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BIOLOGIA DAS RADIAÇÕES IONIZANTES EFEITOS EM ÁTOMOS E MOLÉCULAS O primeiro efeito real da radiação ocorre quando a energia da radiação ionizante (por ex., os raios X) é depositada dentro das substâncias químicas que formam o tecido vivo (biológico), quando essa é energia é depositada dentro de um átomo ou moléculas, dois efeitos podem ocorrer: excitação e ionização, que podem resultar em danos à molécula. EXCITAÇÃO A excitação ocorre quando um fóton de raios X interage com um elétron externo de um átomo, fazendo com que o elétron vibre momentaneamente e uma energia mais alta. Essa vibração, causa modificação na força que une os átomos em moléculas. IONIZAÇÃO Quando um átomo ionizado (íon) não é mais eletricamente neutro e torna-se mais reativo à medida que tenta encontrar um elétron para substituir aquele que foi perdido. RADIÓLISE DA ÁGUA – INTERAÇÃO DA RADIAÇÃO COM H2O) A água constitui cerca de 80% do peso corporal, assim, a interação do fóton de raios X com a água é um fator importante na produção do dano precoce pela radiação. Essas interações são chamadas de radiólise da água. Os fótons de raios X removem elétrons das moléculas de água contidas no corpo humano. A interação entre um fóton de raios X e uma moléculas de água cria um par iônico consistindo de um elétron ejetado e uma molécula de água com um elétron orbital externo defeituoso denomina radical livre. Esses radicais livres, produzem combinações químicas indesejáveis dentro da célula, que podem provocar dano biológico. A radiólise da água é extremamente complexa; contudo, a água é em grande parte convertida em radicais livres de hidrogênio (H*) e hidroxila (OH*). EFEITOS BIOLÓGICOS Os efeitos biológicos são o resultado do dano a moléculas biologicamente ativas. Esses efeitos podem ser de dois tipos: efeitos diretos ou indiretos. EFEITO DIRETO: Quando partículas ionizantes transferem sua energia para moléculas biologicamente ativas como DNA, RNA, proteínas ou enzimas. EFEITO INDIRETO: Quando uma molécula biologicamente ativa específica, como o DNA, sofre a ação de radicais livres previamente produzidos pela interação da radiação com moléculas de água, a ação destrutiva da radiação ionizante sobre a molécula biologicamente ativa é indireta no sentido de que o depósito da energia da radiação não foi a causa imediata do dano à molécula biologicamente ativa. PERÍODO DE LATÊNCIA Intervalo entre a irradiação e o desenvolvimento do efeito biológico observável. É importante lembrar que quase todas as células são capazes de reparar o dano provocado pela radiação. Quanto menor a dose de radiação à célula, maior a capacidade dessa célula reparar o dano. FATORES DA RADIAÇÃO TIPO DE RADIAÇÃO: Radiações esparsamente ionizantes, como os raios X e os gama, depositam sua energia em eventos de depósitos de energia bastante separados quando comparados com as radiações densamente ionizantes. TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA LINEAR: Quantidade de energia transferida para o tecido pela distância viajada naquele tecido. DOSE TOTAL: Quanto maior a quantidade de energia depositada em um tecido, mais grave o efeito radiobiológico. PODER DE PENETRAÇÃO DA RADIAÇÃO (QUALIDADE DO RAIO): Quanto mais penetrante (maior energia) for a radiação ionizante, mais grave o efeito radiobiológico será sobre os tecidos que estiverem nas partes mais profundas do corpo. EXPOSIÇÃO AGUDA VERSUS CRÔNICA: Uma exposição aguda a uma radiação ionizante ocorre quando toda a energia é fornecida em um período muito curto. Dose por dose, uma exposição aguda produz efeitos radiobiológicos mais graves do que exposições crônicas. A exposição crônica ocorre quando uma pequena quantidade de radiação é fornecida por um período prolongado. EFEITOS CUMULATIVOS DA RADIAÇÃO: Sempre que um tecido biológico é exposto a radiação, vai ocorrer alguma lesão que será reparada em seguida. Estudos radiobiológicos indicam que os processos de reparo existem em humanos em todos os níveis de reparo ou substituição celular. Uma vez que o reparo de cada célula provavelmente nunca é substancialmente completado, pode permanecer uma lesão residual dentro do DNA ou do citoplasma; exatamente como uma pequena cicatriz.
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