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EXERCÍCIOS - Feudalismo - Aula 15 - História Geral 1. . (Ufpr 2019) Leia o trecho abaixo, retirado de uma carta escrita entre 830 e 840 pelo aristocrata franco Eginhardo, em favor de camponeses: “Ao nosso mui querido amigo, o glorioso conde Hatton, Eginhardo, saudação eterna do Senhor. Um dos vossos servos, de nome Huno, veio à igreja dos santos mártires Marcelino e Pedro pedir mercê* pela falta que cometeu contraindo casamento sem o vosso consentimento [...]. Vimos, pois, solicitar a vossa bondade para que em nosso favor useis de indulgência em relação a este homem, se julgais que a sua falta pode ser perdoada. Desejo-vos boa saúde com a graça do Senhor.” (Cartas de Eginhardo. Tradução de Ricardo da Costa. Extratos de documentos medievais sobre o campesinato (sécs. V-XV). Disponível em: <https://www.ricardocosta.com/extratos-de- documentos-medievais-sobre-o-campesinat o-secs-v-xv#footnoteref19_nuc8key>. Acesso em 11 de agosto de 2018.) *pedir mercê = pedir intercessão No extrato acima, encontramos elementos da vida social e econômica do período medieval europeu (Alta Idade Média). Esse documento insere-se em qual sistema social, político e econômico predominante nesse contexto? A) Feudalismo, caracterizado pela ruralização da economia, pela relação senhorial entre nobres e servos e pela atuação social e política da Igreja Católica. B) Mercantilismo, caracterizado pela urbanização da economia, pela relação senhorial entre nobres e camponeses e pela atuação social e política da Igreja Protestante. C) Socialismo, caracterizado pela ruralização da economia, pela relação remunerada entre nobres e servos e pela atuação cultural e política da Igreja Cristã. D) Mercantilismo, caracterizado pela urbanização da economia, pela relação campesina entre nobres e vassalos e pela atuação social e política da Igreja Ortodoxa. E) Feudalismo, caracterizado pela urbanização da economia, pela relação agrária entre o clero e os servos e pela atuação social e cultural da Igreja Cristã. 2. (Fuvest 2019) Os comentadores do texto sagrado (…) reconhecem a submissão da mulher ao homem como um dos momentos da divisão hierárquica que regula as relações entre Deus, Cristo e a humanidade, encontrando ainda a origem e o fundamento divino daquela submissão na cena primária da criação de Adão e Eva e no seu destino antes e depois da queda. CASAGRANDE, C., A mulher sob custódia, in: História das Mulheres, Lisboa: Afrontamento, 1993, v. 2, p. 122-123. O excerto refere-se à apreensão de determinadas passagens bíblicas pela cristandade medieval, especificamente em relação à condição das mulheres na sociedade feudal. A esse respeito, é correto afirmar: A) As mulheres originárias da nobreza podiam ingressar nos conventos e ministrar os sacramentos como os homens de mesma condição social. B) A culpabilização das mulheres pela expulsão do Paraíso Terrestre servia de justificativa para sua subordinação social aos homens. C) As mulheres medievais eram impedidas do exercício das atividades políticas, ao contrário do que acontecera no mundo greco-romano. D) As mulheres medievais eram iletradas e tinham o acesso à cultura e às artes proibido, devido à sua condição social e natural. E) A submissão das mulheres medievais aos homens esteve desvinculada de normatizações acerca da sexualidade. 3. (Uefs 2018) O modo de produção feudal que emergiu na Europa ocidental na Idade Média foi dominado pela terra. A propriedade agrária era controlada por uma classe de senhores feudais, a quem os camponeses prestavam serviços e faziam pagamentos em espécie. (Perry Anderson. Passagens da Antiguidade ao feudalismo, 2016. Adaptado.) O excerto contém informações históricas essenciais sobre o feudalismo, tais como A) as produções artísticas e os fundamentos culturais. B) as bases econômicas e as relações sociais. C) as guerras de dominação e a formação dos reinos bárbaros. D) as crenças religiosas e o poder eclesiástico. E) as atividades comerciais monetarizadas e o crescimento urbano. 4. (Pucsp 2017) “Há quinze anos (...) fiz a pergunta: o que sabemos das mulheres [medievais]? (...) tratei de descobrir, no meio de todos os vestígios deixados pelas damas do século XII. Apreciava-as. Sabia bem que não veria nada de seu rosto, de seus gestos, de sua maneira de dançar, de rir, mas esperava perceber alguns aspectos de sua conduta, o que pensavam de si próprias, do mundo e dos homens. Não entrevi mais que sombras, vacilantes, inapreensíveis. Nenhuma de suas palavras me chegou diretamente.” DUBY, Georges. Eva e os padres. São Paulo: Cia das Letras, 2001, p. 167. “(...) não há camponês nem mundo rural na literatura dos séculos V e VI [embora] a realidade mais profunda da história da Alta Idade Média Ocidental [seja a da] ruralização da economia e da sociedade. (...) Os atores desse fenômeno primordial não aparecem na literatura da época [senão] sob diversos disfarces.” LE GOFF, Jacques. Para um novo conceito de Idade Média. Petrópolis: Vozes, 2013, pp. 168-169. Adaptado. Uma das explicações possíveis para que os medievalistas obtenham informações indiretas sobre as mulheres e encontrem os camponeses “disfarçados” é que: A) Os documentos feitos pelas mulheres, embora abundantes, não tratam de muitos aspectos da vida cotidiana e os camponeses só faziam registros ligados à produção. B) As mulheres e os camponeses eram desconsiderados numa sociedade que valorizava a guerra, e na qual apenas a nobreza laica produzia os registros do cotidiano. C) Os documentos dessa época foram produzidos por clérigos, que monopolizavam a escrita, e deixaram registrada a visão que possuíam sobre a sociedade da época. D) As mulheres da Igreja viviam separadas do mundo, não tinham informações sobre a vida cotidiana de outras mulheres nem dos camponeses para registrar. 5. (Upe-ssa 1 2017) Observe a imagem a seguir: Ela mostra um trecho da Tapeçaria de Bayeux (séc. XI d.C.), na qual o rei saxão Harold Godwinson jura fidelidade a Guilherme, o conquistador. Qual relação social, existente no medievo, está expressa nessa imagem? A) Suserania e vassalagem B) Servidão e senhorio C) Escravidão e dominação D) Devoção e fidelidade E) Obediência e trabalho 6. (Mackenzie 2016) Ao analisar a estrutura do trabalho, durante a Alta Idade Média, Leo Huberman afirmou: “O camponês era, então, um escravo? Na verdade, chamava-se de ‘servos’ a maioria dos arrendatários,da palavra latina servus, que significa ‘escravo’. Mas eles não eram escravos, no sentido que atribuímos à palavra, quando a empregamos”. Leo Huberman. História da riqueza do homem. 21ª ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara, 1986, p. 06. Considerando os trabalhadores durante o período considerado, a distinção principal, notada pelo autor, decorre A) da obtenção de proteção, oferecida pelo senhor aos seus servos que, em troca, prestavam o juramento de fidelidade ao dono da terra, dentro das relações de suserania e vassalagem. B) das especificidades do trabalho naquele período, em que os servos deviam obrigações ao senhor da propriedade, não podendo ser vendidos ou trocados, já que estavam vinculados à terra. C) das formas diferentes de se lidar com a mão de obra, já que, na Idade Média, o servo podia ser vendido ou trocado a qualquer momento, condição inexistente com os escravos. D) da concepção diferenciada sobre o tratamento dado aos trabalhadores, mais amena em relação aos servos, e de extrema crueldade em relação aos escravos e suas respectivas famílias. E) dos diferentes vínculos estabelecidos entre o trabalhador e o senhor da terra: o escravo estava preso ao seu proprietário, já os servos eram homens livres, que podiam escolher a proteção de um senhor menos cruel. 7. (Uern 2015) Na Idade Média, um mesmo cavaleiro podia ser vassalo de um suserano e um suserano de outro cavaleiro. O vassalo de um vassalo de determinado cavaleiro também era vassalo do mesmo cavaleiro. E se um cavaleiro fosse vassalo de dois suseranos que entravam em guerra? Nesse caso, prevalecia o princípio da “homenagem lígia”. (Vainfas, 2010.) Nesse contexto medieval de suserania e vassalagem, é correto afirmar que “homenagem” era A) a cerimônia de entrega, lealdade submissão de um vassalo a outro nobre que seria, então, seu suserano. B) o contrato estabelecido entre as partes, em que constavam os valores, prazos, direitos e deveres de suseranos e vassalos. C) o juramento feito diante de toda a comunidade medieval, que tornava suseranos e vassalos “irmãos na vida e na morte”. D) o feudo, na forma de terra, pensão, ou rendimento agrícola, recebido pelo suserano, devido à gratidão do vassalo à sua pessoa. 8. (Espcex (Aman) 2015) Uma das características que podemos reconhecer no sistema feudal europeu A) é a organização da sociedade feudal em dois grupos bem definidos: os senhores e os escravos. B) são os ideais de honra e fidelidade oriundos da sociedade islâmica. C) é a obrigação anual de corveia e o pagamento da talha e banalidades como obrigações de servos aos senhores feudais. D) é o dinamismo econômico, voltado para o comércio entre feudos vizinhos. E) são as relações escravocratas de produção. Resposta da questão 1: [A] Resposta da questão 2: [B] Resposta da questão 3: [B] Resposta da questão 4: [C] Resposta da questão 5: [A] Resposta da questão 6: [B] Resposta da questão 7: [A] Resposta da questão 8: [C]