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HISTÓRIA DA COMUNICAÇÃO 
Unidade 1 - Das imagens nas cavernas à imagem objetiva
Aula 4 – O surgimento da imprensa
Profa. Gleice Mattos Luz 2017.1
No final dos séculos XIV e XV, a sociedade europeia passou por mudanças na estrutura social que culminou da passagem da Idade Média para a Idade Moderna. Com o desenvolvimento do comércio, uma nova classe começa a se desenvolver e a organização social e econômica da época já não correspondia aos anseios e necessidades desta classe, a burguesia, que aos poucos se tornava dona dos meios de produção. Contribuiu para o desenvolvimento das artes através do mecenato e investiu nas ciências e em grandes invenções.
JOHANNES GUTENBERG – CRIADOR DA TIPOGRAFIA MODERNA (1398 – 1468)
Alemão, nascido em Mainz, começou a trabalhar em uma joalheria, onde aprendeu a dominar a construção de moldes de ouro e prata. Interessou-se pela xilogravura, despertando para criação de tipos móveis em metal já que sua experiência o facilitou nesta produção. Com a ajuda de comerciantes, conseguiu produzir a prensa por volta de 1450 e tornou-se um mestre da arte gráfica.
O processo de imagem espelhada da letra, pressionava o metal e formava o tipo. Cada tipo era posto em uma matriz para dar forma a página do texto. A tinta que utilizava deveria ser absorvida sem escorrer, deixando os traços perfeitos. Gutenberg utilizou pigmentos a base de azeite para imprimir textos e para ilustrar.
TIPOS MÓVEIS
A forma da fonte imitava o estilo caligráfico dos manuscritos. Esforçou-se para tentar fazer uma representação mais humana nos tipos móveis.
Prensa de Gutenberg reconstruída para o Museu Gutenberg, em Mainz, Alemanha.
A Bíblia de Gutenberg se constituía de 42 linhas em duas colunas. São 1.282 páginas. Foram impressos 180 exemplares, 150 em papel e 30 em pergaminho. Esta obra foi considerada o início da produção em massa de livros.
A impressão em massa, possibilitada a partir daí, transformou a cultura ocidental. Gutenberg, com a prensa de tipos móveis, supriu a crescente necessidade por conhecimento na Europa. A informação escrita deixou de ser exclusividade dos nobres e do clero. Até 1489, já havia prensas como a dele na Itália, França, Espanha, Holanda, Inglaterra e Dinamarca. Em 1500, cerca de 15 milhões de livros já haviam sido impressos.
O aperfeiçoamento da impressão tipográfica con-tribuiu para a disseminação de textos que antes eram de poder da Igreja. Textos históricos, de literatura, filosofia, muito caros por serem manuscritos. Com a criação de editoras, livros eram publicados a baixos custos. 
1559 - O Papa Paul IV divulga o Índice de Livros Proibidos, uma lista dos títulos que a Igreja Católica considerava perigosos para a moral.
A sociedade passou a ter acesso à informação. Movimentos artísticos, sociais, políticos e o saber científico ganharam alcance em grande escala através da divulgação de textos impressos como meio de propaganda de ideias em livros, panfletos e cartazes. 
Tipografia Espanhola do século XVI.  Coleção 
Da Biblioteca Nacional, Lisboa.
Usando a prensa de Gutenberg, William Caxton faz o primeiro livro impresso na Inglaterra. The Dictes and Sayings of the Philosophers. 1476.
Aprimoramento das técnicas de impressão
Disseminação do uso do papel.
Novas técnicas que evitavam borrões e faziam secagem rápida.
Sistematização da apresentação de assuntos de forma direta.
Surgimento de redes internacionais de estudiosos na discussão de obras específicas. 
Correção e redução de erros de conteúdo, autoria e data. Padronização através de errata.
Produção de imagens através de xilografia, favorecendo áreas do saber que necessitavam de ilustrações, gráficos e tabelas como anatomia, astronomia e geografia.
Padronização de ordem alfabética em índices, organizando o conjunto das obras e numeração de páginas, organizando conteúdos; folha de rosto que facilitava a divulgação e catalogação das obras.
Viabilidade de conservação de livros e documentos sem adulteração nas cópias.
Impactos sociais e econômicos 
Enfraquecimento de vínculos comunitários locais para lidar com questões públicas; fortalecimento do vínculo nacional, auxiliando a formação dos Estados-Nação modernos e contemporânes.
A tradução da Bíblia e outros textos em vernáculo transformaram alguns dialetos em idioma nacional.
Aumento das vendas da Bíblia e manuais para ritos caseiros, articulando autores protestantes e impressores contra a instituição estabelecida – Igreja Católica.
No século XVII, na Inglaterra, muitos defendiam o direito de impressão de conteúdo sem autorização prévia, inaugurando o debate sobre liberdade de imprensa.
Por volta dos anos 1690 é criada a imprensa períodica não-oficial, também na Inglaterra. Os assuntos políticos passaram a integrar o cotidiano da população.
“As tecnologias, as mídias, os aparelhos, as formas de comunicação social não são, em si, bons ou ruins. Dependem da apropriação e do uso sociais; em outras palavras, do que homens e mulheres fizerem deles.” (LAIGNIER, FORTES, pág. 32)
A imprensa colaborou para disputas políticas e serviu como veículo de propaganda de ideias e ataques aos adversários. A mídia impressa contribuiu com movimentos sociais e políticos ao divulgarem pontos de vista contrários aos tradicionais. Ideias críticas que formavam opinião. 
REFORMA PROTESTANTE
REFORMA CATÓLICA
REVOLUÇÃO FRANCESA
INDEPENDÊNCIA DOS EUA
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
A atividade da imprensa consolidou a forma-jornal nos séculos XVII e XVII. Somente no século XIX o jornalismo se transformou em empresa capitalista, impulsionado pela Revolução Industrial.
A evolução técnica ocorrida entre o século XV e XVIII ainda exigia a força física humana, somente substituída no século XIX, com a utilização do vapor como fonte de energia para movimentar os prelos. 
A primeira prensa à vapor foi desenvolvida por Friederick Koenig em 1810 e adotada pelo jornal inglês The Times em 1814. Era capaz de produzir uma tiragem de 1.100 cópias por hora. Em 1828, técnicos do jornal a aperfeiçoaram, alcançando uma produção de 4.000 cópias por hora.
A prensa rotativa foi uma invenção do americano Richard Hoe para o jornal Philadelphia Public Ledger usada entre 1845 e 1861, quando então produziu uma nova máquina que combinava o cilindro com matrizes curvas estereotípicas e papel em Bobina. 
Em 1885, Ottmar Mergenthaler aperfei-çoou a máquina cujos tipos passaram a funcionar automa-ticamente.  O Linotipo é considerado o maior avanço nos sistemas de impressão desde os tipos de móveis.
O aperfeiçoamento das máquinas gerou o que podemos chamar de imprensa de massa. As grandes tiragens aliadas ao aumento populacional e diminuição do anafalbetimo fomentaram o mercado da imprensa. Novas formas de aporte financeiro foram necessárias, tendo a publicidade um lugar de destaque. O jornal passa a fazer mediação entre consumidores e produtores. Surgem as agências de publicidade.

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