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Aula 03 Estrutura Conceitual

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Aula 03. ESTRUTURA CONCEITUAL PARA RELATÓRIO 
FINANCEIRO 
MÓDULO 1 
 
Descrever a Estrutura Conceitual e os objetivos do relatório financeiro 
CONCEITOS 
Uma Estrutura Conceitual é um conjunto coerente de objetivos e fundamentos que prescreve a 
natureza, função, e limites das demonstrações contábeis e financeiras, assim como orienta a 
elaboração de padrões contábeis. 
A partir da estrutura conceitual, é possível identificar os objetivos e as finalidades da 
Contabilidade, além de orientar quanto aos eventos econômicos que devem ser reconhecidos, 
mensurados e comunicados aos usuários da informação contábil. 
A Estrutura Conceitual que orienta a formulação de padrões contábeis pelo IASB encontra-se na 
terceira versão e está formalizada no CPC 00 (R2) – Estrutura Conceitual para Relatório 
Financeiro. 
A finalidade da Estrutura Conceitual é tríplice: 
 
 
A Estrutura Conceitual não é um pronunciamento propriamente dito e, portanto, não se 
sobrepõe a qualquer pronunciamento. Trata-se tão somente de um modelo para orientar o 
desenvolvimento, a preparação e a interpretação das informações contábeis financeiras. O 
esquema abaixo apresenta a Estrutura Conceitual de maneira resumida. 
javascript:void(0)
 
 
OBJETIVOS DO RELATÓRIO FINANCEIRO PARA FINS GERAIS 
A Estrutura Conceitual adotada pelo IASB é voltada para a tomada de decisão (usefulness 
approach) com foco nos provedores de capital para a entidade. Nesse sentido, afirma que o 
objetivo das demonstrações financeiras é prover informações financeiras úteis, 
primeiramente, para investidores e credores, atuais e potenciais, na tomada de decisões sobre 
o fornecimento de recursos para a entidade. Tais decisões podem envolver: 
 
Ao privilegiar investidores e credores como usuários das demonstrações financeiras, a Estrutura 
Conceitual destaca a importância da prestação de informações relacionadas à geração de fluxos 
de caixas futuros da entidade. 
Tais informações são de vital importância na tomada de decisão de investidores e credores. Em 
linha com este entendimento, a Estrutura Conceitual destaca que, para decidir quanto ao 
fornecimento de capital para a entidade, investidores e credores precisam de informações sobre 
as perspectivas de fluxos de entrada de caixa para a entidade. Tais informações envolvem: 
 
As demonstrações financeiras representam o principal canal de transmissão de informações da 
entidade a seus usuários, em particular a investidores e credores, que, em sua maioria, não têm 
como obter estas informações por meio de outras fontes. 
Contudo, os usuários não devem considerar que as demonstrações financeiras tenham como 
finalidade prover todas as informações necessárias para a adequada avaliação da entidade. 
Fontes de informações complementares devem ser consideradas, como, por exemplo, 
condições e expectativas econômicas gerais, ambiente político e perspectivas para o setor e para 
a empresa. 
A elaboração de demonstrações financeiras que sejam informativas quanto aos fluxos de caixa 
futuros da entidade, insumos essenciais para a tomada de decisão de investidores e credores, 
devem envolver estimativas, julgamentos e modelos, e não apenas representações exatas. A 
Estrutura Conceitual estabelece os conceitos subjacentes a essas estimativas, julgamentos e 
modelos, de modo que informações prospectivas (forward-looking) sejam produzidas segundo 
critérios consistentes e confiáveis. 
INFORMAÇÕES SOBRE RECURSOS ECONÔMICOS E PASSIVOS DA ENTIDADE QUE REPORTA 
Informações sobre a natureza e os valores dos recursos econômicos e passivos da entidade 
auxiliam os usuários a avaliar sua liquidez e solvência, assim como necessidades de 
financiamento adicional e a probabilidade de êxito na obtenção desse financiamento. 
Adicionalmente, informações sobre os passivos auxiliam os usuários a prever como futuros 
fluxos de caixa serão distribuídos entre as obrigações que pesam sobre a entidade. 
Para além de uma visão estática, é do interesse dos usuários da informação contábil uma 
perspectiva dinâmica do comportamento dos recursos econômicos da entidade, assim como de 
suas obrigações. 
Dessa forma, alterações nos recursos econômicos e nas obrigações da entidade, as quais 
resultam do desempenho financeiro e de outros eventos ou transações, como a emissão de 
instrumentos de dívida ou de instrumentos patrimoniais, são inputs essenciais para avaliar as 
perspectivas de fluxos de caixa futuros da entidade. Os usuários devem ser capazes de identificar 
esses dois tipos de mudanças. 
Saiba mais 
De maneira similar, informações sobre os resultados produzidos pela entidade auxiliam os 
usuários a avaliar a eficácia de sua administração. Informações sobre a variação e os 
componentes desse resultado também são importantes, especialmente na avaliação da 
incerteza dos fluxos de caixa futuros. Por fim, informações sobre o desempenho financeiro 
passado da entidade são úteis para prever seus retornos futuros. 
A Estrutura Conceitual é clara ao definir o Balanço Patrimonial e a Demonstração de Resultados 
como as principais fontes de informações para a previsão do desempenho futuro da entidade. 
Isso decorre da superioridade do regime de competência como método de mensuração de 
resultados em relação ao regime de caixa: os lucros são melhores previsores dos fluxos de caixa 
futuros do que os próprios fluxos de caixa. Essa hipótese é largamente confirmada na pesquisa 
contábil de Kim e Kross (2005). Para uma ampla amostra de firmas norte-americanas, no período 
de 1974 a 2000, os autores reportaram que a capacidade do resultado contábil corrente prever 
o fluxo de caixa operacional do período seguinte excedia a capacidade explicativa dos próprios 
fluxos de caixa operacionais correntes. 
O regime de competência reflete os efeitos de eventos econômicos nos períodos em que estes 
ocorriam, mesmo que os pagamentos e recebimentos à vista resultantes fossem feitos em 
período diferente. Isso é importante porque o regime de competência fornece uma base para a 
avaliação do desempenho passado e futuro da entidade superior às informações derivadas do 
regime de caixa. 
Subsidiariamente ao Balanço Patrimonial e à Demonstração de Resultados, a Estrutura 
Conceitual afirma a importância da Demonstração de fluxos de caixa: informações sobre os 
fluxos de caixa da entidade também auxiliam os usuários a avaliar tanto a capacidade da 
entidade de gerar fluxos de caixa futuros, quanto a eficácia da sua administração. 
As informações de fluxo de caixa, como, por exemplo, contratação e amortização de dívidas, 
dividendos em dinheiro ou outras distribuições de caixa a investidores, indicam como a entidade 
obtém e consome caixa. Tais informações auxiliam os usuários a compreender as operações da 
entidade, avaliar suas atividades de financiamento e investimento, avaliar sua liquidez ou 
solvência e interpretar outras informações sobre o desempenho financeiro. 
CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS DE INFORMAÇÕES FINANCEIRAS ÚTEIS 
As características qualitativas de informações financeiras úteis identificam os tipos de 
informações que tendem a ser mais úteis a investidores e credores para que tomem decisões 
sobre a entidade com base nas informações contidas nas demonstrações contábeis, bem como 
em outras formas de divulgação. A figura abaixo indica as características desejáveis que a 
informação contábil deve apresentar, conforme preconizado pela Estrutura Conceitual. 
 
Características qualitativas dos relatórios financeiros 
As características qualitativas dos relatórios financeiros são apresentadas pelo IASB como um 
conjunto de qualidades de relatório baseado na prescrição básica. Para as informações 
financeiras serem úteis, elas devem ser relevantes e representar fidedignamente aquilo que 
pretendem evidenciar. 
Atenção 
As características qualitativas fundamentais das informações financeiras são 
de relevância e representação fidedigna. A utilidade das informações financeiras é aumentada 
se forem comparáveis,verificáveis, tempestivas e compreensíveis. 
Relevância 
Um sistema de informações contábeis é relevante se relatar informações úteis, compreensíveis, 
oportunas e pertinentes para uma tomada de decisão eficaz. Devem ser capazes de fazer 
diferença em decisões, seja pelo valor preditivo, seja pelo valor confirmatório. 
 
Observe o seguinte esquema. 
 
Informações que possuem valor preditivo frequentemente possuem também valor 
confirmatório, de modo que ambos os valores estão inter-relacionados. 
Exemplo 
Informações sobre receitas para o ano corrente, que podem ser utilizadas como base para 
prever receitas em anos futuros, também podem ser comparadas a previsões de receitas para o 
ano corrente que tenham sido feitas em anos anteriores. Os resultados dessas comparações 
podem ajudar o usuário a corrigir e a melhorar os processos utilizados para fazer as previsões. 
A materialidade é um aspecto da relevância da informação financeira que decorre da natureza 
ou magnitude, ou ambas, do conteúdo informacional que possuem. Dessa maneira, a omissão 
ou distorção de informações materiais pode influenciar as decisões que os usuários tomam com 
base nelas. 
Representação fidedigna 
A representação fidedigna está associada à prevalência da essência sobre a forma. Para serem 
úteis, informações financeiras não devem apenas representar fenômenos relevantes, mas 
também fazê-lo de maneira fiel à essência deles. Caso a essência e a forma não sejam as 
mesmas, a essência deve ser privilegiada para que o fenômeno econômico seja representado de 
modo autêntico. 
Uma representação fidedigna deve apresentar três características: 
Completa, Neutra e Isenta de erros. 
A representação completa inclui todas as informações necessárias para que o usuário 
compreenda os fenômenos representados, inclusive as descrições e as explicações necessárias. 
Atenção 
A representação completa de grupo de ativos inclui, no mínimo, a descrição da sua natureza e a 
representação numérica desses ativos, inclusive informando a base de mensuração utilizada 
(por exemplo, custo histórico ou valor justo). Para alguns itens, uma representação completa 
pode envolver também explicações de fatos significativos sobre a qualidade e a natureza do 
item. 
A figura abaixo resume o conceito de representação fidedigna. 
 
Segundo Lames (2019), a primeira limitação que surge é a dificuldade de mensuração, 
especialmente dos intangíveis. Há uma discussão intensa na pesquisa contábil acerca desse 
aspecto e são crescentes os elementos de valor das empresas que não são computados nos 
balanços pela ausência de mecanismos de mensuração. 
Isso ocorre porque as abordagens tradicionais para avaliação financeira das empresas 
apresentam dificuldades em avaliar os negócios com ativos intangíveis significantes, de modo 
que a maioria de tais ativos sequer é contabilizada nos demonstrativos financeiros. A principal 
razão disso está na dificuldade de identificação, definição e mensuração desses ativos por parte 
das empresas. 
Uma segunda limitação à informação completa é o não registro do custo de oportunidade. A 
necessidade contínua de se fazer escolhas deve levar em consideração as melhores alternativas 
descartadas e seu impacto nas empresas. Normalmente, o custo de oportunidade é associado 
ao custo da renúncia diante das diversas opções disponíveis no mercado. 
Atenção 
A representação neutra não é tendenciosa na seleção ou na apresentação de informações 
financeiras. A representação neutra não possui viés, não é parcial, nem apresenta ênfase. Ela 
não é manipulada para aumentar a probabilidade de que as informações financeiras sejam 
recebidas de modo favorável ou desfavorável pelos usuários. Isso não significa, contudo, que 
informações neutras não tenham influência sobre o comportamento. Ao contrário, informações 
financeiras relevantes são, por definição, capazes de fazer diferença nas decisões dos usuários. 
A neutralidade é apoiada pelo exercício da prudência, ou seja, cautela ao fazer julgamentos sob 
condições de incerteza. 
A prudência não permite a subavaliação de ativos ou receitas ou a superavaliação de passivos 
ou despesas, pois tais divulgações distorcidas podem levar à superavaliação ou subavaliação de 
receitas ou despesas em períodos futuros. 
(NBC, 2019) 
Segundo Lames (2019), dois elementos caracterizam as limitações relacionadas à neutralidade 
da informação, assim como preconiza o CPC: 
Escolhas contábeis e o Gerenciamento de resultados (manipulações). 
As escolhas contábeis são um campo fértil da Contabilidade, pois permitem, tanto decisões 
discricionárias relevantes para garantir a representação fidedigna, quanto decisões com 
menores graus de clareza, em uma margem tênue entre as escolhas e o gerenciamento de 
resultados. Também parece não haver consenso sobre os limites entre os dois elementos. 
Mesmo em meio às mudanças para os padrões internacionais, a Contabilidade ainda permanece 
obscura, e as empresas ainda conseguem manipular o sistema contábil. Os autores indicam 
cinco limitações das demonstrações contábeis que facilitam a manipulação: padrões universais, 
reconhecimento da receita, medidas de lucros não oficiais, contabilização a valor justo e ajustes 
nas decisões, ao invés dos livros. 
Representação fidedigna não significa representação precisa em todos os aspectos. Livre de 
erros significa que não há erros ou omissões na descrição do fenômeno e que o processo 
utilizado para produzir as informações apresentadas foi selecionado e aplicado sem erros no 
processo. Por exemplo, estimativas podem ser representações fidedignas se a natureza e as 
limitações do processo de estimativa forem explicadas e se nenhum erro tiver sido cometido na 
escolha e na aplicação do processo apropriado para o desenvolvimento da estimativa. 
As características qualitativas fundamentais de relevância e representação fidedigna devem ser 
simultâneas para que a informação seja útil. Dessa maneira, nem a representação fidedigna de 
fenômeno irrelevante nem a representação não fidedigna de fenômeno relevante auxiliam os 
usuários a tomar boas decisões. Em alguns casos, o equilíbrio entre relevância e representação 
fidedigna precisa ser encontrado para atingir o objetivo do relatório financeiro, que é fornecer 
informações úteis sobre fenômenos econômicos. 
Características qualitativas de melhoria 
As características qualitativas de melhoria ampliam o escopo das características qualitativas 
fundamentais das informações financeiras. Dessa forma, informações relevantes e que 
forneçam representação fidedigna podem ser melhoradas por características adicionais, como: 
comparabilidade, capacidade de verificação, tempestividade e compreensibilidade. 
Atenção 
O desafio do preparador da informação contábil é maximizar as características qualitativas de 
melhoria tendo em mente o objetivo final de produzir uma informação útil. O exercício do qual 
o preparador não poderá se desviar é a busca constante de um equilíbrio entre as diversas 
características qualitativas. 
Comparabilidade 
As decisões dos usuários envolvem escolher entre alternativas, como vender ou manter o 
investimento, ou investir em uma ou outra entidade. Consequentemente, as informações 
financeiras são mais úteis se permitirem a comparação entre as entidades, assim como sobre a 
mesma entidade, mas referentes a outro período. Observe a figura abaixo. 
 
Comparabilidade é a característica qualitativa que permite aos usuários identificar e 
compreender similaridades e diferenças entre itens. O adequado entendimento da 
comparabilidade implica diferenciá-la de outras características que possam ser incorretamente 
tomadas como sinônimos. Por exemplo, comparabilidade não é uniformidade. As diferenças 
entre os itens não devem ser diluídas; a comparabilidade de informações financeiras não é 
aumentada a ponto de fazer fatos divergentes parecerem similares. 
Do mesmo modo, comparabilidade não é consistência. Consistência refere-se ao usodos 
mesmos métodos para os mesmos itens e, indiscutivelmente, melhora a comparabilidade. A 
consistência é o meio para atingir o objetivo, que é a comparabilidade. Nesse sentido, embora 
um único fenômeno econômico possa ser representado de maneira fidedigna de diversas 
formas, permitir métodos contábeis alternativos para o mesmo fenômeno econômico diminui a 
comparabilidade. 
 
Verificabilidade 
A verificabilidade ajuda a garantir aos usuários que as informações representem de maneira 
fidedigna os fenômenos econômicos. Verificabilidade significa que diferentes observadores bem 
informados e independentes podem chegar ao consenso, embora não a um acordo 
necessariamente completo, de que a representação específica é fidedigna. Informações 
quantificadas não precisam ser uma estimativa de valor único para que sejam verificáveis. Uma 
faixa de valores possíveis e as respectivas probabilidades também podem ser verificadas. 
A verificação pode ser direta ou indireta: 
 
Exemplo 
Um exemplo é verificar o saldo devedor de uma operação de crédito, descontando os fluxos 
previstos no contrato pela sua taxa e prazos. Para estimativas mais complexas, é necessário 
divulgar as premissas subjacentes, os métodos de compilação das informações e outros fatores 
e circunstâncias que sustentam as informações. 
 
Marques et al. (2015) argumentam que a falta de transparência da informação financeira 
compromete sua verificabilidade. Ela impede, por exemplo, que se consiga observar as 
informações e o modo como foram elaboradas, tornando impossível sua reprodução. A 
transparência, parte integrante do processo de prestação de contas (accountability), mesmo 
depois de tantos anos de discussão, é um conceito em construção, que carrega consigo várias 
nuances e significados. 
Tempestividade 
Tempestividade significa disponibilizar informações aos tomadores de decisões a tempo para 
que sejam capazes de influenciá-los. De modo geral, quanto mais antiga a informação, menor a 
sua utilidade. 
Por outro lado, a tempestividade na prestação da informação pode implicar comprometimento 
de sua fidedignidade. Um trade-off deve ser considerado aqui entre a tempestividade e a 
representação fidedigna. 
Compreensibilidade 
Classificar, caracterizar e apresentar informações de modo claro e conciso as torna 
compreensíveis. Alguns fenômenos são tão inerentemente complexos a ponto de não ser 
possível compreendê-los facilmente. Excluir informações sobre esses fenômenos pode tornar 
mais clara a compreensão de determinadas informações contidas nos relatórios financeiros. 
Contudo, esses relatórios seriam incompletos e, portanto, possivelmente distorcidos. 
javascript:void(0)
Atenção 
Novamente, um trade-off deve ser considerado. Dessa vez, entre compreensibilidade e 
completude. De um lado, temos uma informação completa, porém incompreensível; de outro, 
uma informação compreensível, porém incompleta. Encontrar o equilíbrio entre essas duas 
características é o desafio do preparador da informação contábil. 
Dias (2000) argumenta que a contabilidade tem uma linguagem própria, um vocabulário especial 
com vistas a transmitir a história financeira das organizações e possui certa dependência de 
terminologia especializada. É preciso estudo e dedicação para compreendê-la, pois demanda 
alto nível de conhecimento técnico. A tabela abaixo resume o entendimento sobre as 
características qualitativas de melhoria. 
 
RESTRIÇÕES DO CUSTO SOBRE RELATÓRIOS FINANCEIROS ÚTEIS 
A preparação de relatórios financeiros representa um trade-off adicional para o profissional de 
contabilidade. Aqui nos referimos à escolha entre custo e benefício da informação prestada. O 
custo é uma restrição generalizada sobre as informações que podem ser fornecidas pelo 
relatório financeiro e deve ser justificado pelo benefício de sua apresentação. 
RESTRIÇÕES DO CUSTO SOBRE RELATÓRIOS FINANCEIROS ÚTEIS 
A preparação de relatórios financeiros representa um trade-off adicional para o profissional de 
contabilidade. Aqui nos referimos à escolha entre custo e benefício da informação prestada. O 
custo é uma restrição generalizada sobre as informações que podem ser fornecidas pelo 
relatório financeiro e deve ser justificado pelo benefício de sua apresentação. 
Os usuários também podem incorrer em custos de análise e interpretação das informações 
financeiras fornecidas. Se as informações necessárias não são fornecidas, os usuários incorrem 
em custos adicionais para obtê-las em qualquer outra parte ou para estimá-las. 
Os fornecedores de informações financeiras gastam a maior parte dos esforços envolvidos na 
coleta, no processamento, na verificação e na disseminação de informações financeiras, mas, 
em última instância, os usuários arcam com esses custos na forma de retornos reduzidos. 
A apresentação de informações financeiras relevantes e fidedignas ajuda os usuários a tomar 
decisões com mais confiança. Isso resulta no funcionamento mais eficiente dos mercados de 
capitais e no menor custo de capital para a economia como um todo. Ao aplicar a restrição de 
custo, deve-se avaliar se é provável que os benefícios do relatório de informações específicas 
justificam os custos incorridos para fornecer e utilizar essas informações. 
VERIFICANDO O APRENDIZADO 
 
 
MÓDULO 2 
 
Descrever reconhecimento, desreconhecimento e as bases de mensuração de elementos 
patrimoniais 
RECONHECIMENTO 
Reconhecimento é o processo de captura ou tradução de eventos econômicos para inclusão nas 
demonstrações contábeis, a saber: 
- Balanço patrimonial; 
- Demonstração do resultado; 
- Demonstração do resultado abrangente. 
Os eventos econômicos traduzidos devem resultar em itens que atendam à definição de ativo, 
passivo, patrimônio líquido, receita ou despesa. Reconhecimento envolve refletir o item em uma 
dessas demonstrações – seja isoladamente ou em conjunto com outros itens. O valor pelo qual 
ativo, passivo ou patrimônio líquido é reconhecido no balanço patrimonial e referido como o 
seu “valor contábil”. 
Atenção 
Para que um ativo e/ou passivo seja reconhecido, o objeto deve satisfazer a definição de 
elemento, ser mensurável e deve passar pelos testes de relevância e confiabilidade. 
Desse modo, conforme assinalam Ayres, Ferreira da Costa e Szuster (2016), podemos 
depreender que o reconhecimento contábil é o processo que envolve a decisão se um 
determinado evento deve ser reconhecido questionando-se quando, como e por quanto. Ou 
seja, incluir um ato ou fato efetivamente na Contabilidade. 
O balanço patrimonial, a demonstração do resultado e a demonstração do resultado abrangente 
refletem o ativo, passivo, patrimônio líquido, receitas e despesas reconhecidos pela entidade 
em sumários estruturados que se destinam a tornar as informações financeiras comparáveis e 
compreensíveis. 
A Contabilidade forma um sistema fechado. Em consequência, o aumento de determinado item 
do patrimônio implica o aumento ou diminuição de outro. Assim, o reconhecimento contábil 
vincula os elementos às demonstrações contábeis, como balanço patrimonial, demonstração do 
resultado e demonstração do resultado abrangente, conforme abaixo: 
(A) No balanço patrimonial, no início e no final do período de relatório, o total do ativo menos o 
total do passivo equivale ao total do patrimônio líquido 
(B) Alterações reconhecidas no patrimônio líquido durante o período de relatório 
compreendem: 
 Receitas menos despesas, reconhecidas na demonstração do resultado e na 
demonstração do resultado abrangente; mais 
 Contribuições de acionistas, menos distribuições a esses acionistas 
 
A Contabilidade, enquanto sistema fechado, impõe que o reconhecimento de item (ou mudança 
em seu valor contábil) exige o reconhecimento ou desreconhecimento de um ou mais itens 
(NBC, 2019). Como exemplos da vinculação entre itens do patrimônio e, em decorrência disso, 
das demonstrações contábeis, temos: 
(A) O reconhecimento de receita ocorre ao mesmo tempo que: 
 O reconhecimentoinicial do ativo, ou aumento no valor contábil do ativo 
 O desreconhecimento do passivo, ou diminuição no valor contábil do passivo 
(B) O reconhecimento de despesa ocorre ao mesmo tempo que: 
 O reconhecimento inicial do passivo, ou aumento no valor contábil do passivo 
 • O desreconhecimento do ativo, ou diminuição no valor contábil do ativo 
Critérios de reconhecimento 
A forte orientação da Contabilidade para a prestação de informações úteis aos usuários torna 
as etapas de reconhecimento, mensuração e classificações dos elementos contábeis 
indispensáveis ao processo de compilação de dados contábeis relevantes e confiáveis. Em 
concordância com o exposto, o critério para reconhecimento de um ativo e/ou passivo proposto 
pelo IASB é composto por três requisitos: 
- A informação resultante do reconhecimento do elemento dor relevante; 
- O reconhecimento resultar em representação fidedigna do elemento; 
- Os benefícios resultantes da informação gerada pelo reconhecimento superam os custos para 
obtê-la. 
Somente itens que atendem à definição de ativo, passivo ou patrimônio líquido devem ser 
reconhecidos no balanço patrimonial. Similarmente, somente itens que atendem à definição de 
receitas ou despesas devem ser reconhecidos na demonstração do resultado e na demonstração 
do resultado abrangente. Contudo, nem todos os itens que atendem à definição de um desses 
elementos devem ser reconhecidos. 
Somente há reconhecimento de um ativo ou passivo e de quaisquer receitas, despesas ou 
mutações do patrimônio líquido resultantes caso esses forneçam aos usuários das 
demonstrações contábeis informações que lhes sejam úteis, ou seja (NBC, 2019): 
- Informações relevantes sobre o ativo ou passivo e sobre quaisquer receitas, despesas ou 
mutações do patrimônio líquido; 
- Representação fidedigna do ativo ou passivo e de quaisquer receitas, despesas ou mutações 
do patrimônio líquido. 
Assim como o custo restringe outras decisões de relatório financeiro, também restringe decisões 
de reconhecimento. Há um custo para reconhecer um ativo ou passivo. O ativo ou passivo deve 
ser reconhecido se os benefícios de as informações fornecidas aos usuários das demonstrações 
contábeis pelo reconhecimento justificarem os custos de fornecer e utilizar essas informações. 
Em alguns casos, os custos do reconhecimento podem superar seus benefícios. 
Relevância 
As informações sobre ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas e despesas são relevantes 
para os usuários das demonstrações contábeis. 
Contudo, o reconhecimento de ativo ou passivo específico e quaisquer receitas, despesas ou 
mutações do patrimônio líquido resultantes nem sempre podem fornecer informações 
relevantes. Esse pode ser o caso se, por exemplo: 
(A) for incerta a existência de um ativo ou passivo 
(B) existir ativo ou passivo, mas a probabilidade de entrada ou saída de benefícios econômicos 
é baixa 
Baixa probabilidade de entrada ou saída de benefícios econômicos 
O ativo ou passivo pode existir mesmo se a probabilidade de entrada ou saída de benefícios 
econômicos for baixa. Nesse caso, as informações mais relevantes sobre o ativo ou passivo 
podem ser a respeito da magnitude das possíveis entradas ou saídas, da sua época possível e 
dos fatores que afetam a probabilidade de sua ocorrência. A localização típica dessas 
informações é nas notas explicativas (NBC, 2019). 
Representação fidedigna 
O reconhecimento de ativo ou passivo específico é apropriado se fornecer não apenas 
informações relevantes, mas também representação fidedigna desse ativo ou passivo e de 
quaisquer receitas, despesas ou mutações do patrimônio líquido resultantes. 
Atenção 
A possibilidade de representação fidedigna ser fornecida pode ser afetada pelo nível de 
incerteza na mensuração associado ao ativo ou passivo ou por outros fatores (NBC, 2019). 
Incerteza na mensuração 
Para que o ativo ou passivo seja reconhecido, ele deve ser mensurado. Em muitos casos, essas 
mensurações devem ser estimadas e, portanto, estão sujeitas à incerteza na mensuração. 
Conforme observado no CPC 00(R2), o uso de estimativas razoáveis é parte essencial da 
elaboração de informações financeiras e não prejudica a utilidade das informações se as 
estimativas são descritas e explicadas de maneira clara e precisa. Mesmo o elevado nível de 
incerteza na mensuração não impede, necessariamente, que essa estimativa forneça 
informações úteis. 
Em alguns casos, o nível de incerteza envolvido ao estimar a mensuração de ativo ou passivo 
pode ser tão alto a ponto de ser questionável se a estimativa forneceria representação fidedigna 
desse ativo ou passivo e de quaisquer receitas, despesas ou mutações do patrimônio líquido daí 
resultantes. 
O nível de incerteza na mensuração pode ser muito alto se, por exemplo (NBC, 2019): 
O intervalo de possíveis resultados é excepcionalmente amplo, e a probabilidade de cada 
resultado é difícil de estimar; 
A mensuração é excepcionalmente sensível a pequenas alterações em estimativas da 
probabilidade de diferentes resultados. 
Nesses casos, a informação mais útil pode ser a mensuração que se baseia na estimativa incerta, 
acompanhada pela descrição da estimativa e pela explicação das incertezas que a afetam. 
Atenção 
Em circunstâncias excepcionais, porém, nem mesmo a descrição da estimativa e a explicação 
das incertezas que a afetam tornaria possível a adequada compreensão da informação. Nessas 
circunstâncias excepcionais, o ativo ou passivo não deve ser reconhecido. 
DESRECONHECIMENTO 
O desreconhecimento contábil é a retirada integral ou parcial da demonstração da posição 
financeira de ativo e/ou passivo previamente reconhecido. Segundo o CPC 00 – Estrutura 
Conceitual, o desreconhecimento normalmente ocorre quando esse item não atende mais à 
definição de ativo ou passivo, nas seguintes condições: 
 Para o passivo – normalmente, quando a entidade não possui mais uma obrigação presente 
pela totalidade ou parte do passivo reconhecido. 
Para o ativo - quando a entidade perde o controle da totalidade ou de parte do ativo 
reconhecido; 
Os requisitos de contabilização para o desreconhecimento visam representar fidedignamente: 
(A) quaisquer ativos e passivos retidos após a transação ou outro evento que levou ao 
desreconhecimento (incluindo qualquer ativo ou passivo adquirido, incorrido ou criado como 
parte da transação ou de outro evento) 
(B) a mudança nos ativos e passivos da entidade como resultado dessa transação ou de outro 
evento 
Quando a entidade não possui mais o componente transferido, o desreconhecimento desse 
componente é uma representação fidedigna desse fato. Por outro lado, em determinadas 
ocasiões, o desreconhecimento pode não representar fidedignamente o quanto a transação ou 
outro evento muda o ativo ou passivo da entidade. Nesses casos, o desreconhecimento do 
componente transferido pode implicar que a posição financeira da entidade mudou mais 
significativamente do que o indicado. Isso pode ocorrer, por exemplo: 
(A) Se a entidade tiver transferido o ativo e, ao mesmo tempo, celebrado outra transação que 
resulta em direito presente ou obrigação presente de readquirir o ativo 
(B) Se a entidade tiver mantido exposição a variações positivas ou negativas significativas no 
valor dos benefícios econômicos que podem ser produzidos por componente transferido que a 
entidade não controla mais 
MENSURAÇÃO 
Os elementos reconhecidos nas demonstrações contábeis são quantificados em termos 
monetários. Isso exige a seleção de uma base de mensuração que, quando aplicada, mensura 
esse ativo ou passivo e as respectivas receitas e despesas. As características qualitativas de 
informações financeiras úteis e a restrição de custo resultam na seleção de diferentes bases de 
mensuração para diferentes ativos, passivos, receitas e despesas (NBC, 2019). 
A mensuração é o processo de atribuição de valores monetários significativos a objetos ou 
eventos associados a uma empresa. A principal divisãoé entre os custos históricos e os correntes 
(valor atual), pois o primeiro reflete a história da empresa, e o segundo indica o seu futuro. 
Saiba mais 
A mensuração pode ser entendida como um processo de aproximação da realidade, tendo 
subjetividade como característica e confiabilidade como um desafio para a adoção de um novo 
modelo contábil, sendo este sustentado por avaliações econômicas dos ativos e das obrigações. 
BASES DE MENSURAÇÃO 
Custo histórico 
A mensuração ao custo histórico fornece dados monetários sobre ativos, passivos e respectivas 
receitas e despesas, utilizando informações derivadas, pelo menos em parte, do preço da 
transação ou outro evento que deu origem a eles. Diferentemente do valor atual, o custo 
histórico não reflete as mudanças nos valores, exceto na medida em que essas alterações se 
referirem à redução ao valor recuperável de ativo ou passivo (NBC, 2019). 
Observe este esquema que ilustra as possibilidades que envolvem a mensuração pelo custo 
histórico. 
 
O custo histórico de ativo, quando é adquirido ou criado, é o valor dos custos incorridos na sua 
aquisição ou criação, compreendendo a contraprestação paga para adquirir ou criar o ativo mais 
os custos de transação (NBC, 2019). O custo histórico de passivo, quando é incorrido ou 
assumido, é o valor da contraprestação recebida para incorrer ou assumir o passivo menos 
custos de transação (NBC, 2019). 
Quando o ativo é adquirido ou criado, ou o passivo é incorrido ou assumido, como resultado de 
um evento que não seja uma transação em termos de mercado, pode não ser possível identificar 
o custo, ou este pode não fornecer informações relevantes. Em alguns desses casos, o valor 
atual do ativo ou passivo é utilizado como custo atribuído no reconhecimento inicial, o qual é 
utilizado como ponto de partida para mensuração subsequente ao custo histórico. 
O custo histórico de ativo é atualizado ao longo do tempo para refletir, se aplicável (NBC, 2019).: 
- O consumo da totalidade ou parte do recurso econômico que constitui o ativo (depreciação ou 
amortização); 
- Pagamentos recebidos que extinguem a totalidade ou parte do ativo; 
- O efeito de eventos que fazem com que a totalidade ou parte do custo histórico do ativo não 
seja mais recuperável (redução ao valor recuperável); 
- Provisão de juros para refletir qualquer componente de financiamento do ativo. 
O custo histórico de passivo é atualizado ao longo do tempo para refletir, se aplicável: 
(A) O cumprimento da totalidade ou parte do passivo, por exemplo, efetuando pagamentos que 
extinguem a totalidade ou parte do passivo ou satisfazendo a obrigação de entregar produtos 
(B) O efeito de eventos que aumentam o valor da obrigação de transferir os recursos econômicos 
necessários para cumprir a obrigação em tal medida que o passivo se torna oneroso, ou seja, 
ocorre quando o custo histórico não é mais suficiente para refletir a obrigação de satisfazer o 
passivo 
(C) Provisão de juros para refletir qualquer componente de financiamento do passivo 
Uma forma de aplicar a base de mensuração ao custo histórico a ativos e passivos financeiros é 
mensurá-los ao custo amortizado. 
Atenção 
O custo amortizado de um ativo financeiro ou passivo financeiro reflete as estimativas de fluxos 
de caixa futuros, descontados a uma taxa determinada no reconhecimento inicial. 
 
Para instrumentos de taxa variável, a taxa de desconto é atualizada para refletir mudanças na 
taxa variável. O custo amortizado de um ativo ou passivo financeiro é atualizado ao longo do 
tempo para refletir mudanças subsequentes, tais como provisão de juros, redução ao valor 
recuperável de ativo financeiro e recebimentos ou pagamentos. 
Valor atual 
As mensurações ao valor atual fornecem informações monetárias sobre ativos, passivos e 
respectivas receitas e despesas, utilizando informações atualizadas para refletir condições na 
data de mensuração. 
Devido à atualização, os valores atuais de ativos e passivos refletem as mudanças, desde a data 
de mensuração anterior, em estimativas de fluxos de caixa e outros fatores refletidos nesses 
valores atuais (NBC, 2019). 
Diferentemente do custo histórico, o valor atual de ativo ou passivo não resulta, mesmo em 
parte, do preço da transação ou outro evento que deu origem ao ativo ou passivo. As bases de 
mensuração do valor atual incluem: 
- Valor justo; 
- Valor em uso de ativos e valor de cumprimento de passivos; 
- Custo corrente. A figura abaixo ilustra as possibilidades envolvendo o custo atual. 
 
Valor justo 
Valor justo é o preço que seria recebido pela venda de ativo ou que seria pago pela transferência 
de passivo em transação ordenada entre participantes do mercado na data de mensuração. O 
ativo ou passivo é mensurado utilizando as mesmas premissas que os participantes do mercado 
utilizariam ao precificar o ativo ou passivo se esses participantes do mercado agirem em seu 
melhor interesse econômico (NBC, 2019). 
Em alguns casos, o valor justo pode ser determinado diretamente, observando-se os preços em 
mercado ativo. Em outros casos, o valor justo é determinado indiretamente utilizando técnicas 
de mensuração, por exemplo, baseadas em fluxo de caixa, refletindo todos os seguintes fatores 
(NBC, 2019): 
- Estimativas de fluxos de caixa futuros; 
- Possíveis variações no valor estimado ou época dos fluxos de caixa futuros do ativo ou passivo 
que estiver sendo mensurado, causadas pela incerteza inerente aos fluxos de caixa; 
- O valor do dinheiro no tempo; 
- O preço para suportar a incerteza inerente aos fluxos de caixa (prêmio de risco ou desconto de 
risco); 
- Outros fatores, por exemplo, liquidez. 
Valor em uso de ativos e valor de cumprimento de passivos 
Valor em uso é o valor presente dos fluxos de caixa, ou outros benefícios econômicos, que a 
entidade espera obter do uso de ativo e de sua alienação final. Valor de cumprimento é o valor 
presente do caixa, ou de outros recursos econômicos, que a entidade espera ser obrigada a 
transferir para cumprir a obrigação. 
Atenção 
Como o valor em uso e o valor de cumprimento baseiam-se em fluxos de caixa futuros, eles não 
incluem custos de transação incorridos ao adquirir o ativo ou assumir o passivo. Entretanto, o 
valor em uso e o valor de cumprimento incluem o valor presente de quaisquer custos de 
transação que a entidade espera incorrer na alienação final do ativo ou no cumprimento do 
passivo. 
 
O valor em uso e o valor de cumprimento não podem ser observados diretamente e são 
determinados utilizando técnicas de mensuração baseadas em fluxos de caixa. O valor em uso e 
o valor de cumprimento refletem os mesmos fatores descritos para o valor justo, mas da 
perspectiva específica da entidade, e não de participantes do mercado. 
Custo corrente 
A terceira modalidade de valor atual, o custo corrente de ativo é o custo de ativo equivalente 
na data de mensuração, compreendendo a contraprestação que seria paga na data de 
mensuração mais os custos de transação que seriam incorridos nessa data. O custo corrente de 
passivo é a contraprestação que seria recebida pelo passivo equivalente na data de mensuração 
menos os custos de transação que seriam incorridos nessa data. 
Custo corrente, como custo histórico, é o valor de entrada: reflete preços no mercado em que a 
entidade adquiriria o ativo ou incorreria no passivo. Assim, é diferente do valor justo, valor em 
uso e valor de cumprimento, que são valores de saída. Contudo, diferentemente do custo 
histórico, o custo corrente reflete condições na data de mensuração. 
Em alguns casos, o custo corrente não pode ser determinado diretamente observando preços 
em mercado ativo, sendo isso feito, portanto, indiretamente por outros meios. Por exemplo, se 
os preços estão disponíveis somente para novos ativos, o custo corrente de ativo usado pode 
precisar ser estimado, ajustando o preço corrente de novo ativo para refletir a idade atual e 
condição do ativo mantido pela entidade. 
Fatoresa serem considerados ao selecionar a base de mensuração 
Ao escolher a base de mensuração para ativo ou passivo e para as respectivas receitas e 
despesas, é necessário considerar a natureza das informações que a base de mensuração 
produzirá tanto no balanço patrimonial como na demonstração do resultado e na demonstração 
do resultado abrangente. 
As informações fornecidas pela base de mensuração devem ser úteis aos usuários das 
demonstrações contábeis. Para alcançar isso, as informações devem ser relevantes e devem 
representar, fidedignamente, o que pretendem representar. Além disso, as informações 
fornecidas devem ser, tanto quanto possível, comparáveis, verificáveis, tempestivas e 
compreensíveis. Desse modo, a base de mensuração escolhida deverá levar em conta: 
(i) As características do ativo ou passivo; e 
(ii) A forma como o ativo ou passivo contribui para fluxos de caixa futuros 
Mensuração do patrimônio líquido 
O valor contábil total do patrimônio líquido não é mensurado diretamente. Equivale ao total dos 
valores contábeis de todos os ativos reconhecidos menos o total dos valores contábeis de todos 
os passivos reconhecidos. Como as demonstrações contábeis para fins gerais não se destinam a 
apresentar o valor da entidade, o valor contábil total do patrimônio líquido geralmente não 
equivale (NBC, 2019): 
(A) Ao valor de mercado total de direitos sobre o patrimônio na entidade 
(B) Ao valor que poderia ser levantado, vendendo a entidade como um todo em regime de 
continuidade operacional; ou 
(C) Ao valor que poderia ser levantado, vendendo todos os ativos da entidade e liquidando todos 
os seus passivos 
VERIFICANDO O APRENDIZADO 
 
 
 
MÓDULO 3 
 
Identificar os critérios para apresentação e divulgação de demonstrações contábeis 
APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO COMO FERRAMENTAS DE COMUNICAÇÃO 
Uma entidade faz comunicações e reportes sobre seus ativos, passivos, patrimônio líquido, 
receitas e despesas apresentando e divulgando informações em suas demonstrações contábeis. 
A comunicação efetiva de informações nas demonstrações contábeis torna essas informações 
mais relevantes e contribui para uma representação fidedigna de ativos, passivos, patrimônio 
líquido, receitas e despesas da entidade. Também aprimora a compreensibilidade e 
comparabilidade das informações nas demonstrações contábeis. A comunicação efetiva de 
informações nas demonstrações contábeis requer (NBC, 2019): 
- Concentrar-se em princípios e objetivos de divulgação e apresentação em vez de concentrar-
se em regras; 
- Classificar informações de maneira a agrupar itens similares e separar itens diferentes; 
- Agregar informações de tal modo que não sejam obscurecidas por detalhes desnecessários ou 
por agregação excessiva. 
Assim como custo restringe outras decisões de relatório financeiro, também restringe decisões 
sobre apresentação e divulgação. 
Atenção 
Portanto, ao tomar decisões sobre apresentação e divulgação, é importante considerar se é 
provável que os benefícios fornecidos aos usuários das demonstrações contábeis ao apresentar 
ou divulgar informações específicas justifiquem os custos de fornecer e utilizar essas 
informações. 
Segundo Lima (2011), demonstrações financeiras comparáveis, como as pretendidas pelo IFRS, 
facilitam os investimentos entre diferentes jurisdições e a integração entre seus mercados de 
capitais. A comparabilidade facilita a avaliação dos investidores acerca das oportunidades de 
investimento e tende a aumentar a liquidez do mercado de capitais, bem como reduzir o custo 
de capital das empresas. 
Silva (2013) indica que houve um aumento na qualidade da informação contábil e uma redução 
no custo de capital próprio após a adoção completa do padrão IFRS pelo Brasil. 
OBJETIVOS E PRINCÍPIOS DE APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO 
Para facilitar a comunicação efetiva de informações nas demonstrações contábeis, ao 
desenvolver requisitos de apresentação e divulgação nos pronunciamentos, é necessário um 
equilíbrio entre (NBC, 2019): 
(A) Dar às entidades a flexibilidade para fornecer informações relevantes que representem 
fidedignamente os ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas e despesas da entidade; e 
(B) Exigir informações que sejam comparáveis, tanto de período a período para a entidade que 
reporta como em um único período de relatório para diferentes entidades 
Ribeiro e Braunbeck (2017) analisaram os perfis contábeis de 150 jurisdições que aplicam as 
normas internacionais de Contabilidade. Seus achados indicam que a comparabilidade a nível 
mundial das demonstrações contábeis é uma realidade para as empresas que utilizam as normas 
IFRS, com exceção das empresas que usam instrumentos financeiro, já que as normas 
direcionadas a esse assunto foram adotadas de modo diferente por muitas jurisdições. 
Classificação 
Classificação é a organização de ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas ou despesas com 
base em características compartilhadas para fins de divulgação e apresentação. Essas 
características incluem, entre outras, a natureza do item, seu papel (ou função) dentro das 
atividades de negócio conduzidas pela entidade e como é mensurado. 
Classificar diferentes ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas ou despesas em conjunto 
pode obscurecer informações relevantes, reduzir a compreensibilidade e a comparabilidade e 
pode não fornecer representação fidedigna do que pretendem representar (NBC, 2019). Da 
mesma maneira, a compensação de ativos e passivos, por meio do agrupamento em um único 
valor líquido no balanço patrimonial, não é adequada. 
As receitas e despesas são classificadas e incluídas: 
(A) Na demonstração do resultado 
(B) Na demonstração do resultado abrangente. 
A demonstração do resultado é a fonte principal de informações sobre o desempenho financeiro 
da entidade para o período de relatório. Essa demonstração contém um total para o resultado 
(lucro ou prejuízo) que fornece uma representação altamente resumida do desempenho 
financeiro da entidade para o período. Muitos usuários das demonstrações contábeis 
incorporam esse total em sua análise como ponto de partida para essa análise ou como o 
principal indicador do desempenho financeiro da entidade para o período. 
Atenção 
Como a demonstração do resultado é a fonte principal de informações sobre o desempenho 
financeiro da entidade para o período, todas as receitas e despesas são, a princípio, incluídas 
nessa demonstração. 
Contudo, ao aplicar os pronunciamentos, pode-se decidir, em circunstâncias excepcionais, que 
receitas ou despesas resultantes de mudança no valor corrente de ativo ou passivo devem ser 
incluídas na demonstração do resultado abrangente se isso resultar na demonstração do 
resultado fornecer informações mais relevantes, ou fornecer representação mais fidedigna do 
desempenho financeiro da entidade para esse período. 
A princípio, receitas e despesas incluídas na demonstração do resultado abrangente no período 
são reclassificadas da demonstração do resultado abrangente para a demonstração do resultado 
em período futuro se isso resultar na demonstração do resultado fornecer informações mais 
relevantes, ou fornecer representação mais fidedigna do desempenho financeiro da entidade 
para esse período futuro. 
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
O objetivo das demonstrações contábeis é fornecer informações financeiras sobre os ativos, 
passivos, patrimônio líquido, receitas e despesas da entidade, que sejam úteis aos usuários das 
demonstrações contábeis na avaliação de suas perspectivas de fluxos de caixa e na avaliação de 
sua gestão. As demonstrações contábeis são normalmente elaboradas com base na suposição 
de que a entidade que reporta está em continuidade operacional e continuará em operação no 
futuro previsível (conceito de continuidade ou going-concern). 
 
Essas informações são fornecidas (NBC, 2019): 
(A) No balanço patrimonial, ao reconhecer ativos, passivos e patrimônio líquido 
(B) Na demonstração doresultado e na demonstração do resultado abrangente, ao reconhecer 
receitas e despesas; e 
(C) Em outras demonstrações e notas explicativas, ao apresentar e divulgar informações sobre: 
 Ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas e despesas reconhecidos, incluindo 
informações sobre sua natureza e sobre os riscos resultantes desses ativos e passivos 
reconhecidos 
 Ativos e passivos que não foram reconhecidos, incluindo informações sobre sua 
natureza e sobre os riscos resultantes deles. Podemos citar como exemplo as 
contingências 
 Fluxos de caixa 
 Aportes de capital dos sócios e distribuições (dividendos, juros sobre capital próprio, 
bonificações) a eles; e 
 Os métodos, as premissas e os julgamentos utilizados na estimativa dos valores 
apresentados ou divulgados, e mudanças nesses métodos, premissas e julgamentos. 
As demonstrações contábeis são elaboradas para um período específico (período de relatório) 
e fornecem informações sobre: 
(A) Ativos e passivos – incluindo os não reconhecidos – e patrimônio líquido que existiam 
durante o período de relatório, ou no final deste. Trata-se do Balanço Patrimonial; e 
(B) Receitas e despesas para o período de relatório. Trata-se da Demonstração de Resultados e 
da Demonstração de Resultados Abrangentes 
 
Para ajudar os usuários das demonstrações contábeis a identificar e avaliar mudanças e 
tendências, as demonstrações contábeis também fornecem informações comparativas de, pelo 
menos, um período de relatório anterior. Adicionalmente, as demonstrações contábeis incluem 
informações sobre transações e outros eventos que ocorreram após o final do período de 
relatório, se o fornecimento dessas informações for necessário para alcançar o objetivo das 
demonstrações contábeis. Trata-se dos denominados eventos subsequentes. 
A elaboração de demonstrações contábeis pode ser feita por uma única entidade ou por mais 
de uma entidade. Uma entidade que reporta não é necessariamente uma entidade legal. 
Atenção 
Se a entidade (controladora) tem o controle sobre as demais (controladas), suas demonstrações 
contábeis compreendem tanto a controladora como suas controladas e são denominadas de 
demonstrações contábeis consolidadas. Caso as demonstrações contábeis da controladora 
sejam individuais, são denominadas de demonstrações contábeis não consolidadas (NBC, 2019). 
As demonstrações contábeis consolidadas fornecem informações sobre os ativos, passivos, 
patrimônio líquido, receitas e despesas tanto da controladora como de suas controladas, como 
se formassem entidade única. Essas informações são úteis para que investidores e credores da 
controladora possam avaliar as perspectivas de fluxos de caixa da controladora, os quais podem 
ser afetados por sua relação com as controladas. 
As demonstrações contábeis não consolidadas não são suficientes para atender às necessidades 
de informações sobre a controladora. Consequentemente, demonstrações não consolidadas 
não podem substituir demonstrações consolidadas, embora a controladora possa optar por 
elaborar demonstrações contábeis não consolidadas adicionalmente às demonstrações 
contábeis consolidadas. 
ELEMENTOS DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
Os elementos das demonstrações contábeis definidos nesta Estrutura Conceitual são: 
- Ativos, passivos e patrimônio líquido, que se referem à posição financeira da entidade; 
- Receitas e despesas, que se referem ao desempenho financeiro da entidade. 
Ativo 
Ativo é um direito que tem o potencial de produzir benefícios econômicos e é controlado pela 
entidade como resultado de eventos passados. Esta definição merece ser detalhada em três 
aspectos (NBC, 2019): 
O que é Direito? 
Direitos que têm o potencial de produzir benefícios econômicos assumem muitas formas, 
incluindo: 
(A) Direitos que correspondem à obrigação de outra parte, por exemplo: 
 Direitos de receber caixa; 
 Direitos de receber produtos ou serviços; 
 Direitos de trocar recursos econômicos com outra parte em condições favoráveis; 
 Direitos de beneficiar-se de obrigação de outra parte para transferir um recurso econômico se 
ocorrer evento futuro incerto especificado (por exemplo, fiança ou garantia similar). 
(B) Direitos que não correspondem à obrigação de outra parte, por exemplo: 
 Direitos sobre bens corpóreos, tais como imobilizado ou estoques; 
 Direitos de utilizar propriedade intelectual. 
 
O que é Potencial de produzir benefícios econômicos? 
Um recurso econômico pode produzir benefícios econômicos quando, por meio dele, a 
entidade: 
(A) Receber fluxos de caixa contratuais ou outro recurso econômico; 
(B) Trocar recursos econômicos com outra parte em condições favoráveis; 
(C) Produzir fluxos de entrada de caixa ou evitar fluxos de saída de caixa, por exemplo: 
 Utilizando o recurso econômico individualmente ou em combinação com outros recursos 
econômicos para produzir produtos ou prestar serviços; 
 Utilizando o recurso econômico para melhorar o valor de outros recursos econômicos; 
 Arrendando o recurso econômico a outra parte, 
(D) Receber caixa ou outros recursos econômicos por meio da venda do recurso econômico; 
(E) Extinguir passivos por meio da transferência do recurso econômico. 
Um recurso econômico é um direito que tem o potencial de produzir benefícios econômicos. 
Para que esse potencial exista, não precisa ser certo, ou mesmo provável, que esse direito 
produzirá benefícios econômicos. É necessário somente que o direito já exista e que, em pelo 
menos uma circunstância, produza para a entidade benefícios econômicos. Mesmo nos casos 
em que a probabilidade de gerar benefícios econômicos seja baixa, o direito poderá ser um 
ativo. Não obstante, essa baixa probabilidade pode afetar decisões acerca do reconhecimento 
do ativo, assim como de sua mensuração. 
 
O que é controle? 
Controle vincula um recurso econômico à entidade. O controle de recurso econômico 
geralmente resulta da capacidade de fazer cumprir os direitos legais. Contudo, também pode 
haver controle se a entidade possuir outros meios de assegurar que ela, e nenhuma outra parte, 
possui a capacidade presente de direcionar o uso do recurso econômico e de obter os benefícios 
que possam fluir dele. 
Passivo 
Passivo é uma obrigação presente da entidade de transferir um recurso econômico como 
resultado de eventos passados. Para que exista passivo, três critérios devem ser satisfeitos: (i) a 
entidade tem uma obrigação; (ii) a obrigação é de transferir um recurso econômico; e (iii) a 
obrigação é uma obrigação presente que existe como resultado de eventos passados (NBC, 
2019). 
OBRIGAÇÃO 
A obrigação é o dever ou responsabilidade que a entidade não tem a capacidade prática de 
evitar. A obrigação é sempre devida à outra parte (ou partes). Contudo, para que uma parte 
reconheça o passivo e o mensure, não é necessário que outra parte (ou partes) reconheça um 
ativo ou o mensure pelo mesmo valor. 
Muitas obrigações são estabelecidas por contrato, legislação ou meios similares e são 
legalmente exigíveis pela parte (ou partes) para quem são devidas. Obrigações também podem 
resultar, contudo, de práticas usuais, políticas publicadas ou declarações inequívocas da 
entidade (NBC, 2019). 
Em alguns casos, é incerto se existe uma obrigação. Por exemplo, se outra parte está buscando 
compensação devido a uma suposta irregularidade da entidade, pode ser incerto se a 
irregularidade ocorreu e, portanto, se o passivo é devido. Até que essa incerteza de existência 
seja resolvida é incerto se a entidade tem obrigação perante a parte que está buscando 
compensação e, consequentemente, se existe passivo. 
 
TRANSFERÊNCIA DE RECURSO ECONÔMICO 
Um passivo é uma obrigação de transferir um recurso econômico para outra parte (ou partes). 
Obrigações de transferir um recurso econômico incluem, por exemplo: 
 Obrigações de pagar o valor à vista; 
 Obrigações de entregar produtos ou prestar serviços; 
 Obrigações de trocar recursos econômicos com outra parte em condiçõesdesfavoráveis; 
 Obrigações de transferir um recurso econômico se ocorrer evento futuro incerto específico; 
 Obrigações de emitir instrumento financeiro se esse instrumento obrigar a entidade a transferir 
um recurso econômico. 
Para que o potencial de transferir recursos econômicos exista, não precisa ser certo, ou mesmo 
provável, que a entidade será obrigada a transferir um recurso econômico. É necessário 
somente que a obrigação já exista e que, em pelo menos uma circunstância, exigirá que a 
entidade transfira um recurso econômico. Mesmo nos casos em que a probabilidade de 
transferir recursos econômicos seja baixa, a obrigação poderá ser um passivo. Não obstante, 
essa baixa probabilidade pode afetar decisões acerca do reconhecimento do passivo, assim 
como de sua mensuração. 
 
OBRIGAÇÃO PRESENTE COMO RESULTADO DE EVENTOS PASSADOS 
O terceiro critério para configurar um passivo é que a obrigação seja presente e exista como 
resultado de eventos passados, e isso ocorre somente se: 
(i) A entidade já tiver obtido benefícios econômicos ou tomado uma ação; 
(ii) Como consequência, a entidade terá ou poderá ter de transferir um recurso econômico que, 
de outro modo, não teria de transferir. 
 
Patrimônio Líquido 
Patrimônio líquido é a participação residual nos ativos da entidade após a dedução de todos os 
seus passivos (NBC, 2019). Direitos sobre o patrimônio líquido são direitos contra a entidade 
que não atendem à definição de passivo. Essas reivindicações podem ser estabelecidas por 
contrato, legislação ou meios similares, e incluem: 
(i) Ações de diversos tipos emitidas pela entidade 
(ii) Algumas obrigações da entidade de emitir outro direito sobre o patrimônio líquido 
Receita e despesa 
Receitas são aumentos nos ativos, ou reduções nos passivos, que resultam em aumentos no 
patrimônio líquido, exceto aqueles referentes a contribuições de detentores de direitos sobre o 
patrimônio (NBC, 2019), por exemplo, aportes dos acionistas. 
 
Despesas são reduções nos ativos, ou aumentos nos passivos, que resultam na diminuição do 
patrimônio líquido, exceto aqueles referentes a distribuições aos detentores de direitos sobre o 
patrimônio (distribuições de dividendos, por exemplo). Observe a figura abaixo. 
 
Receitas e despesas são os elementos das demonstrações contábeis que se referem ao 
desempenho financeiro da entidade. Os usuários das demonstrações contábeis precisam de 
informações tanto sobre a posição financeira da entidade como de seu desempenho financeiro. 
Assim, embora receitas e despesas sejam definidas em termos de mudanças em ativos e 
passivos, informações sobre receitas e despesas são tão importantes como informações sobre 
ativos e passivos (NBC, 2019). 
O vídeo abaixo fala sobre apresentação e divulgação das demonstrações contábeis como 
ferramentas de comunicação. 
VERIFICANDO O APRENDIZADO

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