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Imprimir o livro todo Turismo de Base Comunitária – Módulo 1 Site: Ambiente EAD - MMA Curso: Curso Turismo de Base Comunitária - Turma 01/2021 Livro: Turismo de Base Comunitária – Módulo 1 Impresso por: RIOMAR BRUNO DOS SANTOS FERREIRA Data: terça, 13 Abr 2021, 07:50 Sumário Introdução Turismo: entendendo o conceito Diferentes turismos para diferentes turistas: como caracterizar oferta e demanda Ecoturismo Turismo de Base Comunitária (TBC) Unidades de Conservação: possibilidades de manejo Referências Introdução O mundo está mudando. Hoje é possível ver que as discussões sobre o meio ambiente estão cada vez mais presentes no nosso dia a dia e organizações, trabalhadores, clientes, governos, en�m, diferentes pessoas e integrantes de diversos setores econômicos estão buscando se adaptar a essa realidade. Nesse movimento, as pessoas adquiriram novos hábitos e comportamentos de consumo. A busca por experiências vem ganhando espaço no mercado de turismo. Escolhas são feitas levando em consideração novos fatores, como, por exemplo, modelos de produção e consumo que considerem os atores envolvidos, os impactos ambientais, a valorização da cultura local, o respeito aos povos tradicionais, a empatia e a troca de conhecimentos; e práticas mais sustentáveis. Mas, o que exatamente é sustentabilidade? De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU) o Desenvolvimento Sustentável é um modelo de desenvolvimento que busca atender as necessidades das atuais gerações de forma a garantir o uso para as gerações futuras. O tripé da sustentabilidade social, econômica e ambiental é a característica principal desse modelo. Ou seja, uma maneira de produzir, comercializar, consumir e viver que respeita e valoriza o meio ambiente, assegurando a geração de renda ao mesmo tempo que promove a conservação dos recursos naturais e do patrimônio histórico e cultural. Essa ideia surgiu por volta dos anos 70 quando alguns pesquisadores e personagens políticos debateram na Conferência de Estocolmo (1972) os riscos do crescimento econômico a qualquer custo. O conceito de desenvolvimento sustentável foi consolidado em 1982, na ocasião da elaboração do documento “Nosso Futuro Comum”, também conhecido como Relatório Brundtland, sendo considerado um marco importante por orientar novas práticas e comportamentos sustentáveis a serem adotados pelos países participantes. A partir disso, foram realizados outros encontros como a Rio 92 e, mais recentemente, a Rio +20, onde dados sobre desmatamento, poluição, mudanças climáticas, extinção de espécies, vivência de comunidades tradicionais foram debatidos e as orientações foram renovadas. Entre as décadas de 1990 e 2000 foram traçados os Objetivos do Milênio e em 2015 eles foram atualizados para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, dispostos na Agenda 2030 que foi pactuada entre 192 países e o Brasil. A PNPCT busca promover o desenvolvimento sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais, trabalhando no reconhecimento, fortalecimento e garantia dos seus direitos territoriais, ambientais, culturais, sociais e econômicos, respeitando e valorizando sua identidade, suas formas de organização e suas instituições. Compreender o conceito da sustentabilidade é de suma importância no contexto desse curso para que possa ser incorporado no conceito de turismo. Então vamos começar a entender mais sobre o turismo e como fazer dele uma oportunidade para você! Turismo: entendendo o conceito O turismo é uma atividade que, de alguma forma, está presente na vida de todos. Mesmo que você ainda não tenha feito uma viagem, você já pode ter usufruído de algum equipamento turístico ou ter sido impactado pela dinâmica na sua cidade. Viajar é um desejo comum de muitas pessoas. Podemos considerar outras dimensões dessa de�nição. Você sabia que o turismo quando explorado “a partir de sua vivência de tempo livre, de ócio, de uma vivência lúdica e privilegiada do tempo livre, ele pode ser capaz de promover autoconhecimento, capacidade crítica e emancipação”? (FAZITO et al., 2018). Essa ideia chama atenção para os benefícios que vão além da obtenção de renda e geração de empregos, já que é muito comum que o foco das justi�cativas sejam nesses últimos fatores. Mas saber que o turismo dialoga diretamente com o tempo livre e como isso pode ser engrandecedor para quem faz parte dele é também absorver mais profundamente o quão valoroso para o próximo pode ser sua iniciativa. Além de ser uma ótima alternativa de lazer, o turismo, de fato, é uma atividade que se destaca na economia por gerar emprego e renda nos locais em que ocorre. A renda que ele traz não se restringe aos trabalhadores diretos da área (como guias ou hoteleiros). Existem outros serviços que também ganham com a presença e o consumo de visitantes, como o setor de transportes, alimentação, entretenimento e o comércio em geral. Essa capacidade é conhecida na economia como efeito multiplicador do turismo. Para atender as expectativas dos turistas, a região necessitará de serviços básicos da cadeia, como transportes, para acessar o destino. Portanto, no esquema apresentado a seguir, todos os elementos citados possuem alguma relação. A cadeia representa a união entre esses diferentes elos presentes na dinâmica turística. É possível que o turista escolha uma agência de viagens para fazer a intermediação com os serviços que necessita reservar ou contatar antes da viagem, economizando assim seu tempo. De qualquer forma, por contato direto ou indireto com os equipamentos, serviços e atrativos do destino, o turista, idealmente, alcançará seu objetivo principal. O turismo atua como um sistema em que se espera que todas as partes trabalhem corretamente para que o todo funcione. Dessa forma, um destino turístico não pode contar somente com um atrativo - que pode ser um recurso natural, como uma cachoeira ou a praia, um recurso cultural, como eventos e celebrações ou roteiros - para gerar um �uxo de visitação recorrente. É necessário, primeiramente, que o turista saiba que o atrativo existe e tenha informações sobre como chegar (promoção e agenciamento). Após isso, ele precisa ter acesso seguro ao local (infraestrutura e transportes) e dependendo da experiência, ter a garantia que tenha um lugar para descansar (hospedagem) e fazer suas refeições (alimentação). Esquema Representativo da Cadeia Produtivo do Turismo Algumas instituições também são partes importantes desse sistema e trabalham em prol de seu desenvolvimento, como os governos dos diferentes níveis: municipal, estadual (Secretarias) e federal (Ministérios), que acompanham o setor o promovendo, monitorando seu �uxo, investindo em infraestrutura e capacitando pessoas interessadas em trabalhar no setor. Além deles, Universidades também acompanham com projetos e pesquisas e são parceiros essenciais para o crescimento da atividade. Podem existir lacunas ou falhas nesse sistema, mas isso não impede que você comece a trabalhar com uma iniciativa de turismo em sua região. Muitas atividades começam a se mover quando estimuladas por outras a partir do momento que visualizam o retorno que essa dinâmica pode gerar. Você se lembra do que falamos sobre sustentabilidade? Devemos priorizar as virtudes do que é ofertado e estabelecer um sistema de turismo estruturado, de forma a garantir que a comunidade possa contar com o turismo para complementar sua renda, tanto para essa quanto para as futuras gerações. Temos alguns nomes para falar sobre o turismo que é praticado de forma ética, assegurando o bem-estar da população, a preservação do meio ambiente e a capacidade de geração de renda a longo prazo. O mais conhecido é o Turismo Sustentável. Ele surge como uma alternativa que considera determinados pressupostos para seu desenvolvimento, como a garantia da conservação do meio ambiente, a equidade social e a e�ciência econômica do destino. É importante salientar que não cabe a ele a responsabilidade por todo o desenvolvimento sustentável de um local, entretanto, ele pode ser umimportante indutor do alcance de outras metas sociais mais amplas que foram pensadas para a região (COSTA, 2013; MCCOOL, 2016). Existem segmentos do turismo que se aproximam mais desse viés de sustentabilidade, como o Ecoturismo ou o Turismo de Aventura, por utilizarem os ambientes naturais ou próximos à natureza como atrativo ou principal lugar de realização. Porém, o ideal é que todos os segmentos turísticos incorporem práticas sustentáveis nas suas operações. Vamos falar mais deles a seguir. Diferentes turismos para diferentes turistas: como caracterizar oferta e demanda O mercado turístico é composto, basicamente, por oferta e demanda, ou seja, serviços turísticos que são oferecidos e pessoas que querem consumi- los. Algumas características vão de�nir ambos e conhecê-las melhor pode facilitar o encontro entre essas duas partes. Vamos começar pela oferta turística. Os destinos turísticos possuem diferentes atrativos, equipamentos ou estão localizados em ambientes com per�s especí�cos, como em regiões rurais que têm como produto principal a visita a vinícolas ou a estada em hotéis-fazenda, por exemplo. Sabendo quais são seus potenciais, é mais fácil direcionar esforços para planejar e gerir aquilo que você sabe que pode atrair um �uxo de visitantes. O turismo também foi segmentado para que os órgãos responsáveis possam orientar a condução de suas atividades. Atualmente, os segmentos reconhecidos pelo Ministério do Turismo são: Ecoturismo, Turismo Cultural, Turismo de Estudos e Intercâmbio, Turismo de Esportes, Turismo de Pesca, Turismo Náutico, Turismo de Aventura, Turismo de Sol e Praia, Turismo de Negócios e Eventos, Turismo Rural e Turismo de Saúde (BRASIL, MTUR, 2006). Você já pode ter escutado falar em outros segmentos de turismo, como o turismo gastronômico, mas, na verdade, ele pode ser inserido no turismo cultural e é bastante presente no turismo rural. Os segmentos citados acima abarcam um conjunto de características mais amplas e não excluem a possibilidade de, em um mesmo destino, dois ou mais deles serem identi�cados. Por exemplo: em uma cidade litorânea é possível identi�car como segmento principal o Turismo de Sol e Praia, mas ela também pode oferecer visitas a bens culturais valiosos (Turismo Cultural) que podem ser atrativos para potenciais turistas. Os produtos podem ser trabalhados separadamente e podem ser interligados por roteiros turísticos. De qualquer forma, o destino poderá desenvolver ambos. Veremos na próxima seção que o TBC não é um segmento, mas sim uma forma de se organizar e trabalhar o turismo na sua comunidade, independente do segmento identi�cado. Dentre os segmentos mencionados, em iniciativas de TBC é mais comum a presença do Ecoturismo, pois ele “utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista através da interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das populações” (BRASIL, MTUR, 2006, p.9). Por isso, muitas iniciativas de TBC se concentram em áreas naturais e, pela importância de enfatizar o respeito ao meio ambiente, o Ecoturismo é muito presente em sua prática. Outro segmento de destaque é o Turismo Cultural, que se baseia na ”vivência do conjunto de elementos signi�cativos do patrimônio histórico e cultural e dos eventos culturais, valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da cultura” (BRASIL, MTUR, 2006, p. 13). Como no TBC o que é oferecido ao visitante, comumente, é vinculado diretamente à cultura local, esse também é um segmento habitual. Visitantes de todas as idades, gêneros, classes, pro�ssões e lugares são bem-vindos. Entretanto, algumas características pessoais podem impactar em suas escolhas. Por exemplo, é mais comum jovens realizarem Turismo de Estudos e Intercâmbio. Não quer dizer que pessoas com mais idade não realizem, mas pelo fato de os jovens estarem ainda em período escolar, a idade é um fator marcante na escolha por esse segmento. É possível usar vários critérios para segmentar a demanda, como: recorte geográ�co, comportamental, por padrão de consumo, etário ou socioeconômico, entre outros. Selecionar esses critérios e conhecer mais o potencial turista auxilia no direcionamento preciso do seu material promocional, além de te ajudar nas adequações necessárias em seu atrativo ou equipamento, a depender da expectativa ou necessidade daquele visitante. Falaremos mais sobre o per�l do viajante de TBC na próxima seção e como direcionar seu produto para eles no segundo módulo. Mas é importante reforçar que, independentemente do turista, deve- se buscar o respeito mútuo, à natureza e à cultura local. Inclusive, você pode ter um papel ativo na conscientização dos seus visitantes em relação à valorização da sua cultura e da preservação do meio ambiente. Clique no "play" para visualizar o vídeo Os principais tipos de turismo que devem ser buscados em qualquer iniciativa são: Considerando o cenário de crise em decorrência da pandemia da Covid 19, com consequências para a saúde e a economia, as previsões para o mercado do turismo apontam um retorno gradual das atividades, inicialmente com o aumento nas viagens domésticas, de curta distância, com maior contato com a natureza e feitas de forma mais consciente, com, potencialmente, um benefício maior para pequenas comunidades. A Organização Mundial do Turismo acredita que, pelo turismo ser capaz de reaproximar as pessoas, ele será um importante vetor de solidariedade nos próximos anos (UNWTO, 2020). Ecoturismo O fomento e a promoção de ações voltadas ao desenvolvimento do turismo de base comunitária e das cadeias produtivas associadas constituem focos estratégicos do desenvolvimento e proteção do Meio Ambiente. Atividades de visitação em áreas protegidas, entre outras, ativam a cadeia longa do turismo, atingindo positiva e diretamente as economias municipais, estaduais e regionais. O turismo de base comunitária também promove, diretamente, a educação ambiental ao permitir uma melhor e mais ampla conscientização ambiental, apreço pela natureza e entendimento de suas fragilidades e potencialidades. O turismo de base comunitária, por exemplo, é uma alternativa para desenvolver o turismo em várias regiões do país, gerando um círculo virtuoso que gera melhor proteção ambiental das áreas protegidas. As áreas ganham ao receberem investimentos que não seriam possíveis se dependessem exclusivamente do Poder Público; as populações do entorno ganham pelo incremento do turismo e subsequente melhoria do mercado de trabalho e da renda; os Governos municipais, estaduais e Federal ganham com aumento de arrecadação de impostos e divisas estrangeiras assim como ganha o meio ambiente, mais protegido, admirado e compreendido. É previsto que a implementação de projetos de Turismo de Base Comunitária gere um aumento do �uxo turístico, com consequente benefício para as regiões visitadas, para os municípios situados nos seus entornos com a geração de emprego, renda e desenvolvimento socioeconômico, o aumento da arrecadação de impostos, a melhoria do diálogo com as comunidades e dos serviços prestados à comunidade local e aos visitantes. Executar essas estratégias, por meio da sua iniciativa de TBC, além de contribuir para a conservação do meio ambiente, do patrimônio natural e cultural da sua localidade, pode também agregar valor ao seu produto e aumentar o seu retorno. Os turistas que optam pela prática do Ecoturismo, em geral, já adotam um comportamento voltado à preservação e ao respeito pelo ambiente em que eles estão inseridos. É comum que eles demonstrem interesse em conhecer melhor a biodiversidade local, buscando a oferta de outros serviços e o consumo de produtos da própria região. De acordo com o ICMBio (SOUZA; SIMÕES, 2019) - que analisou as contribuições econômicas do turismo para Unidades de Conservação e proximidades - os impactos econômicos desse tipo de atividade afetam diretamente o mercado turístico e, indiretamente, outros negócios locais. Turismo de Base Comunitária (TBC)Já mencionamos anteriormente que o turismo traz retornos positivos para uma localidade. No início dos anos 2000, um grupo de pessoas interessadas nessa questão (pesquisadores, consultores e trabalhadores do turismo) começou a discutir sobre como a distribuição desses retornos positivos poderia ser feita de forma mais justa e equitativa para mais participantes do sistema turístico. Uma fração considerável da economia turística ainda se concentra em grandes empresas, setor importante na geração de empregos, promoção e desenvolvimento de destinos, mas percebeu-se que o turismo também pode ser muito bem aproveitado quando a gestão é realizada pela população local. Por meio da participação direta na concepção dos projetos e nas tomadas de decisão sobre os investimentos locais, comunidades tradicionais poderiam assegurar sua permanência e desenvolver a valorização da cultura local (ARAÚJO, 2011). Nesse contexto nasce o Turismo de Base Comunitária. Logo, o que distingue o TBC dos demais tipos de turismo é sua organização ser realizada pelos próprios habitantes do destino turístico, sem o repasse do controle sobre a forma de condução da atividade para empresas desvinculadas do território. Nessa forma de gestão, o resultado esperado ultrapassa os benefícios econômicos da atividade e se concentra nos encontros e trocas de experiências genuínas sobre distintos modos de vida (MALDONADO, 2009). Para que dê certo, é essencial que o trabalho seja coletivo, que haja um trabalho conjunto entre os diferentes empreendedores e prestadores de serviços ou produtos turísticos da comunidade, onde responsabilidades são compartilhadas por todos que também pretendem se bene�ciar com o TBC. Esse diálogo promove o reconhecimento de seus valores, a integração e organização da cadeia produtiva local e o empoderamento de seus participantes, o que contribui também com a contenção do êxodo de comunidades tradicionais e de trabalhadores jovens dos seus locais de origem. Mas como saber se o que você tem a oferecer ao mercado pode ser uma iniciativa de Turismo de Base Comunitária? É importante identi�car se sua comunidade está apta a ser um destino turístico para que não ocorram problemas quanto à recepção dos moradores locais e à adequação da infraestrutura para a movimentação desejada. Além dos elementos indicados na seção anterior (atrativo, acesso e equipamentos/infraestrutura) estarem condizentes com a proposta de TBC acima explicada, é imprescindível que as práticas turísticas respeitem o modelo de gestão participativo e que a relação custo-benefício seja satisfatória para todos os seus participantes. O TBC pode funcionar como um instrumento de valorização dos recursos naturais e culturais, mas você deve se atentar para que ele não se torne prejudicial à comunidade local e à do entorno. Seguir por essa escolha descaracterizará sua iniciativa como pertencente à oferta de turismo de base comunitária. Nesse sentido, estabeleça um diálogo aberto com os habitantes da localidade e das proximidades e busque parcerias para fortalecer sua iniciativa. Apresente os pontos positivos e esteja receptivo às críticas, aos questionamentos e ao compartilhamento de novas ideias e soluções que possam surgir. A partir disso, estando certo de que seu produto tenha vocação para ser uma iniciativa de TBC e estando disposto a trabalhar nessa dinâmica, você pode seguir con�ante. Vamos reforçar alguns elementos-chave para que você possa absorver quais são os aspectos principais que sua iniciativa ou localidade deve ter ou desenvolver para ser parte da oferta de TBC no Brasil. O quadro a seguir, elaborado por Fabrino et al. (2016), apresenta: ELEMENTOS-CHAVE DEFINIÇÕES Dominialidade Refere-se ao grau de domínio da comunidade sobre os aspectos de controle, propriedade e gestão da atividade turística Organização comunitária Diz respeito ao modelo e processo de gestão consolidado em torno do TBC, além de sua interação com o ambiente externo Ampliação de oportunidades e repartição de benefícios Refere-se à existência de mecanismos/acordos que contribuem para a repartição dos benefícios advindos da atividade turística na localidade e para a ampliação de oportunidade no acesso de seus membros às atividades relacionadas ao turismo Integração econômica Evidencia a integração do turismo com as outras atividades econômicas da localidade, identi�cando novos arranjos surgidos a partir do seu advento Interculturalidade Relaciona-se com o intercâmbio cultural e a troca de referências e experiências estabelecidas entre os turistas e a comunidade local Qualidade ambiental Refere-se às condições da comunidade com relação ao saneamento ambiental e, ainda, as formas de manejo dos recursos naturais locais. Fonte: Fabrino et al. (2016, p.176) Ter esses aspectos em mente quando planejar e executar sua iniciativa pode te auxiliar a não esquecer dos fundamentos do TBC e guiar seus passos ao caminho do desenvolvimento sustentável do turismo na sua comunidade. O Turismo de Base Comunitária conta com uma forte rede de apoio às comunidades tradicionais que o praticam. ------------------------------------------------- O decreto regulamenta o disposto no inciso XI do caput do art. 5º da Lei Geral do Turismo (nº11.771/08), que dispõe sobre a Política Nacional de Turismo. O texto integral do decreto está disponível em: http://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/71137356/do1e- 2019-04-11-decreto-n-9-763-de-11-de-abril-de-2019-71137346. Acesso em 04 de março de 2021. Unidades de Conservação: possibilidades de manejo O Turismo de Base Comunitária se apresenta em um contexto de preservação da natureza e das culturas e tradições brasileiras como um vetor de valorização e proteção das nossas riquezas. São poucos os casos de legislações especí�cas que regulamentam políticas de Turismo de Base Comunitária em municípios ou estados. Podemos citar os exemplos de legislações em Santa Catarina, que abrange o turismo rural, e nos estados do Rio de Janeiro e da Bahia, além de Projetos de Lei nos estados de São Paulo e de Minas Gerais. Essas regras também podem variar de acordo com o tipo de UC presente em sua região. De acordo com o SNUC, as UCs estão divididas em dois grupos principais: Unidades de Conservação de Proteção Integral, que permitem o uso indireto dos seus recursos, dependendo do caso, e Unidades de Conservação de Uso Sustentável que permitem o uso sustentável de uma parte dos seus recursos naturais. Como se tratam de áreas que necessitam de mais atenção quanto à movimentação de pessoas e ao uso dos recursos, precisamos olhar para a legislação pertinente para entender melhor como você poderá atuar com sua iniciativa de TBC. Baseado no SNUC e no Decreto nº 4340 de 2002, foram criados instrumentos de delegação de serviços de apoio à visitação, já que se tratam de áreas públicas (logo não podem ser vendidas a entes privados), mas que podem ser utilizadas de forma adequada por empresários e pela população local. Os instrumentos de delegação são mecanismos legais acordados com a gestão pública que estabelecem deveres e contrapartidas para utilização do espaço e dos recursos das UCs pelo setor privado. Atualmente, contamos com três instrumentos: Ao conferir em qual tipo de área protegida sua iniciativa se insere, você deve procurar o instrumento de delegação de serviços mais adequado ao seu caso. Cada um deles possui diferentes formas de obtenção, e níveis de facilidades e obrigações distintas. Estude qual se adequa mais as suas necessidades e �que atento as chamadas e editais nos portais dos órgãos responsáveis por elas, como o ICMBio. O quadro abaixo mostra as principais diferenças entre os instrumentos. Concessão Autorização Permissão Declaração jurídica Contrato Administrativo Ato Administrativo Ato Administrativo Forma de obtenção Licitação Credenciamento Processo seletivo simpli�cado Ato Não há precariedade Ato precário Ato precário Tempo de delegação Longo prazo Sem prazo de�nido (renovação periódica) Sem prazode�nido (conveniência e oportunidade da administração) Possibilidade de rescisão/revogação Rescisão nas hipóteses previstas em lei. Cabe indenização se a causa não for imputável ao concessionário Revogação a qualquer tempo sem indenização, salvo se outorgada com prazo ou condicionada Revogação a qualquer tempo sem indenização, salvo se outorgada com prazo ou condicionada Acordo Bilateral Unilateral Unilateral Custos Onerosa Gratuita ou onerosa Gratuita ou onerosa Investimento Elevado nível de investimento Baixo nível de investimento ou sem investimento Baixo nível de investimento Uso do bem Utilização obrigatória de bem público, conforme �nalidade concedida Utilização facultativa do bem público Utilização obrigatória de bem público conforme �nalidade permitida Responsável Pessoas jurídicas ou consórcios de empresas Pessoas físicas ou jurídicas Pessoas físicas ou jurídicas Prazo médio para obtenção 18 meses 3 meses 3 meses (Fonte: ICMBio, 2020) Para avançar nessas questões será necessário que você se organize enquanto sociedade, empresa ou microempreendedor e procure os órgãos responsáveis da sua região. Veremos como fazer isso a seguir. Prepare-se! No próximo módulo vamos aprender como colocar o TBC em ação! Referências BARTHOLO, R.; SANSOLO, D. G.; BURSZTYN, I. (org.). Turismo de base comunitária: diversidade de olhares e experiências brasileiras. Rio de Janeiro: letra e imagem, 2009. p. 108-119 COSTA, H. A. Destinos do turismo: percursos para a sustentabilidade. Rio de Janeiro: FGV, 2013. FABRINO, N. H.; NASCIMENTO, E. P.; COSTA, H. A. Turismo de Base Comunitária: Uma Re�exão sobre seus Conceitos e Práticas. Caderno Virtual de Turismo, v. 16, n. 3, p. 172-190, 2016. FAZITO, M.; RODRIGUES, B.; NASCIMENTO, E. P.; PENA, L.C.S. O papel do turismo no desenvolvimento humano. PAPERS DO NAEA (UFPA), v. 372, p. 1-21, 2017. MCCOOL, Stephen F. The Changing Meanings of Sustainable Tourism. In Reframing Sustainable Tourism. Stephen F. McCool; Keith Bosak (orgs). Reino Unido: Springer, 2016. SNUC – Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza: Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000; Decreto nº 4.340, de 22 de agosto de 2002; Decreto nº 5.746, de 5 de abril de 2006. Plano Estratégico Nacional de Áreas Protegidas: Decreto nº5.758, de 13 de abril de 2006 / Ministério do Meio Ambiente. – Brasília: MMA/SBF, 2011. ICMBIO, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, 2019. Turismo de base comunitária em unidades de conservação federais: caderno de experiência. Autores: Ana Gabriela de Cruz Fontoura (et al.) 1ª ed. Brasília – DF. Disponível em: https://www.gov.br/icmbio/pt-br/centrais-de- conteudo/publicacoes/publicacoes- diversas/turismo_de_base_comunitaria_em_ucs_caderno_de_experiencias.pdf UNWTO, 2020. “Tourism can be a platform for overcoming the pandemic by bringing people together, tourism can promote solidarity and trust”: UN secretary-general Antonio Guterres. Disponível em: https://www.unwto.org/news/tourism-can- promote-solidarity-un-secretary-general-antonio- guterres ICMBIO, 2020. Para além das concessões: perspectivas sobre modelos de parcerias em parques. Instituto Semeia. Disponível em: ZAOUAL, Hassan. Do turismo de massa ao turismo situado: quais as transições? Caderno virtual de turismo, v. 8, n. 2, 2008. BRASIL. Ministério do Turismo. Segmentação do Turismo: Marcos Conceituais. Brasília: Ministério do Turismo, 2006. BRASIL, ICMBio/IBAMA. Interpretação ambiental nas unidades de conservação federais/organizadores Antônio Cesar Caetano [et al.]; colaboradores Bruno Cezar Vilas Boas Bimbato [et al.]. – [S.l.]: ICMBio, 2018. Disponível em https://www.gov.br/icmbio/pt-br/centrais-de- conteudo/publicacoes/publicacoes- diversas/interpretacao_ambiental_nas_unidades_de_conservacao_federais.pdf SOUZA, T. V. S. B.; SIMÕES, H. B.; Contribuições do Turismo em Unidades de Conservação Federais para a Economia Brasileira - Efeitos dos Gastos dos Visitantes em 2018: Sumário Executivo. ICMBio. Brasília, 2019. Disponível em: https://www.gov.br/icmbio/pt-br/centrais-de- conteudo/publicacoes/publicacoes- diversas/contribuies_Economicas_do_Turismo__�nal__web.pdf Além desses, que são os principais marcos internacionais sobre o meio ambiente nas últimas décadas, podemos ainda destacar no Brasil momentos importantes da política ambiental nacional e da conquista por direitos dos povos tradicionais, entre eles: a criação do Ministério do Meio Ambiente, em 1992, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, o ICMBio, em 2007, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, o IBAMA, criado em 1989 e da Fundação Nacional do Índio, a FUNAI, criada em 1967. Outro marco importante foi a promulgação do Decreto nº 6.040 de 07 de fevereiro de 2007 que instituiu a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais (PNPCT). Para a Lei Geral do Turismo (Lei Nº 11.771, de 17 de setembro de 2008), considera-se turismo as atividades realizadas por pessoas físicas durante viagens e estadas em lugares diferentes do seu entorno habitual, por um período inferior a 1 (um) ano, com �nalidade de lazer, negócios ou outras. A cadeia produtiva do turismo, portanto é ampla e dá suporte ao produto turístico que será ofertado. De acordo com o Ministério do Turismo, podemos entender esse produto como “o conjunto de atrativos, equipamentos e serviços turísticos acrescidos de facilidades, localizados em um ou mais municípios, ofertado de forma organizada por um determinado preço” (BRASIL, MTUR, 2007, p. 17). TURISMO Atividade na qual uma pessoa ou um grupo de pessoas se desloca para fora de seu entorno habitual em busca de práticas de lazer, realização de negócios, encontro com familiares ou outras motivações. Você também pode estar se perguntando: onde está nessa lista o Turismo de Base Comunitária? Do outro lado do mercado está a demanda turística. Os turistas possuem características e interesses diferentes. Logo, precisamos entender os per�s de demanda para que consigamos fazer a conexão com o produto ofertado e assim fazer com que a experiência seja a melhor possível para os dois lados. Somente em 2018, a contribuição total dos gastos dos visitantes na economia nacional resultou em: Cerca de 90 mil empregos; R$ 2,7 bilhões em renda; R$ 3,8 bilhões em valor agregado ao PIB; R$ 10,4 bilhões em vendas; R$ 740 milhões em vendas diretas do setor de hospedagem; R$ 531 milhões do setor de alimentação. Diante disso e das inúmeras alternativas que o conjunto de recursos naturais do país proporciona, direcionar sua iniciativa de TBC para ser uma oferta ecoturística é uma ótima ideia para impulsionar seu negócio, valorizar sua comunidade e proteger o meio ambiente em que você vive. De acordo com o decreto nº 9.763, de 11 de abril de 2019 : O Turismo de Base Comunitária é um modelo de gestão da visitação protagonizado pela comunidade, que gera benefícios coletivos, promove a vivência intercultural, a qualidade de vida, a valorização da história e da cultura dessas populações e a utilização sustentável para �ns recreativos e educativos, dos recursos da Unidade de Conservação. 1 Ao fortalecer essa rede de solidariedade, você poderá contribuir diretamente para a criação de uma alternativa de renda justa para sua comunidade, ao mesmo tempo em que o respeito ao ambiente em que você vive será apreendido por mais pessoas já que “o contato direto dos visitantes tanto com o meio natural como cultural é uma das características mais próprias do turismo de base comunitária” (SANSOLO; BURSZTYN, 2009, p. 155). Por essa razão é comum que iniciativas de TBC estejam inseridas ou próximas às Unidades de Conservação - UCs, as quais demandam uma atenção especial no seu manejo. Vamos falar sobre elas a seguir. 1 Para auxiliar no ordenamento do avanço urbano e preservar áreas naturais, foi promulgada a lei nº 9.985/2000 que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação, o SNUC. Esse instrumento serve como principalmarco regulatório voltado à gestão e ao uso sustentável das áreas protegidas brasileiras. Para iniciar seu projeto de TBC, você deve saber se ele se localiza em uma UC e quais são as regras especí�cas para a prática de atividades nela. Pode ser que haja leis estaduais e municipais que também incidam sobre seu território e, portanto, você deve procurar os órgãos responsáveis da sua região para esclarecer seus direitos, deveres e restrições quanto ao uso da área. O conjunto das UCs de Proteção Integral é composto por: Estação Ecológica; Reserva Biológica; Parque Nacional; Monumento Natural; e Refúgio de Vida Silvestre. Já as Unidades de Uso Sustentável contemplam: Área de Proteção Ambiental; Área de Relevante Interesse Ecológico; Floresta Nacional; Reserva Extrativista; Reserva de Fauna; Reserva de Desenvolvimento Sustentável; e Reserva Particular do Patrimônio Natural (SNUC, 2011). Concessão (com base na Lei n.º 8.987/1965 e no Art. 14-C da Lei n.º 11.516/2007, incluído pela Lei n.º 13.668/2018) Art. 14C - Poderão ser concedidos serviços, áreas ou instalações de unidades de conservação federais para a exploração de atividades de visitação voltadas à educação ambiental, à preservação e conservação do meio ambiente, ao turismo ecológico, à interpretação ambiental e à recreação em contato com a natureza, precedidos ou não da execução de obras de infraestrutura, mediante procedimento licitatório regido pela Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995. (BRASIL, Lei nº13668/2018) Autorização (com base no Decreto n.º 4.340/2002, Art. 25, inciso I e Art.26) Art. 25. É passível de autorização a exploração de produtos, subprodutos ou serviços inerentes às unidades de conservação, de acordo com os objetivos de cada categoria de unidade. Parágrafo único. Para os �ns deste Decreto, entende-se por produtos, subprodutos ou serviços inerentes à unidade de conservação: I - aqueles destinados a dar suporte físico e logístico à sua administração e à implementação das atividades de uso comum do público, tais como visitação, recreação e turismo; (BRASIL, Decreto nº 4340/2002) Permissão (com base na Lei n.º 9.636/1998 e no Decreto n.º 3.725/ 2001) Art. 22. A utilização, a título precário, de áreas de domínio da União para a realização de eventos de curta duração, de natureza recreativa, esportiva, cultural, religiosa ou educacional, poderá ser autorizada, na forma do regulamento, sob o regime de permissão de uso, em ato do Secretário do Patrimônio da União, publicado no Diário O�cial da União. (BRASIL, Lei nº9.636/1998) É importante acompanhar as atualizações dos decretos e normativas que podem afetar sua oferta. Por exemplo, em 2018, foi instaurada a Lei Federal nº 13.668 que modi�cou alguns pontos da gestão dos recursos naturais por parte do Ibama e do ICMBio, acrescentando artigos de interesse direto do mercado turístico em UCs. Somado a esses instrumentos existem portarias e outras instruções normativas que regulamentam alguns serviços em UCs, como o transporte de passageiros (774/2019) e transporte aquaviário de passageiros (770/2019), comercialização de alimentos (771/2019), locação de equipamentos (772/2019), condução de visitantes (769/2019) ou regulamentam a realização de atividades especí�cas, como eventos (IN 5/2019), mergulho (IN 3/2020), pesca esportiva (91/2020) e a observação de pássaros (IN 14/2018). Acompanhe os sítios eletrônicos dos órgãos estaduais e federais competentes como o Ministério do Meio Ambiente, o IBAMA e o ICMBio para veri�car as atualizações sobre as regras de manejo em UCs e da legislação pertinente. https://ead.mma.gov.br/ https://brasil.un.org/pt-br/sdgs http://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/71137356/do1e-2019-04-11-decreto-n-9-763-de-11-de-abril-de-2019-71137346 http://legislacao.sef.sc.gov.br/html/leis/2008/lei_08_14361.htm https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=357286 http://www.legislabahia.ba.gov.br/documentos/lei-no-14126-de-24-de-setembro-de-2019 https://www.al.sp.gov.br/propositura/?id=1000216009 https://www.almg.gov.br/atividade_parlamentar/tramitacao_projetos/interna.html?a=2019&n=150&t=PL&aba=js_tabVisao https://www.gov.br/icmbio/pt-br https://www.gov.br/icmbio/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/publicacoes-diversas/turismo_de_base_comunitaria_em_ucs_caderno_de_experiencias.pdf https://www.unwto.org/news/tourism-can-promote-solidarity-un-secretary-general-antonio-guterres https://www.gov.br/icmbio/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/publicacoes-diversas/interpretacao_ambiental_nas_unidades_de_conservacao_federais.pdf https://www.gov.br/icmbio/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/publicacoes-diversas/contribuies_Economicas_do_Turismo__final__web.pdf https://ead.mma.gov.br/mod/book/tool/print/index.php?id=9511 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9985.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8987cons.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11516.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2002/D4340.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9636compilado.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2001/D3725.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13668.htm https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-774-de-10-de-dezembro-de-2019-232940855 https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-770-de-10-de-dezembro-de-2019-232940747 https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-771-de-10-de-dezembro-de-2019-232940683 https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-772-de-10-de-dezembro-de-2019-232940653 https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-769-de-10-de-dezembro-de-2019-232940702 https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/instrucao-normativa-n-5-de-23-de-setembro-de-2019-220788212 https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/instrucao-normativa-n-3-de-24-de-abril-de-2020-254067437 https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-91-de-4-de-fevereiro-de-2020-241574956 https://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/portarias/intrucao_normativa_14_2018.pdf https://www.icmbio.gov.br/portal/legislacao1
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