃO 3
Ano: 2015 Banca: FGV Órgão: Prefeitura de Cuiabá -
 MT Prova: Agente da Saúde - Técnico em Radiologia
Em Tomografi a Computadorizada, existem os princípios de re-
construção de imagem.
Assinale a opção que melhor descreve a colimação da fonte e do 
detector.
A) Corte de tecido tridimensional é projetado no monitor do computador 
como uma imagem bidimensional , tendo apenas altura e largura. Essa 
imagem bidimensional é chamada de matriz de exposição, e é compos-
ta elementos de imagens diminutos chamados pixels.
B) Cada voxel no corte recebe um número proporcional ao grau de ate-
nuação de raio-x de todo aquele pedaço de tecido ou voxel.
C) Dados de absorção diferencial de tecidos por elementos de vo-
xel são coletados e processados pela unidade de processamento do 
computador.
D) Está localizado muito próximo ao tubo de raio-x, e controla a espes-
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sura real do corte tomográfi co.
E) É composto de um grande número de voxels.
QUESTÃO 4
Ano: 2013 Banca: IBFC Órgão: ILSL Prova: Técnico de Radiologia
Considerando a Tomografi a Computadorizada, leia as frases abai-
xo e assinale a alternativa correta:
I. Foi desenvolvida no fi nal da década de 1970 e início de 1980, e 
foi uma das primeiras técnicas a usar uma aplicação especial de 
computadores e imagem digital em radiologia.
II. Na TC, o tubo de raios-x move-se ao redor do paciente durante 
o exame, fazendo múltiplas exposições de diferentes ângulos com 
um feixe fi rmemente colimado de raios X.
III. As imagens dos cortes na forma digital são então processadas 
em uma câmara de processamento de imagens (câmara escura) 
para mostrar o corte do tecido (imagem capturada) sem a superpo-
sição de estruturas sobrepostas.
A) Apenas a afi rmativa III está correta.
B) Todas as afi rmativas estão corretas.
C) Apenas a afi rmativa I está correta.
D) As afi rmativas I e II estão corretas.
QUESTÃO 5
Ano: 2013 Banca: IBFC Órgão: ILSL Prova: Técnico de Radiologia
Os sistemas de Tomografi a Computadorizadas são constituídos 
por 3 componentes principais, os quais são:
A) Um software, um sistema operacional e colimadores.
B) O tubo de raios-x, um arranjo de detectores e os colimadores.
C) O portal (gantry), o cmputador e o console do operador
D) Um teclado, um mouse e um ou dois monitores
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE
Partes específi cas do sistema nervoso a ser considerados incluem o 
córtex cerebral, a matéria branca subcortical, gânglios basais, tálamo, 
no cerebelo, tronco cerebral, a medula espinal, plexo braquial ou lom-
bossacral nervo periférico, junção neuromuscular e o músculo. 
Uma vez identifi cada a localização da lesão, são consideradas as cate-
gorias de causas fi siopatológicas. Cite algumas dessas causas de for-
ma objetiva e clara.
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 TREINO INÉDITO
Em muitas situações, um exame cerebrovascular também é indicado. 
Testes de diagnóstico podem ser necessários para confi rmar ou excluir 
outras possibilidades. Já em se tratando do diagnóstico e tratamento 
em Neurologia é um manual que surge para responder às diferentes 
questões colocadas por pesquisadores, médicos, professores e alunos 
relacionados à especialidade médica neurológica. Embora os avanços 
tecnológicos mudaram e em constante mudança avaliação dos distúr-
bios do sistema nervoso central, avaliação neuropsicológica continua 
a ser importante nas seguintes áreas, de acordo com Molliqaj (2014), 
exceto:
A - O estabelecimento do diagnóstico diferencial e diagnóstico de doen-
ças neurológicas e psiquiátricas.
B - Fornecer um perfi l qualitativo e quantitativo de funções mentais su-
periores alteradas e conservas.
C - Fornecer dados sobre a história natural da doença.
D - A evolução do desenvolvimento das funções mentais superiores, ou 
seja, Neuropsicologia Infantil, adquire um papel importante no apoio à 
avaliação pediátrica.
E - O quadro psíquico ajuda a tomar decisões sobre o grau de respon-
sabilidade do acusado de um crime.
NA MÍDIA 
O surgimento da Neuroeducação
A Neuroeducação não é uma nova área do conhecimento. Ela trata da 
junção dos conhecimentos da Psicologia, Educação e Neurociência. 
Um novo conceito surge a partir dessa fusão interdisciplinar: “aprender 
é modifi car comportamentos”.
Ana Lúcia Hennemann
Data: 15/01/2015
Fonte: Disponível em: https://meucerebro.com/o-surgimento-da-neu-
roeducacao/
NA PRÁTICA
A Neuroeducação como elo entre a Medicina e o ensino
O respeito às particularidades do aluno é uma das características mar-
cantes das novas metodologias de educação. No Ensino Adaptativo, 
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por exemplo, a elaboração de abordagens customizadas se confi gura 
no principal vetor para o desenvolvimento do aprendizado individual. 
Os preceitos de fi losofi as educacionais como essas possuem pontos 
de conexão com outros campos científi cos. A Neurociência é um deles.
Derivada da Biologia, a Neurociência logo se difundiu para outros ra-
mos do conhecimento – incluindo Matemática, Psicologia e Pedagogia. 
O foco central da Neurociência é compreender a infl uência do sistema 
neural no comportamento humano. As investigações desse tipo direcio-
nadas ao ensino deram origem à

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