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07/04/2021 Livro Digital - Direitos Humanos e Cidadania https://livrodigital.uniasselvi.com.br/SES18_direitos_humanos_e_cidadania/unidade1.html?topico=2 1/13 A CONSTRUÇÃO ÉTICA NOS DIREITOS HUMANOS UNIDADE 1 A CONCEPÇÃO DE DIREITOS HUMANOS TÓPICO 2 Neste tópico desmisti�caremos a questão do empoderamento do sujeito enquanto cidadão que de alguma forma infringiu determinada lei, pois se tem a ideia de que Direitos Humanos é uma linha de defesa em situações em que os indivíduos agem de maneira irregular, solicitando apoio aos direitos humanos, possibilitando identi�car algumas alternativas no sentido de minimizar a pena. A terminologia ideológica se amplia à medida que direitos humanos signi�cam: Os direitos e liberdades básicas de todos os seres humanos. Seu conceito também está ligado com a ideia de liberdade de pensamento, de expressão, e a igualdade perante a lei. A ONU proclamou a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que é respeitada mundialmente (FONTE: Disponível em: <http://www.signi�cados.com.br/direitos- humanos>. Acesso em: 6 set. 2016.). Os direitos humanos são direitos inerentes a todos os seres humanos, independentemente de raça, sexo, nacionalidade, etnia, idioma, religião ou qualquer outra condição. Os direitos humanos incluem o direito à vida e à liberdade, a liberdade de opinião e de expressão, o direito ao trabalho e à educação, entre muitos outros. Todos merecem estes direitos, sem discriminação. FONTE: Disponível em: <http://www.dudh.org.br/de�nicao/>. Acesso em: 4 maio 2016. 1 INTRODUÇÃO- Unidade 1 - Tópico 2 07/04/2021 Livro Digital - Direitos Humanos e Cidadania https://livrodigital.uniasselvi.com.br/SES18_direitos_humanos_e_cidadania/unidade1.html?topico=2 2/13 Assim, os direitos humanos são o direito próprio que está intrínseco na vida do cidadão. Nessa linha é possível compreendermos que cada ser humano pode usufruir de seus direitos, independentemente de raça, cor, religião, sexo, etnia, opinião política, se é rico ou pobre, entre outros. Sendo assim, os direitos humanos são garantias previstas em lei, contidas na Declaração Universal dos Direitos Humanos, a qual protege o cidadão de toda e qualquer possibilidade de transgressão de sua liberdade e sua dignidade humana. Nessa linha estamos propondo ampliar a discussão acerca do tema, recuperando um pouco do entendimento a partir dos genes e do entendimento de diretos humanos e sua conjuntura na contemporaneidade, a �m de traçar um caminho e compreender o processo histórico. Na visão de Silva e Pereira (2007), “é preciso entender que cada sociedade, em sua época, experimenta e dimensiona as relações sociais [...], como se estabelecem essas relações na sociedade”. Sempre que re�etimos sobre a temática direitos humanos e cidadania, é imprescindível considerar que a sociedade brasileira é um campo vasto de contradições das expressões sociais, pois identi�camos as mais variadas vulnerabilidades, políticas, econômicas e sociais. Contudo, essas fragilidades tendem a ser banalizadas, já que elas são consideradas secundárias, sua prioridade é estabelecida a partir da notoriedade perante a situação que recebe, seja pela sociedade ou através dos meios de comunicação. A ocorrência de vulnerabilidade depende das condições de cada sujeito e as condições dependem de escolhas e de oportunidades que são ou não ofertadas. O sujeito necessita ser �exível e tentar se adaptar às diversidades encontradas, já que ele por si só e as políticas públicas não conseguem responder e oportunizar a mesma equidade de acesso a toda sociedade. Entende-se que a sociedade vem compreendendo esse novo processo de acesso à cidadania, essa geralmente conquistada através dos movimentos sociais, mas esse processo depende da repercussão e do apoio, pois movimentos isolados tendem a ser estagnados, enquanto que os movimentos mais amplos tem maior disseminação de suas propostas. O contexto histórico dos direitos humanos é identi�cado a partir de um grande marco histórico, que pode ser identi�cado como período que antecede a 1ª Guerra Mundial, período transitório entreguerras e a 2ª Guerra Mundial, onde os homens foram obrigados a deixar seus lares para defender a ideologia política da época de sua nação. FIGURA 5 – REFLEXOS DA GUERRA 2 CONTEXTO HISTÓRICO DOS DIREITOS HUMANOS- Unidade 1 - Tópico 2 07/04/2021 Livro Digital - Direitos Humanos e Cidadania https://livrodigital.uniasselvi.com.br/SES18_direitos_humanos_e_cidadania/unidade1.html?topico=2 3/13 instituição dos Tribunais de Nuremberg e de Tóquio; instituição da Organização das Nações Unidas – ONU (1945); adoção da Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948). FONTE: Disponível em: <http://www.infoescola.com/historia/primeira-guerra-mundial/>. Acesso em: 11 maio 2016. Esse período mais tenso da história é marcado pela pressão política administrativa, principalmente no período entreguerras, no qual se vivenciava uma instabilidade, momento em que surgem iniciativas referentes aos direitos humanos de amplitude internacional. QUADRO 3 - CONCEPÇÕES FONTE: Adaptado de Safernet Brasil (2008), Correio Brasiliense (2015) e Brasil (2013) A criação desses órgãos de organização, orientação e �scalização ligados diretamente ao Direito Internacional Humanitário intervém na proteção dos direitos individuais e estatais. Seguindo a lógica, a 2ª Guerra representou uma ruptura no processo de humanização internacional, devido ao extermínio em massa de milhões de pessoas, tornando a �gura do sujeito descartável e ignorando a questão da dignidade e da igualdade entre a humanidade. Esse processo representou uma quebra, já que os pequenos avanços conseguidos após a 1ª Guerra Mundial foram massacrados e desconsiderados após a 2ª Guerra. Nessa fase iniciam-se as declarações humanitárias internacionais e os tratados internacionais, que nada mais foram do que acordos de paz. As primeiras manifestações ocorridas nesse período pós-guerra foram impulsionadas pela: Nesse período destacamos que os tribunais de Nuremberg e de Tóquio foram decisivos na história dos Direitos Humanos, nesse momento foram estabelecidas normas de responsabilização criminal em situações que comprovassem situações degradantes sobre a dignidade do ser humano. FIGURA 6 – DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA Unidade 1 - Tópico 2 07/04/2021 Livro Digital - Direitos Humanos e Cidadania https://livrodigital.uniasselvi.com.br/SES18_direitos_humanos_e_cidadania/unidade1.html?topico=2 4/13 FONTE: Disponível em: <http://images.livrariasaraiva.com.br/imagemnet/imagem.aspx/? pro_id=158589&qld=90&l=430&a=-1>. Acesso em: 22 set. 2016. Na trajetória da sociedade a constituição exige o respeito aos direitos humanos. Neste sentido, na contemporaneidade está sendo observado o quanto é importante e indispensável esta valorização, até mesmo por entidades que não reconheciam esse valor, e que os aspectos econômicos eram mais importantes que as relações sociais. Sendo assim, �cou evidente que não é o fato de ter poder, seja este econômico, político ou poder militar, que fará com que haja paz na sociedade, sem haver o devido respeito aos direitos humanos. Desta forma, é importante e necessário que todos tenham o pleno conhecimento da seriedade da efetivação dos direitos humanos para a humanidade e sua responsabilidade enquanto efetivação e proteção. A facilidade que a sociedade tem em mandar e receber notícias atualizadas faz com que esse processo se torne um turbilhão de informações, pois os meios de comunicação disparam continuamente. Essas informações podem ou não ser verídicas, porém, são entendidas e interpretadas conforme a realidade de cada sujeito. Todas as informações ou notícias tendem a sofrer algum tipo de juízo de valor, isso faz com que se identi�que sua notoriedade, porém percebe-se que os meios de comunicação vêm explorando principalmente as questões sensacionalistas, fazendo com que a notícia por vezes seja desvinculada de sua verdadeira realidade. É comum encontrarmos notícias com os seguintes focos: violênciacontra a mulher, criança, idoso, entre outras; corrupção, di�culdade de acesso a políticas sociais de saúde e educação, entre outras. O que amplia a discussão, à medida que se compreende que muitas legislações foram desenvolvidas justamente para garantir a proteção que por diversas vezes é desrespeitada, tem-se a ideia de desvalorização, ine�ciência dos direitos humanos. Nessa linha encontramos o contraponto: A necessidade de criar mecanismos de controle X A normatização (que são as leis). Esses mecanismos de controle já existem, mas nos deparamos com a incapacidade da legislação de conter essas situações, pois entende-se que os direitos sociais foram garantidos legislativamente, porém eles não conseguem ser efetivados. Para aprofundamento dos temas deste tópico, sugerimos que você leia o seguinte livro: Direitos humanos: de onde vêm, o que são e para que servem, 2.1 EVOLUÇÕES E O CONCEITO DE DIREITOS HUMANOS- Unidade 1 - Tópico 2 07/04/2021 Livro Digital - Direitos Humanos e Cidadania https://livrodigital.uniasselvi.com.br/SES18_direitos_humanos_e_cidadania/unidade1.html?topico=2 5/13 de Raquel Tavares. A obra contém um resumo da evolução histórica dos direitos humanos e da sua de�nição e principais características, assim como o enunciado dos principais instrumentos existentes para promover e proteger estes direitos, em nível universal e regional. FONTE: Disponível em: <https://www.incm.pt/portal/loja_detalhe.jsp? codigo=102286>. Acesso em: 8 set. 2016. Nesse cenário é possível compreender que os direitos humanos são conquistados quando são implementados na sua integralidade, no entanto, esses direitos podem até ser garantidos por lei, porém com di�culdades de serem reconhecidos na prática. Essa di�culdade de reconhecimento pode ser explicada na medida em que reconhecemos as raízes da concepção dos direitos humanos. Por essa razão nos reportamos a Bobbio (1992), quando nos explica que o que foi considerado evidente em determinado período da história não é mais considerado em outro. Um exemplo prático dessa explicação pode ser a questão dos maus tratos físicos a crianças, que em determinado período da história eram considerados na sociedade como uma maneira educativa, e na atualidade passam a ser considerados práticas de violência. Portanto, essa questão de contextualizar o que é permitido ou não na sociedade depende do período histórico e da maneira que a situação é interpretada. Essa nova maneira de interpretar a situação na sociedade é reforçada a partir das legislações em vigor, pois estas norteiam e padronizam comportamentos sociais que deveriam ser seguidos. Nessa linha fazemos um recorte lembrando que, segundo padrões morais, a violência contra as crianças era uma prática aceitável, enquanto que a ética indica que essa é uma prática imprópria, pois re�ete diretamente no seu processo de desenvolvimento. Nesse sentido, na visão de Pieritz (2015, p. 80), é possível compreender que moral e ética são: palavras que parecem mensurar e ter o mesmo sentido, porém em nenhum momento elas são sinônimas. Pois, quando referenciamos a moral, precisamos ter claro que ela sempre existiu, pois os seres humanos são dotados de consciência moral, a qual se justi�ca pela escolha do bem ou do mal, e esta escolha é resultado do meio em que se vive. No entanto, a ética pode ser compreendida como uma teoria que busca compreender através da investigação cientí�ca o comportamento moral dos seres humanos. O agir não é regido pela tradição, pelos hábitos e costumes, mas sim pela consciência lógica e pela articulação passível de ser comprovada. Sendo assim, as leis passam a representar o marco legal, já que esse é um processo de construção e reconstrução histórica, pautado em valores morais e normatizado com as leis que passam a representar a ética. Pode-se dizer que os direitos humanos são visões do senso comum que tomam forma a partir da reivindicação, essas geralmente são acometidas de preconceitos que podem ser contra certos padrões estabelecidos na sociedade: 2.2 DIREITOS HUMANOS E A INTERPRETAÇÃO DA MORAL X ÉTICA- Unidade 1 - Tópico 2 07/04/2021 Livro Digital - Direitos Humanos e Cidadania https://livrodigital.uniasselvi.com.br/SES18_direitos_humanos_e_cidadania/unidade1.html?topico=2 6/13 Relações homoafetivas; A mulher no mercado de trabalho; O processo emigratório; A opção pro�ssional; As mais variadas formas de exploração (pro�ssional, sexual, entre outras); Ideologias (políticas, religiosas, entre outras). Sugestão de �lme: Gandhi (aborda a discriminação racial). Sinopse: O �lme conta a história de Mohandas K. Gandhi, desde o início da sua carreira como advogado na África do Sul, protestando contra a discriminação racial, até a sua morte. Ressalta a questão da ideologia religiosa, política, situações que ocasionam muitas vezes violência e morte, bem como a sua prolongada prisão. Os direitos humanos surgem para reforçar a ideia de direito à liberdade de expressão e ao pensamento livre. Conforme José Afonso da Silva (2003, p. 103), o conceito de liberdade humana pode ser de�nido da seguinte forma: deve ser expresso no sentido de um poder de atuação do homem em busca de sua realização pessoal, de sua felicidade. (...) Vamos um pouco além, e propomos o conceito seguinte: liberdade consiste na possibilidade de coordenação consciente dos meios necessários à realização da felicidade pessoal. Nessa noção, encontramos todos os elementos objetivos e subjetivos necessários à ideia de liberdade; é poder de atuação sem deixar de ser resistência à opressão; não se dirige contra, mas em busca, em perseguição de alguma coisa, que é a felicidade pessoal, que é subjetiva e circunstancial, pondo a liberdade, pelo seu �m, em harmonia com a consciência de cada um, com o interesse do agente. Tudo que impedir aquela possibilidade de coordenação dos meios é contrário à liberdade. Enquanto que a ideia da liberdade de pensamento é embasada na própria Constituição Federal, promovendo a todos os cidadãos o direito à livre manifestação do pensamento. O pensamento é, na verdade, um juízo de valor, é uma re�exão interna de quem está pensando, e no momento em que é exteriorizado aparece também a opinião de seu emitente. (ARAÚJO; NUNES JUNIOR, 2008). Segundo Tavares (2009), na sociedade atual tem-se o entendimento de que a possibilidade de pensar está contida em todas as pessoas que gozam de saúde mental e possuem o mínimo de discernimento. Diante desse contexto, precisamos considerar que pessoas foram perseguidas e mortas por motivo desses direitos mencionados acima, pois estavam em busca da Unidade 1 - Tópico 2 07/04/2021 Livro Digital - Direitos Humanos e Cidadania https://livrodigital.uniasselvi.com.br/SES18_direitos_humanos_e_cidadania/unidade1.html?topico=2 7/13 Acesso ao mercado de trabalho; Acesso a condições mínimas de saúde e educação, entre outras; Reforma agrária. reivindicação de direitos ou se manifestavam claramente contrárias à situação vigente naquele determinado momento. A questão da liberdade de expressão é compreendida como um direito humano, protegido e reforçado pela Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, e pelas constituições de vários países democráticos, porém esse assunto será melhor debatido nos próximos tópicos. Na história é preciso compreender que os direitos civis só foram efetivados porque a luta pelos direitos sociais desencadeava a necessidade de uma coletividade. Que pode ser: Todas essas necessidades representam um avanço à questão de acesso que di�culta essa lógica, já que todos têm direitos, porém nem todos conseguem acessar, isso re�ete nas expressões da questão social. Os registros históricos identi�cam que na Grécia a população teve a oportunidade de participar pela primeira vez do processo de discussão e decisão na esfera pública. Essa situação pode ser identi�cada como um sinônimo da expressão do início da democracia, ideia que reforça a questão de cidadania e direitos humanos. Esse processo de participação na Grécia ocorriaa partir das assembleias que discutiam sobre assuntos de interesse geral da coletividade. Ou seja, este foi o eixo da cidadania enquanto processo de participação, e mais tarde passa a ser interpretado como uma conquista de direitos. Porém, esse processo era incompleto e seletivo, pois os escravos, as mulheres e os estrangeiros eram excluídos e ignorados, portanto, impedidos de exercer sua cidadania. Essa repercussão deu origem ao movimento de jusnaturalismo, que signi�ca o início da doutrina dos direitos do homem, a qual compreendia esse processo como natural. Na visão de Teixeira (2012, p. 24), esse processo pode ser entendido da seguinte maneira: O Direito Natural clássico dos gregos compreende uma concepção essencialista ou substancialista do Direito Natural: a natureza contém em si a sua própria lei, fonte da ordem, em que se processam os movimentos dos corpos, ou em que se articulam os seus elementos constitutivos essenciais. A ordem da natureza é permanente, constante e imutável. Ou seja, para eles esse processo era ocasionado por forças superiores: imutáveis, estáveis e permanentes, sendo de maneira natural, a qual desconsiderava a vontade humana. Este processo representou um avanço para a população, a qual vinha de um método feudal em que não se tinha direito a nada. Nesse período a terra era a única fonte de sobrevivência e riqueza. O controle das propriedades estava de maneira exclusiva na mão dos nobres, os quais disponibilizam suas terras para serem cultivadas, desde que a eles fosse passado um terço da produção, o restante era utilizado para subsistência e para as trocas realizadas entre os próprios camponeses. Outra questão que precisa ser considerada é que, além de disponibilizarem um terço da produção aos nobres, os camponeses também eram obrigados a trabalhar gratuitamente nas terras dos nobres durante pelo menos três dias por semana e manter em dia suas obrigações com os tributos do rei e com as 2.3 O CONTRAPONTO ENTRE O TRABALHO X DIREITO- Unidade 1 - Tópico 2 07/04/2021 Livro Digital - Direitos Humanos e Cidadania https://livrodigital.uniasselvi.com.br/SES18_direitos_humanos_e_cidadania/unidade1.html?topico=2 8/13 responsabilidades com a igreja. Ou seja, os camponeses representavam ganhos, já que sua mão de obra era explorada continuamente. A fase de transição entre o sistema econômico feudal, o feudalismo, para o sistema econômico capitalista, o capitalismo, teve seu início no século XIV. Na qual não houve ruptura, pois esse processo foi lento e gradual, de maneira mais intensa no campo e mais super�cial no início das áreas urbanas. Na visão de Faria (2016), o feudalismo é um sistema econômico, político e social fundamentado na propriedade sobre a terra. Esta terra pertence ao senhor feudal, que cede uma porção dessa terra ao vassalo em troca de serviços, ocasionando uma relação de dependência. Feudalismo foi um modo de organização social, político e cultural baseado no regime de servidão, onde o trabalhador rural era o servo do grande proprietário de terras, o senhor feudal. O feudalismo predominou na Europa durante toda a Idade Média, entre os séculos V e XV. FIGURA 7 – PIRÂMIDE SOCIAL DA ÉPOCA FONTE: Disponível em: <http://pt.slideshare.net/marcelolillyanmontes/idade-media-38072345>. Acesso em: 4 maio 2016. Essa transição do feudalismo para o capitalismo deu origem a várias correntes �losó�cas, bem como potencializou a questão do egocentrismo e do individualismo, pois o poder continua centrado nas mãos de poucas pessoas. Não há consenso sobre a de�nição exata do capitalismo, nem como o termo deve ser utilizado como categoria analítica. O problema de se de�nir o capitalismo é apontado, por exemplo, por Gian Enrico Rusconi no Dicionário de Política: Na cultura corrente, ao termo capitalismo se atribuem conotações e conteúdos frequentemente muito diferentes, reconduzíveis todavia a duas grandes acepções. Uma primeira acepção restrita de capitalismo designa uma forma particular, historicamente especí�ca, de agir econômico, ou um modo de produção em sentido estrito, ou subsistema econômico [...] Uma segunda acepção de capitalismo, ao invés, atinge a sociedade no seu todo como formação social, historicamente quali�cada, de forma determinante, pelo seu modo de produção (apud BOBBIO; MATTEUCCI; PASQUINO, 1998, p. 141). Alguns autores veem a origem do capitalismo em uma certa tendência natural do ser humano para estabelecer relações de troca, permuta e, consequentemente, o comércio. As relações de troca existem desde os tempos mais remotos, sendo o capitalismo o “estágio mais elevado” do progresso da humanidade, representando o amadurecimento de tais práticas comerciais e relações econômicas de troca desde a mais alta antiguidade. “Esses atos tornaram-se cada vez mais especializados com a evolução da divisão do trabalho, que também foi acompanhado de aperfeiçoamentos técnicos nos instrumentos da produção” (WOOD, 2001, p. 22). FONTE: Disponível em: <http://www.portalconscienciapolitica.com.br/economia- politica/capitalismo/>. Acesso em: 8 set. 2016. Nesse cenário é possível a�rmar que o sistema feudal inicia sua decadência no século XIV, quando os chamados burgueses intensi�caram suas atividades comerciais, e de certa forma o comércio passa a ser considerado mais importante que a posse de terras. Isso enfraqueceu o poder dos nobres e possibilitou aos 2.3.1 Compreendendo a mudança de concepção com a transição do feudalismo para o capitalismo - Unidade 1 - Tópico 2 07/04/2021 Livro Digital - Direitos Humanos e Cidadania https://livrodigital.uniasselvi.com.br/SES18_direitos_humanos_e_cidadania/unidade1.html?topico=2 9/13 camponeses realizar negociações de seus produtos e assim fortalecer o novo sistema. É importante considerar que a passagem do feudalismo para o capitalismo compreendeu movimentos simultâneos, em que surgem as movimentações monetárias, o desenvolvimento do comércio e a origem da industrialização. A partir desta lógica, o feudalismo e a agricultura passam a ter mais valor, enquanto que no capitalismo os centros urbanos vêm ampliando e tendo maior destaque. Essa nova fase do capitalismo ampliou as estratégias e as possibilidades de negociação, porém mantém a mesma lógica, ou seja, o sujeito se apropria da mão de obra do outro em busca de satisfações pessoais. FIGURA 8 – CAPITALISMO FONTE: Disponível em: <https://search? q=correntes+�loso�cas+feudalismo+capitalismo&espv=2&biw=1024&bih=639&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjFxOrq_MDMAhX Acesso em: 4 maio 2016. Transição do Feudalismo para o Capitalismo Sinopse: A constituição do capitalismo foi um processo longo, durante o qual conviveram estruturas características do feudalismo com novas formas de exploração econômica. Os autores discutem, neste livro, as questões que marcaram e de�niram a transição do feudalismo para o capitalismo: o papel do comércio na Idade Média, a evolução das rendas no período, as origens econômicas das cidades medievais, o �m da escravidão na Europa Ocidental e a relação entre campo e cidade. A TRANSIÇÃO DO FEUDALISMO PARA O CAPITALISMO Processo histórico é o conjunto de transformações que ocorrem na vida humana desde o início de sua existência. Dá-se através do relacionamento que os homens mantêm entre si e com a natureza, através do qual ocorrem as transformações qualitativas e quantitativas. As transformações qualitativas envolvem o aparecimento de condições inteiramente diferentes das anteriores; são mudanças essenciais na vida humana, - Unidade 1 - Tópico 2 07/04/2021 Livro Digital - Direitos Humanos e Cidadania https://livrodigital.uniasselvi.com.br/SES18_direitos_humanos_e_cidadania/unidade1.html?topico=2 10/13 que se re�etem imediatamente na totalidade do corpo social. Porém, não devemos entender aqui a palavra qualitativa com um conteúdo valorativo, isto é, que a mudança foi para melhor ou para pior; é simplesmente uma mudança, algo muito diferente que ocorreu e que promoveu repercussões profundas sobre a sociedade em questão.Podemos citar, como exemplo, a Revolução Industrial, que causou profundo impacto sobre a sociedade ao promover o aparecimento do proletariado, alterando as relações sociais. As transformações quantitativas são mudanças que envolvem volume e proporção, os quais podem ser quanti�cados ou medidos, como o aumento de exportações de um país ou o seu crescimento demográ�co. O processo histórico deve ser compreendido a partir da sequência dos sistemas e nos períodos de transição entre eles. O SISTEMA ASIÁTICO Uma análise das civilizações orientais - destacando-se Egito, Mesopotâmia, Pérsia, Fenícia, Palestina - demonstra que os povos do Oriente Próximo, do Oriente Médio e do Extremo Oriente desconheciam a noção de propriedade privada. Por isso, a terra e os escravos pertenciam ao Estado e aos templos. Assim, a economia era estática, a sociedade do tipo estamental, o poder político despótico- teocrático, a religião politeísta e a cultura pragmática. Nesse sistema os hebreus e os fenícios são exceções do ponto de vista econômico, político e religioso. O SISTEMA ESCRAVISTA No escravismo antigo, a noção de propriedade privada já se notabiliza e o escravo era considerado uma "coisa", um "instrumento vocal". A Grécia antiga e a Roma imperial inseriam-se no escravismo. No quadro da crise geral do escravismo romano, podemos localizar o nascimento do sistema feudal. O SISTEMA FEUDAL Caracterizado pelas relações servis de produção, o feudalismo europeu marcou a história medieval por mais de mil anos. Nesse sistema a economia era fechada, autossu�ciente, com produção para o consumo, e a sociedade estamental, imóvel, polarizada entre senhores e servos. O poder político descentralizado e a cultura religiosa são decorrências da própria estrutura de produção. O imobilismo feudal levou-o à destruição a partir das fugas dos servos e do nascimento de uma estrutura dinâmica, comercial, pré-capitalista. A TRANSIÇÃO DO FEUDALISMO AO CAPITALISMO “Por volta do século Xll, com a desintegração do feudalismo, começa a surgir um novo sistema econômico, social e político: o capitalismo”. A característica essencial do novo sistema é o fato de nele o trabalho ser assalariado e não mais servil como no feudalismo. Outros elementos típicos do capitalismo: economia de mercado, trocas monetárias, grandes empresas e preocupação com o lucro. O capitalismo nasce da crise do sistema feudal e cresce com o desenvolvimento comercial, depois das Primeiras Cruzadas. Foi formando-se aos poucos durante o período �nal da Idade Média, para �nalmente dominar toda a Europa ocidental a partir do século XVl. Unidade 1 - Tópico 2 07/04/2021 Livro Digital - Direitos Humanos e Cidadania https://livrodigital.uniasselvi.com.br/SES18_direitos_humanos_e_cidadania/unidade1.html?topico=2 11/13 RESUMO DO TÓPICO Mas foi somente após a Revolução Industrial, iniciada no século XVlll na Inglaterra, que se estabeleceu o verdadeiro capitalismo. O SISTEMA CAPITALISTA A história do capitalismo começa a partir da crise do feudalismo, no �nal da Idade Média europeia. Ao longo de muitos séculos, as estruturas capitalistas foram se organizando e a sociedade burguesa se a�rmando como tal. No século XVIII o capital acumulado primitivamente foi investido na produção, consolidando o sistema, através da Revolução Industrial. Nesta ocasião, as antigas colônias libertaram-se dos pactos coloniais e um novo colonialismo constituiu-se para atender as necessidades e superar as crises típicas do sistema. As disputas coloniais levaram o mundo capitalista às grandes guerras, ao mesmo tempo em que no interior do capitalismo se multiplicavam as células do socialismo. O SISTEMA SOCIALISTA Em meio às crises do capitalismo e as críticas dos ideólogos socialistas, particularmente Karl Marx e Friedrich Engels, foram surgindo os elementos que levaram à criação do primeiro Estado socialista da história, através da Revolução Bolchevista de outubro de 1917. Na atualidade, com o �m do socialismo soviético e de outros estados socialistas, as "esquerdas" estão repensando o socialismo como ideologia. Enquanto isso, as democracias sociais procuram reduzir as distâncias entre os ricos e os pobres, num processo de redistribuição da riqueza capaz de minimizar as distorções geradas pelas contradições entre o capital e o trabalho. FONTE: Disponível em: <http://www.mundovestibular.com.br/articles/251/1/A- TRANSICAO-DO-FEUDALISMO-PARA-O-CAPITALISMO/Paacutegina1.html>. Acesso em: 16 maio 2016. Neste tópico vimos que: • Os direitos humanos são direitos inerentes a todos os seres humanos, independentemente de raça, sexo, nacionalidade, etnia, idioma, religião ou qualquer outra condição. • A sociedade brasileira é um vasto campo de contradições das expressões sociais, a partir das vulnerabilidades: políticas, econômicas e sociais. • Os direitos sociais foram conquistados em sua maioria a partir dos movimentos sociais. Unidade 1 - Tópico 2 07/04/2021 Livro Digital - Direitos Humanos e Cidadania https://livrodigital.uniasselvi.com.br/SES18_direitos_humanos_e_cidadania/unidade1.html?topico=2 12/13 AUTOATIVIDADES • A história dos direitos humanos está intrínseca a Primeira Guerra Mundial, momento que surgem as primeiras iniciativas sobre os direitos humanos. • Houve movimentos internacionais de defesa que se caracterizavam como movimentos de direitos humanos. Sendo que a ONU é resultado desse movimento de acordo internacional de paz. • Várias legislações foram desenvolvidas para reforçar e garantir a proteção de determinada parcela populacional, pelo motivo de os direitos estarem sendo desconsiderados. • Os direitos humanos são conquistados quando são implementados na sua integralidade, são garantidos por lei, porém com di�culdades de reconhecimento na prática. • A evolução também compreende que o que foi considerado evidente em determinado período da história, não é mais considerado em outro. • Consciência moral é uma escolha individual, a qual se justi�ca pela escolha do bem ou do mal, e esta escolha é resultado do meio em que se vive. O agir é regido pela tradição, pelos hábitos e costumes. • Consciência ética é uma teoria que busca compreender através da investigação cientí�ca o comportamento moral dos seres humanos. O “agir norteia-se pela legislação e pela articulação passível de ser comprovada”. • As leis passam a representar o marco legal, pautadas em valores morais e normatizados com as leis que passam a representar a ética. • Os direitos humanos vêm atender aos anseios de �m da opressão e discriminação contra certos padrões estabelecidos na sociedade. • Os direitos humanos reforçam a ideia de direito à liberdade de expressão e ao pensamento livre. • Na história os direitos civis só foram efetivados porque a luta pelos direitos sociais desencadeava a necessidade de uma coletividade. • A fase de transição entre o feudalismo e o capitalismo foi um processo lento e gradual, de maneira mais intensa no campo e mais super�cial no início das áreas urbanas. • No feudalismo as áreas agrícolas e pecuárias tinham maior valorização, enquanto que no capitalismo os centros urbanos vêm recebendo maior destaque. • O capitalismo mantém a mesma lógica do feudalismo, na qual o sujeito se apropria da mão de obra do outro em busca de satisfações pessoais. Chegamos ao �m do segundo tópico da Unidade 1. Acreditamos que você tenha ampliado seu conhecimento, por isso é hora de colocar em prática. 1 A humanidade vem se transformando à medida que acompanha os períodos históricos e suas diversas manifestações. A partir disso, a construção sócio- histórica apresenta mudança de conhecimento e reconhecimento das expressões da questão social. Nesse sentido, descreva a mudança de conceito histórico com relação à expressão Direitos Humanos e Cidadania. Unidade 1 - Tópico 2 07/04/2021 Livro Digital - Direitos Humanos e Cidadania https://livrodigital.uniasselvi.com.br/SES18_direitos_humanos_e_cidadania/unidade1.html?topico=2 13/13 Responder Tópico 1 Tópico 3 Conteúdoescrito por: Todos os direitos reservados © Prof.ª Vera Lúcia Ho�mann Pieritz Prof.ª Joelma Crista Sandri Bonetti Prof.ª Neusa Mendonça Franzmann Unidade 1 - Tópico 2
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