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LISTA DE EXERCÍCIOS (PARNASIANISMO) (2º ANO) “Diferentemente do Realismo e do Naturalismo, que se voltavam para o exame e para a crítica da realidade, o Parnasianismo representou na poesia um retorno ao clássico, com todos os seus ingredientes: o princípio do belo na arte, a busca do equilíbrio e da perfeição formal. Os parnasianos acreditavam que o sentido maior da arte reside nela mesma, em sua perfeição, e não na sua relação com o mundo exterior.” (CEREJA; MAGALHÃES, 1999, p. 334). 01 - Sobre o Parnasianismo, assinale a alternativa CORRETA. a) Os maiores expoentes do Parnasianismo, na poesia e na prosa, ocuparam-se da literatura indianista, na qual exaltavam a dignidade do nativo e a beleza superior da paisagem tropical. b) Um exemplo de poesia parnasiana é a obra Suspiros poéticos e saudade, de Gonçalves de Magalhães, na qual o poeta anuncia a revolução literária, libertando-se dos modelos românticos, considerados ultrapassados. c) Os parnasianos consideravam que certos princípios românticos, como a simplicidade da linguagem, valorização da paisagem nacional, emprego de sintaxe e vocabulário mais brasileiros, sentimentalismo, tudo isso ocultava as verdadeiras qualidades da poesia. d) Tomás Antônio Gonzaga e Cláudio Manoel da Costa exemplificam a tendência de uma poesia pura, indiferente às contingências históricas, com sátira à mestiçagem e elogio à nobreza local. Gab: C Leia: Os parnasianos brasileiros se distinguem dos românticos pela atenuação da subjetividade e do sentimentalismo, pela ausência quase completa de interesse político no contexto da obra e pelo cuidado da escrita, aspirando a uma expressão de tipo plástico. (Antonio Candido. Iniciação à literatura brasileira, 2010. Adaptado.) 02 - A referida “atenuação da subjetividade e do sentimentalismo” está bem exemplificada na seguinte estrofe do poeta parnasiano Alberto de Oliveira (1859-1937): a) Quando em meu peito rebentar-se a fibra, Que o espírito enlaça à dor vivente, Não derramem por mim nem uma lágrima Em pálpebra demente. b) Erguido em negro mármor luzidio, Portas fechadas, num mistério enorme, Numa terra de reis, mudo e sombrio, Sono de lendas um palácio dorme. c) Eu vi-a e minha alma antes de vê-la Sonhara-a linda como agora a vi; Nos puros olhos e na face bela, Dos meus sonhos a virgem conheci. d) Longe da pátria, sob um céu diverso Onde o sol como aqui tanto não arde, Chorei saudades do meu lar querido – Ave sem ninho que suspira à tarde. – e) Eu morro qual nas mãos da cozinheira O marreco piando na agonia… Como o cisne de outrora… que gemendo Entre os hinos de amor se enternecia. Gab: B 03 - Assinale a afirmação INCORRETA acerca do movimento literário parnasiano. a) Foi o livro Poesias, de Olavo Bilac, publicado em 1882, que marcou o início do Parnasianismo brasileiro. b) Enquanto a poesia romântica dava maior valor à inspiração do que ao acabamento formal, o Parnasianismo atribuiu grande valor à estética do texto. c) Em virtude da preocupação com a forma do poema - que se refletia na precisão das palavras, na riqueza das rimas e no respeito pelas regras de composição poética - o trabalho do poeta parnasiano comumente é comparado ao de um ourives ou escultor. d) O movimento parnasiano tem suas raízes na França, com a publicação, em 1866, da antologia poética O Parnaso Contemporâneo. e) Quanto à mulher, a poesia parnasiana a vê sob o prisma da sensualidade e do erotismo, privilegiando a descrição de seus aspectos físicos. Gab: A O excerto a seguir faz parte do soneto “A um poeta”, escrito por Olavo Bilac, um dos expoentes do Parnasianismo no Brasil. Longe do estéril turbilhão da rua, Beneditino escreve! No aconchego Do claustro, na paciência e no sossego, Trabalha e teima, e lima, e sofre, e sua! Mas que na forma se disfarce o emprego Do esforço: e trama viva se construa De tal modo, que a imagem fique nua Rica mas sóbria, como um templo grego […] (Fonte: BILAC, Olavo. A um poeta. In: Tarde. Disponível em: <http://www.luso-poemas.net/modules/news03/article.php? storyid=504>. Acesso em: 20 set. 14.) 04 - O poema tematiza, de modo central, algumas características da estética parnasiana, quais sejam: a) a impessoalidade e a objetividade no tratamento da realidade. b) o emprego de linguagem rebuscada e a preferência por formas fixas. c) a exploração da mitologia grega e da cultura clássica, que se manifestam na comparação da arte a um templo grego (segunda estrofe). d) a valorização da estética e a busca da perfeição formal, exprimindo o fazer poético no verso Trabalha e teima, e lima, e sofre, e sua!. e) a valorização da subjetividade e da emoção, em oposição ao racionalismo. Gab: D Leia o poema A cavalgada, de Raimundo Correia. A lua banha a solitária estrada... Silêncio!... Mas além, confuso e brando, O som longínquo vem-se aproximando Do galopar de estranha cavalgada. São fidalgos que voltam da caçada; Vêm alegres, vêm rindo, vêm cantando, E as trompas a soar vão agitando O remanso da noite embalsamada... E o bosque estala, move-se, estremece... Da cavalgada o estrépito que aumenta Perde-se após no centro da montanha... E o silêncio outra vez soturno desce, E límpida, sem mácula, alvacenta A lua a estrada solitária banha... O texto do crítico Sergius Gonzaga refere-se a características da obra de Raimundo Correia, também perceptíveis no poema da questão. “Raimundo Correia é um dos poetas mais ligados aos padrões do movimento __________. Alguns críticos valorizam nele o __________, muitas vezes acrescido de uma __________ que __________”. (GONZAGA, Sergius. Curso de Literatura Brasileira. Adaptado.) 05 - A alternativa que completa as lacunas do excerto adequadamente é: a) simbolista – grande potencial para a construção de imagens – euforia – dá vida ao culto à forma b) parnasiano – sentimentalismo nos conflitos humanos – subjetividade – subverte o mero culto à forma c) romântico – pendor à idealização da natureza – força – espiritualiza o humano d) simbolista – poder sugestivo da construção simbólica – musicalidade – valoriza a forma e o conteúdo e) parnasiano – sentido plástico de suas descrições da natureza – melancolia – humaniza a paisagem Gab: E Considere o poema Inefável em seu contexto, e leia as afirmativas que seguem. Nada há que me domine e que me vença Quando a minh’alma mudamente acorda... Ela rebenta em flor, ela transborda Nos alvoroços da emoção imensa. Sou como um Réu de celestial sentença, Condenado do Amor, que se recorda Do Amor e sempre no Silêncio borda De estrelas todo o céu em que erra e pensa. Claros, meus olhos tornam-se mais claros E tudo vejo dos encantos raros E de outras mais serenas madrugadas! Todas as vozes que procuro e chamo Ouço-as dentro de mim porque eu as amo Na minha alma volteando arrebatadas I. A subjetividade, a sugestão no conteúdo e um cultivo à técnica formal revelam características da obra de um dos poetas mais importantes da escola simbolista. II. Substantivos comuns grifados com maiúsculas, a obsessão pelo claro, pela cor branca, são marcas do poeta Cruz e Souza. III. As aliterações são também um traço típico da obra deste poeta, perceptíveis no poema “Inefável”. IV. Característica típica do simbolismo, o eu lírico neste poema sofre fisicamente por um amor não vivido., 06 - As afirmativas corretas são, apenas, a) I e II. b) I e IV. c) III e IV. d) I, II e III. e) II, III e IV. Gab: D 07 -Acerca do movimento denominado Parnasianismo, pode-se dizer que a) valorizava extremamente os aspectos formais do texto literário e retomava valores legados pela antiguidade greco-latina, assim como fizeram outros movimentosque o antecederam, como o Classicismo e o Arcadismo. b) os seus autores, entre os quais estavam Manuel Bandeira e Olavo Bilac, adotavam pseudônimos latinos e celebravam a vida simples do campo, o que ficou conhecido como bucolismo e pastoralismo. c) questionava radicalmente as formas consagradas de elaboração poética e defendia a liberdade de criação artística, como se percebe nos manifestos escritos por seu principal autor, o paulistano Oswald de Andrade. d) começou após a proclamação da Independência e teve como nomes mais destacados Álvares de Azevedo e Gonçalves Dias, que visavam criar uma arte genuinamente brasileira. e) tem como proposta principal a noção de “arte pela arte”, segundo a qual a poesia deve denunciar os problemas brasileiros, a fim de promover a transformação da realidade. Gab: A Texto comum às questões: 8, 9 Torce, aprimora, alteia1, lima A frase: e, enfim No verso de ouro engasta a rima, Como um rubim2. Quero que a estrofe cristalina, Dobrada ao jeito Do ourives3, saia da oficina Sem um defeito (Olavo Bilac) Vocabulário: 1alteia: torna mais alto, mais sublime 2rubim: o mesmo que rubi, pedra preciosa de cor vermelha 3ourives: que trabalha com ouro 08 - No Parnasianismo, a atividade poética é comparada ao trabalho do ourives, porque, para o autor: a) a poesia é preciosa como um rubim. b) na poesia não pode faltar a rima. c) o poeta não se assemelha ao trabalhador artesanal. d) o poeta é como um lapidador. e) o poeta se identifica com a natureza. Gab: D 09 - Ainda sobre o poema acima, pode-se deduzir que o ideal da forma literária é: a) a aliteração. b) a perfeição formal. c) o verso livre d) o refrão (ou estribilho). e) o verso branco. Gab: B Leia o texto abaixo: Já disse que eu estava com 39 anos e era um homem alto, meio curvado e estava usando uma barbicha e um bigode pontudo. Usava também óculos de aros dourados e redondos e meu nariz era afilado. Sou do tipo mediterrâneo e minha pele estava queimada pelo sol. Era um homem atraente e, naquele momento, notei que Trucco me olhava incrédulo. – Obrigado por me salvar do assalto – disse Trucco um tanto inseguro com a minha figura semidespida que, convenhamos, não devia ser um primor de elegância. Eu respondi que ele não me devia agradecimentos que tudo não passara de uma série de equívocos, aliás, o corolário da minha existência. Disse a ele que quem estava sendo assaltado era eu por um marido armado de terçado, e ele me disse seu nome (dele): Luiz Trucco, o cônsul-geral da Bolívia. Respondi estendendo a minha mão e informando que eu era um jornalista e me chamava Galvez, Luiz Galvez. Trucco tornou a agradecer e insistiu que eu o havia livrado de um vexame, coisa da qual não consegui me furtar. Perguntou se eu aceitaria uma bebida e entramos no animado cabaré. Era o Cabaré Juno e Flora e oferecia como atração os encantos de “Lili, Invencível Armada”, grande dançarina [...] cubana, contorcionista da metrificação parnasiana e dos ritmos tropicais. (SOUZA, Márcio. Galvez: Imperador do Acre. 18 ed. Rio de Janeiro: Record, 2001, p. 18-19.) 10 - No último período do texto, o narrador define “Lili, invencível armada” como “contorcionista dametrificação parnasiana”. Considerando-se as características do Parnasianismo, pode-se afirmar que: a) os movimentos da dançarina, assim como o Parnasianismo, imprimem valorização da estética e busca da perfeição; b) há excessivo subjetivismo nos movimentos da dançarina, assim como na descrição da realidade pelo Parnasianismo; c) a estética parnasiana aproxima-se dos movimentos de dança de Lili pois ambos se baseiam na hipervalorização dos sentimentos e das emoções; d) a dança de Lili expressa sua liberdade de criação, assim como o poeta parnasiano era livre para expressar sua individualidade; e) a estética da dança era fruto da espontaneidade, da emotividade da bailarina, como os poemas dos parnasianos. Gab: A