Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Geomorfologia Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Profa. Dra. Adriana Furlan Revisão Textual: Profa. Esp. Márcia Ota Geomorfologia Litorânea • Introdução • A Zona Costeira • Processos costeiros: erosão-sedimentação; ondas, marés, correntes e variações do nível do mar. • As formas de relevo litorâneo - nomenclatura • Planícies costeiras • Praias e recifes • Dunas costeiras: origem e distribuição O objetivo desta Unidade é: · Comparar e compreender os processos relacionados à existência de diversas formas de relevo litorâneo. OBJETIVO DE APRENDIZADO Nesta Unidade, vamos aprender sobre um importante tema que nos levará a compreender eventos que observamos no cotidiano de muitas localidades do Brasil e do mundo: as formas de relevo presentes no litoral – a Geomorfologia litorânea. Leia, com atenção, o conteúdo disponibilizado e o material complementar. Não esqueça! A leitura é um momento oportuno para registrar suas dúvidas; por isso, não deixe de registrá-las e transmiti-las ao professor-tutor. Além disso, para que a sua aprendizagem ocorra num ambiente mais interativo possível, na pasta de atividades, você, também, encontrará as atividades de Avaliação, uma Atividade Reflexiva e a Videoaula. Cada material disponibilizado é mais um elemento para seu aprendizado, por favor, estude todos com atenção! ORIENTAÇÕES Geomorfologia Litorânea UNIDADE Geomorfologia Litorânea Contextualização Observe os mapas a seguir: Fonte: Acervo do Autor Podemos verificar que a maior parte das cidades brasileiras está localizada na zona costeira e há um crescimento acentuado desta ocupação a partir de 1970, o que pode ser observado na comparação dos dois mapas (ocupação até 1970 e o mapa da direita que mostra a ocupação em 2010). Por que a maior parte da população brasileira está concentrada próximo ou na zona costeira? Para respondermos a esta questão, precisamos relembrar do processo histórico de ocupação e formação do nosso país com base nos ciclos econômicos e no fato de que a colonização se deu, inicialmente, no litoral, com o desenvolvimento das atividades econômicas ali localizadas (extração do pau-brasil e lavouras de cana-de- açúcar). Desta forma, os primeiros núcleos de povoamento surgiram no litoral e, com o passar do tempo, a fronteira da ocupação foi se expandindo em direção ao interior do país (fato observado quando comparamos nos mapas a ocupação do litoral e do interior). 6 7 Obras do calçadão de Ponta Negra fi cam para o próximo prefeito O calçadão de Ponta Negra não resistiu à força das marés e ruiu em cerca de doze pontos ao longo dos 2,5 quilômetros do passeio. A situação de calamidade está decretada a respeito da orla de Ponta Negra há exatos três meses. No dia 13 de julho deste ano, um decreto da prefeita estabeleceu a calamidade na área. Posteriormente, o Governo Federal liberou R$ 4 milhões para restaurar a orla. Desde aquele dia, o calçadão de Ponta Negra está interditado em vários pontos. Os visitantes, contudo, continuam a usar o espaço da praia sem maiores problemas, mesmo com o cenário de destruição que tomou conta do lugar em vários pontos do passeio público. Processo erosivo na orla de Ponta Negra – Natal-RN Fonte: Acervo do Autor As situações relatadas acima nos levam a uma reflexão sobre a ocupação do nosso litoral e os problemas decorrentes desta, geralmente, feita sem planejamento. Assim como as demais formas de relevo, as feições costeiras possuem sua dinâmica e dependendo da forma que as sociedades se relacionam com estas podem acelerar processos evolutivos, como os processos erosivos, por exemplo. 7 UNIDADE Geomorfologia Litorânea Introdução A Geomorfologia litorânea ou costeira tem seu foco na explicação das formas da Terra situadas nas zonas costeiras por meio do exame das formas e do histórico de sedimentação e deposição na linha de costa moderna. A forma das feições costeiras é a resposta dos materiais que estão disponíveis aos processos agindo sobre elas (WOODROFFE, 2002). Este ramo da Geomorfologia lida com a esculturação das feições costeiras (formas da Terra), os processos que agem sobre estas e as transformações que ocorrem. As primeiras tentativas de sistematização de explicações sobre as formas costeiras foram realizadas no século XIX por cientistas tais como Charles Lyell e Charles Darwin e pelo pioneiro geomorfólogo norte-americano William Moris Davis, o qual já estudamos nas Unidades anteriores do seu material didático. (BIRD, 2008). Dentre os pioneiros que estudaram a Geomorfologia Costeira, podemos destacar Willian Moris Davis e sua “Teoria do “Ciclo Geográfico”. Embora superada por estudos posteriores, ainda fornece termos e conceitos utilizados na Geomorfologia mais atual (tais como nível de base e o papel erosivo dos rios – conforme estudamos anteriormente). Primeiramente, Davis elaborou sua teoria para explicar a evolução do relevo e das paisagens terrestres, reconhecendo a importância da estrutura, dos processos e do tempo e, com o passar dos anos, esta foi adaptada para ser aplicada na busca da compreensão da evolução das áreas costeiras. Conforme Woodroffe (2002), Davis acreditava que o ciclo de erosão, pontuado por soerguimentos periódicos rejuvenescendo uma paisagem erodida, teria implicações na costa. Na figura 1, está representado como Davis imaginou que uma costa poderia evoluir de uma forma irregular para plana, tornando-se menos recortada com o passar do tempo, com a erosão de promontórios e enseadas de enchimento. Isto demonstra uma similaridade a seu conceito de aplainamento da paisagem em perfil (com redução do relevo e peneplanação da paisagem) (WOODROFFE, 2002). Algo muito importante está associado à análise da teoria Davisiana aplicada às áreas costeiras. Esta demonstra que a linha de costa progride de forma inicialmente irregular, acidentada, através da maturidade, para uma costa regular que é escarpada e pontilhada com areias. As setas na figura 1 indicam a direção do movimento dos sedimentos. Davis imaginava isto em paralelo ao ciclo geográfico de erosão, pelo qual as montanhas (como uma forma inicial de linha de costa) poderiam ser reduzidas a peneplanície (como estágio final de maturidade da linha de costa). 8 9 Figura 1 – O ciclo Davisiano aplicado à costa. Representação esquemática dos estágios concebidos por W. M. Davis. Uma linha de costa progride de uma forma inicialmente irregular (INICIAL), através de estágio de JUVENTUDE, para linha de costa mais uniforme, a qual é escarpada e preenchida com areia (MATURIDADE). As setas indicam a direção do movimento. Fonte: Adaptado de WOODROFFE, 2002, p.11. Qual o problema relativo a esta teoria e outras que a seguiram indo na mesma direção? Como discutimos na anteriormente, as ideias de Davis e seus seguidores foram, paulatinamente, sendo questionadas e substituídas por novas teorias. A ideia de equilíbrio (que está por trás da teoria de Davis) é relativa, pois, dependendo da escala de tempo considerada, a estabilidade pode nunca existir. A escala de tempo utilizada por este e outros autores tem como parâmetro a vida humana e esta é muito restrita, para que eventos relativos à morfogênese e à evolução das formas do relevo possam ser verificadas, exceto em casos, onde ocorrem fenômenos extremos e catastróficos. Na escala do tempo geológico, as formas do relevo têm se modificado constantemente, sendo que onde se instala uma situação de estabilidade, esta a priori desestabiliza as formas anteriores e cria novas formas. Os processos e as formas são, assim, dinâmicos, independentemente da quantidade de tempo para sua ocorrência. Se tomarmos este raciocínio como válido, faz-se necessário considerar que movimentos tectônicos, bem como variações nos processos oceânicos podem tornar uma linha de costa, novamente, irregular. Portanto, as ideias de Davis 9 UNIDADE Geomorfologia Litorânea devem ser consideradas como um ponto inicial para acompreensão histórica da evolução do conceito e explicações acerca da evolução do relevo e entendidas como superadas no presente, embora tenham deixado, como herança, conceitos importantes aplicados até hoje, conforme já afirmamos anteriormente. Desta forma, segundo Bird (2008), a Geomorfologia Costeira tem avançado em termos de temática abordada e pode abranger estudos sobre: • A esculturação das formas de relevo costeiro em relação à geologia, processos, variações em clima e níveis relativos da terra e do mar; • Mudanças na linha de costa medidas em determinado período de tempo e análises de suas causas; • Processos da costa próxima e respostas, particularmente nas praias; • Evidências da história geológica, notavelmente mudanças no nível da terra e do mar relacionadas a variações climáticas; • As fontes e padrões do movimento dos sedimentos costeiros e a matriz dos processos de intemperismo na zona costeira. Devemos considerar, ainda, que as formas naturais do relevo costeiro são resultantes da atuação e interação de processos continentais, oceânicos e atmosféricos; a particularidade de cada forma resulta de uma complexa interação entre estes diversos elementos em distintas escalas de tempo. A evolução das formas se dá em função de sua localização em frente aos fatores atuantes. Para compreendermos as formas de relevo costeiro, precisamos considerar diversos fatores que atuam nestes ambientes, tais como: • Aspectos geológicos (que envolvem a análise das diferenças de dureza das rochas, uma vez que irão desempenhar um papel fundamental em processos geomorfológicos, como no caso da erosão diferencial); • Os fatores climáticos (que estão relacionados ao papel que o vento desempenha diretamente na dinâmica e incidência das ondas, e indiretamente, nas correntes marinhas); • Os agentes do intemperismo químico e físico (fatores climáticos); • As mudanças no nível relativo do mar ao longo do tempo (de que forma contribui para a evolução geomorfológica das formas litorâneas) e as marés cíclicas e as provocadas por tempestades (que interferem nos processos morfogenéticos); • A cobertura vegetal (a qual pode estar presente ou ausente, inibindo, retardando ou acelerando os processos de evolução do relevo). 10 11 A Zona Costeira Para Muehe (2001), a orla costeira (ou zona costeira) é a estreita faixa de contato da terra com o mar, na qual a ação dos processos costeiros se faz sentir de forma mais acentuada e potencialmente mais crítica à medida que os efeitos erosivos ou construcionais (como a sedimentação) podem alterar sensivelmente a linha de costa. A zona costeira e as feições do relevo são afetadas pela abrasão das ondas e diversos outros processos que contribuem para a esculturação destas formas. Estes incluem dissolução de minerais pela água da chuva e respingos de água do mar sobre as formações rochosas, bioerosão causada pelas plantas e animais que habitam a linha de costa e as formações, congelamento e degelo em diferentes estações do ano, em áreas periglaciais, entre outros fatores. Os ambientes glaciais são aqueles locais, onde o gelo e as águas derivadas do degelo são os principais agentes de transporte e deposição de sedimentos. Já as áreas periglaciais que, embora caracterizadas por climas frios e solos frequentemente congelados (permafrost), não estão necessariamente próximas de geleiras. Ex pl or Podemos considerar, ainda, que a costa (ou zona costeira) compreende a interface entre a terra e o mar e que a linha de costa é a margem atual do contato entre as duas. A linha de costa (zona costeira ou litoral) é uma faixa e não é tão simples definirmos onde esta se inicia e onde termina, pois o termo costa (ou zona ou litoral) é muito mais amplo e inclui áreas acima e abaixo da linha da água, tais como bancos de areia, dunas e falésias (figura 2). De acordo com Suguio (2003), as regiões litorâneas (ou zonas costeiras) constituem as faixas de limite entre os continentes e os oceanos, representando uma das áreas, onde ocorre um intenso intercâmbio de energia e matéria no denominado do Sistema Terra. Figura 2 – Zona costeira – interface entre terra e mar, onde atuam em conjunto os fatores oceânicos e continentais. Fonte: iStock / Getty Images 11 UNIDADE Geomorfologia Litorânea É muito importante considerarmos, em princípio, que as linhas de costa têm existido e se transformado desde que os oceanos se formaram pela primeira vez na superfície que se resfriou e formou a crosta terrestre, cerca de quatro bilhões de anos atrás. É bastante difícil encontrarmos as linhas de costas primitivas, pois a maioria das evidências foram (são e ainda serão) removidas pela erosão ou soterradas pela deposição (BIRD, 2008). ABRASÃO – Erosão. A abrasão marinha é a erosão provocada pelo mar, devido à ação contínua das ondas que atacam a base e os paredões rochosos presentes na zona costeira. Ex pl or Processos costeiros: erosão-sedimentação; ondas, marés, correntes e variações do nível do mar Os processos costeiros incluem a erosão e a sedimentação dos ambientes litorâneos, em função da ação das ondas, das marés, das correntes e da variação relativa do nível do mar. Todos os processos contribuem para a evolução da linha de costa e das feições ali presentes. A evolução das formas costeiras pode ser considerada em termos de sistemas morfogenéticos (morfodinâmica), dentro dos quais vários fatores influenciam no processo agindo sobre a costa. Nesses sistemas, há uma entrada de energia (como por exemplo, vento, maré, organismos vivos) e de materiais (tais como água, rocha e sedimento) que interagem para gerar as formas costeiras, ocorrendo uma retroalimentação (feedback) no sentido em que a morfologia em desenvolvimento modifica os processos geomorfológicos, e, então, torna-se um fator de influência das mudanças subsequentes, ou seja, a zona costeira está em constante transformação. As ondas, as marés e as correntes atuam na movimentação de sedimentos ao longo da costa modificando a linha de costa e interferindo no balanço de sedimento na relação terra-mar. Vejamos como atua cada um destes fatores. 12 13 Ondas O que são as ondas e como se formam? As ondas são ondulações na superfície da água produzidas pela ação do vento. Um fluxo turbulento de vento soprando sobre a água produz estresse e variações de pressão na superfície, iniciando ondas que crescem como resultado do contraste da pressão dirigida contra o vento e o avanço descendente nas vertentes (topografia do relevo próximo à costa). As ondas, desta forma, consistem de movimentos orbitais de água que diminuem rapidamente a partir da superfície para baixo, até que o movimento seja bastante pequeno, onde a profundidade da água seja igual à metade do comprimento (extensão) da onda. Nas águas costeiras, as ondas são diminuídas por meio da fricção com o fundo do mar raso, embora as ondas de tempestade, localmente geradas, possam ainda atingir vários metros de altura quando elas quebram na costa (BIRD, 2008). Segundo Christofoletti (1980), quanto maior a velocidade do vento, a sua duração e a extensão da área sob esta influência, maiores serão as ondas. Qual a importância das ondas em termos geomorfológicos? As ondas são responsáveis pela maior parte do trabalho de esculturação das paisagens litorâneas, pois sua ação é realizada no sentido de transporte dos sedimentos e quebra dos fragmentos quando realizam o movimento de vai e vem em direção à costa (e retornando para o mar). A ação das ondas também é importante sobre os afloramentos rochosos presentes na costa, pois com o passar do tempo, realizam o trabalho de abrasão marinha. É possível classificarmos as ondas em função da sua relação com a topografia (tipo de terreno) presente na zona costeira (na área que fica submersa), ou seja, devemos considerar que a arrebentação da onda é uma relação entre a forma e energia da onda juntamente com a topografia da zona costeira.Cada tipo de onda realiza um trabalho diferente em função de ter maior ou menor energia e poder de transportar os sedimentos e produzir erosão. São, basicamente, três os tipos de arrebentação de ondas: • Mergulhante ou tubular: a onda quebra abrupta e violentamente, formando um tubo que desaba na quebra. • Deslizante: a onda começa a quebrar relativamente longe da beira da praia, de um modo suave como se espraiando pela água, formando um longo rastro de espuma. Ocorre em praias rasas e pouco inclinadas. • Ascendente: ocorre em praias de declividade tão alta que a onda não chega a quebrar, ascendendo sobre a face da praia e interagindo com o refluxo das ondas anteriores. 13 UNIDADE Geomorfologia Litorânea Veja, na figura 3, uma representação esquemática dos tipos de arrebentação. Observe, também, com atenção, a linha que representa o fundo do mar (plana, pouco inclinada e muito inclinada) e a relação com a altura e tipo de onda. Figura 3 – Tipos de arrebentação de ondas Fonte: http://www.cem.ufpr.br Correntes As correntes marinhas (ou oceânicas) são movimentos suaves da água em resposta ao padrão prevalecente de ventos e variações de densidade das águas dos oceanos, ou resultante da diferença de salinidade e temperatura da água. Estas correntes têm pouco efeito na morfologia da costa, exceto quando trazem águas mais quentes ou mais frias, as quais modificam as condições ecológicas e influenciam a distribuição dos organismos na zona costeira (BIRD, 2008). Observe, na figura 4, as correntes marinhas que circulam pelos oceanos do planeta. Atente para a extensão da Corrente do Brasil, que afeta, praticamente, toda a costa brasileira. Ex pl or Figura 4 – Correntes marinhas Fonte: http://www.cem.ufpr.br 14 15 No caso do litoral brasileiro, a expansão da corrente quente (geralmente perceptível em torno do mês de maio – Corrente do Brasil – figura 4) faz com que as marés se tornem mais elevadas e, desta forma, as ondas se aproximam mais da costa e com mais energia, podendo causar maior erosão. Além das correntes marinhas, existem dois outros tipos de correntes que atuam mais próximo à costa e realizam o trabalho de transportar sedimentos de um local para outro. São estas: a) Corrente de deriva litorânea Esta corrente surge quando as ondas não atingem perpendicularmente o litoral, mas com determinado ângulo, resultando em um transporte de materiais (areias, cascalho) paralelos à costa. Para quem já esteve no litoral, vamos nos lembrar da seguinte situação: Entramos na água da praia em um determinado ponto e, muitas vezes, nos damos conta que nossos pertences e amigos ou familiares não estão mais ao alcance de nossa vista e, sim, mais à direita ou à esquerda do ponto, onde entramos na água. Em outras palavras, entramos em um determinado ponto e fomos “arrastados” para além desse ponto em uma trajetória paralela à costa (figura 5). Esta corrente é especialmente importante na dispersão dos sedimentos que chegam na costa transportados pelos rios. Figura 5 – Observe a direção das ondas e dos grãos de areia (que seguem na mesma direção) Fonte: Adaptado de www.ibirakiteesurf.blogspot.com 15 UNIDADE Geomorfologia Litorânea b) Corrente de retorno (rip currrent) Esta corrente atravessa a zona de arrebentação das ondas em fluxo rápido e concentrado, espraiando-se em forma de leque e carrega os sedimentos no sentido contrário da praia. Para os banhistas, representam um perigo, pois sua velocidade dificulta o retorno à praia, o que tem causado muitos afogamentos. Observe, na figura 4, a seguir, um cartaz de alerta do Corpo de Bombeiros do estado de Santa Catarina sobre os perigos e como se salvar de uma situação, em que se tenha sido arrastado por uma corrente de retorno. Observe, também, o leque que se forma na área final da corrente de retorno (figura 6). Figura 6 – Corrente de retorno. Esta corrente arrasta os sedimentos em direção ao mar aberto Fonte: www.wp.clicrbs.com.br Observe, na figura 7, a ação da corrente de deriva e sua relação com a de retorno. Figura 7 – Esquema representativo da corrente de deriva (lateral) e de retorno Fonte: www.prosurfsecretpoint.blogspot.com 16 17 Marés As marés são ondas muito longas que viajam através do oceano ao longo da costa e geram as denominadas correntes de maré. • O ciclo lunar produz as marés semidiurnas (duas marés altas e duas baixas de aproximadamente 25 horas), bastante significativas ao redor do Oceano Atlântico. • O ciclo solar produz marés diurnas (uma maré alta e uma baixa a cada 24 horas). As correntes de maré são, geralmente, mais fortes com as marés semidiurnas por causa da grande flutuação da maré. Mas, no geral, o aspecto mais importante das marés na geomorfologia é sua variação vertical. Os movimentos da maré podem, também, influenciar a ação das ondas. Neste caso, as marés altas levam à ação das ondas para costa adentro; o que interfere no processo erosivo das formações presentes na zona litorânea, tais como as rochas, promontórios e falésias (BIRD, 2008). Conforme Morais et al. (2006), a ação das marés representa um papel fundamental na morfodinâmica e hidrodinâmica costeira, principalmente no sentido de ampliar a área de ataque das ondas, gerando correntes em estuários (foz de rios), canais lagunares e em águas rasas próximas à costa, além de apresentar importância para o transporte de sedimentos. A amplitude das marés (a diferença de nível entre a preamar e a baixamar – marés alta e baixa) é um elemento modelador da linha de costa, em função das velocidades de correntes a ela associadas. Observe a variação da maré na figura 8: Figura 8 – Monte San Michel – França. Observe a grande amplitude da maré na comparação das imagens (maré alta e maré baixa) Fonte: Adapatado de iStock/Getty Images Em suma, os sedimentos chegam à zona costeira transportados pelos rios, são distribuídos pela costa pela ação das correntes de deriva e de retorno, retrabalhados pelas ondas, sendo a ação destas potencializadas pelas marés altas. 17 UNIDADE Geomorfologia Litorânea Variação relativa do nível do mar As zonas costeiras ao redor de todo o globo apresentam muitas feições que foram formadas quando o nível relativo do mar esteve mais alto ou mais baixo do que o atual, especialmente durante o período Quaternário (cerca de 1,8 milhões de anos). Podemos considerar que, em alguns casos, é difícil se determinar se a mudança no nível relativo do mar foi resultante de soerguimento e subsidência da crosta terrestre (movimentos tectônicos) ou de subida e descida do nível do mar (movimentos eustáticos), ou uma combinação dos dois. A subida do nível relativo do mar (transgressão marinha) e a descida (regressão marinha) expõem ou encobrem porções do fundo marinho, bem como terras costeiras emergem e submergem. O nível relativo do mar tem subido e descido ao longo do tempo geológico. A maioria das costas do globo tem apresentado feições formadas há 6.000 anos, que são visíveis nos dias atuais (SUGUIO, 2003). Importante! A subida do nível do mar resulta em mudanças da geomorfologia costeira, manifestando-se através da redistribuição das formas, compreendendo sub- estrato sob a maré, planície de maré, salinas, bancos de cascalho, dunas, falésias e terras baixas costeiras (CROOKS, 2004). Importante! Muitos dos registros das mudanças do nível do mar desapareceram, restando apenas, em algumas partes do mundo, algumas evidências. As falésias ativas (Denominadas, desta forma, pois ainda estão em processo de evolução.) são hoje um testemunho de mudança no nível do mar ao longo do tempo, uma vez que a deposição de sedimentos, no caso de algumas formações sedimentares do litoral brasileiro, se deu em condições de nível do mar mais baixo do que o atual e a subida desse nível têm provocado seu entalhamento e recuo (SUGUIO, 2003). As falésias que se localizam mais afastadas da atual linha de costa são indícios de uma mudança da linha decosta em função de alterações no nível do mar pretérito e as falésias vivas indicam que as mudanças na linha de costa se processam contínua e atualmente (figura 9). As modificações naturais do clima de ondas ou da altura do nível do mar constituem processos que interferem na estabilidade da linha de costa e a falta de sedimentos, em função do esgotamento da fonte natural (plataforma continental interna, seja por retenção de sedimentos nos rios, por perda de sedimentos na formação de dunas e por retenção de sedimentos por obras de engenharia), ocasionam as modificações da linha de costa ao longo do tempo. 18 19 Figura 9 – Antiga linha de costa representada pela linha de falésias inativas (não atingidas pela ação das ondas no presente). Arraial d´ajuda – Porto Seguro-BA Fonte: Wikimedia Commons Vejamos, a seguir, outro exemplo que demonstra a relação entre transgressão e regressão marinha e a alteração das formas de relevo costeiro: “Durante o Pleistoceno (início há 1,8 milhões de anos atrás), o clima da Terra sofreu oscilações climáticas. Durante o Holoceno (de 11.000 anos atrás até hoje), desenvolveu-se um novo ciclo de subida e descida do mar. A Praia das Cabras, litoral do Rio Grande do Sul, está inserida em um sistema deposicional, no qual, durante a sua evolução, o nível do mar subiu aproximadamente de 3 a 4 metros acima do atual nível, submergindo áreas como a Laguna do Gentil e a Praia das Cabras (figura 10A). Quando esse processo de transgressão atingiu seu nível máximo, iniciou novamente o ciclo glacial e, por conta disso, o mar baixou gradativamente, expondo as áreas escavadas pela ação das ondas, possibilitando a formação das barreiras arenosas e das áreas lagunares. A deposição das dunas da Praia das Cabras se deu principalmente pela acumulação de sedimentos depositados pela ação dos ventos (figura 10B).” 19 UNIDADE Geomorfologia Litorânea Figura 10 - Praia das Cabras – localizada entre os municípios de Cidreira e Tramandaí RS. A) Transgressão marinha. B) Regressão marinha Fonte: Adaptado de http://www.georoteiros.com.br As formas de relevo litorâneo - nomenclatura As formas ou feições costeiras têm sua origem no contato da água com uma topografia previamente esculpida por agentes não marinhos e de uma topografia resultante de formas de erosão ou acumulação por processos marinhos. Há diversas formas de relevo costeiro. Dentre estas destacamos: • Estuário – é a desembocadura (foz) do rio no mar. Em termos geológicos, estuário é a terminação de um vale afogado durante eventos transgressivos (subida do nível relativo do mar), que recebe sedimentos tanto de fontes fluviais quanto marinhas. Este ambiente tem uma enorme importância ecológica, econômica e social (grandes portos do mundo estão instalados em estuários). Apesar disso, nossa sociedade capitalista-industrial vem, ao longo do tempo, degradando-o cada vez mais. 20 21 Na atualidade, cerca de 60% da população mundial reside em regiões estuarinas e, como consequência do alto grau de urbanização e industrialização, ocorrem diversos efeitos negativos, como o assoreamento dos estuários (dificultando a entrada de navios) e a poluição destas áreas. Figura 11 – Porto de Roterdã, na Holanda – localizado no estuário do rio Reno. Maior porto da Europa e um dos mais importantes do mundo Fonte: cybernations.wikia.com • Fiorde – é um corredor estreito e profundo em um litoral alto, cavado pela erosão glacial. Geralmente, avança cerca de 30 a 40 quilômetros para o interior com profundidade de 400 a 600 m. Apresenta leito (vale submerso) em U (tipo de vale produzido pela erosão glacial em função do deslocamento das geleiras. São vales glaciais submergidos). Estão presentes na Noruega, Groenlândia e Chile, por exemplo, e são considerados como atração turística. Figura 12 – O Fiorde de Geiranger: um dos mais belos fi ordes da Noruega Fonte: cybernations.wikia.com 21 UNIDADE Geomorfologia Litorânea • Cordão em forma de cúspide – as correntes de deriva convergem até um ponto determinado e os sedimentos se acumulam em forma de uma barra de cúspide. Se a deposição continuar, forma-se um cabo arenoso (cordão arenoso ou restinga). A formação desses cordões arenosos está relacionada com a subida (transgressão) e descida (regressão) do nível do mar ao longo do tempo (relacionado às grandes glaciações do passado). • Quando o nível do mar sobe, partes que estão emersas no momento ficam submersas e os sedimentos vão sendo depositados nesta parte que, naquele momento, ficava debaixo da água. • Quando o nível do mar baixa, a água regride (regressão) e uma parte dos sedimentos fica exposta e estes podem ser retrabalhados pelo vento, por exemplo. Figura 13 – Baia de Sepetiba – RJ. Observe o cordão em forma de cúspide (que avança como uma ponta) Fonte: Adapatado de iStock/Getty Images · Falésia – é uma forma abrupta ou escarpada (com declividade muito acentuada, geralmente mais de 400 e de alturas variadas), localizada na linha de contato entre a terra e o mar, cortadas em formação rochosa. Elas estão, geralmente, recuando como resultado da erosão marinha em sua base acompanhada por erosão subaérea da face da falésia. São, portanto, escarpas de erosão eu estão recuando. 22 23 Figura 14 - Falésia em Tibau do Sul, RN. Fonte: Adriana A. Furlan, 2012 Fonte: Wikimedia Commons Planícies costeiras As planícies costeiras são ambientes formados por superfícies relativamente planas, baixas, localizadas junto ao mar, cuja formação é resultante da deposição de sedimentos marinhos e fluviais (areias e argilas) recentes, em termos geológicos, sendo dos períodos Terciário ou Quaternário. A origem das planícies costeiras está relacionada a um conjunto variado de fatores, que inclui as variações do nível do mar do quaternário, as fontes primárias de sedimento e as armadilhas para retenção do sedimento. Tais planícies estão, geralmente, associadas a desembocaduras de grandes rios e/ou reentrâncias na linha de costa. Nas regiões Norte, Nordeste e Sudeste do Brasil, as planícies costeiras são mais estreitas, confinadas entre o oceano e as serras, apresentando-se um pouco mais extensas em algumas pequenas áreas, justamente onde se localizam áreas mais ocupadas (cidades). Em direção do sul do país, a partir do sul do estado de São Paulo até o sul do Rio Grande do Sul, as planícies costeiras se tornam mais amplas, pois a faixa de serras se afasta da região litorânea. Por ser uma área de mais fácil ocupação, embora frágeis, as planícies costeiras, onde estão presentes, têm se tornado, nas últimas décadas, foco da especulação imobiliária, passando, em muitos locais, por intenso processo de verticalização (figura 15). 23 UNIDADE Geomorfologia Litorânea Figura 15 – Trecho de planície costeira no litoral brasileiro – Caraguatatuba-SP. Observe a planície costeira e a intensa ocupação urbana. Ao fundo as escarpas da Serra do Mar Fonte: iStock/Getty Images Para que sejam evitados os impactos ambientais negativos sobre estes ambientes sedimentares e frágeis, causados pela ocupação destas áreas, é necessário que tal ocupação seja planejada. Um exemplo desses impactos negativos pode ser verificado em edifícios construídos na cidade de Santos – SP, entre as décadas de 1950 e 1970, os quais sem os devidos estudos e a tecnologia adequada para o tipo de solo, sofreram um processo de adernamento, causando prejuízos para os moradores. Observe as figuras, a seguir, (16 a 18) referentes aos prédios tortos presentes na planície costeira de Santos-SP: Figura 16 – Planície costeira de Santos-SP. Observe a intensa ocupação e a verticalização desta área. Ao fundo as escarpas da Serra do Mar Fonte: iStock/Getty Images 24 25 Figura 17 – Impactos sociais e econômicos enfrentados pela população que mora nos prédios tortos na planície costeira de Santos-SP Fonte: Acervo do Autor Praias e recifes As praias são ambientes sedimentares costeiros (depósitos de sedimentos)formadas, geralmente, por areias (e argilas) de composição variada (dependendo da fonte originária deste material) que são transportadas do continente para o oceano pelos cursos de água e este material depositado na costa é retrabalhado pelas ondas, correntes e marés, que fragmentam os materiais e os transportam de volta para a área do depósito (a praia) ou ao longo da costa (correntes). Os sedimentos mais finos são transportados e depositados em direção ao continente pelas marés, entrando pelos cursos de água, formando os manguezais. Em função da extensão pré-existente para o acúmulo dos sedimentos, da fonte do material e das condições das ondas, marés e correntes em cada lugar surgirão praias diferentes umas das outras. Assim, existem praias pequenas com areias grossas (ou finas), praias extensas, praias com areia e argila próximas à desembocadura de rios e muitos outros tipos de praias tanto no Brasil, quanto no mundo (figuras 19 a 22). A ocupação das praias por construções (casas, comércio e atividades destinadas ao lazer) é cada vez mais intensa e os impactos negativos dessa ocupação são cada vez maiores. Em muitos casos, como, por exemplo, na Praia de Canoa Quebrada, no Ceará, esta ocupação causa impactos ambientais negativos nas falésias e na própria praia, o que retorna como prejuízos para os comerciantes (que instalaram suas barracas nesta área), pois está ocorrendo maior deposição de areias na praia (trazida pelas ondas, resultante da erosão da falésia – figura 19). 25 UNIDADE Geomorfologia Litorânea Figura 19 – Praia de Canoa Quebrada – CE. Ocupação da praia por barracas. Observe os postes de energia na praia (base da falésia) Fonte: Wikimedia Commons Figura 20 – Praia de areias negras, formadas a partir do retrabalho do material vulcânico pelas ondas. Havaí (Estados Unidos) Fonte: Adaptado de WOODROFFE, 2002, p.11 26 27 Os recifes, tanto de corais, quanto de arenito, são encontrados em diversas partes do planeta. Conforme Christofoletti (1980), o recife é um complexo de origem orgânica de carbonato de cálcio (primariamente de corais) que forma uma saliência rochosa que vai do fundo marinho até o limite das marés. Os recifes de corais, formados pelo acúmulo de esqueletos calcários de corais e de certas algas, desenvolvem-se em mares com águas mais quentes, sempre com temperatura superior a 180C, com temperatura favorável entre 250C e 300C. A maior formação de recife de corais que existe hoje no planeta é a Grande Barreira de Corais no litoral da Austrália (figura 21). Estudos indicam que está ocorrendo um fenômeno conhecido como “branqueamento dos corais”, que leva os corais à morte e a desestruturação do recife. Esse fenômeno ocorre quando a temperatura da água aumenta, devido a causas naturais, como o El Niño, ou provocadas pelo homem, como o aquecimento global. A pesca excessiva e predatória e a poluição dos oceanos são graves ameaças aos recifes de corais (sendo que estes ambientes são muito ricos em biodiversidade e sofrem ameaça de extinção). Figura 21 – Vista aérea da Grande Barreira de Corais da Austrália Fonte: iStock/Getty Images Os recifes de arenito (compactação de areias e restos de organismos marinhos) ocorrem desde Recife (nome da cidade em função desta formação) ao longo do litoral sul de Pernambuco. Essas formações apresentam grande interesse turístico, pois representam importante área de lazer, ao longo do litoral, por formarem piscinas naturais. Em Recife e bem como em outros locais do litoral sul pernambucano, a existência dessas rochas, que formam um obstáculo natural contra a ação das ondas próximo à costa, foi fator geográfico de fundamental importância para estabelecimento de portos e de cidades na época da ocupação portuguesa no litoral do Nordeste do Brasil. 27 UNIDADE Geomorfologia Litorânea Figura 24 – Recifes de arenito - praia de Boa Viagem, no Recife-PE. Observe que a barreira de recife forma uma proteção contra as ondas Fonte: Wikimedia Commons Dunas costeiras: origem e distribuição A origem das dunas costeiras está associada a momentos de regressão marinha, onde os sedimentos depositados na área próxima à costa ficam expostos (por conta da descida do nível do mar) e suscetíveis ao trabalho realizado pelos ventos. Assim, conforme Guerra (2003), as dunas costeiras se formam em locais, onde a velocidade do vento e a disponibilidade de sedimentos (areias de praia) de granulometria fina são adequadas para o transporte eólico (ação do vento). No Brasil, partes da zona costeira dos estados do Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Maranhão, Piauí e Ceará possuem condições favorecidas pelo clima seco e maior amplitude de marés (que deixam sedimentos expostos), contribuindo para a formação de campos de dunas. Observe, na figura 25, um esquema genérico de formação de dunas: 28 29 Figura 25 – Esquema da formação de dunas costeiras Fonte: Acervo do Autor As dunas, presentes em diversas partes do litoral brasileiro, especialmente no Nordeste, tornam-se atrativos turísticos (figura 26), mas estes ambientes são frágeis e se a ocupação (para atividades de lazer, por exemplo) não for planejada, os impactos serão, certamente, negativos para esse ambiente. Figura 26 – Dunas na praia de Jericoacoara – CE – atrativo turístico Fonte: Acervo do Autor 29 UNIDADE Geomorfologia Litorânea Os impactos ambientais negativos da ocupação sem o devido planejamento destes ambientes, que têm como base a degradação destes, como a retirada da vegetação, por exemplo, podem ser percebidos em algumas partes do litoral, onde há a presença de campos de dunas. Vejamos dois exemplos. Em Itaúnas – ES, o vilarejo precisou ser mudado de lugar, pois a retirada da vegetação pela população fez com que as areias ficassem vulneráveis à ação dos ventos e as construções fossem atingidas e soterradas pelas areias (figura 27). Figura 27 – Ruínas da antiga vila de Itaúnas – ES soterrada pelas areias Fonte: Wikimedia Commons Em Natal-RN, a abertura da Via Costeira (onde foram construídos diversos empreendimentos hoteleiros – figura 28), atravessando um campo de dunas, causou a desestabilização destas e, como consequência, o vento arrasta as areias para a rodovia, causando dificuldades para o tráfego de veículos (figura 29). 30 31 Figura 29 - Areia invade rodovia em trecho da Via Costeira, onde estão localizados grandes empreendimentos hoteleiros – Natal- RN. Fonte: iStock/Getty Images Podemos concluir que os ambientes costeiros possuem uma fragilidade que deve ser considerada em qualquer processo de ocupação ou transformação destes. 31 UNIDADE Geomorfologia Litorânea Material Complementar Material Complementar Vídeos Assista ao vídeo: SIC – erosão costeira - Disponível em: https://youtu.be/bJweTenfEcc Este vídeo mostra a erosão costeira em um trecho do litoral em Portugal. É muito interessante e importante para que se possa observar que o problema da erosão costeira é mundial, ou seja, está presente em todas as zonas costeiras da Terra. Assista ao vídeo: BC - A História da Terra - A Grande Glaciação - Disponível e https://youtu.be/lmk29vQiI4A Para aprofundar seus conhecimentos sobre as glaciações e de que forma estas contribuem para a modificação do relevo, em geral, e do costeiro, em particular. Sites Leia a notícia: Aquecimento global ameaça recifes de corais - Disponível em: http://goo.gl/1iZRIX Esta notícia trata da questão do aquecimento global (o chamado efeito estufa e a subida das temperaturas globais) e as consequências para os recifes de corais. Leitura Leia o artigo: Linha de costa: problemas e estudos - Disponível em http://www.ufrgs.br/gravel/2/Gravel_2_04.pdf Os autores discutem as dinâmicas presentes no litoral e as mudanças que têm ocorrido ao longo do tempo, incluindo as ações antrópicas como influência e interferência nestas mudanças. 32 33 Referências BIRD, E. Coastal geomorphology: an introduction. 2nd ed. West Sussex, England: JohnWiley & Sons, Ltd, 2008. CHRISTOFOLETTI, A. Geomorfologia. 2.ed. São Paulo: Edgar Blucher, 1980. CROOKS, S. The effect of sea-level rise on coastal geomorphology. Ibis, Norwich-UK, n. 146 (Suppl. 1), 2004, p. 18-20. FURLAN, A. A. Falésias na Formação Barreiras: análise regional e proposta tipológica. Disponível em http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8135/ tde-15042015-151123/pt-br.php. Acesso em 20/09/15. GUERRA, A. J. T.; CUNHA, S. B. (Orgs.) Geomorfologia: uma atualização de bases e conceitos. 5. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003. GUERRA, A. J. T. Geomorfologia e Meio Ambiente. 3. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000. _________. Novo dicionário geológico-geomorfológico. 4. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005. MUEHE, D. Critérios morfodinâmicos para o estabelecimento de limites da oral costeira para fins de gerenciamento. Revista Brasileira de Geomorfologia, Brasília-DF, v. 2, n. 1, 2001, p. 35-44. SUGUIO, K. Tópicos de geociências para o desenvolvimento sustentável: as regiões litorâneas. Revista do Instituto de Geociências-USP, Geol. USP, Série Didática, v. 2, 2003, p. 1-40. DIAGNÓSTICO DAS RESTINGAS NO BRASIL - SANDRO MENEZES SILVA Depto. de Botânica – Setor de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Paraná. Disponível em http://www.zonacosteira.bio.ufba.br/planicies.html. Acesso em 25/10/15. WOODROFFE, C. D. Coasts: forms, process and evolution. Cambridge, United Kingdom: University of Cambridge, 2002 33
Compartilhar