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DISCIPLINA: Direito das relações étnico-raciais
PROFESSOR: José Vicente
ALUNO: Gevanildo Novais (8232)
O QUE É ESTADO DE COISAS INCONSTITUCIONAL?
Na definição de Guilherme Peña de Moraes, no livro Curso de direito constitucional (10. ed. São Paulo: Atlas, 2018. P. 532), “o estado de coisas inconstitucional é demonstrado pelo fracasso generalizado de políticas públicas que, causado pelo bloqueio do processo político ou institucional, resulta em violações massivas de direitos humanos”. 
A seletividade do direito penal brasileiro, que prende muito mais jovens negros e pobres moradores das periferias das grandes cidades e, por outro lado, protege ou negligencia a punibilidade de praticantes de crimes semelhantes, ou na maioria das vezes mais elaborados, porque o agente é pertencente a grupo social menos suspeito, ou seja, menos selecionado para ser punido, é clara violação do princípio constitucional da ampla defesa e do contraditório. Em outras palavras, os indivíduos marcados pela punibilidade não têm acesso à defesa e frequentemente são punidos, enquanto os sujeitos integrantes das camadas mais privilegiadas têm um amplo leque de defesas e recursos que quase sempre impede ou obstrui sua punibilidade.
Segundo Gilmar Ferreira e Paulo Gustavo Gonet, no livro Curso de direito constitucional (13. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2018, p. 245), a denominação “estado de coisas inconstitucional” vem da Corte Constitucional colombiana, que em 1997, reconheceu que havia uma falha estrutural comum aos três Poderes no enfrentamento do problema carcerário. Trata-se de uma situação de flagrante violação generalizada de direitos fundamentais; inércia ou incapacidade reiterada e persistente das autoridades públicas em modificar a situação no campo carcerário. 
No Brasil, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) julgou a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) número 347, de setembro de 2015, na qual o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) pede que se reconheça a violação de direitos fundamentais da população carcerária e seja determinada a adoção de diversas providências no tratamento da questão prisional do país.
No voto do relator, ministro Marco Aurélio Mello, reconheceu que no sistema prisional brasileiro ocorre violação generalizada de direitos fundamentais dos presos no tocante à dignidade, devendo, portanto, ser reconhecida a inequívoca falência do sistema.
Na visão dos mencionados autores, a superação das transgressões exigir a atuação não apenas de um órgão, e sim de uma pluralidade de autoridades. Daí porque o STF determinou providências concretas, assumindo que compete ao Tribunal o papel de retirar os demais Poderes da inércia, catalisar os debates e novas políticas públicas, coordenar ações e monitorar os resultados.

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