Geomorfologia 1 - Dinâmica Geoambiental (1) (1)

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ – UECE 
CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS – CCT 
GEOGRAFIA – LICENCIATURA 
DISCIPLINA: GEOMORFOLOGIA LITORÂNEA 
NOME: GRAZIELA FERREIRA DE SOUZA 
 
 
 
 
RESENHA: 
 
GEOMORFOLOGIA COSTEIRA – FUNÇÕES AMBIENTAIS E SOCIAIS 
(CAPÍTULO 1 – DINÂMICA GEOAMBIENTAL) 
 
 
MEIRELES, Antônio Jeovah Andrade. Dinâmica Geoambiental. In: 
Geomorfologia costeira: funções ambientais e sociais. Edições UFC. Imprensa 
Universitária. Fortaleza, 2014. 
 
 
Antônio Jeovah de Andrade Meireles tem grande destaque na área das 
ciências exatas e da terra, adentrando a Geografia física como subárea de 
atuação. Dentre as suas obras, destaco a: “Geomorfologia costeira: funções 
ambientais e sociais”, dividida em 11 capítulos e publicada em 2014. Inicialmente 
irei discorrer apenas sobre o primeiro capítulo (Dinâmica Geoambiental), que 
esta subdividido em outros 4 tópicos, são eles: flutuações do nível relativo do 
mar e mudanças climáticas, as glaciações e os níveis do mar – uma abordagem 
global, evidências na planície costeira do Ceará, e a síntese dos processos 
geoambientais. 
Meireles inicia o capítulo destacando que o nível do mar têm sofrido 
variações ao longo do tempo, o próprio conceito de nível do mar, não é algo 
determinado, mas é relativo. As variações do nível do mar procedem dos 
fenômenos eustáticos (mudança do volume de água nos oceanos) provocados 
pelas oscilações dos mantos de gelo, e também decorrem dos processos 
geofísicos na zona costeira. 
A regressão marinha (redução do nível médio da água do mar) é causada 
por vários fatores, dentre eles, destaco os períodos de glaciações (períodos mais 
frios). No texto, é ressaltada algumas características assistidas nos períodos de 
regressão marinha, são elas: baixas precipitações pluviométricas, ventos fortes, 
clima mais seco e forte insolação. Na planície costeira de Icapuí, por exemplo, o 
período de regressão marinha originou os terraços holocênicos, devido a 
transição da areia da antepraia para a zona de praia. 
As condições climáticas têm grande influência nas variações do nível 
relativo do mar, destaco aqui, os períodos glaciais (redução do volume de água 
do mar) e interglacial (“adição” da água no mar), consequentemente, as fases de 
regressão e transgressão marinha, respectivamente. 
Os eventos de regressão e transgressão marinha têm muitos efeitos sobre 
a “faixa litoral”, dentre eles está o surgimento dos terraços marinhos holocênicos 
e pleistocênicos. No litoral cearense, os terraços marinhos pleistocênicos foram 
encontrados somente no município de Icapuí, indicando dois pontos básicos 
sobre a evolução geomorfológica da região: influências dos processos 
transgressivos na construção da planície costeira, e que os movimentos 
tectônicos verticais, não foram tão “relevantes” no processo de evolução da 
planície. (MEIRELES, 2014). 
As planícies costeiras têm um dinamismo oriundo de um conjunto 
diversificado de fatores, que contribuem para as mudanças na geomorfologia 
litorânea ao longo do tempo geológico. Meireles (2014) destaca que durante o 
período Quaternário, as variações do nível relativo do mar e as mudanças 
climáticas ocorridas, foram primordiais para entender o surgimento da planície 
costeira e os processos morfológicos. 
Em alguns estados da região Nordeste do Brasil, dentre eles o Ceará, 
existem extensos campos de dunas, cujo o autor do texto salienta a relação entre 
a formação dos campos dunares com os eventos regressivos do mar, com a 
predominância do clima semiárido, entre outros fatores. As dunas são 
fundamentais para garantir o equilíbrio da zona costeira, elas se “comportam” de 
quatro maneiras: dunas móveis, fixas, semi-fixas, e cimentadas (eolianito). As 
condições ideias para a formação de dunas, são: elevada disponibilidade de 
areia, baixa umidade, elevada insolação e alta velocidade dos vento. 
(MEIRELES, 2014). 
Em síntese, depreende-se que as variações do nível relativo do mar têm 
relação intrínseca com as mudanças climáticas, com os movimentos tectônicos, 
com a topografia do oceano (altamente irregular), com os períodos de glaciação 
e interglaciação. Os eventos de transgressão e regressão causados pelas 
variações do nível relativo do mar, provocam um dinamismo na faixa litoral, 
devido o transporte de sedimentos realizado pelas águas marinhas, originando 
por exemplo, os terraços marinhos. Em alguns municípios do Estado do Ceará 
existem evidências de variações do nível do mar (surgimento dos terraços 
marinhos, gerações de dunas, rochas de praia, e etc), dentre eles estão: 
Fortaleza, Paracuru, São Gonçalo do Amarante e Icapuí. 
 
 
 
 
 
 
Referência bibliográfica 
 
MEIRELES, Antônio Jeovah Andrade. Dinâmica Geoambiental. In: 
Geomorfologia costeira: funções ambientais e sociais. Edições UFC. Imprensa 
Universitária. Fortaleza, 2014. 
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