AI_Governança corporativa

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Atividade individual	
	Matriz de atividade individual
	Disciplina: Governança Corporativa
	Módulo:
	Aluno: 
	Turma: 0221-1_2
	Tarefa: Atividade Invidual – Análise Natura&Co.
	Contexto atual da sociedade indicada
	
A NATURA&CO é a holding formada pela fusão entre a brasileira NATURA, a britânica The Body Shop, e a australiana AESOP. Em janeiro de 2020, a NATURA consolidou a compra da norte americana AVON, tornando-se a quarta maior empresa do setor no mundo. Abaixo foi extraído o quadro de composição atual da companhia:
Observa-se que mais de 61% das ações estão em circulação. Muito mais do que os 25% mínimos exigidos pela B3 para empresas listadas no segmento de Novo Mercado. Esta estrutura muito pulverizada em pequenos acionistas pode vir a ser um motivo de preocupação em momentos de crise econômica, uma vez que os pequenos acionistas podem se desfazer das suas ações em bolsa com objetivo de evitar perdas, ocasionando na queda do valor da companhia. 
	Boas práticas de governança corporativa e obrigatoriedade de adoção dessas práticas por parte das sociedades empresárias 
	
De Acordo com o IBGC[footnoteRef:1], Governança corporativa é o sistema pelo qual as empresas e demais organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e controle e demais partes interessadas. [1: Disponível em https://www.ibgc.org.br/conhecimento/governanca-corporativa#:~:text=As%20boas%20pr%C3%A1ticas%20de%20governan%C3%A7a,da%20organiza%C3%A7%C3%A3o%2C%20sua%20longevidade%20e] 
Ainda segundo à entidade, as boas práticas de governança corporativa convertem princípios básicos em recomendações objetivas, alinhando interesses com a finalidade de preservar e otimizar o valor econômico de longo prazo da organização, facilitando seu acesso a recursos e contribuindo para a qualidade da gestão da organização, sua longevidade e o bem comum. 
A legislação brasileira[footnoteRef:2] estabelece práticas de governança corporativa à todas as S/A. Na última década, o Novo Mercado firmou-se como um segmento destinado à negociação de ações de empresas que adotam, voluntariamente, práticas de governança corporativa adicionais às que são exigidas pela legislação brasileira. Segundo a B3[footnoteRef:3], as empresas listadas nesse segmento especial seguem um conjunto de regras societárias que ampliam os direitos dos acionistas, e devem divulgar suas políticas e estruturas de controle e fiscalização. [2: Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/l13303.htm] [3: Disponível em http://www.b3.com.br/pt_br/produtos-e-servicos/solucoes-para-emissores/segmentos-de-listagem/novo-mercado/] 
A NATURA&CO leva a sério as recomendações do IBGC, tanto que disponibiliza em seu website de relação com investidores[footnoteRef:4] uma lista de recomendações que são seguidas: [4: Disponível em https://ri.NATURA&COeco.com/pt-br/governanca-corporativa/diretrizes-e-praticas/
] 
	Impacto gerado na governança quando da presença da família no controle da companhia e como isso pode vir a ser trabalhado pela estrutura de governança na sociedade escolhida 
	
Pelo material que tivemos acesso durante a disciplina, uma empresa familiar é aquela em que as principais decisões empresarias são tomadas pelos membros da família dos fundadores.
Atualmente, o controle majoritário da NATURA&CO está nas mãos de três executivos e membros de suas famílias. São eles o fundador Luiz Seabra, Guilherme Leal e Pedro Passos. 
Conforme a empresa familiar se desenvolve, ela assume uma nova forma. Não raro, a propriedade acionária tende a se pulverizar ao longo do tempo, de modo que a empresa passa a ter como sócios membros da família que participam da administração e outros que não o fazem. As expectativas desses distintos grupos em relação à empresa, podem ser conflitantes e provocar disputas pelo controle; pelo grau de interferência que a família pode exercer na condução dos negócios; pelo nível de concentração acionária nas mãos das famílias; entre outros. Por isso, torna-se recomendável que sejam estabelecidas instituições de governança familiar. (GARCIA; TAVARES, 2017).
Dado o exposto, no que tange à estrutura organizacional, A NATURA&CO adotou uma das diretrizes de boas práticas que vem sendo adotadas, de afastar os familiares das funções de gestão para ocuparem, exclusivamente, posições estratégicas e vitais na governança do controle societário. Modelos já implementados por Ambev e Banco Itaú, ambos grupos de controle multifamiliar.[footnoteRef:5] [5: Disponível em https://administradores.com.br/artigos/empresa-familiar-brasileira-profissionaliza-o-controle-e-a-gestao
] 
	Preservação de interesses de pequenos investidores na sociedade empresária 
	
A NATURA&CO está inserida no segmento Novo Mercado da B3. Esse segmento é o de mais alto nível, sendo o mais rigoroso quanto ao cumprimento das diretrizes de governança corporativa.
Algumas diretrizes de preservação dos interesses dos pequenos investidores adotados pela NATURA&CO são:
· Possuir 100% do capital formado apenas por ações ordinárias (ON)
· Possuir o sistema conhecido como “tag along”
· “Free Float” - manter ao menos 25% das ações em circulação no mercado.
· Manter ao menos 20% dos membros independentes no conselho de administração (são atualmente 67%).
A NATURA&CO disponibiliza em seu website de relacionamento com o investidor em espaço com as informações financeiras, atas de reuniões de conselhos, fatos relevantes, e mantém canal aberto para os investidores entrarem em contato. 
	Auxílio apresentado pelo Conselho de Administração para a superação da crise
	
O conselho de administração tem papel fundamental no enfrentamento de uma crise, pois segundo MAZALLI e ERCOLIN (2018, p.34) “O conselho de administração deve exercer suas atribuições visando a perenidade e a viabilidade do objeto social não apenas no curto, mas principalmente no longo prazo”.
Com o surgimento da crise causada pelo Covid-19, a bolsa foi afetada pela fuga de diversos investidores pequenos, que avessos ao risco, migraram para outros tipos de investimento. Por essa razão é fundamental que a companhia mantenha acessível um canal de relacionamento mostrando aos investidores e aos pequenos acionistas o que está sendo feito para melhorar a situação da empresa pelo menos no médio prazo.
A Crise causada pelo Covid-19 afetou, de alguma maneira, todos os setores da sociedade. Com a NATURA&CO não foi diferente. Para compensar a queda no faturamento das lojas físicas, a empresa acelerou um processo de mudança que já estava em curso, relacionadas aos conceitos de “social selling” e de “omnicanalidade”, estratégias que buscam integrar todos os canais de venda. O novo modelo de vendas trouxe à companhia resultados positivos, como mostrado na apresentação de resultado da empresa do 4º trimestre de 2020.
Parecer Final:
Na visão de consultor de investimento, considero a NATURA&CO uma empresa de sólidas práticas de governança corporativa. A companhia segue todas as recomendações do IBGC e da B3 quantos às práticas de governança. O princípio da transparência é muito claro na facilidade de obtenção de dados financeiros no portal de RI da empresa. 
A NATURA&CO é uma companhia aberta com controle multifamiliar. Membros de três famílias são os principais controladores. Assim como recomendam os manuais de boas práticas de governança, os três “patriarcas” não exercem funções executivas. São membros do conselho de administração e comitês. 
As ações da NATURA &CO são bastante pulverizadas (61%, contra os 25% mínimos exigido pela B3). Essa pulverização representa grande poder de decisão dos acionistas minoritários, já que, mais da metade do poder de decisão não está nas mãos dos controladores. A empresa adota a política de “uma ação, um voto” e 100% das ações são ordinárias (ON).
Com a chegada da crise causada pela Covid-19, a NATURA&CO compensou a perda em suas lojas físicas e de consultoras,com a aceleração da adesão de vendas por canais digitais e redes sociais.
Sendo assim, recomendo a compra das ações da NATURA&CO como parte do portfólio devido aos aspectos apresentados na análise acima.
	Referências bibliográficas
	
GARCIA, Ricardo Lupion; TAVARES, Cláudio Kaminski. EMPRESA FAMILIAR E A GOVERNANÇA CORPORATIVA: BREVES APONTAMENTOS SOBRE AS ESTRUTURAS DE GESTÃO DAS EMPRESAS FAMILIARES*. Revista de Estudos e Pesquisas Avançadas do Terceiro Setor, Brasília, v. 1, n. 4, p. 481-516, jan. 2017
MAZALLI, Rubens; ERCOLIN, Carlos. Governança Corporativa. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2018.
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