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Extinção de espécies – causas e consequências A extinção de espécies sempre ocorreu e faz parte do processo de evolução. Logo, é um meca- nismo natural. Normalmente, a extinção é lenta quando ocorre sem a interferência humana. Com isso, há tempo suficiente para que as espécies que dependem de uma espécie em vias de extinção possam se reorganizar. Vejamos um exemplo. Imagine um campo de gramíneas. Elas servem de alimento a insetos que, por sua vez, são fonte de alimento para roedores, e estes para corujas. Suponha que uma doença atinja os roedores. Se todos eles morrerem, essa espécie estará extinta nesse local. É possível que alguns deles sejam resistentes à doença e sobrevivam. Nesse caso, embora não ocorra a extinção, a população de roedores ficará reduzida. O que acontecerá com as demais espécies dessa região? A quantidade de insetos tende a crescer. Mas, se o ambiente não for devastado, essa situação não deve durar muito tempo. Em parte, porque a disponibilidade de gramíneas é limitada e, por outro lado, porque outras espécies, como pássaros insetívoros, podem ocupar o lugar dos roedores que morrem. Os roedores sobreviventes continuam se reproduzindo e servem de alimento às corujas. Desse modo, rapidamente se estabelece um novo equilíbrio, fazendo que a quantidade de indivíduos das espécies citadas, embora seja diferente da quantidade inicial, volte a ficar estável. Agora pense: O que aconteceria se esse mesmo ambiente sofresse uma catástrofe natural, provocando nele uma grande devastação em pouco tempo? Um tsunami, por exemplo? Indivíduos de muitas espécies morreriam e várias delas poderiam se extinguir. Nesse caso, falamos de extinção em massa. Ela ocorre quando muitas espécies desaparecem num curto espaço de tempo, desestruturando profundamente o equilíbrio existente no ambiente. Embora desastres naturais possam ocorrer, na atualidade, as principais causas de extinção em massa estão relacionadas à interferência do ser humano. Queimadas constantes, desmatamentos, contaminação frequente de rios, altas taxas de emissão de poluentes, caça e comércio ilegal de animais silvestres e manutenção de extensas áreas de monoculturas são apenas algumas das ações que podem levar ao rápido desaparecimento de muitas espécies. É importante ter em mente que os efeitos da extinção das espécies não são apenas locais. Sabemos que o clima de uma região, por exemplo, é influenciado pelo clima de regiões vizinhas e vice-versa. Imagine uma profunda mudança climática na Amazônia, em razão de seu desmatamento acelerado. Essa mudança alteraria o clima de toda a América do Sul e, consequentemente, de todo o mundo. Há um efeito em cadeia. Um impacto em determinado ambiente causa impactos em regiões vizinhas e assim sucessivamente, colocando em risco todo o sistema. Diante disso, podemos perceber que a preservação da biodiversidade, ou seja, das espécies e dos ambientes em que estão inseridas, é fundamental para a preservação da vida em nosso planeta. Com base no texto responda as seguintes questões: 1. Localize no texto um trecho em que aparece a definição do termo “extinção”. 2. O que é extinção em massa? 3. Qual a diferença entre a extinção que normalmente ocorre na natureza e a extinção em massa? 4. Segundo o texto, que ações humanas estão relacionadas à redução de biodiversidade? 5. Por que a diminuição acelerada do número de espécies pode modificar profundamente os ambientes que hoje existem em nosso planeta? 3. Sobre o conceito de extinção de espécies, é correto afirmar que: a) não é preciso se preocupar com a extinção porque ela é um processo natural. b) uma espécie está extinta quando existem poucos representantes dela na natureza. c) a extinção de apenas uma espécie num ambiente não provoca nenhum impacto sobre ele. d) a extinção de espécies em massa é um fenômeno lento. e) uma espécie é considerada extinta quando todos os seus membros morrem. 4. Num ambiente, existem as seguintes espécies: capim, grilo, sabiá e gavião. O gavião se alimenta de sabiás. Estes comem grilos, que, por sua vez, comem folhas de capim. Com base nessas informações, assinale a alternativa correta: a) A caça de gaviões coloca em risco a população de sabiás. b) A caça de sabiás coloca em risco a população de grilos. c) A caça de gaviões pode provocar a extinção dos grilos. d) A caça nunca provoca impactos sobre as espécies. e) Espécies de animais podem sofrer impactos em função da caça, mas plantas nunca são afetadas por ela. Eugenia A eugenia surgiu sob o impacto da publicação, em 1859, de um livro que mudaria para sempre o pensamento ocidental: A Origem das Espécies, de Charles Darwin. Darwin mostrou que as espécies não são imutáveis, mas evoluem gradualmente a partir de um antepassado comum à medida que os indivíduos mais aptos vivem mais e deixam mais descendentes. Pela primeira vez, o destino do mundo estava nas mãos da natureza, e não nas de Deus. Darwin restringiu sua teoria ao mundo natural, mas outros pensadores a adaptaram – de um jeito meio torto – às sociedades humanas. O mais destacado entre eles foi o matemático inglês Francis Galton, primo de Darwin. Em 1865, ele postulou que a hereditariedade transmitia características mentais – o que faz sentido. Mas algumas idéias de Galton eram bem mais esquisitas. Por exemplo, ele dizia que, se os membros das melhores famílias se casassem com parceiros escolhidos, poderiam gerar uma raça de homens mais capazes. A partir das palavras gregas para “bem” e “nascer”, Galton criou o termo “eugenia” para batizar essa nova teoria. Galton se inspirou nas obras então recém-descobertas de Gregor Mendel, um monge checo morto 12 anos antes que passaria à história como fundador da genética. Ao cruzar pés de ervilhas, Mendel havia identificado características que governavam a reprodução, chamando-as de dominantes e recessivas. Quando ervilhas de casca enrugada cruzam com as de casca lisa, o descendente tende a ter casca enrugada, pois esse gene é dominante. Os eugenistas viram na genética o argumento para justificar seu racismo. Eles interpretaram as experiências de Mendel assim: casca enrugada é uma degeneração (hoje sabe-se que estavam errados – tratava-se apenas de uma variação genética, algo ótimo para a sobrevivência). Misturar genes bons com “degenerados”, para eles, estragaria a linhagem. Para evitar isso, só mantendo a raça “pura” – e aí eles não estavam mais falando de ervilhas. O eugenista Madison Grant, do Museu Americano de História Natural, advertia em 1916: “O cruzamento entre um branco e um índio faz um índio, entre um branco e um negro faz um negro, entre um branco e um hindu faz um hindu, entre qualquer raça européia e um judeu faz um judeu”. As idéias eugenistas fizeram sucesso entre as elites intelectuais de boa parte do Ocidente, inclusive as brasileiras. Mas houve um país em que elas se desenvolveram primeiro, e não foi a Alemanha: foram os EUA. Não tardou até que os eugenistas de lá começassem a querer transformar suas teorias em políticas públicas. “Em suas mentes, as futuras gerações dos geneticamente incapazes deveriam ser eliminadas”, diz o jornalista americano Edwin Black, autor de A Guerra contra os Fracos. A miscigenação deveria ser proibida. (Adaptado da revista Superinteressante, jul. 2005.) 1.Segundo o texto, é correto afirmar: a) Tanto a teoria de Darwin como as experiências genéticas de Mendel são impróprias para subsidiar aqueles que buscaram na ciência o respaldo para a discriminação de grupos humanos. b) A eugenia foi uma reação à obra de Darwin A Origem das Espécies: enquanto esta defende o cruzamento de raças, a eugenia se opõe a essa prática. c) Madison Grant consolidou a teoria de Mendel ao comprovar que há espécies dominantes. d) Segundo Black, as primeiras propostas eugenistas norte-americanas partiram de um trabalho educacional que procurava eliminar das mentes das pessoas as lembranças das gerações dos geneticamente incapazes. e) Alguns pensadores perceberam que os resultados das experiências de Mendel estavam errados quanto aos genes dominantes e criarama teoria eugenista para corrigir as distorções constatadas. 2. A respeito da afirmação de Madison Grant citada no texto, assinale a alternativa correta. a) O índio, o negro, o hindu e o judeu, para Grant, são equivalentes à ervilha de casca enrugada. b) As combinações ideais para se obter a raça pura são o cruzamento do branco com índio, do branco com negro, do branco com hindu e das raças européias com judeu. c) Grant defende a eugenia com base no pressuposto de que o índio, o negro, o hindu e o judeu são raças imutáveis. d) Grant faz uma advertência aos seus contemporâneos, pois teme a adesão em massa às propostas eugenistas. e) Com a sua afirmação, Grant mostra como aproveitar as experiências de Mendel para se obter uma boa linhagem entre os seres humanos. 3. Ao definir eugenia e situar historicamente o surgimento desse conceito, o autor do texto publicado na revista Superinteressante também avalia as afirmações dos eugenistas. Assinale a alternativa que NÃO comporta uma avaliação das idéias eugenistas. a) A partir das palavras gregas para “bem” e “nascer”, Galton criou o termo “eugenia” para batizar essa nova teoria. b) Os eugenistas viram na genética o argumento para justificar seu racismo. c) Darwin restringiu sua teoria ao mundo natural, mas outros pensadores a adaptaram – de um jeito meio torto – às sociedades humanas. d) Em 1865, ele postulou que a hereditariedade transmitia características mentais – o que faz sentido. e) Algumas idéias de Galton eram bem mais esquisitas. Exercícios com simulado enem fixação temas estudados 1. (ENEM 2010) A perda de pelos foi uma adaptação às mudanças ambientais, que forçaram nossos ancestrais a deixar a vida sedentária e viajar enormes distâncias à procura de água e comida. Junto com o surgimento de membros mais alongados e com a substituição de glândulas apócrinas (produtoras de suor oleoso e de lenta evaporação) por glândulas écrinas (suor aquoso e de rápida evaporação), a menor quantidade de pelos teria favorecido a manutenção de uma temperatura corporal saudável nos trópicos castigados por calor sufocante, em que viveram nossos ancestrais. Scientific American. Brasil, mar. 2010 (adaptado). De que maneira o tamanho dos membros humanos poderia estar associado à regulação da temperatura corporal? (A) Membros mais longos apresentam maior relação superfície/volume, facilitando a perda de maior quantidade de calor. (B) Membros mais curtos têm ossos mais espessos, que protegem vasos sanguíneos contra a perda de calor. (C) Membros mais curtos desenvolvem mais o panículo adiposo, sendo capazes de reter maior quantidade de calor. (D) Membros mais longos possuem pele mais fina e com menos pelos, facilitando a perda de maior quantidade de calor. (E) Membros mais longos têm maior massa muscular, capazes de produzir e dissipar maior quantidade de calor. 3) 2. (ENEM 2010) Alguns anfíbios e répteis são adaptados à vida subterrânea. Nessa situação, apresentam algumas características corporais como, por exemplo, ausência de patas, corpo anelado que facilita o deslocamento no subsolo e, em alguns casos, ausência de olhos. Suponha que um biólogo tentasse explicar a origem das adaptações mencionadas no texto utilizando conceitos da teoria evolutiva de Lamarck. Ao adotar esse ponto de vista, ele diria que (A) as características citadas no texto foram originadas pela seleção natural. (B) a ausência de olhos teria sido causada pela falta de uso dos mesmos, segundo a lei do uso e desuso. (C) o corpo anelado é uma característica fortemente adaptativa, mas seria transmitida apenas à primeira geração de descendentes. (D) as patas teriam sido perdidas pela falta de uso e, em seguida, essa característica foi incorporada ao patrimônio genético e então transmitida aos descendentes. (E) as características citadas no texto foram adquiridas por meio de mutações e depois, ao longo do tempo, foram selecionadas por serem mais adaptadas ao ambiente em que os organismos se encontram. 3. (ENEM 2010) Experimentos realizados no século XX demonstraram que hormônios femininos e mediadores químicos atuam no comportamento materno de determinados animais, como cachorros, gatos e ratos, reduzindo o medo e a ansiedade, o que proporciona maior habilidade de orientação espacial. Por essa razão, as fêmeas desses animais abandonam a prole momentaneamente, a fim de encontrar alimentos, o que ocorre com facilidade e rapidez. Ainda, são capazes de encontrar rapidamente o caminho de volta para proteger os filhotes. VARELLA, D. Borboletas da alma: escritos sobre ciência e saúde. Companhia das Letras, 2006 (adaptado). Considerando a situação descrita sob o ponto de vista da hereditariedade e da evolução biológica, o comportamento materno decorrente da ação das substâncias citadas é (A) transmitido de geração a geração, sendo que indivíduos portadores dessas características terão mais chance de sobreviver e deixar descendentes com as mesmas características. (B) transmitido em intervalos de gerações, alternando descendentes machos e fêmeas, ou seja, em uma geração recebem a característica apenas os machos e, na outra geração, apenas as fêmeas. (C) determinado pela ação direta do ambiente sobre a fêmea quando ela está no período gestacional, portanto todos os descendentes receberão as características. (D) determinado pelas fêmeas, na medida em que elas transmitem o material genético necessário à produção de hormônios e dos mediadores químicos para sua prole de fêmeas, durante o período gestacional. (E) determinado após a fecundação, pois os espermatozoides dos machos transmitem as características para a prole e, ao nascerem, os indivíduos são selecionados pela ação do ambiente. 4. (ENEM 2009) Os ratos Peromyscus polionotus encontram-se distribuídos em ampla região na América do Norte. A pelagem de ratos dessa espécie varia do marrom claro até o escuro, sendo que os ratos de uma mesma população têm coloração muito semelhante. Em geral, a coloração da pelagem também é muito parecida à cor do solo da região em que se encontram, que também apresenta a mesma variação de cor, distribuída ao longo de um gradiente sul norte. Na figura, encontram-se representadas sete diferentes populações de P. polionotus. Cada população é representada pela pelagem do rato, por uma amostra de solo e por sua posição geográfica no mapa. O mecanismo evolutivo envolvido na associação entre cores de pelagem e de substrato é (A) a alimentação, pois pigmentos de terra são absorvidos e alteram a cor da pelagem dos roedores. (B) o fluxo gênico entre as diferentes populações, que mantém constante a grande diversidade interpopulacional. (C) a seleção natural, que, nesse caso, poderia ser entendida como a sobrevivência diferenciada de indivíduos com características distintas. (D) a mutação genética, que, em certos ambientes, como os de solo mais escuro, têm maior ocorrência e capacidade de alterar significativamente a cor da pelagem dos animais. (E) a herança de caracteres adquiridos, capacidade de organismos se adaptarem a diferentes ambientes e transmitirem suas características genéticas aos descendentes. 5. (ENEM 2009) No Período Permiano, cerca de 250 milhões de anos atrás (250 m.a.a.), os continentes formavam uma única massa de terra conhecida como Pangeia. O lento e contínuo movimento das placas tectônicas resultou na separação das placas, de maneira que já no início do Período Terciário (cerca de 60 m.a.a.), diversos continentes se encontravam separados uns dos outros. Uma das consequências dessa separação foi a formação de diferentes regiões biogeográficas, chamadas biomas. Devido ao isolamento reprodutivo, as espécies em cada bioma se diferenciaram por processos evolutivos distintos, novas espécies surgiram, outras se extinguiram, resultando na atual diversidade biológica do nosso planeta. A figura ilustra a deriva dos continentes e suas posições durante um período de 250 milhões de anos. De acordo com o texto, a atual diversidade biológica do planeta é resultado(A) da similaridade biológica dos biomas de diferentes continentes. (B) do cruzamento entre espécies de continentes que foram separados. (C) do isolamento reprodutivo das espécies resultante da separação dos continentes. (D) da interação entre indivíduos de uma mesma espécie antes da separação dos continentes. (E) da taxa de extinções ter sido maior que a de especiações nos últimos 250 milhões de anos. 6. (ENEM 2005) Foi proposto um novo modelo de evolução dos primatas elaborado por matemáticos e biólogos. Nesse modelo o grupo de primatas pode ter tido origem quando os dinossauros ainda habitavam a Terra, e não há 65 milhões de anos, como é comumente aceito. Examinando esta árvore evolutiva podemos dizer que a divergência entre os macacos do Velho Mundo e o grupo dos grandes macacos e de humanos ocorreu há aproximadamente (A) 10 milhões de anos. (B) 40 milhões de anos. (C) 55 milhões de anos. (D) 65 milhões de anos. (E) 85 milhões de anos. TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES: O assunto na aula de Biologia era a evolução do Homem. Foi apresentada aos alunos uma árvore filogenética, igual à mostrada na ilustração, que relacionava primatas atuais e seus ancestrais. Legenda da ilustração: 1 - Símios do Novo Mundo 2 - Símios do Velho Mundo 3 - Gibão 4 - Orangotango 5 - Gorila 6 - Chimpanzé 7 – Homem I - Hilobatídeos II - Pongídeos III - Hominídeos 7. (ENEM 1998) Após observar o material fornecido pelo professor, os alunos emitiram várias opiniões, a saber: I. os macacos antropoides (orangotango, gorila, chimpanzé e gibão) surgiram na Terra mais ou menos contemporaneamente ao Homem. II. alguns homens primitivos, hoje extintos, descendem dos macacos antropoides. III. na história evolutiva, os homens e os macacos antropoides tiveram um ancestral comum. IV. não existe relação de parentesco genético entre macacos antropoides e homens. Analisando a árvore filogenética, você pode concluir que (A) todas as afirmativas estão corretas. (B) apenas as afirmativas I e III estão corretas. (C) apenas as afirmativas II e IV estão corretas. (D) apenas a afirmativa II está correta. (E) apenas a afirmativa IV está correta. 8. (ENEM 1998) Se fosse possível a uma máquina do tempo percorrer a evolução dos primatas em sentido contrário, aproximadamente quantos milhões de anos precisaríamos retroceder, de acordo com a árvore filogenética apresentada, para encontrar o ancestral comum do homem e dos macacos antropoides (gibão, orangotango, gorila e chimpanzé)? (A) 5. (B) 10. (C) 15. (D) 30. (E) 60. 9. (ENEM 1998) Foram feitas comparações entre DNA e proteínas da espécie humana com DNA e proteínas de diversos primatas. Observando a árvore filogenética, você espera que os dados bioquímicos tenham apontado, entre os primatas atuais, como nosso parente mais próximo o (A) Australopithecus. (B) Chimpanzé. (C) Ramapithecus. (D) Gorila. (E) Orangotango.