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APOSTILA Economia Aplicada

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Prévia do material em texto

PÓS-GRADUAÇÃO 
ECONOMIA 
ECONOMIA 
1 
 
 
 
APRESENTAÇÃO 
 
 
Prezado(a) Aluno(a), 
 
 
Você está participando da disciplina de Economia na modalidade a distância, ofertada 
pelo Centro Universitário Dinâmica das Cataratas - UDC. Sabemos que o seu 
percurso de aprendizagem necessita ser acompanhado e orientado, para que você 
obtenha sucesso nos estudos e construa um conhecimento relevante à sua formação 
profissional. 
Preparamos este material didático com os conteúdos teóricos e as orientações de 
atividades planejadas pelo professor, possibilitando, assim, guiá-lo no autoestudo ao 
longo do semestre. Além disso, você conta com o ambiente virtual de aprendizagem 
como espaço de estudo e de participação ativa no curso. Nele você encontra as 
orientações para realizar atividades e avaliações online, além de recursos que vão 
enriquecer a proposta deste material didático, tais como links para sites da Internet, 
vídeos gravados pelo professor e outros por ele sugeridos, textos, animações, 
ilustrações, dentre outras mídias. 
Lembre-se, no entanto, de que você deve se organizar para criar sua própria 
autonomia de estudo. Isso inclui o planejamento do seu tempo de dedicação ao 
estudo individual e de participação colaborativa no ambiente virtual. 
 
Este material é o seu livro-texto e apoio importante no desenvolvimento de sua 
aprendizagem no curso. 
 
Bom estudo! 
Direção UDC Online 
ECONOMIA 
2 
 
 
 
SUMÁRIO 
APRESENTAÇÃO ...................................................................................................... 1 
UNIDADE I - INTRODUÇÃO À ECONOMIA .............................................................. 4 
1.1 INTRODUÇÃO À ECONOMIA ............................................................................... 4 
1.2 PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB) ..................................................................... 5 
1.3 O PIB REAL E O PIB NOMINAL ........................................................................... 6 
1.4 DEFLATOR DO PIB .............................................................................................. 8 
1.5 LIMITAÇÕES RELACIONADAS À INTERPRETAÇÃO DOS DADOS DO 
PRODUTO INTERNO BRUTO .................................................................................... 9 
UNIDADE II - INTRODUÇÃO AO MERCADO DE BENS ......................................... 13 
2.1 INTRODUÇÃO AO MERCADO DE BENS .......................................................... 13 
2.2 O MERCADO DE BENS ...................................................................................... 14 
2.3 A CURVA DA OFERTA AGREGADA (OA) ......................................................... 15 
2.4 O FORMATO DA CURVA DA OFERTA AGREGADA ......................................... 16 
2.5 HIPÓTESES DO MODELO MACROECONÔMICO PARA A OFERTA 
AGREGADA .............................................................................................................. 17 
2.6 DEMANDA POR BENS (DEMANDA AGREGADA) (DA) .................................... 18 
2.7 CONSUMO .......................................................................................................... 19 
2.7.1 Poupança ........................................................................................................ 20 
2.7.2 Investimento ................................................................................................... 20 
2.8 GASTOS DO GOVERNO .................................................................................... 21 
2.9 EXPORTAÇÕES LÍQUIDAS DE BENS E SERVIÇOS (X-M) .............................. 21 
2.10 MULTIPLICADOR KEYNESIANO DE GASTOS ............................................... 25 
2.11 IMPLICAÇÕES AOS GESTORES ..................................................................... 27 
UNIDADE III - MERCADOS FINANCEIROS ............................................................. 29 
3.1 MERCADOS FINANCEIROS .............................................................................. 29 
3.2 DEMANDA POR MOEDA .................................................................................... 30 
3.3 A OFERTA DE MOEDA E A DETERMINAÇÃO DA TAXA DE JUROS ............... 32 
3.4 EFEITOS DE UM AUMENTO DA RENDA NOMINAL SOBRE A TAXA DE 
JUROS ...................................................................................................................... 33 
3.5 EFEITOS DO AUMENTO DA OFERTA DE MOEDA SOBRE A TAXA DE JUROS 
................................................................................................................................. 34 
ECONOMIA 
3 
 
 
3.6 EFEITO DA POLÍTICA MONETÁRIA SOBRE O NÍVEL DE RENDA (EFEITO 
KEYNES) ................................................................................................................... 35 
3.7 OUTROS INSTRUMENTOS DE POLÍTICA MONETÁRIA .................................. 36 
3.8 CONSIDERAÇÕES SOBRE AS POLÍTICAS MONETÁRIA E FISCAL ............... 36 
3.9 IMPLICAÇÕES AOS GESTORES....................................................................... 37 
Materiais Complementares ..................................................................................... 38 
UNIDADE IV - INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA INFLAÇÃO E CAMBIO ................ 38 
4.1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA INFLAÇÃO ...................................................... 39 
4.2 CONCEITOS ....................................................................................................... 39 
4.3 DISTORÇÕES NA ECONOMIA RESULTANTES DA INFLAÇÃO ....................... 40 
4.4 TIPOS DE INFLAÇÃO ......................................................................................... 42 
4.4.1 Inflação de Demanda ...................................................................................... 42 
4.4.2 Inflação de custos .......................................................................................... 43 
4.5 TAXA DE CÂMBIO .............................................................................................. 44 
4.6 REGIMES CAMBIAIS .......................................................................................... 45 
4.7 TAXA DE CÂMBIO REAL E NOMINAL ............................................................... 47 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 49 
ECONOMIA 
4 
 
 
UNIDADE I - INTRODUÇÃO À ECONOMIA 
 
 
1.1 INTRODUÇÃO À ECONOMIA 
 
O propósito dessa apostila é de servir como referência/complementar as 
discussões com o professor, a respeito dos conteúdos de economia aplicada, bem 
como orientar/direcionar os alunos quanto aos principais temas a serem estudados1. 
Na esfera macroeconômica, existem alguns tópicos considerados como 
principais objetos de estudo, ou seja, aqueles que norteiam grande parte da 
preocupação dos agentes (policy makers) responsáveis pela elaboração das políticas 
econômicas. Dentre esses tópicos, cabe destacar: 
▪ Produto e renda: o nível de produção real da economia e sua taxa de 
crescimento, bem como suas implicações para a qualidade de vida da 
população; 
▪ Questões relacionadas ao emprego: proporção de trabalhadores na 
economia que não estão empregados e que procuram emprego, aqueles 
empregados, e as implicações do nível de emprego para o consumo, o 
crescimento do país e a inflação; 
▪ Inflação: taxa de crescimento dos preços médios dos bens da economia e a 
perda do poder aquisitivo da moeda, bem como seus reflexos na capacidade 
de compra das famílias e na qualidade de vida da população. 
▪ Taxa de Câmbio: reflexos na economia nacional decorrentes da variação do 
preço da moeda estrangeira, cotada em reais. 
Outrossim, cabe acrescer que as discussões no âmbito econômico têm 
extrapolado os elementos supracitados. O estabelecimento de relações entre a 
economia e variáveis sociais e ambientais tem sido cada vez mais recorrente. Nesse 
tópico em especial, as discussões abarcam:1 As referências utilizadas para a construção dessa apostila estão nominadas ao final de cada capítulo. 
ECONOMIA 
5 
 
 
 
▪ Como produzir mais com menos recursos? 
▪ Como manter o nível de bem estar social ou ainda melhorá-lo, sem prejudicar 
o meio ambiente? Como eliminar o “reconhecido” trade off entre 
desenvolvimento econômico e preservação ambiental? 
▪ Como a bolsa de valores, os mercados financeiros e as expectativas dos 
agentes econômicos interferem de maneira tão concreta na economia real? 
▪ Por que a competição internacional, as desigualdades salariais entre os países 
e o progresso tecnológico são concomitantemente acusados de causarem 
desemprego em alguns países e melhoras no bem estar social em outros? E 
ainda, como o Brasil está incluído neste cenário? 
Ao longo das discussões, abordaremos esses tópicos e, sempre que possível, 
analisar-se-á conjuntamente como esses temas afetam nossa vida. Cabe, de início, 
apresentar alguns conceitos que introdutoriamente, são abordados em nossa 
disciplina: 
 
1.2 PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB) 
 
Existem três maneiras simplificadas de compreender o PIB. Obrigatoriamente, 
independentemente do modo que o calculemos, o resultado encontrado será o 
mesmo: 
(1) PIB pela ótica dos produtos finais: o PIB corresponde ao valor dos bens 
finais e serviços produzidos em uma economia em determinado período (cálculo ótica 
do produto), conforme o exemplo a seguir, de um país que possui somente duas 
indústrias; 
 
Exemplo 1: 
 
Siderurgia (indústria de bens intermediário)2 
Receita com vendas R$ 100 
(-) Despesas R$ 80 
Lucro R$ 20 
Fábrica de automóveis (indústria de bens finais) 
 
2 Bem intermediário é aquele empregado na produção de outro bem, considerando que esse último será 
consumido. 
ECONOMIA 
6 
 
 
 
Receita com vendas R$ 210 
Despesas (salários e compras) R$ 170 
Lucro R$ 40 
Fonte: Próprio autor 
 
(2) O PIB pela ótica do valor adicionado: o PIB representa a soma do valor 
adicionado na economia em determinado período (cálculo pela ótica do produto), 
conforme o exemplo a seguir, de um país que possui somente duas indústrias; 
 
 
Siderurgia (indústria de bens intermediário) 
Receita com vendas R$ 100 
(-) Despesas R$ 80 
Lucro R$ 20 
Fábrica de automóveis (indústria de bens finais) 
Receita com vendas R$ 210 
Despesas (salários e compras) R$ 170 
Lucro R$ 40 
Fonte: Próprio autor 
 
Considere: 
- Valor adicionado pela indústria siderúrgica: 100 
- Valor adicionado pela indústria automobilística: 210 – 100= 110. 
- Valor adicionado na economia: 100 + 110 = 210 
 
 
(3) O PIB pela ótica das rendas: o PIB representa a soma das rendas na 
economia em determinado período (cálculo pela ótica da renda). 
PIB = impostos diretos + salários + renda do capital 
(renda do governo) + (renda dos trabalhadores) + (renda das empresas) 
Conforme a tabela do exemplo 1: 
Siderurgia: R$ 100 = 80 (renda do trabalho) + 20 (renda do capital) 
Automóveis: R$ 110 = 70 (renda do trabalho) + 40 (renda do capital) 
PIB = renda do trabalho (150) + renda do capital (60) = 210 
 
1.3 O PIB REAL E O PIB NOMINAL 
 
Quando escutamos nos noticiários que o PIB cresceu 5% em relação ao ano 
anterior, devemos discernir sobre qual PIB a informação se refere. Nesse sentido, é 
necessário ressaltar que, para fins de comparação entre períodos de tempo, o PIB 
utilizado é o real, e não o nominal. 
ECONOMIA 
7 
 
 
 
 
 
Observe o exemplo simplificado nº 2 a seguir, de uma economia que só 
produz um único produto: 
Ano Quantidade de carros Preço dos carros PIB Nominal PIB real 
(preços de 08) 
2008 10 R$ 10.000 R$ 100.000 R$ 100.000 
2009 8 R$ 13.000 R$ 104.000 R$ 80.000 
 
A economia cresceu, manteve-se estável ou encolheu? 
- Se observarmos apenas o PIB nominal, chegaremos à conclusão equivocada 
de que sim, houve crescimento. No entanto, a produção real da economia não 
cresceu (observe que a produção de carros diminuiu). O que cresceu, na realidade, 
foi o preço. 
 
Cabe-nos, então, observar a distinção entre os conceitos apresentados: 
PIB nominal: refere-se à soma das quantidades de bens finais produzidos 
multiplicados por seus preços correntes (leia-se: do ano em análise). Observar que o 
PIB nominal (quase sempre) aumenta ao longo do tempo pelo fato de que: 
▪ A produção da maioria dos bens aumenta ao longo do tempo; 
▪ O preço dos bens aumenta ao longo do tempo. 
PIB real: refere-se à soma das quantidades de bens finais multiplicados por 
preços constantes (leia-se: do ano escolhido como base). 
 
Observe o exemplo simplificado nº3 a seguir: 
 
Ano Quantidade de carros Preço dos carros PIB nominal Variação 
1991 10 R$ 10.000,00 R$ 100.000 
1992 12 R$ 12.000,00 R$ 144.000 44% 
1993 13 R$ 13.000,00 R$ 169.000 17% 
 PIB real (a preços de 1992) 
1991 R$ 12.000,00 R$ 120.000 
1992 R$ 12.000,00 R$ 144.000 20% 
1993 R$ 12.000,00 R$ 156.00 8% 
 
Observar que: 
▪ Para o ano de 1992, o crescimento da economia foi de 20% e não 44%, 
enquanto que para o ano de 1993, o crescimento da economia foi de 8% e não 
de 17%. 
ECONOMIA 
8 
 
 
 
▪ Grosso modo, o que estamos fazendo nesse exemplo é eliminar o impacto das 
variações de preço, considerando somente as variações de produção no 
cálculo do PIB. Essa é razão pela qual se utiliza o preço de um ano base para 
todos os demais anos para se calcular o PIB real. 
 
1.4 DEFLATOR DO PIB 
 
O deflator mede os preços de todos os bens e serviços produzidos (aumento 
dos preços dos bens comprados pelo governo e pelas empresas aparecerá apenas 
no deflator). 
Deflator = PIB t nominal 
PIB t real 
 
Para efeito de cálculo, escolhe-se de maneira arbitrária um ano base e atribui- 
se o valor de 1. A variação nos dá a informação acerca de quanto o nível geral de 
preços aumenta com o passar do tempo. Inclui apenas os bens produzidos 
domesticamente. 
 
 
Exemplo simplificado nº4: 
 
Ano 1998 1999 
 Quantidade Preço (R$) Quantidade Preço (R$) 
Automóveis 10 20.000 12 30.000 
Computadores 40 1.000 60 500 
Laranjas 10.000 1 10.000 1 
PIB nominal 250.000 400.000 
PIB real (preços de 1998) 250.000 310.000 
Variação 24% 
PIB real (preços de 1999) 330.000 400.000 
Variação 21% 
 
Cálculo do deflator - ano base 98: 
Pt 98 = PIB t nominal = 250.000/ 25.0000 = 1 
PIB t real 
Pt 99 = PIB t nominal = 400.000/ 310.000 = 1,29 
PIB t real 
ECONOMIA 
9 
 
 
 
 
 
Variação dos preços medida pelo deflator do PIB: 
= (Pt – Pt -1)/Pt-1 
1,29 -1 = 0,29 ou 29% 
1 
 
O deflator atualmente não é a medida mais comumente usada para avaliação 
das variações de preço (outros índices – como o IPC), por exemplo – tem sido mais 
aplicado. 
Deflator: 
Ano de 1998: 1 
Ano de 1999: 1,29 
 
 
1.5 LIMITAÇÕES RELACIONADAS À INTERPRETAÇÃO DOS DADOS DO 
PRODUTO INTERNO BRUTO 
 
Embora o cálculo do PIB seja considerado uma referência confiável para 
avaliação do trajeto que uma economia percorre, bem como um parâmetro para 
definição de políticas econômicas (fiscais, monetárias, cambiais), esse agregado 
macroeconômico apresenta algumas limitações. Ainda que tais restrições não 
invalidem seu cálculo, elas devem ser consideradas: 
Distribuição de Riqueza: O cálculo PIB não leva em consideração diferenças 
na distribuição de renda entre as classes sociais. Nesse ponto, diversos economistas 
ressaltam a importância de considerar a desigualdade e seu impacto sobre o 
desenvolvimento econômico e social em longo prazo. Se inferirmos que a renda 
gerada pelo PIB é igualmente distribuída, maior deveria ser a condição de bem estar 
daquela população, ao passo que, se a renda é distribuída de forma desigual, o bem 
estar gerado pelo aumento da riqueza estará concentrado/canalizado em apenas uma 
parcela da população. 
Para realizar essa análise na distribuição de renda, utiliza-se normalmente o 
cálculo do Índice de Gini. Seu resultado consiste em um número entre zero e 1, onde 
ECONOMIA10 
 
 
 
zero corresponde à completa igualdade de renda e 1 corresponde à completa 
desigualdade (onde uma pessoa tem toda a renda, e as demais nada têm). 
 
O coeficiente de Gini (ou índice de Gini) é um cálculo usado para medir a 
desigualdade social, desenvolvido pelo estatístico italiano Corrado Gini, em 1912. Apresenta 
dados entre o número 0 e o número 1, onde zero corresponde a uma completa igualdade na 
renda (onde todos detêm a mesma renda per capta) e um que corresponde a uma completa 
desigualdade entre as rendas (onde um indivíduo, ou uma pequena parcela de uma população, detêm toda 
a renda e os demais nada têm). 
Gini mede o coeficiente através de pontos percentuais (que é igual ao coeficiente multiplicado por 
100). 
 
O gráfico acima representa a fórmula utilizada para se obter o coeficiente de Gini, cuja linha 
horizontal representa a porcentagem total de pessoas e a linha vertical, a porcentagem total da 
renda da região a ser calculada. A linha diagonal representa uma igualdade perfeita entre pessoas 
e renda, vem representada pela linha curva. Logo, segundo o gráfico a fórmula de Gini é: a / (a+b). 
Ou seja, em uma linguagem mais simples, no resultado final, quanto mais um país se aproxima do 
número 1, mais desigual é a distribuição de renda e riqueza, e quanto mais próximo do número 0, 
mais igualitário será aquele país. Dados do PNUD (Plano das Nações Unidas para o 
Desenvolvimento), de 2010, pelo índice de Gini, apontam o Brasil com o resultado de 0,56, sendo 
assim, o terceiro país mais desigual do mundo. O PNUD constatou, ainda no mesmo ano, que dos 
15 países mais desiguais do mundo, segundo o índice de Gini do mundo, 10 se encontram na 
América Latina e no Caribe. 
 
 
 
Qualidade dos bens e serviços: Caso dois bens tenham qualidades 
diferentes, mas sejam vendidos a um mesmo preço, o valor registrado pelo PIB será 
o mesmo. Isso leva a distorções na percepção de bem-estar. 
Por exemplo: se uma cidade produzir bolos de ótima qualidade pelo mesmo 
preço de bolos ruins da cidade ao lado, o PIB calculado para as duas será o mesmo, 
porém, a qualidade de vida e de consumo ser diferente entre elas. 
Transações não comerciais: O PIB exclui atividades produtivas que não 
ocorrem dentro do mercado, tal como serviços voluntários não pagos, produção para 
consumo próprio, ou produtos e serviços de livre acesso trocados pela internet. 
Transações clandestinas: O PIB não considera atividades que contribuem 
para a produção, mas que não passam pelo mercado oficialmente, como atividades 
de contrabando e venda de produtos ilegais. 
Mercado Informal: Pequenos negócios e serviços não formalizados e não 
registrados também estão excluídos do cálculo do PIB, não obstante se reconheça a 
ECONOMIA 
11 
 
 
 
parcela significativa de dinheiro (na transação de produtos e serviços) que circula de 
modo informal. 
Externalidades: O PIB ignora a presença de externalidades (efeitos não 
contabilizados pelo mercado), como, por exemplo, danos ao meio ambiente. Assim, 
um país que cortar e vender todas suas árvores terá um aumento em seu PIB, mesmo 
que os efeitos sociais sejam negativos devido à poluição, perda de biodiversidade, 
área de lazer etc. 
Crescimento de longo prazo - O PIB anual não é um indicador de longo prazo. 
Ele aponta para variações que podem vir de oscilações econômicas momentâneas, 
como ataques especulativos, bolhas de crescimento, descoberta de jazidas de 
recursos naturais. Nada garante que o crescimento será mantido ou distribuído pela 
sociedade. É recomendável, que quando se analisa o PIB, examiná-lo a partir de uma 
perspectiva latitudinal, como o estudo de séries históricas. 
 
Síntese da Unidade 
 
Abordamos nessa unidade os conceitos iniciais necessários para a construção 
do PIB, suas possibilidades de cálculo, a maneira de mensurar as variações de preço 
vis a vis as variações de produção (cálculo do deflator). Por fim, elencamos as 
principais limitações do PIB com o intuito de demonstrar que, embora seja um dos 
mais importantes indicadores macroeconômicos, ele deve ser avaliado com as 
devidas ressalvas. 
 
 Materiais Complementares 
Dica de Leitura: 
1 - Considerações sobre os agregados macroeconômicos que compõe o PIB 
http://www.infomoney.com.br/mercados/noticia/257984/pib-entenda-quais-sao-fatores-que- 
influenciam-crescimento-economia (Acesso em 24/03/2020) 
- PIB no Brasil e comparação com outros países 
http://www.mercadocomum.com/site/artigo/detalhar/o-crescimento-do-pib-brasileiro-tem- 
sido-uma-ilusatildeo-de-otica-economica 
http://www.infomoney.com.br/mercados/noticia/257984/pib-entenda-quais-sao-fatores-que-
http://www.infomoney.com.br/mercados/noticia/257984/pib-entenda-quais-sao-fatores-que-
http://www.mercadocomum.com/site/artigo/detalhar/o-crescimento-do-pib-brasileiro-tem-sido-uma-ilusatildeo-de-otica-economica
http://www.mercadocomum.com/site/artigo/detalhar/o-crescimento-do-pib-brasileiro-tem-sido-uma-ilusatildeo-de-otica-economica
ECONOMIA 
12 
 
 
 
UNIDADE II - INTRODUÇÃO AO MERCADO DE BENS 
 
 
 
 
2.1 INTRODUÇÃO AO MERCADO DE BENS 
 
Resgatando um pouco da história da economia mundial e, em especial, alguns 
fatos que alteraram a percepção dos agentes econômicos sobre seus papéis na 
promoção do crescimento econômico e bem estar social, nos cabe destacar a crise 
de 1929 com um marco. 
Até essa data, a corrente de pensamento econômico predominante era a de 
não intervenção do estado na economia. A oferta e a demanda por bens e serviços 
ajustar-se-iam naturalmente, de modo que as empresas produziriam e os 
consumidores demandariam à medida que necessitassem. Essa concepção partia da 
ideia de que “para toda oferta existe uma demanda”, do economista francês Jean- 
Baptiste Say. 
 
Jean Baptiste Say (Lyon, 5 de 
janeiro de 1767 — Paris, 15 de novembro de 1832), 
nasceu de uma família de mercadores de tecidos. Foi 
um economista francês, formulador da chamada a 
Lei de Say, 
 
Posteriormente à quebra da bolsa, as empresas acumulavam altos estoques 
dos produtos sem demanda alguma, pois os consumidores não possuíam renda 
suficiente. A situação de recessão gerada afetou a maneira como o governo 
posicionava-se diante da economia. Os agentes econômicos observaram a 
necessidade de intervenção mais intensa para regulação e, principalmente, promoção 
do crescimento (do PIB real e da Renda real). A nova postura do governo preconizava 
que a economia passaria a crescer novamente quando as pessoas retomassem seu 
consumo. Restava ao governo então, estimular esse consumo por intermédio, 
primeiramente, do aumento de seus gastos (da variável macroeconômica ‘G’). 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lyon
http://pt.wikipedia.org/wiki/5_de_janeiro
http://pt.wikipedia.org/wiki/5_de_janeiro
http://pt.wikipedia.org/wiki/1767
http://pt.wikipedia.org/wiki/Paris
http://pt.wikipedia.org/wiki/15_de_novembro
http://pt.wikipedia.org/wiki/1832
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_de_Say
ECONOMIA 
13 
 
 
 
Os gastos do governo seriam parcialmente transformados em salários; os 
salários seriam parcialmente utilizados para consumo; o consumo faria com que as 
empresas contratassem mais pessoas para trabalhar e assim por diante. Essa 
corrente econômica, predominante até os dias de hoje, foi iniciada pelo economista 
John Maynard Keynes. O pano de fundo dessa ideia é de que, no curto prazo, pode- 
se alterar o produto real da economia por meio de alterações em sua demanda 
agregada. A função oferta agregada (soma de toda a produção da economia) é 
constante e não se altera no curto prazo (pela razão de que no curto prazo as 
empresas não conseguem ampliar suas instalações e sua capacidade produtiva). 
Atualmente, aqueles economistas que defendem a ação da política fiscal3 para 
controle do crescimento são chamados de keynesianos ou pós-keynesianos. A lógica 
da utilização da política fiscal é apresentada no quadro a seguir: 
 
Política fiscalexpansiva: 
Instrumento 
s 
Ação Propósito Implicações 
Impostos Redução Aumentar o consumo Aumento da produção e do 
emprego 
Gastos 
públicos 
Elevação Aumentar a demanda 
agregada 
 
Política fiscal restritiva: 
Instrumento 
s 
Ação Propósito Implicações 
Impostos Elevação Reduzir o consumo Redução da produção e 
emprego 
Gastos 
públicos 
Redução Reduzir a demanda 
agregada 
 
Fonte: Próprio autor 
 
Face às considerações introdutórias, trabalhar-se-á com o mercado de bens na 
economia, considerando as interações entre produção, renda real ou produto real e 
demanda agregada. 
2.2 O MERCADO DE BENS 
 
A composição do PIB é apresentada a seguir, a partir do exemplo simplificado 
nº5, de um país hipotético. 
 
 
3 Lembrando que os dois instrumentos de política fiscal do governo são a tributação – controlando a 
quantidade de renda disponível para consumo e poupança (Yd = Y – T) e os gastos do governo 
(componente autônomo na fórmula simplificada da Demanda Agregada). 
ECONOMIA 
14 
 
 
 
 
 
 Milhões ($) Porcentagem do PIB (%) 
PIB (Y) 8.509 100 
a) Consumo (C) 5.806 68 
b) Investimento (I) 1.308 15 
Não residencial 939 11 
Residencial 369 4 
c) Gastos do Governo (G) 1.488 18 
d) Balança Comercial - 154 - 2 
Exportações (X) 958 11 
Importações (M) - 1.112 - 13 
e) Investimentos em estoques (Is) 61 1 
Fonte: Próprio autor 
 
As contas aqui apresentadas (agregados macroeconômicos) podem variar de 
representatividade de um país para outro (há países que a balança comercial assume 
representa mais da metade do PIB, por exemplo), dependendo das condições do 
mercado interno, níveis de emprego e renda e potencial exportador, além da taxa de 
juros. 
A respeito das contas do PIB, segue uma breve conceituação: 
a) Consumo: bens e serviços comprados pelos consumidores. Representa o 
item de maior peso no PIB do exemplo simplificado nº5; 
b) Investimento: constitui-se da soma do investimento não residencial (compra, 
por parte das empresas de instalações, máquinas etc.) e investimento residencial 
(compra pelas pessoas de casas ou apartamentos); 
c) Gastos do governo: bens e serviços comprados pelo governo federal, 
estadual e municipal. 
d) Balança comercial: exportações - importações 
e) Investimento em estoques: produtos finais que não foram vendidos; 
Cabe complementar que tais contas compõem a Demanda Agregada de um 
país. Antes de debatermos com mais profundidade o tema, é oportuno apresentar as 
questões relacionadas à Oferta Agregada. 
 
2.3 A CURVA DA OFERTA AGREGADA (OA) 
ECONOMIA 
15 
 
 
 
A oferta agregada refere-se à quantidade de bens e serviços que os produtores 
desejam ofertar/vender no mercado. 
Observe as seguintes distinções nesse conceito: 
1. Oferta agregada potencial: refere-se ao pleno emprego dos fatores de 
produção. Seria o quanto uma economia produziria se todos os fatores 
de produção (tecnologia, capital, trabalho, máquinas, insumos) 
estiverem sendo empregados; 
2. Oferta agregada efetiva refere-se à produção que está efetivamente 
sendo colocada no mercado (abaixo do nível de pleno emprego, ou seja, 
com empresas operando com capacidade ociosa). 
 
Fonte: Próprio autor 
 
2.4 O FORMATO DA CURVA DA OFERTA AGREGADA 
 
Supondo um aumento da demanda agregada, as empresas podem reagir de 
três maneiras: 
1. Aumentar a produção e manter os preços constantes, se houver desemprego 
de recursos, capacidade ociosa. Trata-se da hipótese que mais se aproxima 
da realidade; 
2. Aumentar os preços sem aumentar a produção, se a economia estiver em 
pleno emprego; 
3. Aumentar ambos (ocorreria se alguns setores da economia estivessem em 
pleno emprego enquanto outros ainda não). 
ECONOMIA 
16 
 
 
 
 
Fonte: Próprio autor 
 
 
2.5 HIPÓTESES DO MODELO MACROECONÔMICO PARA A OFERTA AGREGADA 
 
a) desemprego de recursos: preços mantidos constantes e as variáveis 
consideradas em valores reais (não nominais), ou seja, trabalha-se com variações na 
capacidade ofertada e não nos preços; 
b) curto prazo: em curto prazo, o nível tecnológico, o estoque de capital e mão 
de obra são constantes (sua utilização é que varia); 
c) a curva da oferta agregada é fixada: não há deslocamentos da curva da 
oferta, apenas variações ao longo da curva. 
 
 
 
 
 
Fonte: Próprio autor 
 
 
 
 
 
 
ECONOMIA 
17 
 
 
Uma vez discutida a oferta agregada e suas condições 
 
C¹) a curva da oferta permanece fixa, embora a quantidade produzida 
varie, devido a maior utilização dos fatores de produção. Assim, não há 
deslocamentos da curva, apenas movimentos ao longo da curva. 
D) No curto prazo apenas a demanda agregada pode provocar alterações 
no nível de equilíbrio da renda: a demanda agregada é mais sensível a curto prazo. 
Uma vez discutida a oferta agregada e suas condições numa economia em curto 
prazo, passaremos a discutir o item que causará impacto no produto/renda real da 
economia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
numa economia em 
curto prazo, passaremos a discutir o item que causará impacto no produto/renda real 
da economia. 
 
2.6 DEMANDA POR BENS (DEMANDA AGREGADA) (DA) 
 
Em nosso modelo simplificado, a Demanda Agregada é composta pela 
demanda de 4 macro agentes econômicos: 
a) Demanda de bens de consumo pelas famílias; 
b) Demanda de investimento pelas empresas; 
c) Demanda do governo; 
d) Demanda líquida do setor externo; 
 
Curva da demanda agregada é negativamente inclinada (Renda real= Renda 
nominal/nível de preços), sendo sua fórmula escrita da seguinte maneira: 
ECONOMIA 
 
 
 
DA = C + I + G + X – M 
Observação: Se é uma economia fechada (X=M=0), então (contas da renda 
nacional). 
DA = C + I + G 
Hipóteses sobre o comportamento das variáveis C, S, I, T, G, X, M 
 
2.7 CONSUMO 
 
Seu principal determinante é a renda disponível (renda depois das 
transferências do governo e pagamento de impostos). Quando a renda disponível 
aumenta, o consumo também aumenta. Considera-se que tanto o consumo quanto a 
poupança estão fortemente condicionados pela renda de modo que quanto maior for 
a renda da família, maior será o percentual da renda destinado à poupança. As 
famílias de baixa renda, por sua vez, são obrigadas a destinar maior parte de sua 
renda ao consumo de bens e serviços que supram suas necessidades básicas. 
- Em qualquer caso, pode-se afirmar que as famílias tomam suas decisões de 
consumo e poupança em função de sua renda disponível. O governo pode, portanto, 
provocar um aumento ou diminuição do consumo por meio de uma alteração nos 
impostos. A fórmula do consumo é apresentada a seguir: 
C = C (Y –T) 
C = C (Yd) 
C = c0 + c1Yd 
Sendo: 
C1: propensão marginal a consumir: mostra o efeito de 1 real adicional de renda 
sobre o consumo. Se c1= 0,6, então 1 real a mais na renda fará com que o consumo 
se ele 0,60 centavos. 
Observação: c1é sempre positivo e menor que 1, porque as pessoas tendem a 
consumir apenas uma parte de qualquer aumento de renda, e poupar o resto. 
C0: chama-se de Consumo Autônomo: é o que as pessoas consumiriam se sua 
renda disponível nesse ano fosse igual a zero (sempre será maior do que zero). 
EXEMPLOS 
19 
ECONOMIA 
20 
 
 
 
 
Consumo autônomo = 100 Consumo das famílias = 590 
Renda das famílias = 600 Renda das famílias = 900 
Impostos = 250 Impostos = 400 
Propensão marginal a consumir = 0,65 Propensão marginal a consumir = 
0,55 
C = 100 + 0,65(600-250) = 327,50 590 = C0+ 0,55 (900-400) C0= 
315 
 
2.7.1 Poupança 
 
 
Refere-se a aquela parte da renda disponível que não será utilizada para 
consumo de bens e serviços. 
 
S = Yd – C 
S = Yd - c0 - c1Yd 
S = - c0 + (1-C1)Yd 
2.7.2 Investimento 
 
 
As flutuações que sofrem as economias devem-se, em grande parte, pela 
instabilidade do investimento. O investimento está condicionado por um conjunto de 
fatores, dentre os quais se destacam: 
a) As expectativas empresariais quanto ao futuro da atividadeeconômica: 
se as expectativas quanto ao consumo futuro são pessimistas, é provável que os 
empresários reduzam seus investimentos, ao passo que, se as expectativas foram 
otimistas, podem-se elevar os investimentos. 
b) A taxa de juros: os empresários somente investirão quando o retorno 
esperado do investimento for superior à taxa de juros, caso contrário poderão optar 
por direcionar seu dinheiro para a compra de títulos (mercados financeiros); 
ECONOMIA 
21 
 
 
 
c) O nível da capacidade instalada utilizada pelas empresas: a capacidade 
de uma empresa são as instalações produtivas com as quais ela conta. Quando estas 
não são completamente utilizadas, a empresa terá um excesso de capacidade e não 
se motivará a fazer novos investimentos. 
Em alguns manuais de macroeconomia, inicialmente toma-se o investimento 
como uma variável dada. Usaremos essa premissa em nosso modelo simplificado da 
demanda agregada. Deve-se ainda considerar a possibilidade de categorizar o 
investimento em: investimento fixo das empresas (aquisição de novas fábricas e 
equipamentos), investimento imobiliário (compra de novos imóveis pelas famílias e 
pelos locadores) e investimento em estoque (aumento do estoque de bens das 
empresas). 
 
2.8 GASTOS DO GOVERNO4 
 
O setor público oferece uma série de serviços à sociedade, tais como defesa, 
saneamento, educação, estradas, etc., implicando em uma série de gastos que estão 
incluídos no produto nacional sob a conta de gastos públicos (G). 
Observação: Cabe ressalvar que as transferências de renda para as famílias 
pobres não entram na conta dos gastos do governo. 
 
2.9 EXPORTAÇÕES LÍQUIDAS DE BENS E SERVIÇOS (X-M) 
 
São chamadas de exportações os bens e serviços que os países destinam ao 
exterior, ou seja, vendidos para fora do país. Importações referem-se ao processo 
inverso, os bens e serviços que um país compra do exterior. Leva em consideração o 
comércio com outros países. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 Os gastos com bolsa família entram no PIB? Não, as transferências para famílias (assistência social). 
Trata-se apenas redistribuída a renda existente, e não são efetuados em troca de bens e serviços. 
ECONOMIA 
22 
 
 
 
 
Fonte: Próprio autor 
 
 
Tendo conhecimento de quais agregados macroeconômicos compõe a 
Demanda Agregada, e que é ela que determina o produto/renda de equilíbrio no curto 
prazo, passamos então à análise das condições de determinação do equilíbrio e da 
identificação da renda de equilíbrio. 
A Renda de equilíbrio pode ser determinada de duas formas: 
I - Igualando a oferta e a demanda agregada de bens e serviços; 
Determinação do produto/renda de equilíbrio (Y=OA=DA) 
Sendo: 
DA ≡ C + I+ G 
DA ≡ c0 + c1(Y- T) + I+ G 
* Condição de equilíbrio: oferta de bens é igual à demanda por bens (OA=DA), 
se as empresas não produzem estoques. 
Então: 
Y = c0 + c1(Y- T) + I+ G + X-M 
Exemplo: 
DA = OA (Condição de equilíbrio) 
OA=DA 
OA = Y 
DA = C + I + G + X – M 
Condição de equilíbrio Y = C + I + G + X – M 
ECONOMIA 
23 
 
 
 
Graficamente, a renda de equilíbrio estaria no ponto em destaque: 
 
 
Fonte: Próprio autor 
 
II- A segunda forma de determinar a renda de equilíbrio consiste em igualar 
vazamentos e injeções ao fluxo de renda (VAZ = INJ): 
Sendo: 
Vazamentos = todo recurso que é retirado do fluxo básico entre empresas e 
famílias, ou seja, toda renda recebida pelas famílias que não é dirigida as empresas 
nacionais para a compra de bens de consumo. São a poupança, impostos e 
importações. 
VAZ = S+ T+ M 
Injeções = todo recurso que é injetado no fluxo básico e que não são originados 
da venda de bens de consumo às famílias. São investimentos, gastos públicos e 
exportações. 
INJ = I + G + X 
Interpretação. Quando: 
VAZ < INJ = renda nacional está crescendo 
VAZ > INJ = renda nacional está em queda
Exemplo: 
C = 20+ 0,75 (y-t) 
I= 20 
G = 25 
T = 25 
X = 30 
M = 15 
Condição de equilíbrio: 
Y = 20+ 0,75 (y-25) + 20 + 25 + 30 – 15 
Y = 245 (renda no equilíbrio) 
Interpretação: na curva DAo, a quando a demanda agregada 
for igual a oferta agregada, a renda real de equilíbrio será 
de $ 273. 
 
Consumo no equilíbrio: Substitui no Y da fórmula do 
consumo a renda de equilíbrio encontrada C = 20+ 0,75 
(245-25) = 185 
Interpretação: no equilíbrio, com renda de $ 273, o 
consumo é de $ 185 (observar que o consumo representa a 
maior parcela, dentre os agregados macroeconômicos, do 
produto real/renda real. 
 
Poupança de equilíbrio: S= Yd – C 
S = 220 – 185 = 35 
Interpretação: no equilíbrio, a poupança será de $35 
ECONOMIA 
24 
 
 
 
 
VAZ = INJ: renda nacional está em equilíbrio 
 
 
 
 
Fonte: Próprio autor 
 
Retornando ao exemplo anterior: 
S = - 20 + 0,25 (Y-T) 
C = 20+ 0,75 (Y-T) 
I= 20 
G = 25 
T = 25 
X = 30 
M = 15 
Renda no equilíbrio Y = 245 
Consumo no equilíbrio C = 185 
Poupança no equilíbrio S= 35 
 
Observações finais quanto à renda de equilíbrio: 
a) A renda de equilíbrio ocorre quando OA = DA e não necessariamente será a 
renda de pleno emprego. Pode ser qualquer ponto ao longo da curva de oferta 
em que ocorra, em determinado período, intersecção com a curva de demanda 
agregada; 
b) Decorre do exposto na observação anterior, que o equilíbrio não indica 
necessariamente algo desejável, pois pode estar existindo um grande volume 
de recursos não empregados (desemprego na economia, máquinas ociosas, 
etc). 
Condição de equilíbrio: 
S+ T+ M= I + G + X 
-20+0,25(Y-25) + 25+15 = 20+25+ 30 
Y = 245 
ECONOMIA 
25 
 
 
 
Até agora todos os direcionamentos referiam-se ao impacto que as variáveis 
macroeconômicas - tributação, investimento, gastos do governo - teriam sobre a 
demanda agregada; se a deslocariam para direita ou para esquerda; se haveria 
crescimento do produto/renda real ou diminuição. 
Transposta essa etapa das discussões, a questão deixa de ser se a “curva 
desloca” ou se “a renda real aumenta”. Devemos, então, descobrir o quanto a curva 
se desloca, ou o quanto a renda/produto aumenta. Para isso, apresenta-se o conceito 
de multiplicador dos gastos na economia. 
 
2.10 MULTIPLICADOR KEYNESIANO DE GASTOS 
 
 
Imaginem a seguinte situação: As empresas, a fim de aumentar aproveitar os 
movimentos de demanda gerados pela Copa das Confederações neste ano, decidem 
investir R$ 10mi a mais do que já investe (na rubrica Investimento). Devemos nos 
questionar se: a renda real/produto crescerá na mesma proporção dos investimentos? 
Crescerá em proporção inferior ou em proporção superior? 
 
 
- se utilizarmos o exemplo anterior: 
Condição de equilíbrio Y = C + I + G + X – M 
Sendo: 
C = 20+ 0,75 (Y-T) 
G= 25 
G = 20 30 
T = 25 
X = 30 
M = 15 
Y = 245 285 
Resolução anterior: 
Y = 20+ 0,75 (Y-25) + 20 + 25 + 30 – 15 
Y = $ 245 
Nova resolução: 
Y = 20+ 0,75 (Y-25) + 30 + 25 + 30 – 15 
Y= $285 
ECONOMIA 
26 
 
 
 
Interpretação: O aumento de $ 10 no investimento resultou em um aumento 
de $40 na renda. O aumento do investimento provocou um aumento de renda real de 
4 vezes. O valor 4, nesse exemplo, é chamado de multiplicador keynesiano de 
investimentos. 
- O multiplicador keynesiano é a variação da renda nacional dada uma 
variação autônoma da demanda agregada. 
 
Exemplo: 
Imaginemos que o Governo compre R$ 100 mi em bens de capital ( G) : 
a) Indústria de bens de capital aumentará sua produção em $ 100 mi. Esses 
$ 100mi vão para renda nacional na forma de salários, lucros, alugueis dentro do setor 
de bens de capital; 
b) Os trabalhadores e empresários desse setor receberão uma renda 
adicional (100), supondo que c1 = 0,75, eles consumirão 75 mim e pouparão 25 mi. 
Os 75 mim serão consumidos em alimentos, vestuário, lazer, provocando um aumento 
na renda adicional desses setores em 75; 
c) As pessoas que receberão essa renda (75) do setor de alimentos, 
vestuário etc, gastarão 75% dela (56,25 mim). Esses $56,25 mim se transformarão 
em rendapara outros setores e assim por diante. 
Observação: Essa sequência (100; 75; 56,25.....) constitui-se numa PG com 
r=0,75. 
Para sabermos o total de gastos decorrentes da injeção de 100 mi 
100 --------- = 400 (gasto inicial foi multiplicado por 4) 
(1-0,75) 
 
Observar que o componente básico do multiplicador é a propensão marginal 
a consumir, de modo que quanto maior a propensão marginal a consumir, maior o 
multiplicador. Essa constatação deve-se ao fato de que quanto maior a propensão a 
consumir, maiores são os gastos, maior o estímulo à atividade econômica e, se a 
economia estiver com recursos desempregados (fora do pleno emprego), o efeito 
multiplicador provocará um aumento do nível de produção (ativará recursos produtivos 
que estavam ociosos) e de renda. 
ECONOMIA 
 
 
 
Outra constatação, decorrente da anterior, é que quanto maior a propensão 
marginal a poupar (1-C1) menor será o efeito do multiplicador, uma vez que parte da 
renda gerada será poupada. 
 
2.11 IMPLICAÇÕES AOS GESTORES 
 
 
Considerem, enquanto gestores e tomadores de decisões, as seguintes 
questões: 
a) Nem sempre (na verdade, em raríssimas ocasiões) os empresários 
definem a quantidade que produzirão (a oferta) usando como referência somente a 
pesquisa de marketing. A obtenção de dados sobre a demanda é dispendiosa e exige 
o envolvimento de uma quantidade considerável de pessoas e estrutura material; 
b) Os dados macroeconômicos auxiliam os empresários no direcionamento 
potencial da demanda de um país, de um estado, cidade ou região, sinalizando, por 
exemplo, o quanto uma redução de impostos pode interferir positivamente no 
consumo (vide, por exemplo, o que ocorreu em anos anteriores com a redução do IPI). 
c) O conhecimento dessas relações entre consumo, gastos, impostos, 
investimentos, diminuem a margem de erro de uma previsão de produção, evitando 
que os empresários aumentem sobremaneira seus estoques, nem deixem de vender 
por terem subestimado o consumo de seu mercado. 
 
SÍNTESE DA UNIDADE 
 
 
Foi apresentado nessa unidade a maneira de se calcular o PIB a partir dos 
agregados macroeconômicos, bem como a relevância de cada um, e seu impacto. 
Cada uma das variáveis possui uma implicação também para a sua empresa, e deverá 
ser considerada na formulação de suas estratégias futuras. Cabe ressaltar a 
necessidade, enquanto gestor, de estar atento aos movimentos do governo (via 
política fiscal) e os comportamentos do variável consumo, tendo em vista seus 
desdobramentos na questão do emprego gerado e demanda para sua empresa. 
27 
ECONOMIA 
28 
 
 
 
MATERIAIS COMPLEMENTARES 
 
 
Dica de Leitura: 
1 - Exemplo de relatório de acompanhamento da Política Monetária e Programação 
Monetária do BACEN 
http://www.bcb.gov.br/htms/infecon/progmon.asp?idioma=p 
http://www.bcb.gov.br/htms/infecon/progmon.asp?idioma=p
ECONOMIA 
29 
 
 
 
UNIDADE III - MERCADOS FINANCEIROS 
 
 
 
3.1 MERCADOS FINANCEIROS 
 
 
Dando continuidade à discussão sobre os condicionantes macroeconômicos 
para a análise do crescimento de um país, observamos o papel da política fiscal 
(aumento e redução dos impostos e gastos do governo), e das demais variáveis que 
compõe a demanda agregada, sendo que, nas últimas análises, vimos o quanto à 
renda real da economia (produto real) cresce uma vez que as variáveis são alteradas, 
por intermédio do multiplicador keynesiano. Foi visto, em alguns exemplos, que a 
variação dos gastos do governo faz com que a economia varie numa proporção quatro 
vezes maior. Outra questão que agora nos interessa refere-se aos meios necessários 
para viabilizar tal crescimento. 
Quando falamos do crescimento da renda, mencionamos que as famílias estão 
consumindo mais, que as empresas estão investindo e contratando trabalhadores. 
Deve-se, nesta etapa, lembrar-se do mecanismo utilizado para viabilizar tais ações, o 
dinheiro, doravante denominado apenas de “moeda”. Trata-se da forma usualmente 
aplicada para realizar transações comerciais, remunerar trabalhadores, realizar 
empréstimos, investir na aquisição de fatores de produção, etc. 
De início, já se torna possível observar o papel fundamental da moeda. Se há 
crescimento econômico (leia-se: aumento da renda das famílias) necessariamente 
haverá aumento da demanda por moeda: as pessoas e as empresas precisarão de 
mais moeda para consumir e para remunerar os fatores de produção, 
respectivamente. Enquanto em nosso modelo simplificado, a oferta de moeda é 
constante, em curto prazo, a demanda por moeda é condicionada por alguns fatores 
que veremos a seguir, lembrando, desde já, da influência reconhecida tanto pelos 
leigos quanto pelos especialistas no tema, da taxa de juros. 
A taxa de juros exerce inúmeros tipos de influência sobre a demanda por 
moeda, bem como o destino que as famílias e empresas dão a sua renda, 
exemplificando: se a taxa de juros está muito alta, certamente estaremos dispostos a 
ECONOMIA 
30 
 
 
 
abrir mão de parte do consumo para aplicar em títulos cuja remuneração é definida 
pela taxa de juros; fato este que desestimulará o investimento das empresas (pois 
seria mais rentável aplicar em títulos e mais caro emprestar dinheiro) e das familiais. 
Outro fator relevante para a demanda por moeda refere-se ao nível de 
transações de uma economia: quando a economia cresce, invariavelmente estão 
sendo realizadas mais transações de modo que maior quantidade de moeda será 
necessária. Esse aumento da demanda por moeda, em curto prazo, tende a elevar a 
taxa de juros, uma vez que a quantidade de moeda ofertada não será alterada, 
aqueles dispostos a captar mais dinheiro, pagarão um preço (taxa de juros) superior. 
Embora tais assertivas sejam todas matematicamente comprovadas, nosso estudo 
estará parcialmente restrito ao raciocínio teórico, uma vez que, enquanto gestores, 
precisamos inicialmente ter clareza dos “por quês” da interferência da taxa de juros na 
demanda por moeda, bem como sua dinâmica de funcionamento. 
Observe que anteriormente estudamos o mercado de bens, e agora passamos 
a observar o funcionamento simplificado dos mercados financeiros. 
 
3.2 DEMANDA POR MOEDA 
 
Seria possível inicialmente escolher por dois tipos de ativos financeiros: 
a) Moeda: que pode ser empregada em transações, pois possui alta liquidez, mas 
que não renderá juro algum; 
Lembrando que há dois tipos de moeda: dinheiro (notas e moedas emitidas pelo 
BACEN); e os depósitos a vista, sobre os quais se pode emitir cheques; 
b) Títulos: não podem ser utilizados para realizar transações, possuem baixa 
liquidez, mas pagam uma taxa de juros positiva (i); 
Suponhamos que você possua uma quantia de R$ 50.000,00. A pergunta 
seria: o quanto manter em moeda e quanto aplicar em títulos, sabendo que os títulos 
lhe trarão rendimento futuro, enquanto manter a quantia em forma de moeda não lhe 
trará rendimento, mas permitirá que sejam realizadas transações. 
Apresentam-se algumas variáveis que influenciarão na decisão do quanto 
alocar em moeda e o quanto alocar em títulos: 
ECONOMIA 
31 
 
 
 
(1) nível de transações: torna-se necessário ter uma quantidade de moeda 
suficiente para não ter que fazer recorrentes resgates dos títulos sempre que precisar 
de dinheiro. Se forem gastos R$ 5.000,00 por mês, seria possível guardar moeda 
suficiente para dois meses, e aplicar o resto em títulos. 
➢ Considerem que o nível de transações está relacionado com o nível de Renda 
da Economia; de modo que quanto maior o nível do Produto, maior será o 
volume das transações (lembrando que o dinheiro está circulando), e que maior 
será quantidade de moeda demandada para que as transações possam ser 
concluídas; 
(2) a taxa de juros dos títulos: a única razão para alocar parte de sua renda 
em títulos é porque eles rendem juros. Quanto mais alta é a taxa de juros, maior a 
disposição que teremos para comprar e vender títulos.A função que define a demanda por moeda é apresentada a seguir: 
 
Demanda das famílias = Md 
 
Md = $YL (i) 
(-) 
Sendo: $Y (renda nominal) 
 
A demanda por moeda é igual à renda nominal multiplicada 
por uma função da taxa de juros L (i). 
 
- Md: depende do nível de transações e da taxa de juros; 
- o nível de transações é proporcional à renda nominal 
da economia. 
ECONOMIA 
32 
 
 
 
 
Observação: é reconhecido que a taxa de juros possui um efeito negativo sobre 
a demanda por moeda. Em outras palavras, quanto maior a taxa de juros, maior será 
o interesse dos indivíduos em manter maior parte de sua renda na forma de títulos, 
uma vez que a remuneração pelos títulos será maior. 
Observe o gráfico da demanda por moeda: 
 
 
Fonte: Próprio autor 
 
Uma vez descrita à dinâmica da demanda por moeda, bem como sua relação 
com o principal fator de interferência (a taxa de juros), passaremos ao exame da oferta 
por moeda. 
 
3.3 A OFERTA DE MOEDA E A DETERMINAÇÃO DA TAXA DE JUROS 
 
 
A oferta de moeda, em curto prazo, é fixada e não é afetada pela taxa de juros; 
 
Existem dois supridores de moeda: 
1) Bancos comerciais: oferecem depósitos a vista; 
2) Banco Central: oferece dinheiro 
 
Observe no gráfico a maneira como está disposta a curva da oferta de moeda (posição 
vertical: curva inelástica) e os deslocamentos da demanda por moeda 
Interpretação do gráfico: 
Para dado nível de renda nominal, uma 
taxa de juros menor aumenta a 
demanda por moeda. A determinada 
taxa de juros, um aumento da renda 
nominal desloca a demanda por moeda 
para a direita. 
ECONOMIA 
33 
 
 
 
Fonte: Próprio autor 
 
3.4 EFEITOS DE UM AUMENTO DA RENDA NOMINAL SOBRE A TAXA DE 
JUROS 
 
(1) O aumento da renda nominal eleva o nível de transações (lembrando que 
com mais dinheiro, as pessoas desejarão consumir mais, ainda que não seja na 
mesma proporção) e, portanto, (2) aumenta a demanda por moeda a qualquer nível 
de taxa de juros. (3) A curva de demanda por moeda se desloca para a direita. (4) 
Assim, um aumento da renda nominal provoca um aumento da taxa de juros, pois 
para a taxa de juros inicial, a demanda por moeda ultrapassa sua oferta (inalterada). 
É preciso então aumentar a taxa de juros para diminuir a quantidade de moeda que 
as pessoas desejam reter e, assim, restabelecer o equilíbrio. 
Observe os movimentos o gráfico: 
Demanda por 
moeda (curvas 
Md e Md’) altera- 
se fazendo com 
que a taxa de 
juros também se 
altere. 
Oferta de moeda 
(Ms) é inelástica 
no curto prazo 
ECONOMIA 
34 
 
 
 
 
 
Fonte: Próprio autor 
 
Fonte: Próprio autor 
 
Em resumo, vimos os efeitos do aumento da demanda por moeda sobre a taxa 
de juros, ressaltando a elevação da taxa para um novo patamar (uma nova taxa de 
juros de equilíbrio). Observaremos na seção subsequente os efeitos da variação na 
oferta de moeda sobre a taxa de juros. 
 
3.5 EFEITOS DO AUMENTO DA OFERTA DE MOEDA SOBRE A TAXA DE JUROS 
 
No mundo real, a oferta de moeda está condicionada a uma série de fatores, 
sendo que, em sua maioria, encontra-se sob governança do Banco Central do Brasil 
(BACEN). Por uma série de medidas o BACEN consegue aumentar ou restringir a 
quantidade de moeda ofertada na economia, tendo – entre seus principais propósitos: 
a) O estímulo ao crescimento da economia: 
b) O combate à inflação: 
Interpretação da curva: 
 
 Movimento decorrente do aumento da 
renda, com deslocamento da demanda por 
moeda; 
 
➢ Movimento decorrente do aumento da 
demanda por moeda, elevando a taxa de 
juros de equilíbrio entre oferta e demanda 
por moeda; 
Interpretação do ponto A’: 
 
➢ Novo ponto de equilíbrio entre oferta e 
demanda por moeda, após o 
deslocamento da curva de demanda por 
moeda e a consequente elevação da taxa 
de juros. 
ECONOMIA 
35 
 
 
 
Nas reuniões Comitê de Política Monetária, realizadas a cada 45 dias, fica 
definida qual será taxa de juros. Um dos impactos da determinação da dessa taxa 
para menor é o barateamento do custo de aquisição de empréstimos e financiamentos 
pelas empresas. Assim, os empresários sentem-se estimulados a captar maior 
quantidade de dinheiro para seus investimentos produtivos, uma vez que o custo do 
empréstimo diminuiu. Poderá haver, por consequência, um aumento da renda da 
economia (lembrar da fórmula do multiplicador). 
Por outro lado, se a economia está por demais aquecida (leia-se: próximo do 
pleno emprego), a autoridade monetária pode aumentar o custo do dinheiro (aumento 
da taxa de juros) para desestimular novos empréstimos, diminuindo a quantidade de 
moeda circulando na economia e, por consequência a demanda (deslocando a curva 
da demanda agregada para a direita). Tal ação desestimula o consumo e, por 
consequência, reduz qualquer ameaça inflacionária. 
O aumento da oferta de moeda faz com que a curva de oferta se desloque para 
a direita. O aumento da oferta de moeda provoca a diminuição da taxa de juros. 
A diminuição da taxa de juros é necessária para aumentar a demanda por moeda e 
fazer com que está se iguale a uma oferta de moeda mais ampla. 
 
 
 
3.6 EFEITO DA POLÍTICA MONETÁRIA SOBRE O NÍVEL DE RENDA (efeito 
Keynes) 
 
A interpretação do gráfico acima nos leva a seguinte constatação: com mais 
moeda, fica mais barato financiar investimentos, dado que o excesso de moeda 
Interpretação da curva: 
 
Movimento decorrente do aumento da 
oferta de moeda, com deslocamento da 
curva da oferta de moeda para a direita; 
 
➢ Movimento decorrente do aumento da 
oferta por moeda, provocando diminuição 
da taxa de juros de equilíbrio entre oferta e 
demanda por moeda; 
ECONOMIA 
36 
 
 
 
provoca queda na taxa de juros (a queda na taxa de juros provoca aumento no 
investimento). 
 
3.7 OUTROS INSTRUMENTOS DE POLÍTICA MONETÁRIA 
 
 
Uma das ações realizadas com maior frequência pelo BACEN e que afeta 
diretamente a quantidade de moeda em circulação, refere-se às operações de 
mercado aberto (compra e venda de títulos); 
As Operações de mercado aberto, são o método padrão utilizado por bancos 
centrais para alterar o montante de moeda nas economias modernas. Se um Banco 
Central compra títulos, esta operação é chamada de operação de mercado aberto 
expansionista, na qual o Banco Central aumenta (expande) a oferta de moeda 
(trocando moeda por títulos). 
Se um Banco Central vende títulos, esta operação é chamada operação de 
mercado aberto contracionista, na qual o Banco Central diminui (contrai) a oferta 
de moeda (trocando títulos por moeda). 
Indiretamente, a quantidade de moeda em circulação pode ser afetada por dois 
outros instrumentos: o redesconto e o depósito compulsório. O primeiro refere-se à 
ajuda financeira aplicada juntamente com uma taxa de natureza punitiva que os 
bancos comerciais, em dificuldade, recebem do Banco Central, de modo a assegurar 
sua liquidez. O segundo refere-se a um percentual de reservas bancárias que deverá 
permanecer com o Banco Central, ou seja, parte das reservas que os bancos 
comerciais não poderão emprestar. Quanto maior o depósito compulsório, menor seria 
a quantidade de moeda disponível para empréstimos. 
 
3.8 CONSIDERAÇÕES SOBRE AS POLÍTICAS MONETÁRIA E FISCAL 
 
 
A respeito das possibilidades de controle da economia via utilização dos 
instrumentos da política monetária e fiscal, cabem algumas considerações finais, 
ponderando o impacto dessas políticas, considerando que nem todas as ações 
empreendidas possuem efeito imediato. É importante, então ter em mente as 
seguintes observações: 
ECONOMIA 
37 
 
 
 
- As políticas são avaliadas quanto: 
1. a velocidade de implementação: a eficácia da política monetária seria maior, pois 
as decisões da autoridade monetária são aplicadas de imediato, enquanto as decisões 
da autoridade fiscal dependem de trâmites (governo-congresso, Constituição Federal) 
mais lentos. Os gastos do governo e sua tributação dependem de autorizaçãoorçamentária e de aprovação em congresso. 
2. Grau de intervenção na economia: a política fiscal é mais profunda que a política 
monetária. 
Exemplo: uma alteração na alíquota de impostos, ou a criação de novos 
impostos representam aumento de custos e interferem mais diretamente 
no setor privado do que a política monetária; 
 
3. A eficácia das políticas econômicas depende também do papel da taxa 
de juros – em particular, da sensibilidade (elasticidade) dos 
investimentos privados e da demanda de moeda especulativa em 
relação à taxa de juros. Assim sendo, quanto maior a sensibilidade dos 
investimentos à taxa de juros, maior será a eficácia da política monetária, 
de modo que o aumento dos investimentos aumentaria a demanda 
agregada e o nível do produto e renda; 
 
Exemplo: uma redução percentual de 5% na taxa de juros provoca numa 
situação A um aumento de R$ 50 milhões no investimento privado, dado o 
novo custo de aquisição do dinheiro; em outra situação B, a redução na 
taxa de juros num percentual de 5% provoca um aumento no investimento 
privado de R$ 20 milhões. Nesse caso, na situação A existe maior 
sensibilidade dos investidores diante da taxa de juros. 
 
3.9 IMPLICAÇÕES AOS GESTORES 
 
 
- O conhecimento da dinâmica do mercado financeiro é tão relevante quanto o 
conhecimento sobre o mercado de bens. Se anteriormente, em nosso estudo, 
ECONOMIA 
38 
 
 
 
observamos as implicações da política fiscal e dos investimentos sobre a renda real 
da economia (produto real) e sobre o consumo, agora observamos as implicações 
desses fatos na demanda e oferta por moeda, bem como o papel da taxa de juros. 
- Enquanto empresários, deve-se ter em mente o que pode ocorrer com sua 
produção por conta do desestímulo ao consumo e ao investimento caso a taxa de 
juros se eleve. Tal fato lhe ajudará na previsão de demanda futura, na projeção de sua 
produção e na provável captação de recursos para viabilizar seu empreendimento. 
- Os movimentos de aumento da demanda por moeda constituem-se em 
oportunidades para os empresários mais atentos. 
 
SÍNTESE DA UNIDADE 
 
 
Observamos nessa unidade o papel da moeda como mecanismo viabilizador das 
transações comerciais e a sua dinâmica de circulação, assim como a necessidade de 
ajuste contínuo de sua quantidade via atuação do BACEN, considerando questões 
como crescimento da economia, riscos inflacionários e a taxa de juros. 
 Materiais Complementares 
Dica de Leitura: 
1 - Glossário informativo sobre o Mercado de títulos públicos 
http://www.bcb.gov.br/?selic 
2 - Mercado de Crédito no Brasil 
http://www.bcb.gov.br/pec/notastecnicas/port/2002nt15creditmarketbrazilp.pdf 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.bcb.gov.br/?selic
http://www.bcb.gov.br/?selic
http://www.bcb.gov.br/pec/notastecnicas/port/2002nt15creditmarketbrazilp.pdf
http://www.bcb.gov.br/pec/notastecnicas/port/2002nt15creditmarketbrazilp.pdf
ECONOMIA 
39 
 
 
UNIDADE IV - INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA INFLAÇÃO E 
CAMBIO 
 
4.1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA INFLAÇÃO 
 
 
Nos capítulos anteriores, estudamos separadamente o mercado de bens 
(demanda e oferta agregada e as implicações da política fiscal para o crescimento do 
PIB) e os mercados financeiros (demanda e oferta de moeda e as implicações da 
política monetária). Procuramos demonstrar o entrelace existente entre esses temas, 
o quanto estão relacionados, e por vezes, até sobrepostos. 
Neste capítulo, aprofundaremos nossa discussão sobre a inflação. Nosso 
propósito não é fazê-los especialistas nesse tema, mas – dada sua relevância – fazê- 
los conhecedores capazes de reconhecer os fenômenos inflacionários e suas relações 
com o cenário econômico (produção, crescimento, desemprego etc). 
Enquanto administradores, reflitam nas implicações da inflação sobre: 
▪ A maneira como organizamos nossas compras de estoque e matéria prima em 
períodos com inflação e sem inflação; 
▪ O modo como projetamos a demanda futura em cenários de inflação e a 
consequente corrosão da renda real das famílias; 
Tais pontos possuem sua gestão nas empresas significativamente alterada em 
cenários de inflação. Como recomendação, ressalvamos que – quando necessário – 
revise os conceitos dos capítulos anteriores, de modo a melhor acompanhar os 
desdobramentos das ideias expostas nas páginas seguintes. 
 
4.2 CONCEITOS 
 
A respeito do que entendemos como inflação, pode-se afirmar que a inflação é 
a perda do poder de compra, materializada no que denominamos de aumento geral 
de preços. Contudo, o aumento de um único bem, por períodos pontuais não pode ser 
chamado de inflação. Lembrem-se de que deve haver um aumento contínuo e 
generalizado do nível geral de preços. 
A inflação é tratada como um fenômeno essencialmente monetário, de modo 
que os principais instrumentos de combate a este fenômeno estão vinculados à 
ECONOMIA 
40 
 
 
 
política monetária (recordem da utilização pelo BACEN das operações de mercado 
aberto, redesconto, depósito compulsório e determinação da taxa de juros). 
Dentre suas origens, as principais decorrem dos conflitos distributivos entre 
preços e salários, a ocorrência de choques de oferta (externos ou não); e os efeitos 
decorrentes da atuação de empresas capazes de influenciar o preço em estruturas de 
mercado oligopolizadas e monopolizadas. 
Antes de adentrarmos nos desdobramentos do tema, cabe apresentar outros 
conceitos relacionados à inflação, conforme o quadro abaixo: 
Conceito Definição 
Deflação Designa uma redução generalizada dos preços dos bens e serviços, geralmente associada 
às recessões econômicas e a restrições da procura. 
Desinflação Representa a desaceleração do ritmo do aumento de preços. Quando a inflação reduz-se 
de 10% ao mês para o de 5%, por exemplo, pode-se dizer que houve desinflação. 
Hiperinflação Refere-se à inflação acima dos padrões considerados aceitáveis e fora de controle ou 
governabilidade pelos agentes de política monetária. 
 
4.3 DISTORÇÕES NA ECONOMIA RESULTANTES DA INFLAÇÃO 
 
 
A maior parte dos países convive com taxas anuais de inflação mais ou menos 
estáveis, sendo monitoras pelas autoridades monetárias – normalmente, o Banco 
Central. Em uma economia real, seria comum, portanto, haver certo movimento de 
alta dos preços, por conta da influência de alguns fatores (aumento de salários, 
choques externos, elevada quantidade de moeda na economia, etc). Porém, quando 
as taxas de inflação aumentam, e iniciam uma trajetória ascendente, podem ocorrer 
alguns efeitos nocivos para a economia. Os principais efeitos são apresentados a 
seguir: 
a) Efeitos sobre a distribuição de renda 
Um dos piores efeitos da inflação se refere à redução relativa do poder 
aquisitivo das classes que dependem de salários, que possuem datas de reajuste 
definidas legalmente. Nessa categoria estão enquadrados quase todos os 
trabalhadores assalariados (observem: a maioria da classe trabalhadora recebe o 
reajuste salarial uma vez ao ano, normalmente em outubro). Em um cenário 
inflacionário, o valor real dos salários vai sendo corroído, ao longo do ano, pela alta 
ECONOMIA 
41 
 
 
 
sucessiva dos preços, até a chegada da nova data base, quando ocorrerá um novo 
reajuste. Como exemplo, imaginem a seguinte situação. 
 
Meses Salário Número de cestas básicas adquiridas 
Outubro R$ 1.000,00 20 cestas 
Novembro R$ 1.000,00 19 cestas 
Dezembro R$ 1.000,00 17 cestas 
Janeiro R$ 1.000,00 15 cestas 
Fevereiro R$ 1.000,00 14 cestas 
Março R$ 1.000,00 11 cestas 
Fonte: Própria do autor 
Observem que, embora o salário nominal seja o mesmo, a capacidade de bens 
que se pode comprar (nesse caso, cestas básicas) se reduz a cada mês, em virtude 
da inflação. 
A piora na qualidade de vida da população em virtude desse reflexo 
inflacionário é que justificou, por anos, as autoridades priorizarem o combate/controle 
à inflação em detrimento do crescimento econômico.Embora esse posicionamento 
não seja unânime dentre os economistas, é o que vem sendo praticado e defendido 
pelo Ministério da Fazenda. 
b) Efeitos sobre as transações no mercado financeiro 
Num processo inflacionário muito intenso, o valor real da moeda tende a se 
reduzir rapidamente. Isto provoca um desestímulo à aplicação de recursos no 
mercado financeiro, por parte dos agentes superavitários, porque a inflação tende a 
corroer o rendimento real das aplicações. 
 
Exemplo: Não seria vantajoso comprar um título que ofereça um 
rendimento prefixado de 12% ao ano, se a inflação atingir a taxa de 15% 
ao ano. Nessas condições, o investidor estaria tendo perda real do valor 
aplicado. Assim, as aplicações em poupança e títulos tendem a sofrer uma 
retração. Concomitantemente, a inflação muito alta acaba estimulando a 
aplicação de recursos em outros ativos, como: imóveis, ouro, dólar, gado, 
mercadorias. 
Como ressalva, vale afirmar que no Brasil esse tipo de distorção no mercado 
financeiro foi bastante minimizado pela instituição do mecanismo da correção 
monetária, através do qual diversas aplicações (títulos públicos, cadernetas de 
ECONOMIA 
42 
 
 
 
poupança e títulos privados), passaram a serem indexadas, ou seja, seu valor passou 
a ser reajustado por índices de preços que refletem aproximadamente o crescimento 
da inflação no período. Nesse contexto, várias operações passaram ter seu 
rendimento pós-fixado. 
c) Efeitos sobre o balanço de pagamentos 
Elevadas taxas de inflação, em níveis superiores ao aumento de preços 
internacionais, tornam o produto nacional relativamente mais caro em relação ao seu 
similar, produzido em outros países. Desse modo, a inflação tende a provocar um 
estímulo às importações e um desestímulo às exportações, prejudicando o saldo 
da balança comercial. 
d) Efeitos sobre as expectativas dos agentes econômicos 
Outra distorção provocada por uma inflação elevada está ligada ao processo 
de formação das expectativas dos agentes econômicos. O setor empresarial é 
bastante sensível a esse tipo de situação, uma vez que sua atividade está sujeita a 
riscos, dada a relativa instabilidade e imprevisibilidade de seus lucros. Se as 
expectativas caminharem no sentido de que são esperadas maiores taxas de inflação, 
dificilmente os empresários aumentarão seus investimentos na expansão da 
capacidade produtiva. Desse modo, numa conjuntura inflacionária, a própria 
capacidade de produção futura da economia poderá ser comprometida e, 
consequentemente, o nível de emprego poderá ser afetado. 
 
4.4 TIPOS DE INFLAÇÃO 
 
 
4.4.1 Inflação de Demanda 
 
 
Refere-se ao excesso de demanda agregada, em relação à produção 
disponível de bens e serviços (leia-se: dinheiro demais à procura de poucos bens). A 
ECONOMIA 
43 
 
 
 
possibilidade de ocorrer inflação de demanda aumenta quanto mais a economia 
estiver próxima do pleno emprego (relembrem do capítulo sobre o mercado de 
bens). Se houver desemprego em larga escala na economia, é de se esperar que um 
aumento da demanda agregada deva corresponder a um aumento na produção 
agregada de bens e serviços, pela maior utilização de recursos antes desempregados, 
sem que necessariamente ocorra um aumento generalizado de preços (leia-se: 
quando a capacidade de oferta de todas as empresas da economia ainda possui certa 
ociosidade). 
Porém, quanto mais próximo do pleno emprego, menor a possibilidade de uma 
expansão rápida da produção, e a repercussão maior deve ser o impacto da demanda 
sobre os preços. Por conta disso, a política geralmente usada para combater esse tipo 
de inflação se baseia em instrumentos que provoquem uma redução da demanda por 
bens e serviços. 
 
4.4.2 Inflação de custos 
 
 
Esse tipo de inflação corresponde a uma inflação de oferta. O nível de demanda 
permanece praticamente o mesmo, mas os custos de certos insumos e matérias- 
primas importantes dentro da cadeia produtiva aumentam, e são repassados aos 
preços dos demais bens e serviços produzidos. Além disso, a redução na 
disponibilidade de alguns insumos utilizados na produção pode acarretar no aumento 
dos preços dos produtos, uma vez que o empresário deverá gastar mais para adquirir 
determinados insumos. Parte de suas perdas (leia-se corrosão de sua margem de 
lucro) será repassada aos clientes, na forma de aumento de preços. 
 
SÍNTESE 
 
 
Estudamos nesse capítulo a questão da inflação. Torna-se relevante ressaltar 
seu impacto para além do aumento de preços, considerando suas implicações na 
ECONOMIA 
44 
 
 
 
qualidade de vida da maior parte da população. Enquanto empresário, gestor, 
funcionário ou amante do tema, perceba os desdobramentos da inflação na política 
de compras de uma organização. É reconhecido a vantajosidade de manter altos 
estoques, por exemplo, em cenários inflacionários. Da mesma forma, é necessário o 
empresário redefinir sua gestão de custos e sua política de preços, tendo em vista a 
queda contínua do poder de compra dos indivíduos, fato que impacta na produção, no 
nível de emprego e, grosso modo, no bem estar da população. 
 
 
 MATERIAIS COMPLEMENTARES 
Dica de Leitura: 
1 - Implicações para a qualidade de vida da população: preocupações decorrentes da 
perda do poder de compra 
http://www.gazetadopovo.com.br/economia/conteudo.phtml?id=1366297&tit=Pesquis 
a-mostra-inflacao-no-topo-das-preocupacoes-do-consumidor 
2 - Exemplo da atuação do governo 
http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2013/07/1308359-editorial-combater-a- 
inflacao.shtml 
3 - Considerações sobre a atuação do Banco Central, o papel da taxa de juros e as 
operações de mercado aberto 
http://www.horadopovo.com.br/2011/julho/2978-22-07-2011/P8/pag8a.htm 
 
 
4.5 TAXA DE CÂMBIO 
 
 
A taxa de câmbio afeta significativamente o PIB de um país, especialmente 
(mas não apenas) as contas de exportação e importação. 
Como conceito, define-se taxa de câmbio como o preço da moeda estrangeira 
(também chamado de dividas) cotado em moeda nacional. 
 
Exemplo: 1 Dólar = R$ 2,20; 1 Euro = R$ 2,70 
http://www.gazetadopovo.com.br/economia/conteudo.phtml?id=1366297&tit=Pesquisa-mostra-inflacao-no-topo-das-preocupacoes-do-consumidor
http://www.gazetadopovo.com.br/economia/conteudo.phtml?id=1366297&tit=Pesquisa-mostra-inflacao-no-topo-das-preocupacoes-do-consumidor
http://www.gazetadopovo.com.br/economia/conteudo.phtml?id=1366297&tit=Pesquisa-mostra-inflacao-no-topo-das-preocupacoes-do-consumidor
http://www.gazetadopovo.com.br/economia/conteudo.phtml?id=1366297&tit=Pesquisa-mostra-inflacao-no-topo-das-preocupacoes-do-consumidor
http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2013/07/1308359-editorial-combater-a-inflacao.shtml
http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2013/07/1308359-editorial-combater-a-inflacao.shtml
http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2013/07/1308359-editorial-combater-a-inflacao.shtml
http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2013/07/1308359-editorial-combater-a-inflacao.shtml
http://www.horadopovo.com.br/2011/julho/2978-22-07-2011/P8/pag8a.htm
ECONOMIA 
45 
 
 
 
Como toda moeda, a taxa de câmbio pode ser determinada de acordo com as 
variações de oferta e demanda de divisas, sendo que a oferta de divisas depende 
principalmente: do volume de exportações e da entrada de capitais externos (agentes 
que precisam trocar dólares por reais). Assim, quanto maior a oferta de divisas 
(dada uma demanda constante) menor será a taxa de câmbio, pois aumenta a 
disponibilidade de moeda estrangeira, ela torna-se mais barata, havendo uma 
valorização da moeda nacional (desvalorização do dólar). 
 
Período t: Dólar = R$ 2,20 
Período t+1: Dólar = R$ 1,80 
 
A demanda por divisas (agentes que precisam trocar reais por dólares) 
depende: do volume de importações e da saída de capitais externos (amortizações 
de empréstimos, remessa de lucros, pagamento de juros). Se aumentar a demanda 
de divisas (dada a oferta), maior a taxa de câmbio (será necessáriotrocar mais reais 
por 1 dólar, significando uma desvalorização do real e valorização do dólar), ocorrendo 
uma desvalorização cambial. 
 
Período t: dólar = R$ 2,00 
Período t+1: dólar = R$ 2,15 
 
4.6 REGIMES CAMBIAIS 
 
 
Segundo a teoria econômica, há dois tipos de regimes cambiais: 
▪ Taxa de câmbio fixa: é mantido um valor fixo para a taxa de câmbio 
independente da oferta e da demanda por divisas. 
▪ Taxa de câmbio flutuante: o câmbio é determinado conforme a demanda e 
oferta por divisas. 
A política cambial adotada pela maioria dos países não segue estritamente 
nenhum dos dois regimes. Tem-se denominado a prática de flutuação suja (dirty 
floating), na qual é adotado o regime de câmbio flutuante, com o mercado de divisas 
ECONOMIA 
46 
 
 
 
determinando a taxa de câmbio, mas com sucessivas intervenções do Banco Central, 
na compra e venda de moeda estrangeira (leia-se: na compra e venda de dólares), 
com o propósito de manter a taxa em níveis relativamente estáveis. Se, por exemplo, 
a taxa de câmbio ameaça atingir níveis muito elevados, dentro dos parâmetros 
definidos pela política econômica, o Banco Central colocará dólares no mercado 
forçando a redução da taxa de câmbio. Por exemplo: 
 
Limite máximo (1 US$ = R$ 2,26) 
 
(banda cambial) 
 
Limite mínimo (1US$ = R$ 2,00) 
 
 
Observação: Cabe complementar que, atualmente, os movimentos de compra 
e venda de divisas realizados pelo BACEN ocorrem de maneira mais ágil e rápida, e 
ainda com maior autonomia do que no passado, em virtude de que hoje as reservas 
de divisas nos cofres do BACEN são muito maiores do que em épocas anteriores. 
Antigamente, era necessário a priori conseguir empréstimos de moeda estrangeira 
junto ao FMI ou outros bancos internacionais para então poder atuar na compra e 
venda. 
O quadro a seguir, sintetiza os efeitos das variações cambiais sobre algumas 
variáveis da economia. Muitos desses efeitos explicam parte do comportamento que 
o BACEN adotada nos movimentos e compra e venda de dólares. 
 
 
Variáveis 
econômicas 
Efeitos 
Importações 
e 
exportações 
Com a desvalorização cambial (preço do dólar sobre, em reais), os 
compradores estrangeiros comprarão mais produtos brasileiros e os 
exportadores tendem a exportar mais. Os importadores, por outro lado, 
pagarão mais reais por dólar, e tendem a importar menos. - com a 
desvalorização cambial (preço do dólar sobre, em reais), os 
compradores estrangeiros comprarão mais produtos brasileiros e os 
exportadores tendem a exportar mais. Os importadores, por outro lado, 
pagarão mais reais por dólar, e tendem a importar menos. 
- a valorização cambial, por sua vez, estimulará a compra de produtos 
importados, mas desestimulará a exportação. 
Taxa de 
inflação 
- a valorização cambial tem sido um instrumento amplamente utilizado 
para combate à inflação (leia-se: Âncora cambial): valoriza-se o câmbio, 
tornando a moeda nacional mais forte, tornando os produtos importados 
mais atraentes (e viáveis). Tal ação aumenta a concorrência com os 
Atuação do BACEN 
vendendo dólares 
 
 
Atuação do BACEN 
comprando dólares 
ECONOMIA 
47 
 
 
 
 produtos nacionais, provocando pressão pela queda dos preços 
internos. 
Observação 1: geralmente, este tipo de política virá acompanhando de 
maior abertura comercial, com quedas de tarifas sobre produtos 
importados. 
Observação 2: a valorização cambial pode representar um custo para o 
setor exportador, além de (a médio prazo) provocar déficit na balança 
comercial e comprometer a indústria nacional. 
Dívida 
externa do 
país 
- de imediato, a desvalorização cambial aumenta o estoque da dívida 
em reais, não afetando seu saldo em dólares. Em médio prazo, o 
estímulo a exportação decorrente da desvalorização cambial pode 
aumentar a oferta de dólares, com a consequente queda do preço do 
dólar, levando a uma queda da dívida em dólares. 
- a valorização cambial, por teoria, deverá provocar o efeito inverso. 
 
Fonte: Própria do autor 
 
4.7 TAXA DE CÂMBIO REAL E NOMINAL 
 
 
As transações comerciais realizadas com outros países são influenciadas pelos 
preços internacionais. Nesse contexto, o conceito de taxa de câmbio nominal e a 
taxa de câmbio real serve como uma referência para se definir de qual localidade 
podemos adquirir determinado produto, considerando a vantajosidade de preço. 
Entende-se a taxa de câmbio nominal, como a taxa que se pode trocar a moeda de 
um país pela moeda de outro país; enquanto que a taxa de câmbio real é aquela à 
qual se pode trocar os bens e serviços de um país pelos bens e serviços de outro país. 
A taxa real compara o preço de bens domésticos e internacionais na economia 
doméstica. 
TxdeCâmbioReal=R=
TxdeCâmbioNominal*Pr 
 
 
Exemplo: 
• Preço de um automóvel produzido no Brasil = R$ 15.000,00 
• Preço de um automóvel produzido nos EUA = US$ 12.000,00 
• e = taxa de câmbio nominal = R$ 1,00/US$ 1,00 
• R = taxa de câmbio real = (1,00 X 12.000) / 15.000 = 0,8 
ECONOMIA 
48 
 
 
 
 
 
Conclusão: o automóvel norte-americano é 20% mais barato que o brasileiro. 
Supondo agora e = R = 1,0 
Conclusão: seria indiferente de onde comprar. 
Supondo, no mesmo exemplo e = R = 1,4 
 
Conclusão: o automóvel norte americano é 40% mais caro. 
A análise derivada da taxa de câmbio real explica parte de comércio 
internacional, considerando ainda que outros fatores como os custos logísticos e as 
relações comerciais históricas entre os países também deveriam ser ponderados. 
 
SÍNTESE 
 
 
Vimos ao longo desse capítulo os conceitos relacionados à taxa de câmbio. A 
valorização e desvalorização cambial possuem efeitos relevantes sobre as transações 
internacionais, assim como também impactam na economia interna. Outro ponto de 
destaque, que os empresários e gestores devem visualizar refere-se às implicações 
das variações cambiais nas exportações e importações, por vezes, com recebimentos 
ou pagamentos parcelados. Atualmente, há mecanismos contratuais de proteção às 
variações cambiais, que asseguram às empresas um valor mínimo (no caso da venda) 
ou um valor máximo (no caso da compra). 
 Materiais Complementares 
Dica de Leitura: 
1 - Acompanhamento das frentes de Cambio e Capitais internacional pelo BACEN 
http://www.bcb.gov.br/?cambio 
2 - Texto sobre a intervenção do BACEN no mercado de câmbio 
http://www.bcb.gov.br/pec/notastecnicas/port/2003nt34intervmercadocambp.pdf 
3 - Texto sobre sistemas cambiais 
http://www.bcb.gov.br/pec/notastecnicas/port/2002nt29indextxcambiop.pdf
http://www.bcb.gov.br/?cambio
http://www.bcb.gov.br/?cambio
http://www.bcb.gov.br/pec/notastecnicas/port/2003nt34intervmercadocambp.pdf
http://www.bcb.gov.br/pec/notastecnicas/port/2003nt34intervmercadocambp.pdf
http://www.bcb.gov.br/pec/notastecnicas/port/2002nt29indextxcambiop.pdf
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ECONOMIA 
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REFERÊNCIAS 
 
 
BLANCHARD, O. Macroeconomia: Teoria e Política Econômica. 2ª Ed. Rio de 
Janeiro. Editora Campus, 2001. 
 
MANKIW, N. G. Macroeconomia. 5. ed., Rio de Janeiro: Editora LTC, 2004. 
VASCONCELLOS, M. A. S. Economia: micro e macro. 3ª. Ed. São Paulo: Atlas, 2009. 
 
CARVALHO, F. J. C.; SOUZA, F. E. P. de, SICSÚ, J., PAULA, L. F. R. STUDART, R. 
Economia Monetária e Financeira: Teoria e Política. Rio de Janeiro. Editora 
Campus. 2000. 
 
TROSTER, R. L.; MOCHÓN, F. Introdução à Economia. São Paulo: Makron Books, 
2002. 
 
INDICE DE GINI: http://desigualdade-social.info/mos/view/%C3%8Dndice_de_Gini/ 
 
http://desigualdade-social.info/mos/view/%C3%8Dndice_de_Gini/
ECONOMIA 
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