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See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.net/publication/279440534 Queratinócitos e seus desafios: uma revisão da literatura sobre mecanismos intracelulares Article · September 2013 CITATIONS 0 READS 3,391 1 author: Some of the authors of this publication are also working on these related projects: Effect of strict glycemic control on the markers of neurodegeneration and global DNA methylation profile in hyperglycemic animals View project Search for molecular markers of cell response to biomaterials View project Rodrigo Augusto Da Silva University of Taubaté 58 PUBLICATIONS 502 CITATIONS SEE PROFILE All content following this page was uploaded by Rodrigo Augusto Da Silva on 13 February 2019. The user has requested enhancement of the downloaded file. https://www.researchgate.net/publication/279440534_Queratinocitos_e_seus_desafios_uma_revisao_da_literatura_sobre_mecanismos_intracelulares?enrichId=rgreq-3f054daf375aa5cb148ba4d5893513fa-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI3OTQ0MDUzNDtBUzo3MjU3ODg3NjA0OTQwODBAMTU1MDA1MjkzMzA1OA%3D%3D&el=1_x_2&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/publication/279440534_Queratinocitos_e_seus_desafios_uma_revisao_da_literatura_sobre_mecanismos_intracelulares?enrichId=rgreq-3f054daf375aa5cb148ba4d5893513fa-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI3OTQ0MDUzNDtBUzo3MjU3ODg3NjA0OTQwODBAMTU1MDA1MjkzMzA1OA%3D%3D&el=1_x_3&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/project/Effect-of-strict-glycemic-control-on-the-markers-of-neurodegeneration-and-global-DNA-methylation-profile-in-hyperglycemic-animals?enrichId=rgreq-3f054daf375aa5cb148ba4d5893513fa-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI3OTQ0MDUzNDtBUzo3MjU3ODg3NjA0OTQwODBAMTU1MDA1MjkzMzA1OA%3D%3D&el=1_x_9&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/project/Search-for-molecular-markers-of-cell-response-to-biomaterials?enrichId=rgreq-3f054daf375aa5cb148ba4d5893513fa-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI3OTQ0MDUzNDtBUzo3MjU3ODg3NjA0OTQwODBAMTU1MDA1MjkzMzA1OA%3D%3D&el=1_x_9&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/?enrichId=rgreq-3f054daf375aa5cb148ba4d5893513fa-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI3OTQ0MDUzNDtBUzo3MjU3ODg3NjA0OTQwODBAMTU1MDA1MjkzMzA1OA%3D%3D&el=1_x_1&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Rodrigo_Da_Silva3?enrichId=rgreq-3f054daf375aa5cb148ba4d5893513fa-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI3OTQ0MDUzNDtBUzo3MjU3ODg3NjA0OTQwODBAMTU1MDA1MjkzMzA1OA%3D%3D&el=1_x_4&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Rodrigo_Da_Silva3?enrichId=rgreq-3f054daf375aa5cb148ba4d5893513fa-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI3OTQ0MDUzNDtBUzo3MjU3ODg3NjA0OTQwODBAMTU1MDA1MjkzMzA1OA%3D%3D&el=1_x_5&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/institution/University_of_Taubate?enrichId=rgreq-3f054daf375aa5cb148ba4d5893513fa-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI3OTQ0MDUzNDtBUzo3MjU3ODg3NjA0OTQwODBAMTU1MDA1MjkzMzA1OA%3D%3D&el=1_x_6&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Rodrigo_Da_Silva3?enrichId=rgreq-3f054daf375aa5cb148ba4d5893513fa-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI3OTQ0MDUzNDtBUzo3MjU3ODg3NjA0OTQwODBAMTU1MDA1MjkzMzA1OA%3D%3D&el=1_x_7&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Rodrigo_Da_Silva3?enrichId=rgreq-3f054daf375aa5cb148ba4d5893513fa-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI3OTQ0MDUzNDtBUzo3MjU3ODg3NjA0OTQwODBAMTU1MDA1MjkzMzA1OA%3D%3D&el=1_x_10&_esc=publicationCoverPdf Sáude em Revista Queratinócitos e seus desafios: uma revisão da literatura sobre mecanismos intracelulares 3 Revisões de LiteRatuRa / BiBliography reviews RodRigo Augusto dA silvA Faculdade de Odontologia de Piracicaba Departamento de Morfologia, Laboratório de Biologia Molecular WilliAn FeRnAndo ZAmbuZZi Universidade do Grande Rio - UNIGRANRIO – RJ Pós-Graduação em Odontologia, Escola de Ciências da Saúde mARiAnA m. RibeiRo Faculdade de Odontologia de Piracicaba - FOP – UNICAMP Departamento de Morfologia, Laboratório de Biologia Molecular AnA CARolinA s. de souZA Universidade Federal do ABC (UFABC), Santo André, SP Departamento de Bioquímica Resumo A pele é considerada uma barreira efetiva contra diversos tipos de estresse, o que, em parte, se deve às características únicas dos quera- tinócitos, principal tipo celular deste tecido. Sob influência de estímulos estressores, os queratinócitos sofrem injúrias cuja intensidade/duração determinarão sua sobrevivência, morte ou diferenciação. Entender as bases moleculares associada à determinação do destino dos querati- nócitos é abrir possibilidades para o desenvolvimento de terapias mais eficazes para o tratamento de doenças de pele, entre elas o câncer, assim como para o desenvolvimento de cosméticos e novas tecnologias na área de bioengenharia de tecidos. Neste trabalho, o papel dos queratinócitos na epiderme bem como os mecanismos moleculares associados à sobre- vivência e morte deste tipo celular serão abordados em nível molecular. Palavras-chave: queratinócitos, morte celular, vias de sinaliza- ção, estresse hiperosmótico, estresse oxidativo. Abstract The skin is considered an effective barrier against many kin- ds of stress, which is, in part, related to the singular characteristics of ke- ratinocytes, the main cell type of this tissue. Under stress, keratinocytes are affected by injures whose intensity/duration will determine its survi- val, death or differentiation. Understanding the molecular basis associa- ted to keratinocytes’ fate open up new possibilities for the development of more effective therapies for the treatment of skin diseases, such as cancer, as well as the development of new cosmetics and technologies in the field of tissue bioengineering. In this work, the role of keratinocytes in the epidermis and the molecular mechanisms associated to the survi- val and death of this cell type are discussed in the molecular level. Keywords: keratinocytes, cell death, signal transduction pa- thways, hyperosmotic stress, oxidative stress. Introdução A pele é o maior órgão do corpo, constituindo cerca de 16% do peso corporal dos animais. Ela possui diversas funções, como a proteção contra a perda de água, atrito, ar- mazenamento de gordura, carboidratos e proteínas.1 Além disso, também participa ativamente nos processos de ter- morregulação corporal, formação de vitamina D3, resposta imunológica e como receptor sensorial.2 Queratinócitos e seus desafios: uma revisão da literatura sobre mecanismos intracelulares Keratinocytes and their challenges: a literature review of intracellular mechanisms SAÚDE REV., Piracicaba, v. 13, n. 35, p. 3-14, set.-dez. 20134 Rodrigo Augusto da Silva et al. Por constituir a principal interface entre o ambiente e o organismo, a pele é consi- derada uma barreira efetiva contra diversos tipos de estresse, destacando-se sua ação na proteção contra a radiação ultravioleta (UV), desidratação, forças mecânicas, al- terações na temperatura e inflamação, esta última promovida por fatores endógenos liberados pelas células. Assim, a pele de- tém propriedades bioquímicas e mecânicas únicas que a tornam uma linha de defesa eficiente contra tais condições que afetam, principalmente, a epiderme. A epiderme é um epitélio estratificado capaz de autor- renovação, onde a perda de células dife- renciadas da superfície é balanceada pela migração de células que deixam a camada basal proliferativa e entram em diferencia- ção, migrando em direção à camada córnea (Figura 1).2 O estrato córneo apresenta-se como uma estrutura metabolicamente ativa e também exerce funções adaptativas com grande interação com as camadas epidér- micas subjacentes. Por trás desse processo, diversas vias de sinalização intracelulares agindo em conjunto orquestram as respos- tas celulares ao ambiente por meio do es- tímulo ou inibição de processos celulares básicos, como movimentação, diferencia- ção e morte celular.3 De fato, essas vias agem de maneira tão complexa e intrinca- da que hoje muito ainda sediscute sobre as bases moleculares que permeiam esses processos. Vias de sobrevivência, mor- te, proliferação e diferenciação parecem compartilhar inúmeros efetores molecu- lares e moléculas transdutoras atuando de forma sobreposta em muitos aspectos. Na presente revisão, mecanismos associados à sobrevivência e morte de queratinócitos ante estímulos estressores, principalmente estresse hiperosmótico e oxidativo, são re- visados em seu nível molecular. Figura 1: Esquema de uma secção trans- versal da pele. No esquema estão represen- tadas a epiderme (e) e a derme (d), além de folículos pilosos (h), glândulas sudoríparas (g) e glândulas sebáceas (f) constituintes da pele. A epiderme é constituída princi- palmente de queratinócitos (a) dispostos em camadas, com destaque para o estrato córneo (i), formado por células escamosas superficiais cornificadas (queratinócitos em estágio final de diferenciação), e para as células basais (a), além de outros cons- tituintes como os melanócitos (c) e as célu- las de Langerhans (b). Pequenos vasos (k) e corpúsculo de pacini (j) são constituintes representativos da derme. Sáude em Revista Queratinócitos e seus desafios: uma revisão da literatura sobre mecanismos intracelulares 5 Rodrigo Augusto da Silva et al. Queratinócitos: características gerais A camada basal do tecido epitelial é formada por células-tronco e queratinóci- tos. Os queratinócitos são o principal tipo celular da pele e, portanto, o principal alvo das alterações mediadas pelos diferentes ti- pos de estresse. Este tipo celular apresenta, como característica principal, uma consti- tuição proteica baseada principalmente na síntese de queratina. De fato, em querati- nócitos, o conteúdo de queratina representa mais de 50% da massa proteica total.4 Os queratinócitos migram da camada basal para o epitélio, onde formam uma rede celular muito dinâmica e fisicamente resistente, o que está associado, de manei- ra íntima, à remodelação do citoesqueleto celular e formação da estrutura supracelular de filamentos interconectados, como hemi- desmossomos e desmossomos. Essas estru- turas conferem força e rigidez ao epitélio. Adicionalmente, o processo de migração dos queratinócitos é acompanhado pela gradual diferenciação celular associada à produção crescente de queratina, proteína de extrema importância para função final desse tipo celular. Ao final desse processo, que culmina na diferenciação terminal dos queratinócitos seguida por morte celular e esfoliação, os filamentos de actina perma- necem intactos, formando o centro estrutu- ral da camada morta da pele queratinizada, eficaz na proteção contra a abrasão, agres- sões químicas e físicas, dessecação, pene- tração de patógenos e proteção geral contra intempéries do ambiente.2,5 Os processos de proliferação, migração e diferenciação terminal de queratinócitos envolvem um programa de alterações se- quenciais na expressão gênica, culminando em diversas alterações na estrutura e fun- cionamento celulares. Essas alterações vi- sam formar uma célula robusta, capaz de responder e resistir aos estímulos estresso- res. Ao mesmo tempo, essas células devem ser sensíveis o suficiente para responderem a sinais de morte e à eliminação de células drasticamente danificadas e comprometi- das, visando à restauração de uma barreira epidérmica funcional. O delicado equilíbrio entre robustez e sensibilidade à indução de programas de morte celular deve-se a uma regulação molecular única e sutil, envol- vendo inúmeras vias de sinalização e di- versos sinais extracelulares, que devem ser interpretados corretamente pelos queratinó- citos, a fim de realizarem a função apropria- da na epiderme.3 Essa regulação mostra-se de grande importância, não somente para a manutenção de uma barreira epidérmica funcional, mas, também, na prevenção do câncer de pele e outras doenças. Assim, em- bora a incrível capacidade da epiderme de produzir queratinócitos permita que a pele mantenha suas funções durante toda a vida do indivíduo, ela também predispõe o que- ratinócito a ser o tipo celular com maior in- cidência de câncer em humanos (carcinoma de células basais e carcinoma de células es- camosas), além de contribuir para o apare- cimento de outras doenças dermatológicas.6 A hiperplasia epidérmica, ou hiperquerato- se, também é observada em doenças como psoríase, queratose actínica, queratose se- borreica, verrugas, entre outras. Além disso, a relação simbiótica entre os queratinócitos e os melanócitos, localizados na camada ba- sal da epiderme, é responsável pela produ- SAÚDE REV., Piracicaba, v. 13, n. 35, p. 3-14, set.-dez. 20136 Rodrigo Augusto da Silva et al. ção da melanina e pigmentação da pele. O crescimento e comportamento dos melanó- citos são controlados por um sistema com- plexo de fatores de crescimento parácrinos e moléculas de adesão celular. Alterações nesta delicada homeostase podem provocar o desenvolvimento de melanoma e outras doenças dermatológicas, como o vitiligo.7 Sobrevivência e morte celular de queratinócitos: principais vias de sinalização Em resposta aos diferentes tipos de es- tresse aos quais a pele é exposta, vias de si- nalização, que podem levar à morte celular programada ou à sobrevivência, são ativa- das em queratinócitos. O balanço entre os sinais de morte e sobrevivência determinará o destino celular, que pode variar entre a de- fesa ante o estímulo estressor e sobrevivên- cia, morte ou, principalmente nos casos de queratinócitos, diferenciação terminal.8 Atualmente, vários tipos de programas de morte celular programada são descritos na literatura, sendo a apoptose o mais co- nhecido.9 Os diferentes tipos de morte celu- lar são classificados de acordo com aspectos morfológicos (morte apoptótica, necrótica ou autofágica), enzimáticos (com ou sem o envolvimento de nucleases, proteases, cas- pases, catepsinas etc.) e funcionais (morte celular programada, acidental, fisiológi- ca ou patológica).10 A apoptose é definida como um mecanismo de morte celular ge- neticamente programado e conservado evo- lutivamente que capacita as células a desen- cadearem um processo de morte altamente regulado em resposta a estímulos inerentes ao desenvolvimento normal ou em situações de estresse celular. Desta maneira, a apopto- se é considerada a principal forma de “suicí- dio celular”, exercendo papel central em vá- rios processos fisiológicos essenciais para a manutenção da homeostase em organismos multicelulares.11 Os mecanismos molecula- res responsáveis pela execução e regulação da apoptose foram amplamente caracteriza- dos, levando a um crescente conhecimento dos aspectos bioquímicos responsáveis pe- las características morfológicas, enzimá- ticas e funcionais específicas deste tipo de morte celular. 12 De maneira simplificada, a apoptose é um mecanismo de morte celular desencadeado por estímulos intra ou extra- celulares que levam à ativação de caspases (cysteine aspartate-specific proteases), um grupo de cisteína proteases capaz de clivar substratos exclusivamente após um resíduo de ácido aspártico (Asp), sendo esta espe- cificidade pouco comum entre o grupo das proteases.12 Uma vez ativadas, as caspases colapsam a infraestrutura celular, desinte- grando o citoesqueleto, desarranjando meta- bolicamente a célula e causando a fragmen- tação genômica.13 A ativação de caspases durante a indução de morte apoptótica pode ocorrer de duas maneiras principais, sendo uma delas desencadeada por insultos que afetam diretamente a integridade e função mitocondrial e, a outra, por ativação de re- ceptores de morte da família TNF (Figura 2).11,12 No primeiro caso, denominado ativa- ção apoptótica pela via intrínseca, danos ao DNA, alterações no citoesqueleto, estresse oxidativo e vários outros tipos de estresses acabam por levar à abertura de um poro na membrana mitocondrial externa. O controle da integridade da membrana mitocondrial Sáude em Revista Queratinócitose seus desafios: uma revisão da literatura sobre mecanismos intracelulares 7 Rodrigo Augusto da Silva et al. é mediado pelos níveis de proteínas pró- -apoptóticas e antiapoptóticas da família Bcl-2, como Bax, Bak, Bcl2 e Bcl-xL.11 A oligomerização de Bax e Bak determina a formação de canais na membrana mitocon- drial interna, sendo esse evento responsável direto pela permeabilização da organela. Como proteção, proteínas, como Bcl2 e Bcl-xL, membros antiapoptóticos da famí- lia Bcl2, acabam se ligando à Bax e Bak, impedindo que formem os poros. Uma vez que as quantidades de membros pró-apop- tóticos da família Bcl2 seja superior ao dos membros antiapoptóticos, há formação do poro mitocondrial, por onde extravasam fatores pró-apoptóticos mitocondriais e, também, citocromo c.14 O citocromo c, ao unir-se a dATP e a proteína APAF (fator de ativação de proteases apoptóticas), forma uma estrutura denominada apoptossomo, a qual é responsável por ligar-se à caspase 9 em sua forma não ativa (pró-caspase 9), in- duzindo sua alteração estrutural e conversão para a forma ativa. A caspase 9 ativa cliva e ativa uma segunda caspase, denominada caspase 3, essa, sim, responsável direta pela clivagem de proteínas citosólicas impor- tantes para manutenção do funcionamento e sobrevivência celulares. Adicionalmente, proteínas e fatores pró-apoptóticos libe- rados da mitocôndria contribuem de for- ma significativa para a eliminação celular, chegando mesmo a serem os responsáveis diretos pela morte celular (na ausência de ativação de caspases) em alguns casos co- nhecidos como apoptose independente de caspases. Já no mecanismo apoptótico me- diado por receptores de morte localizados na membrana plasmática, via apoptótica extrínseca, estímulos estressores induzem à liberação de fatores de morte, como Fas-L, TNF, entre outros, os quais se ligam a esses receptores, induzindo sua ativação e forma- ção de um complexo de morte no interior celular. Nesse complexo, a pró-caspase 8 é processada e convertida à sua forma ativa, que, por sua vez, cliva e ativa a caspase 3.15 Vários estudos demonstraram que a apoptose de queratinócitos induzida pela radiação UV, estresse oxidativo ou agentes citotóxicos é mediada pela via intrínseca, sendo, dessa forma, precedida pela despo- larização da membrana mitocondrial, libe- ração do citocromo c e ativação de caspase 9. Adicionalmente, a ativação secundária da via extrínseca apoptótica constitui evento de grande importância para a amplificação apoptótica nessas células, embora não seja considerada essencial.14,15 Em nenhum outro sistema, a apoptose possui tantas funções vitais como na pele, onde é crítica tanto para a proliferação controlada de queratinócitos como para a formação do estrato córneo, que é o resul- tado final da diferenciação epidérmica. A apoptose também representa um importante mecanismo de defesa contra o câncer, pois queratinócitos que tenham acumulado mu- tações ou outros danos genéticos como con- sequência da radiação UV ou estresse oxi- dativo são eliminados por apoptose.16 Neste processo, a proteína supressora de tumor p53 possui um importante papel, induzindo a parada do ciclo celular na fase G1 e a ati- vação de mecanismos de correção de danos do DNA. Células cujos danos ao material genético não puderam ser reparados são então eliminadas por mecanismos de morte celular programada, que, em grande parte, são induzidos e executados por proteínas SAÚDE REV., Piracicaba, v. 13, n. 35, p. 3-14, set.-dez. 20138 Rodrigo Augusto da Silva et al. Figura 2: Indução de apoptose pelas vias intrínseca e extrínseca. (A) A via intrínseca de apoptose envolve a ativação da pró-caspase 9 pela liberação de proteínas apoptogênicas mitocondriais para o citoplasma celular, incluindo AIF e citocromo c. A interação entre citocromo c, dATP e fator de ativação de proteases apoptóticas-1 (Apaf-1) leva à formação do apoptossomo onde ocorre a ativação da caspase 9. Uma vez ativada, a caspase 9 ativa uma série de outras pró-caspases conhecidas como caspases executoras, entre elas, as caspases 3, 6 e 7. (B) A via extrínseca da apoptose é mediada pela ativação de receptores de morte como TNFR, Fas (CD95), DR3 e DR6 na membrana plasmática celular levando à formação de complexos de morte citoplasmáticos denominados DISC. DISC são formados pela associação de proteínas adaptadoras contendo domínio efetor de morte, como FADD e TRADD, a porção citoplasmática dos receptores e a pró-caspases 8 ou 10 que se ligam a essas proteínas adaptadoras via domínios de morte. A formação de DISC leva à ativação das caspases 8 e 10, as quais podem então ativar as pró-caspases executoras 3, 6 ou 7, resultando nas alterações bioquímicas e morfológicas características da morte apoptótica. cuja expressão está sob controle da proteí- na p53. Células que não possuem a proteína p53 funcional são incapazes de reparo de danos genéticos e acumulam mutações que podem predispor o tecido ao aparecimento de vários tipos de tumores.17 Em acordo, mutações no gene codificador da proteína p53 constituem o principal tipo de mutação detectado em células tumorais e estão asso- ciadas ao câncer de pele, principalmente aos carcinomas de células escamosas ou células basais.18 Dessa maneira, p53 age como uma proteína de controle da integridade do ma- terial genético e, ao mesmo tempo, como mediadora da homeostase do organismo, eliminando células potencialmente danosas ao indivíduo. Em queratinócitos, a indução de apop- tose tem sido correlacionada, principalmen- te, com a ativação das vias de sinalização mediadas pelas quinases JNK e MAPK p38, pertencentes à família de proteínas quinases ativadas por mitógenos (MAPKs).19 JNK e MAPK p38 podem fosforilar diferentes Sáude em Revista Queratinócitos e seus desafios: uma revisão da literatura sobre mecanismos intracelulares 9 Rodrigo Augusto da Silva et al. substratos, como proteínas do citoesquele- to, outras quinases, fosfatases, fosfolipases e fatores de transcrição, levando à alteração de sua atividade. Como resultado, a célula pode sofrer interrupção do ciclo celular, re- paro do DNA e indução de apoptose, entre outras consequências.8 Inúmeros trabalhos demonstram ativação de JNK e MAPK p38 em queratinócitos como resposta à ex- posição a radiação UV, estresse oxidativo, choque térmico, citocinas pró-inflamatórias e choque osmótico.20 Estudos demonstra- ram ainda a fosforilação e estabilização da MAPK p38 como evento inicial da sinaliza- ção induzida pela radiação UV em querati- nócitos, precedendo a ativação de caspases. De fato, a inibição da MAPK p38 parece impedir a translocação de Bax para a mito- côndria e a liberação do citocromo c.21 Vias de sinalização intracelular media- doras de sobrevivência são constitutivamen- te ativadas nas células, sendo essa ativação aumentada nos casos em que as células devem contra-atacar mecanismos de morte induzidos por estresse.19 A proteína quina- se, ativada por sinal extracelular (ERK1/2), fosfatidilinositol-3 quinase (PI3K) e a qui- nase Src (proteína tirosina quinase proto- -oncogênica Src ou pp60c-src) são impor- tantes mediadoras de vias promotoras da sobrevivência de queratinócitos.22 Essas vias são ativadas, principalmente, pela ação de fatores de crescimento, incluindo o fator de crescimento epidérmico (EGF) e o fator de crescimento de queratinócitos (KGF), os quais agem de maneira autócrina ou parácri- na para estimular seus receptores cognatos, levando à ativação de inúmeras vias de si- nalização de sobrevivência.22 A sinalização mediada por EGFR estimula a cascata de MAPKs que resulta na fosforilação sequen- cial e ativação das MAPK quinases (MEKs) e ERKs. Além disso, a sinalização desenca- deada por EGF estimula uma segunda via de sobrevivência, envolvendo a ativação induzida pela PI3K da proteína serina-tre- onina quinase Akt (PKB; proteína quinase B).22 O eixo PI3K/Akt tem papel chave na transduçãode sinais de sobrevivência, inibi- ção de morte e eventos de adesão mediados por caderinas. A fosforilação e ativação de Akt inibe diretamente a atividade da pro- teína pró-apoptótica de Bad (membro pró- -apoptótico da família Bcl2) e dos fatores de transcrição da família Forkhead (FoxO).3 Adicionalmente, Akt também promove indi- retamente a sobrevivência de queratinócitos, modulando a atividade de p53 e do fator de transcrição nuclear kB (NFkB). A ativação do fator de transcrição NFkB pela via PI3K/ Akt pode promover a sobrevivência de que- ratinócitos pela modulação da expressão de proteínas inibidoras de apoptose (IAPs), as quais atuam na inibição de caspases, ou de proteínas adaptadoras (TRAF) do receptor de morte envolvido na cascata de sinaliza- ção do TNF.23 Finalmente, é importante salientar que o estímulo apoptótico pode ativar, simul- taneamente, múltiplas vias de sinalização em queratinócitos, mesmo que essas vias tenham papéis opostos na fisiologia celular. Por exemplo, vários estudos demonstram que o fator de necrose tumoral-a (TNF-a) e a radiação UVB podem ativar a via de morte induzida pela MAPK p38 e as vias de sobrevivência MEK/ERK e Akt/NFk.21 Pro- dutos das vias das MAPKs interagem em um complexo MAPK p38/ERK, que trans- loca para o núcleo em resposta à ativação da SAÚDE REV., Piracicaba, v. 13, n. 35, p. 3-14, set.-dez. 201310 Rodrigo Augusto da Silva et al. proteína quinase C delta (PKCd), induzindo a eliminação celular.24 Desta forma, os que- ratinócitos coordenam um delicado balanço entre forças pró-apoptóticas e antiapoptó- ticas em resposta ao estímulo extracelular, deslocando o equilíbrio no sentido de sobre- vivência ou morte celular quando uma das vias predomina. De maneira surpreendente, embora possa parecer, à primeira vista, que o me- canismo molecular associado à apoptose de queratinócitos seja deflagrado somente em ocasiões que requerem a morte celu- lar, estudos recentes indicam que a relação entre a maquinaria apoptótica e o destino dos queratinócitos não é simples.19 De fato, neste tipo celular, a ativação da maquina- ria apoptótica nem sempre é sinônimo de morte celular, o que sugere a existência de uma complexa e altamente integrada rede molecular responsável pelo destino dos queratinócitos.19 Nessa rede, a maquinaria molecular apoptótica compartilha inúmeros mecanismos efetores e diversas moléculas (proteínas) sinalizadoras com outros pro- cessos celulares, por exemplo, a diferencia- ção.25 Embora a apoptose e a diferenciação de queratinócitos compartilhem alguns me- canismos efetores de sinalização, eles são processos distintos, executados em tempos diferentes e com resultados biológicos di- versos: o primeiro levando à eliminação de células mortas individuais dos tecidos em horas, enquanto o segundo reside na sobre- vivência e maturação sincronizada de todas as camadas de células em semanas.16 Como dois mecanismos com finalidades tão dife- rentes podem compartilhar vias de sinaliza- ção, ainda não foi totalmente esclarecido e, com certeza, o crescente conhecimento so- bre esses processos terá importantes impli- cações na elucidação da biologia deste tipo celular e, consequentemente, na terapêutica dermatológica. Estresse oxidativo e estresse hiperosmótico em queratinócitos Os queratinócitos representam os prin- cipais componentes da epiderme e respon- dem a diferentes tipos de estresse, modu- lando vias de sinalização que podem levar a apoptose, sobrevivência, senescência ou diferenciação celular. Desta maneira, o des- tino dos queratinócitos expostos aos diver- sos estímulos estressores dependerá, entre outros fatores, da intensidade e duração do estímulo estressor, bem como do próprio contexto celular. O estresse hiperosmótico é considerado um importante fator estressor de queratinó- citos, capaz de alterar a estrutura e função epidérmica. Frequentemente, essa condição é resultado de uma sensibilização da cama- da córnea, decorrente de diversas patolo- gias, como dermatoses, eczemas e psoríase. Além disso, a exposição da pele a eventos como variações de temperatura e umidade ambiental, ou a substâncias como o sorbi- tol, também provoca alterações na home- ostase da epiderme associadas ao estresse hiperosmótico.26 Estudos demonstraram que a apopto- se induzida pelo choque hiperosmótico em queratinócitos pode ser ativada por meca- nismos moleculares distintos, sendo, muitas vezes, facultativa a ocorrência de eventos como ativação de caspases, liberação do ci- tocromo c e aumento da produção de espé- Sáude em Revista Queratinócitos e seus desafios: uma revisão da literatura sobre mecanismos intracelulares 11 Rodrigo Augusto da Silva et al. cies reativas de oxigênio (EROs).27 Adicio- nalmente, dados da literatura demonstraram que, em queratinócitos humanos, o estímu- lo hiperosmótico causa aumento transitório da concentração de cálcio intracelular, au- mento da expressão de proteínas do choque térmico (Hsp) e ativação de membros da família de proteínas quinases ativadas por mitógenos (MAPKs), como proteína quina- se ativada por mitógeno p38 (MAPK p38) e proteína quinase ativada por estresse c-Jun N-terminal (JNK/SAPK).20 É interessante observar que a exposição de queratinócitos ao estímulo hiperosmótico também induz aumento na expressão de im- portantes marcadores de diferenciação des- te tipo celular, como as proteínas queratina 1 e 10 e a proteína involucrina.28 De fato, embora o estresse hiperosmótico provoque a morte de células da epiderme, em quera- tinócitos este estímulo estressor pode tanto ativar vias de sinalização, levando à morte, quanto induzir a diferenciação celular, sen- do, atualmente, um desafio para a área cien- tífica determinar os limites que levam a uma ou outra condição, bem como diferenciar, no nível molecular, ambos os processos.28 Entre os tipos de estresse aos quais os queratinócitos são submetidos, o mais estu- dado, e talvez o de maior relevância fisioló- gica, é o estresse causado pela radiação ul- travioleta (UV). A geração EROs, tais como peróxido de hidrogênio (H2O2), radical hi- droxila (OH•) e ânion superóxido (O2 •), pos- sui papel central em iniciar e dirigir muitos dos eventos de sinalização que medeiam a resposta celular à irradiação UVA (ultra- violeta de comprimento de onda entre 400 e 320 nm, também conhecido como onda longa ) e UVB (ultravioleta de comprimen- to de onda entre 320 e 280 nm, também co- nhecido como onda média).29 Em doses fisiologicamente relevantes, a geração de EROs pela radiação UV ativa inúmeras vias de sinalização, causa pero- xidação lipídica e induz dano oxidativo ao DNA e proteínas celulares. Queratinócitos que são severamente danificados e impossi- bilitados de reparar o DNA induzem apop- tose como um mecanismo de escape, cau- sando sua própria eliminação em benefício do organismo. Neste processo, a proteína supressora de tumor, p53, possui um im- portante papel, induzindo a parada do ciclo celular na fase G1, em resposta à irradia- ção UV.17 Vários estudos demonstraram que a apoptose de queratinócitos induzida pela radiação UV, estresse oxidativo, ou agentes citotóxicos, é precedida pela despolariza- ção da membrana mitocondrial, liberação do citocromo c e ativação de caspase 9 (via intrínseca de ativação da apoptose), sendo a ativação da via extrínseca, via Fas/Fas- -L, considerada mecanismo secundário de ativação apoptótica, visando à amplificação do sinal de ativação de caspases.23 Por fim, cabe aqui mencionar que a ex- posição de queratinócitos ao estresse oxida- tivo e EROs formadas durante esse evento também pode ser usada como mecanismo terapêutico. A alta reatividade química das EROs e sua capacidade de reagir com di- ferentes moléculas de maneira destrutiva tem sido explorada em diferentes terapias, visando à eliminação de queratinócitos que tenham acumulado mutações ou outros da- nos genéticos.30 Adicionalmente, EROs são formadas fotoquimicamentee servem como mediadores de respostas celulares durante a irradiação UVA, empregada para fins cos- SAÚDE REV., Piracicaba, v. 13, n. 35, p. 3-14, set.-dez. 201312 Rodrigo Augusto da Silva et al. méticos e terapêuticos como, por exemplo, a terapia fotodinâmica.29 Considerações finais e perspectivas Embora os mecanismos moleculares associados à determinação do destino de queratinócitos ainda sejam parcialmente co- nhecidos, muito já se sabe sobre as vias de sinalização e efetores moleculares responsá- veis pela morte ou sobrevivência dessas célu- las. Nesse contexto, chama atenção o fato de muitas dessas vias serem ativadas simultane- amente durante a exposição dos queratinóci- tos a um mesmo estímulo estressor, cabendo aos mecanismos transdutores intracelulares a coordenação dos sinais e a montagem de uma resposta celular final que, na maioria dos casos, acaba sendo determinada pelas vias predominantes. É interessante observar que, nesse intrincado sistema, não é rara a constatação de casos nos quais mediadores de morte celular acabam participando de mecanismos visando à sobrevivência, assim como mediadores de sobrevivência podem também participar do mecanismo de elimi- nação celular. A dificuldade de entendimento dos processos moleculares que determinam o destino dos queratinócitos ganha ainda maior grau de complexidade quando levamos em consideração o fato de que as respostas des- sas células a estímulos estressores diversos diferem significativamente. Referências 1. Fernandes JD, Oliveira ZNP, Machado MCR. 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