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Regime Jurídico dos Servidores Públicos - Direito Administrativo

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Administração p/ Polícia Civil-DF (escrivão) – 
Parte de Direito Administrativo. Teoria e 
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AULA 02: Servidores Públicos. 
 
 
SUMÁRIO 
1) INTRODUÇÃO À AULA 02 2 
2) REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES PÚBLICOS 2 
A. ESTABILIDADE, ESTÁGIO PROBATÓRIO E PERDA DO CARGO 3 
B. FORMAS DE PROVIMENTO DOS CARGOS PÚBLICOS 7 
C. VACÂNCIA 14 
D. REMOÇÃO 14 
E. REDISTRIBUIÇÃO 15 
F. SUBSTITUIÇÃO 16 
3) DIREITOS E VANTAGENS DOS SERVIDORES PÚBLICOS 17 
A. VENCIMENTO E REMUNERAÇÃO 18 
B. VANTAGENS 18 
C. INDENIZAÇÕES 19 
D. GRATIFICAÇÕESE ADICIONAIS 21 
E. FÉRIAS 22 
F. LICENÇAS 23 
G. AFASTAMENTOS E CONCESSÕES 26 
4) REGIME DISCIPLINAR 28 
4.1 DOS DEVERES 29 
4.2 DAS PROIBIÇÕES 30 
4.3 DA ACUMULAÇÃO 31 
4.4 DAS PENALIDADES 35 
5) DAS RESPONSABILIDADES 42 
5.1 RESPONSABILIDADE CIVIL 43 
5.2 RESPONSABILIDADE PENAL 43 
5.3 RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA 44 
6) PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR 45 
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7) RESUMO DA AULA 62 
8) QUESTÕES 71 
9) REFERÊNCIAS 78 
 
 
1) Introdução à aula 02 
 
Bem vindos à nossa aula 02 de Administração para o concurso 
Polícia Civil-DF (escrivão). Nesta aula 02, abordaremos a matéria 6.4 
Regime jurídico dos servidores públicos federais: admissão, demissão, 
concurso público, estágio probatório, vencimento básico, licença, 
aposentadoria. 
Como você pode observar, o conteúdo é bem extenso. Será que o 
examinador irá cobrar tudo isso? 
É, meus caros, se ele quiser ele pode cobrar! O pior é isso! 
Sugiro que você tenha aberto, ao lado desta aula, o texto da Lei nº 
8.112/90, pois é impossível dar todos os detalhes da 8.112/90 em uma 
aula. Pegamos aqui os pontos mais importantes e os mais cobrados em 
concursos, mas como a lei é cheia de detalhes, não tenha preguiça de 
ler todo o seu texto. 
Não se esqueça que, ao final, você terá um resumo da aula e as 
questões tratadas ao longo dela. Use esses pontos da aula na véspera 
da prova! 
Chega de papo, vamos a luta! 
 
2) Regime Jurídico dos Servidores Públicos 
 
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A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão 
instituir, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e 
planos de carreira para os ser da Administração Pública direta, das 
autarquias e das fundações públicas. Veja o art. 39 da CF: 
 
 
 
Esse dispositivo havia sido alterado pela EC 19/98, para afirmar 
que não era obrigatório o regime jurídico único. O Supremo Tribunal 
Federal, contudo, suspendeu o novo dispositivo para manter a redação 
original da Constituição, conforme transcrito acima. 
As leis editadas no período compreendido entre a promulgação da 
EC 19/98 e a declaração de inconstitucionalidade pelo STF devem ser 
consideradas válidas, pois o Supremo Tribunal decidiu com efeitos ex 
nunc, ou seja, a decisão de inconstitucionalidade proferida pelo STF não 
anula as leis editadas anteriormente com fundamento na redação do 
art. 39 dada pela EC 19/98. 
O regime jurídico único dos servidores civis da União é regulado 
pela Lei n. 8.112/90. 
Já abordamos diversos assuntos dessa lei quando tratamos do 
regime constitucional dos servidores. Agora falaremos da 8.112/90 de 
forma específica. 
 
a. Estabilidade, estágio probatório e perda do cargo 
 A estabilidade tem como finalidade principal assegurar aos 
ocupantes de cargos públicos de provimento efetivo uma expectativa 
de permanência no serviço público, desde que adequadamente 
cumpridas suas atribuições. 
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no 
âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para 
os servidores da administração pública direta, das autarquias e das 
fundações públicas. 
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 A partir da EC nº 19/1998, a estabilidade passou a ser conferida 
somente após três anos de efetivo exercício. 
 ATENÇÃO!!! Somente os servidores titulares de cargos de 
provimento efetivo nomeados em virtude de concurso público 
podem adquirir estabilidade. O exercício de cargos em comissão 
não gera direito a estabilidade. 
 A partir da EC nº 19/1998, passou a ser condição para a aquisição 
da estabilidade a aprovação do servidor em uma avaliação especial de 
desempenho feita por comissão instituída para esse fim (art. 42, §4º, 
CF). OBS: o STJ já teve oportunidade de decidir que é 
pressuposto dessa avaliação especial de desempenho o efetivo 
exercício do cargo, não se computando períodos de afastamento. 
 ATENÇÃO!!! A partir do acréscimo desse §4º ao art. 41, CF, 
pela EC nº 19/98, podemos afirmar que não existe mais no 
Brasil a possibilidade de aquisição de estabilidade por mero 
decurso de prazo, como anteriormente era a regra. 
 Em resumo, a partir da EC nº 19/98, passaram a ser requisitos 
concomitantes para aquisição de estabilidade: 
1. concurso público; 
2. cargo público de provimento específico; 
3. três anos de efetivo exercício; 
4. aprovação em avaliação especial de desempenho por comissão 
instituída para essa finalidade. 
A respeito da perda do cargo, a partir da EC nº 19/98, verifica-
se que passam a ser 4 as hipóteses de rompimento não voluntário do 
vínculo funcional do servidor já estável: 
1. sentença judicial transitada em julgado; 
2. processo administrativo com ampla defesa; 
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3. insuficiência de desempenho, verificada mediante avaliação 
periódica, na forma de lei complementar, assegurada ampla 
defesa; 
4. excesso de despesa com pessoal. 
A dispensa por excesso de despesa com pessoal pode ser feita 
indiscriminadamente? 
Não! Somente se as medidas de redução, em pelo menos 20%, 
das despesas com cargos em comissão e funções de confiança e de 
exoneração dos servidores não estáveis não forem suficientes para 
assegurar a adequação das despesas aos limites fixados na lei 
complementar poderá, então, o servidor estável perder o cargo, desde 
que ato normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a 
atividade funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto da 
redução de pessoal. 
Nesse caso, conceder-se-á ao servidor exonerado uma 
indenização correspondente a um mês de remuneração por ano de 
serviço e torna-se obrigatória a extinção do cargo por ele ocupado,vedando-se a criação de cargo, emprego ou função com atribuições 
iguais ou assemelhadas pelo prazo de 4 anos. 
O estágio probatório e a estabilidade são institutos jurídicos 
distintos. A estabilidade é um direito constitucional para quem possui 
cargo público efetivo e será adquirida após três anos de efetivo 
exercício. A aprovação no estágio probatório é um dos requisitos para 
aquisição da estabilidade, não se confundindo os institutos. 
 No estágio probatório são realizadas avaliações periódicas para 
avaliar se o servidor se adaptou ao serviço público ou não. 
O Superior Tribunal de Justiça (MS 12.523) sedimentou o 
entendimento de que o período do estágio probatório deve ser o 
mesmo da estabilidade, ou seja, 3 (três) anos. 
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 Se o servidor for reprovado no estágio probatório (ou 
experimental), caberá exoneração de ofício, desde que assegurado ao 
interessado o direito de defesa, consoante entendimento consagrado 
pelo STF (AI 623854). 
 
 
1. (CESPE – 2013 – TRT10ª região- Técnico Judiciário) Os 
servidores ocupantes de cargo em comissão, declarado em lei de livre 
nomeação e exoneração, desde que não ocupem também cargo efetivo, 
submetem-se ao regime geral de previdência social. 
O Art. 40, § 13 dispõe que: Ao servidor ocupante, exclusivamente, 
de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração 
bem como de outro cargo temporário ou de emprego público, aplica-se 
o regime geral de previdência social. 
Chamamos atenção para o fato de que o regime próprio de 
previdência dos servidores públicos, no âmbito das pessoas federativas, 
abrange tão só os ocupantes de cargos EFETIVOS, ou seja, não alcança 
os que ocupem, EXCLUSIVAMENTE, cargos em comissão ou 
temporários, que estarão ligados ao Regime GERAL de Previdência 
Social. 
Item Correto! 
 
2. (ESAF/Analista Administrativo/ANA/2009) O servidor 
habilitado em concurso público e empossado em cargo de 
provimento efetivo adquirirá estabilidade no serviço público ao 
completar 2 anos de efetivo exercício. 
Você não vai errar essa, por favor! 
Vimos que exige-se 3 anos para adquirir a estabilidade no serviço 
público. Item errado. 
 
Questão de 
concurso 
 
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b. Formas de provimento dos cargos públicos 
 Provimento é o ato administrativo por meio do qual é preenchido 
o cargo público, com a designação de seu titular. Os cargos públicos 
podem ser de provimento efetivo ou de provimento em comissão. 
A Lei n° 8.112/90 afirma que são requisitos básicos para a 
investidura em cargo público: 
 a nacionalidade brasileira; 
 o gozo dos direitos políticos; 
 a quitação com as obrigações militares e eleitorais; 
 o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo; 
 a idade mínima de dezoito anos; 
 aptidão física e mental. 
Com a leitura atenta desses requisitos básicos, você pode me 
fazer duas perguntas: E o exame psicotécnico, não é requisito, 
professor? E os estrangeiros, podem ser servidores públicos? 
A primeira pergunta tem sua resposta na Súmula nº 686 do STF, 
segundo a qual, só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a 
habilitação de candidato a cargo público. Assim, se não houver previsão 
legal de que para entrar naquele cargo será necessário realizar o 
psicotécnico, o órgão não poderá incluir esse exame dentre as fases do 
concurso. 
Com relação ao estrangeiro, em regra, ele não pode ocupar 
cargos públicos. A lei só ressalva a situação do professor, técnico ou 
cientista nas universidades e instituições de pesquisa científica e 
tecnológica federais. 
Ainda com relação ao provimento, não podemos nos esquecer da 
situação dos portadores de deficiências. Quanto a eles, o art. 37, 
VIII, da Constituição Federal, dispõe que a lei reservará percentual dos 
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cargos e empregos públicos para essas pessoas e definirá os critérios de 
sua admissão. 
A Lei nº 8.112/90 prevê esse percentual da seguinte forma, em 
seu art. 5º: 
 
 
 
 Veja que a lei autoriza a reserva de até 20% das vagas aos 
portadores de necessidades especiais. 
 Para a Súmula nº 377 do STF, o portador de visão monocular tem 
direito de concorrer, em concurso público, às vagas reservadas aos 
deficientes. 
E qual ato que caracteriza a investidura do servidor, professor? É 
nomeação, a posse ou o exercício? 
A investidura em cargo público ocorrerá com a posse (art. 7º da 
Lei n° 8.112/90). A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, 
no qual deverão constar as atribuições, os deveres, as 
responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado, que não 
poderão ser alterados unilateralmente, por qualquer das partes, 
ressalvados os atos de ofício previstos em lei. 
Contudo, muita atenção, só se pode falar em posse nos casos de 
provimento de cargo por nomeação (nas demais formas de 
provimento não há posse). 
Aqui você já deve ir se preparando, meu amigo, não para o 
concurso, mas para saber o que você deverá fazer depois que for 
aprovado! 
Depois de sua nomeação, publicada no diário oficial, você terá 
30 dias para tomar posse. Descumprido esse prazo, a sua nomeação 
 § 2o Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se 
inscrever em concurso público para provimento de cargo cujas 
atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras; 
para tais pessoas serão reservadas até 20% (vinte por cento) das 
vagas oferecidas no concurso. 
 
 
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será tornada sem efeito. Se você quiser, você poderá passar uma 
procuração específica para alguém fazer isso por você (mas você não 
vai perder esse gostinho, não é?) 
No ato da posse, o você deverá apresentar declaração de bens e 
valores que constituem seu patrimônio e declaração quanto ao exercício 
ou não de outro cargo, emprego ou função pública. 
Além disso, antes de tomar posse você deverá se submeter a uma 
inspeção médica oficial. Você só vai ser empossado se for julgado apto 
física e mentalmente para o exercício do cargo. 
Depois da nomeação e da sua posse, você vai entrar em 
exercício. No exercício, você vai, efetivamente, meter a mão na 
massa! 
O prazo para você entrar em exercício será de 15 dias, contados 
da data da posse. 
E se você descumprir esse prazo? 
Meu amigo, aí você fará a maior ca.... de sua vida! Pois o servidor 
que não cumpre o prazo para entrar em exercício é exonerado do 
cargo (ou tornada sem efeito a designação paraa função de 
confiança). 
No caso daquele que foi designado para função de confiança, o 
exercício não é em 15 dias, mas no mesmo dia da publicação do ato de 
designação. 
Assim, temos a seguinte sequência para o provimento em cargo 
efetivo: 
 
 
 
Concurso – nomeação – 30 dias para posse – posse – 15 dias 
para exercício – exercício. 
 
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 Aprofundando no estudo do provimento, devemos estudar ainda 
que ele pode ser originário ou derivado. 
1. Provimento ORIGINÁRIO: preenchimento de classe inicial 
de cargo não decorrente de qualquer vínculo anterior entre o 
servidor e a administração. Para os cargos efetivos, depende 
sempre de aprovação prévia em concurso público de provas ou 
de provas e títulos. A única forma de provimento originário é a 
nomeação. 
2. Provimento DERIVADO: preenchimento de cargo decorrente 
de vínculo anterior entre o servidor e a administração. Nesse 
caso, não há concurso público ou nomeação. As formas de 
provimento derivado são: promoção, readaptação, reversão, 
aproveitamento, reintegração e recondução (cada uma delas 
será abordada abaixo). 
O provimento ainda pode ser classificado, quanto à sua 
durabilidade, em efetivo, vitalício e em comissão. 
1. Provimento EFETIVO: faz-se em cargo público, mediante 
nomeação por concurso público, assegurando ao servidor, após 
3 anos de exercício, o direito de permanência no cargo 
(estabilidade), do qual só pode ser destituído por sentença 
judicial, por processo administrativo em que seja assegurada 
ampla defesa ou por procedimento de avaliação periódica de 
desempenho, também assegurado o direito de ampla defesa. 
2. Provimento VITALÍCIO: faz-se em cargo público, mediante 
nomeação, assegurando ao funcionário o direito à permanência 
no cargo, do qual só pode ser destituído por sentença judicial 
transitada em julgado. OBS: somente é possível com 
relação a cargos que a Constituição Federal define como 
de provimento vitalício, uma vez que a vitaliciedade 
constitui exceção à regra geral da estabilidade. 
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Na CF/88, são vitalícios os cargos dos membros da 
Magistratura, do Tribunal de Contas e do Ministério Público. 
3. Provimento EM COMISSÃO: faz-se mediante nomeação para 
cargo público, independentemente de concurso e em caráter 
transitório. Somente é possível com relação aos cargos que a 
lei declara de provimento em comissão. 
Nesse ponto, importante a análise da Súmula nº 685 do STF: 
 
 
 
Diante da redação dessa súmula, duas outras formas de 
provimento derivado anteriormente previstas, a ascensão e a 
transferência, foram extintas. Veja, nesse sentido, a atual redação 
do art. 8º da Lei n° 8.112/90: 
Art. 8o São formas de provimento de cargo público: 
I - nomeação; 
II - promoção; 
III - ascensão;(Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) 
IV - transferência; (Execução suspensa pela RSF nº 46, de 1997) (Revogado 
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) 
V - readaptação; 
VI - reversão; 
VII - aproveitamento; 
VIII - reintegração; 
IX - recondução. 
 
Hoje fala-se também na inconstitucionalidade da transposição 
(alteração de denominação do cargo para equiparar a outro cargo de 
categoria superior), por essa mesma razão. 
Nos termos da jurisprudência do STF, é possível ao servidor 
estável aprovado para outro cargo, dentro do período de estágio 
probatório, optar pelo retorno ao antigo cargo, se assim desejar. 
STF Súmula nº 685 É inconstitucional toda modalidade de provimento 
que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso 
público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira 
na qual anteriormente investido. 
 
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Veja alguns tipos de provimento . Analisaremos cada um deles: 
 Nomeação: É a forma exclusiva de provimento originário. 
Podendo ser em caráter de comissão, tornando dispensável o 
concurso público. Ou pode ser por precedido de concurso, onde 
terá caráter efetivo. Com relação ao concurso, você deve se 
lembrar de que ele terá validade de até 2 anos, podendo ser 
prorrogado uma única vez, por igual período, e não se abrirá 
novo concurso enquanto houver candidato aprovado em 
concurso anterior com prazo de validade não expirado. 
 Promoção: Refere-se ao progresso do servidor, ingressando 
numa posição mais elevada que a anteriormente ocupava. 
 Readaptação: Ocorre na situação em que o servidor ocupa 
cargo distinto do anterior, por ter adquirido alguma debilidade, 
necessitando de um novo cargo que se adeque a sua limitação. 
A readaptação será efetivada em cargo de atribuições afins, 
respeitada a habilitação exigida, nível de escolaridade e 
equivalência de vencimentos e, na hipótese de inexistência de 
cargo vago, o servidor exercerá suas atribuições como 
excedente, até a ocorrência de vaga. 
 Reintegração: Quando o servidor estável é demitido é 
comprova que a sua demissão não foi valida (seja por decisão 
judicial ou administrativa), retornando a sua atividade, com 
ressarcimento de todas as vantagens que possuía 
anteriormente. Na hipótese de o cargo ter sido extinto quando 
do retorno, o servidor ficará em disponibilidade. Se o cargo já 
estiver provido, o seu eventual ocupante será reconduzido ao 
cargo de origem, sem direito à indenização ou aproveitado em 
outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade (perceba que 
o privilégio é para aquele que está sendo reintegrado!). 
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 Aproveitamento: Quando o servidor estável retorna a sua 
atividade e recebe os seus vencimentos conforme o seu cargo 
anterior que por algum motivo foi considerado extinto, ou de 
atribuição inapropriada. Será tornado sem efeito o 
aproveitamento e cassada a disponibilidade se o servidor não 
entrar em exercício no prazo legal, salvo doença comprovada 
por junta médica oficial. 
 Reversão: é o retorno à atividade de servidor aposentado por 
invalidez, quando junta médica oficial declarar insubsistentes 
os motivos da aposentadoria. É também o retorno à atividade 
do servidor estável, aposentado voluntariamente, que tenha 
requerido a reversão e desde que haja cargo vago, a 
aposentadoria tenha ocorrido nos 5 anos anteriores à 
solicitação e seja de interesse da administração 
 Recondução: A lei define de forma bem clara: 
 
 
 
 
 
3. (CESPE - 2012 - ANCINE - Técnico Administrativo) A 
investidura em cargo público ocorrerá com a nomeação do 
servidor,após aprovação em concurso público. 
Atenção!!! A investidura em cargo público ocorrerá com a posse 
(art. 7º da Lei n° 8.112/90). 
Gabarito:Errado. 
 
Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo 
anteriormente ocupado e decorrerá de: 
I - inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo; 
II - reintegração do anterior ocupante. 
 
Questão de 
concurso 
 
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4. (CESPE - 2012 - ANCINE - Técnico Administrativo) Após a 
investidura no cargo, se realizar tarefas além daquelas relacionadas ao 
seu cargo, o servidor poderá solicitar ao seu superior hierárquico 
alteração das suas atribuições, independentemente de manifestação 
favorável, em relação ao pleito, de autoridade maior. 
Como já falamos, a posse dar-se-á pela assinatura do respectivo 
termo, no qual deverão constar as atribuições, os deveres, as 
responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado, que não 
poderão ser alterados unilateralmente, por qualquer das partes, 
ressalvados os atos de ofício previstos em lei. 
Gabarito: Errado. 
 
c. Vacância 
De acordo com a visão Di Pietro “É o fato administrativo-funcional 
que indica que determinado cargo público não está provido, ou em 
outras palavras está sem titular.” O servidor, por não ocupar mais o seu 
cargo, torna-o vago, colocando a disposição de outra pessoa. Exemplos 
de vacância seria a exoneração, a demissão, a 
promoção(considerando, por óbvio, o cargo anteriormente ocupado), 
readaptação, aposentadoria, posse em outro cargo não passível de 
acumulação e o falecimento. 
 
d. Remoção 
Nesse instituto o servidor permanece com o seu cargo, porém é 
deslocado para praticar os atos de sua função em outra unidade do 
mesmo quadro, podendo ser em local distinto ou não. Exemplo: O 
servidor da agência do INSS de Brasília pode ser removido para a 
agência do INSS de Chapecó em Santa Catarina. 
A remoção poderá ser de ofício ou a pedido. ATENÇÃO: NÃO 
CONFUNDA REMOÇÃO COM TRANSFERÊNCIA. 
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Quando de ofício a Administração Pública, com ou sem 
consentimento do servidor, remove o servidor tendo em vista o seu 
próprio interesse. Quando a pedido nem sempre a conveniência da 
Administração Pública é observada, são os casos do art.36, III da lei 
8.112/90: 
 Art. 36. Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no 
âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede. 
 III - a pedido, para outra localidade, independentemente do interesse da 
Administração: 
 a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor público civil 
ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal 
e dos Municípios, que foi deslocado no interesse da Administração; 
b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou dependente 
que viva às suas expensas e conste do seu assentamento funcional, 
condicionada à comprovação por junta médica oficial; 
c) em virtude de processo seletivo promovido, na hipótese em que o número 
de interessados for superior ao número de vagas, de acordo com normas 
preestabelecidas pelo órgão ou entidade em que aqueles estejam lotados. 
 
e. Redistribuição 
É quando o cargo – seja ele efetivo, ocupado ou vago – é 
deslocado para outro órgão ou entidade do mesmo Poder. Podemos 
confirmar esse trecho do artigo 37 da Lei 8112/1990: 
Art. 37. Redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento efetivo, 
ocupado ou vago no âmbito do quadro geral de pessoal, para outro órgão ou 
entidade do mesmo Poder, com prévia apreciação do órgão central do 
SIPEC, observados os seguintes preceitos: 
I - interesse da administração; 
II - equivalência de vencimentos; 
III - manutenção da essência das atribuições do cargo 
IV - vinculação entre os graus de responsabilidade e complexidade das 
atividades; 
V - mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação profissional; 
VI - compatibilidade entre as atribuições do cargo e as finalidades 
institucionais do órgão ou entidade. 
 
A redistribuição é basicamente para que o serviço público seja 
prestado de forma adequada, de forma que a necessidade de serviços 
na Administração seja suprida. 
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Atenção!!! A redistribuição não é forma de provimento e não é 
obrigatório que servidor ocupante seja estável. 
 
f. Substituição 
Veja o que nos diz a lei 8112/90: 
 
 
 
Assim a substituição é algo temporário. O substituto assumirá o 
cargo assim que ele estiver vago. Você está se perguntando, como fica 
o cargo do servidor que assumiu essa substituição? E ainda com qual 
renda ele ficará? 
Pode ficar tranquilo que o legislador pensou em tudo. Os cargos 
serão cumulativos, não haverá prejuízo para o cargo que ocupa. O §1º 
descreve: 
 
 
 
 
Nos casos acima marcados o servidor deverá optar qual 
remuneração será cabível. 
 
 
5. (CESPE – 2013 – TRF2ª região – Juiz Federal – questão 
adaptada). Na administração pública direta, é possível estabelecer 
regimes jurídicos diversos no mesmo órgão, ou seja, regimes celetista e 
Art. 38. Os servidores investidos em cargo ou função de direção ou chefia 
e os ocupantes de cargo de Natureza Especial terão substitutos indicados 
no regimento interno ou, no caso de omissão, previamente designados 
pelo dirigente máximo do órgão ou entidade. 
§ 1o O substituto assumirá automática e cumulativamente, sem prejuízo 
do cargo que ocupa, o exercício do cargo ou função de direção ou chefia e 
os de Natureza Especial, nos afastamentos, impedimentos legais ou 
regulamentares do titular e na vacância do cargo, hipóteses em que 
deverá optar pela remuneração de um deles durante o respectivo período. 
Questão de 
concurso 
 
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estatutário, sendo que, para isso, a lei deverá observar a natureza, o 
grau de responsabilidade e complexidade dos cargos. 
Antes da EC 19/1998 o art. 39 caput da CF estabelecia o regime 
jurídico único dos servidores públicos da União (Administração Direta), 
das autarquias e das fundações públicas federais. A União optou pelo 
regime jurídico estatutário, por isso os empregos públicos (regime 
contratual, trabalhista) nelas existentes, foram transformados em 
cargos públicos na data de publicação da 8.112/90. A EC 19/1998 
“modificou” a redação do art. 39 caput passando a ser possível mais de 
um regime jurídico, editando a lei 9.962/2000 que previa a contratação 
de empregados públicos. PORÉM, essa modificação docaput teve sua 
eficácia suspensa pelo STF a partir de agosto de 2007, voltando a 
vigorar a redação original que exige que sejam admitidos sob 
único regime jurídico os agentes públicos da Administração 
Direta, autarquias e fundações públicas de cada um dos entes 
federados. 
Gabarito: Errado. 
 
 
3) Direitos e vantagens dos Servidores Públicos 
 
 
Além de estarem previstos na Constituição Federal, os direitos dos 
servidores públicos estão previstos também na lei de regimes jurídicos 
dos servidores públicos, a Lei 8.112/90. 
Dentre os direitos dos servidores públicos estão as férias, 
licenças, vencimento ou remuneração, a aposentadoria entre outros que 
falaremos adiante. 
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a. Vencimento e remuneração 
Vencimento, nos termos do art. 40 da Lei 8112/90, é a retribuição 
pecuniária pelo exercício de cargo público. Muito cuidado meus 
caros!!!É vedada a prestação de serviços gratuitos, salvo os previstos 
em lei. Confira o dispositivo da Lei 8112/90: 
 
 
A Lei 8112/90 conceitua ainda, no art.41, a remuneração como o 
vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias 
permanentes estabelecidas em lei. 
O destaque especial que o legislador faz sobre a remuneração 
está no §5º do dispositivo citado, vejamos: 
 
 
b. Vantagens 
Vejamos o que dizHely Lopes Meirelles em sua classificação: 
“Vantagens pecuniárias são acréscimos ao vencimento do servidor, 
concedidas a título definitivo ou transitório, pela decorrência do tempo 
de serviço (ex facto temporis), ou pelo desempenho de funções 
especiais (ex facto officii), ou em razão das condições anormais em que 
se realiza o serviço (propter laborem), ou, finalmente, em razão de 
condições pessoais do servidor (propter personam). As duas primeiras 
espécies constituem os adicionais (adicionais de vencimento e adicionais 
de função), as duas últimas formam a categoria das gratificações de 
serviço e gratificações pessoais).” 
Consideramos vantagens os acréscimos ao vencimento base por 
consequência de algum fato que dá direito ao servidor ao seu 
recebimento. 
Art. 4o É proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os casos 
previstos em lei. 
 § 5o Nenhum servidor receberá remuneração inferior ao salário mínimo. 
 
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De uma forma bem simplificada Marcelo Alexandrino e Vicente 
Paulo ainda classificam: “como qualquer valor recebido que não se 
enquadre na definição de vencimento.” 
E quais são essas vantagens? 
Vale a leitura do artigo 49: 
Art. 49. Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as seguintes 
vantagens: 
I - indenizações; 
II - gratificações; 
III - adicionais. 
 
Seguiremos a ordem de classificação dada pela lei de regime 
jurídico dos servidores públicos: 
 
c. Indenizações 
As indenizações não fazem parte da remuneração e nem de 
nenhum provento. É o que diz a lei 8112/90. 
São espécies de indenizações: 
1. Ajuda de custo 
Art. 53. A ajuda de custo destina-se a compensar as despesas de instalação 
do servidor que, no interesse do serviço, passar a ter exercício em nova sede, 
com mudança de domicílio em caráter permanente, vedado o duplo 
pagamento de indenização, a qualquer tempo, no caso de o cônjuge ou 
companheiro que detenha também a condição de servidor, vier a ter exercício 
na mesma sede. 
 
 
O que podemos ter como lição? Primeiro que a Administração 
deverá ter interesse no serviço, e segundo que a mudança de 
domicílio deverá ser permanente. 
É englobado pela ajuda de custoas despesas de transporte do 
servidor e inclusive da sua família, compreendendo passagem, bagagem 
e bens pessoais. Não pense você que não há limite para a ajuda de 
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custo. Esta não poderá exceder a importância correspondente a 3 
(três) meses da remuneração do servidor. 
E se o servidor não se apresentar na nova sede pelo prazo de 30 
dias, este ficará obrigado a restituir a ajuda de custo. 
Por fim se o servidor vier a falecer na nova sede, à sua família 
pelo pra de 1 ano é assegurado a ajuda de custo e transporte para o 
retorno ao seu lar de origem. 
E àquele que não é servidor da União, mas acaba sendo nomeado 
para cargo em comissão, ele recebe ajuda de custo? 
Sim, meus caros, nos termos do seguinte dispositivo da Lei nº 
8.112/90: 
 
 
2. Diárias 
Confiram a redação do art. 58 da Lei n. 8.112/90: 
 
 
 
Importante ressaltar que as diárias são de caráter eventual e 
transitório. 
Caso o servidor, por qualquer motivo, não se afaste da sede ou 
ainda retorne antes do previsto, deverá restituir as diárias no prazo de 
5 dias. 
3. Indenização de transporte 
 
 
 
Art. 58. O servidor que, a serviço, afastar-se da sede em caráter eventual 
ou transitório para outro ponto do território nacional ou para o exterior, 
fará jus a passagens e diárias destinadas a indenizar as parcelas de 
despesas extraordinária com pousada, alimentação e locomoção urbana, 
conforme dispuser em regulamento. 
Art. 60. Conceder-se-á indenização de transporte ao servidor que realizar 
despesas com a utilização de meio próprio de locomoção para a execução 
de serviços externos, por força das atribuições próprias do cargo, 
conforme se dispuser em regulamento. 
 Art. 56. Será concedida ajuda de custo àquele que, não sendo servidor da 
União, for nomeado para cargo em comissão, com mudança de domicílio. 
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Ressalta-se que o meio de transporte deverá ser próprio. 
4. Auxílio moradia 
 
 
 
Esta só será acrescida até 8 anosde uso do auxílio por parte do 
servidor. O valor deste auxílio não pode ultrapassar os 25% (vinte e 
cinco por cento) da remuneração do Ministro do Estado. 
 
 
6. (CESPE - 2011 - CNPQ - Analista em Ciência e Tecnologia) O 
auxílio-moradia deve ser concedido a servidor público federal que, 
entre outros requisitos, tenha se mudado do local de residência 
para ocupar cargo em comissão ou função de confiança do grupo 
direção e assessoramento superiores (DAS), níveis 4, 5 e 6, de 
natureza especial, de ministro de Estado ou equivalentes. 
Veja o que dispõe o artigo 60 -B, V, da Le 8112/90: 
 “Art. 60-B.Conceder-se-á auxílio-moradia ao servidor se atendidos os 
seguintes requisitos 
V - o servidor tenha se mudado do local de residência para ocupar cargo em 
comissão ou função de confiança do Grupo-Direção e Assessoramento 
Superiores - DAS, níveis 4, 5 e 6, de Natureza Especial, de Ministro deEstado 
ou equivalentes.” 
 
 
Item correto. 
 
d. Gratificaçõese adicionais 
Ao tratarmos das gratificações e dos adicionais, vemos que 
eles podem fazer parte da remuneração e poderão incorpora-se aos 
proventos ou vencimentos. São eles: 
Art. 60-A. O auxílio-moradia consiste no ressarcimento das despesas 
comprovadamente realizadas pelo servidor com aluguel de moradia ou com 
meio de hospedagem administrado por empresa hoteleira, no prazo de um 
mês após a comprovação da despesa pelo servidor. 
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Art. 61. Além do vencimento e das vantagens previstas nesta Lei, serão 
deferidos aos servidores as seguintes retribuições, gratificações e adicionais: 
I - retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e assessoramento; 
II - gratificação natalina; 
III - adicional por tempo de serviço; (revogado) 
IV - adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas ou penosas; 
 V - adicional pela prestação de serviço extraordinário; 
 VI - adicional noturno; 
 VII - adicional de férias; 
 VIII - outros, relativos ao local ou à natureza do trabalho. 
 IX - gratificação por encargo de curso ou concurso. 
 
Observe que não há mais o adicional por tempo de serviço no 
estatuto, ou seja, não existem mais os famosos “anuênios” e 
“quinquênios” na Lei nº 8.112/90. 
 
e. Férias 
Como já falamos é o período descanso remunerado concedido ao 
funcionário público. O servidor tem direito a 30 dias de férias anuais, 
podendo ser divididas em até três etapas se o servidor assim requerer. 
A regra é que as férias sejam gozadas, porém, se houver necessidade 
de serviço, as férias poderão ser acumuladas em até dois períodos. 
 
 
7. (CESPE - 2011 - TRE-ES - Técnico Judiciário) O gozo de 
férias do servidor pode ser interrompido, entre outros motivos, por 
convocação de júri, serviço eleitoral ou por necessidade do serviço 
declarada pela autoridade máxima do órgão ou entidade em que o 
servidor desempenhe suas funções. 
As férias somente poderão ser interrompidas por motivo de 
calamidade pública, comoção interna, convocação para júri, serviço 
militar ou eleitoral, ou por necessidade do serviço declarada pela 
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autoridade máxima do órgão ou entidade. Conforme o artigo 80 da Lei 
8.112. Item certo. 
 
f. Licenças 
 Nas licenças o servidor poderá receber os seus vencimentos ou 
não, dependerá da licença. O art. 81 da Lei 8112/90 elenca as 
possibilidades de concessão das férias. Vejamos: 
 
Art. 81. Conceder-se-á ao servidor licença: 
I - por motivo de doença em pessoa da família; 
II - por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro; 
III - para o serviço militar; 
IV - para atividade política; 
V - para capacitação 
VI - para tratar de interesses particulares; 
VII - para desempenho de mandato classista. 
 
 
 
ATENÇÃO! Observe que não há mais a licença-prêmio por 
assiduidade! 
Comentaremos as principais para que você não erre na sua prova. 
1. Licença por motivo de doença em pessoa da família 
Professor, quem afinal pertence a família? 
A lei dispõe que poderá ser cônjuge ou companheiro, os pais, os 
filhos, o padrasto ou madrasta e enteado, ou dependente que viva a 
suas expensas e conste do seu assentamento funcional, mediante 
comprovação por perícia médica oficial. 
Essa licença deverá ser concedida quando indispensável a 
assistência direta e ainda essa não puder ser substituída por mais 
ninguém. Para que não tenha prejuízo na remuneração a licença poderá 
ser concedida, a cada período de 12 meses, desde que não ultrapasse 
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60 dias (consecutivos ou não). Ou sem remuneração pelo período de 90 
dias (consecutivos ou não). 
Cuidado!!A licença para tratamento de saúde de pessoa da família 
do servidor, com remuneração, que exceder a 30 (trinta) dias em 
período de 12 (doze) meses, será contada tão somente para efeito de 
aposentadoria e disponibilidade. 
2. Licença por motivo de afastamento do cônjuge 
Nessa espécie de licença o período não terá nenhum efeito. A 
licença não terá prazo pré-determinado e ainda será sem 
remuneração. 
Trata-se do afastamento para acompanhar cônjuge ou 
companheiro que foi deslocado para outro ponto do território nacional, 
para o exterior ou para o exercício de mandato eletivo dos Poderes 
Executivo e Legislativo. 
3. Licença para o serviço Militar 
Quem irá condicionar será a legislação específica. Porém, mesmo 
após o término desta licença o servidor terá 30 dias para retornar ao 
cargo.Durante esses 30 dias não receberá remuneração. Esse período 
será contado como efetivo exercício. 
4. Licença para atividade política 
Essa licença pode ser concedida com e sem remuneração. 
Será concedida sem remuneraçãono período que mediar entre a 
sua escolha em convenção partidária, como candidato a cargo eletivo, e 
a véspera do registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral. 
Será concedidacom remuneração a partir do registro da 
candidatura e até o décimo dia seguinte ao da eleição.Somente pelo 
período de três meses será paga a remuneração. 
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ATENÇÃO!!! Poderá ser concedida a servidor em estágio 
probatório. 
5. Licença para capacitação 
Assim nos diz a Lei 8112/90: 
 
 
 
 
Ou seja, a cada cinco anos essa licença poderá ser concedida. 
Esse período não será acumulável. Será contado como efetivo exercício 
para efeito na contagem do tempo de serviço. 
6. Licença para tratar de interesses particulares 
O destaque dessa licença é que o servidor efetivo não poderá 
estar em estágio probatório.Será concedida por discricionariedade 
da Administração, podendo ser interrompida se assim for interesse do 
Estado. A temporariedade será de até três anos. 
 
 
8. (CESPE - 2011 - TCU - Auditor Federal de Controle Externo) 
A administração pode deferir pedido de licença sem remuneração, 
por até três anos consecutivos, a servidor público ocupante de 
cargo efetivo que esteja no segundo ano do estágio probatório, se 
a licença for para tratar de interesses particulares. 
Não será concedida a licença por interesse particular ao servidor 
em estágio probatório. Item errado. 
 
7. Licença para desempenho de mandato classista 
Art. 87. Após cada qüinqüênio de efetivo exercício, o servidor poderá, no 
interesse da Administração, afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a 
respectiva remuneração,por até três meses, para participar de curso de 
capacitação profissional. 
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Será concedida sem remuneração, devendo o cargo ser de 
direção ou representação e ainda que a entidade seja cadastrada no 
órgão competente. Terá a mesma duração do mandato podendo ser 
prorrogado uma única vez. Não poderá fruir dessa licença o servidor em 
estágio probatório. 
 
 
 
9. (CESPE - 2011 - STM - Analista Judiciário) Servidor público 
federal que esteja cumprindo o período de estágio probatório pode 
obter licença para exercer mandato classista em um sindicato. 
Não poderá fruir dessa licença o servidor em estágio probatório!!! 
Item errado. 
 
g. Afastamentos e concessões 
 Observando da mesma forma que exposta na Lei 8112/90 (art.93 
a 96) temos: 
O afastamento poderá ser, conforme a lei: 
1. Art.93-Afastamento para servir a outro órgão ou entidade ; 
2. Art.94-Afastamento para exercício de mandato eletivo 
3. Arts.95 e 96-Afastamento para estudo ou missão no exterior; 
4. Art. 96-A- Afastamento para participação em programa de pós- 
graduação stricto sensu no País 
Por fim, a lei regulamenta as seguintes concessões aos servidores 
públicos civis no âmbito da União: 
Art. 97. Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor ausentar-se do serviço: 
I - por 1 (um) dia, para doação de sangue; 
II - por 2 (dois) dias, para se alistar como eleitor; 
III - por 8 (oito) dias consecutivos em razão de : 
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a) casamento; 
b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou padrasto, filhos, 
enteados, menor sob guarda ou tutela e irmãos. 
Art. 98. Será concedido horário especial ao servidor estudante, quando 
comprovada a incompatibilidade entre o horário escolar e o da repartição, 
sem prejuízo do exercício do cargo. 
§ 1o Para efeito do disposto neste artigo, será exigida a compensação de 
horário no órgão ou entidade que tiver exercício, respeitada a duração 
semanal do trabalho 
§ 2o Também será concedido horário especial ao servidor portador de 
deficiência, quando comprovada a necessidade por junta médica oficial, 
independentemente de compensação de horário. 
§ 3o As disposições do parágrafo anterior são extensivas ao servidor que 
tenha cônjuge, filho ou dependente portador de deficiência física, exigindo-se, 
porém, neste caso, compensação de horário na forma do inciso II do art. 44 
§ 4o Será igualmente concedido horário especial, vinculado à compensação 
de horário a ser efetivada no prazo de até 1 (um) ano, ao servidor que 
desempenhe atividade prevista nos incisos I e II do caput do art. 76-A desta 
Lei. 
Art. 99. Ao servidor estudante que mudar de sede no interesse da 
administração é assegurada, na localidade da nova residência ou na mais 
próxima, matrícula em instituição de ensino congênere, em qualquer época, 
independentemente de vaga. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo estende-se ao cônjuge ou 
companheiro, aos filhos, ou enteados do servidor que vivam na sua 
companhia, bem como aos menores sob sua guarda, com autorização judicial. 
 
 
 
 
 
 
10. (CESPE - 2012 - TRE-RJ - Técnico Judiciário) Aos servidores 
públicos civis da União são assegurados alguns dos direitos sociais 
garantidos aos trabalhadores em geral, como a licença-paternidade. 
Não poderia terminar em assunto sem apontar aversão 
Constitucional sobre esse tema. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gabarito: Certo. 
Questão de 
concurso 
 
Art. 39, § 3º, CRFB/88: § 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo 
público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, 
XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos 
diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir. 
Assim: 
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei; 
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4) Regime Disciplinar 
 
Se você já teve contato com o direito administrativo, você sabe 
que a Administração goza do poder disciplinar. 
O poder disciplinar é um poder-dever que cabe à Administração de 
examinar infrações cometidas por servidores públicos e demais 
pessoas com vínculo jurídico específico, sujeitas à disciplina 
administrativa. Podendo ainda aplicar penalidades se necessário após 
a devida averiguação dos fatos. 
Esse poder disciplinar está intimamente ligado ao poder 
hierárquico. No momento em que à administração exerce o controle 
interno das pessoas a ela vinculadas, exerce o poder disciplinar em uma 
relação decorrente do poder hierárquico. 
Nos contratos administrativos regidos pela Lei nº 8.666/93 não há 
hierarquia. Apesar das cláusulas exorbitantes nos contratos 
administrativos, a Administração e o particular contratado não se 
situam em uma relação de subordinação. 
Contudo, as bancas vêm adotando cegamente o posicionamento 
doutrinário de Vicente de Paulo e Marcelo Alexandrino de que as 
sanções administrativas a que se sujeitam os contratados decorrem do 
poder disciplinar, uma vez que este seria “um vínculo jurídico 
específico”. 
Por isso, fique atento: para concurso, o poder disciplinar 
fundamenta as sanções aplicadas nos contratos administrativos. 
CUIDADO: Quando o assunto é a aplicação de pena para crimes e 
contravenções próprias do Código Penal pelo Poder Judiciário, não há 
manifestação do poder disciplinar. Nesse caso, o poder público está 
exercendo poder punitivo do Estado e não o poder disciplinar. 
A Lei 8.112/90 dispõe, em linhas gerais, como deve ser exercido 
esse poder disciplinar com relação ao servidor público. 
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O regime disciplinar encontra previsão no título IV da Lei 8.112. 
Os seus capítulos dispõem: Capítulo I- Dos Deveres; II- Das Proibições; 
III- Da acumulação; IV- Das Responsabilidades; V- Das Penalidades. 
Veremos a seguir cada um desses capítulos: 
 
4.1 Dos Deveres 
Com relação aos deveres, vale a transcrição do art. 116 da Lei 
8.112/90: 
Art. 116. São deveres do servidor: 
I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo; 
II - ser leal às instituições a que servir; 
III - observar as normas legais e regulamentares; 
IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais; 
V - atender com presteza: 
a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as 
protegidas por sigilo; 
b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou 
esclarecimento de situações de interesse pessoal; 
c) às requisições paraa defesa da Fazenda Pública. 
VI - levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades de que 
tiver ciência em razão do cargo; (Vide Lei nº 12.527, de 2011) 
VII - zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público; 
VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição; 
IX - manter conduta compatível com a moralidade administrativa; 
X - ser assíduo e pontual ao serviço; 
XI - tratar com urbanidade as pessoas; 
XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder. 
PRESTE BEM ATENÇAO PARA O DEVER INSERTO NO INCISO 
IV: CUMPRIR AS ORDENS SUPERIORES, EXCETO QUANDO 
MANIFESTAMENTE ILEGAIS. 
E se o servidor receber uma ordem ilegal o que ele deve fazer? 
O servidor não deverá cumpri-la e, além disso, neste momento 
também aparece o dever do servidor de representar contra o superior 
que lhe deu a ordem. 
Cada um dos deveres violados terá uma sanção. 
 
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4.2 Das Proibições 
Além dos deveres, a Lei n. 8.112/90 arrola várias proibições. 
Estas são específicas e a lei comina a sanção que deverá ser aplicada 
caso o agente incorra em cada uma delas. 
Vejamos a classificação das proibições com modelo semelhante ao 
proposto por Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo: 
1. Proibições que acarretam advertência (a numeração foi 
feita de acordo com a posição dos incisos): 
 Art. 117. Ao servidor é proibido: 
I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do 
chefe imediato; 
II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer 
documento ou objeto da repartição; 
III - recusar fé a documentos públicos; 
IV - opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou 
execução de serviço; 
V - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição; 
VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, 
o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu 
subordinado; 
VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação 
profissional ou sindical, ou a partido político; 
VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, 
cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil; 
XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado. 
 
2. Proibições que se infringidas têm por consequência a 
suspensão: 
Art. 117. Ao servidor é proibido: 
XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, 
exceto em situações de emergência e transitórias; 
XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o 
exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho; 
Lembre-se que, nos casos de reincidência em que o servidor já 
foi penalizado com a advertência, a suspenção poderá ser aplicada. 
Além disso, a suspensão é de aplicação residual, ou seja, se não 
houver previsão de outra penalidade, a suspensão deve ser aplicada. 
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3. Poderá ocasionar a demissão 
 Art. 117. Ao servidor é proibido: 
IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em 
detrimento da dignidade da função pública; 
X - participar de gerência ou administração de sociedade privada, 
personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na 
qualidade de acionista, cotista ou comanditário;XI - atuar, como procurador 
ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de 
benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, 
e de cônjuge ou companheiro; 
XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer 
espécie, em razão de suas atribuições; 
XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro; 
XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas; 
XV - proceder de forma desidiosa; 
XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou 
atividades particulares; 
 
4.3 Da acumulação 
A regra geral é a vedação à acumulação. Assim, somente nas 
hipóteses expressamente previstas no texto constitucional será ela 
lícita, mesmo assim, quando houver compatibilidade de horários. 
 A vedação só existe quando ambos os cargos, empregos ou 
funções forem remunerados. As exceções somente admitem dois 
cargos, empregos ou funções, inexistindo qualquer hipótese de tríplice 
acumulação, a não ser que uma das funções não seja remunerada. 
 A proibição de acumular estende-se a empregos e funções e 
abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de 
economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou 
indiretamente, pelo poder público. 
 Quando houver compatibilidade de horários, é possível 
acumular: 
1. Dois cargos de PROFESSOR; 
2. Um cargo de PROFESSOR com outro, TÉCNICO OU 
CIENTÍFICO; 
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3. Dois cargos ou empregos PRIVATIVOS DE 
PROFISSIONAIS DE SAÚDE, com profissões 
regulamentadas. 
O servidor que acumular licitamente dois cargos efetivos, quando 
investido em cargo de provimento em comissão, ficará afastado de 
ambos os cargos efetivos, salvo na hipótese em que houver 
compatibilidade de horário e local com o exercício de um deles, 
declarada pelas autoridades máximas dos órgãos ou entidades 
envolvidos. 
Importante notar a existência, no texto constitucional, de outras 
hipóteses em que é lícita a acumulação remunerada, a saber: 
1. Permissão de acumulação para os VEREADORES; 
2. Permissão para os JUÍZES exercerem o MAGISTÉRIO; 
3. Permissão para os MEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO 
exercerem o MAGISTÉRIO. 
A proibição de acumular é a mais ampla possível, abrangendo, 
salvo as exceções constitucionalmente previstas, qualquer agente 
público remunerado em qualquer poder ou esfera da Federação. 
Quanto ao tratamento dado à percepção simultânea de 
remuneração e de proventos de aposentadoria, o art. 37, §10, da 
Constituição Federal, prevê que é vedada a percepção simultânea 
de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos 
arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função 
pública, RESSALVADOS (ou seja, nas hipótese a seguir será possível 
a acumulação de aposentadorias): 
1. os cargos acumuláveis na forma desta Constituição; 
2. os cargos eletivos; e 
3. os cargos em comissão declarados em lei de livre 
nomeação e exoneração. 
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Como se vê, um juiz pode ter a aposentadoria de seu cargo de 
juiz e uma de magistério, pois são cargos acumuláveis na atividade. 
Além disso, entende-se que a soma dessas aposentadoriasnão pode ser 
superior ao TETO. 
ATENÇÃO!!! Não se enquadram na proibição de acumulação 
de proventos com remuneração os proventos recebidos em 
decorrência de aposentadoria obtida pelo regime geral de 
previdência (RGPS), de que trata o art. 201 da Constituição. 
 
 
11. (CESPE – 2013 – TRF2ª região – Juiz Federal – questão 
adaptada). É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, 
exceto quando, havendo compatibilidade de horários, caracterizar-se 
uma das seguintes situações: dois cargos ou empregos privativos de 
profissionais de saúde; dois cargos de professor; ou um cargo de 
professor com outro de natureza técnica ou científica. 
Nessa questão o Cespe foi um pouco maldoso! O Erro da questão é 
muito sutil. O Art 37 CF XVI dispõe: é vedada a acumulação 
remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver 
compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no 
inciso XI: 
a) a de dois cargos de professor; 
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; 
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de 
saúde, com profissões regulamentadas. 
O item então está incorreto. 
12. (CESPE - 2011 - TCU - Auditor Federal de Controle Externo) 
Servidor público que ocupe cargo de médico na administração direta da 
União e cargo de professor em uma universidade pública federal, ambos 
Questão de 
concurso 
 
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remunerados, pode, havendo compatibilidade de horários entre as 
atividades, ocupar outro cargo público remunerado de médico, desde 
que esse cargo se situe no âmbito da administração de um estado-
membro, do Distrito Federal ou de um município. 
Em nenhuma das hipóteses que estudamos é possível acumular 
três cargos. Tal hipótese não está prevista na Constituição. Item 
errado. 
13. (FMP-RS - 2011 - TCE-RS - Auditor Público Externo – 
Administração) No que concerne aos servidores públicos civis, 
segundo a Constituição Federal, assinale a 
alternativa INCORRETA. 
a) A investidura em cargo público depende de aprovação prévia 
em concurso público de provas ou de provas e títulos, de 
acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou 
emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as 
nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre 
nomeação e exoneração. 
b) As funções de confiança, exercidas exclusivamente por 
servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em 
comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos 
casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, 
destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e 
assessoramento. 
c) Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos 
brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, 
assim como aos estrangeiros, na forma da lei. 
d) É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, em 
qualquer hipótese. 
e) A proibição de acumular cargos públicos estende-se a 
empregos e funções e abrange autarquias, fundações, 
empresas públicas, sociedades de economia mista, suas 
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subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou 
indiretamente, pelo poder público. 
 
A alternativa incorreta é a letra d. Segundo o art. 37 inc. XVI - é 
vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, 
quando houver compatibilidade de horários, observado em 
qualquer caso o disposto no inciso XI. 
 
 
4.4 Das Penalidades 
O servidor estará sujeito às penalidades sempre que descumprir 
suas obrigações e faltar com seus deveres. Devendo ser observado o 
processo disciplinar cabível. 
O artigo 127 prevê as penalidades disciplinares: 
 
 
 
 
 
 
 
O direito ao contraditório e ampla defesa deverá sempre ser 
observado. E ainda, o administrador não poderá inovar em sanções a 
serem aplicadas no servidor, tal dispositivo é numerusclausus. 
Você deve ter observado que há uma discricionariedade no grau 
de aplicação da pena, por isso sempre será analisado a natureza e a 
gravidade da infração cometida, bem como o princípio da 
proporcionalidade. 
Art. 127. São penalidades disciplinares: 
I - advertência; 
II - suspensão; 
III - demissão; 
IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade; 
V - destituição de cargo em comissão; 
VI - destituição de função comissionada. 
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É claro que a discricionariedade não atenua a obrigação da 
Administração de punir o servidor ou aquele que tem vinculo jurídico 
específico com a Administração quando esta tomar conhecimento do 
fato. 
Vamos a cada uma das penalidades? 
a) ADVERTÊNCIA: será aplicada nos casos que já citamos, 
em situações que são incabíveis penalidades mais graves. Destacamos 
ainda que a advertência será por escrito, e ficará no banco de dados 
do servidor sendo cancelada após 3 anos de efetivo exercício. 
Confira o art. 129 da Lei 8.112/90: 
 
 
 
Estudamos as situações descritas nas proibições dos servidores. 
b) SUSPENSÃO: será cabível nos casos de reincidência nos 
casos em que a advertência foi aplicada, além das situações já tratadas. 
O servidor poderá ser suspenso por no máximo 90 dias. 
A lei nos traz um caso específico de suspensão. Vamos conferir? 
 
 
 
 
 
Quando for conveniente ao serviço público, a penalidade de 
suspensão poderá ser convertida em multa, na base de 50% 
(cinqüenta por cento) por dia de vencimento ou remuneração, ficando o 
servidor obrigado a permanecer em serviço (art. 130, §2º). 
 Art. 129. A advertência será aplicada por escrito, nos casos de 
violação de proibição constante do art. 117, incisos I a VIII e XIX, e de 
inobservância de dever funcional previsto em lei, regulamentação ou 
norma interna, que não justifique imposição de penalidade mais grave. 
Art. 130 § 1oSerá punido com suspensão de até 15 (quinze) dias o 
servidor que, injustificadamente, recusar-se a ser submetido a inspeção 
médica determinada pela autoridade competente, cessando os efeitos da 
penalidade uma vez cumprida a determinação. 
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Essa hipótese é menos prejudicial ao servidor, uma vez que no 
período da suspensão ele fica sem receber os seus vencimentos. 
CUIDADO! Dentre as penalidades expostas no art. 127 da Lei 
8.112/90 não existe a “pena de multa”, a multa será aplicada somente 
no caso de conversão da suspensão. 
O cancelamento do registro da suspensão só se dará após 5 anos 
de efetivo exercício. O cancelamento, contudo, não tem efeitos 
retroativos.Mais uma vez, isso deve ficar claro: o servidor não receberá 
remuneração no período da suspensão tampouco o tempo de suspensão 
será computado como tempo de serviço. 
c) DEMISSÃO: Neste caso não há cancelamento do registro da 
pena, o servidor perde o seu vinculo com a Administração e deixa de 
prestar o serviço público. Vimos acima que só uma proibição enseja a 
demissão se descumprida. 
Contudo, você deve estar atento ao art. 132 da Lei 8.112/90, que 
prevê diversas outras situações em que será aplicada a pena de 
demissão. Confira: 
Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes casos: 
I - crime contra a administração pública; 
II - abandono de cargo; 
III - inassiduidade habitual; 
IV - improbidade administrativa; 
V - incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição; 
VI - insubordinação grave em serviço; 
VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em 
legítima defesa própria ou de outrem; 
VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos; 
IX - revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo; 
X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional; 
XI - corrupção; 
XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas; 
XIII - transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117. 
 
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Dessa forma, a demissão está vinculada a uma das situações 
específicas. Repito: A pena de demissão é um ato vinculado, ou seja, 
ocorrida uma das hipóteses descritas no quadro, o julgador deve aplicar 
a sanção de demissão – ele não tem escolha! 
Nesse sentido, vale a transcrição do entendimento do Superior 
Tribunal de Justiça sobre o tema: 
3. "A Administração Pública, quando se depara com situações em que 
a conduta do investigado se amolda nas hipóteses de demissão ou 
cassação de aposentadoria, não dispõe de discricionariedade para 
aplicar pena menos gravosa por tratar-se de ato vinculado" (MS 
15.517/DF, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Seção, DJe 
18.2.2011). No mesmo sentido: MS 16.567/DF, Rel. Ministro Mauro 
Campbell Marques, Primeira Seção, DJe 18.11.2011). No mesmo 
sentido: MS 15.951/DF, Rel. Ministro Castro Meira, Primeira Seção, DJe 
27.9.2011. 
Segurança denegada. 
(MS 12.200/DF, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, PRIMEIRA SEÇÃO, 
julgado em 28/03/2012, DJe 03/04/2012) 
d) Cassação de aposentadoria ou indisponibilidade: Será 
aplicada no caso do inativo que houver cometido, na atividade, falta 
punível com a demissão. 
e) Destituição de cargo em comissão: será aplicada ao não 
ocupante de cargo efetivo nos casos de infração sujeita às penalidades 
de suspensão e de demissão (Art. 135 da Lei 8.112/90). 
Por fim, com relação às penalidades você deve atentar-se para o 
disposto no art. 137 da Lei nº 8.112/90: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Esse dispositivo informa que, no caso de demissão ou a destituição 
de cargo em comissão, por ter o servidor valido do cargo para lograr 
Art. 137. A demissão ou a destituição de cargo em comissão, por 
infringência do art. 117, incisos IX e XI, incompatibiliza o ex-servidor para 
nova investidura em cargo público federal, pelo prazo de 5 (cinco) anos. 
Parágrafo único. Não poderá retornar ao serviço público federal o servidor 
que for demitido ou destituído do cargo em comissão por infringência do 
art. 132, incisos I, IV, VIII, X e XI. 
 
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proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função 
pública, e por atuar, como procurador ou intermediário, junto a 
repartições públicas, incompatibiliza o ex-servidor para nova investidura 
em cargo público federal, pelo prazo de 5 (cinco) anos. 
Lembre-se que não é considerada infração administrativa se o 
servidor atuar como procurador ou intermediário para obter benefícios 
previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de 
cônjuge ou companheiro 
Ademais, o servidor público federal não poderá mais integrar 
qualquer cargo público federal se foi demitido ou destituído do cargo em 
comissão se foi demitido por: 
 crime contra a administração pública; 
 improbidade administrativa; 
 aplicação irregular de dinheiros públicos; 
 lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio 
nacional; 
 corrupção; 
Perceba que o servidor criminoso, ímprobo, corrupto ou aquele que 
causou lesão aos cofres públicos não poderá retornar ao serviço público 
se foi demitido ou destituído do cargo em comissão. 
Não podemos encerrar este tópico sem mencionar que não é uma 
penalidade, mas encontra previsão da Lei nº 8.112/90 o 
afastamento preliminar. 
Esse afastamento é uma medida cautelar adotada pela 
Administração que afasta o servidor de suas funções, pelo prazo de até 
60 dias (pode ser prorrogado por uma só vez), para que ele não 
influa na apuração da irregularidade cometida por ele. 
ATENÇÃO: Nesse período, o servidor continua recebendo! 
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Veja como esses temas são cobrados pelo CESPE: 
 
 
14. (CESPE- 2010 - TCU - Auditor Federal de Controle Externo) 
Em processo administrativo disciplinar, a remoção de ofício de um 
servidor pode ser utilizada como forma de punição. 
A Lei 8.112/90 nos fala que são penalidades disciplinares: 
 
Art. 127. São penalidades disciplinares: 
I - advertência; 
II - suspensão; 
III - demissão; 
IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade; 
V - destituição de cargo de comissão; 
VI - destituição de função comissionada. 
 
 
Observe que a remoção não está entre as penalidades! 
Gabarito: Errado. 
 
15. (CESPE - 2011 - FUB - Analista de Tecnologia da Informação 
– Básicos) A conversão da penalidade de suspensão em multa, na base 
de 50% por dia de vencimento ou remuneração, poderá ocorrer na 
hipótese de o servidor permanecer obrigatoriamente na repartição e 
quando houver conveniência para a prestação do serviço. 
Vimos acima que a multa não é uma pena prevista na Lei nº 
8.112/90, mas a Administração pode converter a pena de suspensão 
em multa de 50% por dia de vencimento, desde que haja conveniência 
para a prestação do serviço e o servidor deve permanecer trabalhando 
na repartição (art. 130, § 2º: “Quando houver conveniência para o 
serviço, a penalidade de suspensão poderá ser convertida em multa, na 
base de 50% (cinqüenta por cento) por dia de vencimento ou 
remuneração, ficando o servidor obrigado a permanecer em serviço”). 
Questões de 
concurso 
 
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Gabarito: Certo 
 
16. (CESPE - 2011 - STM - Técnico

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