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O contador e a ética profissional aula 1

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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
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O Contador e a Ética Profissional 
Aula 1 
 
 
Prof. Edicreia Andrade dos Santos 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Conversa inicial 
Durante muito tempo, a contabilidade foi vista apenas como um sistema 
de informações tributárias, mas atualmente, com o mercado altamente 
competitivo, ela também é vista como um instrumento gerencial que auxilia os 
gestores no processo de gestão, planejamento, execução e controle, bem como 
no processo de tomada de decisão. 
Desse modo, o profissional contábil passou a ter mais destaque e 
importância dentro das organizações e, por consequência, na sociedade. A partir 
desta constatação, iremos apresentar nesta aula, alguns tópicos como: 
 A contabilidade e o contador; 
 A contabilidade como profissão; 
 A contribuição do contador em outras profissões; 
 A relevância da informação contábil para a sociedade 
 Os ramos de atuação do contador. 
Pronto para começar seus estudos? 
No material online, a professora Edicreia Andrade dos Santos 
apresenta uma introdução sobre os temas que serão abordados nesta 
rota. Não perca! 
Contextualizando 
A crescente exigência no mercado de trabalho por indivíduos que buscam 
constantemente aprimorar sua formação tem fomentado debates acerca das 
futuras perspectivas profissionais nas mais diversas áreas do conhecimento. 
Os profissionais da área contábil são exemplos dos que precisam estar 
sempre atualizados em sua profissão, uma vez que a contabilidade, na condição 
de ciência social, sofre alterações na medida em que o ambiente no qual ela atua 
se modifica. Neste entendimento, sabe-se que as mudanças políticas, 
econômicas e sociais alteram o comportamento da sociedade, que reflete sobre 
 
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a contabilidade, a qual deve responder adequada e tempestivamente às 
demandas advindas destas transformações. 
Os fatores relacionados à globalização e às inovações em Tecnologia da 
Informação tem influenciado diretamente a atuação do contador e o seu mercado 
de trabalho. Desta forma, os profissionais interessados em sobreviver no 
mercado precisam aprimorar constantemente suas competências e adquirir 
novas habilidades e conhecimentos. Veja quais características precisam ser 
buscadas pelo profissional contábil atual. 
 Habilidades de comunicação; 
 Habilidades computacionais; 
 Habilidades analíticas; 
 Habilidades intelectuais; 
 Habilidades multidisciplinares e interdisciplinares; 
 Conhecimentos de assuntos globais; 
 Qualidades pessoais; 
 Pensamento crítico. 
Ainda nesta perspectiva, diversos estudos têm demonstrado que o 
profissional contábil atual deve auxiliar na gestão da organização, não apenas 
processando informações que serão utilizadas pelos gestores, mas também as 
analisando e participando do processo decisório. Acerca desse novo perfil 
requerido pelo mercado, há evidências de que as atividades tradicionais ligadas 
à contabilidade financeira e fiscal predominam, sendo assim, as habilidades e 
atitudes relacionadas ao desempenho de funções voltadas ao atendimento das 
exigências legais ainda são as mais requeridas pelas organizações. 
Agora é com a professora Edicreia Andrade dos Santos. Veja o que 
ela tem a dizer sobre esse assunto no material online. 
 
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Tema 1: A Contabilidade e o Contador 
 A contabilidade é uma ciência social que tem como objeto o patrimônio 
das entidades, quer sejam estas lucrativas ou não. Seu objetivo consiste em 
controlar o conjunto de bens, direitos e obrigações mediante orientação e registro 
da administração econômica, de modo a atingir sua finalidade, qual seja de 
fornecer informações íntegras e tempestivas aos usuários da organização (I 
CONGRESSO BRASILEIRO DE CONTABILISTAS - RJ - 1924). 
 O pronunciamento do Instituto Brasileiro de Contadores (IBRACON) 
aprovado pela deliberação nº 29/1986 da Comissão de Valores Mobiliários 
(CVM) traz uma definição completa da ciência contábil: contabilidade é, 
objetivamente, um sistema de informação e avaliação destinado a prover seus 
usuários com demonstrações e análises de natureza econômica, financeira, 
física e de produtividade, com relação à entidade objeto de contabilização. 
(IBRACON) 
Assim, podemos considerar que o objeto (matéria) e o objetivo (meio) são 
os “degraus” para alcançar a finalidade (fim) da contabilidade. Observe a figura 
a seguir. 
 
 
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O campo de aplicação da ciência contábil são as aziendas (termo italiano 
que significa “fazenda”), isto é, entidades que possuem patrimônio sob o controle 
de uma administração. Essas unidades econômico-administrativas podem 
apresentar-se por duas figuras: pessoas físicas e pessoa jurídica. 
 Pessoas físicas, em que uma pessoa natural é considerada, 
individualmente, passível de direitos e obrigações; 
 Pessoa jurídica, onde uma organização humana com exercício efetivo 
de suas atividades possui um patrimônio próprio e, de igual modo, 
está sujeita a direitos e obrigações. 
Em essência, há duas funções exercidas pela contabilidade: a função 
administrativa e a função econômica. A primeira incumbe-se de controlar o 
patrimônio da entidade, sob dois prismas, verificar a situação patrimonial em 
determinado momento (estático) e registrar as alterações patrimoniais de ordem 
qualitativa e quantitativa (dinâmico). Já a função econômica é direcionada à 
apuração do resultado do exercício (rédito) e, por efeito, contempla aferição de 
lucros ou prejuízos em dado período (FERRARI, 2012). 
Como dito, os usuários da informação contábil servem-se dos relatórios 
dela originados para tomar decisões. Tais usuários podem ser internos 
(detentores de vínculos com a organização) ou externos (pessoas interessadas 
na posição financeira e nas projeções de fluxos de caixa futuros, a fim de 
subsidiar suas decisões de investir, financiar, emprestar). 
Em vista disso, as demonstrações financeiras geradas pela contabilidade 
destinam-se à necessidade de informação dos usuários externos (CPC, 2011), 
ou seja, investidores, governo, bancos e instituições financeiras. Estes devem 
possuir um bom nível de conhecimento da terminologia contábil para que a 
informação seja compreensível. De outra forma, os usuários internos, 
representados por administradores, diretores, executivos, etc., utilizam a 
informação contábil-financeira contida em relatórios claros e concisos, visto a 
necessidade de detalhamentos constantes com vistas ao planejamento e 
 
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controle. No tocante às técnicas contábeis, também denominadas ramos de 
atuação do contador, há quatro bifurcações: escrituração, demonstrações 
financeiras, auditoria e análise das demonstrações contábeis. Mais adiante, cada 
uma delas serão explicadas detalhadamente. 
Nesse cenário, emerge a figura do contador cujo papel é de suma 
relevância para as entidades enquanto responsável pelos registros das 
mutações patrimoniais. Por determinação do Art. 1179 do Código Civil, no Brasil, 
“o empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de 
contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus 
livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar 
anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico”. O referido 
comando legal ainda preconiza a escrituração comocompetência de um 
contabilista legalmente habilitado - bacharéis em Ciências Contábeis registrados 
no conselho de classe regional (DECRETO-LEI nº 9.295/1946). 
O contador pode desempenhar suas atividades em sociedades anônimas 
ou sociedades limitadas. Entenda melhor cada uma delas. 
 As sociedades anônimas têm o capital composto por ações cujos 
proprietários são denominados acionistas, com responsabilidade 
limitada ao valor subscrito. Essa sociedade empresária tem como 
principal documento e legislação regulatória o estatuto social e a Lei 
nº 6.404/1976 (Lei das SA’s). 
 As sociedades limitadas são as sociedades compostas por quotas e, 
em virtude disso, têm sócios quotistas. Nesse caso, o contrato social 
é o documento regente das operações da entidade, assim como os 
pressupostos contidos do Código Comercial Brasileiro. 
Cabe ressaltar que todas as informações emitidas pelo contador têm fé-
pública. Sendo assim, o compromisso desse profissional é fornecer informações 
úteis, que estão obrigatoriamente vinculadas às características qualitativas 
fundamentais e de melhoria da informação contábil-financeira. Nessas 
 
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condições, o contador deve cuidar para que as informações sejam relevantes, 
isto é, capazes de fazer diferença no processo de decisão pelos usuários, além 
de representarem com fidedignidade o que se dispõe a representar. 
A utilidade da informação pode ser ampliada quando esta: 
 Permite a comparação entre períodos e/ou empresas diferentes; 
 Viabiliza o consenso entre diferenciados observadores da realidade 
retratada; 
 Quando é disponibilizada em tempo hábil à tomada de decisão; 
 Quando é apresentada com clareza e objetividade, de forma a garantir 
sua compreensibilidade (CPC, 2011). 
Dada é a importância da atuação do contador, que em caso de infração 
do exercício legal da profissão, este estará sujeito a penalidades ético-
disciplinares previstas no Decreto-Lei nº 9.295/1946, as quais estão relacionadas 
no link a seguir. 
http://ccdd.uninter.com/dev/designer/michel/ccdd_grad/cienciasContabei
s/contadorEticaProf/a1/includes/pdf/penalidades.pdf 
 
A professora Edicreia Andrade dos Santos aborda os principais 
aspectos da contabilidade e do contador no material online. Confira! 
Tema 2: A Contabilidade como Profissão 
 
Panorama geral 
Desde antes do surgimento do capitalismo, a contabilidade passou por 
inúmeras modificações e o contador passou a ter um papel fundamental na 
economia e nas finanças das mais diversas áreas. 
No Brasil, mesmo antes de serem organizadas as primeiras escolas 
técnicas comerciais, já se praticava a contabilidade por meio do profissional 
denominado "guarda-livros", conforme definido no Código Comercial de 1850, 
 
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que era responsável por registrar as transações dos estabelecimentos 
comerciais da época. Porém, somente a partir da aprovação do Decreto-
lei nº 9.295, de 27 de maio de 1946, que o Conselho Federal de Contabilidade 
(CFC) foi criado. Com a definição das atribuições dos contadores, técnicos de 
contabilidade e guarda-livros inicia o desenvolvimento da profissão contábil. 
Nesse período, evidenciou-se dois fatos: a expansão da profissão e os 
problemas com o nivelamento do "guarda-livros" (praticante de contabilidade 
sem escolaridade formal em Ciências Contábeis), e do técnico de contabilidade 
(técnico de nível médio formado pelas escolas técnicas comerciais) com o 
profissional de formação universitária (contador com escolaridade formal em 
Ciências Contábeis) gerou uma perda de prestígio em relação às outras 
profissões de nível superior (Direito, Economia etc.), fazendo com que os jovens 
que ingressavam nas faculdades não tivessem interesse em abraçar a carreira 
contábil, pelo fato dela não conceder o mesmo status das outras profissões. 
Esta situação ocasionou sérios prejuízos para o desenvolvimento da 
profissão, pois se deixou de receber um grande contingente de jovens talentosos 
na área que, por certo, teriam ajudado a mudar aquela visão puramente escritural 
da contabilidade de então, para uma mais criativa e superior. 
Alguns anos mais tarde, a partir da década de 60, uma série de 
acontecimentos impulsionou uma mudança radical no modus operandi dos 
profissionais contábeis, cabendo referência, entre outros: 
 À Lei Orçamentária (Lei nº 4.320); 
 À Lei de Reforma Bancária (Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 
1964); 
 À Lei do Mercado de Capitais (Lei nº 4.728, de julho de 1965); 
 À Reforma Administrativa (Decreto-lei nº 200, de 1967). 
Essas leis implicaram maiores controles fiscais e contábeis, tanto para os 
órgãos públicos como para as empresas particulares. 
 
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Em 1972 ocorre a regulamentação da auditoria por meio da Resolução nº 
220 e das Circulares nº178 e nº179, todas do Banco Central do Brasil, que, além 
de estabelecerem normas e princípios de auditoria e contabilidade, também 
padronizaram os demonstrativos das empresas de capital aberto, com exigência 
de demonstrativos certificados por auditores independentes. Quatro anos mais 
tarde (1976) foi aprovada a nova Lei das Sociedades Anônimas (Lei nº 6.404/76) 
e criada a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que substituiu o Banco 
Central no que diz respeito à emissão de parte da legislação contábil e ao 
controle do mercado de capitais no Brasil. 
Recentemente, no ano de 2007, frente às necessidades da sociedade 
brasileira e mundial, foi publicada a Lei nº 11.638/07, introduzindo mudanças 
significativas no contexto da contabilidade empresarial e legalizando o processo 
de convergência aos padrões contábeis internacionais. 
Essa lei trouxe diversas mudanças que alteraram a Lei 6.404/76, dentre 
elas aquelas com foco nas estruturas das demonstrações contábeis, como 
Balanço Patrimonial; Demonstração do Resultado do Exercício (DRE); 
Demonstração de Origem e Aplicações de Recursos (DOAR), suprimida pela 
Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC); Demonstração do Valor Adicionado 
(DVA); Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) e 
Demonstração e Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA). 
Essas recentes alterações, adicionadas à realidade econômica implicam 
uma atualização constante do profissional contábil. 
 
Formação do Profissional Contábil 
Nas últimas décadas diversos estudos internacionais têm revelado a 
ocorrência de um declínio considerável no número de estudantes de 
contabilidade em várias partes do mundo, como: Estados Unidos, Austrália, 
Reino Unido, Nova Zelândia e Japão. Devido a essas constatações, muitas 
campanhas têm sido realizadas pelos principais Órgãos reguladores e empresas 
a nível mundial para tentar modificar tal situação, tais como: American 
 
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Accounting Association (AAA), American Institute of Certified Public Accountants 
(AICPA), Canadian Institute of Chartered Accountants (CICA), European 
Accounting Association (EAA), Institute of Chartered Accountants in England and 
Wales (ICAEW), Institute of Management Accountants (IMA), Japanese Institute 
of Certified Public Accountants (JICPA) e as quatro maiores empresas de 
auditoria (PricewaterhouseCoopers, Deloitte Touche Tohmatsu, KPMG e Ernst 
& Young), dentre outros organismos profissionais. 
Apesar desse panorama internacional, em âmbito brasileiro a situação é 
diferente, pois nas últimas décadas houve significativa expansão no ensino 
superior favorecendo o ingresso dos jovens nos cursos universitários, em 
especial, em CiênciasContábeis. Esta expansão teve seu marco inicial, em 
meados da década de 1990 com o redirecionamento educacional dado pela Lei 
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDBEN (1996). Nessa época 
existiam 262 cursos de graduação em Ciências Contábeis que ofereciam 97.223 
vagas. Como você pode observar no gráfico a seguir, houve um significativo 
crescimento desses dados anos subsequentes. 
 
Fonte: Adaptado de www.portal.inep.gov.br 
 
O gráfico demonstra a evolução dos cursos presenciais em Ciências 
Contábeis após a década de 1990, destacando a rápida expansão no número de 
cursos a partir do ano de 1996. Analisando por períodos de 5 em 5 anos, verifica-
se que de 1991 a 1996 foram criados 122 novos cursos, de 1996 a 2001 esse 
 
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número cresce para 194, de 2001 a 2006 o crescimento eleva-se para 332, e de 
2006 a 2011 foi o menor da série, 94 novos cursos. O último dado é do ano de 
2013, que conforme o Censo da Educação Superior, o curso de Ciências 
Contábeis foi ofertado na modalidade presencial por 1.168 instituições de ensino 
em todo o território nacional, sendo que foi quarto curso mais procurado. 
Na modalidade de Educação a Distância (EaD), o curso de Ciências 
Contábeis foi disponibilizado por 39 instituições e é o quinto no ranking de maior 
interesse em território nacional conforme é evidenciado no gráfico a seguir. 
 
Fonte: Adaptado de www.portal.inep.gov.br 
 
Destaca-se que a abertura dos cursos de Ciências Contábeis na 
modalidade à distância no Brasil teve início em meados da década de 2000. 
Contudo, o surgimento da EaD em âmbito nacional tem um longo histórico, pois 
foi marcado pelos cursos por correspondência no início do século XX. 
A fundação da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, em 1922, e a criação 
do Instituto Universal Brasileiro (IUB), em 1941, expandiram a EaD por várias 
regiões do país. Mas, foi na década de 1970 que ocorreu seu avanço, com o 
desenvolvimento de projetos como Telecurso, Projeto Minerva e Projeto Saci e 
da primeira experiência no ensino superior pela Universidade de Brasília (UnB). 
A Educação Aberta e à distância encontra-se normatizada no Brasil pela 
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996); pelo Decreto n.º 2.494, 
 
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de 10 de fevereiro de 1998; pelo Decreto n.º 2.561, de 27 de abril de 1998 e pela 
Portaria Ministerial n.º 301, de 07 de abril de 1998. E assim se iniciou o 
credenciamento de várias Universidades para oferecerem cursos à distância. 
Junto ao crescimento do ensino superior nacional, em especial o aumento 
de vagas nos cursos de contabilidade, observou-se que o mercado de trabalho 
para o profissional contábil também se alterou devido ao ambiente de negócios 
altamente dinâmico no qual a contabilidade está inserida. Tais mudanças têm 
estimulado um repensar da atuação deste profissional nos seus diferentes 
papéis e responsabilidades. Nesse contexto, dispõe-se que a procura pela 
profissão contábil por parte dos alunos é fortemente influenciada pela percepção 
de seu mercado de trabalho, que atualmente é muito bom. 
Sabe-se que a prática profissional da contabilidade no Brasil foi 
regulamentada com a edição do Decreto-Lei 9.295 de 27 de maio de 1946. O 
referido decreto foi à base legal para a constituição dos Conselhos Federal e 
Regionais de Contabilidade com o objetivo de fiscalizar e orientar o exercício da 
profissão. Ao longo dos anos, foram ocorrendo mudanças nos marcos 
regulatórios, de modo a abordar diversos aspectos, dentre eles a definição do 
atual perfil dos contabilistas. 
São considerados contadores somente os graduados em curso superior 
de Ciências Contábeis, já os formados em nível médio, escolas técnicas ou 
comerciais, pertencem à categoria de técnicos em contabilidade. Evidentemente, 
os privilégios e possibilidades de atuação profissionais são muito mais amplos 
para os graduados em Ciências Contábeis, ficando os técnicos em contabilidade 
com um campo limitado de atuação. Em relação ao técnico em contabilidade, 
que é o indivíduo que possui escolaridade de nível técnico e que já possui seu 
registro junto ao CRC, de acordo com a Lei nº 12.249/2010 em seu artigo 12, 
continuará o exercício da profissão. Entretanto, em conformidade com esta Lei, 
aquele que ainda não solicitou seu registro até o dia 1º de junho de 2015 após 
aprovação no Exame de Suficiência, não pode mais solicitar. Após esta data, só 
 
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pode efetuar o cadastro e exercer a profissão aquele que, concluir o curso 
superior em Ciências Contábeis e for aprovado no Exame de Suficiência. 
Portanto, a profissão contábil tem um mercado de trabalho que precisa de 
profissionais altamente gabaritados e muito bem formados para injetar qualidade 
em praticamente todas as áreas envolvidas. Dentre as diversas carreiras 
voltadas ao mercado de contabilidade na atualidade, as que tem maior destaque 
são as seguintes: auditor, contador, analista financeiro, perícia contábil, 
consultor contábil (e financeiro), entre outras. 
No entanto, apesar da existência dessas carreiras, o mercado de 
contabilidade se mostra ainda capaz de abrir muitas perspectivas para o futuro, 
com mais condições de crescimento. Dentre alguns exemplos, podemos 
destacar: a auditoria ambiental, a contabilidade estratégica, a contabilidade 
ecológica e o investigador de fraudes contábeis. 
Saiba mais sobre a profissão da contabilidade assistindo à 
explicação da professora Edicreia Andrade dos Santos no material online. 
Confira! 
Tema 3: A Contribuição do Contador para Outras Profissões 
Para o desempenho efetivo de seu papel, o contador moderno deve 
dominar várias áreas de conhecimento, já que este profissional exerce grande 
influência em outras profissões, beneficiando a realização de suas respectivas 
atividades. 
No ramo da Administração, a Ciência Contábil ajuda a interpretar eventos 
econômicos, na medida em que fornece informações imprescindíveis à 
construção de relatórios de gestão. Além disso, o contador contribui para 
Administração Financeira, visto que a contabilidade se constitui um insumo 
substancial para realizar as análises horizontal e vertical, geradoras de índices 
que permitem verificar a situação econômico-financeira da empresa. 
O registro de fatos econômicos com posterior divulgação por meio de 
demonstrações financeiras também auxilia o crescimento da economia, uma vez 
 
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que a gestão contábil correta possibilita uma perspectiva sólida do futuro das 
entidades. Já para as Ciências Atuariais, o contador colabora na provisão de 
informações necessárias para o atuário analisar riscos no segmento de seguros, 
conforme exigências de órgãos reguladores. Uma exemplificação disso é a 
análise de solvência e das provisões técnicas. 
Confira a função do profissional atuário de acordo com a Lei nº 806/69: 
[...] d) a assinatura, como responsável técnico dos balanços das empresas de 
seguros e de capitalização, das carteiras dessas especialidades mantidas por 
instituições de previdência social e outros órgãos oficiais de seguros e 
resseguros e dos balanços técnicos das mutuarias de pecúlios ou sorteios, 
quando publicados. Lei nº 806/69, art. 5º,”d”. 
Sendo assim, para que a cooperação da contabilidade com as ciências 
atuariais ocorra de fato, o contador deve ter conhecimento das peculiaridades do 
setor de seguros, a fim de facilitar os cálculos complexos dos prêmios. 
Em Direito, o contador contribui para a formulação de quesitos dasperícias judiciais, nos quais são atribuídos valores para uma questão em litígio. 
Dessa forma, para os advogados o conhecimento da contabilidade torna-se 
benéfico para entender o funcionamento dos cálculos do laudo pericial. Ademais, 
a contabilidade é primordial para estabelecer o regime de tributação, a fim de 
garantir melhores resultados financeiros. Nota-se, assim, que a contabilidade e 
o Direito complementam-se, de forma a tornar eficaz o trabalho de ambos. 
O que será que a professora Edicreia Andrade dos Santos tem a 
dizer sobre a contribuição do contador para as outras profissões? Acesse 
o material online e confira! 
 
 
 
 
 
 
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Tema 4: Relevância da Informação Contábil para a Sociedade 
A relevância é uma característica fundamental para que a informação 
contábil seja capaz de afetar as decisões dos usuários, de modo a reduzir 
incertezas (SALOTTI; YAMAMOTO, 2006). Nesse sentido, a relevância torna-se 
produto da materialidade, convenção que restringe a aplicação do princípio 
contábil da oportunidade, que impõe o registro imediatamente à ocorrência do 
fato contábil. 
De acordo com a Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de 
Relatório Contábil-Financeiro, emitida pelo Comitê de Pronunciamentos 
Contábeis, a informação é considerada material “se sua omissão ou sua 
divulgação distorcida (misstating) puder influenciar decisões que os usuários 
tomam com base na informação contábil-financeira acerca de entidade 
específica (...)”. O referido pronunciamento enfatiza também que esse aspecto 
da relevância pode decorrer da natureza, da magnitude dos itens associados à 
informação, ou mesmo, de ambos. 
Em algumas economias consideradas mais fechadas, o conhecimento da 
informação contábil-financeira restringe-se ao atendimento das necessidades do 
governo. Divergentemente, em cenários econômicos abertos, como por 
exemplo, no Brasil, essa informação busca abranger toda a sociedade. Desse 
modo, a informação contábil tem sido tratada como “bem de domínio público” e 
que pode interferir na percepção não apenas das entidades governamentais, 
como também de outros que dela se servem (órgãos reguladores, acionistas, 
clientes, fornecedores e credores, investidores, empregados). 
Em relação à importância para a sociedade, nota-se que a divulgação da 
informação contábil deve exceder exigências apontadas pela legislação, a fim de 
que diversos grupos de interesse possam ser providos. Atualmente, observa-se 
grande ascensão de informações contábeis socioambientais, no sentido de 
demonstrar transparência e responsabilidade das organizações com o meio 
ambiente e com os aspectos sociais. Tais divulgações têm, geralmente, forte 
contribuição para a visibilidade das empresas no mercado. 
 
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São exemplos desse tipo de divulgação: 
 Relatórios de Sustentabilidade ou Balanço Social; 
 Relato Integrado; 
 Demonstração do Valor Adicionado, etc. 
O Balanço Social (BS) apresenta um rol de informações que evidenciam 
o compromisso da entidade com a sociedade, de forma a divulgar sua gestão 
econômico-social. Tal relatório visa demonstrar à comunidade que o 
compromisso final da organização não é apenas com aferição de lucros, mas 
também com o desempenho social. 
A figura a seguir apresenta as três dimensões inerentes ao Relatório de 
Sustentabilidade. Observe: 
 
Indicadores extraídos desse mecanismo de divulgação podem auxiliar no 
planejamento e na execução de metas que repercutem benefícios ao meio 
ambiente, aos empregados e à comunidade na qual está inserida a empresa. 
Dessa forma, os indicadores sociais ampliam a eficiência da mão de obra, o 
 
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marketing social da organização e, consequentemente, aumenta sua 
participação no mercado. 
Outro instrumento veiculado pelas empresas que demonstra a relevância 
da informação contábil para a sociedade é a Demonstração do Valor Adicionado 
(DVA). O objetivo desse demonstrativo financeiro, também chamado de 
Demonstração do Valor Agregado, consiste, segundo FERRARI (2012, p. 916) 
em “evidenciar a riqueza criada por uma empresa ao longo do exercício social e 
a forma como essa riqueza foi distribuída”. 
A distribuição da riqueza econômica abrange os seguintes itens: 
 Empregados; 
 Bancos e outras instituições financeiras; 
 Governo; sócios; 
 Reservas de lucros (parcela retida para novos investimentos). 
Legalmente, a DVA é obrigatória para as sociedades anônimas de capital 
aberto (Inciso V, Art. 176, Lei nº 6.404/76). Entretanto, companhias fechadas 
podem, facultativamente, divulgá-la, conforme o parágrafo 6º do artigo 177 da 
mesma normativa. O gráfico a seguir apresenta a distribuição de riqueza em uma 
companhia do setor elétrico. Observe: 
 
Fonte: CELESC (2010) 
 
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Já o Relato Integrado consiste em um processo fundamentado no 
“pensamento integrado”, que culmina em um relatório periódico acerca da 
geração de valor ao longo do tempo, abrangendo curto, médio e longo prazo. A 
grande ênfase desse instrumento de divulgação da informação é adequar 
organizações ao modelo de sustentabilidade vigente. A figura a seguir traz um 
trecho do Relato Integrado do Banco Itaú. 
 
Fonte: Itaú-Unibanco (2014). 
Face ao exposto, nota-se que a contabilidade enquanto banco de dados 
que demonstra as origens e aplicações dos recursos pelas organizações, 
carrega consigo a confiabilidade que garante a ela um papel notável na 
evidenciação de informações relevantes à sociedade. 
Quer saber mais sobre a relevância da informação contábil para a 
sociedade? Acesse o material online. 
 
 
 
 
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Tema 5: Ramos de Atuação do Contador 
 
A contabilidade tem um campo de atuação notadamente amplo. A 
profissão contábil foi regulamentada em âmbito nacional pelo Decreto Lei nº 
9295/46 e as alterações realizadas pela Lei nº 12.249/2010 resultante da MP nº 
472/2009, estabelece que o profissional da área somente pode exercer algumas 
carreiras da profissão após concluir o curso de Ciências Contábeis, devidamente 
reconhecido pelo MEC, e com a aprovação no Exame de Suficiência e registro 
no Conselho Regional de Contabilidade (CRC) a que estiver sujeito. 
Assim sendo, a ausência do registro do diploma no CRC, além do 
impedimento do exercício da profissão, não confere o título de contador, sendo 
considerado somente o título de bacharel em Ciências Contábeis. 
No âmbito de atuação, a profissão contábil possui várias alternativas de 
carreiras, pois a contabilidade é uma das áreas que mais proporcionam 
oportunidades. Conforme Resolução do CFC nº 560/83 alterada pela 
Resolução CFC nº 898/01, são várias as carreiras que podem ser exercidas 
pelo profissional contábil, dentre elas pode-se citar: analista, assessor, auditor 
(interno ou externo), conselheiro consultor, controller, professor, perito, 
pesquisador. 
MARION (2003) relata algumas oportunidades para o profissional de 
contabilidade, separando-as nas seguintes áreas: empresa, autônomo, ensino e 
órgãos públicos. 
 
 
 
 
 
 
 
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Áreas de atuação do profissional contábil 
Na Empresa Autônomo No Ensino Órgão 
Público 
Contador Geral 
Contador de 
Custos 
Contador 
Gerencial 
Analista 
Financeiro 
Planejador 
Tributário 
Cargos 
Administrativos 
Atuário 
Auditor InternoAuditor 
independente 
Consultor 
Empresário de 
Contabilidade 
Perito contábil 
Investigador de 
fraudes 
Professor 
Pesquisador 
Escritor 
Parecerista 
Conferencista 
Contador 
Público 
Agente Fiscal 
Tribunal de 
Contas 
Oficial 
Contador 
Concursos 
públicos 
Fonte: Adaptado de MARION (2003). 
Na área empresarial, o profissional contábil pode ser contador geral, 
contador de custos, contador gerencial, analista financeiro, planejador tributário, 
cargo administrativo, atuário e auditor interno. Entenda melhor cada uma dessas 
funções: 
 O contador geral possui várias alternativas de exercício da 
contabilidade como: a rural, a hospitalar, a fiscal, a imobiliária, a 
hoteleira, a industrial, a securitária, a de condomínios, a comercial, a 
de empresas, a de transportadoras, a bancária, a pública, a de 
empresas sem fins lucrativos, a de empresas de turismo, a de 
empresas mineradoras, a de cooperativas, entre outras. 
 Em relação à área do contador de custos, destaca-se: custos de 
empresas prestadoras de serviços, custos industriais, análises de 
custos, orçamentos, e custos do serviço público. 
 
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 Os contadores na função gerencial podem executar atividades em 
áreas como: controladoria, contabilidade internacional, contabilidade 
ambiental, contabilidade estratégica, controladoria estratégica, 
balanço social e accountability. 
 No campo do analista financeiro, o contador pode optar nas áreas de: 
analista de crédito, analista de desempenho, analista de mercado de 
capitais, analista de investimentos, analista de custos. 
 Como planejador tributário, o profissional desempenhará orientações 
em processos tributários, ICMS, IPI e outros, além de auxiliar em 
projetos de fusões, incorporações e cisões. 
 Nas funções inerentemente administrativas, o contador pode exercer 
cargos nas áreas de: financeiro, comércio exterior, executivo logística, 
CIO (Chef Information Officer), entre outras. 
 No que diz respeito ao atuário, o profissional pode ser especialista em 
funções específicas das Ciências Atuariais: previdência privada, 
previdência pública, e seguros. 
 O auditor interno pode atuar em: auditoria de sistemas, auditoria de 
gestão e controle interno. 
Em nível de profissional autônomo, o mesmo pode exercer funções de 
auditor independente, consultor, empresário de contabilidade, perito contábil e 
investigador de fraude. Entenda melhor cada uma dessas funções a seguir. 
 Na função de auditoria independente, o profissional pode realizar 
auditorias em especialização de sistemas, em especialização de 
custos, em especialização de tributos, etc. 
 Como consultor o profissional poderá prestar serviços para vários 
tipos de avaliação como: de empresas, de tributos, de informática, de 
 
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sistemas, de custos, de controladoria, de qualidade total, de 
planejamento estratégico e de orçamento. 
 Como empresário de contabilidade, constituído como pessoa jurídica, 
o mesmo pode atuar como: despachante, proprietário de escritório de 
contabilidade e de centros de treinamentos. 
 Na função de perito contábil, o contador pode atuar nas áreas de 
perícia contábil, perícia judicial, perícia extrajudicial, perícia fiscal, etc. 
 O investigador de fraude pode desempenhar as seguintes funções: 
analista de fraudes operacionais e financeiras contra empresa e 
contra terceiros, analista de fraudes fiscais e operacionais contra o 
fisco, analista de fraudes em operações de fomento comercial e 
arrendamento mercantil, e analista de fraudes em operações no 
sistema financeiro nacional e internacional. 
No campo educacional, o profissional contábil pode atuar como professor, 
pesquisador, escritor, parecerista e como conferencista. Entenda melhor cada 
uma dessas funções a seguir. 
 Como professor o profissional da área contábil pode exercer seu 
trabalho: em cursos técnicos, em cursos especiais (In company, 
concursos públicos), na carreira acadêmica (mestre, doutor). 
 Em relação às pesquisas pode trabalhar em: pesquisa autônoma 
(recursos FAPESP, CNPQ e empresas privadas), fundação de pesquisa 
(FIPECAFI, FIA, FIPE), pesquisas de sindicatos, pesquisas de 
instituições de ensino, pesquisas em órgãos de classe, entre outras. 
 Como escritor o profissional pode escrever artigos e boletins para 
revistas da área contábil e afins, escrever livros didáticos e técnicos, 
articulista contábil, articulista financeiro e articulista tributário para 
jornais e revisão de livros. 
 
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 Como parecerista o mesmo pode emitir pareceres atuando nas áreas 
de docência e pesquisa, poder judiciário (laudo pericial, causas 
judiciais envolvendo empresas, avaliação de empresas, questões 
contábeis, perícias) e em análise de teses contábeis. 
 Como conferencista o profissional pode realizar palestras e/ou 
participar em apresentações, palestras em universidades, palestras em 
convenções, palestras em empresas e palestras em congressos. 
Em órgãos públicos o profissional contábil poderá trabalhar como: 
contador público, agente fiscal, trabalhar em diversos concursos públicos, no 
Tribunal de Contas e como oficial contador. Entenda melhor cada uma dessas 
funções a seguir. 
 Como contador público o indivíduo poderá desenvolver várias 
atividades relacionadas ao gerenciamento das finanças dos órgãos 
públicos. 
 Na carreira de agente fiscal, o profissional poderá ocupar os cargos 
de fiscalização nas esferas municipal, estadual e federal. 
 Em opções de concursos públicos o profissional poderá trabalhar 
como: controlador de arrecadação, contador do Ministério Público da 
União, fiscal do Ministério do Trabalho, fiscal do Banco Central, 
analista de finanças e controle. 
 No órgão do Tribunal de Contas, o profissional pode trabalhar nas 
seguintes áreas: controladoria, fiscalização, análise contábil, auditoria 
pública e contabilidade orçamentária. 
 Como oficial contador, o profissional pode participar de algum corpo 
militar exercendo atividades específicas de contabilidade, contador e 
auditor com a patente de general de divisão, entre outras. 
 
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Face ao contexto, percebe-se que as áreas de trabalho são bem 
diversificadas e oferecem diversas oportunidades para os profissionais e futuros 
profissionais, que vai desde abrir o próprio escritório, como trabalhar em uma 
grande empresa ou, até mesmo, prestar um concurso público. Ademais, 
ressalta-se que uma das áreas que mais emprega e a que melhor paga na 
contabilidade é a auditoria. 
Aprofunde os seus conhecimentos sobre os ramos de atuação do 
contador assistindo à explicação da professora Edicreia Andrade dos 
Santos, no material online. 
Na Prática 
Quais fatores estão presentes no dia a dia do profissional de 
contabilidade? Quais são as características necessárias para que esse 
profissional se destaque no mercado e obtenha uma boa remuneração pelo seu 
trabalho? Acesse os vídeos indicados a seguir e fique por dentro da prática 
profissional do contador. 
https://www.youtube.com/watch?v=ZHJ_N_ZkcQ0 
https://www.youtube.com/watch?v=nspg2VvoP8g 
Síntese 
O mundo vem passando por diversas transformações, tanto na área 
econômica como na tecnológica e social. Deste modo, é preciso que o 
profissional contábil acompanhe essa evolução para que produza ciência e 
subsídios úteis em sua área de atuação, aprimorando suas relações sociais, e 
contribuindo nas relações entreempresas e sociedade. 
No Brasil, até a década de 1960, este profissional era chamado de 
"guarda-livros", todavia com o milagre econômico na década de 1970, essa 
expressão desapareceu e surgiu um excelente e valorizado mercado de trabalho 
para os contabilistas. 
Atualmente, o mercado contábil cria oportunidades de fundamental 
importância para o contador como fornecedor das reais informações contábeis e 
 
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financeiras de uma empresa. Porém, todos os profissionais da contabilidade 
devem procurar mudanças no seu desempenho por meio da educação, 
buscando permanentemente novos saberes para desempenhar seu trabalho 
com competência, habilidade e atitude. Isto porque a contabilidade, como 
qualquer outra ciência oferece subsídios necessários para a tomada de 
decisões, e por isso deve acompanhar a grande velocidade dos avanços 
tecnológicos. 
Nesse sentido, seu curso de graduação, por si só, não garante o seu 
sucesso profissional. Muito pelo contrário, você está no início de uma longa 
caminhada, que tem como pressuposto básico a educação continuada. Afinal, 
as organizações estão procurando profissionais cada vez mais especializados e 
com uma visão generalista de várias áreas de conhecimento. Também é preciso 
mostrar o valor do seu serviço e da profissão, pois por muito tempo o profissional 
da contabilidade foi visto como um funcionário indireto do fisco e do governo, 
incumbido apenas de cálculos e preenchimento de guias e formulários. Mas, na 
nova tendência mundial de internacionalização, o contador tem a obrigação de 
mostrar que a contabilidade e as informações prestadas por ela são de uma 
importância inquestionável, não apenas para as empresas, mas para a 
sociedade como um todo, pois por meio dessas informações é possível analisar 
e julgar a real importância de uma determinada empresa ou setor, tanto nos 
aspectos econômicos como sociais. 
Assista às considerações finais da professora Edicreia Andrade 
dos Santos sobre os temas abordados no material online. 
 
 
 
 
 
 
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26 
Referências 
 
BRASIL. Decreto-Lei nº 9.295. 27 de maio de 1946. Cria o Conselho Federal de 
Contabilidade, define as atribuições do Contador e do Guarda-Livros, e dá outras 
providências. Rio de Janeiro, RJ, 1946. 
BRASIL. Decreto-Lei nº 806. 04 de setembro de 1969. Dispõe sobre a Profissão 
de Atuário e dá outras providências. Brasília, DF: 1969. 
BRASIL. Lei das Sociedades Anônimas. 15 de dezembro de 1976. Dispõe 
sobre as Sociedades por Ações. Brasília, DF, 1976. 
BRASIL. Novo Código Civil. Lei nº 10.403 de 10 de janeiro de 2002. Aprova o 
novo código civil brasileiro. Brasília, DF, 2002. 
BRASIL. Lei n° 556, de 25 de Junho de 1850. Código Comercial do Império do 
Brasil. Coleção de Leis do Império do Brasil - 1850, Página 57, Vol. 1. Disponível 
em: < http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/LEIS/L0556-1850.htmCompilado.htm 
> Acesso em: 18 set. 2015. 
BRASIL. Decreto-lei n.° 9.295, de 27 de maio de 1946. Dispõe a criação do 
Conselho Federal de Contabilidade, define as atribuições do profissional 
contábil, e dá outras providências. Diário Oficial da União - Seção 1 - 29/5/1946, 
Página 7889. Presidência da República Federativa. Disponível em 
<http://www.presidencia.gov.br >. Acesso em: 18 set. 2015. 
BRASIL. Lei n° 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as sociedades 
por ações. Publicado em 17 de dezembro de 1976. Disponível em: Acesso em 
18 set. 2015. 
BRASIL. Lei n°9.394, de 20 de Dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e 
bases da educação nacional. Revogando a Lei n°4.024/61. Disponível em: < 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9394.htm > Acesso em: 18 set. 2015. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
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BRASIL. Decreto N.º 2.494, DE 10 de fevereiro de 1998. Regulamenta o Art. 
80 da LDB (Lei n.º 9.394/96). Disponível em: 
<http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/tvescola/leis/D2494.pdf>. Acesso 
em: 26 set. 2015. 
BRASIL. Resolução CNE/CES nº 10, de 16 de dezembro de 2004. Institui as 
Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Ciências 
Contábeis, bacharelado, e dá outras providências. Disponível em: 
<http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/rces10_04.pdf >. Acesso em: 26 set. 
2015. 
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de 27 de maio de 1946, 1.040, de 21 de outubro de 1969. Disponível em: 
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