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FATEC SÃO PAULO 2º SEMESTRE 2020 1 ESCADAS E RAMPAS Maria Cecilhia Roxo Fogli - 19200848 1 ESCADAS 1.1 ORIGEM E DEFINIÇÃO As escadas são elementos construtivos os quais segundo estudos históricos e arqueológicos, suas primeiras execuções teriam finalidade decorativas para as pirâmides e demais construções contemporâneas ao ano 2.700 a.C. No século X a.C. essas estruturas passaram a ser usadas como meio de circulação vertical entre os diferentes pavimentos das edificações gregas, egípcias e mesopotâmias, sendo inicialmente escavadas nos montes ou constituídas da justaposição de pedras. Nesse período, as escadas de mão feitas de madeira também ganharam destaque nas guerras e invasões. Hoje, as escadas são definidas pela NBR 9050:2015 como “uma sequência de três degraus ou mais”, confirmando o uso grego e se destinando a circulação vertical entre planos de diferentes níveis em ambientes internos ou externos e sob sua forma fixa, móvel ou rolante. A diversidade das escadas atuais não se limita a sua estrutura ou aos tipos de revestimentos, mas se diferencia também pelo uso, podendo ser classificada como coletiva, presente nas rotas acessíveis, nas rotas de fuga e demais espaços voltados ao acesso público ou comum; privativa presente no interior das construções, direcionadas ao acesso apenas do usuários da edificação; e técnica, presente em áreas restritas à profissionais que executarão serviços de manutenção, instalação e outros. 1.1.1 VARIAÇÕES DE ESCADAS • Uso: privativo, coletivo ou técnico. • Materiais: madeira, pedra, concreto, aço, alumínio. • Estrutura: fixa (inclinada, vertical), portátil (de uso individual, dupla e extensível) e mecânica (rolante com degrau convencional, rolante com degrau para cadeira de rodas, e plataforma móvel). • Estilo Arquitetônico: Santos Dumont, Circular, Curva, Helicoidal, Caracol, “U”, “J”, “L”, Reta. • Escadas de Emergência: escada enclausurada à prova de fumaça, escada enclausurada protegida ou escada não enclausurada. FATEC SÃO PAULO 2º SEMESTRE 2020 2 1.2 DIRETRIZES NORMATIVAS As escadas apesar de serem baseadas no plano inclinado para o deslocamento entre os pavimentos, se diferencia das rampas pela existência dos degraus os quais, quando não adaptadas, impossibilitam o uso autônomo por cadeirantes e assim, inviabilizam o amplo acesso. Visando minimizar as limitações dos usuários e garantir sua segurança e ergonomia, a execução das escadas é regularizada por normas e leis que padronizam dimensões, formatos, aplicabilidades e demais fatores a fim de promover a acessibilidade principalmente às escadas de uso coletivo. Dentre as principais normas que descrevem os pontos de atenção na construção de escadas e que foram utilizadas para elucidar os itens do presente trabalho, estão a NBR 9050:2015 “Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos”; NBR 9077:2001 “Saídas de Emergência em Edifícios”; NR18 “Condições de Segurança e Saúde no Trabalho na Indústria da Construção” e NR12 “Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos”. 1.2.1 COMPONETES E DENOMINAÇÕES As escadas presentes em ambientes internos e externos, destinadas à uso coletivo ou privativo são compostas por elementos obrigatórios e específicos, os quais foram listados a seguir segundo dispostos nas normas NBR 9055:2015 e NBR 9077:2001. • Degraus, principal elemento das escadas, é constituído de um plano horizontal (piso) e um plano vertical (espelho), o qual em rotas acessíveis, segundo o item 6.7.1 da NBR 9050:2015 não devem ser vazados e para construções após a vigência da norma, conforme item 6.8.4, a distância entre o primeiro e o último degrau de um lance de escada deve distar no mínimo 0,30 m da área de circulação adjacente. • Bocel, prolongamento do piso da escada, cuja projeção da aresta para rotas de acessibilidade pode avançar no máximo 1,5 cm sobre o piso abaixo, segundo disposto na NBR 9050:2015; “6.7.1 Características dos pisos e espelhos - Nas rotas acessíveis não podem ser utilizados degraus e escadas fixas com espelhos vazados. Quando houver bocel ou espelho inclinado, a projeção da aresta pode avançar no máximo 1,5 cm sobre o piso abaixo” Figura 1 - corresponde a "figura 74" da NBR 9050:2015 FATEC SÃO PAULO 2º SEMESTRE 2020 3 • Guia de balizamento, elemento de segurança presente na lateral da escada o qual conforme disposto no item 6.9.5 da NBR 9050:2015 é usado junto ao guarda corpo em alternativa à ausência de paredes laterais; • Corrimão, barra horizontal lateral, instalada junto às paredes ou guarda- corpos das escadas, usada como apoio e guia dos usuários. Apresenta uma superfície contínua, lisa e arredondada, sendo suportada por balaústres (estrutura vertical), ou fixadas nas paredes laterais de modo a ficar pelo menos 30cm longe das extremidades da escada. Segundo descrito no item 4.8.2.3 da NBR 9077:2001 “Os corrimãos devem ser projetados de forma a poderem ser agarrados fácil e confortavelmente, permitindo um contínuo deslocamento da mão ao longo de toda a sua extensão, sem encontrar quaisquer obstruções, arestas ou soluções de continuidade.” • Corrimão intermediário, segundo o item 6.9.4 da NBR 9050:2015, é estabelecido sua instalação em escadas coletivas com larguras maiores que 2,40, sendo posicionado de modo a garantir uma faixa de circulação mínima de 1,20 m entre o corrimão e a parede ou guarda corpo lateral. Outro ponto destacado pelo item da Norma é a necessidade de continuidade do corrimão ao longo da caixa da escada, podendo ser interrompido apenas quando o patamar apresentar comprimento superior a 1,20m e dessa forma possibilitar o espaçamento mínimo de 0,80m entre os corrimões consecutivos. Figura 2 - corresponde a "figura 77" da NBR 9050:2015 • Guarda-corpo, barreira protetora maciça ou não, obrigatória nas laterais livres das escadas para a proteção contra quedas dos usuários; • Patamares, plano de descanso à subida, sendo obrigatória sempre que houver mudança de direção e um desnível igual ou superior a 3,20m; • Antecâmara, elemento obrigatório às escadas de emergência, conforme o item 3.6 da NBR 9077:2001, é uma área antes da caixa da escada a qual recebe uma ventilação natural, através de janelas ou dutos de entrada e saída de ar, ou uma ventilação forçada através da pressurização; FATEC SÃO PAULO 2º SEMESTRE 2020 4 • Áreas de resgate, segundo o descrito no item 6.4.3 da NBR 9050:2015, são espaços destinadas ao posicionamento de pessoas em cadeiras de rodas, presente nas escadas de emergência das rotas de fuga; Figura 3 - corresponde a "figura 69" da NBR 9050:2015 • Sinalizações táteis e visuais, obrigatórias às escadas coletivas, são importantes para informar os usuários sobre a existência de desníveis, patamares, rampas, o número dos pavimentos e indicar o sentido das saídas nas escadas de emergências. Para a sinalização visual no item 5.4.4 da NBR 9050:2015, há uma nota de recomendação discorrendo sobre a possibilidade de estender o comprimento das faixas de sinalização ao longo de todo o comprimento dos pisos e espelhos, mantendo a coloração fluorescente ou retroiluminada, aliada a um material antiderrapante. Figuras 4 – correspondentes as "figuras 60 e 61" da NBR 9050:2015 1.2.2 DIMENSIONAMENTOS • Pisos e Espelhos, segundo disposto no item 6.8.2 da NBR 9050:2015, “As dimensões dos pisos e espelhos devem ser constantes em toda a escada ou degraus isolados”, visando obedecer a essa premissa as escadas devem atender às relações listadas a seguir: Para escadas coletivas - 6.8.2 da NBR 9050:2015 a) 0,63 m ≤ p + 2e ≤ 0,65 m, b) pisos (p): 0,28 m ≤ p ≤ 0,32 m e c) espelhos (e): 0,16 m ≤ e ≤ 0,18 m; Para escadas privativas – Lei 11.228/1992 a) pisos (p): ≤ 0,25 m e b) espelhos (e): e ≤ 0,19 m; Sendo que osdegraus devem assegurar uma altura de passagem livre de 2,00m FATEC SÃO PAULO 2º SEMESTRE 2020 5 Para escadas curvas deve- se executar um balanceamento com base na linha imaginária, pela qual uma pessoa sobe e desce uma escada segurando o corrimão e distante 0,55m da extremidade mais próxima. O balanceamento consiste em dimensionar os espelhos e pisos de modo que a parte mais estreita dos degraus não seja inferior a 15cm, conforme as figuras abaixo. • Largura, a dimensão mínima definida pelo item 6.8.3 da mesma norma é de 1,20m, lembrando que tal dimensão varia de acordo com o fluxo de pessoas, devendo por tal razão ser estuda conforme as considerações da NBR 9077. • Patamar, para o item 6.8.8 da NBR 9050:2015 o comprimento longitudinal mínimo para patamares de escadas retas é de 1,20m, quando ocorrer mudança de direção as dimensões devem ser iguais a largura da escada e quando houver uma porta nos patamares a área de abertura, não pode intervir na dimensão mínima do patamar. No item 4.7.3.3 da NBR 9077:2011, há a descrição analítica do comprimento do patamar para escadas retas, através da fórmula: “p = (2h + b) n + b”, em que o “n” é um número inteiro, “h” é a altura dos espelhos e “b” a largura dos pisos. • Corrimão, segundo o item 6.9.2.1 da NBR 9050:2015, devem ser instalados em ambos os lados da escada a uma altura de 0,92m do piso e podendo conter, nas escadas de uso coletivo uma altura intermediária de 0,70m, a fim de atender um público mais amplo. Após o término de um lance deve prolongar no mínimo 0,30m do último degrau, não interferindo na área de circulação, além de serem afastados no mínimo 0,40m da parede lateral. Figuras 5 – correspondente a "figura 75" da NBR 9050:2015 Figuras 6 – correspondente a "figura 76" da NBR 9050:2015 Figuras 7 – correspondente as "figura 16" da NBR 9077:2001 FATEC SÃO PAULO 2º SEMESTRE 2020 6 1.2.3 ESCADAS COLETIVAS DE USO TÉCNICO As escadas de uso coletivo, além de cumprirem as normas de acessibilidade e saídas de emergência, devem ser corretamente aplicadas nos ambientes de trabalho seguindo as orientações das normas regulamentadores específicas para cada atividade técnica. Baseando-se no item 18.8.1 da NR 18, a instalação das escadas de uso coletivo é obrigatória como meio de circulação dos trabalhadores da construção entre pisos com desnível superior a 0,4m, tais escadas são classificadas como fixas com os ângulos de inclinação de 75° a 90° ou móveis com inclinação entre o intervalo de 50° a 75°, podendo utilizar também a orientação do fabricante. Nos itens 18.8.6.1 e 18.8.6.2 há algumas diretrizes de dimensionamento da escada fixa de uso coletivo e escada fixa vertical, das quais se pode elencar para a primeira a largura mínima da escada de 0,8m e a existência de um patamar intermediário a cada 2,90m de altura, enquanto para a segunda, pontua-se a necessidade de corrimão ou continuação dos montantes a uma altura de 1,10m a 1,20m do nível da plataforma de descanso ou do piso superior; largura entre 0,4m a 0,6m;altura máxima de 10m para um único lance; altura máxima de 6m para múltiplos lances; plataforma de descanso com dimensões mínimas de 0,6m x 0,6m sendo dotada de sistemas de segurança; e espaçamento uniforme entre os degraus de 0,25m a 0,30m. No anexo III da NR 12, abordando sobre os meios de acesso à máquinas e equipamentos, no item 13 descreve orientações para escadas marinheiro, enfatizando as orientações análogas às presentes na NR 18 sobre as escadas fixas verticais e destacando o dimensionamento da gaiola de proteção a qual deve ser instalada a partir de 2,00m do piso, apresentar diâmetro entre 0,65m e 0,80m e vãos entre os arcos horizontais de no máximo 0,30m. 2 RAMPAS 2.1 ORIGEM E DEFINIÇÃO Os primeiros usos de rampas remontam a Antiguidade, quando os egípcios e gregos utilizavam o plano inclinado para facilitar o transporte de grandes objetos, os quais seriam usados principalmente nas construções antigas. Em seguida as rampas passaram a fazer parte da estrutura viária dos centros urbanos, transportando não somente objetos pesados, mas sendo também utilizada para facilitar a transposição de automóveis e pessoas. A partir da década de 1950, após as guerras mundiais, as rampas passaram a ser um elemento protagonista na circulação vertical de pessoas com alguma dificuldade de FATEC SÃO PAULO 2º SEMESTRE 2020 7 mobilidade, sendo hoje, um dos principais elementos de acessibilidade nas vias públicas e privadas, permitindo a circulação autônoma de todos os seus usuários entre planos de diferentes níveis. Segundo a definição da NBR 9050:2015 rampa é “inclinação da superfície de piso, longitudinal ao sentido de caminhamento, com declividade igual ou superior a 5 %”. 2.1.1 PRINCIPAIS APLICAÇÕES DAS RAMPAS • Pistas de skate; • Calçada rebaixada; • Faixa elevada; • Rotas acessíveis; • Rotas de fuga; 2.2 DIRETRIZES NORMATIVAS As rampas apesar de estarem propensas ao fornecimento de amplo acesso dos usuários por apresentarem maior facilidade de locomoção entre pavimentos, essa acessibilidade só se torna possível quando sua execução segue padrões normativos os quais orientam acerca dos revestimentos utilizados, as dimensões necessárias, as aplicações e os componentes que viabilizam uma rampa ergonômica, segura e acessível. Entre as normas estudadas para a dissertação dos itens posteriores, estão a norma técnica NBR 9050:2015 “Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos” e a norma regulamentadora NR 18 “Condições de Segurança e Saúde no Trabalho na Indústria da Construção”. 2.2.1 ELEMENTOS • Guia de balizamento, elemento de segurança presente na lateral da escada, o qual conforme disposto no item 6.6.3 da NBR 9050:2015 deve apresentar altura mínima de 5 cm; • Corrimão, equivalente ao determinado para a escada a norma define-o como um elemento de segurança o qual aliado ao guia de balizamento e o guarda-corpo, são obrigatórios para suprir a ausência de paredes laterais; • Sinalizações táteis e visuais, como nas escadas coletivas são obrigatórias e importantes para informar os usuários sobre a existência de desníveis, patamares, o número dos pavimentos e o sentido da saída; • Patamar, plano de descanso à subida, o qual segundo descrito no item 6.6.4 da NBR 9050:2015, devem apresentar dimensão longitudinal mínima de 1,20m, enquanto para aqueles presentes em mudanças de direção apresentam dimensões iguais às da rampa. Figura 8 – correspondente a "figura 72" da NBR 9050:2015 FATEC SÃO PAULO 2º SEMESTRE 2020 8 2.2.2 DIMENSIONAMENTO • Inclinação, segundo descrito no item 6.6.2 da NBR 9050:2015, a inclinação (i) das rampas deve ser calculada pela seguinte equação: 𝒊 = 𝒉×𝟏𝟎𝟎 𝒄 Nos itens subsequentes da mesma norma são definidas as inclinações admissíveis, recomendando para a inclinação entre 6,25 % e 8,33 %, a criação de uma área de descanso a cada 50 m do percurso inclinado, para as rampas curvas, a inclinação máxima admissível de 8,33 % (1:12) e o raio mínimo de 3,00 m, medido no perímetro interno à curva e a inclinação transversal máxima para rampas internas sendo de 2%, enquanto para rampas externas, 3%. • Largura, a dimensão mínima recomendável para rampas em rotas acessíveis é de 1,50m e o mínimo admissível é 1,20m. Deve-se também lembrar que a largura deve ser definida de acordo com o fluxo de pessoas. 2.2.3 RAMPAS NA CONTRUÇÃO As rampas, como as escadas apresentam além do uso coletivo amplo, um uso restrito, empregado em ambientes técnicos, como na construção civil, dispondo de regulamentações para garantir a integridade dos trabalhadores durante o desempenho de seus ofícios. Seguindo o disposto no item 18.8 da NR18, esse meio de circulação vertical deve ser usado pelos trabalhadores para vencerem desníveissuperiores a 0,4m, apresentando um ângulo de inclinação de inferior a 15° e para caso de ângulos de inclinação superiores a 6° devem ser fixadas peças transversais de espaçamento máximo de 0,40m ou outro elemento para apoio dos pés. O item seguinte da mesma norma destaca a largura mínima de 0,80m, a forração completa e antiderrapante, bem como, reitera a necessidade de sistema de proteção em todo o perímetro como anteparos rígidos de altura mínima de 1,20m. **Para “i”, sendo a inclinação, expressa em porcentagem (%); “h” a altura do desnível e “c” é o comprimento da projeção horizontal. Figura 9 – correspondente a "figura 73" da NBR 9050:2015 FATEC SÃO PAULO 2º SEMESTRE 2020 9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ❖ NBR 9050 - datada em 11.09.2015 ❖ NBR 9077 - dezembro de 2001 - datada em dezembro de 2001 ❖ NR 18 - "Condições de Segurança e Saúde no Trabalho na Indústria da Construção" - publicada em 11 de fevereiro de 2020 ❖ NR 12 "Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos" - ANEXO III - publicada em 31 de julho de 2019 ❖ https://quiizza.com.br/amp/a-historia-das-rampas-para-cadeiras-de-rodas.php ❖ https://ebgesc.com.br/blog/a-origem-e-evolucao-das-escadas/ ❖ https://www.google.com/amp/s/estudanteuma.wordpress.com/2013/07/03/escadas- conceito/amp/ https://quiizza.com.br/amp/a-historia-das-rampas-para-cadeiras-de-rodas.php https://ebgesc.com.br/blog/a-origem-e-evolucao-das-escadas/ https://www.google.com/amp/s/estudanteuma.wordpress.com/2013/07/03/escadas-conceito/amp/ https://www.google.com/amp/s/estudanteuma.wordpress.com/2013/07/03/escadas-conceito/amp/
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