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A teoria Mauthusiana e o filme A Ilha das Flores

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I. Produção, compra e venda 
A compra e venda é essencial e intrínseca à sociedade atual, a transformação de bens 
naturais em bens necessários para a sobrevivência vem praticamente desde quando os 
seres humanos habitam a Terra, porém, hoje, a troca desses objetos transformados por 
dinheiro é, basicamente, o que movimenta a economia mundial. 
Nascemos, crescemos e vivemos (e morremos) em meio a 
mercadorias; aprendemos a comprar e a vender – para isso, 
usamos o dinheiro; e desde a infância sabemos que a riqueza se 
expressa pela abundância de mercadorias [...], assim como a 
pobreza se manifesta por sua carência [...] (NETTO, 2006, p. 54). 
 No inicio do filme “A Ilha das Flores” somos apresentados ao senhor Suzuki, um 
agricultor, especificamente de tomates, que planta e então vende seus tomates para o 
supermercado em troca de dinheiro, essa primeira explicação mostra que a monocultura 
do senhor em questão não é o suficiente para a sua sobrevivência, portanto, troca o fruto 
de seu trabalho por dinheiro para que possa sanar suas outras necessidades básicas. 
O intercâmbio entre a sociedade e a natureza, [...], resulta na 
produção de bens que são valores de uso. Sem esse intercâmbio 
[...]a sociedade não pode se manter; em resumidas contas, a 
existência da sociedade sempre depende da produção de valores 
de uso. (NETTO, 2006, p. 54). 
 Dona Nete aparece como mais uma personagem do filme, ela, por sua vez, está no 
supermercado fazendo compras, uma dessas compras é o quilo do tomate, comprado pelo 
supermercado e vendido mais tarde em troca do dinheiro de Dona Nete, que é uma 
vendedora de perfumes. 
 O filme continua a explicar que Dona Nete compra o perfume de uma fábrica e o 
revende de porta em porta em troca de mais dinheiro comparado ao que pagou para a 
fábrica, trazendo, então, o conceito de lucro. De acordo com Netto (2006) “Os seus 
ganhos (isto é, lucros) fundavam-se na diferença entre o que pagavam e o que recebiam 
pela mercadoria transacionada [...]”. 
 Os alimentos trocados por dinheiro no supermercado, tornam-se comida, bem 
necessário à sobrevivência do ser humano. Entretanto, vemos no filme que parte dos 
tomates comprados por Dona Nete estavam em más condições e vão para o lixo. Nesse 
momento somos introduzidos á Ilha das Flores, ilha a qual é destinado parte do lixo 
produzido na cidade, incluindo o tomate jogado por dona Nete. 
 
II. “Ilha das Flores” e a teoria Malthusiana 
A Ilha das Flores, em Porto Alegre, serve como depósito de lixo, lá, somos 
apresentados a um homem que comprou um terreno no local para que possa fazer sua 
criação de porcos. O lixo lá depositado serve como alimento para os porcos. Então, o que 
não serviu para os porcos é apresentado para outras mulheres e crianças moradoras da 
ilha. 
Como visto anteriormente, para satisfazer as necessidades básicas do ser humano, 
como a alimentação, é necessário o dinheiro para troca, os moradores da Ilha das Flores 
não possuem tal bem de troca, portanto, são colocadas abaixo da criação de porcos. 
A teoria Malthusiana aborda a questão do crescimento populacional e quais as 
consequências disso para uma sociedade. De acordo com Malthus, o equilíbrio se dava a 
partir da população se manter no mesmo nível em que os meios de subsistência, ou seja, 
não é possível manter um equilíbrio se a necessidade humana for maior que os recursos 
para alcança-las. 
Apesar disso, o próprio autor entendia que o crescimento populacional iria se sobrepor 
aos recursos. Malthus apud. Souza e Previdelli (2017) diz que: “A população, quando 
não controlada cresce numa progressão geométrica. Os meios de subsistência crescem 
apenas numa progressão aritmética.”. 
O que nos leva novamente à Ilha das Flores, o crescimento da população e a escassez 
de recursos, juntamente com o problema da distribuição dos recursos existentes, faz 
com que os moradores da ilha se alimentem dos restos descartados por aqueles acima 
deles, sendo esses: 1. Seres humanos como Dona Nete, que possuem dinheiro o 
bastante para suprir suas necessidades; 2. Os porcos da ilha, que, apesar de não terem 
dinheiro, tem um dono que cuida deles visando o lucro. 
Dessa maneira, a miséria dos moradores da ilha das Flores, é ligado diretamente com 
a falta de recursos necessários para suprir as necessidades de todas as pessoas que 
habitam o mundo. Todavia, liga-se também ao capitalismo e a distribuição falha de 
renda que vem juntamente com a necessidade da acumulação de bens. 
 
III. Referências 
FURTADO, Jorge. A Ilha das Flores. 1989. Álamo. São Paulo. Brasil. Disponível 
em: <https://www.youtube.com/watch?v=8iGNqVhqNIs>. Acesso em: 29 de março 
de 2021. 
NETTO, José Paulo. Economia Política. 2006. Editora Cortez. São Paulo. Brasil. 
SOUZA, Luiz Eduardo Simões de; PREVIDELLI, Maria de Fática Silva do Carmo. 
Algumas Considerações sobre a contribuição de Malthus ao Pensamento 
Econômico. XII Congresso Brasileiro de História Econômica. 2017. Niterói. Brasil. 
Disponível em: 
<http://www.abphe.org.br/uploads/ABPHE%202017/8%20Algumas%20considera%
C3%A7%C3%B5es%20sobre%20a%20contribui%C3%A7%C3%A3o%20de%20M
althus%20ao%20Pensamento%20Econ%C3%B4mico.pdf>. Acesso em: 29 de março 
de 2021.

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