Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3 2 INTRODUÇÃO AO USO DAS TICs NO AMBIENTE EDUCACIONAL ........ 4 3 A INSERÇÃO DAS TIC NA EDUCAÇÃO .................................................... 7 3.1 O uso das TICs na educação – pontos positivos e negativos .............. 8 4 TIC NO ENSINO SUPERIOR, SUA IMPORTÂNCIA E USO .................... 10 4.1 Recursos e Ferramentas interativas utilizadas na EAD e ensino presencial das IES ................................................................................................. 11 4.2 TIC no processo de ensino e aprendizagem e seus benefícios e uso 13 5 AS NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO ...... 15 6 NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO: HISTÓRIA E CONCEITOS ........................................................................................ 16 7 ELEMENTOS HISTÓRICOS SOBRE A MÍDIA ......................................... 17 8 EDUCAÇÃO NA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO................................... 21 9 METODOLOGIA DE ENSINO ................................................................... 27 10 TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO ............................................................... 28 10.1 Estratégias de Ensino: Experiência na disciplina Metodologia do Ensino Superior com TIC. ...................................................................................... 31 11 DOSCENTE UNIVERSITÁRIO .............................................................. 33 12 METODOLOGIA DE ENSINO E APRENDIZAGEM NO ENSINO SUPERIOR 36 12.1 Análise das estratégias de ensino na disciplina metodologia do ensino superior com TIC ................................................................................................... 37 13 O DESAFIO DE INTEGRAR TIC À FORMAÇÃO INICIAL DOCENTE .. 39 13.1 Perspectivas Futuras: ferramentas cognitivas e pensamento computacional integrados à formação docente ..................................................... 42 14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 49 2 15 BIBLIOGRAFIA ...................................................................................... 51 3 1 INTRODUÇÃO Prezado aluno! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 4 2 INTRODUÇÃO AO USO DAS TICS NO AMBIENTE EDUCACIONAL A evolução das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) transformou substancialmente as relações sociais. Estamos cada vez mais usando dispositivos eletrônicos na interação e comunicação com outras pessoas e o mundo. O uso das tecnologias em diferentes espaços do cotidiano, vem sendo cada vez mais expandido, abrangendo todos os segmentos da sociedade, sendo trivial no processo de democratização ao acesso de informação. E, adequar-se às mudanças impostas pela tecnologia, é essencial a todos os cidadãos que dela participam. Essa situação não é diferente no ambiente escolar, como recurso educacional, a era da informação trouxe novas perspectivas, desafios e possibilidades para a educação, sendo necessário repensar e refletir atentamente sobre o conceito de tecnologia para promover mudanças significativas na dinâmica do contexto educacional, frente a essa nova tendência, pois, como afirma Demo (2011, p. 10), “a alfabetização não acontece mais apenas na escola ou em ambientes restritos”. Enfatiza-se que as TICs surgem com o propósito de romper o isolamento tradicional das salas de aula, abrindo-as para o mundo, promovendo uma aprendizagem aberta e flexível, coletiva e colaborativa. Elas transformam e mudam as formas de se comunicar, de adquirir conhecimento e contribuem para o aumento das oportunidades do aluno de estar em contato com o conhecimento, em qualquer hora ou local e a qualquer tempo, dentro ou fora de sua trajetória escolar. Do ponto de vista De Oliveira (2015), as vantagens de se utilizar as tecnologias como ferramenta pedagógica é estimular os alunos, dinamizar o conteúdo, e fomenta a autonomia e a criatividade. Porém, é valido ressaltar que, a função do professor é sem dúvidas, ainda, de grande importância na mediação da construção do conhecimento, é ele o agente responsável pela formação de cidadãos com participação direta no contexto social. Porém, com o avanço tecnológico, faz-se necessário, que o docente adapte-se ao novo paradigma da educação: a era digital, que seja capaz de integrar tecnologia às experiências de aprendizagem dos alunos em suas estratégias de ensino, reconhecendo que as TICs potencializam o processo de ensino-aprendizagem, promovem a cidadania digital e estabelecem um elo entre o aprendiz e os novos modelos de recursos de aprendizagem. 5 Para Garcia et al. (2011, p. 80): […] superar o paradigma tradicional ainda hegemônico implica, entretanto, (re) pensar o papel e as competências docentes para lidar com as necessidades atuais de formação bem como a organização da sala de aula, já que sua configuração não é mais a mesma de anos atrás. Todavia, reconhece-se que a formação adquirida pelo docente ao logo da trajetória da educação, não o leva a lidar com toda essa expansão tecnológica, e diante desse cenário de mudanças, observa-se que o professor deve estar em constante busca das capacidades que a tecnologia dispõe para bem orientar os educandos de forma que corresponda aos seus anseios. Pondera-se, que não basta incorporar as TICs no contexto escolar, faz-se necessário planejar e organizar ações para domínio e utilização dessa ferramenta inovadora como agende facilitador e estimulador da aprendizagem. Diante do exposto, Rojo (2013) afirma que um ensino eficiente precisa propor a função de fornecer competências e conhecimentos os quais os discentes carecem para atuarem na nova sociedade que sob o aspecto digital vivencia uma cultura inovadora e exige do profissional habilidades. Contudo, a crescente globalização e criação de novas tecnologias ao longo dos anos têm proporcionado à população, novos meios de comunicação (SALGADO, 2002). Por consequência, a sociedade tem descoberto novas formas de ensinar e aprender, no entanto, não é o suficiente (MORAN, 2004). Além, do ato da aprendizagem, os alunos precisam ser inovadores, empreendedores, criativos, independentes, com comportamento ético e preocupações sociais (MORAN, 2004). Desta maneira, as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) são um conjunto de recursos tecnológicos e computacionais, presentes no processo de utilização da informação (VELLOSO, 2003). Elas estão cada vez mais presentes na vida da população e inseridas no processo educacional (CRUZ et al, 2010). A nova era da tecnologia está produzindo mudanças mundiais tanto na economia e comunicação, quanto no modo de pensar a educação (RIBAS, 2008). Diante desse cenário, as TICs são vistas como ferramentas para facilitar o cotidianodas pessoas e o uso da tecnologia de forma geral, principalmente na educação, podendo transformar a sociedade e para isso, é necessário que o seu acesso não seja restrito, mas que todos possuam condições de usá-la (REIS, 6 SANTOS, TAVARES, 2012). No entanto, seu mau uso por parte dos alunos pode ser um agravante no processo de ensino e aprendizagem (CRUZ, et al 2010). Por outro lado, é preciso que os professores estejam preparados para introduzir esse novo mundo das tecnologias em sala de aula adequando-se com a realidade e tornando os alunos mais autônomos diante do processo de construção do conhecimento (RIBAS, 2008). Com as TICs inseridas cada vez mais na educação, estudar os benefícios do seu uso é uma maneira de obter subsídios para a criação de cursos preparatórios para professores e consequente melhoria do processo de ensino e aprendizagem. As redes de aprendizagem digital permitem expandir a aprendizagem escolar muito para além dos seus muros. A interação e colaboração a distância é hoje uma realidade e são necessárias novas abordagens pedagógicas para poder tirar proveito educativo da comunicação e acesso à informação virtualizada. (MEIRINHOS, 2015, p. 3) educacional.cpb.com.br Cabe aos professores otimizar suas práticas educativas, produzir novos conhecimentos com os alunos, utilizando-se de ferramentas inovadoras e eficazes, além de aplicáveis ao tempo de seus alunos, pois, é notório que educação passa por modificações com a introdução de novas tecnologias de informação e comunicação nos processos educativos, essas transformações estão no processo metodológico e 7 didático do docente pressupondo a emersão dos sujeitos da educação numa inserção crítica da realidade. No entanto, é perceptível os impactos positivos das TICs dentro dos ambientes educacionais e que a tecnologia, tornou-se uma grande aliada dos professores e estudantes. Ela pode ser aplicada como uma ferramenta de auxílio e estímulo de aprendizagem por professores, além disso, colabora também como uma ferramenta administrativa para que educadores possam organizar seus trabalhos e preparar aulas. Por outro lado, observa-se que muitos docentes tem enfrentado a dificuldade de mediar os estudantes na arte de “aprender a aprender”, "aprender a conhecer" e de "aprender a pensar" através do uso das TICs (UNESCO, DELORS, 2009). Sabe-se que adquirir as competências digitais necessárias e apropriação das tecnologias no contexto escolar, torna-se um desafio a ser superado pelos educadores, pois demanda conhecimento, qualificação e formação pra que esses profissionais possam trabalhar com tecnologias digitais a serviço da aprendizagem dos alunos, com qualidade. Veloso (2011) discute que para trabalhar com as TICs é necessário se apropriar de seus recursos, no entanto enfatiza que a apropriação deva ser de maneira crítica e não somente tecnológica, para evitar assim que seu uso não seja somente instrumental e acabe tornando-se uma prática tecnicista e que a incorporação de tecnologias não significa sua efetiva apropriação, pois a incorporação ainda pode ser meramente instrumental. 3 A INSERÇÃO DAS TIC NA EDUCAÇÃO Desde a década de 70 as potencialidades educacionais do computador vêm sendo estudadas e a discussão continua na atualidade através do contínuo desenvolvimento das tecnologias (REIS, SANTOS, TAVARES, 2012). O uso do computador nas salas de aula do ensino fundamental, por exemplo, é defendido no artigo 32 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, o qual preconiza a necessidade da compreensão da tecnologia como formação básica do cidadão (BRASIL, 2005). Sendo o computador, como um exemplo de tecnologia da informação, tão presente na vida das pessoas, é imprescindível que as instituições educacionais se adaptem ao seu uso de maneira a incluí-lo como uma ferramenta de ensino. Assim, 8 as Instituições de Ensino (IE), no meio dessa explosão tecnológica se veem “obrigadas” a utilizar as TICs para estreitar as relações físicas e virtuais entre os educadores e educandos, pois estes (em sua grande maioria) fazem parte de duas gerações marcadas pelo avanço tecnológico que surgiram a partir da década de 90 e são denominadas gerações y e z (CARDIM, 2009). As TICs estão revolucionando o mundo, e uma importante característica desse processo de convergência digital é a amplitude e o avanço sem precedentes que revoluciona cada vez mais a sociedade, em todos os setores (SANTOS, 2015, Apud COSTA Fabrício Carneiro 2019). É sabido, no entanto, que o acesso à tecnologia enfrenta muitas barreiras como falta de recursos financeiros, espaço físico deficiente, despreparo de professores e alunos para receber esse novo método de ensino, etc. Com isso, o processo de informatização nas IE traz uma constante discussão sobre o antagonismo entre as aulas modernas e as tradicionais, pois essas aulas precisam ser conduzidas de uma forma criativa e inovadora para não serem prejudicadas pelo uso das Novas Tecnologias (REIS, SANTOS, TAVARES, 2012). Assim sendo, os professores precisam desenvolver metodologias alternativas para auxiliar o processo de ensino e aprendizagem, onde ele sairá do papel de transmissor do conhecimento para o de facilitador da construção do mesmo (REIS, SANTOS, TAVARES, 2012). Compete a eles também criar um ambiente desafiador ao educando oferecendo metodologias diversificadas mediadas pelo uso das tecnologias (BRITO, 2012). Desse modo, cabe aos educadores a habilidade para utilizar essas tecnologias em benefício do processo de ensino, e aos educandos, a consciência de utilizá-las para o devido fim. 3.1 O uso das TIC na educação – pontos positivos e negativos Nesse contexto de sociedade tecnológica, as TICs têm um importante papel na educação sendo entendidas como um meio de transformação e difusão do conhecimento. Também objetiva superar a fragmentação dos conteúdos ou a mera reprodução de conhecimentos. Elencamos alguns pontos positivos e negativos, que envolvem o uso das TICs na educação. 9 Pontos positivos • As TICs no processo educacional podem enriquecer as aulas, diversificando as metodologias de ensino e aprendizagem onde os professores deixam de ser mestres e passam a ser facilitadores deste processo, proporcionam agilidade e eficiência tanto para os professores quanto para os alunos (RIBAS, 2008) (SOLTOSKI, SOUZA, 2011). • A introdução das TICs nas salas de aula auxilia no processo de ensino e aprendizagem, proporcionando o aluno todo tempo a construir conhecimento, uma vez que facilitam o acesso a informações (RIBAS, 2008) • A flexibilidade da internet valoriza a importância do auto estudo e aprendizagem dirigida, destacando a atuação do professor que na maior parte do tempo acompanha, gerencia, supervisiona, avalia o aluno (MORAN, 2009). • O uso do computador no processo de ensino e aprendizagem permite para os alunos e professores um espaço amplo de pesquisa, poderoso em recursos, comunicação e velocidade (REIS, SANTOS, TVARES, 2012). • As TICs permitem estreitar as relações entre alunos e professores através da utilização de programas que permitem a comunicação a distância como e-mails e chats, expandindo o processo de ensino para além da sala de aula servindo como meio de troca de materiais, desenvolvimento de trabalhos em conjuntos, novos conhecimentos compartilhados, etc. (CARDIM, 2009) (RIBAS, 2008). Pontos negativos • As ferramentas tecnológicas ainda não foram absorvidas de maneira efetiva, motivos: despreparo inicial de professores que desconhecem o modo de utilizá- las e muitas vezes elas acabam não atuando como ferramentas pedagógicas, dificuldade de investimento financeiro, limitação de banda em algumas regiões do país e possíveis conflitos culturais (ALVES, 2012). • Facilidade de divulgação de informações, que muitas vezes são equivocadas ou até mesmoerradas, além disso, os alunos podem ser prejudicados por 10 materiais retirados de fontes nada confiáveis, duvidosas ou sem nenhuma fundamentação teórica. (SOLTOSKI, SOUZA, 2011). • As cópias ou plágios dos conteúdos disponibilizados na internet em trabalhos escolares. Nesse ponto de vista, a internet acaba facilitando a vida do aluno, prejudicando o seu desenvolvimento intelectual (CRUZ, 2010). • Falta de preparo dos usuários para a utilização das TIC associada à precariedade de estrutura para a utilização de tais recursos acaba tornando os equipamentos mal utilizados ou até inúteis (SOLTOSKI, SOUZA, 2011). • Este novo homem precisa ser capaz de resolver problemas, precisa dominar as novas TIC e estar em constante busca pelo conhecimento para não ser deixado para trás (BUENO, VARELLA, 2010). Educar nessa nova sociedade, além de treinar as pessoas para o uso das novas TICs, significa investir na criação de cidadãos capazes de tomar decisões fundamentais, operar com fluência os meios e ferramentas em seu trabalho e ensinar os indivíduos para ‘aprender a aprender', de modo que estes não sejam “atropelados” pela contínua e acelerada transformação da tecnologia (TAKAHASHI, 2000). A partir dos teóricos que sustentaram as nossas análises, observamos que é preciso que alunos e professores saibam filtrar e aproveitar os pontos fortes das TICs e usem para crescimento e desenvolvimento pessoal e social. 4 TIC NO ENSINO SUPERIOR, SUA IMPORTÂNCIA E USO Visto que as Instituições de Ensino Superior (IES) tem um papel fundamental na formação do cidadão e preparação deste para o mercado de trabalho, a utilização das TICs nos seus processos de ensino e aprendizagem é de extrema importância perante a sociedade atual. Diante disso, o sistema de Educação a Distância (EAD) ganha um espaço cada vez mais amplo no sistema educacional devido a esse impulso causado pela chegada da internet e informática e a necessidade cada vez maior de utilizar esse recurso no processo educacional (RIBAS, 2008). A EAD, apesar do que muitos pensam, não é uma modalidade recente de educação. Ela já é utilizada há anos no Brasil, utilizando, 11 por exemplo, o rádio e materiais impressos. Contudo, passa por reformulações devido à utilização cada vez mais constante das TICs (ARAGÃO, 2004). Um componente importante e de forte respaldo para a prática do EAD no Ensino Superior foi a Lei de Diretrizes Básicas da Educação, art. 80. (BRASIL, 2005). Esta fornece mecanismos de criação e incentivo para o ensino EAD em todos os níveis da educação brasileira (SILVA, 2014). No Brasil a EAD está cada vez mais consolidada e vem se fortalecendo muito graças ao avanço que as TICs vêm proporcionando (SILVA, 2014). Esse avanço tecnológico expressivo vem quebrando barreiras de distância, inclusão e acesso ao ensino (SILVA, 2014). Desta maneira faz-se importante o conhecimento dos recursos utilizados pela EAD, a fim de guiar a sociedade para uma aceitação cada vez maior das tecnologias inseridas na sociedade. 4.1 Recursos e Ferramentas interativas utilizadas na EAD e ensino presencial das IES A EAD, por ser uma modalidade de ensino relativamente nova, requer recursos tecnológicos que sejam adequados para um processo de ensino e aprendizagem de qualidade. Nesse contexto, destaca-se o uso do “moodle” – Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment (ambiente modular de aprendizagem dinâmica orientada a objetos) – que é uma plataforma de aprendizagem a distância baseada em software livre (ARAGÃO, 2004) (SANTOS, 2009). Tais sistemas de educação via Internet podem ser chamados também de Sistemas de Gerenciamento de Aprendizagem (SGA) ou Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA) (FILHO, 2004). Este recurso, além de utilizado no EAD, é também usado pelo ensino presencial de algumas para que sejam criados cursos online de qualidade. Os professores e alunos possuem um login e senha fornecidos pela instituição e a partir daí acessam o ambiente de onde quiserem. Como exemplo de algumas atividades realizadas no moodle estão: prova online, questionários, material extra dos assuntos abordados em sala, etc. (SANTOS, 2009). 12 Além disso, algumas outras ferramentas são utilizadas na EAD. Estas estão divididas em ferramentas assíncronas e ferramentas síncronas. Ferramentas assíncronas são, “são aquelas que independem de tempo e lugar e podem revolucionar o processo de interação entre professores e estudantes” (ZAGO, 2008). Tendo como exemplos: • E-mail, considerada a ferramenta mais utilizada na Internet e que permite a troca de mensagens e compartilhamento de informações; • Fórum ou Lista de discussão permite a entrada em um espaço criado para discutir diversos temas, possibilita a comunicação entre membros de uma comunidade com interesses afins; • Webblogs ou Blogs que é um veículo de publicação digital de postagens em ordem cronológica como um diário virtual. Ferramentas síncronas exigem a participação dos professores e estudantes em eventos marcados. Ocorrem em tempo real (online), dão aos alunos e aos professores, como também a todos os envolvidos na instituição, grupos e comunidades interação de forma instantânea (FARIA, 2008). Sendo exemplos: • Chat (Sala de bate-papo) permite a comunicação síncrona, entre distintas pessoas conectadas em determinado momento; • Videoconferência, comunicação, de duas ou mais pessoas, através de envio e áudio e vídeo em tempo real. • Audioconferência, sistema de transmissão de áudio, recebido simultaneamente por um ou mais usuários; • Teleconferência, todo tipo de conferência a distância, envolvendo transmissão e recepção de tipos de mídia, com sons e imagens, em tempo real; Esse conceito de educação que tem sido oferecido, principalmente, pelas IES consegue atender uma maior diversidade de alunos, pois permite uma “flexibilidade” que engloba diferentes realidades. No contexto de introdução das TICs nas IES as habilidades e competências exigidas dos profissionais docentes apontam para uma preparação acadêmica tanto na área específica do conhecimento de cada um quanto no uso dos novos recursos tecnológicos para a educação (RIBAS, 2008). No que se refere a esses aspectos de formação do professor universitário, esta não ocorre apenas em cursos preparatórios, mas também no exercício profissional 13 durante sua formação contínua (ALVES, 2012). O novo docente de cursos de Ensino Superior deve ser alguém criativo, competente e comprometido com o advento das novas tecnologias. Sendo assim, o uso das TIC nas IES tem suma importância no que diz respeito à formação de um cidadão preparado para enfrentar a nova sociedade da informação e comunicação que exige um profissional competente e antenado com o mundo à sua volta. 4.2 TIC no processo de ensino e aprendizagem e seus benefícios e uso O docente, a fim de dinamizar suas aulas, no intuito de que os alunos aprendam o conteúdo programático de uma forma diferente e interessante, tem a oportunidade de usar a todo momento um leque de estratégias metodológicas. Dentre essas possibilidades, as TICs se encaixam perfeitamente, pois proporcionam uma troca de informações de diversas formas que podem levar ao conhecimento (FREIRE, 2011). Em se tratando de sala de aula, as TIC são vistas como molas propulsoras e recursos dinâmicos para a educação, uma vez que, quando utilizadas de maneira correta pelos educadores e educandos permitem intensificar a melhoria das práticas pedagógicas desenvolvidas em sala de aula e fora dela (FREIRE, 2011). O uso das TICs no processo de ensino e aprendizagem estimula os alunos, permite a dinamização dos conteúdos, e o desenvolvimento da autonomia e criatividade dos mesmos (ANDRADE, 2011). Essas tecnologias, facilitam também as trocas interindividuais levando o aluno todo tempo a construir conhecimento, poisfacilitam o acesso a informações (RIBAS, 2008). Como já dito, a sociedade de hoje exige um cidadão mais criativo, autônomo e atento às novidades e mudanças que ocorrem a todo tempo no mundo. A introdução das TICs na educação é uma importante ferramenta nesse contexto, sendo vistas como uma nova forma de distribuição do conhecimento socialmente; ao ponto que também contribui para a diminuição da exclusão digital e acompanhando as necessidades da era moderna e dos cidadãos contemporâneos. 14 www.lantec.fe.unicamp.br São muitos os recursos à disposição dos educadores e educandos para aprender e para ensinar. Também são inúmeras as mudanças ainda necessárias para alunos e professores aprenderem integrar esses recursos em prol do benefício do processo de ensino e aprendizagem. É preciso que os professores e alunos reciclem os próprios conceitos de educação e comunicação, no sentido de criar propostas pedagógicas que incorporem as potencialidades da tecnologia para a aprendizagem. Nesse interim, segundo Minozzo, Cunha e Spindola (2016) para que esse processo através da utilização das TICs alcance o resultado esperado, é preciso entender que o uso das tecnologias como ferramentas não é suficiente para transformar o processo de ensino e aprendizagem, pois alguns fatores devem ser adicionados, como por exemplo, a atitude positiva dos professores em relação a essas tecnologias. Observa-se que uso das TICs na educação é uma ferramenta positiva para o auxílio do processo de ensino e aprendizagem e que a formação contínua dos professores é fundamental para que ele esteja preparado para atuar nesse novo cenário. Sendo assim, percebeu-se que os benefícios que o uso das TICs no cenário educacional traz para a formação do cidadão, são de grande relevância e merecem 15 ser levados em consideração, quando colocam-se em discussão o seu uso ou não no contexto educacional, certos de que a educação modificou-se ao longo de décadas, abstendo-se do tradicionalismo. 5 AS NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO A educação contemporânea tem sido marcada pela utilização de recursos tecnológicos em sala de aula, que tem contribuído no aprendizado e no interesse dos alunos pela escola, no entanto tem exigido melhor formação de professores para o uso das mídias, com uma prática pedagógica reflexiva e transformadora. Com a introdução das tecnologias no espaço educacional, deixa de ser uma opção ou desejo vanguardista para uma necessidade real, instituída por um mercado educativo e profissional altamente competitivo (BARBOSA, 2007). Passando a ter um feito de “reconstrução” nessa atualidade, caracteriza pela presença das TIC’s nos mais diversos contextos, fazendo surgir ambientes de ensino aprendizagem circundados pelas tecnologias (ROSA, 2013, Apud COSTA Fabrício Carneiro 2019). É comum no meio acadêmico a preocupação acerca da utilização das Tecnologias da Informação e Comunicação – TIC como ferramentas no processo de ensino aprendizagem, acarretando grandes debates sobre o uso desta ferramenta em sala de aula. De um lado profissionais defendem a inserção dessas tecnologias no processo educacional, outros acreditam que ao utilizarem essas tecnologias na sala de aula contribuirá para o comodismo do aluno que deixam de desenvolver habilidades de raciocínio, criatividade e autonomia. Desse modo, tem-se um desafio aos docentes que deverão buscar conhecimento para a utilização dessas tecnologias, pois ele cada vez mais deixa de ser o detentor da transmissão do conhecimento. Acredita-se que o uso de recursos tecnológicos na sala de aula contribui para uma aprendizagem mais significativa e contextualizada, permitindo aos professores explorar nova forma de ensinar e aos alunos, nova forma de aprender. Tendo em vista que o aluno contemporâneo, exige cada vez mais do docente uma didática moderna, voltada para uso de tecnologias, visando a transformação de sua prática pedagógica no processo de ensino e aprendizagem, bem como as concepções dos alunos acercas dessas práticas. 16 6 NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO: HISTÓRIA E CONCEITOS As tecnologias da informação e comunicação (TIC’s), são ferramentas de grande importância para a educação e os profissionais da mesma, pois auxilia muito na mediação do conhecimento. O professor ao usar ferramentas tecnológicas como o computador em sala se torna um mediador, pois o mesmo não é o dono do saber. Segundo o dicionário de filosofia de Nicola Abbagnano (1982, p. 906), a tecnologia é o estudo dos processos técnicos de um determinado ramo de produção industrial ou de mais ramos. Nas reflexões de Vieira Pinto (2005) sobre Tecnologia ele a define como conjunto de todas as técnicas de que dispõe determinada sociedade. Trata de uma linguagem do cotidiano quando normalmente, não há necessidade de precisão conceitual. Conforme o autor a técnica ganha mais centralidade, do que o ser humano que reside no local que irá recebê-la. O autor compara ainda o conceito de técnica com a ideologização da tecnologia, onde menciona a ideologia da técnica, quando fica estabelecida certa relação entre o estado de desenvolvimento das técnicas e a elevação delas à ideologia social. Envolve um estado de espírito eufórico e uma cresça no seu poder demiúrgico. Afirma o autor que supostamente, o ser humano, por meio da tecnologia, irá construir uma vida feliz para todos. Afirma também que o ser humano, na ideologização em vez de fazer da máquina instrumento de transformação a vê como instrumento de adoração e que não é à toa que muitos atribuem nomes próprios a essas máquinas como se fossem serem vivos. Diz ainda que a máquina representa o aspecto estático e incorpora um programa de ação, visível na sucessão de atos que ela própria executa. A tecnologia para Vieira Pinto (2005), torna-se a grande ideologia do nosso tempo justamente em função desses interesses políticos; tecnologia que, de fato, obtém significativa utilidade no “enfeitiçamento da maioria da população”. O autor acrescenta ainda, as formas de ideologização da tecnologia como sendo incluir o esforço para mostrar que a tecnologia supostamente mais avançada só pode ser fruto dos países centrais; procurar mostrar que a técnica desenvolvida nos países centrais é uma “benção para a humanidade em geral” e denunciar que as tentativas de se opor a esse desenvolvimento tecnológico correspondem a uma visão retrógrada de 17 estudiosos românticos. Fala ainda dos resultados desta ideologização da tecnologia com sendo: revestir a sociedade de valor ético positivo e utilizar a técnica como instrumento para silenciar as manifestações políticas. Alerta ainda que a nova tecnologia tem de se relacionar à antiga, mesmo que, venha a ocorrer entre elas um salto evolutivo e acrescente que a realidade das massas ou das sociedades “não tecnológicas” não pode ser vista como se estas fossem destituídas de tecnologia. Para ele transplantar tecnologia como se não existisse alguma instalada é pressupor que a máquina faz o ser humano e não que o ser humano faz a máquina. 7 ELEMENTOS HISTÓRICOS SOBRE A MÍDIA Ao longo do século XX, especialmente entre os anos 1940 e 1970, o telefone, o cinema, o rádio, as revistas e a televisão constituíram-se em um sistema, que o desenvolveu-se, transformou-se em aparato de última geração ao integrar outros avanços tecnológicos mais recentes como telefones, TV interativa e a internet. Tais aparatos foram sendo produzidos e vinculados com a totalidade, estabelecendo uma íntima relação com os objetivos da industrialização (BRANDÃO, 2002). Desde a década de 1980, Rezende e Fusari (1995, p. 68) enfatizavam que o papel da escola na produção social da comunicação emancipatória com as mídias precisava ser estudado e aperfeiçoado. Era preciso “aprender a elaborar e a intervir no processo comunicacionalque se dá entre professores e alunos com essas mídias, para ajudar na realização da cidadania contemporânea”. A evolução da humanidade e a globalização, fez com que várias fronteiras fossem diminuídas, a fim de ampliar e aproximar os processos culturais, sociais e históricos. No momento de transformação constante da política, da economia e acima de tudo da educação, as adaptações estruturais e pedagógicas das escolas direcionam-se a um novo contexto social, onde a implantação da tecnologia é muito importante. Um grande incentivo às mudanças é a chegada dos equipamentos tecnológicos à escola (TV, vídeo, computadores), porém apenas a presença física dos equipamentos não qualifica as mudanças. As mudanças profundas ocorrem quando 18 realmente existe interação entre os atores educacionais e a máquina, sendo esta utilizada como estruturante do saber. (OLIVEIRA, 2007.p.5). As tecnologias estão transformando amplamente as convivências sociais. As informações são transmitidas rapidamente, transformam assim todos em seu modo de agir, ser e de pensar, e além de fazer uma leitura crítica do mundo, onde cada pessoa é capaz de ver o que há ou não de útil para sua vida (MERCADO, 1999). Os meios digitais ou ferramentas tecnológicas, são ótimos auxiliares para os professores quando se trata de envolver os alunos em sala, além de deixar a aula mais agradável e prazerosa, faz com que os alunos sejam agentes ativos no processo de ensino aprendizagem. A tecnologia não é uma panaceia para a reforma do ensino, mas ela pode ser um canalizador significativo para a mudança. Para aquele que procuram uma solução simples e inovadora, a tecnologia não é resposta. Para aqueles que procuram uma ferramenta poderosa para apoiar ambientes de aprendizagem colaborativos a tecnologia tem um enorme potencial (SANDHOLTZ, 1997. p.175). A escola deve oferecer ferramentas necessárias para que o professor possa fazer um ensino de qualidade, oferecendo recursos e materiais adequados e diversificados para facilitar o seu trabalho. As tecnologias usadas em sala de aula contribuem muito para uma interatividade entre alunos e conhecimento, alunos e professores, pois os alunos se sentem mais à vontade quando se utiliza o computador. Alguns se sentem mais à vontade de relatar algo e escrever textos no computador do que se expressar para o professor ou para os colegas (SOUZA e ZAKABI, 2006). As Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) oferecem recursos para favorecer e enriquecer as aplicações e os processos, principalmente na área de educação. A adoção dos recursos das TIC para a aprendizagem abre novas possibilidades para complementar a educação formal. (CARITÁ, PANDOVAN, SANCHES, 2011, p.2). Com o computador em sala de aula, os alunos podem criar algo e compartilhar com o professor e seus colegas sala. É valido lembrar que textos ou imagens criadas por um aluno não precisam ficar expostos apenas para seus colegas e professores. Ao usar a rede mundial de computadores o mundo todo pode ter acessos aos trabalhos e criações de cada indivíduo (VALENTE, 2005, Apud COSTA Fabrício Carneiro 2019). 19 Essa divulgação on-line de trabalhos poderá ajudar o aluno a se desenvolver suas habilidades, pois, ao mesmo tempo em que algo é disponibilizado na internet, pode receber comentários os quais podem levar ao crescimento cultural e intelectual, ou até mesmo crítica construtiva que contribuirá para o aprimoramento no seu trabalho. Caberá ao mesmo considerar o que irá ou não o ajudar em seu desenvolvimento (BELLONI, 2001). O papel do computador como mediador, interfere de forma complexa e ambivalente em nossos processos mentais por apresentar características ao mesmo tempo semelhantes e diferentes das nossas: transformação da representação e do raciocínio em objetos manipuláveis através do seu poder em registrá-los numa memória ilimitada e inalterada; rapidez de execução dos comandos e efeitos recursivos, ou seja, a volta sistemática da informação sobre si mesma. Tudo isso produz formas de interatividade e ritmos novos, que levam os efeitos diversos, positivos, não só no plano cognitivo da aprendizagem, como também no plano psico afetivo e social. (LINARD, 1990, P.86). É dever do educador, escolher se deverá incluir tais ferramentas em seu método de ensino ou apenas deixá-las de lado. Quando acontece essa inclusão, o professor além de inovar o processo de ensino aprendizagem, leva para sala de aula um leque de informações para auxiliá-lo no seu trabalho. As Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) oferecem recursos para favorecer e enriquecer as aplicações e os processos, principalmente na área de educação. A adoção dos recursos das TIC para a aprendizagem abre novas possibilidades para complementar a educação formal. (CARITÁ, PANDOVAN, SANCHES, 2011, p.2). A educação acompanhada de certa forma, o progresso científico e tecnológico da sociedade, mesmo que, ainda, de maneira não satisfatória. Nesse sentido, a Informática Educativa representa um meio de estimular e desenvolver as funções perceptivas, cognitivas e sociais dos alunos (OLIVEIRA, 2003). As tecnologias nas escolas aliada a uma boa proposta pedagógica, facilita ao aluno construir seu próprio conhecimento, e o aluno passa a ter papel ativo na aprendizagem, buscando resolver suas necessidades, resolver situações problemas, realizar pesquisas, etc. (MORAN, 2000, p. 45). É um momento que precisa ser 20 analisado pela comunidade escolar, afim de que se possam buscar metodologias novas que contemplem essa realidade. Para Levy (2000) o mundo virtual pode simular fielmente o mundo real, mas de acordo com escalas imensas ou minúsculas. Pode permitir ao explorador que construa uma imagem virtual muito diferente de sua aparência física cotidiana… O explorador do mundo virtual deve poder controlar seu acesso a um imenso banco de dados de acordo com princípios e reflexos mentais análogos aos que o fazem controlar o acesso a seu ambiente físico imediato. As Novas Tecnologias da inteligência individual e coletiva mudam profundamente os dados da inteligência individual e coletiva mudam profundamente os dados dos problemas da educação e da formação. O que é preciso aprender não pode mais der planejado nem precisamente definido com antecedência. Os percursos e perfis de competências são todos singulares e podem cada vez menos ser canalizados em programas ou cursos válidos para todos. E que devemos construir novos modelos do espaço do conhecimento. Segundo Levy (2000) as reflexões e as práticas sobre a incidência das novas tecnologias na educação desenvolveram-se em vários eixos. Há, por exemplo, numerosos trabalhos versando sobre a multimídia como suporte de ensino ou sobre os computadores como substitutos incansáveis dos professores (ensino assistido por computador). Nessa visão, segundo ele é a mais clássica possível -, a informática oferece máquinas de ensinar. De acordo com outra abordagem, os computadores são considerados como instrumentos de comunicação, de pesquisa de informações, de cálculo, de produção de mensagens (textos, imagens, som) a serem colocados nas mãos dos estudantes. Diante dessa realidade, delineiam os desafios da escola sobre esse tema na tentativa de responder como ela poderá contribuir para que as crianças e jovens se tornem usuários criativos e críticos dessas ferramentas, evitando que se tornem meros consumidores compulsivos de representações novas de velhos clichês (BELLONI, 2001, p.8). O que marcará a modernidade educativa será a didática do aprender a aprender, ou do saber pensar, englobando, num só toda a necessidade de apropriação do conhecimento disponível, e seu manejo criativo e crítico… A competência que a escola deve consolidar e sempre renovar é aquela fundada na propriedade do conhecimento como instrumento mais eficaz da 21emancipação das pessoas e da sociedade. (DEMO, 1995, p.45, Apud Cleuza Joana de Lima Martins, 2018). 8 EDUCAÇÃO NA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO No mundo globalizado, com constantes transformações, é fundamental estarmos preparados para o novo contexto da Era Digital. O mundo, o conhecimento, a sociedade estão em constante modificação e o professor tem de estar preparado para todas essas mudanças. E com a introdução da tecnologia na educação o professor tem que conhecer as ferramentas que estão sendo usadas na escola, como a utilização do computador dentro da sala de aula (MORAN, 2006). A visão do professor como o dono do saber e o aluno um mero receptor de informações está obsoleto. O papel do professor hoje é de dar instruções para que o aluno construa seu próprio conhecimento. O aluno deixou de ser uma pessoa passiva que apenas recebia informações do professor e passa a ter um papel ativo no processo de ensino aprendizagem, onde também contribui no processo da construção do conhecimento participando de todos os de assuntos abordados. A educação é entendida como mediação no seio da prática social global. A prática social se põe, portanto como ponto de partida e o ponto de chegada da prática educativa. Daí decorre um método pedagógico que parte da prática social em que professor e aluno se encontram igualmente inseridos ocupando, porém posições distintas, condição para que travem uma relação fecunda na compreensão e encaminhamento da solução dos problemas postos pela prática social (problematização), dispor os instrumentos teóricos e práticos para sua compreensão e solução (instrumentação) e viabilizar sua incorporação como elementos integrantes da própria vida dos alunos (SAVIANI, 2005, p. 263). O papel de dono do saber não cabe mais ao professor, pois ele não é o detentor absoluto da verdade. Ele tem o papel de transformar a sala de aula num ambiente desafiador e fazer com que o aluno busque a verdadeira essência do conhecimento, além de aumentar sua criticidade do mundo e sua autoestima. Pois não somente o aluno, como também o professor vive num constante processo de formação e transformação. 22 : www.itforum365.com.br Mediar significa estar no meio, estar entre o que poderia ser entendido como barreira, afastando extremidades. Mas o significado de mediação para a educação é oposto. Mediar é estar no meio, para que se possa mais facilmente perceber as necessidades de ambos os lados e interceder buscando um maior equilíbrio. Logo, estar “entre” não é permanecer inerte, sendo apenas uma ponte que interliga extremos. É interagir, construindo um todo significado. (SPONHOLZ, 2003, p. 206). Quase todas as escolas têm seu laboratório de informática e cabe ao professor, fazer uma mediação entre os alunos e o computador, tirar dúvidas e apresentar propostas de trabalho aos mesmos, para que ocorra a construção do conhecimento (MOTTA, 1997). O professor nunca deixa de ser um aprendiz, deverá sempre buscar novos métodos de ensino, no que implica a utilização de novas ferramentas para auxiliá-lo. Esse preparo de professores para a inclusão das tecnologias em sala de aula, a vontade de aprender e mudar deverá partir do próprio professor, para que depois ele possa buscar uma formação nesse sentido de introdução à tecnologia, para que ele possa aprender e mudar seu método de ensino (TARDIFF, 2002). A formação de professores para essa nova realidade tem sido crítica e não tem sido privilegiada de maneira efetiva pelas políticas em educação nem pelas Universidades. As soluções propostas inserem-se, principalmente, em programas de 23 qualificação de recursos humanos. O perfil do profissional de ensino é orientado para uma determinada “especialização”, mesmo por que, o tempo necessário para essa apropriação não o permite. Como resultado, evidencia-se a fragilidade das ações e da formação, refletidas também através dos interesses econômicos e políticos. (COSTA E XEXÉO, 1997). A escola é uma instituição social que se caracteriza como um local de trabalho coletivo voltado para a formação das novas gerações, diferente de outras tantas instituições sociais. Segundo Valente (1999, p. 3), a tecnologia como ferramenta educacional representa um poderoso recurso a ser utilizado pelo aluno em seu processo de aprendizagem, pois permite ao mesmo criar, comunicar-se e resolver problemas. Nos estudos de Moran (2000), essa escola deve ser uma escola redimensionada para ajudar na construção de cidadãos reais, capazes não só de explicar o mundo, como transformá-lo, em benefício da humanização de todos. Sabe-se que a melhoria da qualidade do ensino e aprendizagem mediante as implicações que o novo contexto impõe a escola depende, dentre outras condições, do profissional da educação na produção do conhecimento. “O profissional do ensino é alguém que deve habitar e construir seu próprio espaço pedagógico de trabalho de acordo com limitações complexas que só ele pode assumir e resolver de maneira cotidiana, apoiando necessariamente em visão de mundo, de homem e de sociedade. (Tardiff, 2002, p.149) No trabalho pedagógico desenvolvido com o uso da tecnologia, o professor é o profissional que vai ajudar na compreensão, utilização, aplicação e avaliação crítica das inovações, em um sentido amplo. Assim, o professor em relação as novas tecnologias, tem o papel de utiliza-las de maneira criativa, através de atividades que podem colaborar para tornar suas aulas dinâmica e atrativa. Assim, o aluno terá condições de entrar em contato com material diversificado e construir novos conceitos (MOREIRA, MASINI, 2006, p. 33). Valente (2005), adverte que o professor ao trabalhar com as novas tecnologias deve estar atento ao processo ensino aprendizagem, uma vez que são inúmeras oportunidades que essas oferecem. A escola tem como função possibilitar aos que nela estão inseridos o seu crescimento intelectual, além de constituir-se como um espaço de inclusão sociocultural (GOMES, 2002, p. 88). 24 As novas tecnologias contribuem para o professor desenvolver ações metodológicas que promovam e dinamizam o desenvolvimento de práticas pedagógicas significativas, priorizando o aperfeiçoamento da aquisição do conhecimento. Assim sendo, o educador precisa estar ciente que as novas tecnologias no espaço escolar é uma contribuição para facilitar a aprendizagem, para tanto todas as atitudes e ações concernentes ao processo devem ser revistas cotidianamente, a fim de se construir um espaço de criação, onde os educandos se sintam livres para agir, tornando-se agente de seu desenvolvimento, sem receber ensinamentos prontos (PERRENOUD, 2000, p. 55). A prática pedagógica do professor ao utilizar as novas tecnologias no meio educacional, precisa considerar o interesse do aluno, bem como a liberdade para que ele possa criar, escolher e fazer suas próprias produções. Cabe ao professor desenvolver sua prática pedagógica visando estimular seu aluno a querer aprender, a conhecer, enfim a buscar (FREIRE, 2002, p. 109). Para isso, é fundamental que o professor esteja consciente de que: (…) ensinar já não significa transferir pacotes sucateados, nem mesmo significa meramente repassar o saber. Seu conteúdo correto é motivar o processo emancipatório com base em saber crítico, criativo, atualizado, competente. Trata-se, não de cercear, temer, controlar a competência de quem aprende, mas de abrir a chance na dimensão maior possível. Não interessa o discípulo, mas o novo mestre (Demo, 1995, p. 153). O professor não pode ser repassador de conhecimento, deve ser criador de ambientes de aprendizagem e facilitador do processo de desenvolvimento intelectual do aluno, proporcionando a este o despertar da curiosidade, da dúvida, da pergunta, da investigação e da sua própria criação, desafiando-o a sentir o prazer de aprender (VALENTE, 2005, p. 98).Segundo Moran (2000, p. 34) adequar a prática pedagógica do professor frente às novas exigências que a sociedade impõe não significa não abandonar os antigos métodos de ensinar, mas utilizá-los dentro de uma visão pedagógica nova e criativa para mediar à aprendizagem e a descoberta, contribuindo para melhoria da qualidade de ensino. 25 Nesse sentido, a prática pedagógica do professor deve estar voltada entre o real e o virtual, sendo desenvolvida a potencialidade do aluno que está em processo construtivista, e, através da tecnologia, alunos e professores aprendem juntos, conforme é mostrada a proposta de Freire “saber ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para sua própria produção ou sua construção”. (FREIRE, 2002, p.52, Apud Cleuza Joana de Lima Martins, 2018). Moran (2000) contribui com seus estudos, mostrando que as novas tecnologias desempenham diferentes papéis no âmbito educacional. No entanto, algumas vezes estas não são utilizadas de forma que venha contribuir para a melhoria do ensino, diante disso, é papel do professor, ser mediador e facilitador do processo ensino – aprendizagem de seus alunos e proporcionar um ambiente capaz de estabelecer conexões individuais e coletivas. O professor deve utilizar metodologias que melhor relacione o ensino com as novas tecnologias, uma vez que não basta ao professor possuir apenas conhecimentos técnocientíficos para transmitir aos alunos, é preciso uma série de outras competências relacionadas à didática do saber ensinar, uma vez que “o saber transmitido não possui, em si mesmo nenhum valor formador: somente a atividade de transmissão lhe confere esse valor”. (Tardif, 2002, p. 44). Nesse sentido, cabe ao professor planejar suas aulas e construir uma prática educativa que seja desenvolvida dentro de uma coerência ética, educativa, pedagógica e criativa de conteúdo. Moran (2000, p. 65) entende que a prática pedagógica do professor com as novas tecnologias implica a releitura da função do professor como profissional reflexivo e da escola como organização promotora do desenvolvimento do processo educativo. Assim sendo, as estratégias pedagógicas do professor devem ser adequadas, capazes de solucionarem as possíveis dificuldades que vão surgindo com as inúmeras oportunidades que o mundo tecnológico oferece (Moran, 2000, p. 65) Portanto, no desenvolvimento do ensino aprendizagem o professor deve proporcionar uma aprendizagem significativa para seus alunos e ensinar a utilizar a tecnologia de forma significativa, educando democraticamente, visando alcançar a todos, para que possam participar discutir e refletir as novas descobertas (BARRETO, 2000). A informática na escola vem contribuir com uma educação transformadora, com o olhar voltado para o aluno, contribuindo com a formação de cidadãos capazes de 26 observar, opinar, decidir e transformar o meio em que vivem. Para Belloni (2001, p. 55), a informática deve habilitar e dar oportunidade ao aluno para aquisição de novos conhecimentos servindo de complemento aos conteúdos escolares, visando o desenvolvimento integral dos indivíduos. Motta (1997) afirma que enquanto não forem criadas possibilidades através de substancial mudança na estrutura do ensino continuaremos na situação de dependência e servidão. No entanto, o computador e sua capacidade técnica podem sob forma contraditória, ser usado no sentido da democratização, humanização, transformando as desigualdades existentes na sociedade. Gomes (2002, p.123) assegura que a tecnologia contribuiu em levar as pessoas a acreditarem que inovação tecnológica é sinônimo de progresso humano; que é circundado por fatores afetivos, cognitivos, sociais e econômicos, sendo que numa economia globalizada isto significa muito mais que uma simples ascensão. Partindo do princípio que toda pessoa é capaz de aprender, e estas só aprendem a partir da sua ação e interação com o mundo a sua volta, a tecnologia torna-se um importante meio facilitador do processo de aprendizagem desde a primeira etapa da educação, desde a educação infantil ao Ensino Superior (BRANDÃO, 1995). A mídia-educação se ocupa de muitas questões que constituem seu objeto: a comunicação e a formação; os pontos de vistas instrumentais e temáticos que caracterizam as mídias para formação e a formação para as mídias; a atenção às dimensões expressivas e críticas para escrever/ler com e sobre as mídias; os níveis operativos práticos e teóricos para ensinar as mídias e refletir sobre elas em termos de contextualização, de metarreflexão e de capacitação; os âmbitos da intervenção escolar para a educação formal, informal, extraescolar, tais como animação sociocultural, terceiro setor, empresas sem fins lucrativos e/ou instituições assistenciais, empresas comerciais e formação profissional para atuar nas indústrias da comunicação. (RIVOLTELLA, 2002, p. 99- 107). 27 9 METODOLOGIA DE ENSINO As relações de ensino e aprendizagem são tão antigas quanto a própria humanidade e ao longo da história- foram adquirindo cada vez mais importância em dada situação. conservacaodefloraefauna.blogspot.com/ O que caracteriza um curso de nível superior é justamente o compromisso com a construção do conhecimento, a busca por diferentes ferramentas pedagógicas utilizadas com o intuito de refletir sobre a influência delas em sua prática docente e não apenas a transmissão, repasse de conteúdo. De acordo com SILVA e SANTOS, 2006, p. 35 “em lugar de meros instrutores ou apresentadores, sejamos de fato educadores em nosso tempo”. Neste sentido a metodologia de ensino, por paradoxal que possa parecer, requer do professor que evite a utilização de procedimentos metodológicos que fazem da ação educativa uma mera rotina pedagógica. Desta forma, o método de ensino não pode ser considerado como um simples instrumento de estruturação pedagógica. Na realidade, o método de ensino deve proporcionar ao educando, uma forma significativa de construção e de assimilação crítica do conhecimento; representado nas instituições educacionais, pelas matérias de ensino. 28 Porém, o ensino não pode ser restrito apenas em sala de aula ou na escola de origem, como se a educação acontecesse em uma única fonte de aprendizagem, este processo conforme Vasconcelos (1995) compreende qualquer espaço físico onde haja interação direta entre professor e aluno, passando pela pratica, seleção de conteúdo, posições políticas e ideológicas transmitindo e recebendo “ valores e afetos”. Assim, além dos recursos de exposição didática, dos estudos práticos em sala de aula, estudos dirigidos e independentes, seminários, entre outros, procedimentos estes, tão utilizados no meio universitário, é necessário incluir procedimentos metodológicos que assegurem a articulação da vida acadêmica com a realidade concreta da sociedade e os avanços tecnológicos, incluindo, portanto, novas alternativas como os projetos de pesquisa, e novos recursos como a televisão, multimídia, Internet, visitas técnicas etc., considerando, entretanto, que esses recursos tecnológicos não podem se configurar como um fim em si mesmo, mas como um instrumento facilitador do processo de construção e assimilação do conhecimento, um mecanismo capaz de desenvolver no aluno à cultura investigativa, metodológica e uma postura criativa que lhe permite avançar frente ao desconhecido. 10 TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO A tecnologia está presente em todos os setores da vida contemporânea. Num curto período de tempo ela foi ganhando espaço e hoje é indiscutível a sua importância nas mais variadas atividades do cotidiano. Na esfera econômica destaca-se o desenvolvimento do comércio internacional, a expansão de empresas multinacionais; no âmbito da informação e comunicação, ressalta-se a velocidade com que as notícias circulam em rede, sem falar da comunicação em massa.A tecnologia trouxe inúmeras mudanças em âmbito mundial, conforme destaca Castells (2016), com desdobramentos principalmente na ordem social e impactos não menos importantes na esfera da educação. Alguns sociólogos, tais como Ulrich Beck (2010) e Anthony Giddens (2012), denominam esse período de modernidade, cuja característica principal é a ruptura com os modelos institucionais tradicionais. A educação é um exemplo dessa mudança 29 com a chegada da tecnologia, uma vez que possibilita o aprendizado através de múltiplos espaços virtuais. Não há como se falar em desenvolvimento tecnológico sem mencionar as redes. Elas são uma importante categoria por se tratar de um elemento substancial para a compreensão da nova era tecnológica que se impõe. As redes são um verdadeiro desdobramento desta sociedade da informação, trata-se de “conexões entre entidades”. Assim, sejam “redes de computadores, grades de poder e redes sociais, todas funcionam através do princípio simples de que as pessoas, grupos, sistemas, nós, podem ser conectados para criar um todo integrado”. (SIEMENS, 2004, p. 5). A contribuição da compreensão das redes faz-se necessária, uma vez que ela instrumentaliza juntamente com a internet a difusão das informações. A sociedade da informação é, então, alicerçada pelo fluxo de informações intenso, uma nova era que coloca à disposição inúmeras maneiras de aprender, ultrapassando o espaço físico dos estabelecimentos de ensino formal. (COUTINHO; LISBÔA, 2011, Apud FERNANDES N. A.). Assim, a tecnologia encurta distâncias, possibilitando o acesso ao conhecimento àqueles que desejam possuí-lo, mas moram longe das instituições de ensino que, geralmente, localizam-se nos grandes centros urbanos. Daí a importância de falar-se em Ensino a Distância – EaD nesse contexto, proporcionando a democratização do ensino e ainda a inclusão social. Trata-se de um novo viés educacional que favorece “ao mesmo tempo as aprendizagens personalizadas e a aprendizagem coletiva em rede” (LÉVY, 2010, p. 160), tornando o aluno mais autônomo, criativo e flexível em seu processo de aprendizagem. Além disso, o uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação – TIC também facilita a formação contínua do docente, desenvolvendo suas competências para o ensino. Nesse aspecto, a escola é desafiada a encontrar maneiras de adequar o ensino à nova ordem que se impõe. O aluno precisa desenvolver competências que o façam ser capaz de lidar, de maneira crítica, com o volume de informações que chega até si. As instituições de ensino contemporâneas não só podem, mas devem incentivar e desenvolver nos professores e alunos competências que contribuam para romper com o paradigma tradicional da educação. Cabe à escola, segundo Coutinho e Lisboa (2011, p. 17), “educar crianças, jovens e adultos de maneira diferente para um mundo mutante”. 30 Percebe-se, pois, que ao contrário do contexto da prática educativa tradicional, o processo de ensino-aprendizagem não ocorre unicamente dentro da sala de aula, no âmbito formal, mas em todos os lugares, inclusive nos espaços virtuais. Estes podem, inclusive, contribuir para a difusão de informações sobre o patrimônio cultural, auxiliando sobremaneira no processo de educação patrimonial que será abordado de forma mais consistente no próximo item. O uso de tecnologias, faz-se importante para a democratização do conhecimento e inclusão social, uma vez que possibilita fazer esse conhecimento chegar às localidades mais remotas do país. Para isso, tanto professor quanto aluno devem desenvolver competências que favoreçam a utilização dos meios tecnológicos. Nesse sentido, vê-se no uso das tecnologias a possibilidade de proporcionar formas de trabalho mais significativas com a educação patrimonial, oportunizando que alunos que não moram em cidades históricas, conheçam esse patrimônio a partir das TIC, por exemplo. Dessa forma, poderiam ser utilizados vídeos, podcasts, blogs e jogos através das redes sociais. Assim, torna-se conhecida a diversidade cultural nacional, chamando a atenção para a sua preservação. Essa diversidade cultural é contemplada a partir dos PCN’s, devendo, portanto, ser abordada transversalmente nas práticas pedagógicas da educação básica. Porém, a realidade mostra que em muitos contextos educacionais do Brasil não há essa preocupação desde o planejamento das aulas. Às vezes, os próprios professores desconhecem aspectos referentes ao patrimônio, o que dificulta o trabalho com essa temática. Além disso, a realidade do ensino público, hoje, obsta o emprego de tecnologias, posto que para sua utilização faz-se necessário uma infraestrutura mínima como, por exemplo, ter disponível uma internet banda larga, wifi, tablets, computadores, datashow. Este fato não é observado em muitas escolas públicas nacionais. No caso das escolas privadas, onde se detém um maior poder econômico, apesar de se observar uma infraestrutura mínima, em muitos casos, a conexão da internet não é de qualidade ou os professores não se encontram devidamente preparados para o trabalho com as TICs. No contexto que ultrapassa a sala de aula, constata-se que os alunos estão acessando a internet, em sua maioria, dos smartphones e também de dispositivos digitais. Há, inclusive, pesquisas que apontam que os jovens têm aumentado o seu 31 acesso à internet e o tempo em que utilizam seus dispositivos digitais e celulares fora da escola. Tais pesquisas serviram para constatar a importância de se estar conectado e a facilidade com que a população tem tido acesso às mais diversas informações. 10.1 Estratégias de Ensino: Experiência na disciplina Metodologia do Ensino Superior com TIC. Na atualidade, o ensino superior e as práticas docentes enfrentam algumas mudanças e desafios advindos do uso das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) na sociedade. Exige-se então, novas competências docentes e surgem novos desafios no ensino superior, consonante a integração das TICs no processo de ensino-aprendizagem. Um deles é o desenvolvimento de estratégias pedagógicas inovadoras, que objetivem o diálogo, construção colaborativa, formação autônoma, reflexiva e uma educação de qualidade, voltada para atender os estudantes. Neste sentido Berbel (2011, p. 29), afirma que o “docente atua como facilitador ou orientador para que o estudante faça pesquisas, reflita e decida por ele mesmo, o que fazer para atingir os objetivos estabelecidos”. Assim, o docente passa a ser o ativador dos processos de ensino e de aprendizagem, instigando o estudante a buscar o próprio conhecimento. Quanto à questão da prática pedagógica dos docentes Almeida (2005, p. 43), concorda que: Essa prática pedagógica é uma forma de conceber educação que envolve o estudante, o docente, as tecnologias disponíveis (...) e todas as interações que se estabelecem nesse ambiente denominado ambiente de aprendizagem. Tudo isso implica um processo de investigação, representação, reflexão, descoberta e construção do conhecimento. (Apud Silva Carla Glycia Santos, 2018) O papel das tecnologias nesse sentido é fazer uma ponte entre o que é ensinado e o que é aprendido. Neste sentido Lima (2008, p. 23), afirma que "o conhecimento resulta da "organização" das informações em redes de significados. Mas não uma organização qualquer, sim, por novos atos de conhecimento, por outras informações em função de atividades específicas à apropriação do conhecimento. Assim, pode-se compreender que informação é um conjunto de dados que pode ser transmitido, apreendido e memorizado. 32 Para Masetto (1998), o docente do ensino superior, como cidadão, deve estar atento as mudanças sociais, em formação constante, para conhecer o potencial pedagógico que as TICs oferecem quando usadas adequadamente. Serra e Silva (2008, p. 251-253) esclarecem que o meio educacional,tendo em vista o potencial de viabilização do conhecimento que as TDIC proporcionam, de forma rápida e interativa, cria possibilidades de ensino para além do ambiente da sala de aula presencial. Mercado (2014, p. 65) afirma que “os métodos ativos são inovadores por contribuírem para formar nos alunos o pensamento criador; oferecem um conjunto de situações problemas que precisam de solução; permitem que o docente, ao orientar o pensamento do aluno, não precise abordar todo conteúdo em sala de aula; possibilitando relacionar os novos conhecimentos com os conteúdos de outras disciplinas”. É pensando em tornar a aula significativa e dinâmica que a integração das TDIC ao currículo é fundamental, assim como o desenvolvimento de estratégias didáticas, que segundo Mercado (2016) torne o curso “[...] mais dinâmico, desafiador, criativo e renovado.” Para Rios e Santos, (2011, p.8), as "TDIC contribuem para o desenvolvimento das habilidades e competências dos docentes e estudantes numa perspectiva crítica e colaborativa. A inovação no fazer pedagógico contribui significativamente na formação crítica, participativa e autônoma do indivíduo". De acordo com Pozo (1996, p.195) boas estratégias concederão, certamente um melhor processo de aprendizagem. Mercado (2014, p. 70) afirma que “as estratégias de ensino designam os procedimentos e recursos didáticos utilizados para atingir os objetivos desejados e previstos". Berbel (2011, p. 29), afirma que as “metodologias ativas se baseiam em formas de desenvolver o processo de aprender, utilizando experiências reais ou simuladas, visando às condições de solucionar, com sucesso, desafios advindos das atividades essenciais da prática social”. As estratégias inovadoras contribuem assim, para criar novas metodologias que favorece a construção de conhecimento e aprendizagem entre docentes e estudantes, sendo assim, o fazer pedagógico dinâmico oportunizado pelas TDIC contribuem diretamente na capacidade de aprendizagem do estudante. 33 notícias.universia.com.ar 11 DOCENTE UNIVERSITÁRIO Atualmente, o docente do ensino superior caracteriza-se por seu aspecto de formação profissional em poder atuar em várias funções da prática pedagógica, da pesquisa às atividades administrativas. Somados a esses fatores determinantes, emergem também no cenário atual da educação brasileira novos valores balizados pela lógica da produtividade e do mercado. Isto remete à incessante busca dos docentes do ensino superior por publicações, qualificação, diplomação, cursos de aperfeiçoamento e demais indicadores de classificação e avaliação institucional. As Instituições de Ensino Superior (IES) de acordo com Masetto (1998, p. 23) são locais de encontro e convivência entre docentes e estudantes, que se reúnem e trabalham para que ocorra situações favoráveis ao “desenvolvimento dos aprendizes nas diferentes áreas do conhecimento, no aspecto efetivo-emocional, nas habilidades e nas atitudes e valores”. A luz do desenvolvimento humano para a melhoria da vida da população, Masetto (1998) destaca como importante para formação do docente do ensino superior à formação simultânea, a formação acadêmica, à flexibilização, dinamização curriculares, à revitalização da vida acadêmica pela atividade profissional, à desestabilização de currículos fechados e acabados. Estes termos apresentam-se como características essenciais para o saber deste profissional. 34 Masetto (1998) afirma que, para o docente universitário adquirir a conotação de profissionalismo e realizar atividades de sua competência como à pesquisa, o processo de ensino-aprendizagem e a gestão pedagógica e administrativa, se exige deste profissional também o desenvolvimento de competências próprias para sua práxis educativas. Assim, o docente universitário está em volto em inúmeras atuações e funções dentro e fora da IES. Zabalza (2004) e Masetto (1998) revelam que, atualmente, podem ser atribuídas como competências gerenciais ao docente do ensino superior “divulgação cientifica, produção científica, gestão acadêmica universitária, orientação e supervisão, participação de bancas e comissões julgadoras, avaliação institucional, extensão, docência e pesquisa”. Além destas competências, na era digital, segundo Perez Gomes (2015), o docente universitário enfrenta novos desafios. Novas possiblidades de conhecimentos são produzidas com as TDIC, através das redes sociais, internet e plataformas digitais. Neste novo cenário, o docente adquire outras habilidades em suas práticas pedagógicas integradas o uso das TDIC. Mercado (2015) afirma que o desafio consiste em adaptar-se ao novo modelo de ensino com TIC, propiciar vivências e experiências com tecnologias na prática educativa multiletradas com saberes coletivos que exigem participação, iniciativas, cooperação na solução de problemas, letramento digital, sonoro e informacional; aprender e desenvolver atividades dinâmicas que envolva as TDIC na perspectiva da Pedagogia da Autoria com competências para lidar com estudantes multitarefas. Com o desenvolvimento tecnológico, ampliam-se as competências gerencias do docente do ensino superior, Mauri e Onrubia (2010) afirmam que o docente em ambientes virtuais aprende a dominar e valorizar nova cultura da aprendizagem; domina as TDIC com formações contínuas e neste processo acontece a interação entre docente-estudante, que passa a conhecer as diversas ferramentas tecnológicas flexibilizando o ensino através de atividade interativa institucional a organizar e atribuir significado e sentido as novas informações, como também desenvolver habilidades e capacidade de gestão do aprendizado, do conhecimento e da informação. Isto porque as TDIC proporcionam, segundo Bernabé (2012), novas oportunidades para educação e formação, facilitando a colaboração, a inovação e a criatividade, tanto dos estudantes, como dos docentes e IES. Diante do atual cenário do ensino superior, ser docente universitário se revela 35 como atividade complicada, devido as várias funções que desempenha. No entender de Zabalza (2004, p. 111), “[...] ensinar é uma tarefa complexa na medida em que exige conhecimento consistente acerca da disciplina ou das suas atividades”. Por isso, segundo Masetto (1998) o docente, além de conhecer os conteúdos deve ter desenvolvimento na área do conhecimento; desenvolvimento no aspecto afetivo emocional; desenvolvimento de habilidades e desenvolvimento de atitudes e valores, o que significa que a identidade e habilidades do docente do ensino superior acontecem pela prática pedagógica, pela formação profissional, pelo processo evolutivo e singular das experiências dinâmicas e culturais. (RAMOS, 2010). A formação da identidade do docente universitário é evolutiva e singular, acontece pela dissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, de forma individual e institucional. A formação profissional acontece simultânea com a formação acadêmica que fornece competências para uma determinada área, domínio na área pedagógica no exercício de dimensão política. Os saberes teóricos e práticos construtores da identidade docente acontece pela formação contínua e permanente, regida pelo art. 66 da Lei de Diretrizes e Bases - IDBEN Lei nº 9.394/96 (BRASIL, 196), prioritariamente determina formação em mestrado e doutorando. A construção da identidade docente é processual e dinâmica dentro de uma conjuntura para desconstruir visões como “quem sabe, automaticamente, sabe ensinar” ou “só quem sabe investigar, pode realmente ensinar” (RAMOS, 2010, p. 33). Segundo Fávero e Tauchen (2013), a gestão profissionalizante do docente se desenvolve pela produção do “pesquisador docente, que desenvolve prática de produção científica e aulas acessórias e docente pesquisador, que tem como foco principal o ensino como pesquisa, desenvolve ações de extensão, mas, não possuiprodução de pesquisa”. A construção da identidade do docente universitário inicialmente atende o desejo do próprio docente, em buscar caminhos para docência voltada para o ensino, para uma docência baseada na aprendizagem (FÁVERO; TAUCHEN, 2013). A expansão das atividades do docente do ensino superior ocorrida nas últimas décadas, tem redesenhado o perfil e a identidade dos mesmos. A prática docente, por sua vez, não fica limitada em mostrar o que está feito ou acumulado historicamente, pois necessita de ações que englobam conhecimentos tanto cognitivos, quanto não cognitivos, com propostas de conteúdos e tarefas que envolvam atividade construtiva individual e coletiva. Os usos das TDIC no processo 36 de aprendizagem interligam as novas tecnologias as metodologias de trabalho que podem melhorar as habilidades dos docentes em criar novas maneiras para enfrentar as tarefas que, por sua vez mudam a natureza da atividade universitária. 12 METODOLOGIA DE ENSINO E APRENDIZAGEM NO ENSINO SUPERIOR No processo de construção do conhecimento o docente dotado de conhecimentos, habilidades e práticas-reflexivas, através de sua prática pedagógica leva os estudantes a desenvolveram o senso crítico-reflexiva, acerca das discussões atuais do mundo contemporâneo, que perpassa os conteúdos a serem estudados, dentro e fora da universidade. Para Gemignani (2012, p. 1) o grande desafio das IES na contemporaneidade é a busca por metodologias inovadoras que possibilitem uma práxis pedagógica capaz de ultrapassar os limites do treinamento puramente técnico e tradicional, para efetivamente alcançar a formação do sujeito como um ser ético, histórico, crítico, reflexivo, transformador e humanizado. Para democratizar o processo de ensino-aprendizagem em sala de aula com práticas pedagógicas permeadas pela pesquisa, o docente universitário é levado a construir proposta construtivista para o ensino superior, que consiste em educar para a autonomia, através de metodologias ativas e inovadoras, para a descoberta, utilizando-se da pesquisa, participação dos estudantes, trabalhos em grupo, como meio de aprofundar e resinificar os conhecimentos. O desenvolvimento do conhecimento para liberdade é uma atividade que requer do docente método ativo, domínio na temática, recursos metodológicos e didáticos que atendem os objetivos propostos. Para Debald (2003, p.1) A prática pedagógica no Ensino Superior deve ser encarada com muita seriedade. Requer posturas e comprometimentos com um processo que eduque para a autonomia do acadêmico, mediado pelo professor. Somente uma educação que tenha como princípio a liberdade, poderá auxiliar na construção de uma sociedade mais humanizada. O processo da construção do saber não é fácil de ser desenvolvida, pois, em muitos casos a dificuldade não está em abordar o conteúdo, mas especificamente na metodologia que atenda as expectativas dos estudantes. 37 (ABREU e MASETTO, 1990) afirmam que “O conhecimento e o domínio das estratégias é uma ferramenta que o docente maneja de acordo com sua criatividade, sua reflexão e sua experiência, para alcançar os objetivos da aprendizagem”. (Apud GOMES G. S. 2018) Destacam-se as metodologias envolvendo o uso de diversas estratégias didáticas com TIC, utilizadas na disciplina analisada, como debate no Whatsapp, elaboração de mapas conceituais e circulares, seminários temáticos com estratégias didáticas com TIC no ensino superior – aprendizagem com simulação/dramatização, aprendizagem com projetos: webquest, webinquirity project, webgincanas, aprendizagem a partir de casos, aprendizagem com laboratórios ou experimentos virtuais, aprendizagem com jogos online, aprendizagem baseada em problemas, elaboração de plano de ensino para uma disciplina do curso superior utilizando as TIC, entrevista com docente utilizando ferramentas como Facebook, e-mail, chat do Gmail, Whatsapp ou Twitter, elaboração de sequências didáticas empregando TIC, elaboração de plano de aula utilizando um aplicativo móvel, a partir das propostas disponíveis no livro Apps para dispositivos móveis: manual para professores, formadores e bibliotecários (carvalho, 2015), construção do blog coletivo para as atividades da turma, avaliação da disciplina e elaboração de um artigo contendo estratégias didáticas com TIC no ensino superior. 12.1 Análise das estratégias de ensino na disciplina metodologia do ensino superior com TIC As estratégias didáticas, fruto da experiência na disciplina Metodologia do Ensino Superior com TIC, permitem oportunidades para os docentes ampliarem os conhecimentos pedagógicos e metodológicos, possibilitam um processo de ensino- aprendizagem mais prazeroso e dinâmico. O uso das TICs no ensino superior precisa ser feito com intencionalidade pedagógica previamente planejada, visando alcançar os objetivos propostos. Com as constantes mudanças nas tecnologias, a pesquisa, o estudo, a formação e o ensino vão acompanhar sempre o fazer e o inovar da prática pedagógica do docente. As atividades didáticas desenvolvidas na disciplina contribuem para a prática pedagógica do docente no ensino superior, dinamizando as aulas, possibilitando interação entre os estudantes e docentes. 38 Constata-se que ensinar com a utilização das TICs, é estimular a competência de autonomia do estudante para o desenvolvimento de seu potencial criativo, intelectivo, reflexivo e interativo. Utilizar estratégias didáticas e atividades com TIC, desenvolve habilidades nos estudantes para utilização na prática pedagógica, aprendendo a avaliar, selecionar e integrar os recursos tecnológicos nas atividades curriculares. Percebe-se que ao desenvolverem as atividades, os estudantes demonstraram conhecimento entre teoria e prática, com experiências práticas ao longo da disciplina, articulando conhecimentos-competências. Os desafios impostos ao docente do ensino superior na atualidade são muitos; articular pesquisa, docência, gestão, administração, extensão e outras atividades de sua competência. No cenário das competências e habilidades frente a era digital (MASETTO, 1998; PEREZ GOMES, 2005) os docentes do ensino superior adquirem competências e habilidades em formação continuada para usar as TIC na prática pedagógica de aprendizagem colaborativa/multiletrada/interativa (MERCADO, 2015). As estratégias didáticas utilizadas na disciplina Metodologia do Ensino Superior com TIC foram plenamente desenvolvidas e os estudantes demonstraram que alcançaram os objetivos propostos, pesquisaram, analisaram, produziram, interagiram no blog coletivo, passaram de passivos para ativos no processo de construção do saber, do conhecimento ativo/reflexivo. www.ebay.com.au 39 13 O DESAFIO DE INTEGRAR TIC À FORMAÇÃO INICIAL DOCENTE Quando o assunto é articular ensino e tecnologia, para muitos educadores, o primeiro movimento é a não utilização pelo simples fato de desconhecerem suas potencialidades para o ensino, ou mesmo rejeitar um conhecimento envolvendo o contexto social em que estão inseridos, como apontam alguns estudos. Tanto os processos cognitivos quanto as ações humanas são orientados, direcionados ou “moldados” por instrumentos culturais empregados pelos sujeitos, e, sendo as TICs instrumentos culturais, introduzidos no fluxo de atividades sociais, deve-se atentar às mudanças qualitativas dessa ação e não apenas ao seu desenvolvimento ou outra mudança quantitativa qualquer. Logo, parece ser mais relevante identificar e analisar as mudanças reais provocadas pelas tecnologias e as causas dessas mudanças do que propriamente constatar que determinadas questões mudam para melhor ou pior, ou que ficam mais fáceis ou difíceis, lentas ou rápidas. É nesse sentido, que as ideias e tese de Vygotsky (2007, 2008) tornam-se vivas e necessárias no sentido de contextualizar e explicar, sob o ponto de vista
Compartilhar