Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Eduarda Gonzalez 1 Hipersensibilidade é um distúrbio causado por respostas imunológicas não controladas e essas respostas descontroladas podem ocorrer porque ela está muito ativa ou está reagindo a algo que não deveria, isto é, está inadequadamente direcionada e essa hipersensibilidade pode lesionar os tecidos do hospedeiro. As doenças de hipersensibilidade podem ocorrer por 3 situações: 1-A Hiperativação do sistema devido a uma infecção por um microrganismo. Então o sistema imune agride o patógeno de forma tão expressiva que causa danos ao nosso organismo, então o próprio sistema imune vai desenvolver lesões e não o vírus em si, sendo uma hipersensibilidade do tipo 4. Exemplos: COVID, Tuberculose (o Indivíduo se infecta com o bacilo da tuberculose e o bacilo no pulmão induz macrófagos a realizarem o processo de abcessos pulmonares e esses macrófagos vão destruir o tecido pulmonar, desenvolvendo hemoptise e se não tratar pode levar a morte). Hepatite virais (B e C): O indivíduo se infecta e o vírus vai aos hepatócitos e o sistema imune acaba destruindo os hepatócitos porque eles estão infectados e essa morte de hepatócitos desenvolve uma insuficiência hepática. 2- Autoimunidades se desenvolvem a partir da quebra de tolerância a antígenos próprios e isso passa a desenvolver resposta imunológica a esses antígenos próprios e pode ser hipersensibilidade do tipo 2,3 ou 4. Exemplos: Lúpus, Esclerose múltipla, Doença celíaca 3- Reação a um antígeno ambiental, isto é, alergias. Um paciente que possui uma atopia ou predisposição genética pode desenvolver uma reação a um antígeno ambiental que ele não deveria reagir e isso desenvolver a alergia. A alergia pode ser tipo 1 ou tipo 4. Exemplo: Alergia a ácaro. Eduarda Gonzalez 2 Epigenética: É a evolução das doenças alérgicas e autoimunes a partir da genética e dos fatores ambientais. Reação do tipo TH1 e TH2 O predomínio dessas reações vai depender do tipo de interleucinas e do perfil da resposta, para poder se diferenciar em uma resposta TH1(bactérias e vírus) ou TH2 (helmintos). E a partir dessa indução, vai desenvolver uma resposta especifica. Tipo 1 ou imediata é uma reação que utiliza a Imunoglobulina E (IgE) na membrana do mastócito e quando há a sua ativação por meio da ligação de um alérgeno a esse mastócito há uma produção de grânulos que possuem histamina. Dessa forma, é uma reação presente na alergia. No caso das infecções por helmintos, que também é mediado por IgE, não vai se caracterizar como uma reação de hipersensibilidade porque o sistema imune está atacando esse patógeno pois ele agrediu o sistema, então normalmente não haverá uma resposta exagerada e por isso não se encaixaria em uma situação de hipersensibilidade. As alergias possuem a mesma resposta que acontece nos helmintos, mas desencadeada por um alérgeno ambiental e será chamado de hipersensibilidade porque nosso organismo não deveria reagir a esses alérgenos ambientais e muito menos desenvolver lesões aos tecidos. Um caso clássico é o de renite alérgica e asma que desenvolvem uma inflamação das vias nasais e o pulmão, Essas reações do tipo 1 também são chamadas de imediatas porque necessitam ocorrer em até 2 horas após a exposição porque já temos as IgE formadas para esses alérgenos ambientais, como no caso de pessoas que possuem alergia a camarão, haverá uma resposta imediata a partir de sua ingestão pois o sistema imune já reconhece. Quadro clinico Prurido, urticaria, angioedema, rinite, broncoespasmo, vomito, diarreia, sincope e hipotensão. E isso ocorre devido a reação da histamina no organismo, que desenvolvem devido a uma vasodilatação ou ao broncoespasmo, que são as regiões que possuem receptores para essa histamina. Alérgenos desencadeantes (Existe IgE em alergias a): Alimentos, venenos de insetos, medicamentos, alérgenos respiratórios como ácaros, fungos, pólens, pêlos. Eduarda Gonzalez 3 No epitélio respiratório temos um epitélio ciliado e há um ácaro, que consegue entrar nesse epitélio ou é carreado para dentro da célula e pessoas que não possuem alergia não tem essa inserção do antígeno no epitélio, o epitélio de pessoas com alergia é mais frágil. Além disso essa pessoa possui uma maior tendencia a inflamações. A APC que vai internalizar esse ácaro e posteriormente apresentará os antígenos desse alérgeno para o linfócito TCD4 (células azuis). Quando começa essa apresentação ao linfócito já é imunidade adaptativa, especifica. Vasodilatação e extravasamento de plasma Angioedema Urticária: lesão hiperemiada, quente devido a uma vasodilatação e em geral não dói, mas coça muito Eduarda Gonzalez 4 O linfócito T vai utilizar seus receptores para reconhecer os epítopos desse ácaro e ativara a célula T virgem que desenvolvera uma resposta especifica para esse antígeno e vai se tornar TH2. Essa célula T vai se conectar a um linfócito B por meio do CD28 e o CD40 (ligantes de T) com o CD80 e CD40 (linfócito B). Essa ligação do linfócito B e T vai desenvolver uma cascata de fosforilação e o linfócito B vai produzir interleucinas do tipo TH2 para liberar IgE e esse IgE vai sensibilizar os mastócitos. A IgE pode ser circulante ou ficar ligada aos mastócitos e se houver outra exposição a esse alérgeno, já tem a IgE para esse alérgeno, é só o sistema reconhecer que vai desenvolver a resposta imune Alérgeno – Ultrapassa barreira- Encontra célula dendrítica- Fagocita e apresenta ao linfócito T virgem- Linfócito vira TH2 – Ativa linfócitos B para virar THE e produzir IgE. A partir do estimulo que o linfócito T naive (virgem) vai receber da APC ele vai se diferenciar em TH1 ou TH2, em um ambiente com IL-4 vira TH2 e quando essa célula T com resposta TH2 se liga ao linfócito B, em vez desse linfócito B produzir IgG ou IgM, vai produzir IgE. Possui em sua membrana diversos receptores e dentre esses receptores tem o receptor de IgE (receptor de alta afinidade - FC de IgE). Quando há a ligação do antígeno a essa IgE que está na membrana, vai induzir uma cascata de fosforilação interna. Mediadores Primários: A primeira fosforilação é a mais rápida e simples, que envolve a degranulação e liberação da histamina. E essa histamina vai desenvolver a resposta de vasodilatação, broncoconstricção e prurido. Mediadores Secundários: Após a ativação da cascata de fosforilação, desenvolvera uma iniciação da via do ácido araquidônico, então os fosfolipídios da membrana vão ser quebrados por uma enzima que foi ativada e essa quebra do fosfolipídio vai produzir o ácido araquidônico que vai levar a produção de leucotrienos Eduarda Gonzalez 5 e prostaglandinas. Os mediadores leucotrienos e prostaglandina possuem função muito parecidas com a da histamina, só que mais potentes. Então inicialmente a resposta mais leve é devido a histamina, mas se o processo alérgico continuar, haverá a reação desses mediadores secundários, que vão piorar o quadro. A terceira função é pela chegada de fatores de transcrição no núcleo e eles vão ativar a transcrição de citocinas pro-inflamatórias. Então toda a cascata do perfil TH2 é induzido a produzir mais interleucinas TH2, dessa forma as células dendríticas induziram o T-helper, que induziu o linfócito B a produzir IgE e isso induziu o mastócito. 1ª Função dos Mastócitos: Interação do antígeno com o IgE ligado ao mastócito vai desenvolver a liberação de grânulos pré formados de histamina. A histamina vai agir nos receptores de terminações superficiais periféricas na pele causando prurido (estimulo neurológico), estimula a contração da musculatura dos vasos e isso leva a vasodilatando. desenvolvendo a urticaria, e se desenvolver ainda mais o plasma vai extravasarpara o tecido subcutâneo e causa o angioedema. Se ocorrer uma vasodilatação muito expressiva, vai desenvolver uma hipotensão e o choque anafilático. A histamina também tem receptores nos brônquios, que vão induzir contração e broncoespasmos. 2ª Função dos Mastócitos: Quando ativa o IgE e seu receptor, vai ativar a fosfolipase que quebra o fosfolipídio de membrana em ácido araquidônico e que será degradado pela LIPOX formando leucotrienos e pela COX formando a prostaglandina. Os leucotrienos e prostaglandinas vão demorar mais para agir, porque ainda vão ser produzidos, enquanto que os grânulos de histamina já estão formados. Então eles vão agir depois de forma mais expressiva e vão ter a formação de angioedema e broncoconstricção. 3ª Função dos Mastócitos: Ativação de fatores de transcrição nuclear e induzir a transcrição e produção de citocinas. Essas citocinas de perfil TH2 são IL3, IL5, GM, CSF, EOTAXINAS. E são muito importantes porque elas perpetuam a resposta TH2 ao chamar eosinófilos para desenvolver a inflamação. Após esse processo de broncoespasmo, com ou sem a medicação, tende a melhorar os sintomas porque diminui os leucotrienos, prostaglandinas e histamina, porém em paralelo o núcleo citoplasmático do mastócito estará produzindo citocinas inflamatórias que irão chamar eosinófilos para esse local, então Eduarda Gonzalez 6 após algumas horas pode haver uma inflamação no pulmão como uma fase mais tardia a esse processo de alergia. Essa fase mais tardia seria uma reação do tipo 4, porque envolve células, sendo uma resposta celular, não apenas humoral. Dessa forma, uma alergia a camarão por exemplo só vai envolver a reação do tipo 1 vai desenvolver os processos da histamina. Já na rinite, asma, dermatite atópica que são mistas, vão ter a associação do tipo 1 e do tipo 4 e por isso evolui para uma resposta tardia eosinofílica. O eosinófilo está presente nessa resposta TH2 e possui grânulos que liberam proteases que destroem os tecidos e sua função é destruir helmintos e por isso ele é muito potente, mas nesses casos de progressões da resposta, ele irá destruí o pulmão e realizar uma fibrose. Resumo da resposta do tipo 1: 1º contato - Sensibilização: Essa fase não é necessariamente a primeiro contato, pode ocorrer diversos contatos antes de desenvolver essa resposta alérgena, pois ninguém nasce com alergia, ela se desenvolve pela quebra da tolerância. Entrada do alérgeno no epitélio – células dendríticas vão pegar os epítopos e mostrar para as células TCD4 virgens, vai desenvolver uma resposta TH2 que vai ativar linfócitos B a produzir IgE. E essas moléculas de IgE vão estar presentes no sangue o na superfície dos mastócitos. 2º contato - Ativação: O receptor do mastócito após esse processo de sensibilização vai possuir IgE específicos para esse alérgeno e quando o indivíduo é exposto novamente a esse alérgeno, vai ocorrer uma cascata dentro do mastócito, de forma imediata que vai liberar histamina, leucotrieno e prostaglandinas. E pode ocorrer produzir citocinas suficientes para desenvolver a resposta tardia de recrutamento de eosinófilos. Eduarda Gonzalez 7 E pode ser feito um teste de puntura, o Prick test que identifica as reações de hipersensibilidade tipo 1. Esse teste é feito a leitura em 15 minutos para ver se faz uma pápula e isso quer dizer que liberou histamina no local porque a pessoa já tinha IgE previamente Esse tipo de hipersensibilidade irá desenvolver como resposta a produção de IgG contra o antígeno da célula alvo. Sendo uma resposta Humoral TH1 a autoantígenos, que ocorre quando há a quebra de tolerância, e essa quebra de tolerância vai fazer com que a célula dendrítica apresente um autoantígeno ao linfócito T helper naive, e no momento em que ele se encontra com o antígeno, vai desenvolver um reconhecimento desse antígeno e gerar como resposta a resposta TH1 que ativará os linfócitos B a produzir IgG e IgM. A IgG pode induzir uma resposta efetora, ativando o complemento ou no momento em que há essa ligação do antígeno com IgG pode ocorrer a fagocitose. Anemia Hemolítica Autoimune Paciente jovem, muitas vezes criança que quebra a tolerância imunológica e passa a produzir IgG contra os antígenos de superfície de suas próprias hemácias e a partir disso haverá a lise das hemácias e por isso começa a desenvolver um quadro clínico de cansaço, palidez, apresenta mal estar e dispneia. Eduarda Gonzalez 8 Púrpura Trombocitopenica Autoimune Se desenvolve pela quebra de tolerância e por isso começa a produzir IgG contra as proteínas da membrana das plaquetas. Dentro do vaso sanguíneo desse indivíduo que possui essa autoimunidade, a célula alvo será uma hemácia, que está cheia de antígenos de superfície e haverá a ligação do desses antígenos ao IgG, que pode ativar o complemento e desencadear na hemólise da hemácia (por meio do mecanismo de ataque a membrana dessa hemácia e desenvolver sua lise) ou pode ter a ligação desse IgG ao receptor de alta afinidade do macrófago e induzir a fagocitose e essa hemácia será destruída. Quando há a indução da cascata de complemento, os subprodutos que sobram vão servir como quimioatratores, pois vão chamar outras células como os neutrófilos e irá desenvolver uma inflamação e lesão tecidual. Eduarda Gonzalez 9 Penfigo Vulgar: Paciente que apresenta uma autoimunidade por produzir IgG contra proteínas das células epidérmicas. Apresenta bolhas porque a pele começa a descolar. Na imunofluorescência de IgG podemos ver ela corada entre as junções das células. Síndrome de Goodpasture: Produção de IgG contra as proteínas especificas presentes na membrana dos glomérulos dos rins e nos alvéolos dos rins. È uma síndrome que acomete os pulmões e rins. Imunofluorescência evidenciando a presença da IgG depositada nos glomérulos Vasculite Anca: Há a produção de IgG contra as proteínas dos grânulos de neutrófilos e isso causará uma vasculite (inflamação das paredes dos vasos sanguíneos). Febre Reumática Aguda: O antígeno que desencadeia a reação é a bactéria Streptococcus, e essa bactéria está presente em uma amigdalite purulenta de um indivíduo, que vai ter uma reação contra o streptococcus, mas ao fazer isso, vai produzir anticorpos que podem realizar uma reação cruzada contra proteínas próprias do organismo, principalmente proteínas do miocárdio. Eduarda Gonzalez 10 No epitélio da faringe temos o Streptococcus e ele será processado por um macrófago ou APC e será apresentado por uma célula T e essa célula T fara a resposta TH1 e poderá agir diretamente ou ativar linfócitos B a produzirem IgG contra esse anticorpo do patógeno vai reagir de forma cruzada, porque os antígenos são semelhantes, que estão no coração e nas articulações, fazendo com que os anticorpos próprios ataquem o coração e articulação. Anemia Perniciosa: É uma doença autoimune comum em mulheres jovens que começam a apresentar uma anemia megaloblástica devido a uma falta de vitamina B12, que se deve ao fato do organismo começar a produzir um IgG contra o fator intrínseco das células parientais, pois o IgG se liga a essa célula e quando ela se liga, vai inativar a célula parietal e então não terá como absorver a B12. Diabetes insulino-resistente -DM2: Quando ocorre uma produção de IgG contra os receptores de insulina periféricos e esses receptores passam a ser insensíveis, não conseguem se ligar a insulina e por isso desenvolvem a resistência periférica a insulina. Miastenia Grave: Na miastenia Grave há uma produção de anticorpos contra receptores da acetilcolina. Os receptores de acetilcolina estão presente nos músculos e são essenciais para que o músculo possa se contrair, pois no momento em que o neurônio libera a acetilcolina para agir nomúsculo, ela necessita do receptor para se ligar e assim, contrair essa musculatura, mas no caso de ter essa IgG para os receptores de acetilcolina vai ocorrer a inibição desses receptores e então não haverá a ação da acetilcolina. Dessa forma o individuo que apresentar essa doença vai ter fraqueza muscular, não vai conseguir realizar atividades simples. Eduarda Gonzalez 11 Doença de Graves É uma doença que se desenvolve devido a produção de um anticorpo IgG que vai se ligar ao receptor do TSH hiper ativando esse receptor e pode desenvolver o Hipertireoidismo. Resuminho Reação tipo 2 é humoral no perfil TH1 que leva a produção de IgG contra antígenos que estão em algumas células alvo e que podem: Desencadear cascata inflamatória que destroem a célula e tecidos ou pode bloquear / hiperativar esses receptores. Esse tipo de hipersensibilidade é muito parecido com o tipo 2, pois se trata de uma reação com resposta humoral Th1, com produção de IgG, mas o que muda é o antígeno. Pois esse antígeno não está no tecido, ele é solto e circulante. Lúpus É tipo 2 e 3, mas predomina tipo 3 e se trata de uma doença em que ocorre a produção de anticorpos contra o DNA, então toda vez que uma célula é destruída o DNA vai para a circulação, e é normal ocorrer essa destruição de células sem ser nada patológico. Quando esse DNA vai para a circulação e há anticorpos para esse DNA, vai ligar anticorpo- antígeno e esse anticorpo está solto então se for uma pequena quantidade vai circular e o rim limpa, mas se for em grande quantidade o rim não consegue limpar então começa a depositar em todos os locais que tiver Eduarda Gonzalez 12 ultrafiltrado (que significa que é de pequeno calibre e com muita pressão e que tem como intuito a filtração) que são principalmente o rim e as articulações. Que vão ter um ultrafiltrado, por isso são doenças com sintomas mais sistêmicos como artrite, glomerulonefrite, febre, mal estar, além de ter lesões na pele. Glomerulonefrite Pós Estreptocócica: O mesmo streptococo que pode induzir a reação de tipo 2- a febre reumática, pode desencadear uma reação do tipo 3 chamada de glomerulonefrite pós estreptocócica. Essa hipersensibilidade pode ocorrer quando um indivíduo possui uma infecção por essa bactéria e o organismo vai produzir anticorpo contra o IgG. O IgG vai se ligar a esse antígeno e eles vão circular no sangue, na forma de imunocomplexos, que em pequenas quantidades não vão desenvolver prejuízos, mas quando há muitos desses imunocomplexos, eles vão depositar no rim e isso vai ativar cascata inflamatória no glomérulo, desenvolvendo uma inflamação. Quando ocorre essa inflamação, vai reter água e isso vai evoluir por hipertensão e edema. Eduarda Gonzalez 13 Reação de Arthus É uma reação que ocorre após uma vacina subcutânea, devido ao paciente já ser previamente imunizado, então ele já tem altos títulos de anticorpos e há a injeção desse antígeno. Se já era previamente imunizado, já tinha muito IgG, quando injeta de forma subcutânea o antígeno, se já tinha muito anticorpo vai formar complexos imunes e em 12 horas haverá a evolução de uma pápula endurecida no local da aplicação da vacina. Podendo até ter sintomas como artralgia e febre. Nem todas as vacinas vão desenvolver essa reação de Arthus é uma reação grande e dolorosa e por isso as vacinas normalmente apresentam um período para a segunda dose, ou se sabemos que a pessoa teve recentemente a doença deve ter o espaço entre o período da doença para poder tomar a vacina ou se tomou a primeira dose, esperar para tomar a segunda. Doença do Soro Um indivíduo que precisa de transfusão sanguínea constante, pode ocorrer uma sensibilização de um antígeno após diversas transfusões. Pode ocorrer uma reação a essas hemácias transfundidas, pois possuem um antígeno X, que vai desenvolver todo o processo de reconhecimento da APC, apresentação ao T helper que vai ativar os linfócitos B a produzirem uma imunoglobulina. Quando esse indivíduo foi sensibilizado na 5ª transfusão sanguínea e for exposto novamente, com uma 6ª transfusão com esse antígeno X vai ocorrer uma reação. Que pode ser: TH2 ou TH1 Se a resposta for TH2 vai produzir IgE e o indivíduo terá uma reação imediata de prurido, vasodilatação e choque, desenvolvendo uma resposta tipo1, ou pode ocorrer uma reação TH1 e produzir IgG que vai destruir a hemácia, mas se destruir todas hemácias que entram, vai circular antígeno-anticorpo e vai desenvolver quantidades suficientes de depositar e desenvolver a reação do soro, com 1 semana depois. Essa deposição do complexo antígeno anticorpo vai desenvolver essa reação do soro e terá como característica clinica a artralgia, mal estar, febre, artrite e pode até desenvolver glomerulonefrite (mais raramente). Resuminho: Dentro do vaso temos um complexo imune circulando (antígeno -anticorpo) e quando ele deposita na membrana, vai ativar a cascata de complemento, vai fazer trombose. E essa cascata de complemento vai atrair neutrófilos e macrófagos e desenvolve essa lesão do tecido, que ocorre principalmente nas articulações e nos rins. Eduarda Gonzalez 14 O tipo 4 é do tipo celular e tardia, ou seja, as células são efetoras e vão desenvolver lesão celular sem precisar de nenhum anticorpo intermediando. Há 4 tipos de células efetoras que podem lesionar o tecido: • Neutrófilos • Eosinófilos • Linfócitos T • Macrófagos Resposta TH2 predomina Eosinófilo. Resposta TH1 vai predominar linfócitos, macrófagos e neutrófilos. Diabetes melito tipo 1 É classicamente autoimune pois há uma produção contra os antígenos das ilhotas de Langherans do pâncreas e isso destrói essas células e o pâncreas não produz mais insulina e por isso é diabetes insulino dependente. Artrite Reumatoide Normalmente ocorre em mulher jovem que apresenta dores na articulação e sinais flogisticos e apresenta a reação dos linfócitos contra os antígenos da sinóvia (presentes na capsula das articulações) Esclerose múltipla Normalmente em mulheres jovens os linfócitos vão começar a reagir contra uma proteína de membrana da mielina, a proteína básica da mielina. Síndrome de Guillan Barre É muito parecida com a esclerose múltipla, só que ocorre em nervos periféricos, dessa forma ocorre quando os linfócitos começam a reagir contra a proteína P2 da mielina dos nervos periféricos. Normalmente ocorre por essa quebra de tolerância então podemos ter um individuo que teve zika e posteriormente apresenta fraqueza muscular ascendente, isto é, começa no pé e vai até o diafragma e causar insuficiência respiratória e isso ocorre porque esse indivíduo produziu células contra a proteína de mielina de nervos periféricas. Doença intestinal inflamatória: O individuo começa a produzir células contra antígenos do intestino. Eduarda Gonzalez 15 Miocardite autoimune (Coxsakie): Uma criança faz um quadro de Coxsakie, ou seja, fica resfriado e as vezes apresenta diarreia e depois dessa melhora começa a ficar cansado e roxinho e quando avalia descobre que esse paciente está com uma miocardite autoimune. Alergias do tipo IV Dermatite de contato: Há uma sensibilização de antígenos ambientais como níquel presente em bijuteria, látex e demais substancias. Dessa forma há uma apresentação da APC ao linfócito que vai ativar uma resposta celular, então há uma grande concentração de macrófagos desenvolvendo essa resposta celular. Alergia Alimentar: Processo de alergia celular, onde o leite que é o antígeno vai entrar em contato com o intestino e ta atraindo células inflamatórias como eosinófilos e linfócitos para inflamar esse intestino e quando ocorre essa inflamação começa a ter diarreia, ulcera e sangra. Desenvolvendo a: Proctite alérgica, que é mais comum em bebêsque ingerem leite e podem apresentar diarreia com sangue. Alergia a Medicamentos: Pode ocorrer a ingestão de um medicamento como a amoxicilina e desenvolver uma anafilaxia (reação alérgica grave que tem início súbito), ou seja do tipo1, mas ao ingerir esse medicamento pode desenvolver a reação do tipo 4. A reação do tipo 4 vai desenvolver uma inflamação por onde o medicamento passar e pode apresentar um exantema maculo papular (foto ao lado). Eduarda Gonzalez 16 Tuberculose Atrai macrófagos para infiltrar o tecido na tentativa de matar o bacilo, mas acaba destruindo o tecido ao redor, destruindo o parênquima pulmonar Hepatite Os linfócitos TCD8 vai desenvolver o reconhecimento da célula infectada e vai induzir a apoptose das células Vírus Hepatite B e C No caso da esclerose múltipla temos a célula APC vai apresentar o antígeno tecidual da mielina ao linfócito virgem que vai se diferenciar em TH1 e esse TH1 pode: Ativar linfócitos TCD8 que desenvolvem desenvolver a apoptose ou pode ativar macrófagos a fagocitarem e destruir, ou chamar os neutrófilos que vão destruir tudo e inclusive a mielina. Teste Tuberculínico Injeta de forma subcutânea o antígeno e precisa esperar até 3 dias para ler, porque a reação de tipo 4 é tardia. Eduarda Gonzalez 17 Teste de contato É feito um teste com níquel e outras substância para identificar a que substâncias esse indivíduo possui hipersensibilidade. E esse avaliado 3 dias depois se houve reação para saber se tem dermatite de contato. • Reação exacerbada a um microrganismo TIPO 4 (hepatite A e tuberculose). • Autoimunidade, reagindo a um antígeno próprio (Tipo 2,3 e 4). • Reação a um antígeno ambiental (Alergias tipo 1-mediada IgE ou Tipo 4- Mediado por células). Eduarda Gonzalez 18 A.C.F., 31 anos, sexo feminino, caucasiana, empresária, 3º. Grau. Sem antecedentes pessoais relevantes, pai com HAS e mãe DM, filho saudável. QP: Visão dupla há um mês e desequilíbrio importante ao levantar-se há 2 dias Relata há 1 mês sentir dificuldade em elevar as pálpebras ou olhar para cima sustentadamente, diplopia, parestesia em membros, evoluiu com desequilíbrio importante ao levantar-se há 2 dias. Ao exame neurológico, a paciente apresentava ptose bilateral com limitação bilateral da supra e infraversão conjugada e da convergência ocular, com nistagmo multidirecional na supraversão e noção de diplopia. Prova de Romberg e marcha instáveis. Sem déficits motores ou sensitivos aparentes. A paciente foi então encaminhada novamente ao serviço de urgência de Neurologia, internada com diagnóstico provável de “Esclerose Múltipla”. Os exames laboratoriais revelaram bandas oligoclonais positivas no líquido cefalorraquidiano e negativas no soro. O estudo radiológico com RMN apresentou múltiplas áreas de hipersinal em DP, T2 e T2 Flair dispersas pelo andar supratentorial, atingindo a substância branca dos hemisférios cerebrais de localização periventricular (algumas perpendiculares ao corpo caloso e envolvendo o esplênio à direita) e subcortical, cápsulas internas, mesencéfalo, bolbo à esquerda e cordão medular no plano de D10-D11. 1) QUAL A FISIOPATOLOGIA ENVOLVIDA NA DOENÇA SUGERIDA COMO HIPÓTESE DIAGNÓSTICA PARA A PACIENTE? Poderia se pensar em miastenia grave, mas a miasteria tem comprometendo motor, mas nesse caso podemos ver que tem um comprometimento de pares cranianos, tem limitação na movimentação ocular, nistagmo, diplopia, alteração de equilíbrio então condiz com pares cranianos e até mesmo com região do cerebelo. Sendo como hipótese principal a esclerose multiplica, porque ela atua realizando diferentes focos inflamatórios e onde inflama tem sintomas correspondentes. O que podemos avaliar nos exames de imagem? Eduarda Gonzalez 19 Na analise de liquido com esclerose múltipla podemos ver um aumento da celularidade por conta do infiltrado inflamatório e tem uma proteína importante, que precisa ser solicitada quando há a suspeita de esclerose múltipla, por isso no exame deve solicitar “com pesquisa de bandas oligloclonais” e isso no caso de uma pessoa com esclerose vai mostrar os linfócitos B super produzindo um tipo de imunoglobulina específica. Na ressonância da ver vários sinais de hiper sinal, que são correspondentes a essas zonas de inflamação e de desmielinização, predominantemente na substancia branca porque se trata de mielina, que estão nos axônios e por isso localizados na região de substancia branca. 2) QUEM SÃO OS ANTÍGENOS ENVOLVIDOS? QUAIS TIPOS DE REAÇÕES IMUNOLÓGICAS ESTÃO ENVOLVIDAS? QUEM SÃO AS CÉLULAS EFETORAS? ESCLEROSE MÚLTIPLA: É a doença Neurológica mais comum dos adultos jovens, uma doença neurodegenerativa, mas ela difere muito do Parkinson e Alzheimer, pois nessas doenças há uma alteração metabólica que fez um novo antígeno surgir, seja pela quebra do peptídeo beta amiloide ou pelo dobramento errado da proteína TAU ou alfa-sinucleína. Dessa forma a alteração inicial dessas doenças é metabólica que desenvolve a resposta imunológica, mas a esclerose múltipla não tem nenhum produto novo que foi metabolizado, a proteína sempre esteve na mielina, mas o próprio organismo vai quebrar a intolerância e vai produzir anticorpos e células contra esse antígeno, a essa proteína da bainha de mielina, por isso é uma doença autoimune que vai desenvolver uma inflamação da substancia branca do SNC, levando a uma desmielinização. Autoimunidade -> Inflamação da substância branca do SNC → Desmielinização Geralmente será uma mulher jovem que fará Surto-remissão. Ou seja, vai ter os sintomas de forma brusca pela inflamação, mas depois mesmo sem medicação, essa inflamação vai regredindo e passa a ter uma remissão, então geralmente a pessoa consegue recuperar boa parte das funções, porque consegue produzir nova mielina. Porém, conforme o processo vai seguindo, a tendencia é que vai tendo dano neuronal e nos axônios e isso não permitir que tenha mais esse processo de surto remissão, já vai ter a doença Progressiva. Como toda doença alto-imune, há um componente genético e ambiental. AMBIENTAL: Tem agentes que podem ser desencadeadores como: • Infecções virais (vírus Epstein Barr). • Níveis baixos de vitamina D prolongadamente. • Exposição ao tabagismo. • Obesidade. • Contato com solventes orgânicos. É uma reação de autoimunidade por desenvolver uma resposta a antígenos próprios e que predomina uma reação do tipo 4, celular, mas tem muito anticorpo e por isso também tem uma resposta tipo 2. Eduarda Gonzalez 20 Resuminho: O antígeno da mielina vai ser apresentado pela APC ao TCD4 virgem, que vai ser ativado e vai desenvolver uma resposta TH1 e TH17, induzindo as citocinas do perfil TH1 (IL2, TNF, IFN), e essa resposta TH1 ativa muitos macrófagos e o TH17 ativa neutrófilos, e ambos vão atuar destruindo a bainha de mielina. Pode ocorrer a resposta humoral por indução do TH1, então ativa os linfócitos B a produzirem IgG 3) QUAIS ALVOS TERAPÊUTICOS VOCÊ SUGERIRIA? O tratamento será por meio do uso de anti-inflamatórios, imunossupressores. Na fase aguda é usado o corticoide (imunossupressor) e na fase crônica deve ser usado drogas imunossupressoras com menos efeitos colaterais.
Compartilhar