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Teorias de Crescimento e Desenvolvimento Economico

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Universidade Federal de Pernambuco
Teorias de Crescimento e Desenvolvimento Econômico
Pedro Henrique Felix Amorim Ramos
Recife, abril de 2021
Introdução
O que faz uma economia ser desenvolvida? Por que alguns países são desenvolvidos e outros subdesenvolvidos? Esses são dois grandes questionamentos dentro da macroeconomia. No qual, conseguir responder tais perguntas tem sido o objeto de estudo de muitos economistas durantes séculos, mais precisamente desde o surgimento das ciências econômicas quando Adam Smith publicou A Riqueza das Nações.
Por isso, este trabalho irá apresentar e discorrer sobre as principais teorias de desenvolvimento e crescimento econômico formuladas no século XX, teorias que se embasam em diferentes arcabouços teóricos, do Keynesianismo passando pela teoria neoclássica ate os estruturalistas e cepalinos.
Sir Roy F. Harrod e Evsey Domar
Harrod foi um economista britânico que atuou como professor da Universidade de Oxford, Domar além de economista era matemático e durante sua carreira lecionou no MIT. Apesar de não terem trabalhado conjuntamente no desenvolvimento do modelo, o famoso modelo Harrod-Domar apresenta os mesmo resultados, pois Harrod apresentou suas ideias em palestras e posteriormente Domar publicou um artigo com as mesmas ideias.
O modelo de Harrod-Domar se inspira em muitas ideias Keynesianas, pois Harrod foi contemporâneo e colaborador de Keynes. O modelo observa que o investimento aumenta os níveis de estoque de capital e consequentemente eleva a capacidade produtividade e o nível de renda do pais, para o modelo o crescimento da demanda agregada também ocorre através do aumento dos gastos com investimento com o passar do tempo, ou seja, os gastos com investimento em um novo período devem ser maior do que o do período anterior.
Mas o principal postulado do modelo é o chamado crescimento equilibrado, no qual o crescimento da renda mante o nível de pleno emprego. Porém, para atender tal condição é necessário manter a igualdade entre o investimento e poupança e que a demanda agregada cresça no mesmo patamar da capacidade produtiva. Porém, manter esse crescimento equilibrado é uma condição árdua, pois o modelo de Harrod-Domar endossa conclusão keynesiana de instabilidade econômica e não de equilíbrio natural como supõe os clássicos e neoclássicos. 
Robert Solow
Robert Solow é um economista norte-americano formado pela Universidade de Havard, mas durante sua carreira lecionou no MIT. Solow contribui em vários campos do conhecimento dentro das ciências econômicas como programação linear e economia ambiente. Toda via, sua contribuição mais notórias foi a teoria de crescimento de Solow publicada em 1956, no qual lhe rendeu a láurea do prêmio Nobel em econômica de 1987.
Por ser uma teoria neoclássica o modelo de crescimento de Solow argumenta que há um crescimento equilibrado, diferente do modelo Keynesiano de Harrod-Domar que sugere um crescimento instável.
O modelo de crescimento de Solow baseasse em uma economia com função de produção do tipo Cobb-Douglas que produz um único bem homogêneo, sendo Y= Produto, K = Capital e L = Trabalho.
Y = F(K,L)
Essa função de produção possui rendimentos constantes a escala, ou seja, caso a quantidade de insumo seja dobrada a produção também dobra. É possível reescrever essa função pela ótica do produto por trabalhador ao dividir a função por L. Assim, Y/K representa o produtor por trabalhado, K/L o capital por trabalhador e 1 pode ser ignorado, sendo a função reescrita da seguinte forma: 
y = f(k)
Essa função demostra a quantidade de produção gerada por trabalhador quando o capital aumenta, ou seja, a produtividade marginal do Capital (PMgK). A função possui taxas de retornos decrescente a cada unidade de capital adicionado a produção cresce cada vez menos.
Por se tratar de um modelo neoclássico, o nível investimento está diretamente relacionado ao nível de poupança. Como determinantes do nível de investimento Solow considera a função de investimento como função da produção destinada ao investimento, no qual i = investimento por trabalhador, s = poupança por trabalhador e y = produção pro trabalhador.
i = sy
O estoque de capital inicial é dado, porem ele se altera ao longo do tempo em função de duas variáveis o investimento e a depreciação do capital. A depreciação é um percentual do capital que se desgasta com o passar do tempo. Assim, a variação de capital no tempo é expressa da seguinte forma: ∆k = Variação no estoque de capital, sy = investimento por trabalhador, δk = montante de capital que se deperecia a cada período do tempo. 
∆k = sy - δk
Conhecendo as três funções determinantes podemos analisar a dinâmica do modelo de Solow. O modelo de Solow tende no longo prazo a um crescimento equilibrado que leva a convergência entre o nível de investimento e o nível de depreciação do capital, nesse ponto a economia se encontra no chamado “estado estacionário”. Neste estado estacionário não há mudança no estoque de capital fixo e consequentemente no nível de renda.
Portanto, caso o nível do estoque de capital esteja abaixo do nível do estado estacionário indica que o investimento está superando a depreciação e assim haverá aumento de estoque de capital e consequentemente aumento da renda até atingir o estado estacionário no longo prazo. E, caso o nível do estoque de capital esteja superior ao do estado estacionário, o que caracteriza consequentemente que a depreciação do capital está maior que o investimento, com isso o estoque de capital reduz ate atingir o estado estacionário. 
Solow demonstrou que há grande relação entre poupança e crescimento econômico. Pois, quando o nível de poupança se eleva há um novo estado estacionário que será alcançado com um nível maior do estoque de capital e consequentemente um nível maior de renda. Por isso, se torna necessário que haja superávit fiscais para não comprometer a poupança nacional e consequentemente o investimento.
Solow observou que aumento demográficos propiciam a diminuição na relação entre capital e trabalho. Assim, o nível de renda da economia é reduzido.
No modelo de Solow caso ocorra um incremento do nível tecnológico a economia atingira taxas mais elevadas de crescimento da produtividade, independente do aumento do nível de capital por trabalhador. Sendo apenas através do incremento tecnológico é possível atingir taxas de crescimento econômico permanentes.
William Arthur Lewis
Foi um economista laureado com o prêmio Nobel de economia de 1979, lecionou a maior parte de sua carreira acadêmica na Universidade de Princeton. Durante sua carreira se debruçou sobre os estudos de crescimento e desenvolvimento econômico nos países subdesenvolvidos. No qual, formulou a teoria de desenvolvimento econômico através do modelo dos dois setores.
No modelo de dois setores a economia é composta por um setor agrário responsável pela subsistência, esse setor é rico em mão-de-obra, mas possui baixos níveis de capital empregado, o que resulta em uma baixa produtividade. E, o setor urbano industrial que aufere alta lucratividade e tem alta produtividade devido ao grande emprego de bens de capital em sua produção. Como parte dos lucros é convertida em reinvestimentos, o capital físico continua a crescer e a demandar mais mão-de-obra, Lewis observou em suas pesquisas que os salários no setor urbano são cerca de 30% mais altos do que no setor agrícola, essa diferença acaba atraindo a mão-de-obra excedente do setor agrário.
Esse processo migratório gera um aumento nos níveis de produção, renda, investimento e nova atração de mão-de-obra de um setor para outro. Esse ciclo de prosperidade perdurara até quando o setor agrário dispuser de mão-de-obra excedente capaz de alimentar a demanda por trabalhadores do setor urbano.
O modelo de Lewis apesar de ter sido embasado no histórico do desenvolvimento de muitos países ricos como os EUA é também bastante criticado, pois o mesmo processo de migração dos trabalhadores do campo para cidade ocorreu no século XX em váriospaíses subdesenvolvidos da América Latina, Ásia e África. Mas diferente do desenvolvimento econômico, resultou em faltas de empregos e miséria no setor urbano.
Ragnar Nurske
Foi um economista estoniano, lecionou na Universidade de Columbia e em sua carreira dedicou seus estudos a economia internacional e ao desenvolvimento econômico.
Nurske conceituou o subdesenvolvimento, as amarras que prendem os países a essa condição e o que fazer para lograr a condição de desenvolvido. Segundo Nurske o subdesenvolvimento é a condição no qual o capital disponível em um determinado país é insuficiente para alocar de maneira eficiente os recursos naturais e o trabalho disponível. Tal condição funciona no que ele chamou de “Círculo vicioso da pobreza”, pois uma país subdesenvolvido tem baixos níveis de renda, investimento e produtividade, além disso, essas características se retroalimentam. Pois, níveis de renda baixo levam a baixa poupança que resulta em baixo investimento, com baixos níveis de investimento a produtividade não aumenta devido ao baixo emprego de capital na produção, o que resulta em baixos níveis de renda e assim o círculo vicioso da pobreza perdura.
Para Nurke o Círculo vicioso da pobreza só pode ser quebrado através de um processo de industrialização dos países subdesenvolvidos. Entretanto, essa industrialização deve ser voltada para o mercado interno e o excedente exportado para países em desenvolvimento criando assim boas relações comerciais com nações em estado semelhante de desenvolvimento. Além disso, para a industrialização logra sucesso é necessário o aumento da produtividade do setor agrícola, pois só assim será possível a população rural auferir renda necessária para consumir os produtos manufaturados e a produção agrícola também será usada para alimentar os trabalhadores da indústria. Nurske argumentava que para desamarrar as forças que mantes os países subdesenvolvidos no círculo vicioso da pobreza é fundamental a presença do Estado coordenando todo o processo e muitas vezes auxiliando via credito as empresas privadas, pois sozinhas elas não conseguem romper o subdesenvolvimento. Porém, em um certo estagio, o círculo vicioso vira um círculo virtuoso, no qual os vários setores da economia passam a retroalimentarem o progresso econômico.
Theodore Schultz
Foi professor da Universidade de Chicago, recebeu conjuntamente com William Arthur Lewis o prêmio Nobel de 1979 por suas pesquisas acerca do desenvolvimento econômico, economia agrícola e principalmente sobre o capital humano.
No início da década de 1960 Schultz defendeu sua teoria do capital humano, em que capital humano seria todo de investimento realizado para a educação, treinamento profissional e saúde dos trabalhadores que resulto em um aumento do “estoque” da capacidade produtiva da mão-de-obra. Observando dados dos países desenvolvidos, Schultz observou que boa parte do aumento da produtividade na economia decorria do aumento do capital humano dos trabalhadores e não do aumento em capital físico ou das horas trabalhadas. Sendo o aumento do capital humano também um benéfico do ponto de vista individual do trabalhador, pois um maior capital humano reflete em maiores remunerações.
Por isso, Schultz argumentava que caso os países subdesenvolvidos desejem alcançar maiores taxas de desenvolvimento econômico, não adiante destinarem todo os recursos para aumentar o nível de capital fixo e negligenciarem o capital humano da mão-de-obra.
Joseph Alois Schumpeter
Foi um proeminente economista austríaco, durante sua carreira desempenhou funções em vários setores, na academia foi professor da Universidade de Bonn e da Universidade de Havard, na política foi ministro da fazenda do governo austríaco após o fim da Primeira Guerra Mundial e também foi banqueiro. Porém, sua atuação fora da academia foi marcada por desastres profissionais.
Schumpeter argumentava que a economia funciona por ciclos econômicos. No qual, o ciclo de bonança e mudança se inicia através da introdução de inovações, segundo Schumpeter essas inovações resultam no processo chamado por ele de “destruição criativa”. Uma inovação pode ser um novo produto, um novo processo produtivo mais eficiente, a criação de um novo mercado, a utilização de novas matérias primas. Sendo os empreendedores responsáveis por inserir tais inovações no mercado, pois o desejo de sempre auferir maiores lucros os motiva a inserir novas inovações. Após a entrada da inovação no mercado essa inovação irá ser replicada por outros empresários destruindo assim algumas empresas, produtos e processos de produção, ou seja, destruição criativa. Mas em compensação, cria um boom na economia com o crescimento da renda, dos empregos e dos lucros. Entretanto, após esse crescimento vem a instabilidade econômica pois a inovação não ocorre continuamente, entrando a economia em recessão até que novas inovações surjam para iniciar um novo ciclo.
Apesar de não ser marxista Schumpeter foi muito influenciado por Karl Marx e assim como ele, acreditava que o sistema capitalista seria substituído pelo socialismo. Ele descreveu os três motivos que seriam responsáveis pelo desaparecimento do capitalismo:
1. O empreendedor responsável pelo processo de inovação está desaparecendo devido a dominância do mercado por grandes empresas que possuem um quadro de especialistas responsáveis pelo processo de inovação. Entretanto, esses técnicos recebem salários e não possuem incentivos como o do empreendedor empresário de buscar maiores lucros;
2. O crescimento de grandes corporações também tem afastado os proprietários não só do processo de criação, mas também de gestão, pois as firmas tem sido geridas pelos executivos que não possuem compromisso com a saúde da empresa;
3. A intervenção do estado no mercado através de leis trabalhistas, nacionalização de empresas, aumento dos gastos públicos e do imposto cria um sistema ineficiente. No qual, não há incentivos para empreender e inovar, a partir daí surgiria um sistema capitalista burocrático totalmente disfuncional que seria substituído depois pelo socialismo.
Schumpeter não via problema na existência de monopólios, pois esses monopólios terão que ter certa eficiência, se não quiserem ser substituídos por novas empresas através do processo de destruição criativa.
Para Schumpeter períodos de ciclos de crescimento e contração são inerentes dentro do sistema capitalista. Por isso, ele realizou relativa contribuições sobre a teoria dos ciclos econômicos, Schumpeter os dividiu da seguinte forma:
· Ciclo de Kitchin: Possui duração de pouco mais de 3 anos, ou seja, curto prazo. Ocorrendo quando há aumento das vendas que acaba desencadeando um aumento dos estoques por parte das firmas, quando passa a ocorrer o movimento contrario de queda das vendas as firmas reduzem seus estoques até que um novo ciclo se inicie;
· Ciclo de Julglar: Tem duração de aproximadamente 10 anos, ou seja, trata-se de um ciclo de médio a longo prazo. Iniciasse quando as firmas realizam um forte investimento em capital fixo, após o capital já estar instalado e produzindo os investimentos caem e só sobem novamente quando há a necessidade de repor o capital deteriorado;
· Ciclo de Kontradieff: Com duração de cerca de 50 anos, se inicia quando a inovação gera destruição criativa traçando um modelo mais produtivo com aumentos do investimento e emprego. Quando a inovação já esta plenamente empregada na economia o investimento cai levando a uma recessão que caso ocorra concomitantemente a retração dos ciclos de Kitchin ou de Julglar leva a uma depressão. A bonança só se reinicia quando surge uma nova inovação capaz de reiniciar o ciclo.
Simon Kuznets
Foi um economista Ucraniano, nos tempos de estudante na Universidade de Columbia foi aluno do economista institucionalista Wesley Clair Mitchel, por isso seus trabalhos são considerados uma simbiose entre a escola institucionalista norte-americana e a keynesiana. Durante sua carreira lecionou nas universidades John Hopskins e de Havard, sendo agraciado com o prêmio Nobel deeconomia em 1971.
Em seus trabalhos Kuznets conseguiu mensurar através do uso da estatística uma serie de propriedades que indicam a situação macroeconômica de uma nação, foi através dele que muitos conceitos de agregados macroeconômicos como o de PIB per capita, renda nacional (PNB, PIB) e coeficiente de capital (no qual se mensura a relação entre capital investido e a produção) surgiram, podendo dizer assim que Kuznets é considerado é “pai da contabilidade nacional moderna”. Kuznets misturou o uso desse ferramental das contas nacionais com conceitos históricos, conhecimento teórico das ciências econômicas e fatores institucionais e socias para mensurar o desenvolvimento econômico dos mais variados países, sendo assim possível mensurar e traçar comparações entre os países desenvolvidos e subdesenvolvidos.
Kuznets observou que o principal determinante no desenvolvimento dos países durantes os séculos XIX e XX foi a inserção cada vez maior do conhecimento cientifico, conhecimento esse usado para resolver problemas e catapultar o desenvolvimento econômico. Usou o PNB como ótica para mensurar o nível de desenvolvimento dos países, mas ressaltou que no caso dos países subdesenvolvidos devesse usar outro parâmetro, visto que o PNB tende a ser menor que o PIB nesses países, pois à presença de empresas estrangeiras faz com que parte da renda gerada seja remetida em forma de lucro para as nações de origem. Para Kuznets o crescimento da força de trabalho não determinava maior desenvolvimento econômico, pois assim como Schumpeter acreditava que a inovação tecnológica que acarreta em maior produtividade e é o determinante do desenvolvimento. Segundo Kuznets, a inovação tecnológica surge em um pequeno grupo de países que já possuem conhecimento tácito sobre a tecnologia vigente e que também possuem conhecimento teórico para desenvolveram uma nova tecnologia capaz de ser mais produtiva que a atual, só posteriormente essa nova tecnologia será difundida nos demais países, além de que, essa difusão depende da malha institucional e dos interesses políticos dos países, pois caso essa nova tecnologia seja contraria aos interesses da elite industrial eles irão embargar a nova tecnologia comprometendo o desenvolvimento da nação em nome dos seus interesses privados.
Desenvolveu a chamada “Lei de Kuznets”. No qual afirma que à medida que a renda per capita dos países vai crescendo a distribuição de renda fica mais igualitária. Porém, a mitigação da desigualdade de renda não ocorre de maneira linear, pois no estágio inicial de crescimento a desigualdade tende a crescer conjuntamente com a renda per capita até atingir um determinado ponto que a desigualdade passa a diminuir à medida que a renda aumenta.
Walt Whitman Rostow
Foi um economista norte-americano, dedicou sua carreira acadêmica a cátedra da história econômica nas prestigiadas universidades de Columbia, Cambridge, Oxford e no MIT.
Durante seus anos como professor Rostow desenvolveu sua teoria de desenvolvimento econômico, teoria essa que se baseia em etapas de desenvolvimento divididas em: Sociedade Tradicional, as pré-condições para decolagem (take-off), decolagem, marcha para maturidade e a era do consumo em massa.
· Sociedade Tradicional: Nesse patamar inicial há um teto de produtividade e consequentemente de crescimento, visto que o conhecimento tecnológico e a capacidade dessa sociedade produzir novas tecnologias são limitadas. O modelo de produção é majoritariamente agrário, a sociedade é rígida e hierarquizada com mobilidade social quase inexistente, o poder político está centralizado em poucas famílias e esse poder político estaria atrelado a propriedade da terra. Rostow usou como exemplos dessa etapa a Europa Medieval e o Oriente Médio;
· Pré-condições para decolagem (take-off): Seria uma fase de transição entre a Sociedade tradicional e a decolagem. No qual se inicia as mudanças sociais e tecnológicas que incrementam a produtividade tanto na agricultura como na indústria, como exemplo de mudanças sociais Rostow destacou o nacionalismo e a valorização da riqueza como a importância da ética protestante. Nessa etapa também há ampliação da concorrência a nível mundial que pode alavancar esse processo em outras nações (fator exógeno), além do surgimento de condições que propiciem o capitalismo como os empreendedores burgueses que buscam cada vez mais o lucro diferente dos senhores feudais, surgimento dos Estados nacionais com poder centralizado, dos bancos e da indústria. Sendo imprescindível nessa fase o investimento estatal em capital físico (Portos e ferrovias). Rostow usou a Europa Ocidental do final do século XVII e início do século XVIII para exemplificar essa etapa, principalmente a Grã-Bretanha que passou por mudanças socias (revolução gloriosa) e mudanças tecnológicas;
· Decolagem: Nessa fase há uma certa maturação das condições necessárias para o desenvolvimento que surgiram na fase anterior. Porém, ainda há algumas pré-condições necessárias para serem cumpridas como maior investimento da renda nacional (oscilando entre 5% a 10%), desenvolvimento do setor industrial e melhor estrutura político-social que melhore as instituições políticas e econômicas. Nessa fase há aumento da urbanização, da classe operaria, dos produtos industrializados e do nível de renda;
· Marcha para maturidade: Após cerca de 60 anos do início da fase de decolagem, se atinge a marcha para maturidade. Agora a economia nacional já se encontra consolidada no mercado internacional, sessa fase a taxa de investimento sobe ainda mais, agora se encontrando entre 10% a 20% da renda nacional e assim passa o nível de crescimento demográfico, o que decorre em crescimento da pressão por uma distribuição de renda mais igualitária. Nessa etapa a tecnologia empregada no setor industrial já atingiu sua maturação, assim, não há limites para expansão da produção;
· Era do consumo em massa: Na última etapa a sociedade atingiu o cume do desenvolvimento econômico de uma sociedade capitalista. A produção industrial se volta para os bens de consumo duráveis, visto que o nível de renda atingiu um patamar superior ao da subsistência. Há maior pressão por um estado de bem-estar social, com isso, a maior atuação do estado para distribuir renda igualitariamente.
Rostow recebeu críticas de Kuznets por ter negligenciado os grandes agregados macroeconômicos como parâmetros de desenvolvimento, Rostow se defendeu afirmando que tais parâmetros não seriam eficazes para medir a eficácia da tecnologia em determinados setores da econômica. Outra crítica recebida por Rostow foi a de sua obra Estágios do Crescimento Econômico: Um Manifesto Não comunista foi ter um caráter mais propagandista de anticomunismo do que cientifico.
Alexander Gerschenkron
Foi um Economista Russo que durante sua carreira foi professor da Universidade de Havard, nela dedicou suas pesquisas aos processos de industrialização ocorrido nos séculos XIX e XX.
Em seus estudos Gerschekron afirmou que as nações subdesenvolvidas ao tentarem se industrializar durante o século XX estavam se deparar com inúmeros problemas, para supera-los seria necessário observar como os países europeus que se industrializaram durante o século XIX, ou seja, posteriormente a Inglaterra, conseguiram superar os problemas que não foram enfrentados pelos ingleses. Pois, os ingleses passaram por uma industrialização “natural”, no qual toda conjuntura permitia tal desenvolvimento, diferente dos países atrasados que não possuem instituições adequada para desenvolver tal processo, credito que financie a industrialização, mão-de-obra, dentre outros problemas. Por isso, segundo Gerschekron a ação do Estado coordenando o processo de industrialização como ocorreu na Alemanha se faz necessário e, quanto mais subdesenvolvida for a nação mais problemas ela terá e precisará de uma maior intervenção do Estado. 
Através dos estudos sobre o processo de industrialização da URSS formulou o chamado “Efeito Gerschekron”. No qual, ao calcular as variações dos preços em dois períodos notassediferença nas variações quando se calcula os preços como o primeiro ou segundo período como base.
Albert Hirschmann
Foi um economista nascido na Alemanha que com o advento da segunda guerra mundial migrou para os EUA, lá desempenhou funções no governo norte-americano e colombiano, além disso, lecionou nas universidades de Yale, Columbia e Havard.
Hirschmann rompe com a ideia evolucionista de que as nações partem de uma economia subdesenvolvida e evoluem linearmente até atingirem o desenvolvimento, desenvolvimento esse que será conquistado através de um arcabouço de fatores que propiciem o progresso econômico como capital, capital humano e capacidade organizacional. Entretanto, para Hirschmann o desenvolvimento ocorreria através de um estopim que desencadeia em um círculo vicioso que irá alimentar o processo de desenvolvimento, pois não há como reunir todos os fatores necessários para iniciar o processo de desenvolvimento, por isso deve-se analisar os potenciais locais de cada nação e assim traçar o processo de desenvolvimento idiossincrático. Pois, em casso de escassez de algum dos fatores, esses fatores podem ser importados de outras nações, sendo mais importante a capacidade da sociedade em se organizar e coordenar o processo de desenvolvimento. No qual, através de metas a serem obtidas os países podem norteasse no processo de desenvolvimento superando os obstáculos socias e de interesses políticos existentes, metas essas traçadas pelo Estado que além de coordenador deve atuar como indutor desse processo por vezes privilegiando alguns setores considerado estratégicos.
Para Hirschmann, o capital estrangeiro seria um aliado no processo de desenvolvimento. Pois, através do capital estrangeiro o Estado não precisa ser responsável pela distribuição dos recursos, mas focar apenas em coordenar o processo, outros benefícios do capital estrangeiro seriam a capacidade de alavancar projetos que travados por rixas políticas e auxiliar no desenvolvimento de setores que ficaram atrasados no processo, sendo fundamental para o desenvolvimento até os setores fragilizados maturarem.
Caso não ocorra a entrada de capital estrangeiro, esses desequilíbrios podem aparentar um suposto fracasso do processo de desenvolvimento econômico. Entretanto, Hirschmann também argumento que a fragilidade de certos setores pode servir de combustível, visto que conhecendo as limitações locais pode-se buscar soluções para supera-las internamente. Pois, buscar soluções que se espelhem nos modelos externos irá estrangular as particularidades locais e assim o processo de desenvolvimento estará fadado ao fracasso.
Raul Prebisch
Foi um economista argentino. Prebisch estudou e lecionou na Universidade de Buenos Aires, paralelamente ajudou a implementar o Banco Central da Argentina, no qual também foi seu primeiro secretário-geral. Posteriormente em 1949 passou a fazer parte da Comissão Econômica para a América Latina – CEPAL.
Em sua obra O desenvolvimento econômico da América Latina e alguns de seus problemas principais, Prebisch buscou solucionar os problemas da economia latino-americana que segundo ele e uma serie de intelectuais cepalinos não podem ser superados via emprego da teoria ortodoxa, visto que a América Latina possui suas próprias particularidades. Segundo o autor o principal problema da América Latina seria o modelo de produção primário-exportador voltado para o mercado externo e o processo de industrialização que surgiu devido à crise de 1929 e das duas guerras mundiais.
Para Prebisch e os outros intelectuais da CEPAL o principal problema do processo de industrialização da América Latina era o lento desenvolvimento do progresso técnico na periferia, no qual esse progresso técnico só ocorre nos setores responsáveis pela produção de alimentos e matérias-primas, setores esses que possuem baixo custo e são voltados à exportação para os países do centro urbano-industrial, assim os outros setores em que a maior parte do contingente populacional está empregada permanecem em atraso tecnológico e com baixa produtividade. Diferente da periferia, o progresso técnico no centro ocorreu de forma veloz e homogênea entre todos os setores daquela economia, ou seja, a produtividade aumenta de maneira generalizada.
Essa difusão tecnológica ocorrendo de maneira distinta entre o centro e a periferia decorre em um continuo aumento da produção e dos preços dos produtos industrializados no centro que resulta em melhores salários e qualidade de vida, enquanto que na periferia latino-americana como só há progresso técnico no setor primário-exportador não há aumento da produtividade da economia como um todo, e, nem nos salários e na qualidade de vida já que a maior parte dos trabalhadores se encontra empregados no setor atrasado. Além disso, Prebisch argumentou que após a crise de 1929 os países do centro importam cada vez menos os produtos da periferia devido o lento progresso técnico que ocorre no setor exportador desses países, causando uma redução permanente dos salários e preços na periferia, pois as firmas produtoras não possuem poder de mercado e, assim que ocorre redução do custo de produção há redução dos preços. Enquanto que a demanda da periferia por produtos manufaturados cresce rapidamente e a preços cada vez maiores, pois as firmas produtoras no centro são oligopólios que possuem alto poder de mercado e não precisam repassar a redução no custo de produção obrigatoriamente em uma redução nos preços dos seus produtos. Com isso, os preços dos produtos exportados pela periferia tendem a apresentar um desfavorecimento nos termos de troca diante dos constantes aumentos dos produtos industrializados do centro, Prebisch nomeou esse fenômeno como “deterioração dos termos de troca”.
Assim, Prebisch foi um crítico da teoria das vantagens comparativas de Ricardo, segundo ele a teoria Ricardiana só correspondia ao comercio entre países do Centro.
Para solucionar o problema da assimetria de crescimento econômico entre o centro e a periferia, Prebisch propôs um processo de industrialização com medidas protecionista para os países da periferia. Pois, com medidas protecionistas haverá uma melhor alocação dos recursos, mostrando aos agentes qual deve o setor recebedor de investimentos, e, inclusive alocação da mão-de-obra que será empregada no setor industrial produzindo assim um incremento da produtividade, apesar do aumento dos custos.
Maria da Conceição Tavares
É uma economista e matemática luso-brasileira, foi professora da UNICAMP e da UFRJ, além de ter sido uma das produtoras intelectuais mais relevantes do pensamento econômico Cepalino.
Nas suas obras Auge e declínio no processo de substituição de importação no Brasil e Da substituição de importação ao capitalismo financeiro, Tavares desenvolve a ideia de substituição de importação iniciada por Ignacio Rangel dentro da economia subdesenvolvida brasileira. No qual, o processo de substituição de importação ocorre quando há a impossibilidade de a economia periférica ser suprida de bens manufaturados oriundos da economia do centro devido a crises econômicas ou guerras. No qual, ao iniciar o processo de substituição de importação dos bens não-duráveis a economia periférica aumenta seu setor industrial e assim consegue suprir a demanda local por esses bens. Entretanto, com o passar do tempo a demanda se descola para a importação de bens duráveis, mas devido a deterioração dos termos de troca, há uma ampliação do desequilíbrio externo e assim se inicia a produção de bens de consumo duráveis na periferia. Esse processo só termina quando a economia periférica consegue desenvolver-se a ponto de ter autonomia de produzir bens de capital internamente.
No entanto, o processo não evolui linearmente e a ocorrência de desajustem impedem que a capacidade industrial periférica atinja a autonomia necessária. Pois, no longo prazo acaba ocorrendo desemprego devido a incapacidade de absorver o excesso de mão-de-obra nos setores de alta tecnologia e assim o consumo não cresce como se espera.
Analisando a economiabrasileira no período que se iniciou após a segunda guerra mundial, Tavares argumentou que houve notório crescimento da produção do setor industrial no Brasil, crescimento esse superior ao setor primário no período. Toda via, esse processo ocorreu de maneira desajustada o que intensificou as desigualdades regionais, pois o parque industrial se desenvolveu na região sudeste, que decorreu em uma concentração de renda perante a classe média do Sudeste. Percebeu também que a incapacidade da economia brasileira de atingir a sua autonomia industrial derivava da falta de investimento necessário para financiar a empreitada e da falta de demanda da indústria de bens de consumo por bens de capital, como solução Tavares defendeu ação do Estado que através do investimento público seria responsável pela demanda por bens de capital. 
Celso Furtado
Foi um economista brasileiro nascido em Pombal-PB, formado em direito pela UFRJ fez parte das trompas brasileiro que lutaram na segunda guerra mundial na Itália. Posteriormente concluiu o doutorado em Sorbonne e ingressou na CEPAL. Teve participação em cargos políticos, onde foi Superintendente da SUDENE em 1959 e depois ministro do planejamento do Governo Joao Goulart. Com o advento do golpe militar de 1964 partiu para o exilio onde lecionou nas universidades Sorbonne, Cambridge e no King’s College até retornar do exilio em 1979. 
Furtado é considerado o maior expoente intelectual brasileiro das ideias estruturalistas, cepalinas e keynesianas. Na sua obra mais proeminente Formação econômica do Brasil analisou a economia colonial brasileira baseada na agro exportação e seus ciclos econômicos, passando pelo Brasil imperial no qual descreveu o ciclo do café e suas crises, a passagem da mão-de-obra escrava para assalariada e finda sua obra analisando o Brasil Republica e o processo de industrialização na primeira metade do século XX. Paralelamente ao processo de formação da economia brasileira Furtado também examina a formação da economia latino-americana e norte-americana definindo os aspectos que levaram ao desenvolvimento ou subdesenvolvimento de cada região. 
Para Furtado, o subdesenvolvimento tem origem histórica, no qual as escolhas políticas levaram a formação de setores econômicos voltados para a economia externa em detrimento das demandas internas, ou seja, os países periféricos dependem das economias centrais para desenvolverem-se. Os países periféricos tendem a preservar modelos de produção pré-capitalista de baixa produtividade e pouco acumulo de capital que propicie o desenvolvimento. Para contornar essa situação os países periféricos realizam processo de substituição de importação iniciado através de um desajuste externo, absorvendo técnicas dos países do centro. Toda via, se for empregada pouca mão-de-obra e os salários forem baixos não haverá mercado consumidor interno.
Para Furtado a falha no processo de substituição de importação também seria a gêneses da inflação na periferia, pois sucinta em crises cambiais causadas pela eterna pressão por importações e baixas exportações que acabam desvalorizando a moeda e elevando o nível de preços.
Por isso, Furtado defendia um elevado grau de planejamento estatal capaz de coordenar e assim evitar que falhas ocorressem no processo de substituição de importação. No qual, o Estado auxilia e coordena o setor privado, além de controlar o fluxo de capitais que entram no país, evitando assim que a renda gerada pelas firmas não seja remetida ao exterior. Outro fator fundamental para o desenvolvimento seria a distribuição de renda, que pode ser obtida através de uma reforma agraria para aumentar a oferta de alimentos e torna-los mais baratos, a ruptura com o modelo agrícola latifundiário também geraria mais renda e investimento que alavancaria um aumento dos salários na indústria; outra medida seria a taxação do consumo conspícuo das classes altas para poder financiar os investimento necessário para o desenvolvimento.
Bibliografia
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