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Filosofia Geral Aula 01 – Introdução e história da filosofia “O pensador”. Estátua em Bronze, por Auguste Rodin I. O que é filosofia? Origem etimológica: filo (amor); sophia (saber, conhecimento) Em uma primeira análise, o filósofo é o amante do conhecimento, aquele que coloca sua capacidade intelectual à serviço da sabedoria. O papel do filósofo, portanto, é buscar a sabedoria e compartilhá-la com seus pares. Filosofia: ciência do pensamento, ciência do conhecimento, estudo dos problemas fundamentais da existência humana, da moral, da linguagem, das ações. Fundamental ligação com o direito. Como a filosofia se desenvolve no curso dos séculos? II. História da filosofia O período pré-socrático (Século VII a.C – até Sócrates) Inicia por volta do século VII a.C., quando aparecem os primeiros filósofos em uma Grécia em processo de desenvolvimento. Advento de explicações racionais da realidade. Ainda que a ideia do mito (representação divina) persista, a razão adquire espaço no pensamento humano. Buscam a arché. O período clássico (419 a.C. - 301 a.C) Os séculos V e IV a.C. na Grécia Antiga foram de grande desenvolvimento cultural e científico. O esplendor de cidades como Atenas, e seu sistema político democrático, proporcionou o terreno propício para o desenvolvimento do pensamento. É a época dos sofistas e do grande pensador Sócrates. Os sofistas, entre eles Górgias, Leontinos e Protágoras, defendiam uma educação, cujo objetivo máximo seria a formação de um cidadão pleno, preparado para atuar politicamente para o crescimento da cidade. Dentro desta proposta pedagógica, os jovens deveriam ser preparados para falar bem (retórica), pensar e manifestar suas qualidades artísticas. Sócrates começa a pensar sobre o processo de aquisição do conhecimento. Sócrates não deixa textos ou outros documentos, sendo que o que sabemos sobre o filósofo decorre dos escritos de Platão. Platão foi discípulo de Sócrates e realizou a distinção entre o mundo sensível e o mundo das ideias. Discípulo de Platão, Aristóteles foi outro grande filósofo grego do período clássico. Foi Aristóteles quem desenvolveu a lógica dedutiva clássica, como forma de chegar ao conhecimento científico. Período decadente (301 a.C até o início da era cristã – também chamado período pós-socrático) Destaca-se a fragmentação do pensamento filosófico. Surgimento de movimentos como Cinismo, Helenismo, Estoicismo, entre outros. Utilização da lógica aristotélica por diversas correntes filosóficas diversas. Filosofia medieval (Século I d.C até o século XIV d.C) O pensamento na Idade Média sofreu grande influência da Igreja Católica. O teocentrismo passou a caracterizar o pensamento filosófico durante o medievo. Para Santo Agostinho, importante teólogo romano, o conhecimento e as ideias possuíam origem divina. Todo o fundamento da realidade deveria ser buscado em Deus. A filosofia medieval tinha como característica principal a união das construções filosóficas dos gregos e o teocentrismo que caracterizou o período. As construções filosóficas medievais ocuparam-se, em muito, da fundamentação da existência de Deus e da legitimação do próprio poder da Igreja Católica. A partir do século V até o século XIII, uma nova linha de pensamento ganha importância na Europa. Surge a escolástica, conjunto de ideias que visava unir a fé com o pensamento racional de Platão e Aristóteles. O principal representante desta linha de pensamento foi São Tomás de Aquino. Filosofia renascentista e o iluminismo (Século XIV d.C – XVIII d.C) Com o Renascimento cultural e científico, o surgimento da burguesia e o fim da Idade Média, as formas de pensar sobre o mundo e o Universo ganham novos rumos. A definição de conhecimento deixa de ser religiosa para entrar num âmbito racional e científico. O teocentrismo é deixado de lado e entre em cena o antropocentrismo (homem no centro do Universo). Desenvolvem seus pensamentos Thomas Hobbes e John Locke, expoentes do contratualismo que marcará a teoria do estado clássica. Conhecido como o percursor do pensamento filosófico moderno, o filósofo e matemático francês René Descartes dá uma grande contribuição para a Filosofia no século XVII ao desenvolver o Método Cartesiano. De acordo com este método, só existe aquilo que pode ter sua existência comprovada. “Penso, logo existo”, dizia Descartes. O iluminismo surge no século XVIII buscando fundamentar a explicação da realidade mediante a razão e o método. O iluminismo caracteriza-se como um importante movimento filosófico/social, cujo pensamento influenciou todo o pensamento ocidental. O pensamento iluminista caracteriza toda a base teórica para a insurgência da burguesia francesa contra o ancien regímen, culminando na Revolução Francesa. Autores importantes: Thomas Hobbes John Locke Karl Marx Imannuel Kant Friedrich Nietzche Denis Diderot René Descartes Filosofia contemporânea (Século XIX até os dias atuais) A filosofia contemporânea encontra-se em franco desenvolvimento. A partir do século XX, desenvolvem-se diversas correntes filosóficas cujos objetivos mostram-se os mais diversos. A filosofia do direito desenvolve-se fortemente a partir do século XX. Síntese histórica 1. Pré-socráticos (Séculos VII a.C – V a.C.): Pensamento: preocupação com a definição de uma essência da natureza (physys). A busca por esse princípio unificador único (arché) era a essência do pensamento pré-socrático. Principais filósofos: Tales de Mileto, Pitágoras de Samos, Anaximandro, Parmênides de Eléia, Zenão de Eléia, Heráclito de Éfeso. 2. Período clássico: Pensamento: preocupação com as ações humanas. Início de discussões sobre moral, ética e política no campo filosófico. Principais filósofos: Sócrates, Platão e Aristóteles. 3. Período pós-socrático: Pensamento: Grande variação de pensamentos, difundidas por escolas como o Cinismo, o ceticismo, o helenismo e o estoicismo. Principais filósofos: Zenão de Cítio, Cleante de Assos e Crisipo de Solis. 4. Filosofia medieval: Pensamento: Utilização dos fundamentos gregos para a afirmação da existência de Deus. O teocentrismo acaba por reconduzir Deus como forma de explicação de todas as coisas. Não se fala em cosmos, como queriam os estóicos, tampouco na razão humana. Toda a razão emana da vontade de Deus. Principais filósofos: São Tomás de Aquino e Santo Agostinho. 5. Filosofia renascentista: Pensamento: Retorno aos padrões clássicos. Predominância do humanismo e do antropocentrismo. O homem passa a ocupar local central nos debates filosóficos. Principais filósofos: Tomaso Campanella, René Descartes, Nicolau Maquiavel. 6. Filosofia iluminista: Pensamento: Os filósofos iluministas rompem de vez com critérios teocêntricos e religiosos. O iluminismo buscou caracterizar todo o conhecimento sob uma ótica racional. A propagação do pensamento fundado na razão é a principal característica da época. É nessa época que os pensadores voltam-se contra as abusos cometidos pela Igreja e pelo Estado. Principais filósofos: Denis Diderot, Voltaire, Thomas Hobbes, John Locke, Maquiavel, Jean-Jacques Rosseau, Imanuel Kant, Adam Smith. 7. Filosofia contemporânea: Pensamento: A filosofia moderna funde-se em várias escolas filosóficas, como o existencialismo, a hermenêutica, a fenomenologia, entre outras correntes. Não há como identificar uma linha mestra para a filosofia dos dias atuais. Principais filósofos: Não é possível falar em principais filósofos hoje em dia, pois o pensamento encontra-se em franco desenvolvimento. Todavia, podemos citar os trabalhos de Ludwig Witgenstein, Martin Heidegger, Hans-Georg Gadamer, Claude Levy-Strauss, Michel Foucault, Jurgen Habermas, etc.
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