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Prof. Esp. Nosser Igor Lima Cavalcante PALAVRA DO PROFESSOR-AUTOR Caros alunos, O desenvolvimento do empreendedorismo é cada vez mais nítido quando observamos a quantidade de organizações que são abertas a cada ano no Brasil, sejam empresas fornecedoras de bens duráveis ou de consumo, ou empresas prestadoras de serviço. O problema consiste na falta de informação que, muitas vezes, se torna o grande vilão e contribui para o fracasso dessas organizações. Este material foi desenvolvido com o intuito de promover o conhecimento sobre a origem do empreendedorismo, sua importância, bem como as habilidades necessárias em um empreendedor. Assim, você no futuro poderá possuir o seu próprio empreendimento e estará contribuindo com o futuro da nação através da geração de emprego. Ao ler este material de apoio, você, caro aluno, contará com o subsídio que aperfeiçoará o seu conhecimento. Como complemento à sua formação, você deverá participar on-line, através de atividades como fóruns de discussão, chats, wikis, visualização de vídeos, etc. Um grande abraço e bom estudo! Nosser Igor Lima Cavalcante APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA A cada dia, um número muito grande de organizações são fundadas. É possível perceber esse fenômeno quando damos uma volta em nosso bairro e visualizamos uma padaria que antes não existia, um mercantil onde é possível encontrar quase tudo, uma loja de material de construção ou mesmo uma academia ou uma oficina mecânica que surgiu devido à demanda dos moradores da área. Muitos desses empreendimentos surgem de uma demanda latente das pessoas da região, ou mesmo porque alguém resolveu arriscar a sorte em um negócio que conhece, ou não. O fato é que a probabilidade de sucesso é maior quando existe conhecimento sobre o investimento; quando quem coloca o negócio acredita que dará certo e luta para que isso aconteça, quando há poder de liderança para convencer os colaboradores de que sua ideia dará certo e que o sucesso depende de todos que compõem a organização, desde o fornecedor até chegar ao cliente final, aí sim a possibilidade de sucesso aumenta. O empreendedorismo nasceu de um risco que Marco Polo, viajante mercador, resolveu correr ao associar-se a um capitalista e negociar suas mercadorias. Hoje, embora num contexto de globalização onde as trocas são muito rápidas, os riscos ainda existem. No curso de Administração de Empresa, a disciplina de Empreendedorismo tem o intuito de apresentar um pouco mais sobre a origem, conceitos, habilidades, liderança, motivação e etapas para a elaboração de um plano de negócios. Os objetivos gerais dessa disciplina é permitir que os alunos possam adquirir conhecimentos sobre os fundamentos do empreendedorismo, assim como das principais práticas de gestão aplicadas pelas organizações (com ou sem fins lucrativos), tendo em vista a busca da excelência de desempenho. Caberá à disciplina Empreendedorismo, fazer com que os alunos possam produzir, a partir das informações, os conhecimentos necessários para o desenvolvimento das seguintes competências: • senso de empreendedorismo; • senso de responsabilidade social como um futuro empreendedor; • senso crítico e capacidade de contextualização; • capacidade de identificar, analisar e solucionar problemas; • comunicação e expressão; • desenvolvimento ético e pessoal; • trabalho em equipe. Busca também: • o desenvolvimento da visão sistêmica da gestão a partir dos fundamentos de excelência adotados nos modelos nacionais para avaliação da gestão nas organizações; • a exploração e o conhecimento das principais práticas de gestão - bem como os respectivos resultados - aplicadas em organizações reconhecidas como “classe mundial”; • o desenvolvimento da capacidade de transferir conhecimentos obtidos para o ambiente de trabalho e seu campo de atuação profissional a partir de diferentes modelos organizacionais; • o estímulo à busca por autoconhecimento e percepção de si mesmo, por meio de questionamentos colhidos da experiência concreta individual e coletiva; • o conhecimento dos principais comportamentos e atitudes normalmente observados em empreendedores de sucesso; • o conhecimento do processo de criação de um novo empreendimento e do desenvolvimento do plano de negócio como apoio; • o conhecimento dos comportamentos e atitudes frequentemente encontrados em empreendedores corporativos; • a conscientização da importância de praticar, na vida, os conteúdos adquiridos no curso, para que as competências mencionadas nos objetivos gerais deste plano sejam plenamente desenvolvidas, • o estímulo ao desenvolvimento de comportamentos e atitudes empreendedoras nos alunos. INTRODUÇÃO O empreendedorismo é uma revolução silenciosa, que será para o século XXI mais do que a Revolução Industrial foi para o século XX (TIMMONS, 1990). Como você definiria empreendedorismo? O empreendedorismo, termo bastante usado atualmente em artigos, seminários e palestras (talvez pela evolução da sociedade, da tecnologia e da globalização), se tornou o foco de nossa curiosidade, pois sabe-se que ele é um grande aliado do desenvolvimento econômico e das inovações. Existem muitas pesquisas sobre o tema e a maioria acredita que o empreendedorismo seja um dom-nato da pessoa, fruto de hábitos, costumes valores, práticas e convivência com outras pessoas com a mesma habilidade. Empreender é mais complexo do que se subestima. Ao futuro empreendedor, são estabelecidas regras e meios que, se seguidos, minimizarão erros comuns cometidos por jovens empreendedores. O empreendedor é muito importante na sociedade. Ele acredita em seus sonhos e, na busca de sua realização, abre novas frentes de trabalho e faz a economia andar e impulsionar um pequeno bairro, uma cidade e assim por diante. Dolabela (2000) ressalta que o empreendedor pode ser considerado como o motor da economia, pois ele é quem faz a economia girar. A busca por transformar um sonho em realidade faz com que cada vez mais pessoas se lancem em um novo negócio, muitas vezes sem conhecer a realidade do mercado, estando assim mais sujeitos ao fracasso. Do desejo de não se interromper um sonho, surge a necessidade de se fazer um documento em que serão descritas as características e aquilo que a empresa pretende ser. Esse documento recebe o nome de plano de negócios. O plano de negócios ainda não é muito utilizado no Brasil por questões culturais, mas em outros países, principalmente da Europa, ele é muito utilizado e aprovado pelos seus usuários. A divulgação do plano de negócios entre a sociedade é primordial para um país como o Brasil, onde pessoas com espírito inovador estão constantemente buscando realizar seus sonhos. O plano de negócio é um “caminho das pedras” entre tantas possibilidades ao futuro empresário. Elaborar um documento como esse é visualizar previamente a empresa pronta, como serão seus recursos financeiros, tecnológicos, sua estimativa média de produção, futuras vendas, entre outros. Neste trabalho apresentado, demonstraremos passo a passo, o que é ser empreendedor e o desenvolvimento de um plano de negócio. Material de Apoio É de extrema importância que o aluno consulte os sites a seguir para poder se atualizar com os conceitos do empreendedorismo: <www.empreenderparatodos.adm.br>; <www.dolabela.com.br>; <www.sebrae.com.br>; <www.redeincubar.org.br>; <www.planodenegocios.com.br>; <www.seusnegocios.com.br>; <www.geranegocio.com.br>. EMPREENDEDORISMO MÓDULO 1 – PERFIL DO EMPREENDEDOR O sucesso de um empreendimento inovador não depende de “mágica” e sim de uma série de fatores e condições – tanto pessoais, como do negócio – que o empreendedor deve levar em consideração antes de iniciá-lo. Você sabe o que caracteriza uma pessoa empreendedora? Você é um empreendedor? Estas sãoperguntas que você poderá responder a partir do estudo deste módulo. Você conhecerá melhor seu comportamento empreendedor. Este módulo é composto de três capítulos: O PERFIL DO PROFISSIONAL EMPREENDEDOR O CENÁRIO ECONÔMICO E O EMPREENDEDORISMO NO BRASIL CARACTERÍSTICAS DO COMPORTAMENTO EMPREENDEDOR CAPÍTULO 01 – O PERFIL DO PROFISSIONAL EMPREENDEDOR 1.1. CONCEITO DE EMPREENDEDOR E EMPREENDEDORISMO O termo empreendedor (entrepeneur) é de origem francesa e significa “assumir riscos e começar algo novo”. Já o termo empreendedorismo tem sua criação atribuída ao escritor e economista Richard Cantillon (séc. XVII), pois foi um dos primeiros a distinguir o empreendedor (pessoa que assume riscos) do capitalista (fornecedor de capital). Em 1814, o economista francês Jean-Baptiste Say usou o termo “empreendedor” para identificar o indivíduo que transfere recursos econômicos de um setor de baixa produtividade para um setor de produtividade mais elevada. O autor enfatizou ainda a importância do empreendedor para o bom funcionamento do sistema econômico. Schumpeter (1984), economista austríaco, defendeu o papel do empreendedor e seu impacto sobre a economia. Ele definiu o termo como alguém com desejo e potencial de converter uma nova ideia ou invenção em uma inovação bem sucedida, tendo como principal tarefa a “destruição criativa”. Para o autor, o empreendedor é capaz de modificar a economia introduzindo novos produtos ou serviços no mercado. Um empreendedor é capaz de conceder a algo já existente uma nova funcionalidade. Constantemente empenha-se em descobrir oportunidades para inovar, sem medo de assumir riscos. Aquele que empreende, além de ser capaz de detectar oportunidades rentáveis, também busca informações e conhecimentos, pois entende que esse é o caminho para o êxito do seu negócio. Para Chiavenato (2005), ser empreendedor é ser uma pessoa com sensibilidade e “tino” financeiro para os negócios; é ser dinâmico e realizador de propostas; é alguém que inicia e opera um negócio para realização de uma ideia ou um projeto pessoal, assumindo riscos, responsabilidades e, enfim, inovando em sua área de atuação. Segundo Carvalho (1996, p.79-82), [...] os empreendedores são indivíduos que têm a capacidade de criar algo novo, assumindo responsabilidades em função de um sonho, o de obter sucesso em seu negócio, estas pessoas são ousadas, aprendem com os erros e encaram seu negócio como um desafio a ser superado; têm facilidade para resolverem problemas que podem influenciar em seu empreendimento, e mais, identificam oportunidades que possibilitam melhores resultados; são pessoas incansáveis na procura de informações interessadas em melhorias para o seu setor ou ramo de atividade, elevando ao máximo sua gestão. De acordo com Bernardi (2010), a ideia de um empreendimento surge da observação, da percepção e da análise de atividades, tendências e desenvolvimentos, na cultura, na sociedade, nos hábitos sociais e de consumo. Assim também as oportunidades detectadas, racional ou intuitivamente, nas necessidades e nas demandas prováveis (atuais e futuras), bem como nas necessidades não atendidas, para o autor, definem o conceito de empreendimento. No Quadro 1.1 apresentamos um quadro-resumo, onde se destaca a definição de empreendedor por diversos autores ao longo do tempo. Quadro 1.1: Conceitos de empreendedor ao longo do tempo Origina-se do francês significa “aquele que está entre” ou “estar entre”. Idade Média Participante e pessoa encarregada de projetos de produção em grande escala. Século XVII Pessoa que assumia riscos de lucro (ou prejuízo) em um contrato de valor fixo com o governo. 1725 Richard Cantillon – a pessoa que assume riscos é diferente da que fornece capital. 1803 Jean Baptiste Say – lucros do empreendedor separado dos lucros do capital. 1876 Francis Walker – distingue entre os que forneciam fundos e recebiam juros, e aqueles que obtinham lucro com habilidades administrativas. 1934 Joseph Shumpeter – o empreendedor é um inovador e desenvolve tecnologia que ainda não foi testada 1961 David McClelland – o empreendedor é alguém dinâmico que corre riscos moderados 1964 Peter Drucker – o empreendedor maximiza oportunidades. 1975 Albert Shapero – o empreendedor toma iniciativa, organiza alguns mecanismos sociais e econômicos, e aceita riscos de fracasso 1980 Karl Vésper – o papel do empreendedor pode ser delineado de diversas formas e tende a apresentar-se diferente sob diversas perspectivas. Para um economista, um empreendedor é aquele que junta recursos, trabalho, materiais e outros ativos em uma combinação que aumenta seu valor, e também aquele que introduz mudanças, inovações e uma “nova ordem”. Para um psicólogo, é uma pessoa tipicamente guiada por algumas forças: necessidade de obter algo, experimentar, realizar, insubordinar-se. Um político contrário pode ver o empreendedor como um subversivo difícil de controlar, enquanto um político favorável pode vê-lo como uma pessoa que encontra meios efetivos de realizar coisas. Para um homem de negócios, o empreendedor pode se revelar uma ameaça, um competidor agressivo, enquanto para outro pode ser visto como um aliado, uma fonte de suprimento, um consumidor ou alguém digno de receber investimentos 1983 Gofford Pinchot – o intraempreendedor é um indivíduo que atua dentro de uma organização já estabelecida. 1985 Robert Hisrich – o empreendedorismo é o processo de criar algo diferente e com valor, dedicando o tempo e os esforços necessários, assumindo os riscos financeiros, psicológicos e sociais correspondentes e recebendo as consequentes recompensas da satisfação econômica e pessoal. Fonte: Adaptado de Hisrich, 2009 Até o presente momento, não há uma definição única sobre “empreendedorismo”. Há, no entanto, um consenso nos diversos idiomas em que é empregado, onde o termo sugere inovação, risco, criatividade, organização e riqueza. É importante lembrar que o fato de conhecermos acerca do empreendedorismo não nos garante a posição de empresários geniais, como Steve Jobs ou Bill Gattes, porém nos possibilita a noção de como ter melhores empresas e sermos melhores empresários. Os empreendedores são os heróis populares da moderna vida empresarial, a qual depende deles para progredir. Atualmente, empreendedores já não são vistos apenas como provedores de mercadorias que não interessam e que são movidos unicamente por lucro em curto prazo. Ao contrário, são compreendidos como energizadores que assumem riscos necessários em uma economia em desenvolvimento e produtiva. São eles os que geram empregos, que introduzem novidades e incitam o crescimento econômico. Os empreendedores são os agentes do processo criativo que impulsionam e alavancam o mercado constantemente, criando novos produtos e serviços, sobrepondo aos antigos métodos outros mais eficientes e de menor custo. Embora alguns autores utilizem o termo empreendedor para caracterizar somente os fundadores de empresas, Maximinano (2006) adora uma definição mais abrangente, que inclui todos os sócios-proprietários ativos que gerenciam empresas. Desta maneira, insere membros da segunda geração de empresas familiares e proprietários que compraram empresas já existentes de seus fundadores. Existem várias definições de empreendedorismo, mas todos os autores concordam que empreendedorismo é o envolvimento de pessoas e processos que, em conjunto, levam à transformação de ideias em oportunidades. E a perfeita implementação dessas oportunidades leva à criação de negócios de sucesso. A ideia de espírito empreendedor está de fato associada a pessoas realizadoras, que mobilizam recursos e correm riscos para iniciar organizações de negócios. Embora existam empreendedores em todas as áreas da atividade humana, em seu sentido restrito, a palavra designa a pessoa que cria uma empresa. Segundo Ragonezi(2004, p. 14), empreendedorismo pode dizer pelo menos três coisas: 1) A capacidade individual de empreender - a capacidade de tomar a iniciativa, buscar soluções inovadoras e agir no sentido de encontrar a solução para problemas econômicos ou sociais, pessoais ou de outros, por meio de empreendimentos. 2) O processo de iniciar e gerir empreendimentos - o conjunto de conceitos, métodos, instrumentos e práticas relacionadas com a criação, implantação e gestão de novas empresas ou organizações. 3) O movimento social de desenvolvimento do espírito empreendedor - é o movimento social para a criação de emprego e renda, que recebe o incentivo dos governos e instituições de diferentes tipos. A partir dessa compreensão, Silva (2002, p. 22) apresenta alguns conceitos divididos em duas categorias: aspectos individuais e aspectos sociais. Conceitos que destacam o aspecto individual: Empreendedorismo é um comportamento e não um traço da personalidade (DRUCKER, 2001, apud SILVA, 2002). Tem uma conotação prática, mas também implica atitudes e ideias. Significa fazer coisas novas, ou desenvolver maneiras novas e diferentes de fazer as coisas (INEMPRE-FEJAL, 2000, apud SILVA, 2002). Um empreendedor é uma pessoa que imagina, desenvolve e realiza visões (FILlON, 1991, apud SILVA, 2002). Empreendedor é alguém que possui a capacidade de sonhar e de transformar esses sonhos em realidade (NASCIMENTO, 2000, apud SILVA, 2002). Conceitos que destacam o aspecto social: Um empreendedor, para ter sucesso, deve ter capacidade para julgar, perseverança e um conhecimento do mundo tanto quanto do negócio. Ele deve possuir a arte de superintendência e administração (SAY, 1803, apud SILVA, 2002). Empreendedores são pessoas que têm a habilidade de ver e avaliar oportunidades de negócios, prover recursos necessários para pô-las em vantagens, e iniciar ação apropriada para assegurar o sucesso (MEREDITH e NELSON, 1982, apud SILVA, 2002). Associa o empreendedor ao desenvolvimento econômico, à inovação e ao aproveitamento de oportunidades em negócios (SCHUMPETER, 1934, apud SILVA, 2002). 1.2. HISTÓRICO DE EMPREENDEDORISMO E ESPÍRITO EMPREENDEDOR Quem é um empreendedor? O que é empreendedorismo? O que é uma trajetória empreendedora? Essas perguntas, que são feitas com frequência, refletem o crescente interesse nacional e internacional nos empreendedores, em quem eles são e em como causam impacto em uma economia. Apesar de todo esse interesse, uma definição concisa e internacionalmente aceita ainda não surgiu. O desenvolvimento da teoria do empreendedorismo é paralelo, em grande parte, ao próprio desenvolvimento do termo. De acordo com Hashimoto (2006) o primeiro uso do termo “empreendedorismo” foi registrado por Richard Cantillon, em 1755, para explicar a receptividade ao risco de comprar algo por um determinado preço e vendê-lo em um regime de incerteza. Jean Baptiste Say, em 1803, ampliou essa definição – para ele, empreendedorismo é aquele que transfere recursos econômicos de um setor que produz menos para um setor que tenha produtividade mais elevada e com maior rendimento, ficando, portanto, convencionado que quem abre seu próprio negócio é um empreendedor. A palavra entrepreneur é francesa e quer dizer aquele que assume riscos e começa algo novo. Hisrish (1986) apud Dornelas (2005) faz uma análise histórica do desenvolvimento da teoria do empreendedor. Para ser um empreendedor, é muito importante saber que por trás de novas ideias que vêm revolucionando a sociedade, existe muito mais do que visão de futuro e talento. Também é necessário fazer uma análise, um planejamento estratégico- operacional e ter capacidade de implementação, elementos essenciais no sucesso de empreendimentos inovadores. Empreender tem uma natureza prática incontestável e, sem dúvida, existem pessoas com um talento nato para isso. Segundo Dornelas (2005, p. 15), “o empreendedor é aquele que faz as coisas acontecerem, se antecipa os fatos e tem uma visão futura da organização”. Durante o século XX, surgiu a maioria das invenções que revolucionaram o estilo de vida das pessoas. Elas eram frutos de algo inédito ou uma nova forma de utilização das coisas que já existiam, mas que ainda não haviam sido pensadas. E é claro que, por trás dessas invenções, existiam pessoas com características especiais e que queriam algo diferente. Empreendedores são pessoas motivadas e apaixonadas pelo que fazem, que querem ser reconhecidas e admiradas. Esses empreendedores estão revolucionando o mundo, eliminando barreiras tanto comerciais quanto culturais, globalizando e renovando os conceitos econômicos, criando novas relações de trabalho, quebrando paradigmas e gerando riqueza para a sociedade. O fato é que o empreendedorismo finalmente começa a ser tratado no Brasil com certa importância, seguindo o exemplo do que ocorre nos Estados Unidos, onde os empreendedores são os grandes responsáveis pela economia do país. O dinamismo empresarial, o rápido crescimento econômico, o alto índice de desemprego e as baixas taxas de inflação nos levam à conclusão de que o empreendedorismo é o combustível para o crescimento econômico, criando emprego e prosperidade. O empreendedorismo no Brasil começou na década de 1990, e seus principais responsáveis foram o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e a Sociedade Brasileira para Exportação de Software (Softex). O ambiente político-econômico do país não era propício, e o empreendedor praticamente não tinha informações que lhe auxiliassem na jornada empreendedora. Na Idade Média, o termo empreender foi utilizado para definir a pessoa que gerenciava grandes projetos de produção usando os recursos disponíveis, geralmente do governo do país. Século XVII O empreendedor estabelecia um acordo contratual com o governo para realizar algum serviço, fornecer produtos e, como geralmente os preços eram prefixados, qualquer lucro ou prejuízo era só do empreendedor. Richard Cantilon (escritor e economista) é considerado um dos criadores do termo empreendedorismo. Século XVIII Nesse século, o capitalista e o empreendedor foram diferenciados, devido ao início da industrialização que ocorria no mundo. Séculos XIX - XX Os empreendedores foram confundidos com os gerentes ou administradores (o que ainda hoje acontece). São analisados somente pelo ponto de vista econômico, como pessoas que organizam a empresa, planejam, dirigem e controlam as ações desenvolvidas na organização. 1.3. VANTAGENS E DESVANTAGENS DO EMPREENDEDORISMO O empreendedorismo pode apresentar vantagens e desvantagens para aquele que for empreender. Entre as principais VANTAGENS temos: a) Geração de enorme ganho financeiro pessoal, o que pode ser verdade se o empreendedor for, de fato, uma pessoa preparada e ciente de suas reais capacidades e limitações. b) Capacidade de geração de emprego e aumento do crescimento econômico. c) Encorajamento do processamento de materiais locais em bens acabados para consumo doméstico, bem como para exportação. d) Capacidade de estimular uma competição saudável, que gera a criação de produtos de maior qualidade. e) Estímulo ao desenvolvimento de novos mercados. f) Promoção do uso de tecnologia moderna em pequena escala. g) Fabricação para estimular o aumento de produtividade. h) Encorajamento de pesquisas e estudos, bem como o desenvolvimento de máquinas e equipamentos modernos para consumo doméstico. i) Desenvolvimento de qualidades e atitudes empreendedoras entre potenciais empreendedores, os quais podem contribuir para mudanças significativas em áreas distantes. j) Liberdade em relação à dependência do emprego oferecido por outros. k) Redução da economia informal. Entre as principais DESVANTAGENS temos: a) Requer muito trabalho, horas de dedicação e energiaemocional. b) Tensão inerente ao se dirigir um negócio próprio. c) Ameaça constante de possibilidade de fracasso. d) Os empreendedores precisam assumir os riscos relacionados ao fracasso. Atividades de aprendizagem 1. Pesquise casos de empreendedores que foram bem sucedidos no mundo com ideias simples e de baixo custo. É importante que você cite quais foram as suas invenções e qual foi o material utilizado. 2. Aproveite também para realizar uma pesquisa e citar os casos mais recentes de empreendedorismo no Brasil. Material de Apoio É de extrema importância que o aluno consulte o site a seguir para poder se atualizar e ampliar seu conhecimento com os conceitos do empreendedorismo: LINK: https://seer.imed.edu.br/index.php/revistasi/article/viewFile/612/522 https://seer.imed.edu.br/index.php/revistasi/article/viewFile/612/522 CAPÍTULO 02 – O CENÁRIO ECONÔMICO E O EMPREENDEDORISMO NO BRASIL O empreendedorismo no Brasil teve início com a chegada dos portugueses, a partir do século XVII, época em que foram realizados os mais diversos empreendimentos, como os executados por Irineu Evangelista de Sousa, o Barão de Mauá. Até hoje, ele ainda é reconhecido como uns dos primeiros grandes empreendedores do Brasil. A seguir, você poderá conferir algumas ações que elucidam a importância do Barão de Mauá neste contexto: a) Organização de companhias de navegação a vapor no Rio Grande do Sul e no Amazonas. b) Implantação, em 1852, da primeira ferrovia brasileira entre Petrópolis e Rio de Janeiro. c) Implantação de uma companhia de gás para a iluminação pública do Rio de Janeiro, em 1854. d) Inauguração do trecho inicial da União e Indústria, primeira rodovia pavimentada do país, entre Petrópolis e Juiz de Fora, em 1856. O empreendedorismo no Brasil teve início na década de 1920, com o desenvolvimento de mais de 4.000 indústrias subsidiadas, protegidas e que possuíam autorização do governo contra a concorrência internacional. No ano de 1936, o então presidente Getúlio Vargas constituiu a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), a primeira estatal no Brasil e, em 1960, no seu segundo mandato, criou o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE) e a Petrobras, estabelecendo assim o incentivo à iniciativa privada. No governo de Juscelino Kubitschek (1956-1960), o Plano de Metas permitiu a abertura da economia brasileira ao capital estrangeiro (isentando o pagamento de tributos para a importação de máquinas e equipamentos), implantação da indústria CURIOSIDADES Em 17 de julho de 1972, por iniciativa do BNDE e do Ministério do Planejamento foi criado o Centro Brasileiro de Assistência Gerencial à Pequena Empresa (Cebrae). Nos governos Sarney e Collor (1985-1990), o Cebrae enfrentou uma série de crises que o enfraqueceu como instituição. Em 9 de outubro de 1990, o Cebrae foi transformado em Sebrae pelo decreto nº 99.570, que complementa a Lei nº 8029, de 12 de abril. Para conhecer a história do SEBRAE, acesse: http://www.sebrae.com. br/customizado/sebrae/ institucional/quem-somos/ historico/ automobilística no ABC paulista e o desenvolvimento da indústria naval. Foi um período bastante marcante para o empreendedorismo no Brasil. Em 1972 foi criado o CEBRAE que, em outubro de 1990, passou a ser chamado de Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE). Na década de 80 surgiu a primeira iniciativa quanto ao ensino de empreendedorismo, através da Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo, com a disciplina “Novos Negócios”. Outra grande contribuição foi dada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a qual inseriu a disciplina “Criação de Novas Empresas” no curso de Ciência da Computação. A partir da década de 1990, o empreendedorismo no Brasil ganhou destaque com a abertura da economia. A partir da criação do SEBRAE (antes CEBRAE e agora melhor organizado) e do SOFTEX (Sociedade Brasileira de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), o empreendedorismo foi alavancado. A crise econômica do final do século passado, a desestabilização empregatícia e a abertura dos mercados iniciaram esse movimento revolucionário no nosso país. Ao longo do século XX outros empreendedores também deixaram sua marca na história do empreendedorismo brasileiro: Attílio Francisco Xavier Fontana – criou o Grupo Sadia (atual Brasil Foods, resultado da fusão entre Sadia e Perdigão). Valentim dos Santos Diniz – fundador da rede de supermercados Pão de Açúcar, revolucionou o varejo com novas formas de atendimento ao cliente, alterações nos sistemas de embalagem, refrigeração, técnicas de venda, publicidade e administração, influenciando padrões de consumo e comportamento. Ele transformou o que era apenas uma doceria no ano de 1948, em um grande grupo. É dono das marcas Pão de Açúcar, Extra, Compre Bem, Sendas, Assai e Ponto Frio. José Ermírio de Moraes – responsável pela transformação da Sociedade Anônima Votorantim em um grande conglomerado, que atua em diversos segmentos, tais como: têxtil, siderúrgico, metalúrgico, produtos químicos e cimento. De acordo com pesquisa realizada pelo Global Entrepreneurship Monitor (GEM) e divulgada pelo SEBRAE, em 2010, o Brasil apresentou a maior taxa de empreendedorismo dos países que compõem o G20, grupo das maiores economias do mundo e o BRIC (grupo que reúne os emergentes Brasil, Rússia,Índia e China). Em 2010, o Brasil atingiu a taxa de empreendedorismo de 17,5% para empreendimentos de até 3,5 anos, contra 15,3% verificados em 2009. Constata-se, então, que a cada 100 brasileiros, aproximadamente 17 empreenderam no ano passado. É importante ressaltar que a TEA (Taxa de Empreendedores em Estágio Inicial) brasileira também foi maior do que a de países como Austrália (7,8%) e Estados Unidos (7,6%). Atividades de aprendizagem 1. Agora que você já sabe um pouco mais sobre as mudanças que vêm ocorrendo nesse nosso mundo “globalizado”, procure pesquisar, na internet, ou ainda através dos materiais disponíveis nas outras disciplinas do Curso, qual a situação atual do setor de alimentos nos cenários mundial, nacional e também na sua região? Esse setor está estagnado? Está em crescimento? 2. Você, como empreendedor, conseguiria identificar alguma oportunidade de negócio nesse segmento? O que pode ser feito melhor, de forma mais rápida ou mais barata, comparado às técnicas atualmente utilizadas nos processos de produção, armazenamento, transporte, embalagem e comercialização desses produtos? Visite o mercado de peixe do seu município e procure encontrar o “seu” produto. Boa sorte, empreendedor! Material de Apoio É de extrema importância que o aluno consulte o site a seguir para poder se atualizar e ampliar seu conhecimento com os conceitos do empreendedorismo: LINK: http://www.ucs.br/etc/conferencias/index.php/mostraucsppga/mostrappga2014/paper/vi ewFile/3735/1208 http://www.ucs.br/etc/conferencias/index.php/mostraucsppga/mostrappga2014/paper/viewFile/3735/1208 http://www.ucs.br/etc/conferencias/index.php/mostraucsppga/mostrappga2014/paper/viewFile/3735/1208 CAPÍTULO 03 - CARACTERÍSTICAS DO COMPORTAMENTO EMPREENDEDOR O empreendedor de sucesso leva consigo uma característica singular, que é o fato de conhecer, como poucos, o negócio em que atua, o que demanda tempo e requer experiência. Talvez esse seja um dos motivos que levam à falência empresas criadas por jovens entusiasmados, mas sem o devido preparo. Outro fator que diferencia o empreendedor de sucesso do administrador comum, para Dornelas (2005), é o constante planejamento a partir de uma visão de futuro. Esse talvez seja o grande paradoxo a ser analisado, já que o ato de planejar é considerado uma das funções básicas do administrador desde os tempos de Fayol. Então, não seria o empreendedor aquele que assume as funções, ospapéis e as atividades do administrador de forma complementar a ponto de saber utilizá-los no momento adequado para atingir seus objetivos? Nesse caso, o empreendedor estaria sendo um administrador completo, que incorpora as várias abordagens existentes sem se restringir a apenas uma delas, e interage com seu ambiente para tomar as melhores decisões. Bernard Shaw disse: “O homem racional adapta-se ao mundo, o irracional tenta adaptar o mundo a si mesmo. Portanto, todo progresso depende do homem irracional”. Ser empreendedor significa ter a necessidade de realizar coisas, implementar idéias próprias, enfrentar riscos e desafios confiante que conseguirá superá-los. Uma análise comportamental dos empreendedores identificou comportamentos que se manifestam e combinam de diferentes maneiras nessas pessoas realizadoras: Criatividade e capacidade de implementação Disposição para assumir riscos Perseverança e otimismo Senso de independência 3.1. O QUE PRECISA FAZER O EMPREENDEDOR É muito comum o empreendedor reunir várias características de pessoas vencedoras e se lançar numa atividade empresarial. Contudo, sem entender de negócios, ele poderá ter muitas dificuldades. O amadorismo e a falta de conhecimento de Administração muitas vezes são os fatores que determinam o fracasso do empreendimento. Conhecer do que faz Em uma lanchonete alguém tem que saber como fazer um delicioso sanduíche. Em uma loja de roupas alguém deve entender de moda e estilismo. O empreendedor poderá ser esse expert do assunto. Saber e gostar do que faz é algo fundamental para que o empreendimento dê certo. Cuidar do capital investido x capital de giro Subestimar a quantidade de dinheiro para tocar o negócio ou não cuidar da saúde financeira (capital de giro) também são fatores que determinam o fracasso do empreendimento. Uma empresa tem que ser lucrativa, ou seja, sua receita tem que ser maior que suas despesas e esse valor (o lucro) deverá ser muito bem empregado. Além de remunerar o capital investido (pagar o empreendedor pelo capital que ele investiu na empresa) é importantíssimo que esse lucro sirva também para a ampliação do negócio, como investimentos, melhorias e campanhas de marketing. Sem uma boa aplicação dos lucros, o empreendimento poderá fracassar. Gerenciar o negócio Se o empreendedor não tem noções de Administração deverá ele buscar esse conhecimento ou ter na sua equipe bons gerentes que possam executar as idéias do empreendedor. Sem conhecer de negócios, a chance de o empreendimento dar certo são pequenas. Pode até ter uma vantagem de mercado, ou de tempo, mas assim que começar a sofrer pressão da concorrência ou problemas de mercado ou problemas financeiros, a gestão profissional será requisitada. Inovar no negócio O empreendedor, por natureza, é uma pessoa criativa, inovadora e realizadora. A inovação em produtos, forma de comercializar ou forma de produzir é essencial para a empresa que é a melhor do mercado, aquela que lança moda e sai na frente. Criar condições na empresa e destinar recursos para pesquisa e inovação, farão diferença para se conseguir vantagem de mercado. 3.2. ESPÍRITO EMPREENDEDOR Um indivíduo poderá ser considerado um empreendedor quando vender um produto ou serviço utilizando novos sistemas e/ou meios de comercialização, distribuição ou de produção como base para uma empresa, ou para um novo negócio. Segundo Chiavenato (2005) e Lyrio (2008), o empreendedor é também um agente transformador do meio através do uso das suas ideias. Ele geralmente consegue identificar oportunidade para os negócios, tem habilidade financeira, além de ser criativo e perseverante. Aspectos que, combinados adequadamente, o habilitam a transformar uma ideia simples e mal-estruturada em algo concreto e bem-sucedido. E como saber se a pessoa tem um espírito empreendedor? Através de três características básicas: necessidade de realização, disposição para assumir riscos e autoconfiança. 3.2.1. Necessidade de realização As pessoas apresentam diferenças individuais quanto à necessidade de realização. Algumas têm grande necessidade, outras têm pouca, e ainda existem aquelas que se satisfazem com o status que adquirem. As pessoas com maiores necessidades de realização, geralmente, gostam de competir com certo padrão de excelência e preferem ser pessoalmente responsáveis por tarefas e objetivos que atribuíram a si próprias. É possível observar essa característica em pessoas que iniciam novas empresas; elas são ambiciosas e esses traços as acompanham desde a infância. 3.2.2 Disposição para assumir riscos De acordo com McClelland (1987), as pessoas com alta necessidade de realização também têm moderadas propensões para assumir riscos, isto é, elas preferem situações arriscadas até o ponto em que podem exercer determinado controle pessoal sobre o resultado; em contraste com situações de jogo em que o resultado depende apenas de sorte. A preferência pelo risco moderado reflete a autoconfiança do empreendedor. 3.2.3 Autoconfiança Autoconfiança é um termo usado para descrever como uma pessoa está segura em suas próprias decisões e ações, o que geralmente pode ser aplicado em situações ou atividades específicas. Os empreendedores com autoconfiança enfrentam os desafios que os rodeiam com total domínio sobre as situações que enfrentam. Os empreendedores de sucesso enxergam os problemas relacionados a um novo negócio, mas acreditam em suas habilidades pessoais para superá-los. Figura 3.1: Elo das necessidades Fonte: CTISM, adaptado dos autores 3.3. COMPETÊNCIAS E COMPORTAMENTOS DOS EMPREENDEDORES Mesmo sem uma conotação determinística para a identificação de comportamentos que podem levar o empreendedor ao sucesso, pesquisas em empreendedorismo consistem no estudo dos comportamentos do ser humano. Segundo Dolabela (1999), o indivíduo portador das condições para empreender saberá aprender o que for necessário para criar, desenvolver e realizar sua visão. No empreendedorismo, o ser é mais importante do que o saber: este será consequência das características pessoais que determinam a metodologia de aprendizagem do candidato a empreendedor. 3.3.1. Competências Prahalad e Hamel (1995) explicam que, nas décadas de 1970 e 1980, a qualidade, medida pelo número de defeitos, era indubitavelmente uma competência essencial para os fabricantes de automóveis japoneses. A confiabilidade superior era um elemento de valor importante para os clientes e um verdadeiro diferencial para os fabricantes de automóveis japoneses. Em muitos setores, qualidade, velocidade de chegada ao mercado e respostas rápidas no atendimento aos clientes, antes verdadeiros diferenciais - estão se tornando vantagens rotineiras. 3.3.2. Para valorizar sua competência o empreendedor deve: Aprender a negociar, realizar acordos comerciais com equilíbrio e entender que uma boa negociação é aquela em que os dois lados ganham. Dessa maneira, terá maior oportunidade de voltar a fazer negócios. Aprender a se comunicar. A comunicação é simples, porém é preciso adquirir técnicas fáceis de trabalhar, entendendo e sendo entendido. A boa articulação ao comunicar ideias por escrito ou verbalmente é fundamental. Aprender técnicas de compras, procurar conhecer perfeitamente seu produto e o do concorrente, dominar a arte de abastecer, girar produtos e comprar certo. Aprender a ter autocontrole, pois vivemos e trabalhamos sob pressão o dia todo e, portanto, devemos treinar o equilíbrio emocional. Entender que, finalmente, as organizações estão focando os clientes, pois temos que fazer deles parceiros, uma vez que eles irão comunicar se nosso produto está de acordo com suas necessidades. Se estiver, eles ficam satisfeitos e voltam a comprar. Caso contrário, esquecem e irão procurar o produto do concorrente. Temos que atenderaos seus anseios, seus sonhos. Aprender a usar ferramentas ECR (Efficient Consumer Response – resposta eficiente ao consumidor). De acordo com Prahalad e Hamel (1995), o desenvolvimento e o acesso às habilidades e tecnologias é que irão determinar essa competência essencial. O empreendedor, para se manter no mercado, deve saber lidar com os parceiros, fazendo associações estratégicas. Uma competência fundamental é uma trama, tecida com fios de habilidades e tecnologias distintas. O indispensável é a habilidade de harmonizar uma ampla variedade de habilidades e tecnologias diferentes. 3.3.3. O valor da competência Você já deve ter lido várias vezes essa mensagem muito simples, porém bastante significativa para entendermos o valor da competência: Um especialista foi chamado para solucionar um problema em um computador de grande porte e altamente complexo, que vale 12 milhões de reais. Sentado em frente ao monitor, pressionou algumas teclas, balançou a cabeça, murmurou algo para si mesmo e desligou o computador. Tirou uma chave de fenda de seu bolso e deu volta e meia em um minúsculo parafuso. Então, ligou o computador e verificou que tudo estava funcionando perfeitamente. O presidente da empresa se mostrou surpreendido e ofereceu pagar a conta no mesmo instante. – Quanto lhe devo? – perguntou. – São mil reais, por favor. – Mil reais? Mil reais por alguns minutos de trabalho? Mil reais por apertar um parafuso? Eu sei que meu computador vale 12 milhões de reais, mas mil reais é um valor absurdo! Pagarei somente se receber uma nota fiscal com todos os detalhes que justifiquem tal valor. O especialista balançou a cabeça e saiu. Na manhã seguinte, o presidente recebeu a nota fiscal, leu com cuidado, balançou a cabeça e saiu para pagá-la no mesmo instante, sem reclamar Nota fiscal: Serviços prestados: Apertar um parafuso..................................R$1,00 Saber qual parafuso apertar......................R$999,00 Fonte: <www.lacen.saude.pr.gov.br/arquivos/File/.../competencia.pps->. Acesso em: 07 jul. 2012. 3.4. CARACTERÍSTICAS DO EMPREENDEDOR Há quem confunda um bom administrador com um empreendedor, pois ambos possuem similaridades e diferenças. Segundo Dornelas (2011), para ser empreendedor é necessário ser um bom administrador. No entanto, ser um bom administrador não é garantia de ser empreendedor, pois para isso é necessário, além de possuir habilidades gerenciais, ousar, criar, ter paixão pelo que faz, assumir riscos e transformar seu ambiente social e econômico. A cada dia é crescente o número de pessoas que se arriscam em empreender novos negócios e os motivos são variados: o fato de estar desempregado, ter flexibilidade no horário de trabalho, ficar rico ou mesmo o fato de ter uma ideia. Porém ter uma ideia e desenvolver um negócio não garante o sucesso do mesmo. É necessário mais do que isso. É imprescindível conhecer bem o que se vai fazer e estar disposto a correr riscos, a inovar, pesquisar e adquirir conhecimentos constantemente. Um empreendedor apresenta um conjunto de características próprias de uma pessoa diferenciada; a partir da identificação de uma oportunidade para empreender, ou seja, para alterar, inovar ou criar algo, esta pessoa dá início a um processo de tomada de decisão a fim de tornar algo já existente em algo não comum. Algumas pessoas já nascem com maior qualificação para o empreendedorismo. Outras, para Ragonezi (2004), não possuem tantos talentos inatos, mas isso não quer dizer que não possam aprender e desenvolver essas capacidades. Esse desenvolvimento é fundamental para toda pessoa que almeja implantar e gerir um pequeno negócio. Estudiosos do assunto reconhecem que os empreendedores têm algumas características básicas: Iniciativa - são pessoas que não ficam esperando que os outros (o governo, o empregador, o parente, o padrinho) venham resolver seus problemas. A iniciativa, enfim, é a capacidade daquele que, tendo uma adversidade qualquer, age: arregaça as mangas e parte para a solução. Persistência - por estar motivado, convicto, entusiasmado e crente nas possibilidades, o empreendedor é capaz de persistir até que as coisas comecem a funcionar adequadamente. Autoconfiança - o empreendedor tem autoconfiança, isto é, acredita em si mesmo. Se não acreditasse, seria difícil ele tomar a iniciativa. A crença em si mesmo faz o indivíduo arriscar mais, ousar, oferecer-se para realizar tarefas desafiadoras, enfim, torna-o mais empreendedor. Aceitação do risco - ainda que muitas vezes seja cauteloso e precavido, a verdade é que o empreendedor os aceita em alguma medida. Sem temor do fracasso e da rejeição - o empreendedor fará tudo o que for necessário para não fracassar, mas não é atormentado pelo medo paralisante da derrota. Pessoas com grande amor próprio e receio do fracasso preferem não tentar correr o risco de não acertar - ficam, então, paralisadas. Decisão e responsabilidade - o empreendedor não fica esperando que os outros decidam por ele. Ele toma decisões e aceita a responsabilidade que elas acarretam. Energia - é necessária uma dose de energia para se lançar em novas realizações, que usualmente exigem intensos esforços iniciais. O empreendedor dispõe dessa reserva de energia, vinda provavelmente de seu entusiasmo e motivação. Automotivação e entusiasmo - pessoas empreendedoras são capazes de automotivação relacionada a desafios e tarefas em que acreditam. Não necessitam de prêmios externos, como compensação financeira. Igualmente, por sua motivação, são capazes de se entusiasmarem com suas ideias e projetos. Controle - o empreendedor acredita que sua realização depende de si mesmo e não de forças externas sobre as quais não tem controle. Ele se vê capaz de controlar a si mesmo e de influenciar o meio de tal modo que possa atingir seus objetivos. Voltado para equipe - o empreendedor em geral não é um fazedor, no sentido obreiro da palavra. Ele cria equipe, delega, acredita nos outros e obtém resultados por meio desses. Otimismo - o empreendedor é otimista, o que não quer dizer sonhador ou iludido. Acredita nas possibilidades que o mundo oferece, na chance de solução dos problemas e no potencial de desenvolvimento. Capacidade empreendedora - se uma pessoa tem capacidade empreendedora, ela tem boa probabilidade de acertar no mundo do pequeno negócio. Mas, a verdade é que os negócios exigem um pouco mais do que pura e simplesmente o talento empreendedor. O empreendedor de sucesso possui características extras que, de acordo com Dornellas (2005), além dos atributos do administrador e algumas características pessoais somados a características sociológicas e ambientais, permitem o nascimento de uma nova empresa. De uma ideia surge uma inovação, e desta, uma empresa. São visionários: Têm a visão de como será o futuro para o negócio e sua vida, e o mais importante, possuem a habilidade de implementar seus sonhos. Sabem tomar decisões: Não se sentem inseguros; sabem tomar as decisões corretas na hora certa, principalmente nos momentos de adversidade, sendo esse um fator chave para seu sucesso. E, além de decidirem, implementam suas ações rapidamente. São indivíduos que fazem a diferença: Os empreendedores transformam algo de difícil definição, uma ideia abstrata, em algo concreto, que funciona na realidade. Sabem agregar valor aos serviços e produtos que colocam no mercado. Sabem explorar ao máximo as oportunidades: Para a maioria das pessoas, as boas ideias são daqueles que as veem primeiro, por sorte ou acaso. Para os visionários (os empreendedores), as boas ideias são geradas daquilo que todos conseguem ver, mas não identificaram algo prático para transformá-las em oportunidade, por meio de dados e informação. O empreendedor é um exímio identificador de oportunidades, sendoum indivíduo curioso, criativo, e atento a informações, pois sabe que suas chances melhoram quando seu conhecimento aumenta. São determinados e dinâmicos: Implementam suas ações com total comprometimento. Atropelam as adversidades, ultrapassando os obstáculos com uma vontade ímpar de “fazer acontecer”. Cultivam um inconformismo diante da rotina. São dedicados: Dedicam-se 24 horas por dia, 7 dias por semana ao negócio. São trabalhadores exemplares, que encontram energia para continuar mesmo quando há problemas pela frente. São otimistas e apaixonados pelo o que fazem: Adoram o seu trabalho, sendo esse amor o principal combustível que os mantêm cada vez mais animados e autodeterminados, tornando-os os melhores vendedores de seus produtos e serviços, pois sabem, como ninguém, como fazê-lo. São independentes e constroem seu próprio destino: Querem estar à frente das mudanças e ser donos do próprio destino. Desejam criar algo novo e determinar seus passos, abrir seus próprios caminhos. São líderes e formadores de equipes: Têm um senso de liderança incomum. São respeitados e adorados por seus pares, pois sabem valorizá-los, estimulá-los e recompensá-los, formando um time em torno de si. São bem relacionados (networking). Sabem construir uma rede de contatos que os auxiliam nos ambientes interno e externo da empresa, junto a clientes, fornecedores e entidades de classe. São organizados: Os empreendedores sabem obter e alocar os recursos materiais, humanos, tecnológicos e financeiros de forma racional, procurando o melhor desempenho para o negócio. Planejam: Os empreendedores de sucesso planejam cada passo, desde o primeiro rascunho do plano de negócios, até sua apresentação a investidores e superiores, sempre tendo como base a forte visão de negócio que possuem. Possuem conhecimento. São sedentos pelo conhecimento e aprendem continuamente, pois sabem que, quanto maior o domínio sobre um ramo de negócio, maior é a chance de êxito. Assumem riscos calculados: Talvez essa seja a característica mais conhecida dos empreendedores, pois eles são aqueles que assumem riscos calculados e sabem gerenciar o risco, avaliando as reais chances de sucesso. Assumir riscos tem relação com desafios. E, para o empreendedor, quanto maior o desafio, mais estimulante será a jornada empreendedora. Criam valor para a sociedade: Os empreendedores utilizam seu capital intelectual para criarem valor para a sociedade por meio da geração de emprego, dinamizando a economia e inovando, sempre usando sua criatividade em busca de soluções para melhorar a vida das pessoas. Pode-se verificar que tais características podem ser identificadas e desenvolvidas pelas pessoas. O talento pode se definir como aptidão natural ou habilidade adquirida. Talento todo mundo tem, o importante é descobrir qual é, e saber usá-lo. QUADRO 3.1. : CARACTERÍSTICAS DOS EMPREENDEDORES DE SUCESSO Visionários Além de programarem sonhos, prevêem o futuro para o seu negócio e sua vida. Tomam decisões Sentem-se seguros e tomam decisões certas, principalmente em momentos de crise, além de programarem ações com muita destreza. Exploram oportunidades Identificam oportunidades e são indivíduos curiosos, atentos a informações como arma para ampliação de suas chances. Determinados e dinâmicos Programam ações com comprometimento. Mantêm-se sempre dinâmicos e não se acomodam com a rotina. Dedicados Dedicam-se em tempo integral ao seu negócio. Não desanimam mesmo quando os problemas surgem Otimistas e apaixonados Realizam o seu trabalho com paixão, por isso são os melhores vendedores de seus produtos ou serviços. Enxergam sempre o sucesso, nunca o fracasso. Independentes Ambicionam ser donos do próprio negócio, modificar a realidade e gerar empregos. Enriquecem Acreditam que o dinheiro é consequência do sucesso dos negócios, no entanto, esse não é seu principal objetivo. Líderes e formadores de equipes Têm capacidade de liderança. Respeitam, valorizam, estimulam e recompensam seus funcionários, pois sabem que depende de sua equipe para obter sucesso. Além disso, captam os melhores profissionais para dar auxílio em áreas que não domina. Realizam networking Possuem contatos externos que o auxiliam junto a clientes e fornecedores. Organizados Captam e alocam os recursos materiais, humanos, tecnológicos e financeiros de forma racional, procurando o melhor desempenho para o negócio. Planejam Planejam desde o plano de negócios até a definição de estratégias de marketing do negócio e o seu desenvolvimento. Conhecem Pesquisam, buscam informações em experiências práticas ou publicações sobre o negócio em que atuam, pois quanto maior o conhecimento, maiores as chances de êxito. Assumem riscos calculados Assumem riscos fazendo seu gerenciamento, de modo a não comprometer sua segurança. Criam valor para a sociedade Fazem uso de seu conhecimento para criar valor para a sociedade, com geração de empregos, dinamizando a economia e inovando a fim de facilitar a vida das pessoas. Fonte: Adaptado de Dornelas, 2011 QUAIS AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DE UM EMPREENDEDOR? FIGURA 3.2. – Características do Empreendedor 3.5. HABILIDADES EMPREENDEDORAS Até alguns anos atrás, acreditava-se que o empreendedor era inato, que nascia com um diferencial e era predestinado ao sucesso nos negócios. Pessoas sem essas características eram desencorajadas a empreender. Como Dornellas (2005) já mostrou, isso é um mito. Atualmente, esse discurso mudou e, cada vez mais, acredita-se que o processo empreendedor pode ser ensinado e entendido por qualquer pessoa e que o sucesso é decorrente de uma gama de fatores internos e externos ao negócio, do perfil do empreendedor e de como ele administra as adversidades que encontra no dia a dia de seu empreendimento. Os empreendedores inatos, para Dornellas (2005), continuam existindo, e permanecem sendo referências de sucesso, mas muitos outros podem ser capacitados para a criação de empresas duradouras. Isso não garante que apenas pelo ensino do empreendedorismo serão gerados novos mitos como Bill Gates, Silvio Santos, Olavo Setúbal e Antônio Ermírio de Moraes. Porém, pode-se afirmar que todas essas pessoas do mundo dos negócios só ocupam, ou ocuparam, tal posto devido ao esforço, determinação e paixão pelas suas atividades. Toda atividade que é desenvolvida visando pura e simplesmente o lucro, tende a fracassar. O dinheiro é uma consequência do sucesso. No entanto, com certeza, o ensino de empreendedorismo ajudará na formação de melhores empresários, melhores empresas e na maior geração de riqueza ao país. Para ser um empreendedor de sucesso, além de apresentar características importantes, algumas habilidades são também essenciais para aquele que empreende. São elas: habilidades técnicas, habilidades administrativas e habilidades empreendedoras, sobre as quais trataremos no próximo tópico. Assim como foram abordadas características de empreendedores de sucesso, há habilidades que são desenvolvidas de acordo com o passar do tempo. Essas são as chamadas habilidades empreendedoras. As habilidades requeridas de um empreendedor podem ser classificadas, de acordo com Dornellas (2005), em três áreas: técnicas, gerenciais e características pessoais. As habilidades técnicas envolvem saber escrever, saber ouvir as pessoas e saber captar informações, ser um bom orador, ser organizado, saber liderar e trabalhar em equipe, além de possuir know-how técnico na sua área de atuação. As habilidades gerenciais incluem as áreas de criação, de desenvolvimento e de gerenciamento de uma nova empresa: marketing, administração, finanças, operacional, produção, tomada de decisão, controle das ações da empresa e ser um bom negociador. Algumas característicaspessoais incluem: assumir riscos, ser disciplinado, ser inovador, orientado a mudanças, ser persistente, além de ser um líder visionário. HABILIDADES DO EMPREENDEDOR TÉCNICAS relacionadas à redação, atenção, oralidade, organização, treinamento, trabalho em equipe e know-how técnico. ADMINISTRATIVAS referem-se à criação, ao desenvolvimento e à administração de empresas. PESSOAIS diz respeito ao controle interno (disciplina), risco, capacidade de inovar, persistência, liderança visionária e orientação para mudanças. QUADRO 3.2.: Habilidades do Empreendedor Podemos visualizar cada um desses itens de forma mais clara na Figura 3.3: Figura 3.3: Tipos de habilidades empreendedoras Fonte: CTISM, adaptado de Hisrich e Peters, 2009 A Escola de Empreendedorismo Zeltzer classifica as habilidades empreendedoras de acordo com o que segue: a) Pessoais – habilidades muito particulares. b) Interpessoais – são oriundas da interação. c) Sistematizadas – podem ser adquiridas através de treinamento. d) Profundas – desenvolvidas apenas quando são vivenciadas. QUADRO 3.3.: HABILIDADES EMPREENDEDORAS PESSOAIS SISTEMATIZADAS PROFUNDAS Planejamento – trabalho de preparação para qualquer atividade no qual se estabelecem os objetivos, as etapas, os prazos e os meios para a sua concretização. Autoconhecimento – ciência dos seus potenciais, motivações e pontos de aprendizagem. Determinação – disposição para realização/conclusão de atividades e superação de obstáculos. Autoavaliação – capacidade de enumerar as próprias características e realizações, com a avaliação crítica dos aspectos positivos e negativos. Visão crítica – capacidade de identificar e avaliar problemas e situações, através de representação, categorização, análise e síntese. Autoconfiança – conforto em relação ao autoconhecimento e autoavaliação. Resumido por: “EU POSSO”. Decisão – capacidade de avaliar várias possibilidades, relacionar os prós e contras de cada uma, e decidir pela que melhor atende ao contexto apresentado. Automotivação – alimentada pela causa pessoal, que dá sentido à vida e projetos de cada um. Busca do conhecimento – capacidade de buscar a informação e conhecimento necessários para realização de cada atividade. Iniciativa – capacidade de iniciar uma atividade ou colocar em prática uma ideia, por conta própria, sem depender da orientação de terceiros. Criatividade – capacidade de ter fluência de ideias diferentes do padrão, elaboradas, complexas e originais. Visão de futuro – visão abstrata de algo que ainda não existe, formulada de forma concreta, desenhando o caminho para que ela possa existir. Assunção de risco – capacidade de caminhar em relação ao desconhecido, formulando hipóteses, tomando decisões e se precavendo em relação às possibilidades de resposta. Quanto mais clara é a visão de futuro, maior é a assunção de risco. Persistência – um nível superior à determinação, onde a automotivação permite resistir às frustrações e superar os obstáculos mais difíceis. Fonte: http://www.zeltzer.com.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&catid=1:habilidades- empreendedoras--e-projetos&id=4:saiba-mais-sobre-as-habilidades-empreendedoras&Itemid=8 QUADRO 3.4.: HABILIDADES EMPREENDEDORAS INTERPESSOAIS SISTEMATIZADAS PROFUNDAS Trabalho em equipe – capacidade de realizar atividades com grupos de pessoas que possuem características, opiniões e interesses diferentes. Cooperação – capacidade de se unir a pessoas em torno de um propósito. Comunicação – capacidade de expressar as próprias ideias (se fazer entender) e de compreender as ideias dos outros. Sinergia – capacidade de gerar empatia, colaboração e resultados significativos no trabalho em equipe. Negociação – capacidade de discutir problemas e impasses, enumerando os aspectos positivos e negativos, e decidindo em conjunto a solução que será adotada, de forma que todos os participantes se sintam atendidos. Flexibilidade – capacidade de elaborar várias alternativas para uma atividade ou problema, receptividade para compreender e avaliar alternativas dos outros, e capacidade de aceitar alternativas que sejam de consenso do grupo, mesmo que não sejam suas preferidas. Persuasão – capacidade de expressar suas ideias, detalhando os pontos positivos, e avaliando/mitigando os problemas referentes aos pontos negativos, desta forma convencendo os outros da sua aplicabilidade. Fonte: http://www.zeltzer.com.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&catid=1:habilidades- empreendedoras-e-projetos&id=4:saiba-mais-sobre-as-habilidades-empreendedoras&Itemid=8 3.6. TIPOS DE EMPREENDEDOR Não existe um único tipo de empreendedor ou modelo-padrão, é difícil rotulá-lo. Esse fato mostra que tornar-se empreendedor é algo que pode acontecer a qualquer um. A seguir são apresentados os tipos de empreendedores (DORNELAS, 2005). Os empreendedores são classificados em sete tipos: O Empreendedor Nato, O Empreendedor que Aprende, O Empreendedor Serial, O Empreendedor Corporativo, O Empreendedor Social, O Empreendedor por Necessidade e O Empreendedor Herdeiro. Tipo 01 – Empreendedor Nato Geralmente são os mais conhecidos e aclamados. Suas histórias são brilhantes e, muitas vezes, começam do nada e criam grandes impérios. Começam a trabalhar muito jovens e adquirem habilidade de negociação e de vendas. Em países ocidentais, esses empreendedores natos são, em sua maioria, imigrante ou seus pais e avós o foram. São visionários, otimistas, estão à frente do seu tempo e comprometem-se 100% para realizar seus sonhos. Suas referências e exemplos a seguir são os valores familiares e religiosos, e eles mesmos acabam por se tornar uma grande referência. Se você perguntar a um empreendedor nato quem ele admira será comum lembrar-se da figura paterno-materna ou algum familiar mais próximo. Ex. Assis Gurgacz, Pedro Mufatto, Bill Gates. Tipo 02 – O Empreendedor que aprende (inesperado) Este tipo de empreendedor tem sido muito comum. É normalmente uma pessoa que, quando menos esperava, se deparou com uma oportunidade de negócio e tomou a decisão de mudar o que fazia na vida para se dedicar ao negócio próprio. É uma pessoa que nunca pensou em ser empreendedor, que antes de se tornar uma via alternativa de carreira em grandes empresas como a única possível. O momento de disparo ou de tomada de decisão ocorre quando alguém o convida para fazer parte de uma sociedade ou ainda quando ele próprio percebe que pode criar um negócio próprio. Geralmente demora um pouco para tomar a decisão de mudar de carreira, a não ser que esteja em situação de perder o emprego ou já tenha sido demitido. Antes de se tornar empreendedor, acreditava que não gostava de assumir riscos. Tem de aprender a lidar com as novas situações e se envolver em todas as atividades de um negócio próprio. Tipo 03 – O empreendedor Serial (Cria Novos Negócios) O Empreendedor serial é aquele apaixonado não apenas pelas empresas que cria, mas principalmente pelo ato de empreender. É uma pessoa que não se contenta em criar um negócio e ficar à frente dele até que se torne uma grande corporação. Como geralmente é uma pessoa dinâmica, prefere os desafios e a adrenalina envolvidos na criação de algo novo a assumir uma postura de executivo que lidera grandes equipes. Normalmente está atento a tudo o que ocorre ao seu redor e adora conversar com as pessoas, participar de eventos, associações, fazer networking. Geralmente tem uma habilidade incrível de montar equipes, motivar o time, captar recursos para o início do negócio e colocar a empresa em funcionamento. Sua habilidade maior é acreditar nas oportunidades e não descansar enquanto não as vir implementadas. Ao concluir um desafio, precisa de outros para se manter motivado. As vezes se envolve em vários negócios ao mesmo tempo e não é incomum ter várias históriasde fracasso. Mas estas servem de estímulo para a superação do próximo desafio. Tipo 04 – O empreendedor Corporativo O Empreendedor Corporativo tem ficado mais em evidencia nos últimos anos, devido à necessidade das grandes organizações de se renovar, inovar e criar novos negócios. São geralmente executivos muito competentes, com capacidade gerencial e conhecimento de ferramentas administrativas. Trabalham de olho nos resultados para crescer no mundo corporativo. Assumem riscos e tem o desafio de lidar com a falta de autonomia, já que nunca terão o caminho 100% livre para agir. São hábeis comunicadores e vendedores de suas ideias. Desenvolvem seu networking dentro e fora da organização. Convencem as pessoas a fazerem parte de seu time, mas sabem reconhecer o empenho da equipe. Sabem se autopromover e são ambiciosos. Não se contentam em ganhar o que ganham e adoram planos com metas ousadas e recompensas variáveis. Se saírem da corporação para criar o próprio negócio pode ter problemas no início, já que estão acostumados com as regalias e o acesso a recursos do mundo corporativo. Tipo 05 – Empreendedor Social O empreendedor social tem como missão de vida construir um mundo melhor para as pessoas. Envolve-se em causas humanitárias com comprometimento singular. Tem um desejo imenso de mudar o mundo criando oportunidades para aqueles que não têm acesso a elas. Suas características são similares às dos demais empreendedores, mas a diferença é que se realizam vendo seus projetos trazerem resultados para os outros e não para si próprios. De todo os tipos de empreendedores é o único que não busca desenvolver um patrimônio financeiro, ou seja, não tem como um de seus objetivos ganhar dinheiro. Prefere compartilhar seus recursos e contribuir para o desenvolvimento das pessoas. Tipo 06 – O Empreendedor por Necessidade O empreendedor por necessidade cria o próprio negócio porque não tem alternativa. Geralmente não tem acesso ao mercado de trabalho ou foi demitido. Não resta outra opção a não ser trabalhar por conta própria. Geralmente se envolve em negócio informal, desenvolvendo tarefas simples, prestando serviços e conseguindo como resultado pouco retorno financeiro. É um grande problema social para os países em desenvolvimento, pois apesar de ter iniciativa, trabalhar arduamente e buscar de todas as formas a sua sobrevivência e a dos seus familiares, não contribui para o desenvolvimento econômico. Na verdade, os empreendedores por necessidade são vítimas do modelo capitalista atual, pois não tem acesso a recursos, à educação e às mínimas condições para empreender de maneira estruturada. Suas iniciativas empreendedoras são simples, pouco inovadoras, geralmente não contribuem com impostos e outras taxas, e acaba por inflar as estatísticas empreendedoras de países em desenvolvimento, como o Brasil. Sua existência em grande quantidade é um problema social que, no caso brasileiro, ainda está longe de ser resolvido. Tipo 07 – O empreendedor Herdeiro (Sucessão Familiar) O empreendedor herdeiro recebe logo cedo à missão de levar à frente o legado de sua família. Empresas familiares fazem parte da estrutura empresarial de todos os países, e muitos impérios foram construídos nos últimos anos por famílias empreendedoras, que mostraram habilidade de passar o bastão a cada nova geração. Mais recentemente, porém, tem ocorrido a chamada profissionalização da gestão de empresas familiares, através da contratação de executivos de mercado para a administração da empresa e da criação de uma estrutura de governança corporativa, com os herdeiros opinando no conselho de administração e não necessariamente assumindo cargos executivos na empresa. O desafio do empreendedor herdeiro é multiplicar o patrimônio recebido. Isso tem sido cada vez mais difícil. O empreendedor herdeiro aprende a arte de empreender com exemplos da família, e geralmente segue seus passos. Muitos começam bem cedo a entender como o negócio funciona e a assumir responsabilidade na organização, e acabam por assumir cargos de direção ainda jovens. Alguns têm senso de independência e desejo de inovar, de mudar as regras do jogo. Outros são conservadores e preferem não mexer no que tem dado certo. Esses extremos, na verdade, mostram que existem variações no perfil do empreendedor herdeiro. Mais recentemente, os próprios herdeiros e suas famílias, preocupados com o futuro de seus negócios, têm optado por buscar mais apoio externo, através de cursos de especialização, MBA, programas especiais voltados para empresas familiares. Tipo 08 – O Empreendedor Normal (Planejado) Toda teoria sobre empreendedorismo de sucesso sempre apresenta o planejamento como uma das mais importantes atividades desenvolvidas pelos empreendedores. E isso tem sido comprovado nos últimos anos, já que o planejamento aumenta a probabilidade de um negócio ser bem-sucedido e, em consequência, levar mais empreendedores a usarem essa técnica para garantir melhores resultados. O empreendedor que “faz a lição de casa”, que busca minimizar riscos, que se preocupa com os próximos passos do negócio, que tem uma visão de futuro clara e que trabalha em função de metas é o empreendedor aqui definido como o “normal” ou planejado. Então o empreendedor normal seria o mais completo do ponto de vista da definição de empreendedor e o que a teria como referência a ser seguida, mas que na prática ainda não representa uma quantidade considerável de empreendedores. No entanto, ao se analisar apenas empreendedores bem-sucedidos, o planejamento aparece como uma atividade bem comum nesse universo específico, apesar de muitos dos bem-sucedidos também não se encaixarem nessa categoria. 3.7. O MITO DO EMPREENDEDOR Existem vários mitos sobre empreendedorismo, mas Dornelas (2005) destaca três em especial: Mito 1: empreendedores são natos, nascem para o sucesso. Realidade: • Enquanto a maioria dos empreendedores nasce com certo nível de inteligência, empreendedores de sucesso acumulam relevantes habilidades, experiências e contatos com o passar dos anos. • A capacidade de ter visão e perseguir oportunidades aprimora-se com o tempo. Mito 2: empreendedores são “jogadores” que assumem riscos altíssimos. Realidade: • Tomam riscos calculados. • Evitam riscos desnecessários. • Compartilham o risco com outros. • Dividem o risco em “partes menores”. Mito 3: empreendedores são “lobos solitários” e não conseguem trabalhar em equipe. Realidade: • São ótimos líderes. • Criam times. • Desenvolvem excelente relacionamento no trabalho com colegas, parceiros, clientes, fornecedores e muitos outros. A essência do empresário de sucesso é a busca de novos negócios e oportunidades e a preocupação sempre presente com a melhoria do produto. Enquanto a maior parte das pessoas tende a enxergar apenas dificuldades e insucessos, o empreendedor deve ser otimista e buscar o sucesso, a despeito das dificuldades. De acordo com Revista Exame (2002), existem algumas falsas verdades (mitos) sobre os empreendedores e o empreendedorismo. Conheça-as através desta entrevista: MITOS DO EMPREENDEDOR Mito 1 – Não é possível desenvolver o empreendedorismo, você deve nascer empreendedor Nos Estados Unidos, os maiores responsáveis pelo surgimento de novos negócios são os profissionais que foram demitidos de seus empregos e precisaram encontrar uma forma de sobreviver. São gestores que viraram empreendedores por necessidade. Mito 2 – Todo empreendedor inventou algo na garagem de casa quando jovem e tem uma personalidade esquisita O empreendedor americano médio tem entre 35 e 45 anos, dez anos de experiência numa grande empresa e um perfil psicológico rico. Empreendedores são pessoas normais, como eu e você. Mito 3 – O objetivo de todo empreendedor é ser milionário Todos os empreendedoresque entrevistei, mesmo os que ficaram ricos, afirmam que isso não é verdade. O que os motivou foi a vontade de criar algo novo e não a pergunta: bom, o que eu posso fazer para ficar rico? Mito 4 – Empreendedores não são muito confiáveis Essa visão era muito comum quando eu era jovem. Agora responda: onde estão acontecendo os maiores crimes do mundo dos negócios? Nas grandes empresas. Não faz sentido dizer que um empreendedor deve ser menos respeitado do que um Chief Executive Officer (CEO). Mito 5 – Um empreendedor precisa tomar riscos enormes Como investem o próprio dinheiro, empreendedores tendem a ser muito conservadores. Os maiores riscos são tomados pelos principais executivos das grandes empresas. Vários já me disseram que apostariam um milhão de dólares numa nova ideia. Nenhum empreendedor faria isso. Mito 6 – Fazer um curso de Especialização em Administração de Negócio (MBA) é a melhor forma de se transformar num empreendedor Minha recomendação aqui é: economize seu dinheiro. O conhecimento sobre gestão vai fazer falta depois que sua empresa atingir certo tamanho. Nessa hora pode ser uma boa ideia contratar alguém com um MBA. Fonte: http://exame.abril.com.br/negocios/gestao/noticias/falsas-verdades-sobre-empreendedores-m0042859 http://exame.abril.com.br/negocios/gestao/noticias/falsas-verdades-sobre-empreendedores-m0042859 Atividade de aprendizagem 1. Faça uma entrevista com alguém que você conhece e considera como alguém empreendedor. Nesta tarefa você deverá abordar questões como: 2. Há quanto tempo atua em seu negócio? 3. Qual foi sua principal motivação para iniciar o negócio? 4. É apaixonado pelo que faz? 5. Que tipo de riscos já correu para atingir seus objetivos? 6. Quais características possui que considera específicas de um empreendedor? 7. Em algum momento pensou em desistir do empreendimento? Material de Apoio Link de artigo científico para estudo: http://www.pg.utfpr.edu.br/ppgep/Ebook/ARTIGOS/14.pdf Filme Assista ao filme “Quem mexeu no meu queijo” e comente sobre as características empreendedoras dos personagens, promovendo um debate entre você e os seus colegas. LINK: https://www.youtube.com/watch?v=WzG_QOCEQJc http://www.pg.utfpr.edu.br/ppgep/Ebook/ARTIGOS/14.pdf https://www.youtube.com/watch?v=WzG_QOCEQJc
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