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Réplica em Ação de Reconhecimento de União Estável

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO 
DEPARTAMENTO DE DIREITO 
PRÁTICA CIVIL 
 
 
 
 
 
CAROLINE PINHEIRO SIMMER 
 
 
 
 
 
 
RÉPLICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VITÓRIA 
2020 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 34ª VARA DE 
FAMÍLIA DE SÃO PAULO/SP 
 
 
PROCESSO N° XXX 
 
 
Júlia de tal, CNPJ..., já qualificada nos autos em epígrafe, representada pela 
sua que a esta subscreve, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, 
apresentar 
RÉPLICA 
a contestação apresentada pelos herdeiros de Jonas, também já qualificados 
nos autos, pelas razões de fato e de direito que seguem. 
 
1. Breve resumo da demanda e da contestação 
 
A autora ajuizou ação sob o rito ordinário, distribuída à 34.ª Vara de Família de 
São Paulo – SP, com o objetivo de ver declarada a existência de união estável 
que alega ter mantido, de 1989 a 2005, com Jonas, já falecido. Foi arrolado, no 
polo passivo da lide, o nome dos herdeiros de Jonas, que, devidamente 
citados, apresentaram contestação no prazo legal. 
 
Preliminarmente, os réus alegaram que: 
 
a) o pedido seria juridicamente impossível, sob o argumento de que Jonas, 
apesar de não viver mais com sua esposa havia vinte anos, ainda era casado 
com ela, mãe dos réus, quando falecera, algo que inviabilizaria a declaração da 
união estável, por ser inaceitável admiti-la com pessoa casada; 
 
 
b) a autora não teria interesse de agir, sob o argumento de que Jonas não 
deixara pensão de qualquer origem, sendo inútil a ela a simples declaração; 
 
c) o pedido encontraria óbice na coisa julgada, sob o fundamento de que, em 
oportunidade anterior, a autora ajuizara, contra os réus, ação possessória na 
qual, alegando ter sido companheira do falecido, pretendia ser mantida na 
posse de imóvel pertencente ao último, tendo sido o julgamento dessa ação 
desfavorável a ela, sob a fundamentação de que não teria ocorrido a união 
estável; 
 
d) haveria litispendência, sob o argumento de que já tramitava, na 1.ª Vara de 
Órfãos e Sucessões de São Paulo – SP, ação de inventário dos bens deixados 
pelo falecido, devendo necessariamente ser discutido naquela sede qualquer 
tema relativo a interesse do espólio, visto que o juízo do inventário atrai os 
processos em que o espólio é réu. 
 
e) No mérito, os réus aduziram que Jonas era homem dado a vários 
relacionamentos e, apesar de ter convivido com a autora sob o mesmo teto, 
tinha uma namorada em cidade vizinha, com a qual se encontrava, 
regularmente, uma vez por semana, no período da tarde. 
 
2. Preliminares 
 
2.1 Quanto à possibilidade jurídica do pedido 
 
Não há óbice à possibilidade jurídica do pedido, já que o falecido e sua esposa 
estavam separados de fato há mais de 20 anos, como prevê o art. 1.723, § 1.º 
do Código Civil: 
 
“Art. 1.723. É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o 
homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e 
estabelecida com o objetivo de constituição de família. 
 
§ 1.º A união estável não se constituirá se ocorrerem os impedimentos do art. 
1.521, não se aplicando a incidência do inciso VI [não podem casar pessoas já 
casadas] no caso de a pessoa casada se achar separada de fato ou 
judicialmente.” 
 
2.2 Quanto ao interesse de agir 
 
O fato de que Jonas não deixar pensão para a autora, não afasta o fato da 
condição da união estável entre eles e consequentemente, não exclui o 
interesse de agir da autora. A lei prevê a possibilidade de ser declarada a 
existência de relação jurídica (CPC, art. 4.º, I). 
 
Ademais, considerando-se que há ação de inventário em curso, o falecido 
deixou bens, podendo algum deles ter sido adquirido na constância da união 
estável. 
 
2.3 Quanto à litispendência 
 
Apenas há mesma identidade de ações se ambas têm as mesmas partes, a 
mesma causa de pedir e o mesmo pedido (CPC, art. 301, §§ 1.º e 2.º). 
 
Portanto, não há de se falar em litispendência, pois os elementos das ações 
não são coincidentes. 
 
2.4 Quanto à coisa julgada 
 
Não é necessário que o pedido de reconhecimento de união estável seja 
processado nos autos do inventário. 
 
O reconhecimento de união estável é de competência da vara de família, 
sendo, portanto, respeitada a competência do foro, visto que a ação 
declaratória foi proposta no foro do domicílio do autor da herança (CPC, art. 
96). Não há, portanto, coisa julgada, pois o pedido é diferente nas duas ações. 
Ademais, os fundamentos de uma sentença não transitam em julgado de modo 
a impedir novo pronunciamento judicial acerca da matéria já discutida em 
momento anterior (CPC, art. 301, §§ 1.º e 3.º). 
 
3. Do mérito 
 
A alegação de que Jonas tinha outros relacionamentos extraconjugais, não é 
impedimento ao reconhecimento de sua união estável com a autora. 
 
A existência de relacionamento não estável não têm atributos de união estável 
nos termos da lei civil, de acordo com o que dispõe o art. 1.723 do Código Civil: 
 
“É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a 
mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e 
estabelecida com o objetivo de constituição de família.” 
 
4. Dos requerimentos 
 
Ante o exposto, requer-se a este d.juízo: 
i) rejeição da alegação da impossibilidade jurídica do pedido; 
ii) rejeição da alegação da inexistência do interesse de agir; 
iii) rejeição da alegação do reconhecimento de listispendência; 
iv) rejeição da alegação da existência da coisa julgada; 
v) procedência ao pedido de reconhecimento da união estável entre Jonas e a 
autora no período de 1989 a 2005. 
 
Vitória, 13 de outubro de 20XX. 
 
Caroline Pinheiro Simmer 
OAB/ES 1916445-9

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