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AULA 02 TEORIAS APICADAS EM CONTABILIDADE

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AULA 02. TEORIAS APLICADAS EM CONTABILIDADE 
 
MÓDULO 1 
 
Reconhecer os paradigmas e a classificação da teoria contábil 
PARADIGMAS DA TEORIA DA CONTABILIDADE 
Este módulo utiliza a mesma lógica de abordagem e de distribuição de assuntos 
proposta por Hendriksen e Van Breda (1999). Já o conteúdo está atualizado ao status 
presente da teoria contábil. 
Para resolver problemas relacionados à Contabilidade, em geral, recorre-se a um 
paradigma específico, isto é, busca-se um referencial teórico ou prático para sustentar 
a solução apresentada. 
Os seis paradigmas mais comuns são: 
1. Fiscal 
2. Legal 
3. Ético 
4. Econômico 
5. Comportamental 
6. Estrutural 
Paradigma fiscal 
Uma abordagem comum para lidar com problemas contábeis é essencialmente prática 
e consiste em recorrer ao interesse fiscal na matéria. Logo, muitos iniciantes em 
Contabilidade tendem a enfatizar a matéria com base nas necessidades impostas pela 
Receita Federal. 
Entretanto, os objetivos da Contabilidade Fiscal são diferentes da divulgação de dados 
financeiros. Como consequência, a Contabilidade Fiscal chega a resultados diferentes 
daqueles relativos à Contabilidade Financeira. 
 
Comentário 
É indiscutível que o reflexo contábil das exigências fiscais impeliu a Contabilidade a um 
desenvolvimento significativo. Para citar alguns exemplos, a definição de percentuais 
para depreciação com base na legislação do Imposto de Renda motivou a discussão 
sobre o conceito na teoria da Contabilidade e criou uma uniformidade na adoção dessa 
prática. 
Outro exemplo de discussão teórica, motivada, inicialmente, por fins fiscais, é a 
determinação da mensuração do estoque pelo valor de custo ou de mercado – dos dois 
o menor. 
A influência fiscal na Contabilidade e a facilidade com que as normas de Imposto de 
Renda são aceitas como princípios e práticas contábeis são problemáticas. Nesse 
contexto, há alguns exemplos clássicos que não custa relembrar: 
“1. Qualquer método de depreciação aceitável para fins fiscais também é aceito para 
fins contábeis, independentemente de obedecer ou não à boa teoria da Contabilidade 
na situação envolvida. 
 
2. O método UEPS [para avaliação de estoques e determinação do custo da mercadoria 
vendida] deverá ser utilizado para fins de divulgação de dados financeiros se for utilizado 
na declaração [de Imposto de Renda]. 
 
3. Itens que poderiam ser capitalizados, em relatórios financeiros, são lançados como 
despesa, tal como previsto na declaração de [Imposto de Renda], para que a empresa 
consiga dedução fiscal o mais [rápido] possível.” 
(HENDRIKSEN; VAN BREDA, 1999, p. 24.) 
A legislação fiscal impulsionou a adoção de boas práticas contábeis, gerando uma 
análise mais crítica de procedimentos e conceitos contábeis. Entretanto, é importante 
observar que, apesar de a Contabilidade sofrer bastante o efeito da legislação fiscal, esta 
última não se relaciona com a teoria da Contabilidade. 
Paradigma legal 
Uma abordagem comum para lidar com problemas contábeis consiste em recorrer ao 
interesse legal na matéria. Existem semelhanças entre o tratamento dado pelo Direito 
e pela Contabilidade em um sem número de assuntos. Contudo, os fins buscados podem 
não ser os mesmos. 
O paradigma legal normalmente reflete o interesse no lucro para o pagamento de 
Imposto de Renda ou de dividendos, ou seja, não tem foco no aumento de valor da 
empresa ou em sua eficiência operacional. Isso gera uma série de limitações para que a 
Contabilidade atinja seus objetivos de geração de informações financeiras úteis. 
Paradigma ético 
O paradigma ético à teoria da Contabilidade é vinculado aos conceitos 
de verdade, justiça e equidade. Entretanto, esses conceitos são flexíveis e podem levar 
a várias interpretações na teoria contábil. 
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Em suma, o paradigma ético pode levar a múltiplas interpretações na abordagem 
contábil e não parece ser um bom guia em questões teóricas. 
Paradigma econômico 
Há três paradigmas econômicos na teoria de Contabilidade: o macroeconômico, 
o microeconômico e o socioempresarial. 
PARADIGMA MACROECONÔMICO 
Os países podem basear seus conceitos e suas práticas contábeis em objetivos 
macroeconômicos. Sendo assim, no paradigma macroeconômico da teoria econômica, 
o foco está na divulgação de indicadores da economia do país ou de determinado setor 
de atividade. 
 
PARADIGMA MICROECONÔMICO 
No paradigma microeconômico, o enfoque está na divulgação de indicadores no nível 
da empresa (neste caso, a empresa é a entidade econômica). Uma crítica a esse 
paradigma é que não leva em conta as externalidades negativas à sociedade que a 
empresa pode gerar, como, por exemplo, desemprego, poluição etc., a não ser que 
haja restrições legais. 
 
PARADIGMA SOCIOEMPRESARIAL 
O paradigma socioempresarial leva em conta fatores negativos ocasionadas pela 
empresa à sociedade. Um exemplo dessa abordagem é a Demonstração do Valor 
Adicionado (DVA), atualmente, um dos relatórios contábeis obrigatórios para as 
companhias abertas no Brasil, que busca medir a contribuição da empresa para a 
sociedade de maneira mais ampla. 
 
A ideia subjacente à DVA é que a Contabilidade Social engloba a dos acionistas da 
empresa, uma vez que abrange um grupo maior. Outra ideia é que as demonstrações 
financeiras também podem ser consideradas bens públicos e, como tal, também devem 
lidar com outros bens públicos (como o meio ambiente, por exemplo). 
Paradigma comportamental 
Um paradigma alternativo ao paradigma econômico apoia o desenvolvimento das 
teorias da Contabilidade sob o prisma psicológico e comportamental. 
Comentário 
Neste paradigma, a importância da informação contábil como mensagem dirigida aos 
usuários e a reação desses mesmos usuários diante da informação contábil representam 
a essência da proposta. 
Desse modo, a mensuração das reações econômicas e comportamentais dos indivíduos 
submetidos ao processo de comunicação da informação contábil é o foco de avaliação 
do paradigma comportamental. 
Paradigma estrutural 
O paradigma estrutural consiste no tratamento tradicional aplicado à problemática 
contábil. Trata-se da abordagem de um problema contábil com o recurso da própria 
lógica contábil, aplicada por similaridade. 
Nesse sentido, e com recurso claro à lógica normativista, o tratamento de um novo 
evento contábil é feito em moldes similares aos utilizados em eventos contábeis 
anteriores. 
Este paradigma também revela a preocupação em manter uma consistência macro da 
representação contábil: uma busca constante pela uniformidade no processo contábil 
de reconhecimento, mensuração e divulgação. 
 
A ruptura dessa cadeia de procedimentos somente acontece quando um evento inédito, 
ou seja, não compatível com nenhuma lógica anterior conhecida, exige a definição de 
um novo molde. Para tal, a busca de princípios básicos pode se fazer necessária. 
CLASSIFICAÇÃO DAS TEORIAS DE CONTABILIDADE 
O paradigma utilizado na abordagem de problemas de Contabilidade é a primeira parte 
da solução. 
A solução completa também exige a aplicação de uma teoria adequada. Paradigma e 
teoria formam um par que deve manter consistência e, uma vez submetido à verificação, 
mostrar-se apto como solução para o problema contábil. 
De maneira geral, as teorias utilizadas em conjunto com os paradigmas contábeis são: 
 Teoria como linguagem 
 Teoria como raciocínio 
 Teoria como decreto 
Teoria como linguagem 
A primeira teoria parte do pressuposto de que a Contabilidade é uma linguagem. Este 
entendimento deriva do papel de tradutor de eventos econômicos para uma linguagem 
binária universal de débitos e créditos. 
Assim, a Contabilidade utiliza mecanismos próprios da linguagem para transmitir suas 
informações e deve responder às seguintes perguntas aplicáveis a qualquer linguagem, 
conforme sugerido por Hendriksen e Van Breda (1999, p. 29): 
1. Que efeito terão as palavras sobre os ouvintes? 
2. Que significado terão essas palavras, se houver algum? 
3. As
palavras fazem sentido lógico? 
O estudo da linguagem é dividido em três fotos de interesse, como mostra a tabela a 
seguir: 
 
Os paradígmas contábeis abordam os problemas contábeis a partir desses focos de 
estudo, e então, podem ser classificados segundo a teoria da linguagem. 
 
A importância de cada um desses focos de estudo da linguagem varia no tempo, em 
concordância com a ênfase dada à pesquisa contábil, podendo ser no presente ou 
no passado. 
Contudo, independente da primazia deste ou daquele foco de interesse, a harmonia de 
funcionamento dos três focos de estudo da linguagem em conjunto é fundamental, pois 
abarca toda a complexidade da teoria da Contabilidade, seja no aprimoramento do 
entendimento da informação contábil transmitida (semântica), seja na conexão entre os 
diferentes dados financeiros (sintaxe). 
Teoria como raciocínio 
Segundo a Filosofia, há duas formas elementares de raciocínio: 
1. Dedutivo 
2. Indutivo 
Transportando essa abordagem para a Contabilidade, também há duas possibilidades 
de formular a teoria contábil. 
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Indução e dedução são complementares em Contabilidade. 
 
Quase todas as teorias incluem elementos tanto do raciocínio dedutivo quanto do 
raciocínio indutivo. Dessa forma, não há primazia de um ou outro, mas o interesse em 
articulá-los de maneira eficiente na busca da melhor construção teórica possível. 
Complete as lacunas abaixo. 
 
Teoria como decreto 
As teorias como decreto podem ser descritivas (positivas) ou prescritivas 
(normativas). 
Teorias prescritivas podem derivar tanto do raciocínio dedutivo quanto do raciocínio 
indutivo. Seu propósito é prescrever quais dados contábeis devem ser transmitidos aos 
usuários da informação contábil, assim como a maneira de apresentá-los. 
Essa linha de abordagem se formou a partir da natureza essencialmente prática que 
deu origem à Contabilidade. Em seu início, a constituição da Contabilidade tratou 
de resolver problemas concretos a partir de prescrições de como fazer. Entender o 
problema em sua essência não era importante. 
Posteriormente, por volta da década de 1960, observou-se a ascensão da teoria 
descritiva, voltada para o entendimento do problema e de sua natureza, deixando a 
prescrição em segundo plano. 
Embora mais relacionada ao raciocínio indutivo, é incorreto afirmar que a teoria 
descritiva não apresente elementos do raciocínio dedutivo. 
MÃO NA MASSA 
 
 
 
A combinação desses dois esforços representa o universo de aplicação da teoria da 
Contabilidade. O interesse da Contabilidade teórica acomoda as duas vertentes da 
teoria como decreto. 
 
VERIFICANDO O APRENDIZADO 
 
 
 
MÓDULO 2 
 
Identificar as principais teorias econômicas aplicadas em 
Contabilidade 
TEORIAS ECONÔMICAS 
Duas abordagens teóricas se sucederam na tarefa de elaborar uma teoria para a 
Contabilidade. São elas: abordagem normativa e abordagem positiva. 
Inicialmente dominante, a abordagem normativa estabelece como a Contabilidade 
deve proceder para representar o evento econômico adequadamente, em particular, e 
a realidade econômico-financeira da empresa, em geral. Parte de um modelo teórico 
que considera ideal para prescrever práticas contábeis específicas. 
Posteriormente, a abordagem positiva, surgida na década de 1960, adota como ponto 
de partida uma perspectiva totalmente diferente. A partir da investigação empírica das 
relações que envolvem a Contabilidade, procura descrevê-la e inferir comportamentos 
futuros. 
Desse modo, a escolhas contábeis apresentam relações econômicas com as informações 
divulgadas e com as reações dos usuários da informação contábil. 
Saiba mais 
A teoria econômica e a teoria das finanças são o ponto de partida da formulação de 
hipóteses na pesquisa contábil, as quais são investigadas empiricamente com o 
propósito de verificar o comportamento dos agentes econômicos. 
É inegável que a Contabilidade se desenvolve sobre um pano de fundo econômico, uma 
vez que seus objetivos incluem prover informações para usuários envolvidos em 
interações comerciais e financeiras. Nada mais coerente, portanto, que a elaboração de 
noções gerais sobre Contabilidade seja baseada na conduta dos usuários, individual e 
coletivamente, em questões econômicas. 
Comentário 
Como ciência que processa e comunica informações, a Contabilidade está sujeita aos 
efeitos dos mesmos interesses e incentivos que afetam os indivíduos. Sua formulação 
teórica deve contemplar as proposições de outras ciências que tratem dessas questões. 
Sendo assim, a prevalência da abordagem positiva em detrimento da normativa abriu 
espaço para a absorção de teorias oriundas de outros campos das Ciências Sociais, 
sobretudo da Economia. 
As organizações podem ser vistas como conjuntos de contratos implícitos ou explícitos 
entre indivíduos ou grupos de indivíduos, como gerentes, investidores, credores, 
funcionários, auditores e governo. Essas partes têm preferências distintas, as quais 
podem gerar conflitos de interesse. As informações contábeis podem ajudar a mitigar 
esses problemas, facilitando a elaboração de contratos mais adequados. 
De maneira geral, a Contabilidade desenvolve-se sobre a tríade: 
a) Reconhecimento 
b) Mensuração 
c) Evidenciação 
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A Contabilidade explicita o comportamento da riqueza da entidade e dos indivíduos que 
dela participam. Assim, a evolução da teoria da firma explica a crescente importância da 
Contabilidade no contexto das organizações. 
Teoria da firma 
A teoria da firma é concebida sob o modelo de empresa descrito pela teoria clássica. 
Nessa empresa, as figuras de proprietário e administrador se confundem. 
Em consequência, as funções centrais da empresa, ou seja, o provimento de capital, na 
figura do investidor ou do credor, e a gestão da entidade são conduzidas pelo mesmo 
indivíduo: o proprietário-administrador. 
Sob tal arranjo, hoje irrealista, não há que se falar em conflito de agência tampouco em 
assimetria de informação – concepções teóricas relevantes que não encontram lugar na 
teoria da firma. 
Além da limitação teórica da teoria da firma, um segundo aspecto relevante trata do 
esvaziamento do papel da Contabilidade. Nesse contexto, a finalidade da Contabilidade 
limita-se ao monitoramento da riqueza da entidade, enquanto o subsídio à tomada de 
decisão e o provimento de informações necessárias à formalização de contratos perdem 
o sentido. 
O advento da corporação moderna provocou a ruptura do paradigma anterior ao trazer 
para o cerne das organizações o conflito de agência. 
A partir do momento em que as figuras de proprietário e administrador são dissociadas, 
o modelo de firma da teoria clássica deixa de representar a realidade, e um novo 
paradigma se faz necessário. Esse novo paradigma deve articular teoricamente os 
conflitos entre os papéis de proprietário e administrador, os quais são retratados pela 
teoria da agência. 
Teoria contratual da firma 
A teoria contratual da firma oferece uma nova concepção da firma. Segundo ela, o eixo 
central não está mais na figura do proprietário-administrador, mas no conjunto de 
contratos por meio dos quais os interessados na firma regulam suas interações. 
Atenção 
Cada interessado é movido por um incentivo próprio: sua contribuição para a 
organização e a recompensa recebida em troca dessa contribuição. Essa relação 
particular entre o interessado e a firma representa um contrato. E o coletivo desses 
contratos representa a firma. 
Esse novo arranjo de relações motiva conflitos, como a assimetria de informação e o 
problema agente-principal. 
Assimetria de informação 
Quando alguma das partes de uma transação financeira detém mais informações que a 
outra e, então, pode tomar decisões mais acertadas, surge a assimetria de informação. 
Há dois casos principais de assimetria de informação: seleção adversa
e risco moral. 
 
 
 
 
O risco moral surge quando o cumprimento do contrato por uma das partes não é 
observável pela outra parte. 
Um exemplo de risco moral deriva das operações de resgate conduzidas pelos Tesouros 
Nacionais em crises econômicas. Suponha que as instituições financeiras saibam, de 
antemão, que o Estado as socorrerá em caso de dificuldades em uma crise econômica. 
Nesse cenário, o que impediria que as instituições financeiras incorressem em risco 
excessivo, buscando maximizar seu retorno, visto que, em caso de insucesso da 
estratégia, não haveria risco para a entidade ou para os seus acionistas? 
O risco moral ocorre devido à separação de propriedade e controle, que caracteriza a 
maioria das grandes entidades comerciais. É efetivamente impossível para acionistas e 
credores observar diretamente a extensão e a qualidade dos esforços dos gestores em 
seu nome. Em consequência, o gestor poderá ficar tentado a se esquivar dos esforços, 
atribuindo a fatores fora de seu controle eventual a deterioração do desempenho da 
empresa. 
De maneira similar, o gestor poderá distorcer as informações prestadas aos acionistas 
para encobrir um mau desempenho. Obviamente, se isso acontecer, haverá sérias 
implicações tanto para as partes contratantes quanto para o funcionamento eficiente 
da economia. 
Como a Contabilidade pode atuar para reduzir a assimetria de informação? 
Ora, um dos objetivos da Contabilidade é a evidenciação. Logo, como canal de 
transmissão de informações entre os dois polos da relação contratual, a Contabilidade 
está em posição privilegiada para reduzir a assimetria informacional entre ambos. Dessa 
forma, quanto mais eficiente a comunicação realizada pela Contabilidade, mais nivelado 
estará o ambiente informacional. 
Nesse contexto, os padrões contábeis garantem um nível mínimo de informações 
financeiras, que podem ser usadas na tomada de decisões ou na elaboração de 
contratos. A definição de padrões contábeis que contemplem a proteção dos 
investidores – o polo mais frágil da relação contratual – torna-se fundamental. 
Atenção 
As informações corporativas são um bem tão complexo e importante, que as forças do 
mercado, por si só, não são capazes de conter a falha representada pela assimetria de 
informação (risco moral e seleção adversa). 
Assim, a definição de padrões contábeis pode atuar como um instrumento regulatório 
que mitigue essa falha de mercado, por meio da ampla divulgação de informações úteis 
aos investidores e outros usuários das demonstrações financeiras. 
Teoria da agência 
A teoria da agência propõe-se a explicar o comportamento das partes envolvidas em 
uma firma: o agente, contratado para representar os interesses de terceiros, e o 
principal, que corresponde a esses terceiros. 
Essa teoria considera a firma como uma interseção dos relacionamentos entre agente e 
principal, e busca compreender o comportamento organizacional por meio do exame 
de como ambos maximizam sua própria utilidade. 
O exemplo mais claro desses relacionamentos ocorre entre os gestores de uma empresa 
e seus proprietários. É fácil perceber como a maximização do interesse dos gestores 
pode entrar em conflito com os interesses dos proprietários, pois os objetivos de ambos 
podem não estar em perfeita concordância. 
De maneira geral, os proprietários têm um interesse de longo prazo na empresa, 
enquanto os gestores tendem a focar no curto prazo, sobretudo na maximização de sua 
remuneração. Esse potencial conflito de interesses motiva o estabelecimento de 
contratos que alinhem os interesses de proprietários e gestores. 
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CONTABILIDADE E GOVERNANÇA CORPORATIVA 
Na teoria contratual da firma, a relação entre agente e principal deriva de um contrato, 
no qual o dever do agente é contribuir com a organização de maneira determinada, 
adquirindo direito à compensação. 
Comentário 
O contrato será tanto mais eficiente quanto melhor alinhar os interesses de agente e 
principal em prol da firma. Sendo assim, o contrato eficiente inibe comportamentos 
oportunistas do administrador que prejudiquem os acionistas. 
As implicações da teoria da agência não se limitam ao conflito entre agente e principal. 
Há que se considerar, também, o custo de monitoramento da relação agente-principal 
como medida para inibir comportamentos inadequados. 
Reunidos no conceito mais amplo, denominado governança corporativa, os conjuntos 
dessas medidas representam o trade-off entre o custo de monitorar e o prejuízo de não 
monitorar – ambos objetos de interesse da Contabilidade. 
Como conjunto geral de contratos que regula as relações entre os interessados na firma 
e a própria firma, a teoria contratual da firma é absorvida com naturalidade no universo 
da governança corporativa: o subconjunto desses contratos, que regula, de maneira 
ótima, a relação de interesses entre agente e principal, e entre ambos e a firma. 
DIFERENÇA ENTRE FIRMA CLÁSSICA E TEORIA CONTRATUAL DA FIRMA 
A teoria da firma evoluiu da concepção clássica (e simplificada) da firma, onde 
administrador e proprietário se confundem, para um modelo mais robusto, 
representado pelo coletivo de contratos entre a firma e seus interessados, não mais 
limitado por administradores e proprietários. 
A teoria contratual da firma propunha um objetivo mais amplo: a maximização da 
utilidade de todos os detentores de contratos. Todos os contratantes com a firma 
reconhecem a necessidade de contribuir para seu sucesso e fazer jus à compensação 
respectiva. 
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PAPEL DA CONTABILIDADE NA TEORIA CONTRATUAL DA FIRMA 
O coletivo de contratos que representa a concepção de firma na teoria contratual da 
firma é intensamente dependente de informações que permitam verificar o 
cumprimento dos direitos e deveres a eles associados. 
Por isso, o provimento de informações consistentes, isentas e confiáveis, é central na 
teoria contratual da firma. E quem melhor para prover essas informações do que a 
Contabilidade? Assim, como prestadora qualificada de informações, a Contabilidade é 
alçada à máxima relevância pela teoria contratual da firma. 
Cabe à Contabilidade prover informações que permitam o monitoramento dos conflitos 
de agência e a concepção equilibrada de contratos, assim como seu cumprimento. Não 
se trata mais de ferramenta de controle patrimonial, mas de provedor informacional 
qualificado. 
VERIFICANDO O APRENDIZADO 
 
 
MÓDULO 3 
 
Comparar as teorias normativa e positiva da Contabilidade 
DA TEORIA NORMATIVA À TEORIA POSITIVA 
De acordo com Schmidt (1998, p. 9), as Ciências Sociais: 
“[...] estudam a estrutura geral das sociedades humanas, as leis do seu funcionamento 
normal e desenvolvimento. O seu domínio próprio é a investigação da vida dos homens, 
dos fenômenos e das relações sociais, no seu processo de desenvolvimento histórico e 
no seu estado presente.” 
Estreitando o foco para a Contabilidade, sua natureza social deriva da preocupação com 
a maneira segundo a qual “os indivíduos ligados à área contábil criam, modificam e 
interpretam os fenômenos contábeis” (SCHMIDT, 1998, p. 15) e os comunicam aos 
usuários da informação contábil. 
Desse modo, o foco de atuação da Contabilidade não se deve limitar a: 
CITAÇÃO 
“[...] apreender, quantificar, registrar e informar os fatos contabilísticos da entidade, 
mas em analisar e revisar esses fatos, demonstrando suas causas determinantes ou 
constitutivas.” 
(SCHMIDT, 1998, p. 15.) 
Ganhando relevância internacional na Idade Média como prática destinada a registrar 
transações mercantis, a Contabilidade estabeleceu-se como técnica e desenvolveu 
métodos apurados para reconhecer, mensurar e comunicar os eventos econômicos. 
Como técnica, a preocupação do teórico contábil voltava-se para a prescrição da melhor 
maneira de realizá-la, de como “deveria ser” a prática contábil. 
Nesse contexto, nada mais natural que a afirmação da teoria normativa como 
referencial teórico dominante. Segundo esse ponto
de vista, o propósito da 
Contabilidade consiste em capturar os eventos financeiros, mensurá-los 
adequadamente e evidenciá-los de maneira útil aos interessados. 
A partir da década de 1960, a hegemonia da abordagem empírica ampliou o horizonte 
da Contabilidade. As análises empíricas conduzidas nesse período e que levaram a 
contradições em relação às prescrições contábeis vigentes conduziram à importância de 
se percorrer o caminho inverso, ou seja, formular novas teorias que comportassem os 
resultados observados. Para tal, era necessário formular hipóteses e testá-las 
empiricamente, trazendo a pesquisa positiva para o centro da Contabilidade. 
O advento da abordagem positiva (empírica) revestiu a Contabilidade com o método 
científico. Se, antes, a prescrição de soluções dispensava a investigação quantitativa do 
fenômeno subjacente, nesta nova fase, a investigação quantitativa, apoiada em 
modelagem econômica e estatística, precede a descrição do fenômeno e permite 
antecipá-lo. 
TEORIA NORMATIVA 
A teoria normativa contábil caracteriza-se por ser aquela que explica o fenômeno 
contábil na perspectiva do “deve ser”, do que seria o “mais correto e adequado”. 
O normativismo contábil baseia-se na lógica dedutiva, que pressupõe a definição de uma 
estrutura conceitual prévia, a partir da qual as prescrições para resolver problemas 
concretos serão deduzidas, e a utilidade da informação contábil será maximizada para 
os usuários finais. 
A limitação dessa abordagem é a necessidade de uma longa experimentação para que 
tais prescrições sejam verificadas na aplicação prática da Contabilidade. 
Comentário 
A abordagem normativa é consequência de uma abordagem prática dos problemas 
contábeis, porque foi desenvolvida por praticantes de Contabilidade, membros da 
profissão contábil, e não por acadêmicos. 
Diante de um problema qualquer, a abordagem prática verifica práticas análogas e 
prescreve um tratamento similar. No caso de um problema inédito, a abordagem prática 
dá um passo atrás: recorre aos postulados, aos conceitos mais gerais que regem a 
Contabilidade, e propõe um tratamento novo, o qual, desse momento em diante, será 
convertido em fonte de solução para problemas futuros. 
Do ponto de vista da pesquisa contábil, portanto, trata-se de recomendações diretas do 
que deve ser e de como deve ser feito. 
Em consequência de ter surgido com base na prática contábil, a aplicação do método 
científico de formular hipóteses, testá-las empiricamente e, a partir disso, propor 
interpretações econômicas para o comportamento do problema investigado é 
desnecessária. 
TEORIA POSITIVA 
A abordagem positiva adota o método científico, o que significa uma sequência lógica 
de investigação que pode ser enunciada nos seguintes termos: 
 
Um exemplo de abordagem positiva trata da relevância da informação contábil para a 
precificação de empresas listadas em bolsa. Nesse sentido, a investigação é centrada 
no efeito da divulgação de relatórios contábeis, sobretudo o lucro contábil, no preço 
das ações dessas empresas. 
Como resultado de investigações dessa natureza, a teoria positiva oferece explicações 
de como são estabelecidas as relações contábeis e por que são estabelecidas dessa 
forma, em franca oposição à abordagem normativa, preocupada em prescrever como 
tais relações deverão ser. 
Você sabia 
A abordagem positiva foi importada da pesquisa em Economia por volta da década de 
1960. O trabalho de Ball e Brown (1968) foi essencial para a aceitação do paradigma da 
pesquisa positiva na área contábil. A relevância desse trabalho pode ser medida por 
sua influência sobre Watts e Zimmerman (1986), formuladores da teoria positiva da 
Contabilidade, ao afirmarem que o trabalho despertou enorme interesse por pesquisas 
contábeis relacionadas ao mercado de capitais. 
Mais recentemente, com a adesão do Brasil às Normas Internacionais de 
Contabilidade, o interesse pela pesquisa positiva nesta área aprofundou-se. As Normas 
Internacionais de Contabilidade, cuja natureza é essencialmente baseada em 
princípios, não faz prescrições de comportamento. Ao contrário disso, define apenas o 
princípio subjacente ao assunto e permite múltiplas escolhas dentro dos limites 
definidos. 
Nesse ambiente, o espaço da abordagem normativa reduz-se consideravelmente ou 
mesmo desaparece, na medida em que o espaço de manobra para prescrições é muito 
pequeno. Já a abordagem positivista encontra terreno fértil para se expandir. 
Diante de múltiplas escolhas contábeis, ou seja, múltiplas hipóteses para se abordar 
um problema, qual delas adotar? 
Ora, uma alternativa seria aquela que produzisse melhores resultados em termos de 
qualidade da informação contábil. Mas como saber qual escolha seria essa? Por que 
não as investigar empiricamente, segundo o método científico? 
As múltiplas escolhas contábeis são múltiplas hipóteses que aguardam ser validadas 
empiricamente. A investigação científica fornece os elementos necessários que podem 
orientar o profissional na tomada da melhor decisão do ponto de vista contábil. 
O contexto produzido pelas normas internacionais trouxe a pesquisa contábil para 
dentro das empresas e exige do profissional de Contabilidade capacitação técnica para 
transitar em um meio antes desnecessário. 
Para ilustrar a questão, tomemos como exemplo o CPC 48 – Instrumentos Financeiros. 
De acordo com esse pronunciamento contábil, os instrumentos financeiros devem ser 
mensurados pelo custo amortizado ou pelo valor justo. 
MÃOS NA MASSA 
 
 
Naturalmente, o gestor da entidade está diante não de uma escolha de método de 
mensuração, mas de uma escolha de modelo de negócios, pois esta determinará o 
método de mensuração. 
Seguindo adiante, vamos assumir que a opção recaia sobre o valor justo. Há três tipos 
de valor justo: 
 Instrumentos financeiros líquidos – valor de negociação 
 Instrumentos financeiros ilíquidos, mas com outros similares líquidos – valor 
destes 
 Instrumentos financeiros ilíquidos, que é caso geral observado – um modelo 
interno de mensuração 
Dica 
Nesse caso, será necessária uma nova escolha de modelo. Por que não aquele que 
apresenta melhor reação no preço de mercado da empresa ou aquele que adota 
premissas conservadoras irreais? Novamente, observa-se espaço para a pesquisa 
positiva. 
O foco da abordagem positiva aplica-se com perfeição a dilemas dessa natureza. Cabe 
investigar empiricamente hipóteses que permitam compreender a reação do usuário da 
informação contábil às diferentes escolhas contábeis possíveis. 
A partir disso, é possível inferir comportamentos futuros e orientar a adoção de escolhas 
contábeis ótimas para produzir as informações contábeis mais úteis, maximizando a 
utilidade do usuário da informação contábil. 
VERIFICANDO O APRENDIZADO 
 
 
 
MÓDULO 4 
 
Descrever as teorias sobre o patrimônio líquido 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
Em termos clássicos, o patrimônio líquido apresenta uma definição única e objetiva na 
Contabilidade brasileira. Trata-se da diferença ou do resíduo entre ativos e passivos. 
Contudo, na literatura inglesa, o patrimônio líquido apresenta diversas definições, tais 
como: 
 Valor líquido 
 Valor de propriedade 
 Capital 
 Base de capital e lucros retidos 
 Patrimônio líquido dos acionistas 
Nesse caso, a denominação utilizada não é relevante, já que o patrimônio líquido é 
reconhecido como o valor da empresa na data do relatório. É fato, no entanto, que a 
simplificação utilizada na aplicação desse conceito encobre a riqueza de informações e 
a extensa base teórica inerente ao patrimônio líquido. 
TEORIA DA PROPRIEDADE 
A teoria da propriedade coloca no centro da análise a noção de propriedade. De acordo 
com essa abordagem, o sistema de partidas dobradas tinha como foco o proprietário, e 
o objetivo voltava-se ao reconhecimento da propriedade, a seus ganhos e a suas perdas. 
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Com o advento das grandes empresas, essa teoria teria perdido capacidade explicativa.
O aprofundamento dessa visão ressalta que, sob os termos da lei, as sociedades são 
entidades distintas de seus proprietários. 
Por isso, a sociedade é um centro de imputação de direitos e obrigações, sendo efetiva 
e realmente proprietária de seus ativos e submetida as suas obrigações. Além disso, o 
surgimento da responsabilidade limitada torna absurdo presumir que os proprietários 
se responsabilizam integralmente pelas dívidas da sociedade. 
TEORIA DA ENTIDADE 
A teoria da entidade surge do distanciamento entre o proprietário e a entidade. Desse 
distanciamento, decorre a necessidade de prestação de contas e comunicação entre 
ambos. 
Consequentemente, a entidade passa a ter uma vida própria, suas atividades, objetivos 
e riqueza não mais se confundem com aqueles do empresário-proprietário. Este último, 
embora detentor dos direitos de propriedade sobre a entidade, não podia mais acessar 
sua riqueza livremente, mas segundo as regras de convivência estabelecidas na 
legislação comercial pertinente 
De acordo com a teoria da entidade, não é mais uma extensão do empresário-
proprietário, mas uma persona independente. Tal independência, contudo, impõe a 
obrigação de disponibilizar informações aos proprietários acerca, sobretudo, do lucro, o 
qual denota simultaneamente a razão de ser da entidade e sua capacidade de 
sustentação futura. 
TEORIA DO FUNDO 
A teoria do fundo é uma proposição teórica que deriva da teoria da entidade. Ela propõe 
uma terceira via em relação às teorias da propriedade e da entidade, argumentando 
que, mais importante que o proprietário ou a entidade, é o fundo. 
De certa forma, a teoria do fundo simboliza uma radicalização da teoria da entidade ao 
redefinir o patrimônio líquido como a margem de manobra da entidade após as 
restrições impostas pelos passivos sobre as aplicações definidas para os ativos. 
A 
restrição
 imposta pelo lado direito do balanço patrimonial (passivos) 
ao lado esquerdo (ativos) limita as possibilidades de 
aplicação
 destes, as 
quais devem 
superar
 essas restrições. 
O excesso de 
ativos
 sobre os 
passivos
 representa a 
parcela destes que está livre de restrições impostas pelos passivos, ou seja, 
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o 
patrimônio líquido
, e que pode ser utilizada segundo o interesse da 
administração. 
TEORIA DOS DIREITOS RESIDUAIS 
Formulada na década de 1950, nos Estados Unidos, esta teoria define direitos 
residuais como aqueles que absorverão perdas inesperadas nos ativos da entidade. Tais 
direitos são mais amplos que o patrimônio líquido, pois capturam, por exemplo, os 
direitos de credores comuns e excluem os direitos de acionistas preferenciais. 
Concebida em ambiente dominado pelo mercado de capitais e pela relevância atribuída 
ao acionista minoritário, a teoria dos direitos residuais centra o interesse das 
informações contábeis neste grupo de acionistas — os detentores dos direitos residuais 
sobre uma empresa — e nos credores comuns — equiparados a acionistas minoritários 
na redefinição de patrimônio líquido na forma de direitos residuais. 
Tais detentores de direitos residuais correm o maior risco entre todas as partes 
interessadas na entidade, porque serão os últimos da fila a serem reembolsados em 
caso de falência da empresa. 
A teoria dos direitos residuais enfatiza a preocupação com a mensuração de ativos e 
passivos, sobretudo os primeiros, e o efeito que erros de mensuração podem provocar 
no direito residual da entidade. 
Valores superavaliados alteram a percepção de risco dos acionistas minoritários e 
credores comuns, distorcendo o prêmio de risco para a tomada de decisão de investir 
na empresa. 
TEORIA EMPRESARIAL 
A teoria empresarial foi criada em um ambiente dominado pelo surgimento de grandes 
corporações de capital aberto com clara separação entre proprietários e 
administradores. 
Embora compartilhe da visão proposta pela teoria da entidade, a teoria empresarial 
amplia consideravelmente o alcance da entidade ao investigar seu papel e suas 
interações com a sociedade em que se encontra inserida. 
A teoria empresarial argumenta que as responsabilidades da empresa com seu entorno 
devem se sobrepor às responsabilidades com o acionista. Por isso, o conceito de lucro 
contábil adotado pelas teorias da propriedade e da entidade e apresentado na 
demonstração de resultado, qual seja o lucro em benefício dos acionistas, não se mostra 
adequado. 
A teoria empresarial propõe uma nova forma de calcular o retorno produzido pela 
empresa, dessa vez voltado para os interesses mais amplos da sociedade: o valor 
agregado ou adicionado. 
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À vista disso, os salários pagos pela empresa a seus colaboradores têm a mesma 
importância dos dividendos distribuídos aos acionistas, os quais têm a mesma 
significância dos lucros retidos pela entidade ou dos impostos pagos ao Estado. 
Atualmente, a concepção de empresa proposta pela teoria empresarial mostra-se 
visionária. O modelo econômico concentrador que observamos hoje, em que apenas um 
ou dois vencedores dominam cada segmento econômico, exige repensar o conceito de 
lucro e de propósito das entidades, originado em contexto totalmente diferente. 
Caminhamos para inevitáveis monopólios ou duopólios em todos os segmentos 
econômicos, mas o propósito das empresas não pode se limitar à maximização do lucro 
em benefício de acionistas e em detrimento da sociedade. 
TEORIA DO COMANDO 
A teoria do comando tem importância menor dentro do escopo da teoria da 
Contabilidade que aborda as teorias do patrimônio líquido. Surge da crítica recorrente 
às teorias da propriedade e da entidade, cujo foco restrito ao conceito de propriedade 
é limitar seu alcance. 
Exemplo 
A teoria do comando mostra-se apta a capturar estruturas de poder em que a 
propriedade é utilizada deliberadamente para tornar opaca a percepção de comando. 
Nesses arranjos, a figura do proprietário é mero biombo destinado a encobrir, e mesmo 
impedir, a responsabilização do efetivo detentor do comando. 
Em que pese sua utilidade como meio de abordagem teórica para situações específicas, 
a teoria do comando não encontra espaço para generalizações e pode ser absorvida por 
teorias mais amplas que encontrem nela caso particular de aplicação. 
VERIFICANDO O APRENDIZADO 
 
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CONCLUSÃO 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
O papel da Contabilidade foi ampliado e aprofundado no século XX e acelerado no século 
XXI. Consolidando-se como provedora qualificada de informações, a Contabilidade é 
responsável pela viabilização dos contratos formalizados entre a entidade e seus 
diversos interessados, assim como da relação entre a entidade e a comunidade em que 
está inserida. 
Neste tema, conhecemos as teorias da Contabilidade. Tendo como ponto de partida os 
paradigmas teóricos para a solução de problemas na área, avançamos para as teorias 
econômicas que amparam a base teórica da Contabilidade. As teorias normativa e 
positiva da Contabilidade também foram debatidas. Por fim, a base teórica do 
Patrimônio Líquido foi apresentada.

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