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21/09/2022 14:37 Integrando cognição e comportamento
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7169286/temas/4/conteudos/1 1/55
Integrando cognição e comportamento
Prof.º Lincoln Nunes Poubel
Descrição
Estudo das bases biológicas, das atividades neurológicas, da plasticidade necessária ao seu
desenvolvimento e das suscetibilidades genéticas em intercâmbio com estressores ambientais para a
formação das psicopatologias, tratadas pela moderna e eficaz terapia cognitivo-comportamental (TCC).
Propósito
O conhecimento sobre a formação e regência dos processos comportamentais é fundamental tanto aos
psicólogos escolares, que dão atenção especial às psicopatologias da aprendizagem, como aos
psicólogos clínicos, que desejam estruturar programas terapêuticos eficazes para a reabilitação dos
transtornos psicológicos de seus pacientes.
Objetivos
Módulo 1
Neurociências
Reconhecer as estruturas neurológicas e o fluxo de sinais elétricos que dão origem aos nossos
comportamentos.
21/09/2022 14:37 Integrando cognição e comportamento
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7169286/temas/4/conteudos/1 2/55
p
Módulo 2
Terapia cognitivo-comportamental
Analisar as implicações clínicas dos pressupostos e fundamentos básicos da terapia cognitivo-
comportamental.
Introdução
A interseção da Psicologia com outras áreas do conhecimento é uma tendência crescente. O rigor
experimental alcançado pelo behaviorismo exigiu que as teorias psicológicas fossem produzidas ou
testadas pela metodologia científica, tornando a área cada vez mais credibilizada e, consequentemente,
mais valorizada. A terapia cognitivo-comportamental, que tem no behaviorismo sua base filosófica
precursora, também segue o preceito de que uma área de conhecimento precisa ter suporte empírico e
experimental para que suas alegações possam ser consideradas científicas.
Dentro dessa linha de pensamento, podemos nos fazer as seguintes perguntas: “o que ocorre no corpo de
um paciente com processos psicológicos alterados e transtornos psiquiátricos?”, “como danos ao cérebro
podem comprometer os comportamentos?”, “o que é necessário biologicamente para um transtorno se
configurar?”, “como e em que estruturas atuam os medicamentos?”, “que mudanças orgânicas ocorrem
quando as pessoas mudam devido à psicoterapia?”. Veremos neste estudo as respostas para essas e
outras questões.

21/09/2022 14:37 Integrando cognição e comportamento
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7169286/temas/4/conteudos/1 3/55
1 - Neurociências
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer as estruturas neurológicas e o �uxo
de sinais elétricos que dão origem aos nossos comportamentos.
Fundamentos da Neurociência
Fundamentos históricos da Neurociência
Você sabia que antigamente o cérebro era subestimado? Pensava-se que ele não tinha tanta relevância
assim e que o coração era o verdadeiro responsável pelas nossas emoções e comportamentos. Vamos
entender como o conhecimento do sistema nervoso foi evoluindo com o tempo e como é esse guarda-
chuva de disciplinas chamado de Neurociências.
21/09/2022 14:37 Integrando cognição e comportamento
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7169286/temas/4/conteudos/1 4/55
A relação entre o cerébro e o coração.
A ideia de Neurociência é extremamente recente. O termo surgiu em 1969 com a criação da Sociedade
para as Neurociências, pois os pesquisadores perceberam que como vinham de disciplinas diferentes, tais
como Biologia, Química, Farmacologia, Medicina e Psicologia, eles estavam estudando com métodos e
interesses distintos o sistema nervoso. A assim chamada Neurociência surgiu, então, como uma forma de
se criar uma abordagem interdisciplinar entre sujeitos de diferentes áreas que estudam o sistema nervoso
e que passaram a fazer contribuições coletivas a ela.
Saiba mais
Embora, a Neurociência em si seja recente, nossos ancestrais pré-históricos já sabiam que o encéfalo era
essencial à vida de alguma forma, pois já foram encontrados hominídeos de mais de 1 milhão de anos
que tinham lesões de traumatismos cranianos, o que indica que esses indivíduos já atacavam seus
oponentes no crânio quando queriam matá-los. Ou seja, de um jeito ou de outro, eles já sabiam que aquilo
dentro da cabeça era importante para a manutenção da vida.
Além disso, sabe-se também que há cerca de 7 mil anos as pessoas já perfuravam o crânio umas das
outras com objetivo curativo. Fósseis de crânios foram encontrados com perfurações, mostrando que tais
povos faziam trepanação (perfuração craniana) para “tratar” algumas patologias, tais como supostas
desordens mentais e cefaleias, ou para expulsar espíritos malignos. Portanto, sabia-se que alguma coisa
havia ali dentro da calota craniana que, de alguma maneira, provocava essas doenças, dores de cabeça e
afins.
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Escritos datando de quase 5 mil anos atrás mostram que médicos do Egito antigo (incluindo Inotep, o
mais famoso deles, que foi responsável, inclusive, pela construção da primeira pirâmide), estavam cientes
de muitos sintomas de lesões encefálicas. Eles sabiam que, quando uma pessoa sofria um traumatismo
craniano, de alguma forma, isso influenciava no movimento e sensibilidade.
Então, desde muito antes da criação da Neurociência, já se especulava se o cérebro servia de alguma
forma e se estava relacionado com funções vitais.
Porém, até então, o coração era visto como a sede do espírito e das memórias. Quando as pessoas
morriam, o cérebro era retirado pelo nariz e jogado fora por acreditarem que não era importante. O
coração era preservado pela crença de que a alma residia ali, sendo esse órgão responsável pelo nosso
comportamento.
Isso começou a mudar com Hipócrates (século IV a.C.), considerado o pai da Medicina, que escreveu
sobre a doença sagrada:
O homem deve saber que de nenhum outro lugar mas apenas do encéfalo
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O homem deve saber que de nenhum outro lugar, mas apenas do encéfalo,
vem a alegria, o prazer, o risco e a diversão, o pesar e o ressentimento, o
desânimo e a lamentação... por esse mesmo órgão tornamo-nos loucos e
delirantes, e medos e temores nos assombram... Nesse sentido, sou da
opinião de que o encéfalo exerce o maior poder sobre o homem.
(HIPÓCRATES apud MORATO, 2016, p. 576)
Na época, essa afirmação foi considerada uma loucura porque, até então, acreditava-se que o coração era
o grande responsável por tudo isso, mas como homem de visão, Hipócrates estudava e enxergava à frente
de seu tempo.
Aristóteles (384-322 a.C.) ainda acreditava que o coração era o centro do intelecto e explicava que o
encéfalo funcionaria como um radiador – analogia criada pelos intérpretes atuais.
Ele achava que o coração esquentava o sangue, que então passava ao encéfalo para que este o resfriasse,
sendo essa sua função.
Tanto era assim que a inteligência estava relacionada à capacidade de o cérebro resfriar o sangue, mas,
para Aristóteles, os sentimentos e comportamentos eram iniciados no coração.
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Galeno (130-200 d.C.) concordava com Hipócrates sobre a função principal do encéfalo no
comportamento inteligente. Ele fazia dissecações de animais e, quando encontrava estruturas mais
macias (o cérebro em si), acreditava que elas estavam mais relacionadas às sensações. Já quando
apalpava o cerebelo, uma estrutura mais densa e dura, achava que este estava relacionado ao movimento.
Ou seja, Galeano era bastante especulativo ao equivaler “leve” a sensações e “pesado” a movimentos.
Contudo, essa visão do encéfalo prevaleceu por quase 1500 anos.
Durante os séculos XVII e XVIII, tudo começou a mudar quandopassaram a acreditar que a substância
branca seria responsável por levar informações do corpo em direção ao córtex e, deste, de volta ao corpo,
isto é, vias que ascendiam e levavam informações sensoriais e fibras descendentes que estariam
relacionadas ao movimento. Nessa época, observou-se que existiam as mesmas características nas
elevações que hoje chamamos de giros, assim como nas circunvoluções, os sulcos.
Então, percebeu-se que, em diferentes espécies de animais, havia certo padrão e
que este estava presente nos mais diversos encéfalos.
Assim, começaram a criar hipóteses de que os “lobos cerebrais”, essas diferentes áreas do córtex,
também teriam funções distintas, o que levou à era da localização cerebral. A partir de então, o encéfalo
passou a ser considerado o principal órgão do corpo e que desempenhava diversas funções. Com isso, foi
iniciada uma busca sobre o que cada área do cérebro faz.
Representação dos lobos cerebrais.
O século XIX foi um divisor de águas para os estudos nessa área, pois foram descobertas mais coisas
b i t 100 d t d hi tó i l ti d h id d N
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sobre o sistema nervoso em 100 anos do que em toda a história especulativa da humanidade. Nesse
período, quatro ideias se expandiram:
Os nervos como “fios condutores”
As localizações de funções específicas
A evolução do sistema nervoso
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O neurônio como célula-chave
Veremos agora alguns acontecimentos importantes para o desenvlvimento da Neurociência. Vamos lá!
1810 - descoberta dos nervos mistos
O médico Charles Bell (1774-1842) e o fisiologista François Magendie (1783-1855)
descobriram que os nervos levavam tanto informações motoras quanto sensoriais.
Tratavam-se, portanto, de nervos mistos que, ao chegarem na medula, suas raízes
anteriores se relacionavam ao movimento, enquanto as raízes posteriores estavam
relacionadas à sensibilidade.
1843 - descoberta da natureza elétrica dos nervos
A partir dos esforços do cientista Luigi Galvani (1737-1798), no século XVIII, o biólogo Emil
du Bois-Reymond (1818-1896) postulou sobre a natureza elétrica dos nervos. Eles viram
que, quando esses nervos eram estimulados, os músculos se contraíam, então, derivaram a
hipótese de que esses nervos provavelmente funcionavam como se fossem fios, porque, ao
serem estimulados, levavam à contração muscular.
1839 - construção da teoria celular
O zoólogo Theodore Shwann (1810-1882) construiu a teoria celular, segundo a qual todos
os tecidos são formados por unidades microscópicas chamadas células, esta teoria foi
importante para anos mais tarde termos a construção da teoria celular no córtex cerebral.
1859 - comparação do sistema nervoso de diferentes animais
Charles Darwin (1809-1882), com sua teoria da evolução, comparou o sistema nervoso de
diferentes animais e observou que eles produziam respostas similares. Apesar de os
encéfalos dos animais serem diferentes, Darwin percebeu que eles compartilhavam
semelhanças dispostas em um contínuo, de tal forma que teriam evoluído de acordo com
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Funções e organização do sistema nervoso
Funções do sistema nervoso
suas necessidades.
1861 - início dos estudos sobre as áreas e funções do sistema nervoso
Paul Broca (1824-1880) foi apresentado a um paciente que compreendia a linguagem, mas
era incapaz de falar. Após a morte desse indivíduo, Broca encontrou uma lesão no lobo
frontal esquerdo do seu cérebro em uma área específica, concluindo, então, que ela era
responsável pela produção da fala. Em sua homenagem, esse quadro de afasia motora até
hoje é chamado de afasia de Broca, e a região por ele descoberta também leva seu nome e
é chamada de área de Broca. A partir de então, estudos sobre as áreas e funções
específicas do sistema nervoso tiveram início.
1900 - descoberta do neurônio
Anos mais tarde, o neurônio foi descoberto como a unidade funcional do sistema nervoso,
ou seja, a célula responsável pelas funções cognitivas, confirmando a teoria celular também
no córtex.
Séculos XX e XXI - importantes avanços na área
No século XX, neuroestimulações permitiram identificar todas as funções regionais que são
conhecidas hoje. Mais recentemente, já no século XXI, o sistema nervoso é estudado em
diferentes níveis de abordagens, desde o molecular, celular, farmacológico, ontogênico,
sistêmico, comportamental, patológico e até populacional.
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Funções do sistema nervoso
Qual a função do sistema nervoso? Antes de responder a essa pergunta, vamos discorrer sobre o que é
um sistema.
Existe uma organização hierárquica na Biologia na qual temos as células, que se juntam para executar
funções especializadas formando os tecidos, que, por sua vez, se unem para compor funções
especializadas chamadas órgãos. Esses últimos, com o mesmo propósito, reúnem-se formando os
sistemas, que, em conjunto, constituem o organismo. Em relação aos sistemas, temos 11 no total, dentre
eles o sistema nervoso.
Neurônio e células da glia.
O sistema nervoso é formado por tecidos: neurônios e células da glia, também chamadas de neuróglia
(células de suporte aos neurônios, essenciais para sua funcionalidade).
Existem cerca de 86 bilhões de neurônios e dez vezes mais células glia (aproximadamente 860 bilhões)
em cada pessoa.
Existem três funções atribuídas ao sistema nervoso:

Sensorial
Consiste na detecção de estímulos, tanto internos quanto externos.

Integrativa
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Consiste no processamento da estimulação obtida por meio da função sensorial para análise,
armazenamento e tomada de decisões.

Motora
Ativa órgãos efetores, como músculos e glândulas.
O sistema nervoso age em conjunto com o sistema endócrino para coordenar e regular as funções do
nosso corpo. Podemos, por exemplo, receber estímulos luminosos ou sonoros, mas, para interpretá-los da
maneira como eles são, nosso cérebro, que não acessa diretamente fótons ou ondas mecânicas, precisa
receber sinais elétricos dos neurônios que, por sua vez, precisam receber essa excitabilidade. É aí que
entra a função sensorial, captando tais estímulos, ficando por conta da função integrativa a
responsabilidade de transformá-los em sinais elétricos na forma de percepções para análise e tomada de
decisão. Uma vez tomada uma decisão, a função motora coordena os músculos para uma ação.
Assim, podemos classificar as funções do sistema nervoso em duas principais:
Manutenção da homeostase
Manter a condição físico-química constante dentro de certos limites para a saúde do organismo, tais
como: pressão arterial, temperatura, nível de oxigênio e gás carbônico, pH, glicemia, volemia.
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Geração dos comportamentos
Como, por exemplo, os reflexos, a alimentação, a reprodução, a fuga, o ataque e o ato de dormir.
Organização do sistema nervoso
Temos três formas de classificar a organização do sistema nervoso:
Durante o desenvolvimento, temos um encéfalo e uma medula primitiva. O encéfalo, formado pelas
dilatações do tubo neural, passa por várias modificações, diferentemente da medula, que passa
por poucas alterações. Ele se divide em prosencéfalo (que dá origem ao telencéfalo e ao
diencéfalo. Juntos, eles formam o cérebro, os ventrículos laterais, o tálamo, o hipotálamo, o
epitálamo e o terceiro ventrículo); mesencéfalo e rombencéfalo.Este último se divide em
metencéfalo (formador do cerebelo, ponte e parte superior do quarto ventrículo) e mielencéfalo
(que irá formar o bulbo, a medula espinhal e a parte inferior do quarto ventrículo). Por volta da
terceira à quarta semana embrionária o tubo neural forma essas três dilatações.
Desenvolvimento do cérebro.
A neurociência distingue o sistema nervoso central (SNC) do sistema nervoso periférico (SNP) O
Critério embriológico 
Critério anatômico 
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A neurociência distingue o sistema nervoso central (SNC) do sistema nervoso periférico (SNP). O
primeiro compreende o encéfalo, composto por cérebro, cerebelo e tronco encefálico (junção do
mesencéfalo, da ponte e do bulbo); e a medula espinhal. Já o segundo compreende os nervos
(conjunto de axônios que se projetam para fora do sistema nervoso central), que podem ser
craniais ou espinhais; gânglios (conjunto de corpos neuronais fora do SNC); e terminações
nervosas. Alguns autores adicionam o plexo entérico, uma rede de neurônios que enerva nosso
trato digestivo (intestino), como uma divisão direta do sistema nervoso periférico.
Sistema Nervoso.
Dividimos o sistema nervoso em somático e visceral, ambos subdivididos em aferentes e
eferentes. Vias aferentes são aquelas que conduzem informações do SNP ao SNC ou mesmo de
uma parte à outra do SNC. As vias eferentes consistem em vias de resposta pelo SNP, mas a via
eferente visceral é o nosso sistema nervoso autônomo (SNA), dividido em simpático e
parassimpático.
Vias nervosas aferentes e eferentes
Composição do sistema nervoso
Células do sistema nervoso
Critério funcional 
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Células do sistema nervoso
Após estudar a organização e as funções do sistema nervoso central (SNC) e periférico (SNP), vamos
conhecer agora as células do tecido nervoso, classificáveis em neurônios e neuróglias, encontradas em
ambos os sistemas.
Quando falamos de neurônios precisamos ter em mente que estamos nos referindo a
vários tipos diferentes deles.
Por exemplo, no cerebelo, uma estrutura relacionada à coordenação dos movimentos, existe um tipo de
neurônio chamado célula de Purkinje, que é encontrado exclusivamente nele. Da mesma forma, existem
diferentes tipos de células da neuróglia. Algumas são exclusivas do SNC e, outras, específicas do SNP.
Dentre as células da neuróglia residentes no SNC encontramos os astrócitos, os oligodendrócitos, a
micróglia e a célula ependimária. No SNP encontramos as células de Schwann e a célula satélite.
Células da neuróglia.
Vale lembrar-se de que a função do sistema nervoso é a manutenção da homeostase (que é feita
juntamente com o sistema endócrino) e a geração dos comportamentos por meio da sensibilidade, da
integração e da função motora.
As células responsáveis por realizar tais funções são os neurônios devido a duas de suas características
principais, a irritabilidade e a condutibilidade, que se referem, respectivamente, à capacidade de receber
estímulos de forma única e de conduzi-la para outros neurônios e órgãos efetores.
Os neurônios apresentam potenciais de ação (PA) e são capazes de propagar o impulso nervoso.
As células da neuróglia até possuem capacidade elétrica, mas não no mesmo nível de complexidade que
os neurônios apresentam.
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Propagação do impulso nervoso (sinapse) entre dois neurônios.
Quanto à morfologia, os neurônios são divididos em três partes principais:
Morfologia dos neurônios (diferentes tipos).
O corpo celular (também chamado de pericárdio ou soma), usualmente, é a região que recebe os sinais
elétricos; axônio, que é uma projeção do corpo celular responsável por conduzir os sinais (muitos deles
recobertos pela bainha de mielina formada pela neuróglia oligodendrócito no SNC e pela neuróglia célula
de Schwann no SNP); e o telodendro, que geralmente transmite os sinais.
As diferentes neuróglias possuem a função de fazer o suporte dos neurônios, sendo essenciais para sua
sobrevivência e funcionamento em vários aspectos, vamos agora conhecer um pouco mais cada uma
destas células:
Astrócitos
Fazem a nutrição dos neurônios por meio de alguns prolongamentos que entram em
contato com o vaso sanguíneo, retirando-lhe nutrientes, e de outros que contatam o
neurônio, transmitindo-lhe esses nutrientes. Eles também podem controlar o potencial de
ação ou impulso nervoso do neurônio.
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Oligodendrócitos
Compõem a bainha de mielina, isolando e protegendo o corpo do neurônio.
Micróglias
São fagócitos do SNC, servindo à sua defesa ao fagocitar corpos estranhos como
micróbios, que poderiam atacar o neurônio.
Células ependimárias
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São responsáveis pela produção do líquido encéfalo-raquidianos (líquor) que percorre os
ventrículos cerebrais pelo canal central da medula espinhal e, com seus cílios, movimentam
esse fluido.
Células de Schwann
No SNP estas céluas têm a função dos oligodendrócitos no SNC, formando a bainha de
mielina que recobre o axônio, como podemos ver na imagem, as células em amarelo
recobrindo todo o axônio.
Células satélites
Possuem a função dos astrócitos nesse sistema.
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Morfologia ou anatomia dos neurônios
Vimos até aqui que os neurônios são divididos em três partes principais que compreendem o corpo
celular, o axônio e o telodendro, com o fluxo de informação seguindo nessa direção.
É no corpo celular que se encontra a maquinaria funcional da célula. Ele é tão
importante que, caso seja lesionado, o neurônio se torna incapaz de se regenerar
e recuperar, diferentemente do axônio e do telodendro.
O corpo celular contém todas as organelas: o retículo neoplasmático granular e agranular, as
mitocôndrias, o complexo de Golgi, os lisossomos, os peroxiossomos etc. Particularmente, o retículo
neoplasmático granular é muito elaborado e está presente em grande quantidade.
Neurônio com representação das organelas no corpo celular.
É também no corpo celular que estão os dendritos, que são projeções do corpo celular com as funções de
receber e captar sinais, tais como aqueles provenientes de outros neurônios.
Saiba mais
Existem ainda microprojeções nos dendritos, que são filamentos chamados de espinhos dendríticos, e
que estão relacionados à memória de longo prazo. Devido a essa alteração morfológica no neurônio é que
é possível sua manutenção, isto é, quanto mais espinhos dendríticos, maior a capacidade de retenção de
uma memória de longo prazo.
Ainda no corpo celular existe uma dilatação em direção ao axônio chamada de cone de implantação. Essa
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Ainda no corpo celular existe uma dilatação em direção ao axônio chamada de cone de implantação. Essa
é uma região onde o neurônio decide se terá ou não um potencial de ação, que é o modo pelo qual os
neurônios se comunicam entre si e com órgãos efetores, tais como músculos ou glândulas. É nessa
região que existe a chamada zona de gatilho, e entre o cone de implantação e o axônio temos o segmento
inicial do axônio.
No axônio propriamente dito, a estrutura mais conhecida é a bainha de mielina.
Nem todos os neurônios a possuem e, por isso, são chamados de amielínicos.
Porém, naqueles quea apresentam, há um espaço entre uma bainha e outra que é
chamado de nódulo de Ranvier.
No telodendro, temos os terminais axônicos e também os botões sinápticos, que contêm as vesículas de
neurotransmissores que serão liberados em uma sinapse química ou interagirão diretamente com a
membrana de outro neurônio por meio de junções celulares para efetuar uma sinapse elétrica.
Estrutura do neurônio.
Classi�cação dos neurônios
Os neurônios podem ser classificados de duas formas: a primeira é estrutural, que leva em consideração
os prolongamentos estruturados a partir do corpo neuronal; e a segunda é funcional, a partir da direção do
impulso nervoso desde o SNC ou a partir da relação com ele. Veremos com mais detalhes agora cada um
destes tipos de neurônios.
Na primeira classificação estrutural temos os neurônios multipolares por possuírem vários
dendritos e um axônio, encontrado tanto no encéfalo, quanto na medula espinhal e constituindo os
neurônios motores. Eles são encontrados ali fazendo parte dos neurônios motores, que levam
Classificação estrutural 
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neurônios motores. Eles são encontrados ali fazendo parte dos neurônios motores, que levam
informações do SNC para o SNP.
Na segunda classificação estrutural, temos os neurônios bipolares, que possuem duas projeções a
partir do corpo neuronal. Uma delas é um único dendrito e, a segunda, um axônio. Não são muito
encontrados no organismo, sendo mais facilmente achados na orelha interna, na região olfativa do
encéfalo e na retina.
Na terceira classificação estrutural, temos os neurônios (pseudo)unipolares. Eles recebem esse
nome por apresentarem uma única projeção saindo do corpo neuronal, que logo se divide em um
curto dendrito, geralmente utilizado como receptores sensitivos, e um longo axônio. São formados
a partir da fusão de neurônios bipolares em sua origem, durante a embriogênese. Eles são raros e
encontrados nos gânglios sensitivos, constituindo os nervos cranianos e também em nervos
espinhais.
Classificação dos neurônios segundo a sua estrutura.
A classificação funcional diz respeito ao impulso nervoso ou ao potencial de ação (PA). Quando
ele ocorre da periferia (SNP) e for em direção ao córtex cerebral (SNC), como quando furamos o
dedo, por exemplo, isso resulta na sensação de dor e na percepção do estímulo que a causou.
Sendo essa uma via aferente, os neurônios envolvidos nesse processo são classificados como
aferentes ou sensitivos, responsáveis, portanto, por levar o impulso nervoso do SNP para o SNC.
Ao removermos a mão tão logo o dedo seja furado temos a ação do SNC enviando um impulso
nervoso ao SNP para a emissão dessa resposta. Os neurônios envolvidos nesse envio de
informações do SNC para a periferia (SNP) são chamados de neurônios eferentes ou motores.
A comunicação sináptica que ocorre no SNC entre os neurônios aferentes e eferentes ocorre
graças aos interneurônios ou neurônios de associação, responsáveis por integrar as informações,
sendo essa a terceira classificação funcional.
Classificação funcional 
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Os neurônios aferentes costumam ser do tipo pseudounipolares e bipolares, enquanto os eferentes
e os interneurônios são multipolares.
Neurônio eferente (motor) se conectando a uma fibra muscular.
Divisão cerebral
Divisão cerebral e bases biológicas dos processos psicológicos
O sistema nervoso central (SNC) é dividido em hemisfério direito e esquerdo, separados por um feixe de
fibras nervosas chamado corpo caloso, a seguir veremos um exemplo. Ambos os hemisférios possuem
suas partes frontal, occipital, parietal e temporal. Eles atuam em conjunto para uma série de funções,
como a fala, por exemplo, mas cada lado do cérebro possui funções psicológicas específicas. O lado
direito está mais relacionado à consciência artística, à criatividade, à intuição, à imaginação, às fantasias,
aos insights, ao conhecimento, às lembranças, às formas em 3D, à consciência musical e ao controle da
mão esquerda. Já o lado esquerdo está ligado ao pensamento analítico, ao raciocínio lógico, à linguagem,
ao raciocínio matemático e habilidades com números e ao controle da mão direita.
Cada lobo cerebral possui certas funções também, e, é importante ressaltar que, prejuízos nas regiões
afetam as funções. Vamos ver agora as divisões:
Lobo frontal
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É responsável pelos movimentos motores, aprendizagem, pensamento, memória e fala.
Lobo parietal
É responsável pela percepção espacial, sensações de dor, calor e frio.
Lobo temporal
É responsável pelo processamento dos estímulos auditivos, fica localizado mais próximo à orelha.
Lobo occipital
É responsável pelo processamento dos estímulos visuais, fica localizado mais próximo a nuca.
O diencéfalo, uma região central no núcleo do cérebro, é dividido em três partes:
Tálamo
É responsável por receber e enviar informações sensoriais para as áreas correspondentes
do cérebro.
Epitálamo
É responsável por regular as funções de sono e vigília, ficando onde está localizada a
glândula pineal.
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O cerebelo é importante para o equilíbrio e a coordenação motora, além de manter o tônus muscular e
controlar movimentos complexos, tais como: escrever, nadar, andar e seus derivados (pedalar e dirigir).
Hipotálamo
É responsável por organizar as emoções de medo, tristeza, prazer, agressividade,
comportamento sexual, além das sensações de fome e sede. Ele também regula a
temperatura, a pressão, o ciclo menstrual e contém a glândula hipófise, que sintetiza
hormônios e regula outras glândulas do corpo.
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Divisão cerebral.
No tronco encefálico, o mesencéfalo controla funções motoras, sensoriais e viscerais, reflexos visuais e
auditivos e a manutenção do tônus muscular.
A ponte retransmite impulsos para o cerebelo e ajuda no controle da respiração, enquanto o bulbo
controla a frequência cardíaca, a transpiração, a respiração e outras ações involuntárias do corpo, tais
como reflexos de salivação, deglutição, tosse, espirro e vômito. É também nele que as vias motoras se
cruzam (sendo esse o motivo de o hemisfério esquerdo controlar o lado direito do corpo e vice-versa).
Ainda no SNC, a medula espinhal é uma estrutura tubular que se aloja dentro da coluna vertebral, indo
desde a base do encéfalo até a segunda vértebra lombar.
Ela atua na condução de impulsos nervosos sensoriais (dos órgãos receptores para o encéfalo) e
motores (do encéfalo para os órgãos efetores).
Na medula, ao contrário do que ocorre no encéfalo, a substância branca fica na parte externa e a
substância cinzenta na parte interna, com um canal central onde passa o líquido cerebrospinal.
Externamente ela é protegida pelas meninges. As fibras nervosas da substância branca da medula são
dispostas em feixes de vias ascendentes sensitivas (que recebem informação) e vias descendentes
motoras (que vão levar a informação).
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Condução de impulsos elétricos no cérebro e na medula espinhal.
O sistema nervoso periférico (SNP) ou autônomo (SNA), controla movimentos involuntários, como:
Os batimentos cardíacos.
A dilatação e contração dos brônquios na respiração e também das veias e artérias.
A regulação da dilatação da pupila.
O fluxo salivar e lacrimal.
A liberação da bile.
A conversãodo glicogênio em glicose.
O peristaltismo e secreções intestinais.
As contrações da bexiga.
O SNP é dividido da seguinte forma:

Sistema nervoso simpático ou excitatório
Responsável por estimular as glândulas suprarrenais liberando adrenalina e noradrenalina.

Sistema nervoso parassimpático ou inibitório
Responsável por liberar acetilcolina.
Vale ressaltar que esses sistemas funcionam sob o princípio da inibição recíproca de tal forma que:

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Vale ressaltar que esses sistemas funcionam sob o princípio da inibição recíproca, de tal forma que:
quando um aumenta sua atividade, o outro diminui.
Processos psicológicos básicos e neuroplasticidade
Aprendizagem, memória e neuroplasticidade
A aprendizagem é o processo pelo qual alguém adquire novos comportamentos, conhecimentos, opiniões,
habilidades ou hábitos a qualquer mudança ou condições que o meio nos propõe. Ela está relacionada ao
nosso desenvolvimento e capacidade de adaptação.
Saiba mais
Quando você aprende algo novo a partir de estímulos, vivências e necessidades do ambiente em que está
inserido, tais experiências deixam alguns “rastros” no seu cérebro. Os psicólogos e neurocientistas
chamam o conjunto desses rastros de memória de longo prazo e o processo neurológico que os permite é
a neuroplasticidade – o sistema nervoso está preparado e é capaz de se modificar em função dessas
estimulações que o meio nos traz. Simplificadamente, no nível biológico, aprendizagem é a mudança
neurológica derivada da experiência.
A neuroplasticidade cerebral ou neuronal é a capacidade cerebral de adaptação a mudanças que o meio
propõe ao sistema nervoso, alterando sua estrutura e função em resposta às influências ambientais.
É uma capacidade de criar, regenerar e reorganizar os neurônios ou circuitos neurais por meio das redes e
trocas sinápticas, moldando-se a níveis estruturais durante toda a vida. O cérebro é maleável e modificável
não só na formação de novas relações cognitivas, emotivas e comportamentais, mas a ponto de
compensar algumas lesões ou traumas sofridos.
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Antes de avançarmos, é interessante desmistificarmos algumas ideias acerca do uso do nosso cérebro:
1. Não usamos apenas 10% do nosso cérebro, pois o utilizamos por inteiro e constantemente, e ele
permanece ativo inclusive durante o nosso sono.
2. É falso que o lado do cérebro que mais utilizamos dita nossas habilidades porque, embora cada lado
concentre funções específicas, o cérebro possui estruturas interconectadas e que interagem a todo
instante. Não é provável que você tenha certas capacidades porque tal lado do cérebro é mais ativo em
você, mas sim porque, ao desenvolver tal capacidade, as áreas cerebrais relacionadas tenham se
modificado e se tornado mais ativas.
3. É falso que as diferenças entre comportamentos de homens e mulheres ocorrem por distinções entre
os cérebros. Há pequenas e pouco significativas diferenças biológicas entre os cérebros masculino e
feminino, sendo tais distinções comportamentais relacionadas a outros aspectos biológicos estruturais
como um todo e a fatores culturais.
Quando estamos aprendendo algo novo, conexões de redes de neurônios estão sendo criadas (e outras
desfeitas), aumentando a frequência de comunicação entre os envolvidos (algo conhecido como
potenciação de longo prazo). E, quando por fim aprendemos, de tal forma que esse conhecimento ou
comportamento se torna uma memória de longo prazo, tais conexões estão suficientemente fortalecidas
para que sejam mais facilmente ativadas quando nos envolvemos com as condições ambientais para as
quais se desenvolveram ou em que são necessários. A rede de neurônios que codifica uma memória é
chamada de engrama. Outros tipos de mudanças são:
O crescimento de novos axônios até alcançar novos neurônios.
O crescimento ou a diminuição em complexidade na arborização terminal do axônio.
As mudanças na arborização e espinhas dendríticas.
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Neurobiologia dos transtornos mentais
Os transtornos mentais do ponto de vista neurobiológico
O entendimento sobre a neurobiologia dos transtornos comportamentais evoluiu de maneira marcante
nos últimos 50 anos. O modelo clássico dizia que se apenas um gene fosse mutado, ele resultava em uma
alteração fenotípica característica de uma doença. Ou seja, há genes que, se mudarem, resultam em uma
disfunção neuronal tão marcante que produziriam um transtorno mental por si só. Entretanto, pesquisa
após pesquisa por anos seguidos nunca encontraram um só gene responsável por um transtorno mental
específico, o que significa que não se pode afirmar que os transtornos mentais são doenças genéticas.
Esse modelo evoluiu para o modelo endofenotípico, segundo o qual um gene mutado não era responsável
por um transtorno mental em si, mas o produto gênico anormal gerava alguma característica ou sintoma
do transtorno mental. Então, poderia haver uma alteração da percepção, levando a uma alucinação; uma
alteração do pensamento, levando a um delírio; comportamento anormal; modificações na personalidade;
e alterações do humor, afeto e temperamento. Contudo, após muitas pesquisas por anos seguidos, nunca
encontraram um só gene que, ao ser mutado, gerasse uma disfunção em um circuito neural que
resultasse num sintoma psiquiátrico como, por exemplo, um humor deprimido, uma alucinação, um delírio,
um embotamento afetivo etc.
Chegamos então a dois conceitos que veremos agora com mais detalhes:
A formação e perda de sinapses.
Epistasia 
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Seria quando genes diferentes, interagindo entre eles, interferem na expressão de um fenótipo. O
fenótipo (característica cerebral) de uma doença mental seria dado por vários genes que, ao
sintetizarem proteínas, criariam algumas delas com anormalidades sutis. E como desde a
concepção teríamos sido gerados com aquilo, nosso corpo compensaria durante o
neurodesenvolvimento cerebral. Portanto, dada essa compensação cerebral, tais proteínas não
geram alterações neuroquímicas profundas capazes de resultar em um sintoma ou transtorno
psiquiátrico, mas podem representar fatores de risco, posto que os transtornos mentais de origem
fisiopatológicas devem ser pensados como estágios de comprometimentos até serem
alcançados. É o que acontece com todas as doenças multifatoriais que possuem fatores
genéticos e ambientais, tais como o câncer.
Então, várias alterações sequenciais precisam se acumular para gerar uma disfunção em um
sistema orgânico específico. A epistasia ocorre quando dois genes distintos mutados e que
regulam uma mesma via metabólica cujas proteínas alteradas que se complementam, ao
interagirem, aumentam a chance de uma disfunção comportamental. No entanto, duas mutações
em epistasia ainda são facilmente compensadas pelo organismo. Somente elas não são
suficientes para gerar um fenótipo com vários sinais e sintomas característicos para serem
agrupados em um diagnóstico nosológico e que possa ser chamado de um transtorno mental. Elas
podem gerar um processamento de informação um pouco deficiente, mas ainda no limite da
normalidade graças à compensação.
Ocorre quando duas e até três mutações não são suficientes para gerar um fenótipo de transtorno
mental, sendo necessário as interações entre essas mutações genéticas (natureza) e o ambiente
(experiências).
As mutações, então, conferem vulnerabilidades ou fatores de risco e se tornam mais suscetíveis
às interferências do meio ambiente. Quando essas interferências produzem a neuroplasticidade,
piorandoesse processamento neurológico, as disfunções cognitivas e comportamentais podem
começar.
É importante destacar que: quanto mais contingências epistásicas e ambientais se somarem, maior será
a evolução de grandes disfunções de circuitos cerebrais hipo ou hiperativados, gerando vários sintomas,
até delírios e alucinações em um quadro de esquizofrenia, por exemplo. Vale o mesmo para depressão,
transtorno bipolar e outros, obviamente que mudando os genes e estressores ambientais. Tais genes
Epigenética 
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p q g g
surgem como produto de mutação durante a concepção ou são transmitidos por progenitores que já os
possuíam.
Neurobiologia dos transtornos mentais
Confira agora a evolução dos diferentes modelos explicativos da neurobiologia dos transtornos mentais e
a importância do modelo da epistasia.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
O cérebro consiste em dois hemisférios (direito e esquerdo), cada um dividido em lobos, que
compõem a camada mais externa chamada de córtex cerebral. Cada lobo cerebral possui certas
funções, tais como:
Parabéns! A alternativa D está correta.
O lobo temporal fica localizado próximo às orelhas e permite reconhecer diferentes sons. Não existe
lobo neuronal. A alternativa A descreve a característica do lobo occipital. A alternativa C define a
função do lobo frontal e a opção E corresponde ao lobo parietal.
A O lobo frontal, próximo à nuca, que processa estímulos visuais.
B O lobo neuronal, que é responsável pela liberação dos hormônios.
C
O lobo parietal, que é responsável pelos movimentos motores, aprendizagem,
pensamento, memória e fala.
D O lobo temporal, que processa estímulos auditivos.
E O lobo occipital, que coordena a percepção espacial, sensações de dor, calor e frio.
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Questão 2
Os estudos sobre neuroplasticidade são fundamentais para a compreensão dos fenômenos da
aprendizagem. A plasticidade cerebral refere-se à capacidade do sistema nervoso de modificar sua
estrutura e função em decorrência dos padrões de experiência. Sobre esse atributo, é possível afirmar
que:
Parabéns! A alternativa C está correta.
Aprendizagem é a mudança neurológica derivada da experiência. Essa correspondência é possível
graças a uma neuroplasticidade que integra todas as regiões cerebrais harmoniosamente, operando
durante toda a vida, dia e noite ininterruptamente, e também compensando lesões ou déficits
cerebrais. A opção B é mera especulação.
A Está relacionada à capacidade de adaptação propriamente da vida adulta.
B A neuroplasticidade é proporcional ao tamanho do cérebro.
C O sistema nervoso está preparado para se modificar em função de estimulações.
D Novas conexões entre células nervosas acontecem cerca de dez vezes por dia.
E Cada área cerebral é independente em sua plasticidade.
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2 - Terapia cognitivo-comportamental
Ao �nal deste módulo, você deverá ser capaz de analisar as implicações clínicas dos
pressupostos e fundamentos básicos da terapia cognitivo-comportamental.
Terapia cognitiva
Fundamentos históricos
Antes do surgimento das terapias cognitivas na década de 1960, de um lado, havia abordagens clínicas
psicodinâmicas e, do outro, as terapias orientadas cientificamente, lideradas pelo movimento
comportamentalista. Esse último buscava explicações baseadas em evidências e intervenções focadas
em resultado. A primeira geração de comportamentalistas avançou nos programas de treinamento de
habilidades e intervenções respondentes, tais como a dessensibilização sistemática, conquistas essas
que são úteis até os dias atuais. Entretanto, a lacuna era de que essas primeiras técnicas estavam muito
voltadas aos comportamentos públicos (externos), e faltavam, portanto, materiais para trabalhar com os
comportamentos privados, como as cognições.
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Nesse meio-tempo, a revolução computacional acontecia, o que serviu de metáfora para o dualismo
mente-corpo: o software está para o hardware assim como a mente está para corpo. O software é o
“invisível”, sendo programável e responsável por processar dados. De forma análoga, a mente processa
pensamentos, que também podem ser reestruturados. Na direção de responder à lacuna vigente, os
cognitivistas começaram a teorizar e organizar intervenções focadas na identificação, exame e
modificação de crenças, inaugurando a revolução cognitiva: a busca para compreender e intervir no
processamento mental humano. Assim, começaram a surgir variados modelos de terapia cognitiva, tendo
Aaron Beck como o maior proponente.
Beck era psiquiatra, professor universitário na Pensilvânia (EUA) e passou pela psicanálise antes de fundar
a terapia cognitiva, sendo considerado historicamente como o maior expoente do cognitivismo. Suas
primeiras publicações nessa área abordaram intervenções em quadros depressivos, que depois se
estenderam aos demais transtornos psiquiátricos. Essa interface com a psiquiatria também promoveu
bastante a adesão dos demais profissionais aos seus métodos.
Saiba mais
Beck desempenhou vários experimentos para testar os conceitos psicanalíticos da depressão, mas
percebeu uma nova explicação para os sentimentos e comportamentos de seus pacientes. Beck notou
que pacientes depressivos vivenciavam cadeias de pensamento que pareciam aparecer
espontaneamente. Surgia, então, o conceito de pensamentos automáticos.
A partir daí, ele começou a ajudar os pacientes a avaliarem seus pensamentos automáticos. Com o
tempo, descobriu que, quando fazia isso, os pacientes eram capazes de pensar de maneira mais realista e,
como resultado, eles se sentiam melhor emocionalmente e conseguiam se comportar de maneira mais
funcional. A longo prazo, o paciente desenvolvia a habilidade de desafiar suas crenças sobre eles
mesmos, sobre o futuro e sobre o mundo (chamada de tríade cognitiva negativa), assim, a melhora
permanecia. Foi aí que surgiu então a terapia cognitiva.
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Voltado principalmente aos transtornos de ansiedade, Beck observou que as experiências
comportamentais de exposição eram elementos muito valiosos para a melhora desses quadros. Resolveu,
então, agregar essas técnicas à sua terapia, que passou a chamar de terapia cognitivo-comportamental.
Pressupostos gerais
Como processamos nossas reações
Você provavelmente já deve ter ouvido falar que não são as situações que afetam o modo como reagimos,
mas sim a maneira como as enxergamos. A terapia cognitivo-comportamental baseia-se nessa mesma
ideia. Os nossos pensamentos sobre as situações, a avaliação cognitiva ou a maneira que as informações
apresentadas são processadas por nós, afetam nossa emoção e, consequentemente, nosso
comportamento e respostas fisiológicas.
Com isso, em uma mesma situação, duas pessoas diferentes podem ter reações
distintas ou completamente opostas. Por exemplo, um estudante pode ficar feliz e
entusiasmado por ter passado no vestibular e estar indo para a faculdade,
enquanto outro pode ficar triste e amedrontado por ter de sair de sua zona de
conforto.
Em síntese, três proposições fundamentais caracterizam uma terapia cognitiva:
Primeiro
Reconhecer o papel mediador da cognição entre a situação e como lidamos com ela.
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Portanto, o modelo cognitivo básico, como veremos no exemplo a seguir, equaciona três variáveis:
situação, cognição e respostas (emocionais e comportamentais), sendo a cognição a variável
mediacional, o alvo das análises e intervenções da terapia cognitiva. Essa ênfase é referida como hipótese
da primazia da cognição.
Terapia cognitivo-comportamental.
Esse modelo pode ser apresentado da seguinte forma:
Segundo
Saber que a cognição influencia sentimentos e ações. Não é a realidade situacional em si
que nos afeta, mas, sim, a nossa interpretação sobre ela. Corroborando a mentalidade do
filósofo grego Epiteto, que declarou que não são as coisas que nos perturbam, mas, sim, a
visão que temos delas.
Terceiro
Ter consciência de que as cognições podem ser examinadas e alteradas, o que impulsiona
a produção de uma terapia de efetividade comprovada por resultados empíricos confiáveis.
Primeiro
Há uma situação, que pode ser ouvir ou ver alguma coisa, ter alguma sensação física, ou
estar deitado na cama pensando em uma apresentação que precisa realizar, por exemplo.
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Você pode se perguntar como uma mesma situação pode desencadear diferentes desfechos nas
pessoas. Não obstante outros fatores circunstanciais, uma demissão no trabalho pode ser horrível para
alguém que interpreta como “agora vou passar fome”, “sou um péssimo profissional” e “minha vida
acabou”; mas ser motivo de alegria para outra que interpreta como “agora vou iniciar a carreira que
sempre quis” e “não ocuparei tanto o meu tempo no meu próximo trabalho”.
Cognição e distorções cognitivas
Níveis do processamento cognitivo e as distorções cognitivas
Os três níveis de processamento cognitivo (pensamentos e imagens, isto é, como raciocinamos e
imaginamos), do mais superficial ao mais profundo, são: pensamentos automáticos, crenças
Em resumo, qualquer coisa que acontece no nosso dia.
Segundo
Nessa situação, os pensamentos automáticos então aparecem. Eles podem vir em formato
verbal ou imaginário. Quando são verbais, podem se apresentar como “não vou dar conta
dessa apresentação”, “vai me dar branco”, “vou esquecer o que eu preciso falar”. Quando
vêm na forma de imagens, eles podem se manifestar quando nos imaginamos travando
sem conseguir falar e os colegas da sala rindo.
Terceiro
Temos então as reações, que podem ser emoções, comportamentos e respostas
fisiológicas. No exemplo, a pessoa começa a se sentir ansiosa (emoção), o coração
começa a acelerar (fisiologia), fala para um amigo que não vai à apresentação e falta
aquele dia (comportamentos).
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g ), p p , p , ç
intermediárias e crenças centrais. Todas essas ideias, conceitos ou interpretações vão sendo formados
ao longo da vida pelas experiências, instruções e modelos que recebemos, conscientemente ou não.
É importante reforçar essa hierarquia cognitiva. Crenças centrais influenciam
crenças intermediárias que, por sua vez, influenciam os pensamentos
automáticos. Se as centrais forem modificadas, teremos uma intervenção
profunda que interfere nos demais níveis.
Assim, caso os pensamentos automáticos sejam alterados, a intervenção tende a ter efeitos
momentâneos, porque ainda estará sob controle da pressão perceptiva das crenças centrais. Isso geraria
uma dissonância cognitiva – um desconforto causado pela incoerência ou contradição entre os
conteúdos mentais.
Para metaforizar que a inconsciência é maior que a consciência, Freud utilizou a figura do iceberg, cuja
maior parte está afundada na água e não conseguimos vê-la da superfície. Beck inverteu essa proporção
para mostrar que existem algumas poucas crenças centrais do indivíduo que determinam inúmeros
pensamentos e raciocínios.
A raiz do processamento cognitivo está nas crenças centrais ou nucleares, que
são interpretações ou definições tidas como verdades fixas e globais pela pessoa
que as tem. São o nível mais profundo de representação mental e tendem a ser
absolutas independente das situações.
O indivíduo se relaciona com o mundo se baseando nas experiências passadas que ele teve. Tudo que
aprendemos e vivemos, seja algo positivo ou negativo, ajuda no desenvolvimento de nossas crenças
centrais, que são formadas desde as primeiras experiências de vida e depois fortalecidas conforme
vamos tendo outras experiências.
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Exemplo
Se uma pessoa teve um pai que cobrava muito seu desempenho durante sua infância e não o valorizava
quando tinha um resultado positivo pode desenvolver uma crença de que não é bom o suficiente ou até
mesmo incompetente. Depois que essa crença está formada, essa pessoa terá outras experiências que se
relacionam. Ela pode estar na faculdade e, em uma determinada prova, tirar 8. Se levarmos em conta que
a média é 5 e olharmos a situação de maneira objetiva, 8 é uma boa nota, pois significa 80% do
desempenho. Entretanto, como tem a crença de ser não ser capaz, é possível que não valorize esse
resultado e pode acabar dizendo “não tirei 10 porque não sou capaz” ou pensar “só tirei essa nota porque
a prova estava fácil”. Independentemente de qual variação de pensamento ela possa vir a ter, caso ele
siga nessa mesma linha a experiência só fortalecerá sua crença de ser incapaz. Por isso, é tão difícil nos
livrarmos de crenças disfuncionais, pois, mesmo tendo evidências contrárias a elas, nos esforçamos para
provar que elas estão corretas. Esse processo é chamado de viés da confirmação.
Das crenças centrais derivam as intermediárias ou subjacentes, que descrevem relações entre eventos ou
elementos do mundo, formando regras imperativas, premissas condicionais, posicionamentos e
prescrições comportamentais. São intermediárias entre as crenças centrais e os pensamentos
automáticos e orientam sobre como o mundo funciona e como reagir. Por exemplo, “não posso recusar
pedidos”, “se me atacarem, devo atacar de volta”, “se não tiver amigos, serei um fracassado”, “meu valor
depende da aceitação dos outros”.
Podemos falar também do conceito de esquemas, que são conjuntos de crenças centrais e
intermediárias, categorizáveis em torno de um eixo temático. A terapia cognitiva trabalha com três
esquemas:
Desamparo
Refere-se a uma visão distorcida de suas capacidades para lidar com adversidades, como, por exemplo,
“sou vulnerável, inferior, frágil”.
Desamor
Corresponde à visão distorcida da capacidade de ser amado, como, por exemplo, “sou indesejável,
rejeitado”.
Desvalor
Tem a ver com uma visão distorcida de suas capacidades para ser produtivo, eficiente, como: “sou
incompetente, incapaz, fracassado”.
E d l ã i t
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Esses esquemas podem ser em relação a si mesmo ou aos outros.
A aplicação específica dessas crenças na situação vigente acontece por meio dos pensamentos
automáticos, que são interpretações específicas, voltadas ao contexto imediato e tendemos a aceitá-los
sem questionamentos quando ocorrem. Eles são espontâneos, não requerem esforço, são breves e
passageiros. Por exemplo, em uma festa, alguém pode pensar que “ninguém aqui vai falar comigo”, “meus
colegas vão me rejeitar” e começa se ver isolado em um canto do salão da festa.
Vamos agora ilustrar a interação entre os três níveis cognitivos em uma mesma situação.
Um aluno pega seu livro de Matemática para estudar e pensa imediatamente “Matemática é difícil demais,
jamais vou entender isso” (pensamento automático).
A crença intermediária subjacentepode ser “se não for para dominar perfeitamente uma tarefa, melhor
nem tentar”, que é derivada de uma crença central de que “sou incompetente”.
Todo esse processamento cognitivo pode levá-lo a fechar o livro e desistir, além dos sentimentos de
tristeza decorrentes.
Em quadros psicopatológicos, a pessoa é inundada por pensamentos automáticos de uma forma
inflexível e improdutiva. A capacidade de pensar acaba nos atrapalhando. O paciente aprende na terapia a
acessar, monitorar e mudar sua forma de pensar, considerando os pensamentos como hipóteses
plausíveis, porque existe a possibilidade de explicações alternativas.
Saiba mais
Os estudos clínicos em terapia cognitiva concentravam-se em identificar as tendências interpretativas
distorcidas que mantinham as pessoas na psicopatologia e modificá-las para raciocínios realistas,
superando, assim, a rigidez cognitiva enquanto desenvolve a flexibilidade cognitiva. Um pensamento de
cunho negativista não significa necessariamente que seja uma distorção cognitiva, pois uma ideia
negativista pode ser realista. A pessoa pode ter uma crença de ser incapaz em alguma habilidade e, de
fato, não ter esse repertório modelado. Distorções são crenças que não correspondem aos fatos e
evidências. Nesse sentido, é possível alguém ter uma crença distorcida tanto de ser incapaz quanto de ser
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p g ç p q
um gênio.
Em termos clínicos, pensamentos disfuncionais são aqueles que causam algum sofrimento. Por exemplo,
alguém não é aprovado em uma prova e pensa “a culpa é toda minha e eu sou um inútil”. Um indivíduo
apaixonado se visualiza pedindo uma moça em namoro, mas pensa “certamente ela vai dizer não, melhor
nem tentar”. Notamos aqui constatações e previsões possivelmente distorcidas, generalistas,
reducionistas ou catastróficas, que geram sofrimento.
Ter a capacidade de pensar não significa ter a habilidade de pensar. As pessoas
tendem a concluir que o mundo é do tamanho da mente delas. Se não tivéssemos
contato com estrangeiros, poderíamos acreditar que só existe a língua
portuguesa, por exemplo. Precisamos aprender a nos distanciar dos nossos
próprios pensamentos para podermos ampliar suas possibilidades e exames.
Dentro de um quadro depressivo, uma pessoa pode apresentar os seguintes padrões de pensamento:
“Viver é sofrer, não há saída, não existe felicidade”. Nesse sentido, Beck criou inventários para medir e
comparar esses dados, evidenciando essa realidade no funcionamento mental de pessoas deprimidas.
Quanto menor a correspondência entre pensamentos e fatos, observa-se maior dificuldade com a gestão
das emoções.
Em última instância, na terapia, o paciente aprende a flexibilidade cognitiva para se questionar, considerar
outras variáveis e levantar explicações alternativas. É necessário ensinar o paciente a se distanciar dos
seus pensamentos para considerar outras hipóteses.
As perguntas-chave da terapia cognitiva são “o que está passando na sua mente?” e “qual o sentido desse
pensamento?”. Com essas interrogações ajudamos o paciente a identificar suas crenças para descobrir
qual foi o pensamento que o influenciou, independentemente se estava consciente ou não.
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As crenças vão sendo identificadas, questionadas por meio de perguntas e confrontadas com evidências:
“qual a relação entre o que você está pensando com o que você está sentindo?”, “existem evidências para
pensar dessa forma ou para pensar o contrário?”, “existe outra maneira de interpretar isso?”, “o que de pior
pode acontecer?”, “qual a real probabilidade de isso acontecer?”, “quais as consequências de pensar
assim?”, “você já pensou diferente em situações semelhantes?”, “como alguém em situação semelhante
poderia pensar sobre isso?”.
Pensamentos são diferentes de fatos. A realidade não sai dos nossos pensamentos, são eles é que
precisam examinar a realidade. Só de se modificar os pensamentos automáticos já costuma gerar alívio
dos sintomas do paciente.
Nesse sentido, todo caso clínico é formulado segundo o modelo cognitivo. Isso é
chamado de conceituação cognitiva – um “mapa” que mantém o foco e determina
as estratégias cognitivas e comportamentais para cada momento da terapia, mas
que está sujeito a atualizações no transcorrer dela.
Portanto, uma conceituação cognitiva de um caso requer a identificação dos seguintes aspectos:
Pensamentos automáticos
Sentimentos e ações perante as situações-problemas
C i t diá i t i di f i i
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Pressupostos da terapia cognitivo-comportamental
Terapia cognitivo-comportamental: características, objetivos e
pressupostos
Vamos abordar agora as principais características da terapia cognitivo-comportamental (TCC). Seu
método de trabalho funciona tanto para transtornos psiquiátricos quanto para comportamentos
disfuncionais e pensamentos recorrentes que podem trazer prejuízos ou sofrimentos significativos.
Problemas e dificuldades do dia a dia, que não necessariamente estão relacionados a algum transtorno,
também conseguem seu espaço nos atendimentos da TCC.
Crenças intermediárias e centrais disfuncionais
Determinantes orgânicos
Dados históricos que mostram a formação dessas crenças desadaptativas
Fatores precipitadores ao início do quadro
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A TCC valoriza e capacita o indivíduo a assumir o controle de sua vida por meio da psicoeducação e do
questionamento socrático, com uma vasta gama de técnicas específicas para o diagnóstico individual. O
objetivo geral da TCC é permitir que o cliente assuma o controle de seus problemas e gerencie a vida de
maneira adaptativa e saudável.
Re�exão
Assim, o primeiro pressuposto é de que a terapia é baseada no modelo cognitivo, que é a explicação que
orienta todo o tratamento. É a premissa básica de que não são as situações que fazem a gente reagir de
uma determinada maneira, mas como a gente pensa sobre aquelas situações. Esses pensamentos
automáticos que ocorrem na situação em que estamos estão relacionados às nossas crenças. Identificar
e reestruturar crenças são os objetivos da terapia.
Isso tudo acontece porque entendemos que nossos pensamentos não são fatos, mas sim ideias. E como
toda ideia, podem ser desafiados e levados ao escrutínio em busca da realidade. Ao mesmo tempo,
descobrimos que eles não possuem toda força que acreditamos que eles possuem e que, muitas vezes,
não precisam ser levados a sério.
A terapia é orientada por metas e objetivos. É uma terapia direta, prática e muito
clara. O objetivo pode ser tanto o autoconhecimento quanto o tratamento de uma
psicopatologia. Alcançados os objetivos e não tendo novos, o paciente recebe
alta.
As metas ajudam a dar um direcionamento no tratamento, além do sentimento de conquista e motivação
a cada nova meta atingida. Elas ajudam também os clientes a verem seus objetivos como algo possível
de ser atingido e os resultados como algo real. Desse modo, a terapia busca maneiras de mensurar os
progressos para que consigamos verificar se está havendo uma evolução.
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Sessão de terapia cognitivo-comportamental.
A terapia é baseada na conceitualização cognitiva do paciente, que é basicamente um “mapa” do
funcionamento cognitivo da pessoa, mas o terapeuta não se prende a uma avaliação inicial que será
definitiva para todo o tratamento, pois, a cada sessão e à medida que progressos são feitos, novas
informações podem incrementar a formulação do casoe dar uma maneira única de enxergar o paciente.
A terapia é psicoeducativa, pois sempre há o objetivo de o paciente se tornar o seu próprio terapeuta. Com
isso, o paciente ganha autonomia para continuar os processos terapêuticos em sua vida. É por meio
dessa psicoeducação que o terapeuta dá um suporte educativo sobre o problema que o paciente está
enfrentando, podendo falar sobre como o seu transtorno funciona, como a TCC pode atuar no transtorno
específico, como o comportamento do paciente o mantém no problema e sobre várias outras coisas que o
paciente não saiba, mas precise de uma “orientação” para que ele comece a refletir sobre.
Atenção!
A relação terapêutica é colaborativa, o paciente é ativo e o terapeuta também. O caminho terapêutico é
construído conjuntamente. Essa aliança terapêutica é o início de todo tratamento bem-sucedido em
qualquer linha terapêutica, mas na terapia cognitiva ela ganha um espaço ainda mais especial. Sem uma
boa relação terapêutica os questionamentos podem não acontecer da melhor maneira, o cliente pode
hesitar em responder o que pensa, em dar feedbacks e, consequentemente, o tratamento será afetado.
É fundamental criar um clima de confiança para que o paciente se sinta livre para se abrir e contar o que
for necessário durante as consultas. Para que essa aliança se desenvolva, a empatia, a tolerância, a
atenção e o respeito por parte do terapeuta são indispensáveis para que as sessões possam fluir.
A colaboração ajuda no trabalho de busca das metas do cliente como um time. Duas cabeças pensando
sobre um mesmo problema e colaborando em possíveis soluções melhora a eficácia do tratamento e
ajuda no aprendizado do cliente para que ele se torne seu próprio terapeuta.
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Com essa colaboração estabelecida como algo importante, a cada sessão o terapeuta e o paciente
decidem juntos o conteúdo que será trabalhado, o número de sessões semanais que é ideal para a
eficácia do tratamento, se é adequado ou não um determinado “plano de ação” e como deve ser realizado
esse plano. Os planos de ação são exercícios concretos de observação, treino ou mudança de alguma
variável identificada.
A terapia não acontece somente na sessão, pois o terapeuta direciona o que pode ser trabalhado durante
a semana.
Esse direcionamento pode ser um plano para que o paciente teste seus pensamentos, desenvolva novos
hábitos ou coloque em prática as habilidades e conclusões discutidas e obtidas na sessão. Tudo para
estimular o paciente a identificar, avaliar e responder suas crenças disfuncionais.
A terapia é focada inicialmente no presente. A partir da queixa, os esforços são voltados ao aqui-agora,
identificando as circunstâncias atuais e visando modificações cognitivas e comportamentais necessárias.
Só podemos alterar o presente, por isso, há uma grande ênfase no momento atual, no enfrentamento da
realidade como ela é, e não como é imaginada ou temida.
Contudo, é também possível explorar questões relacionadas ao passado do paciente. Esse passado é
trazido em três situações típicas:
Primeira situação
Quando o paciente tem grande interesse nele.
Segunda situação
Quando o foco no presente não provoca mudanças significativas.
Terceira situação
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As sessões da terapia tendem a ser mais estruturadas, embora não seja uma estrutura rígida. A ideia é de
que o terapeuta organize a pauta inicial da sessão, percebendo o que precisa ser investigado,
acompanhado e aplicado. O terapeuta, então, tem uma participação ativa no processo da terapia.
Em geral, há a avaliação do humor do paciente; uma ponte entre as sessões, que é basicamente uma
avaliação da semana que se passou e a atual e se haverá algo que acontecerá na próxima semana;
discutimos sobre o que o paciente quer trabalhar na sessão atual; desenvolvemos estratégias para as
prioridades e fazemos um feedback do que foi feito e da sessão como um todo.
Atenção!
A terapia reúne muitas técnicas, mas não é tecnicista. As técnicas são utilizadas a favor da realidade
particular do paciente. Uma das principais técnicas de condução é a descoberta guiada, pois o terapeuta
tende a não entregar respostas prontas. Em vez disso, ele constrói interrogações ou caminhos para o
paciente aprender a se observar e extrair conclusões autonomamente.
Outras técnicas que também são utilizadas na terapia, são as seguintes:
e ce a s uação
Quando há a necessidade de entender a relação de causas e efeitos entre o passado e o
presente.
Questionamento socrático
Seta descendente
Experimento comportamental
Cartão de enfrentamento
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A terapia enfatiza o positivo, ou seja, os valores e pontos fortes do paciente. Além de resolver problemas,
também existe um foco muito importante em tudo aquilo que agregue valor e significado à vida da
pessoa.
Saiba mais
A terapia também tem o objetivo de romper com os padrões comportamentais que mantêm as distorções,
fazendo parecer que elas estão confirmadas e são válidas. Por causa disso, o processo terapêutico da
TCC precisa ser ativo e consciente. A maioria de nossos pensamentos disfuncionais fortalece nossas
crenças e nossos comportamentos de segurança nos impedem de desafiá-las. Depois de trabalhados os
pensamentos, as reações tendem a não ser tão disfuncionais. Suas emoções negativas e sensações
físicas ficam menos intensas e duram por menos tempo. Seus comportamentos são mais questionados
antes da sua execução e podem nem mesmo acontecer.
Isto significa que, além então de trabalharmos com os pensamentos, os comportamentos de segurança
também são trabalhados. Começa-se identificando-os, o motivo de eles existirem e quais as
desvantagens no curto, médio e longo prazo na hipótese de continuarem. Depois disso, entramos no
processo de evitar o uso desses comportamentos, seja pelo controle do que os causa, seja pelo uso de
uma regulação emocional ou uso de outro comportamento mais funcional.
É um enfoque bidirecional Partimos da ideia de que a correção das distorções
Treinamento de habilidades sociais e de enfrentamento
Dramatização
Exposições
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É um enfoque bidirecional. Partimos da ideia de que a correção das distorções
cognitivas não é possível sem o envolvimento do comportamento e a correção de
comportamentos disfuncionais não é possível sem o envolvimento da cognição.
Por fim, a terapia se atenta ao tempo do tratamento. O tempo é o menor tempo possível para resolver os
objetivos e gerar a autonomia no paciente para ele continuar dali em diante. No processo final da terapia,
as sessões podem ser mais espaçadas (quinzenal ou mensalmente, por exemplo) ou é possível agendar
sessões avulsas quando for solicitado pelo paciente.
Os pressupostos da terapia cognitivo-comportamental
Confira agora os pressupostos da terapia cognitivo-comportamental e sua aplicação na prática clínica.
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
A terapia cognitivo-comportamental é baseada teoricamente no modelo cognitivo, que equaciona
basicamente as variáveis:
Parabéns! A alternativa C está correta.
O modelo cognitivo operacionaliza o funcionamento humano que se expressa em emoções e ações
d t i d l i t t õ t d it ã A lt ti A it í i d
A Filogênese, ontogênese e sociogênese.
B Comportamentos respondentes e operantes.
C Situação, cognição e reações emocionais e comportamentais.D Descoberta guiada, questionamento socrático e exposição.
E Desamor, desvalor e desamparo.
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determinadas pelas interpretações que temos de uma situação. A alternativa A cita os níveis de
evolução comportamental. A alternativa B refere-se aos dois tipos gerais de comportamento humano,
enquanto a D cita técnicas da TCC e a E são os esquemas básicos definidos pelo Beck.
Questão 2
A TCC tem características claras e estruturadas, ao mesmo tempo flexíveis à realidade singular de
cada paciente. Dentre elas, podemos citar:
Parabéns! A alternativa D está correta.
O terapeuta tende a esclarecer o quadro do paciente, como funciona a terapia e os processos de
mudança, além de objetivar a capacitação dele para que se torne seu próprio terapeuta, uma vez que
dominou caminhos para resolver seus problemas independentemente. As sessões são estruturadas
em pautas flexíveis e contam com planos de ação ou “tarefas” de casa para impulsionar o
desenvolvimento fora das sessões. O foco está nas variáveis cognitivas e no presente, mas há
também abertura para trabalhar com a história do paciente.
A As sessões não são estruturadas.
B O foco está nas reações emocionais.
C Não tem interesse no passado do paciente.
D A terapia é psicoeducativa.
E O desenvolvimento do paciente acontece apenas nas sessões.
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Considerações �nais
A pesquisa sobre os circuitos neurais dos transtornos mentais tem importante implicação clínica, pois
amplia nosso conhecimento dos mecanismos neurobiológicos subjacentes às patologias, assim como
podem revelar os circuitos neurais associados à melhora dos sintomas em decorrência do tratamento
bem-sucedido com a terapia cognitivo-comportamental (TCC).
A TCC favorece a reestruturação dos pensamentos e crenças, bem como a modificação de sentimentos e
comportamentos, promovendo aprendizados. Assim, é importante ressaltar que o tratamento com a TCC
abrange técnicas específicas que permitem tanto a extinção do medo condicionado quanto a regulação
cognitiva das emoções. Portanto, ela é capaz de promover neuroplasticidades, alterando atividades
neurais disfuncionais.
Estudos envolvendo transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), de estresse pós-traumático (TEPT), de
ansiedade generalizada (TAG), de ansiedade social (TAS), do pânico (TP), fobias e quadros depressivos
confirmam esses resultados, demonstrando haver relação entre o tamanho e a ativação de áreas
cerebrais anteriores ao tratamento e a resposta da TCC. São características neuronais tanto morfológicas
quanto funcionais.
Os resultados dos estudos fortalecem a proposta terapêutica da TCC, revelando ser esta uma modalidade
de psicoterapia amparada tanto em evidências científicas de estudos de ensaios clínicos quanto das
ciências básicas.
Podcast
Ouça agora os fundamentos neurobiológicos do comportamento e a importância da neuroplasticidade a
fim de observar os principais pressupostos da TCC e suas implicações clínicas.
Referências

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BECK, A. et al. Terapia cognitiva da depressão. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.
BECK, J. S. Terapia cognitiva: teoria e prática. Porto Alegre: Artmed, 1997.
CHANGEUX, J. O homem neuronal. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1985.
CLARK, D.; BECK, A. Terapia cognitiva para os transtornos de ansiedade. Porto Alegre: ARTMED, 2012.
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GAZZANIGA, M., HEATHERTON, T. Ciência psicológica: mente, cérebro e comportamento. Porto Alegre:
Artmed, 2005.
LANDEIRA-FERNANDEZ, J.; SILVA, M. (Orgs.). Intersecções entre Psicologia e Neurociências. Rio de
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LENT, R. (Coord.) Neurociência da mente e do comportamento. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
LURIA, A. Fundamentos de Neuropsicologia. São Paulo: EDUSP, 1981.
MORATO, E. Das relações entre linguagem, cognição e interação: algumas implicações para o campo da
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RANGÉ, B. (Org). Psicoterapias cognitivo-comportamentais: um diálogo com a psiquiatria. Porto Alegre:
Artmed, 2010.
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Confira agora o que separamos especialmente para você!
Veja como a neuroimagem comprova que a TCC pode ser eficaz para os tratamentos de TOC, TEPT e TAS
no artigo Alterações do córtex cingulado anterior como um preditor de resposta à terapia cognitivo-
comportamental, de Marllon Barbosa, João Moraes e Paula Ventura, publicado em 2019 no Jornal
Brasileiro de Psiquiatria.
Repare como Priscila Fernandes e Marcele Carvalho descrevem as alterações orgânicas promovidas pela
21/09/2022 14:37 Integrando cognição e comportamento
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7169286/temas/4/conteudos/1 55/55
TCC para o tratamento do TOC no artigo Alterações neurobiológicas verificadas a partir do tratamento
com terapia cognitivo-comportamental no transtorno obsessivo-compulsivo, publicado em 2016 na
revista Psicologia: Teoria e Pesquisa.
Saiba como a TCC pode ser eficaz para o tratamento do TEPT lendo o artigo Marcadores neurobiológicos
e psicométricos da eficácia da terapia cognitivo-comportamental no transtorno de estresse pós-
traumático associado a sintomas dissociativos: relato de caso, de Ana Cristina Lages e colaboradores e
publicado em 2011 na Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul.
Leia o artigo de Carlos Eduardo Norte e colaboradores intitulado Impacto da terapia cognitivo-
comportamental nos fatores neurobiológicos relacionados à resiliência, publicado em 2011 na Archives
of Clinical Psychiatry (São Paulo), e veja como a TCC é capaz de controlar variáveis fisiológicas e
neuroendócrinas que se manifestam nos sintomas dos mais variados transtornos.
Conheça as habilidades analíticas, sociais, instrumentais e de autorreflexão desejáveis a um terapeuta
cognitivo-comportamental no artigo Competências essenciais ao terapeuta cognitivo-comportamental,
de Isabela Scotton, Janaína Barletta e Carmem Neufeld, publicado em 2021 na Psico-USF.

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